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Resumo Apostila Enfermagem Cirúrgica | Hayra Adrielly P á g i n a 1 | 9 Introdução Cirurgia, também chamada "procedimento cirúrgico" é qualquer tipo de procedimento no qual o cirurgião realiza uma intervenção manual ou instrumental no corpo do paciente para diagnosticar, tratar ou curar doenças ou traumatismo, ou para melhorar a funcionalidade ou aparência de parte do corpo. Tempos A cirurgia é divido em tempos: 04 Diérese: Divisão dos tecidos que possibilita o acesso à região a ser operada; • A dois tipos de Diérese: Incisão é o ato de separar os tecidos com corte e Divulsão ato de separar os tecidos sem corte. Exérese: Remoção ou extirpação cirúrgica de órgãos ou de estruturas anatômicas; Hemostasia: Parada do sangramento. O sangue derramado pode ser limpo com aspiração ou com gazes; Síntese: Fechamento dos tecidos cortados. O cirurgião geral realiza a maior parte das cirurgias e assume o comando do paciente politraumatizado grave, indicando se é onde cada especialista precisa atuar. A cirurgia do trauma (entendendo-se aqui trauma como toda lesão corporal causada por queda, capotagem, colisão ou ferimentos por armas brancas ou de fogo) é uma das áreas de atuação do cirurgião geral. Assistência de enfermagem pré-operatório Pré-operatório • Período que decorre desde a indicação da cirurgia até o momento do ato operatório. Onde é anestesiado ou pré-anestesiado, onde são realizados todos os cuidados necessários para que a cirurgia possa ocorrer sem complicações. Mediato • Período em que o paciente se encontra internado, das 24hs antes da cirurgia (cirurgias programadas). Imediato • Período que se inicia 24H antes da cirurgia e termina no momento do ato cirúrgico. Intraoperatório • durante a realização da cirurgia. Resumo Apostila Enfermagem Cirúrgica | Hayra Adrielly P á g i n a 2 | 9 Pós-operatório Tardio • Após os 7 dias e o reconhecimento da alta. O pós-operatório tardio é o tempo de cicatrização e prevenção das complicações, este período pode durar semanas ou meses após a cirurgia. Preparo pré-operatório: mediato e imediato. a) Preparo psicológico – O desconhecimento ou incerteza quanto aos resultados do tratamento a que será submetido, também é fonte de insegurança, desassossego e medo para o paciente. Para aliviar essa tensão, a enfermagem deverá conversar com o paciente e esclarecer-lhe as dúvidas e temores. b) Preparo espiritual – Algumas vezes o paciente pode receber a visita do seu líder religioso para reaviar-lhe o sentimento de confiança e fé. c) Preparo físico – Consiste em preparar o corpo e o organismo do paciente para o ato cirúrgico, através de procedimentos de enfermagem e administração de medicamentos prescritos. ❖ Atuação da enfermagem no pré-operatório mediato: 1. Realizar o processo de enfermagem. 2. Avaliar o estado nutricional, hídrico, estado respiratório, cardiovascular, funções hepáticas e renal, endócrinas, função imune, uso prévio de medicações, fatores psicossociais, crenças espirituais e culturais. 3. Apoio emocional. 4. Controle dos sinais vitais. 5. Observar anormalidades: febre, dispneia, hipertensão, hipotensão e etc. 6. Preparação e auxilio para exames radiológicos e/ou laboratoriais. 7. Controle de peso e eliminação urinaria. 8. Orientação sobre higiene. 9. Orientação sobre a alimentação. 10. Orientação sobre exercícios respiratórios. ❖ Atuação da enfermagem no pré-operatório Imediato: 1. Preparo da pele. 2. Preparo intestinal. 3. Cuidados com a higiene corporal. 4. Orientações sobre o jejum. 5. Medicações pré-anestésicas. ❖ Assistência da enfermagem momentos antes da cirurgia: 1. Higiene corporal. 2. Tricotomia. Resumo Apostila Enfermagem Cirúrgica | Hayra Adrielly P á g i n a 3 | 9 3. Cortar as unhas e retirar esmaltes. 4. Vestir roupas limpas. 5. Retirada de prótese dentaria. 6. Pentear os cabelos protegendo com touca. 7. Retirar joias e adornos e entregar a família protocolado. 8. Esvaziamento vesical. 9. Verificar se o prontuário está completo. 