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HABILIDADES E TÉCNICAS DE DEPILAÇÃO E EPILAÇÃO Letícia Priscila Fogliatto Biossegurança aplicada à depilação Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar os riscos associados às técnicas de depilação e epilação. Aplicar os processos de controle e riscos. Definir os processos de gerenciamento de resíduos. Introdução Atualmente, a área da estética é uma das que mais cresce no mundo. Com isso, prestadores de serviços estéticos devem enquadrar-se nas exigências da Vigilância Sanitária. Os profissionais da área devem estar cientes da existência dos riscos físicos, químicos e biológicos que as ativi- dades podem acarretar na sua saúde e na de clientes. É importante que os prestadores de serviços trabalhem de forma transparente, seguindo todas as medidas preventivas básicas de biossegurança. Neste capítulo, você vai identificar os riscos associados às técnicas de trabalho, os processos de controle e as dinâmicas corretas de descarte de resíduos dentro de um estabelecimento de estética. Além disso, co- nhecerá as normas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Processos de biossegurança na profissão de estética Assim como todas os profi ssionais da área da saúde, aqueles que trabalham na área estética devem presar pela prezar pela segurança de clientes e demais trabalhadores. Nesse sentido, ações preventivas de biossegurança têm ocorrido em estabelecimentos como salões de beleza e clínicas de estética. A profissão da estética ainda é relativamente nova. A partir da sanção da Lei nº 12.592/12 (BRASIL, 2012), foram reconhecidos os profissionais da área, sendo eles os cabelereiros, barbeiros, maquiadores, esteticistas, depiladores, manicures e pedicures. É importante destacar que essa lei menciona que os profissionais da área da beleza devem seguir todas as normas estabelecidas pela Anvisa. Ademais, devem utilizar materiais esterilizados em atendimentos em cabines. Ainda que a área da beleza esteja em crescimento, é possível afirmar que existem profissionais atuando sem muitos conhecimento. Isso acontece pela falta de qualificação desses indivíduos, o que envolve riscos. É imprescindível possuir capacidades técnicas para atuar na área. Por meio de um conhecimento da anatomia da pele, o profissional deve saber identificar qualquer alteração antes de realizar algum procedimento. Muitos são os microrganismos que podem ser transmitidos e disseminados por serviços de beleza por vias de transmissão como a pele e mucosas. O profissional que pretende iniciar uma carreira empresarial dentro do ramo da estética precisa, primeiramente, fazer uma visita junto à prefeitura ou Sebrae de sua cidade. Lá, deve obter um CNPJ para que depois se iniciem os processos de vistorias de bombeiros para obtenção de um licenciamento de funcionamento e de um alvará sanitário da Vigilância Sanitária. Nessas vistorias, será observado se o profissional possui capacitação para exercer sua função. Outro aspecto importante são as medidas de biossegurança, como a disposição física do local, uma boa iluminação e ventilação. Essas são algumas das exigências da Vigilância para qualquer empreendimento. A exigência de uso de equipamentos de proteção individualal (EPIs) e equi- pamentos de proteção coletiva (EPCs) podem variar de acordo com a cidade e estado. Biossegurança aplicada à depilação2 Os EPIs são equipamentos que os profissionais devem utilizar durante um atendimento para evitar a contaminação por microrganismos. São eles: luvas descartáveis; toucas descartáveis; máscaras descartáveis; jaleco de tecido resistente; óculos de proteção. Mesmo que o profissional faça uso de luvas, é indispensável que lave as mãos antes e depois de qualquer procedimento. Os EPCs são equipamentos de uso coletivo. Profissionais e clientes devem estar em locais de tamanho adequado, com paredes claras e pisos laváveis, iluminação e ventilação. Deve haver extintores e placas de sinalização, lixeiras com pedal e, caso sejam necessárias, caixas para itens perfurocortantes. Deve haver, também, uma pia para lavagem dos materiais e das mãos. Fonte: Moreno (2015). Conforme Tonetta e Agostini (2017, p. 2-3), A Anvisa (2014) determina como normas de biossegurança para qualquer serviço de salão de beleza, cabelereiro, barbeiro e afins: ser independente de residência, possuir local próprio para a lavagem de materiais, estar sempre limpo e arejado, limpar a cada cliente