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INV CRIMES CIBERNÉTICOS E COMPOUTAÇÃO FORENSE - RESENHA - 16_03_2021

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ATIVIDADE ESTRUTURADA 
INV. – CRIMES CIBERNÉTICOS E COMPUTAÇÃO FORENSE – CCJ0174 
 
A partir do julgado abaixo, desenvolva uma resenha crítica acerca da temática. 
 
Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (TRT-12) de 28 de Março de 2019 
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. FATO SUPERVENIENTE. CRIME CIBERNÉTICO. 
AFIRMAÇÕES PRECONCEITUOSAS No mérito, intenta que este Colegiado revisor decida 
sobre o pedido superveniente de pagamento de indenização por danos morais 
decorrentes de crime cibernético, por ter a ré acessado indevidamente a conta do 
"Facebook" de titularidade do recorrente após a rescisão contratual, incorrendo em 
invasão de privacidade e da intimidade. Acresce que a ré utilizou dados pessoais do 
empregado para fazer consulta de habilitação do segurodesemprego no sítio eletrônico 
da CEF. Também afirma que a ré fez afirmações preconceituosas sobre a sua capacidade 
intelectual, como não possuir curso superior e ter ido morar ilegalmente da Espanha. 
Alega que se trata de matéria de ordem pública, devendo o pedido ser analisado pelo 
Tribunal. Os fatos narrados pelo autor no recurso referem-se às afirmações feitas pela 
ré na contestação como matéria de defesa (m. 27). O Juízo de origem assim decidiu a 
questão na decisão dos embargos declaratórios do m. 77: Não há omissão, uma vez que 
o pedido foi realizado em momento inoportuno, sem a efetivação do contraditório. 
Trata-se, assim, de inovação processual inviável. (grifei) Cumpre esclarecer que a atual 
legislação processual civil veda expressamente a decisão surpresa, na forma do art. 10 
do CPC. De fato, não cabe ao demandante alterar o pedido inicial após a apresentação 
da defesa (art. 329 do CPC): Art. 329. O autor poderá: I - até a citação, aditar ou alterar 
o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu; II - até o 
saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com 
consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de 
manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de 
prova suplementar. (...) Como no Processo do Trabalho não há uma fase de saneamento 
do processo, no caso do inciso II supracitado, considero que a norma não impede o 
aditamento ou a alteração do pedido ou da causa de pedir após a citação do reclamado, 
mas desde que ocorra antes da apresentação da defesa. No caso, friso que a petição de 
aditamento do pedido e da causa de pedir deu-se no marcador 37, após o protocolo da 
contestação (m. 27). Além disso, nos termos dos arts. 141 e 492 do CPC, que consagram 
o princípio da congruência, o juiz não pode proferir decisão de natureza diversa da 
pedida, devendo decidir o mérito nos limites propostos pelas partes. Portanto, e em 
observância ao disposto no art. 329 do CPC e, observando os limites da lide, nego 
provimento ao recurso, no item. Ficam afastados todos os argumentos recursais 
deduzidos pelo autor, inclusive a assertiva de que a pretensão do demandante consiste 
em matéria conhecível de ofício por consistir em matéria de ordem pública, o que 
evidentemente não é o caso. 
RESENHA 
 
