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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB
DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA E CIêNCIAS HUMANAS
CURSO DE PSICOLOGIA
ANA CLARA SODRE
IAN OLIVEIRA NASCIMENTO
MATHEUS SILVA CHAGAS
A PANDEMIA DE COVID-19, O ISOLAMENTO SOCIAL E A MEDITAÇÃO COMO ESTRATEGIA DE ENFRETAMENTO
VITÓRIA DA CONQUISTA
2020
ANA CLARA SODRE
IAN OLIVEIRA NASCIMENTO
MATHEUS SILVA CHAGAS
A PANDEMIA DE COVID-19, O ISOLAMENTO SOCIAL E A MEDITAÇÃO COMO ESTRATEGIA DE ENFRETAMENTO
Trabalho realizado apresentado como requisito de avaliação na disciplina metodologia do trabalho acadêmico, ministrada pelo Prof. Nelson Machado, no curso de psicologia, do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
	
	VITÓRIA DA CONQUISTA
2020
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 4
2. REFERÊNCIAL TEÓRICO ........................................................................ 5
3. REFERÊNCIAS ............................................................................................ 7
1 INTRODUÇÃO
A doença COVID-19 (Coronavirus Disease 2019) é uma infecção respiratória provocada pelo Coronavírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave 2 (SARS-CoV-2) (Schuchmann et al., 2020). (A pandemia de COVID-19 p. 3). Em 11 de Março de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS), declarou a COVID-19 como uma pandemia. (Schuchmann). Nesse sentido, as instituições governamentais adotaram diversas estratégias para conter a propagação da doença. No dia 11 de março de 2020 o Ministério da Saúde (2020a) estabeleceu medidas para o enfrentamento da pandemia, dentre elas a primeira medida adotada foi o isolamento social (PEREIRA; OLIVEIRA; COSTA; BEZERRA; PEREIRA; SANTOS; DANTAS, 2020, p. 03). 
Segundo Lima (apud PEREIRA; OLIVEIRA; COSTA; BEZERRA; PEREIRA; SANTOS; DANTAS, 2020, p. 04-05) “neste cenário da pandemia de COVID-19, convém salientar que devido ao rápido avanço da doença e o excesso de informações disponíveis, algumas vezes discordantes, se torna um âmbito favorável para alterações comportamentais impulsionadoras de adoecimento psicológico, que podem gerar consequências graves na Saúde Mental (SM) do indivíduo”. A partir disso, é importante ressaltar que a saúde mental é fundamental para a saúde como um todo. Segundo Schmidt, Crepaldi, Bolze, Neiva-Silva e Demenech (2020, p. 02-03):
Em linhas gerais, na vigência de pandemias, a saúde física das pessoas e o combate ao agente patogênico são os focos primários de atenção de gestores e profissionais da saúde, de modo que as implicações sobre a saúde mental tendem a ser negligenciadas ou subestimadas (Ornell, Schuch, Sordi, & Kessler, 2020). Contudo, medidas adotadas para reduzir as implicações psicológicas da pandemia não podem ser desprezadas neste momento (Brooks et al., 2020; Xiao, 2020). Se isso ocorre, geram-se lacunas importantes no enfrentamento dos desdobramentos negativos associados à doença, o que não é desejável, sobretudo porque as implicações psicológicas podem ser mais duradouras e prevalentes que o próprio acometimento pela COVID-19, com ressonância em diferentes setores da sociedade (Ornell et al., 2020)
Assim, para reduzir os danos causados à saúde mental durante o isolamento social, a meditação se tornou uma prática cada vez mais utilizada e recomendada. 
Considerando o exposto, o objetivo do presente artigo é realizar uma revisão narrativa da literatura, “que é apropriada para descrever e discutir o desenvolvimento ou o "estado da arte" de um determinado assunto, sob ponto de vista teórico ou contextual” Rolther (2007), sobre a prática da meditação, durante o isolamento social, que têm se mostrado muito efetiva em melhorar a empatia, humor e reduzir os níveis de stress. 
2. REFERENCIAL TEÓRICO
O referencial teórico do presente artigo foi estruturado em 3 tópicos, a saber: definição do COVID-19, isolamento social e suas consequências a saúde mental e benefícios da meditação. 
2.1 Definição de COVID-19 
Estudar a definição de COVID-19 é o meio para se compreender o cenário pandêmico no qual se refere o presente artigo. Para iniciarmos essa parte teórica da pesquisa, apresentamos um conceito proposto pelo Ministério da Saúde (2020b) definindo o COVID-19 como: 
uma doença causada pelo coronavírus, denominado SARS-CoV-2, que apresenta um espectro clínico variando de infecções assintomáticas a quadros graves. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a maioria (cerca de 80%) dos pacientes com COVID-19 podem ser assintomáticos ou oligo sintomáticos (poucos sintomas), e aproximadamente 20% dos casos detectados requer atendimento hospitalar por apresentarem dificuldade respiratória, dos quais aproximadamente 5% podem necessitar de suporte. 
2.2 Isolamento social e suas consequências à saúde mental
Compreender os danos causados à saúde mental decorrente do isolamento causado pela pandemia do coronavírus. “Estudos sobre implicações na saúde mental em decorrência da pandemia do novo coronavírus ainda são escassos, por se tratar de fenômeno recente, mas apontam para repercussões negativas importantes.” (SCHMIDT, CREPALDI, BOLZE, NEIVA-SILVA, DEMENECH, 2020, p. 04).