pentes, escovas, bobies, etc., utilizar toalhas limpas a cada cliente, utilizar somente produtos com registro na Anvisa, manter cadeiras e col- chões de maca revestidos com material impermeável, possuir licença sanitária, não utilizar produtos contendo formol e manter rotina de esterilização de materiais. Diferentes técnicas de depilação e epilação e suas características Na área da beleza, existem profi ssionais que fazem diferentes tipos de ati- vidades, seja dentro de um salão de beleza, clínicas de estética, spas ou em atendimentos domiciliares. Dentre esses profi ssionais, destacam-se os de- piladores: sua função é retirar os pelos indesejáveis dos clientes, sendo eles homens ou mulheres. 3Biossegurança aplicada à depilação A depilação é uma prática antiga. Segundo pesquisas, no antigo Egito as mulheres eram adeptas da depilação. Nesse contexto, com a mistura de alguns ingredientes, fazia-se a remoção dos pelos. Diz-se que as egípcias teriam sido as primeiras a utilizar o extrato de sân- dalo, a argila e o mel de abelha. Esses ingredientes dariam origem à depilação com ceras que conhecemos hoje. Segundo crônicas dos anos 2000 a.C., cidadãs da Grécia antiga também não suportavam pelos. Elas inventaram o primeiro instrumento de depilação de que se tem notícia: o estrigil, uma varinha de 16 a 30 cm de comprimento, com a ponta curva (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL, 2010). As práticas da depilação e da epilação possuem a mesma finalidade: eli- minar os pelos do corpo. A única diferença entre elas é que a depilação faz a retirada superficial do pelo (lâminas e cremes depilatórios) e a epilação faz a remoção total (ceras, pinças, luz pulsada ou laser), tendo o efeito mais duradouro (RIBEIRO, 2010). Independentemente da prática que for utilizada para remoção dos pelos, sempre haverá riscos. Em um processo remoção com cera quente, o pelo pode vir a encravar e até mesmo causar uma foliculite. Geralmente, a cera quente é aquecida em panelas elétricas ou micro-ondas. Em qualquer um desses processos, deve-se ter um cuidado em relação à temperatura, para que não haja queimaduras no cliente. A temperatura da cera deve perma- necer em torno de 40°C. O processo para remoção pode ser feito por meio de uma faixa ou apenas com um palito de madeira ou pau de laranjeira. A cera deve ser aplicada na região a ser depilada, no sentido em que o pelo cresce, sendo retirada em sentido contrário. Quando se trabalha com cera quente, deve-se ter alguns cuidados básicos quanto à higiene. Como o aque- cimento é realizado por panela elétrica, o ideal é utilizar um revestimento de plástico próprio para aquecimento, separando a quantidade adequada de cera para aquele cliente. Com isso, evita-se a contaminação por bacté- rias. As espátulas utilizadas devem ser descartáveis. A cera quente não é indicada para pessoas com peles muitos sensíveis, pois o calor pode vir a causar queimaduras e dilatar os vasos sanguíneos. Além disso, pode causar inflamações locais e deixar cicatrizes. Deve haver muita cautela quando se trabalha com cera quente (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL, 2010). O processo de epilação com cera fria é um método mais fácil de realizar, pois são vendidas ceras prontas em bandas à base de sacarose. Deve-se ter cuidado na hora da aplicação para não arrebentar o pelo. A cera fria deve ser utilizada sobre regiões com pele resistente, como pernas e braços.Biossegurança aplicada à depilação4 Para outras regiões, o método não é indicado (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL, 2010). O aparelho roll-on é outra técnica utilizada para o aquecimento da cera. Geralmente, essa técnica é utilizada nas regiões das pernas, costas, peito e glúteos. A temperatura do aparelho roll-on pode variar entre 36°C e 38°C. O aparelho mantém-se nessa temperatura, evitando o risco de queimaduras. Esse processo pode oferecer vantagens, pois a cera é espalhada em uma área grande de maneira rápida, em camadas finas e uniformes. Mesmo que o roll-on tenha suas vantagens, deve-se ter cuidados: o roll-on jamais deve ser utilizado diretamente sobre a pele, pois pode ocorrer a contaminação do refil. Esse refil, após utilizado em um cliente, deve ser imediatamente descartado. Jamais deve ser utilizado em outra pessoa, pois houve contato direto com a pele. Para a utilização de lâmina, é ideal que a pele seja umedecida com água e algum produto espumante, para