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Fissura labiopalatina É de conhecimento geral a importância do aleitamento materno para o desenvolvimento físico, cognitivo, imunológico e afetivo do bebê, além disso ele favorece o desenvolvimento adequado das estruturas orofaciais. O recém-nascido portador de fissura labiopalatina enfrenta, já em suas primeiras horas de vida, um grande obstáculo, umas vez que devido a presença da malformação pode haver comprometimento no estabelecimento da pressão negativa intraoral e na compressão da aréola no momento da mamada, responsáveis, respectivamente, pela sucção e ordenha do leite do seio materno. A existência dessas dificuldades podem acarretar alterações no padrão de sucção e deglutição, fadiga, engasgos, vômitos, deglutição de ar, refluxo nasal de leite e outros fatores que são capazes de inviabilizar a realização da amamentação no seio materno de forma exclusiva. Além das individualidades de cada caso, o tipo de fissura que acomete o bebê também irá influenciar Fissura labiopalatina Alexia Menezes - Fonoaudiologia - UFS 4/8 Sucção e amamentação em portadores de fissura labiopalatina no nível de dificuldade apresentada na execução da amamentação natural, sendo assim as classificadas como pós-forame completa (uni ou bilateral) e transforame serão as que proporcionarão maiores limitações, apesar disso em alguns casos há possibilidades de sucesso no aleitamento materno, porém nem sempre será de modo exclusivo. Dessa forma, é de extrema importância a presença do fonoaudiólogo na equipe interdisciplinar, tendo em vista que é o profissional habilitado para intervir em situações de desordens nas funções do sistema estomatognático. Ele atuará, portanto, no atendimento às necessidades da criança, esclarecimento de dúvidas da família, mostrando que existem meios para a reabilitação e orientando a lactante acerca dos cuidados na amamentação desses bebês, como em relação a duração que deve ser em torno de 20 e 30 minutos e a postura correta da díade no momento da mamada, sendo recomendado que o bebê e a mãe fiquem na posição mais confortável possível dentre as seguintes: convencional com o bebê semi- sentado, invertida e cavalinho (BARBOSA, HANAYAMA et. al.), já em situações que não for possível a amamentação direto no seio materno o leite poderá ser ordenhado e oferecido em uma mini-madeira, também conhecida como “chuquinha” ou em uma mamadeira que possua bico macio e com furo que permita o gotejamento do líquido. Alexia Menezes - Fonoaudiologia - UFS 4/8 Quanto a realização da oferta do alimento, o bico da mamadeira deve está cheio de leite para evitar a ingestão excessiva de ar podendo ser posicionado sobre a língua e direcionado a estrutura rígida presente no palato, isso permitirá que o bebê sugue o leite em um processo mecânico, caso não consiga a mudança de pressão intraoral necessária. Além disso há manobras que podem ser realizadas visando auxiliar na execução da sucção, são elas: “puxar o bico levemente para fora; pressionar a face externa das bochechas; pressionar a região submandibular; apertar o frasco da mamadeira ou do bico; e pressionar o bico sobre a língua.”. Porém se houver suspeita de incoordenação da sucção e deglutição o fluxo de leite deve ser interrompido por meio do abaixamento do frasco da mamadeira, sem que ocorra retirada do bico da cavidade oral, essa pausa servirá para a realização da respiração. Em casos de fissuras labiopalatinas não sindrômicas, a alimentação por via oral pode está ocorrendo de maneira adequada por volta de 2 semanas, caso isso não aconteça é necessário encaminhar o bebê para a avaliação diagnóstica, pois patologias como a sequência de Pierre Robin tem esse período alongado para cerca de 2 meses. Todas essas medidas visam facilitar o trânsito do leite, evitar o refluxo nasal de leite e a aspiração broncopulmonar, além de diminuir a eructação e os casos de otite média, promovendo, assim, uma alimentação segura e adequada. Fonte: Weyand e Barbosa (2017. p.45) Referências: LOPES FILHO, Otacílio. Novo tratado de fonoaudiologia. Editora Manole, 2013. BARBOSA, Eliana Midori Hanayama et al. Administração alimentar no recém-nascido com fissura labiopalatina. SIGNOR, Rita de Cassia Fernandes. Abordagem fonoaudiológica nas fissuras orofaciais não sindrômicas: revisão de literatura. Revista de Ciências Médicas, v. 28, n. 1, p. 49-67, 2019. DE SOUSA FRANKLIN, Vanessa Karlla; RAMOS, Priscila Figueiredo Cruz. Os desafios da intervenção fonoaudiológica no aleitamento materno: revisão integrativa. Research, Society and Development, v. 10, n. 1, p. e33410111813-e33410111813, 2021. Alexia Menezes - Fonoaudiologia - UFS 4/8
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