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Resenha Critica Juridica PI - 12 anos de Escravidão

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RESENHA CRÍTICA JURÍDICA SOBRE O FILME “12 ANOS DE ESCRAVIDÃO”
Valéria da Silva Dionísio[footnoteRef:1] [1: Graduando(a)do 1º Semestre Período Noturno do Curso de Direito do CentroUniversitário das Américas. RA n.º229060. valeriadionisio@outlook.com.br.] 
Resumo: Esta resenha tem dois objetivos, o primeiro é apresentar pontos críticos para embasar na expressividade que o autor do filme citado quer passar ao espectador, tratando de como a escravidão deixou marcas em gerações pelos seus crimes cometidos por discriminação de cor e como o ator principal foi injustiçado por ter sua liberdade tomada, sem o poder de questioná-la. Segundo objetivo estará vinculado aos pontos jurídicos, para tratar da crueldade exposta aos escravos. 
 
Palavras-chave: Expressividade. Jurídicos. Crimes. Crueldade. Escravos.
Introdução
O relato de uma história real, com impacto forte e abridor de mares, para aqueles que se mantém com olhos fechados. Nele é contado a luta de um homem que por mais de uma década ficou sem o direito de sua liberdade, lutando e sobrevivendo dia após dia. 
O que Solomon Northup passou, foi preciso trazer para a cinegrafia, mesmo que nela, não seja possível transmitir tamanho sofrimento.
1. Desenvolvimento da resenha
“12 Anos de Escravidão” ou originalmente “ 12 Years of Slave”, filme baseado em fatos reais de um homem negro por nome de Solomon Northup, nascido livre ao Norte dos Estados Unidos que sofreu um misero golpe, no qual, o levou a doze anos de escravidão lutando pela sobrevivência e liberdade arduamente. 
O relato passa-se no ano de 1841, anos antes da abolição oficial da escravatura, contendo uma sucessão de cenas duras, assim como a história por si só. 
Na dramaturgia ao invés de serem usadas cenas de efeito, são destacadas cenas tensas e cruas, que levam os telespectadores sentirem a emoção e o sofrimento do ator. Um conjunto de sons de respiração e dor desenvolvido deixa a sensação de que a crueldade não mediu limites para tais atos infames.
A identificação com o personagem que nasce livre e tem a sua liberdade perdida, dependendo estritamente da sua carta de alforria, demonstra aflição e sentimentos de impotência, já que, nos dias atuais todas as pessoas são livres e com seus direitos a partir do nascimento.
É extranatural como o mundo acontece normalmente em torno daqueles escravos que sofrem diariamente, motivados por violências causadas por seus donos de escravos, sem terem o direito de questionar a situação que se vive. 
Para amenizar o impacto das cenas mais fortes, e dar um leve respirada em quem assiste, é retratado o personagem por nome de Ford (Benedict Cumberbatch) como um senhor de escravos afável e menos coercivo. O mesmo demonstra comiseração com seus escravos, o que leva a pensar que naquela situação pudesse haver pessoas que aceitassem que o mundo deveria ser igualitário, porém, se torna contraditório quando é posto que ele não deixa de manter seus escravos e tratá-los como mercadoria.
Outro personagem que se torna crucial no decorrer, Edwin Epps (Michael Fassbender) um também senhor de escravos que se vangloriava por ser branco. Falta de humanidade por partes deles parecia ser uma regra a ser seguida, a intenção do diretor Steve Mcqueen com esse personagem transmitia a sensação de criar um arquétipo de falta de humanidade, que seria a materialização de tudo de mais perverso que o filme aborda. 
Fica nítida a vontade de mostrar que a cor de pele interfere na diferença de autoridade, em termos de preconceito, esta é uma obra sobre algo que quase 200 anos depois, segue lamentavelmente atual. Para manifestar essa idéia é usada a religião, onde os cristãos usam-na para excluir um grupo social (os negros) e justificar as relações sociais nefastas e desumanas. Os escravos participam de reuniões ao ar livre com a família dos senhores e aprendem que, a vontade do ser divino é que eles se submetam a inferioridade e aceitem que isso é o ciclo da vida e nasceram exatamente para esse fim. 
A crueldade e violência são marcas que carregaram memórias durante gerações, foram variadas as formas de impor medo, dentre esses atos estão: tortura, chicotadas, enforcamento, castigos e lesões corporais.
Julgadas as atrocidades da época em nossa Legislação seria crime conforme a Lei N° 9.455, de 7 de Abril de 1997:
 “Art. 1º Constitui crime de tortura: 
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: 
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; 
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; 
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;” (Brasil,1997).
Levando em consideração o relato de filmes de escravidão como esse citado também, os senhores de escravos, ameaçava ou torturava em troca de confissões, muitas das vezes por motivos pequenos, como alimentação ou localização de outros subordinados. Assim como exemplifica o item a: o delito de tortura se consuma com o constrangimento causador de sofrimento á vitima, seja ele físico ou mental. 