não haver irritações ou infecções nas regiões depiladas. Esse método utilizado sobretudo em homens para a remoção dos pelos da barba. Entretanto, muitas mulheres ainda fazem o utilizam, já que se trata de um método econômico. Em mulheres, a lâmina é empregada nas regiões das axilas, virilhas e pernas. O processo com luz intensa pulsada consiste na liberação de cores pela luz, provocando o aquecimento da raiz do pelo e a coagulação das proteínas do bulbo. Isso causa uma atrofia, fazendo com que haja a destruição total do pelo. Essa técnica possui um feixe de luz não contínuo. Sendo assim, ele age no pigmento do pelo, com durabilidade de 6 a 8 meses. A epilação com laser é o método mais eficaz para a remoção dos pelos. Trata-se de uma técnica que emite um feixe de luz intenso e contínuo por meio de disparos, agindo diretamente sobre a raiz do pelo (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZA- GEM COMERCIAL, 2010). Riscos associados a práticas de depilação e epilação A cada novo cliente, o profi ssional deve deixar preparada a sala de atendimento, com todos os instrumentos de trabalho próximos, limpos e próprios para uso imediato. Sobre a maca, deve haver um lençol descartável. O cesto de lixo deve possuir pedal para acionamento de abertura e um saco plástico de cor branca leitosa identifi cado com o símbolo e frase de risco biológico. Deve ser utilizado para o descarte dos resíduos de cera e materiais descartáveis 5Biossegurança aplicada à depilação utilizados naquele procedimento. Jamais deve haver reaproveitamento de cera depilatória, pois a reutilização traz riscos de contaminação por fungos e bactérias. Do mesmo modo, as espátulas de madeira e os lençóis devem ser descartáveis. A cada novo cliente, todos os procedimentos de higiene e assepsia devem ser repetidos (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL, 2010). Um cuidado importante no processo de epilação com cera: a pele precisa estar totalmente limpa, sem oleosidade, cremes ou desodorantes. No entanto, o profissional deve ter em sua cabine um produto pré-depilatório para fazer a higienização da área, podendo ser um gel, loção ou sabonete líquido. Após a epilação, usa-se um produto para remoção de resíduos de cera na pele, além de uma loção adstringente para fechar os poros. Evita-se, assim, possíveis infec- ções. O cliente deve ser informado que, após a epilação nas axilas, não deve fazer o uso de desodorante por 24 horas. O desodorante pode causar irritação em função do álcool na composição. Em outras regiões, deve-se orientar o cliente a fazer uso de hidratantes para reduzir os riscos de irritação e ajudar a prevenir dermatites de contato. Além desses cuidados, alguns profissionais utilizam talco para proteger a pele, pois ele ameniza o calor da cera. Entretanto, esse talco deve ser antisséptico para evitar alergias (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL, 2010). A lâmina é um método muito conhecido e prático. Ao contrário do que muitos pensam, a lâmina não engrossa o fio: como é cortada a haste do pelo, ao crescer a sensação é de os fios estarem grossos. Existem lâminas de dife- rentes tipos, com formatos e cores femininas e masculinas. É recomendado que, após o uso, a lâmina deva ser descartada, não podendo ser reaproveitada, mesmo que seja de uso próprio. A depilação com cremes depilatórios geralmente é um procedimento do- méstico. Basta aplicar o creme sobre a região, aguardar um período e fazer a retirada. Essa técnica é mais utilizada por aquelas pessoas que são sensíveis à dor. Por ser um processo com substancias químicas, consiste em destruir o pelo. Uma das vantagens é que não há dor e o crescimento do pelo é mais lento. Porém, esses cremes depilatórios possuem substâncias químicas em sua formulação que não devem ser aplicadas sobre a face ou sobre peles com problemas dermatológicos. O recomendado é fazer um teste de sensibilidade, pois essas substancias podem alterar o pH da pele, causando irritação ou alergia (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL, 2010). A epilação com fio, também chamada de epilação egípcia, é um procedi- mento que não tem contra indicações. Por tratar-se de um método delicado, Biossegurança aplicada à depilação6 geralmente esse processo é realizado na região da face. É qual para a retirada de pelos curtos. A linha deve ser 100% algodão para evitar possíveis lesões. De preferência, deve ter cor branca para que