Buscar

Disturbio de crescimento

Prévia do material em texto

Pediatria Bruna Marques Dadona 
Distúrbios do Crescimento 
1. Análise do crescimento 
Monitoramento do crescimento: 
 - Intrauterino: Ultrassonografia obstétrico 
 - Pós nascimento: utilizando curvas de crescimento 
Estatura alvo: 
 
É importante sempre analisar as curvas de crescimento 
para ver onde o paciente se enquadra. Além disso, 
deve-se lembrar de perguntar a estatura dos pais, pois 
pais altos tendem a ter filhos altos, pais baixos tendem 
a ter filhos baixos e pais de estaturas diferentes os 
filhos dependem da distribuição dos genes. 
Os gráficos de curvas de crescimento de meninos e 
meninas são diferentes. 
 
 
 
 
2. Principais hormônios e fatores do crescimento 
Hipófise que produz GH e TSH 
Tireoide que produz hormônios tireoidianos (T3 e T4) 
Fígado que produz IGF1 (somatomedina C) 
Córtex adrenal (glicocorticoide) que produz o cortisol 
Gônadas que produzem androgênio e estrogênio 
 
3. Velocidade de crescimento pela idade 
De 0 a 12 meses: cresce em média 25 cm/ano 
De 1 a 2 anos: cresce em média 12 cm/ano 
De 2 a 4 anos: cresce em média 7 cm/ano 
De 4 a 6 anos; cresce em média 6 cm/ano 
De 6 anos até a puberdade: cresce em média 5 cm/ano 
Obs: uma criança saudável ganha 50% de estatura no 
seu primeiro ano de vida 
Pediatria Bruna Marques Dadona 
 
4. Como indicar se o crescimento está adequado 
Raio X de idade óssea: raio X de mão e punho esquerdo 
 - Nesse método, a idade óssea observada é comparada 
a idade óssea esperada para a idade cronológica do 
paciente, segundo o Atlas de Greulich-Pule, verificando 
se há uma discrepância entre os dois. 
Fatores genéticos: estatura alvo e estatura familiar. 
Doenças/comorbidades: 
 - Aceleram o ritmo de crescimento: obesidade, 
puberdade precoce, hiperplasia adrenal congênita e 
hipertireoidismo. 
 - Atrasam o ritmo de crescimento: deficiência de GH, 
hipotireoidismo, atraso da puberdade, excesso de 
glicocorticoide. 
Obs: A margem de erro é de +/- 2 anos, mais que isso 
já é considerado desvio. 
 
5. Causas da baixa e da alta estatura 
Alta estatura: constitucional, puberdade precoce, 
obesidade, síndrome de marfan, gigantismo, síndrome 
de klinefelter (47, XXY) 
Baixa estatura: baixa estatura familiar, displasia óssea, 
retardo do crescimento intrauterino, síndrome de 
silver-russel, síndrome de down, sintrome de turner, 
desnutrição 
 
7. Diferença da baixa estatura familiar e o atraso de 
crescimento. 
 
 
 
 
 
8. Determinantes do bom crescimento infantil 
Nutrição adequada 
Ausência de doenças crônicas 
Sono adequado 
Prática regular de atividade física 
Preservação da saúde psicológica 
Genética familiar 
 
9. Relação obesidade X baixa estatura 
Avanço da idade óssea, com posterior adequação do 
potencial genético. 
Obesidade + baixa estatura: suspeitar de 
comorbidades (deficiência de GH, hipotireoidismo, 
síndromes genéticas) 
 
10. Relação sono X baixa estatura 
O hormônio GH é liberado entre as 22horas e as 6 horas 
da manhã, quando não há uma periodicidade de sono 
nesse horário pode gerar um déficit de crescimento, 
irritabilidade, perda de memoria e dificuldade no 
aprendizado. 
 
11. Relação atividade física X baixa estatura 
A atividade física moderada, supervisionada e própria 
para a idade com uma dieta balanceada colaboram 
para uma vida saudável e com o crescimento 
adequado. 
Não é indicado que se faça esportes com grande 
impacto e alta intensidade antes do crescimento total 
da criança pois isso pode afetar o seu crescimento. 
 
12. Exames laboratoriais e de imagem para a 
investigação de baixa estatura. 
Laboratoriais: Hemograma, VHS, glicemia de jejum, 
lipograma completo, PTN total e frações, TGO e TGP, 
cálcio e fosforo, fosfatase alcalina, ureia e creatinina, 
EAS de urina, parasitológico de fezes, T4L e TSH, IGF1 e 
IGFBP3, anticorpos antiendomisio e 
antitrasnglutaminase tecidual, cariótipo. 
Imagem: idade óssea, radiografia de esqueleto, RNM 
ou TC de crânio e sela. 
Pediatria Bruna Marques Dadona 
13. Baixa estatura idiopática 
Altura menor que 2 DP* para a idade cronológica 
Peso e altura de nascimento maior que -2 DP para a 
idade gestacional 
Proporções corporais normais 
Sem evidencias de qualquer patologia crônica 
Ausência de patologia endógena 
Sem evidencias de problemas psicossociais 
Ingesta alimentar adequada 
Velocidade de crescimento normal 
* DP: desvio padrão 
 
14. Tratamento 
Uso do hormônio do crescimento humano 
recombinante (rhGH): 
 - Altera a composição corporal: aumentando a massa 
muscular, massa óssea e volume liquido extracelular 
 - Diminui o percentual do tecido adiposo, os fatores de 
risco cardiovasculares, morbidade na DGH clássica 
 - Impacto direto: melhora a qualidade de vida dos 
pacientes. 
 
Dose pediátrica 
 - Somatropina: 0,025 – 0,035 mg/kg/dia ou 0,075 – 
0,10 UI/kg/dia, administrada por via subcutanea, à 
noite, 6-7 vezes por seman, ajustada conforme o peso 
corporal, velocidade de crescimento e npiveis de IGF1. 
 
15. Efeitos colaterais 
As crianças toleram bem os efeitos, no entanto, em 
adultos ocorre dores articulares e musculares, além de 
formigamento.

Continue navegando