10. Checar se todos os cuidados foram feitos corretamente. Período pós-operatório O período se estabelece desde do momento em que o paciente deixa a sala de cirurgia até a última visita de acompanhamento com o cirurgião. Tendo após as fases do cuidados pós- anestésicos sendo a: 1. A fase I da URPA: Usada durante a fase de recuperação imediata. 2. A fase II: É reservada para os pacientes que precisam de observação com menos frequência e menos cuidados de enfermagem. ❖ Tratamento de enfermagem na URPA. 1. Avaliando o paciente. 2. Mantendo via área permeável. 3. Mantendo a estabilidade cardiovascular. 4. Aliviando a dor e ansiedade. 5. Controlando náuseas e vomito. 6. Determinado a aptidão para alta da URPA. ❖ Complicações no Pós-operatório. 1. Pós-operatório Imediato (POI): 24h posterior à cirurgia. 2. Pós-operatório Mediato (PO): após 24h e até 07 dias. 3. Pós-operatório Tardio: após 07 dias de recebimento da alta. Resumo Apostila Enfermagem Cirúrgica | Hayra Adrielly P á g i n a 4 | 9 Classificações cirúrgicas. ❖ De acordo com o potencial de contaminação - Refere-se ao nº de M.O. presentes no local a ser operado: A. Cirurgia limpa – Realizada em tecidos estéreis (bexiga), ou em locais de possível descontaminação (pele), sem processos infecciosos no local (cirurgias vasculares, de mama, enxertos de pele, etc.) B. Potencialmente contaminada – Realizadas em tecidos com flora microbiana pouco numerosa, sem processo infeccioso no local (Cirurgias gástricas, de vias biliares, feridas traumáticas de até 10 horas após o ferimento). C. Cirurgia contaminada – Realizada em local com flora microbiana abundante, porém, sem apresentar processo infeccioso no local. D. Cirurgia infectada – Realizada em qualquer tecido com processo infeccioso no local. TERMINOLOGIA CIRÚRGICA CLASSIFICAÇÃO INDICAÇÕES EXEMPLOS EMERGENCIAL- o paciente requer atenção imediata, o distúrbio pode comportar risco de vida. Sem demora Sangramentos graves, obstrução vesical com arma de fogo ou armas brancas, queimaduras extensas. URGENTE – o paciente precisa de atenção imediata. Dentro de 24-30H Infecção aguda vesicular biliar, cálculos renais e uretais. NECESSÁRIA- o paciente precisa fazer a cirurgia. Planejar dentro de algumas semanas ou meses. Hiperplasia de próstata sem obstrução vesical, distúrbios de tireoide, catarata. ELETIVA- o paciente deve se submeter a cirurgia. A falha em se submeter à cirurgia não é catastrófica. Reparação de cicatrizes, hérnia simples, reparação vaginal. OPCIONAL- a decisão fica com o paciente. Preferência pessoal. Cirurgia cosmética. Resumo Apostila Enfermagem Cirúrgica | Hayra Adrielly P á g i n a 5 | 9 A terminologia cirúrgica é composta de prefixos e sufixos provenientes do grego e do latim. Os prefixos indicam as partes do corpo, os sufixos o ato operatório a ser realizado. Posição Cirúrgica a) Posição dorsal ou decúbito dorsal – Nesta posição o paciente deve se manter em decúbito dorsal: pernas estendidas e braços ao longo do corpo. É a posição utilizada para as cirurgias abdominais supra e infra umbilicais, algumas torácicas, vasculares, etc. De todas as posições é a mais utilizada e a que menos complicações trazem ao paciente. b) Posição ventral ou decúbito ventral – É a posição em que o paciente se encontra em decúbito ventral, deitado sobre o abdome, pernas esticadas e braços ao longo do corpo ou junto à cabeça. A cabeça deverá ficar voltada para um dos lados, colocando-se dois coxins sob os ombros e 1 na região infra umbilical, a fim de facilitar a expansão pulmonar e evitar compressão dos vasos do pescoço. Resumo Apostila Enfermagem Cirúrgica | Hayra Adrielly P á g i n a 6 | 9 c) Posição lateral ou decúbito lateral – É utilizada para intervenções cirúrgicas notórax e na loja renal. O paciente é colocado sobre um dos lados, tendo a perna inferior fletida e a superior em extensão, separadas por um coxim ou almofada, e fixado à mesa cirúrgica por uma faixa larga de esparadrapo, que é passada sobre o seu quadril. d) Posição ginecológica – É a posição usada nas cirurgias ginecológicas, Proctologia e algumas