Em razão da tortura-preconceito ou tortura-discriminatória conforme item c, por décadas os negros eram submetidos a esse tipo de tortura por sua cor de pele, onde era possível observar a crueldade humana do homem branco contra o próximo.
Ainda na lei: “II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. Pena - reclusão, de dois a oito anos”.
Uma cena que mostra essa situação, quando Solomon é obrigado a dar chicotadas na escrava Patsey, porque o senhor Epps queria castiga – lá pois o mesmo pensava que ela teria tentado fugir. 
No §3° do Art. 1° que constitui crime de tortura: Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos. Patsey sofreu grave sofrimento físico no corpo, com feridas abertas causadas pelo chicote. 
No decorrer da trama, um dos escravos que esta trabalhando com os demais na colheita de algodão, por excesso de trabalho acompanhado por castigos e alimentação desregulada, têm o corpo sobrecarregado causando a morte. Essa cena é dura, pois mostra como foi à vida dessas pessoas, tendo como visão, trabalhar para sempre a mercê de donos e morrer por maus tratos.
Na legislação, são inúmeros os acontecimentos daquela época que ocasionaria em crimes. No caso da escrava Patsey uma das maiores torturas feita pelo seu senhor, foi estuprá-la, para a mulher, ter seu corpo violentado sem poder de escolha, se torna uma tortura e não deixa de ser crime de acordo com o Código Penal Brasileiro em seu Art. 213. Lei N° 12.015, de 7 de agosto de 2009: “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos”. 
Esse ato era constantemente feito sem permissão ou escolha, o senhor de escravos decidia quando e onde queria violentá-la, e isso é visualizado de forma crua nas cenas, mostrando o horror e temor que a mulher sentia. O desespero por parte da personagem era tanto, que a mesma pediu que Solomon tirasse o sofrimento pois não tinha coragem de fazer sozinha. É impactante testemunhar a frustração de não querer viver e mesmo assim ter que viver. A situação apresentada era natural na época, as maiorias das escravas mulheres trabalhavam e ficavam disponíveis para violação do seu corpo por vontade de seus senhores, caso contrário, sofreriam conseqüências, ou seja, tortura física. 
Que a legislação conforme o tempo evoluiu, já é de ciência de toda população, o que antes não era crime, hoje foram criadas regras para que cidadãos não passem pelo que milhões passaram, seja pela cor de pele ou qualquer outro tipo de discriminação. Pelo relato, os senhores de escravos, tinham eles como mão de obrasem nenhum retorno de pagamento pelo trabalho, era uma exploração sem fim. Nesse contexto, os escravos como empregados e os senhores como empregadores, o pagamento de salário conforme a CLT, é uma regulamentação trabalhista, que todo empresário com funcionários, tem a obrigação de seguir, ou seja, isso não era realizado naquela situação.
A quantidade de atrocidades acontecidas na escravidão, por lei, nos tempos atuais, seria de todas as formas consideradas legalmente crimes.
O que é assusta ainda a população com filmes desse gênero, é a transparência que ele passa, deixando o sentimento que não importa quantos anos se passe, a marca nunca irá cicatrizar.
Dando ênfase no ator principal, por muitas vezes foi ressaltado o fato de Solomon ser um “negro excepcional” e realmente ele fazia jus. Em uma sociedade onde o negro era oprimido e tratado como indigente, ser letrado, culto e especialmente inteligente se destacava dos demais. 
Esse tipo de discriminação ainda é visível nos tempos atuais e mesmo com a legislação, se torna insuficiente para controlar a todos. 
As leis estão para serem seguidas, para não acontecer tanta tortura, crimes hediondos, estupros e vários outros, mas, isso é deploravelmente ignorado por muitos. 
Mesmo com Solomon em seu direito, não foi capaz de levar a justiça para si e para os outros, porque mesmo livre, sua cor de pele era um peso para os demais e isso faz pensar que, a luta ainda não acabou.
Conclusão
É possível que chegaremos a uma época igualitária? Tem um grande abismo dentro dessa simples pergunta. A vida individual e social sempre dependera da moral e ética, do que é certo e do que é errado e quando isso não tiver significado, as leis servirão para seguir um rumo. Se fosse tão simples, não teríamos problemas com discriminações, isso está infelizmente enraizado, historias, livros e filmes demonstram e nos faz perguntar, como foi permitida tamanha barbaridade com o próximo. 
 
Referências bibliográficas 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12015.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9455.htm
http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/bibliotecavirtual/instrumentos/degrdant.htm
Vade Mcum 2019 – 27° edição - Saraiva

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