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ETP Psicanálise

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ETP – Psicanálise
· A FINALIZAÇÃO DO PROCESSO PSICOTERAPÊUTICO
Através de uma perspectiva Kleiniana a melhor definição é o termo finalização, assim entende-se como a finalização de um trabalho e não de um processo como um todo. A análise é interminável, pois existe uma ansiedade vital que temos de suportar, pois é inerente a vida e ela que nos impulsiona a agir. Para Grinberg (1981) a análise é também interminável, de um ponto de vista de um processo de busca do crescimento e da integração, mesmo após o fim do contrato de análise entre analista e analisando.
Pode-se admitir então uma finalização se considerarmos que existe uma transição entre dois momentos, a angústia persecutória e angústia reparatória. Considerando um final de análise, o paciente deve reconhecer que precisou de ajuda e também que pode e deve seguir em frente.
Segundo Yoshida (2001) a principal função do analista/terapeuta é o de compreender a comunicação do paciente e ajuda-lo, dando recursos para que ele próprio possa adquirir suas compreensões e conhecer algo mais sobre si mesmo, e é através das experiências emocionais realizadas no processo que permitirão ao paciente compreender e alterar a situação conflituosa.
Conforme Etchegoeyn (1989) o que mais interessa em um processo de análise ou de psicoterapia é que os sintomas antes vividos não tenham mais a mesma força e o mesmo peso. Entretanto, conforme Grinberg (1981) os conflitos nunca serão inexistentes, desta forma, não existe um término ideal.
Em uma forma geral, compreende-se que a finalização do trabalho psicoterapêutico está relacionada a aquisição do insight. O insight significa o conhecimento consciente e é o que de fato implica nas mudanças psíquicas duradouras.
· ALIANÇA TERAPÊUTICA: ESTABELECIMENTO, MANUTENÇÃO E RUPTURAS DA RELAÇÃO
A AT vem sendo mensurada como algo de extrema importância dentro do processo de psicoterapia, e por ser um conceito universal que está presente em todas as teorias, passou a ser uma forma de avaliar a qualidade, a evolução e o desfecho de tratamentos psicoterápicos.
Podemos considerar que a AT é um pré-requisito para que o processo terapêutico possa ser estabelecido entre terapeuta e paciente, gerando desta forma uma relação, um vínculo.
Conforme Bordin (1979) propõe existem três dimensões para a composição desta aliança:
1) Acordo dos objetivos do tratamento entre paciente e terapeuta.
2) Acordo nas tarefas
3) Desenvolvimento do vínculo (O vínculo ocorre quando o paciente se sente acolhido pelo terapeuta e desenvolve a confiança e o apego entre a dupla).
O paciente sente-se livre ao abordar quaisquer questões, pois entende esta relação, o que torna o processo muito mais produtivo.
Aspectos do Terapeuta e do Paciente e a Aliança Terapêutica
Segundo CORBELLA e HILSENROTH (2003) em relação ao terapeuta estas são as atribuições que podem estar ligadas positivamente a uma forte aliança terapêutica: ser honesto, respeitoso, flexível, confidente, amigável, interessado, calmo, aberto, etc. Conforme HORVATH (2001) outras características como: abertura, empatia e experiência profissional, também são fortes aliados neste processo.
A combinação com as necessidades e demandas deste paciente que fazem com que se torne em gênero, idade ou etnia do terapeuta, possíveis indicadores de resultados.
As características profissionais do terapeuta (formações e experiências) podem ser consideradas como grandes fatores relacionados a eficácia do processo terapêutico, pois permitem o estabelecimento de laços e sustentação do processo e da aliança terapêutica. O posicionamento subjetivo do terapeuta a respeito de sua orientação teórica e seu posicionamento frente a psicoterapia, podem ou não contribuir e melhorar este processo.
Enfim, cada profissional tem as suas características pessoais e não existe um padrão para o perfil do terapeuta, o que fará com que este vínculo se estabeleça são as combinações de determinadas características entre a dupla.