urológicas. Nesta posição o paciente é colocado em decúbito dorsal, tendo as pernas abertas e apoiadas em perneiras (suporte de coxas) acolchoadas. Suas pernas devem ser envolvidas por um campo ou perneira de tecido e a parte da mesa correspondente aos pés abaixada. e) Posição litotomia – É a posição que utiliza estribos acolchoados para operação vaginal e retal. Cuidados devem ser tomados no posicionamento das pernas para assegurar que o adequado acolchoamento as proteja. f) Posição de Trendelenburg – É uma posição usada frequentemente para corrigir hipotensão do paciente ou para facilitar a visualização dos órgãos em cirurgias pélvicas e abdominais. g) Posição de proclive – usada para favorecer a visualização dos órgãos em cirurgias abdominais principalmente. É usada temporariamente durante a cirurgia. Resumo Apostila Enfermagem Cirúrgica | Hayra Adrielly P á g i n a 7 | 9 Instrumentos cirúrgicos Conceito: Os instrumentais cirúrgicos são grupados conforme o uso durante o ato cirúrgico, de modo que, em cada tempo cirúrgico, há participação de instrumentais próprios, adequados ao tempo da cirurgia a que se destinam. Classificação: Assim os instrumentais são classificados em 5 grupos distintos: a) Instrumental de diérese. b) Instrumental de hemostasia. c) Instrumental de síntese. d) Instrumental especial. e) Instrumental de apoio ou auxiliar. h) Posição de “canivete” (Jackknife) – é uma modificação da posição de decúbito ventral, usada para procedimentos proctológicos. i) Posicionamento do paciente para cirurgias ortopédicas. Resumo Apostila Enfermagem Cirúrgica | Hayra Adrielly P á g i n a 8 | 9 Instrumental de diérese: Este grupo é constituído pelos bisturis e tesouras, nas cirurgias gerais, e pelo trépano, ruginas e outros, nas especiais. O bisturi é composto de um cabo e uma lâmina móvel, que variam na forma e no tamanho. As tesouras também de tamanho variável, podem ser retas ou curvas, com pontas finas ou rombas iguais ou diferentes. Instrumental de hemostasia: Grupo formado pelas pinças hemostáticas retas ou curvas, de tamanhos diferentes, providos ou não de dentes, cuja denominação acompanha a dos autores que as idealizaram. São exemplos: pinça Kelly, Kocher, Crile, Halstead, Rochester e Mixter. Instrumental de síntese: Este grupo é constituído pelas agulhas de sutura e porta-agulhas. Os porta-agulhas são de tamanhos e formatos diferentes, sendo que os de Hegar e Mathieu são os tipos mais comuns. As agulhas são os instrumentos utilizados para conduzir os fios de sutura através dos tecidos. São fabricados em aço carbono e aço inoxidável. Os tipos já foram descritos em item anterior. Resumo Apostila Enfermagem Cirúrgica | Hayra Adrielly P á g i n a 9 | 9 Instrumental de apoio ou auxiliar: É constituído por pinças de campo, afastadores, e pinças anatômicas e pinças anatômicas com dente (“dente de rato”), que se destinam a auxiliar o uso de outro grupo de instrumentais. Elementos da Unidade: No Centro de Material Esterilizado, os elementos recepção e expurgo, preparo, esterilização, guarda e distribuição são essenciais à dinâmica de trabalho da Unidade. • Área de recepção e expurgo: é o local destinado a receber o material usado no Centro Cirúrgico, Unidades de Internação e Serviços Auxiliares, a fim de executar a limpeza ou completá-la, através de máquinas lavadoras ou manualmente. • Área de preparo do material: Local destinado a preparar e empacotar ou acondicionar o material para ser esterilizado. Nessa área são preparados diferentes tipos de material e sua planta deve favorecer a supervisão e facilitar o desempenho do trabalho. • Área de esterilização: É o espaço onde estão localizadas as autoclaves e estufas. • Área de guarda e distribuição: A área de guarda é aquela na qual se faz o armazenamento ou estocagem do material estéril e, para isso, podem ser usados armários, prateleiras e, mais modernamente, cestas de aço inoxidável do tipo “gaiola”. É nessa área que se distribui o material para as unidades do hospital.
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