o profissional possa identificar os pelos a serem retirados. Podemos dizer que esse método é o mais indicado, pois não provoca alergias: não utiliza nenhum produto químico, não provoca o aparecimento de manchas, bolhas, cortes ou queimaduras. Além disso, trata-se de uma técnica higiênica (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL, 2010). O método com a luz intensa pulsada envolve alguns cuidados importantes. Sua eficácia depende dos fototipos: uma pele bronzeada não apresenta bons resultados, podendo haver hipopigmentação (manchas claras) ou hipercromias (manchas escuras). Outras complicações podem surgir, como a dor. Eritema e edema podem regredir após algumas horas. Também há risco de bolhas, crostas e erosões. Essa técnica é uma boa opção para quem sofre de foliculite, pois age diretamente sobre a raiz do pelo. A Figura 1 ilustra a proteção que os EPIs oferecem ao cliente e ao pro- fissional. O Quadro 1 traz os cuidados e as contraindicações para uso da luz intensa pulsada. Figura 1. No procedimento de depilação a laser, profissional e cliente devem estar devidamente protegidos com EPIs. Fonte: Pinheiro (2018). 7Biossegurança aplicada à depilação Fonte: Adaptado de Borges (2012). Cuidados Contraindicações Utilizar protetor solar e evitar ao máximo expor-se ao sol durante o tratamento. Não se expor ao sol por pelo menos quatro semanas antes do tratamento. Em caso de eventuais bolhas ou queimaduras, utilizar pomada à base de hidrocortisona. Sinais de infecção e inflamação de pele, doenças inflamatórias na pele. Hidratação diária sobre a pele. Gestantes e lactantes. Evitar deixar cair água muito quente sobre o local no mesmo dia da aplicação. Pacientes com diabetes descontrolada e com distúrbios hormonais. Não utilizar maquiagem para evitar a formação de crostas ou descamação. Pigmentação irregular e que não seja por lúpus eritematoso sistêmico. Quadro 1. Cuidados e contraindicações no procedimento com luz intensa pulsada Para uma epilação eficaz e sem danos, o profissional deve realizar uma anamnese (avaliação) criteriosa do cliente. A seguir, devem ser avaliadas cor, espessura do pelo e fototipo para que se possa estabelecer qual a me- lhor potência e tempo de cada disparo sobre a região. Tanto o profissional quanto o cliente devem estar utilizando EPIs, como óculos de proteção (BORGES, 2010). No aparelho de depilação a laser, as ponteiras de resfriamento que entram em contato com a pele do cliente são descartáveis. Portanto, a cada cliente, devem ser trocadas. Devem ser manuseadascom a utilização de luvas para não haver a criação de impressões digitais ou resíduos que podem contaminar o dispositivo plástico. Durante o procedimento, deve-se estar atento ao dispositivo plástico a cada cinco a dez disparos, pois pode haver presença de resíduos ou danos. É indicada a limpeza com gaze umedecida em álcool 70%. Caso a ponteira não possa ser limpa com álcool 70%, a mesma deve ser trocada por uma nova (LUMENIS, 2009). O laser pode acarretar algumas complicações caso não se realize uma anamnese detalhada do cliente ou por um mal manuseio do aparelho. Portanto, o profissional que trabalha com esse procedimento deve ter um conhecimento de pele, entender a fisiologia e anatomia do pelo, bem como saber identificar Biossegurança aplicada à depilação8 as contraindicações. Outro item importante, nessa área, é a manutenção dos aparelhos, para que haja um resultado satisfatório. Algumas complicações e intercorrências podem acontecer durante o pro- cedimento, como a formação de crosta. Essa é uma das complicações mais comuns, mas geralmente as crostas desaparecem em duas semanas. Coceira durante o procedimento, bolhas, sensação de calor, púrpura, hiperemia e edema entre também podem ocorrer. Quando feita utilizando-se o procedimento a laser, a epilação diminui muito a densidade pilosa, mas não acaba com os pelos. Conforme a região do corpo, a cor da pele e do pelo, é possível atingir 90% de remoção pilosa com a média de cinco sessões. O resultado a longo prazo é favorecido com a característica dos pacientes (conforme cor de pele e pelo) e pela escolha certa do fluxo de energia — ou seja, a potência maior que 20 J/cm2 (BORGES, 2012). Todo e qualquer aparelho estético deve ter um registro da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para que possam estar a venda no mercado, com isso certifica-se que os mesmos estão em conformidade a normas que se aplicam, além