Segundo HORVATH e LUBORSKY (1993) existem uma série de variáveis dos pacientes que também influenciam e que contribuem ou não para a aliança terapêutica:
1) Habilidades Interpessoais (qualidade das relações)
2) Dinâmica Pessoal (motivação do paciente)
3) Características Diagnósticas (severidade dos sintomas)
Segundo CORBELLA e BOTELLA (2003) resultados de pesquisas indicam que as mudanças nos sintomas dos pacientes estão diretamente ligadas ao bom acordo entre terapeuta e paciente em relação aos objetivos e tarefas propostas com a terapia, e que o vínculo estabelecido entre eles é uma consequência destes. Sendo assim, a AT reflete um trabalho conjunto em que as percepções de cada um, bem como as expectativas, opiniões e construções influenciam no estabelecimento deste vínculo. 
As Rupturas da Aliança Terapêutica 
Assim como existem elementos que fortalecem a AT, existem outros que podem enfraquecê-la, como é o caso das chamadas rupturas da AT.
Conforme SAFRAN, MURAN e CARTER (2011) as rupturas da AT podem ser consideradas uma quebra na colaboração, no entendimento ou até mesmo na comunicação entre terapeuta e paciente. É dever do psicólogo perceber esta ruptura, este enfraquecimento da relação e intervir, antes que este paciente venha a desistir do tratamento.
Segundo SAFRAN e MURAN (2000) estas rupturas podem ser caracterizadas de duas formas:
1) Distanciamento (afastando-se ou acomodando-se frente ao tratamento)
2) Confrontação (expressa insatisfação e ressentimento com o terapeuta, ou com algo da terapia).
MODELO DE RESOLUÇÃO DE RUPTURA POR AFASTAMENTO
	ESTÁGIOS DE RUPTURA
	EXEMPLOS DE RESOLUÇÃO
	Assinalador do Afastamento
	O terapeuta deve ficar atento a sua participação no que está acontecendo e dirigir a atenção do paciente ao aqui e agora. 
Deve também mostrar-se com uma curiosidade empática e receptiva, mesmo quanto aos sentimentos negativos do paciente.
	
Desvincular-se
	
	Afirmação Qualificada
	O terapeuta deve facilitar as expressões trazidas pelo paciente e realizar feedbacks sobre o que está ocorrendo.
	Evitação
	Podem ser utilizadas nestes casos: falar de forma genérica, mudar o tema, tom de voz suave para falar com o paciente para tentar romper a resistência.
	Autoafirmação
	O terapeuta deve ter uma postura empática e não julgar o paciente.
MODELO DE RESOLUÇÃO DE RUPTURA POR CONFRONTAÇÃO
	ESTÁGIOS DE RUPTURA
	EXEMPLOS DE RESOLUÇÃO
	Confrontação
	O terapeuta deve evitar responder de uma maneira defensiva as demandas e ataques do paciente.
	Desvinculação
	É preciso que o terapeuta se desvencilhe da situação de hostilidade. O terapeuta precisa dar um feedback ao paciente sobre seu impacto e contribuição na interação, e ajudar para que ele consiga perceber-se como autor das próprias ações
	Exploração do Construto
	O terapeuta deve classificar as percepções do paciente sobre seus sentimentos de raiva, prejuízo e decepção, para que ele tenha ciência do conteúdo que está sendo negado por ele.
	Evitação da Agressão
	É importante que o terapeuta monitore as mudanças nos estados do self do paciente, para poder ajudá-los a ampliar seu entendimento sobre seu funcionamento que pode estar causando estas mudanças.
	Evitação da Vulnerabilidade
	O papel do terapeuta é de tornar isso consciente ao paciente para entender o que provoca estas mudanças.
	Vulnerabilidade
	O objetivo é acessar os desejos intrínsecos do paciente, para que ele consiga entender suas necessidades expressas através da ruptura.
· OS FATORES CURATIVOS NA PSICANÁLISE
A compreensão interna do paciente (insight) é uma precondição para determinar o início de uma mudança na personalidade do indivíduo e que todos os outros fatores relevantes neste processo são reflexos deste insight e partem deste início.