Medidas de isolamento social, acabam por provocar a diminuição das interações sociais cara a cara o que se constitui como fator estressor fundamental o adoecimento psíquico. Isto ocorre pois o nosso cérebro é muito social, temos como imperativo biológico a necessidade de interação humana. Assim como a fome, que é um mecanismo biológico, quando nos sentimos sozinhos nosso corpo nos alerta a necessidade de buscar contato com outros seres humanos. 
Our brains evolved to experience threats to our social connections in much the same way they experience physical pain. By activating the same neural circuitry that causes us to feel physical pain, our experience of social pain helps ensure the survival of our children by helping to keep them close their parents. The neural link between social and physical pain also ensures that staying socially connected will be a lifelong need, like food and warmth. (LIEBERMAN, 2013, p. 4)
Portanto, fica evidente as implicações do isolamento social para a saúde mental. Segundo Schmidt, Crepaldi, Bolze, Neiva-Silva e Demenech (2020, p. 05):
Dentre os estudos populacionais já realizados até o presente momento sobre implicações na saúde mental diante da pandemia do novo coronavírus, destaca-se o de Wang et al. (2020) com a população geral na China, incluindo 1.210 participantes em 194 cidades, durante o estágio inicial da pandemia. Esse estudo revelou sintomas moderados a severos de ansiedade, depressão e estresse, em 28,8%, 16,5% e 8,1% dos respondentes, respectivamente.
2.3 Benefícios da meditação 
A prática da meditação por apenas 8 semanas demonstrou uma mudança na concentração de massa cinzenta do cérebro, região responsável pela capacidade de pensamento, memória, regulação emocional, processo de autorreferência e tomada de perspectiva. De acordo com Holzel, Carmody, Vangel, Congleton, Yerramsetti, Gard e Lazar (2011):
A large body of research has established the efficacy of these mindfulness-based interventions in reducing symptoms of a number of disorders, including anxiety (Roemer et al., 2008), depression (Teasdale et al., 2000), substance abuse (Bowen et al., 2006), eating disorders (Tapper et al., 2009), and chronic pain (Grossman et al., 2007), as well as improving well-being and quality of life (e.g., Carmody and Baer, 2008). Mindfulness meditation involves the development of awareness of present-moment experience with a compassionate, non-judgmental stance (Kabat-Zinn, 1990). […] Neuroimaging studies have begun to explore the neural mechanisms underlying mindfulness meditation practice with techniques such as EEG (Davidson et al., 2003; Slagter et al., 2007) and functional MRI (Farb et al., 2007; Lutz et al., 2008; Farb et al., 2010; Goldin and Gross, 2010). Recently, several cross-sectional anatomical MRI studies have demonstratedthat experienced meditators exhibit a different gray matter morphometry in multiple brain regions when compared to non-meditating individuals (Lazar et al., 2005; Pagnoni and Cekic, 2007; Hölzel et al., 2008; Luders et al., 2009; Vestergaard-Poulsen et al., 2009; Grant et al., 2010;). 
Por conseguinte, é notório a pratica meditativa como estratégia de enfrentamento do momento de isolamento ocasionada pela pandemia de COVID-19. Tendo em vista que no presente momento a recomendação é permanecer em casa, poucas estratégias estão ao alcance dos indivíduos e os benefícios da meditação impactam diretamente nos danos causados pelo isolamento, tanto em curto, como a longo prazo. 
Referencias 
Schuchmann, A. Z., Schnorrenberger, B. L., Chiquetti, M. E., Gaiki, R. S., Raimann, B. W., & Maeyama, M. A. Isolamento social vertical X Isolamento social horizontal: os dilemas sanitários e sociais no enfrentamento da pandemia de COVID-19. Brazilian Journal of Health Review, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.34119/bjhrv3n2-185. Acesso em: 10 de dezembro de 2020.
Pereira, M. D., Oliveira, L. C., Costa, C. F. T., Bezerra, C. M. O., Pereira, M. D., Santos, C. K. A & Dantas, E. H. M. A pandemia de COVID-19, o isolamento social, consequências na saúde mental e estratégias de enfrentamento: uma revisão integrativa. Research, Society and development, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.4548. Acesso em: 10 de dezembro de 2020.
Schimidt, B., Crepaldi, M. A., Bolze, S. D. A, Neiva-Silva, L., Demenech, L. M. Saúde mental e intervenções psicológicas diante da pandemia do novo coronavírus (COVID-19). Scielo, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1982-0275202037e200063. Acesso em: 10 de dezembro de 2020.
ROLTHER, E.T. Revisão sistemática X revisão narrativa. Scielo, 2007. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0103-21002007000200001. Acesso em: 10 de dezembro de 2020
BRASIL. Ministério da Saúde. Sobre a doença. Coronavirus, 2020a. Disponível em: https://coronavirus.saude.gov.br/sobre-a-doenca. Acesso em: 13 de dezembro de 2020
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria Nº 356, de 11 de março de 2020. Brasília, 2020b.
LIEBERMAN, M. D. In:_____. Social: Why Our Brains Are Wired to Connect. 01 ed. Nova York: Crown, 2013.
Hölzel, B. K., Carmody, J., Vangel, M., Congleton, C., Yerramsetti, S. M., Gard, T., & Lazar, S. W. Mindfulness practice leads to increases in regional brain gray matter density. Pubmed, 2011. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.pscychresns.2010.08.006. Acesso em: 10 de dezembro de 2020

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