de ter certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) (SILVA, 2014). Descarte correto de resíduos em processos de depilação Após um atendimento de depilação, é necessário fazer o descarte dos re- síduos de ceras e materiais utilizados no processo. Para que isso seja feito de forma correta, o profi ssional precisa estar atento às normas da Anvisa e saber que tipos de resíduos produziu. Todo e qualquer descarte produzido por profi ssionais é de responsabilidade total do estabelecimento. Ainda que não haja uma regulamentação específi ca para a área da beleza sobre o gerenciamento de resíduos, houve uma adaptação, seguindo o regulamento da área da saúde. “O controle dos resíduos e do descarte final de produtos e insumos é res- ponsabilidade direta do estabelecimento. Cabe a ele providenciar o treina- mento dos participantes, planejar e distribuir as tarefas comuns de coleta de resíduos, controlar a limpeza e a desinfecção de equipamentos e ambientes” (HIRATA; MANCINI FILHO, 2002 apud WARMELING; MOREIRA, 2008, p. 4). A destinação correta dos resíduos é uma das ferramentas primordiais para externar uma boa imagem do estabelecimento perante seu público e à comunidade (WARMELING; MOREIRA, 2008, p. 4). 9Biossegurança aplicada à depilação Podemos classificar o gerenciamento de resíduos em grupos biológicos, químicos, comuns, descartáveis e perfurocortantes. Grupo A — Resíduos biológicos: podem causar riscos de infecção, como os que têm fungos, bactérias e vírus. Grupo B — Resíduos químicos: derivados de substâncias químicas, podendo ser inflamáveis, corrosivos, reativos e tóxicos. Grupo C — Resíduos radioativos: materiais que contêm radionuclídeos. Encontram-se em laboratórios, serviços de medicina nuclear, radioterapia e lâmpadas utilizadas em camas de bronzeamento artificial. Grupo D — Resíduos comuns: não apresentam riscos químicos e biológicos. São de uso doméstico que incluem os resíduos orgânicos e recicláveis. Grupo E — Resíduos perfurocortantes: têm pontas capazes de cortar ou perfurar. O descarte desses resíduos gerados em estabelecimentos de beleza faz parte da biossegurança. A Anvisa determina que o manejo de resíduos são ações que devem seguir etapas de segregação, acondicionamento, identificação, transporte interno, armazenamento (o recolhimento deve ser feito por uma pessoa treinada para tal função, os resíduos devem ser devidamente acondi- cionados em sacos específicos amarrados e devem ser levados até uma sala de armazenamento temporário, aguardando o transporte externo) coleta e transporte externo (é realizado semanalmente por profissionais de empresas ternadas e veículos identificados para tal atividade). Todo e qualquer resíduo deve estar em sacos de acondicionamento devidamente identificados, em recipientes para coleta interna e externa de fácil visualização. Lembrando que toda e qualquer lixeira deve possuir pedal para que não haja contato manual (GARCIA; MOSER, 2006). Podemos observar que as formas de depilação e epilação são muitas, e cada uma possui suas características individuais, vantagens e desvantagens. Portanto, cabe ao profissional analisar o cliente para indicar o melhor método. Devem estar claros os processos a ser realizados, desde a anamnese até o pós-procedimento. Em um processo com cera, laser ou luz intensa pulsada, o profissional deve seguir todas normas exigidas pela Anvisa, como o descarte correto de materiais descartáveis. Não se deve reutilizar cera, no intuito de evitar contaminação bacteriana. Biossegurança aplicada à depilação10 Independentemente de onde o profissional atua, a Anvisa determina que deve haver um local próprio para a lavagem de materiais, que deve estar sempre limpo e arejado. A cada atendimento, todos os materiais utilizados devem ser descartados; além disso, toalhas limpas devem ser utilizadas a cada novo cliente. Somente pro- dutos com registro na Anvisa podem ser utilizados. Manter cadeiras e colchões de maca revestidos com material impermeável e apresentar licença sanitária também são requisitos, além de não utilizar produtos contendo formol. Manter rotina de esterilização dos materiais em procedimentos invasivos é, também, uma necessidade (TONETTA; AGOSTINI, 2017). 