Para a psicanálise o insight ocorre quando o paciente reconhece algo que até então era inconsciente, e muitas vezes, torna-se capaz de expressar isto. Quanto mais profundo o nível dessa questão inconsciente alcançada, mais estável e rico poderá ser o resultado.
O insight só pode ser vivenciado na relação transferencial, onde o pacienteatravés do processo de análise e dos relatos trazidos, revive experiências presentes e passadas, que também podem ser reais ou fantasiosas. Uma interpretação completa realizada em terapia deriva de uma interpretação dos sentimentos, defesas e ansiedades trazidas pelo paciente, levando em consideração o tempo deste relato (presente ou passado) e se fazem parte da sua realidade ou se são fantasiosos.
Na medida em que o paciente passa a tornar questões até então inconscientes para conscientes e viver estas experiências, ocorrem mudanças na estrutura do ego e em sua orientação para com os objetos.
O exemplo citado acima visa ilustrar que o insight vivenciado no processo de análise provoca no indivíduo um processo de mudanças terapêuticas. Contribui também para que o indivíduo recupere partes do eu (self) perdidos mediante a projeção, encare seus conflitos, elabore estes conflitos ao invés de nega-los e repeti-los e corrija distorções da realidade interna e externa.
Ou seja, o insight traz ao indivíduo uma reestruturação do fortalecimento do ego.
· VIDA PSÍQUICA EM TEMPOS DE COVID: Pílulas, Palavras e Técnicas
Observa-se que estamos passando por uma época que podemos denominar como uma crise, pois envolve um distanciamento físico forçado, uma preocupação extrema sobre uma doença ainda muito desconhecida e altamente contagiosa, uma alta muito grande no desemprego, empresas falindo, pessoas adoecendo e morrendo, contato físico familiar “forçado” e que vem trazendo grandes índices de separação e violência doméstica. Ou seja, estamos vivendo um momento totalmente preocupante e incerto, onde o ficar em casa que antes era algo tão agradável e prazeroso para algumas pessoas, hoje se torna algo de extrema irritabilidade, pois não estamos fazendo isso porque queremos, mas porque a situação atual nos obriga. Sem contar que vivemos falando sobre isso, vendo isso nas televisões e rádios, não temos como esquecer o que estamos vivendo, só nos resta vivenciar e esperar com que isto passe.
Tá aí nossa maior agonia, “mas quando isso vai passar”?
Não temos ainda se quer ideia de quando isso irá passar, estamos vivendo uma incerteza a cada novo dia que surge. 
Acho que a frase mais ouvida no meu dia a dia hoje é que... “espero que isto passe logo e que a nossa vida volte ao normal”. Mas, sabemos que precisamos enfrentar o que estamos passando e assim como o documentário menciona, cada pessoa tem uma forma de enfrentamento sobre tudo que passa em sua vida e isto é reflexo de nossas estruturas emocionais criadas até aqui.
Um ponto chave nesta pandemia e que acreditamos ser o nosso maior aliado é a forte conexão através da internet, que de certa forma nos aproxima das pessoas mesmo estando fisicamente longe e através destes meios de comunicação podemos expressar nossos sentimentos, o que eu acredito ser de extrema importância e valia neste momento.
O afastamento físico e esta ansiedade gerada através desta crise pode desencadear problemas psicológicos ou até mesmo agravar situações até então estáveis. Entendo que os medicamentos fazem grande parte neste processo de ajuda para esta melhora psicológica, mas que nós como futuros psicólogos também temos um grande aliado a nosso favor e que devemos utilizar neste momento, que é a nossa escuta qualificada, nossa empatia pelo outro e principalmente nosso poder de entender este indivíduo como um ser único e que todo sofrimento sentido por ele deve ser considerado como ele diz sentir e quando diz sentir, sem minimizar nenhum sentimento.