A internet, ao mesmo tempo em que criou novas possibilidades de relacionamentos 
trouxe ao Judiciário demandas e conflitos até então inexistentes. Quando surgiu, o 
universo virtual não possuía regras específicas e as leis tiveram de acompanhar as 
mudanças. 
Os instrumentos virtuais criaram a possibilidade da prática de novos crimes, como a 
ação de hackers ou a criação de vírus – os chamados crimes cibernéticos puros. Além 
disso, propiciaram uma nova forma de realização de velhos delitos, como o estelionato 
e a exploração sexual e o plágio. 
Mas, atualmente, a internet não é mais uma terra sem lei! Com a entrada em vigor das 
Leis 12.735 e 12.737, ambas de 2012, temos a aplicação penal de normas específicas 
sobre os crimes digitais próprios, aqueles cometidos contra dados, informações ou 
sistemas de informação, ao revés dos crimes digitais impróprios, quando os sistemas 
de informação apenas servem como meio para se praticar o delito. 
Algumas questões foram resolvidas com a elaboração de novas normas, mas outras 
tantas tiveram de ser levadas aos tribunais superiores para julgamento dos ministros 
em conformidade com as normas já existentes. 
CRIMES VIRTUAIS E A LEGISLAÇÃO PENAL 
Cada vez mais comuns, delitos cibernéticos fazem explodir o número de queixas nas 
delegacias e forçam revisão na lei. A cada minuto, 54 pessoas são vítimas de crimes 
cibernéticos no Brasil, segundo a multinacional Symantec, empresa de segurança na 
internet. 
O mundo virtual é campo fértil para os crimes contra a honra, pedofilia e também para 
hackers que limpam contas bancárias e devassam arquivos pessoais na web, em busca 
de algo que possa ser usado para extorquir o dono do computador. A criminalidade 
está disseminada pela rede mundial de computadores, espalhando armadilhas para 
milhares de usuários anônimos. 
MEIOS VIRTUAIS E SUA FRAGILIDADE 
Apesar de serem uma ferramenta importante para o relacionamento interpessoal e 
para a divulgação de informações, as redes sociais também são utilizadas de maneira 
inadequada por alguns usuários. 
Diante da exposição exagerada das pessoas, nos chamados meios virtuais, nas 
utilizadas redes sociais, vem ocorrendo uma avalanche de invasões de privacidade, 
pelos denominados cibercriminosos ou das cyber ilicitudes, que invadem e roubam 
imagens íntimas de pessoas famosas ou simples - para tentar tirar alguma vantagem 
ou simplesmente espalhar essas informações ou imagens na rede. 
Atualmente não são raras as ações repetidas de desafetos que utilizando dos mesmos 
artifícios, denigrem, injuriam, difamam e até mesmo caluniam de toda sorte os 
desavisados navegadores, seus inimigos ou diríamos, seus pseudoamigos. 
Esse tipo de atitude gerou diversas ações no STJ, como a que versa sobre a 
responsabilidade do provedor do serviço. No entendimento do ministro Sidnei Beneti, 
o provedor deve retirar o material ofensivo do ar, mas não é responsável pela ofensa 
gerada (REsp 1.306.066 / REsp 1.175.675). Já o ministro Marco Buzzi considerou, em 
decisão sobre outra ação, que, quando o provedor não possui ferramentas eficazes 
para o controle de abusos nas redes sociais, assume o ônus da má utilização do serviço 
e é responsável pelo dano causado ao usuário (AREsp 121.496). 
Apesar de o provedor de redes sociais disponibilizar o serviço, não é responsável pelo 
conteúdo e não consegue fazer um monitoramento constante. O provedor precisa ter 
um canal de denúncia, para que a pessoa possa informar a ilicitude, mas fazer 
monitoramento disso é inviável. 
A teoria da responsabilidade civil solidária aplicável aos provedores de internet é a 
mais coerente. Desse modo, o provedor é responsável solidariamente pelo dano a 
partir do momento em que, ciente do conteúdo ilícito, se mantém omisso. 
RESPONSABILIDADE E CUIDADOS JUNTO AS REDES SOCIAIS 
Quem compartilha comentários ou notícias ofensivas pode ter que pagar indenização 
por danos morais àquele que foi ofendido. Portanto, cuidado com o que você publica e 
compartilha por aí, você também poderá ser responsabilizado! 
Uma pessoa que compartilha comentários ou notícias ofensivas no Facebook, por 
exemplo, pode ter que pagar indenização à pessoa que se sente atingida. Essa foi uma 
decisão tomada pelo Tribunal de Justiça de SP. O desembargador José Roberto Neves 
Amorim, relator do processo, diz que a decisão é inédita e afirma que ela será 
recomendada como jurisprudência, para que seja aplicada em casos semelhantes que 
cheguem ao tribunal. 
Mas com a mesma velocidade que a comunicação estreita os laços entre as pessoas, 
em uma acessibilidade nunca antes experimentada e que de maneira um tanto quanto 