1. No Brasil, existe uma fiscalização em estabelecimentos da área da beleza. Desse modo, todos os profissionais precisam estar atentos às normas da Anvisa. Marque a resposta que contenha duas dessas normas esta- belecidas. a) Jaleco resistente e conhecimento da anatomia da pele. b) Local próprio para lavagem de materiais e utilização produtos com registro na Anvisa. c) Licença Sanitária e utilização de produtos artesanais. d) Não utilizar produtos com formol e trocar as tolhas ao final do expediente.. e) Local limpo e arejado e lixeiras com tampa. 2. Dentre as profissões da beleza que mais crescem no mercado, desta- camos a depilação. São muitos os métodos utilizados por depiladores. Há, porém, uma diferença entre depi- lação e epilação. Marque a principal diferença entre essas duas técnicas. a) Epilação faz a remoção total do pelo utilizando cremes depila- tórios. b) Depilação faz a remoção superfi- cial utilizando pinça. c) Depilação faz a remoção parcial utilizando a luz pulsada. d) Epilação faz a remoção total do pelo com cera quente. e) Depilação faz a remoção total utilizando lâmina. 3. Um profissional faz um processo de epilação com cera em um cliente. Sabendo das normas da Anvisa sobre o descarte dos resíduos de cera, marque a opção correta. a) As espátulas de madeira podem ser reutilizadas, pois não há riscos de contaminação. b) A reutilização de cera traz riscos de contaminação por fungos e bactérias. c) Os procedimentos de higiene e assepsia devem ser feitos pelo menos uma vez ao dia. 11Biossegurança aplicada à depilação d) O cesto de lixo deve possuir pedal para acionamento de aber- tura e um saco plástico preto. e) Os lençóis não precisam ser trocados a cada cliente se não houve resíduos. 4. A epilaçãocom luz intensa pulsada ou laser emite feixes de luz, pro- vocando um aquecimento da raiz do pelo, atrofiando-o e fazendo com que haja sua destruição total. O profissional deve estar atento a cada tipo de epilação e cada cliente. Assim sendo, identifique as possíveis complicações entre as duas técnicas. a) Laser pode provocar uma hipo- pigmentação; luz intensa pulsada pode provocar dor. b) A luz intensa pulsada pode provocar coceira após o proce- dimento; laser provoca edema durante o procedimento. c) Laser pode vir acompanhado de dor; luz intensa pulsada pode provocar coceira durante o procedimento. d) A fotodepilação pode causar hi- percromias; laser pode provocar a formação de crostas durante o procedimento. e) Laser pode vir acompanhado de coceira durante o procedimento; luz intensa pulsada pode pro- vocar a formação de púrpura. 5. O gerenciamento e o descarte de resíduos produzidos por um estabe- lecimento é de sua inteira responsa- bilidade. Uma das ferramentas para manter a boa imagem do estabeleci- mento perante a comunidade é seu bom gerenciamento. Sabendo disso e considerando a classificação de gerenciamento de resíduos, marque a alternativa correta. a) Resíduos biológicos podem causar riscos de infecção, pela presença de fungos, bactérias e vírus. b) Resíduos químicos são aqueles de uso doméstico, o que inclui resíduos orgânicos e recicláveis. c) Resíduos comuns podem ser inflamáveis, corrosivos, reativos ou tóxicos. d) Resíduos perfurocortantes são materiais que contêm radionu- clídeos. e) Resíduos radioativos são objetos que possuem pontas capazes de cortar ou perfurar. BORGES, F. dos S. Dermato-funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Phorte, 2010. BRASIL. Lei nº 12.592, de 18 de janeiro de 2012. Dispõe sobre o exercício das ativida- des profissionais de Cabeleireiro, Barbeiro, Esteticista, Manicure, Pedicure, Depilador e Maquiador. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 20 jan. 2012. 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Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Tecnologia em Cosmeto- logia e Estética)- Universidade do Vale de Itajaí, Balneário Camboriú, 2009. Disponível em: <http://siaibib01.univali.br/pdf/Anelise%20Cruz%20dos%20Santos%20e%20Jo- sistela%20Bessani.pdf>. Acesso em: 08 ago. 2018. 13Biossegurança aplicada à depilação http://ecolog.eco.br/servicos/ http://siaibib01.univali.br/pdf/danielle%20garcia-denise%20moser.pdf http://www.rightech.com.br/documentacao//lightsheerduet/LightSheerDuet_Trei- https://www.mundoestetica.com.br/dicas/a-biosseguranca-em- http://www.uniedu.sed.sc.gov/ https://editora.unoesc.edu.br/index.php/apeuv/article/ http://siaibib01.univali.br/pdf/ http://fen.ufg.br/revista/v14/n3/pdf/v14n3a28.pdf http://siaibib01.univali.br/pdf/Anelise%20Cruz%20dos%20Santos%20e%20Jo- Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo:
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