Como mencionado no documentário e dito por Freud (1914) o trabalho clínico consiste em recuperar a magia das palavras. Sem dúvida temos este poder em nossas mãos que é o de oferecer a qualquer pessoa que nos procure ou até mesmo não nos procure, que podemos ajudar este indivíduo tão somente com a nossa escuta, pois é através das palavras que este indivíduo pode sentir-se aliviado e estas palavras ditas, estes desabafos, podem demonstrar a mesma força de um remédio, trazendo alívio a estas angústias e demonstrando a este indivíduo de que ele não está sozinho e que existem pessoas dispostas a ouvi-lo e a ajuda-lo neste momento de incertezas e inseguranças.
Nós como futuros psicoterapeutas/psicanalistas, temos esta escuta como uma ferramenta de grande importância ainda mais neste momento, pois as palavras podem servir como um diluidor destas angústias até então só sentidas, mas não externalizadas.
Claro que nós estamos vivenciando as mesmas incertezas e inseguranças que todos os outros indivíduos do mundo, mas se mesmo assim conseguirmos manter este controle emocional e nos sentirmos aptos a oferecer uma escuta qualificada, mantermos nossa empatia quanto ao outro e a história do outro, podemos sim nos manter seguros a oferecer esta escuta e realizar estes atendimentos, pois estaremos dando a “oportunidade” de que este indivíduo fale sobre suas angustias e externalize algo que até então só estava sendo um problema dentro dele, e é aí que está a magia das palavras. 
Conforme mencionado por Freud (1937), o processo de psicoterapia de orientação psicanalítica tem a finalidade primeiramente de tornar consciente o inconsciente e de trazer alívio aos sintomas e desconfortos deste paciente que o procura. O analista trabalha para devolver ao paciente grande parte de sua independência e reajustar suas relações, a fim de diminuir estes conflitos internos e reestabelecer sua confiança e autonomia, para que assim, o paciente possa se apropriar dessa sua melhora.
Através de um ambiente acolhedor foi oferecido a cliente um espaço para que ela possa de fato falar sobre este luto, sobre esta culpa que ela menciona sentir, sobre esta insensibilidade de sua mãe quanto ao momento da notícia do falecimento de seu pai e acolher este sofrimento, disponibilizando a cliente um ambiente protegido, com o intuito de que ela possa expressar todos os conflitos que envolvem esta queixa.
Conforme Bromberg (1995) propõe os processos de psicoterapia breve com a narrativa central focada em perda ou luto, podem auxiliar no reconhecimento e nas experiências conscientes sobre a perda deste objeto perdido, facilitando o contato com esta experiência da perda em um ambiente protegido, estimulando a expressão destes sentimentos, por mais diferentes e intensos que possam parecer.
Com o intuito de trabalhar as questões que envolvem este luto mal elaborado em relação ao falecimento de seu pai, foi utilizado a teoria de Kóvacs para compreensão deste processo de luto e direcionamento dos demais atendimentos.
Segundo Kóvacs (1992):
O luto é o processo de elaboração diante de uma perda de uma pessoa com quem vínculos foram estabelecidos. É a vivência da morte consciente, é como se uma parte nossa morresse. Faz parte de nossa existência e nos configura como humanos, e dela nos recordamos, todos temos histórias de perda para contar, e às vezes é mais sofrida do que a própria morte. E um vínculo que se rompe de forma irreversível, quando se trata de morte concreta.
Quanto as questões relacionadas a este relacionamento em que a cliente diz sentir-se desapontava e presa, foi utilizado como referência para análise o texto de Freud (1930) o Mal-estar na Civilização, onde o autor discorre que “nunca estamos mais desprotegidos ante o sofrimento que quando amamos, nunca mais desamparadamente infelizes que quando perdemos o objeto amado ou o seu amor”.
A citação acima feita por Freud nos justifica este amor que cede, pois o medo da perda é muito maior que qualquer outra coisa, o que faz com que o indivíduo aceite muitas coisas, fazendo com que o enamorado (no caso a cliente) perda o controle da situação e acabe cedendo a muitas das vontades do seu parceiro.

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