ingênua, a internet faz com que os usuários disponibilizem informações pessoais, 
fotos, rotinas, sua rede de amizade, o que fragiliza sua segurança pessoal e expõe sua 
privacidade de maneirainconsequente. 
Diante de tais apelos, surge os DANOS MORAIS CIBERNÉTICOS, desde as pequenas 
injúrias, até crimes de estelionatos que buscam os hipossuficientes consumidores 
ávidos por preços e condições invejáveis, mas sem o menor cuidado com suas 
condutas reveladoras e fomentados pelos hackes ou crackes de plantão, com uma teia 
bem elaborada, que atraem, induzem e facilitam os crimes virtuais. 
Para a esfera criminal, se torna menos complicado tratar dos casos cibernéticos 
devido ao trabalho ficar a cargo da autoridade policial que possui o Instituto de 
Criminalística como auxiliar das investigações. Para a esfera cível encontramos 
grandes dificuldades para se fazer prova, onde, em grande parte das demandas, a 
prova pré-constituída deve ser formalizada pelo advogado suplicante. 
E nesse ponto entram algumas medidas que podemos tomar para buscar eventual 
reparação em juízo cível, uma delas é a ata notarial. 
ATA NOTARIAL 
Uma das grandes dificuldades em se fazer prova no juízo cível diz respeito à 
formalização dos conteúdos multimídia oriundos da rede mundial de computadores. 
Como então formalizar páginas de websites que no próximo segundo pode ser retirada 
do ar? Os posts em redes sociais que num piscar de olhos são apagados. E as 
mensagens por meio de aplicativos de conversa instantânea? 
A solução para estes problemas na seara cível é dada pelo uso da chamada Ata 
Notarial e é definida pela doutrina como: 
Uma das espécies do gênero instrumento público notarial, por cujo meio o tabelião de 
notas acolhe e relata, na forma legal adequada, fato ou fatos jurídicos que ele vê e 
ouve com seus próprios sentidos, quer sejam fatos naturais quer sejam fatos humanos, 
esses últimos desde que não constituam negócio jurídico. 
Através da Ata Notarial qualquer pessoa pode, através de um tabelião, documentar 
tudo que está disponível na rede mundial de computadores ou mesmo na tela de um 
celular. 
O requerente indicará o endereço eletrônico onde é encontrado o conteúdo ilícito e o 
tabelião irá relatar em documento próprio o que viu e ouviu, neste último caso quando 
existir material em áudio. A ata notarial poderá conter imagens referentes ao 
conteúdo relatado. 
O mesmo procedimento pode ser adotado para comunicadores que usam os 
chamados SmartPhones como plataforma. Na atualidade o mais conhecido é 
o App WhatsApp. Por meio da Ata Notarial o tabelião poderá relatar o conteúdo de 
mensagem ilícita recebida, indicando o nome do usuário e o número do telefone 
usado para o envio. 
CONCLUSÃO 
O judiciário em um futuro próximo será inundado por demandas originadas do 
ambiente virtual. O operador do Direito Digital não poderá desconhecer aspectos 
técnicos como tradicionalmente ocorria. Tais conhecimentos são de suma importância 
para o êxito de demandas envolvendo a rede mundial de computadores e as relações 
jurídicas oriundas delas. 
Por fim, a exposição exagerada é de toda sorte extremamente perigosa, pois abre para 
as almas humanas de pouca noção moral ou ainda, facilita aos maus intencionados 
usuários, criminosos e meliantes, que com acesso facilitados, as informações pessoais, 
passam a fraudar, e danificar a moral e a imagem muitas vezes de maneira irreversível, 
assim como diz o velho ditado: “leva-se uma vida para construir uma imagem, e alguns 
segundos para destruí-la”. 
Evitar tratar assuntos pessoais, ou nunca procurar resolver suas diferenças com 
ofensas em grupos sociais virtuais, e não vacilar com sua imagem, evitando fotos 
comprometedores em tablets, smartphones e, principalmente, em computadores de 
trabalho ou compartilhados, e também não sair divulgando informações de cunho 
pessoal, tais como conta corrente, senhas, época de viagens, rotinas, etc. 
Então podemos concluir que, o importante é ter três condutas iniciais distintas, a 
primeira é a realização de uma “ATA NOTARIAL” para caracterizar a conduta delituosa 
e ilícita, a segunda é a promoção de uma queixa-crime, por último, o ajuizamento da 
ação civil para pleitear os devidos danos morais (que não depende de ajuizamento de 
ação penal). 
Vale lembrar que atualmente não raras são as empresas que vem monitorando a 
postura de seus empregados nas redes sociais, tipo facebook, whatsApp’s, Twitter, 
mensagens e etc., pois são informações não controladas, e motivadoras de danos 
morais irreversíveis, e muitas vezes estas posturas são motivadoras de demissões com 
justa causa.

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