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SEÇÃO 5-D TRABALHO

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Excelentíssimo (a) Senhor (a) Doutor (a) Juiz (a) do Trabalho da 2º Vara do Trabalho de Goiânia/GO.
Processo n. 0010001-10.2017.518.0002
Albano Machado nos autos da reclamação trabalhista movida contra Maria José Pereira, ambos já qualificados no presente feito, vem apresentar Contrarrazões ao Recurso Ordinário para o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 12 a Região, com fulcro no art. 900, da CLT.
Satisfeitos os mandamentos legais, requer seja a peça processual recebida e enviada à apreciação do Tribunal Regional.
Requer, por fim, a remessa das razões anexas ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 18 a Região.
Termos em que pede juntada de ferimento.
Data, assinatura.
CONTRARRAZÕES A RECURSO ORDINÁRIO
PELO RECORRIDO, ALBANO MACHADO
Colendo Tribunal
I – Tempestividade
O trabalhador foi intimado acerca da interposição do Recurso Ordinário da reclamada em 11/12/2017, segunda-feira. Dessa forma, o prazo para apresentação das contrarrazões se iniciou em 06/12/2017, sexta-feira, e finda em 18/12/2017, haja vista a contagem em dias úteis, conforme preconiza o art. 775, da CLT, razão pela qual são tempestivas.
II – Mérito
II. 1 – Feriados
A recorrente pleiteia a reforma de sentença que deferiu o pagamento em dobro dos feriados laborados.
A pretensão recursal não merece prosperar.
A sentença analisou, cautelosamente, todos os argumentos lançados a respeito dos feriados no regime 12x36, não havendo razão plausível para a sua reforma.
A alegação de que o próprio regime, automaticamente, compensa os feriados não encontra respaldo na ordem legal pátria.
A alternância do regime 12x36, no máximo, compensa a folga do domingo, jamais abarcando os feriados. Ora, admitir esta tese seria negar ao trabalhador o dia de descanso no feriado ou equipará-lo ao repouso semanal remunerado.
A título ilustrativo, se um trabalhador tem repouso semanal aos domingos e naquela determinada semana existe também um feriado, ele perde o direito ao descanso no domingo? Por óbvio que não.
Esta simples demonstração fática é suficiente para jogar por terra a tese da reclamada.
Não se pode perder de vista que o entendimento consubstanciado na Súmula 444,do Colendo TST, não menciona a compensação automática do feriado.
Assim não o faz em razão de ser consolidada de jurisprudência no sentido de que o feriado é devido em dobro, mesmo quando laborado no regime 12x36.
Diante do exposto, requer seja negado provimento ao Recurso Ordinário da reclamada.
II. 2 – Intervalo intrajornada
A reclamada também requer a reforma da decisão de primeiro grau que deferiu ao trabalhador horas extras em decorrência da não observância do intervalo intrajornada. Aduz a empregadora que não é crível que o obreiro labora se por 12 horas ininterruptas.
Mais uma vez a decisão não merece reparo.
O art. 12, da Lei Complementar n. 150/15, que versa sobre o trabalho doméstico, determina que a empregadora tenha registro de jornada, isto é, do seu início, do seu fim e da pausa para refeição e descanso. Entretanto, a reclamada não cuidou de juntar aos autos qualquer documento que demonstre a fruição integral do intervalo em questão. Neste contexto, atraiu para si o ônus de demonstrar o correto gozo de a pausa intervalar, o que não ocorreu.
Registra-se que além da ausência de documentos que comprovem o fato impeditivo ao direito do trabalhador, não foi produzida prova testemunhal.
Assim, não pode a decisão ser reformada por mera ilação da empregadora de que o reclamante usufruía regularmente do intervalo intrajornada.
Diante do exposto, requer seja negado provimento ao Recurso Ordinário da reclamada, mantendo a condenação ao pagamento de uma hora por dia, acrescida de 50%, a partir de 02/06/2015 até o término do contrato de trabalho, com reflexos em aviso prévio, férias + 1/3, décimo terceiros salário e na multa de 40% do FGTS.
II. 3 – Indenização por danos morais
A recorrente pugna pela reforma da decisão que a condenou ao pagamento de indenização por danos morais no importe de R$ 10.000,00, sob fundamento de que não ficou provado qualquer constrangimento do obreiro acarretado pela inserção em sua CTPS de que a rescisão do contrato de trabalho se deu por justa causa. Aduz, ainda, que o art. 29, parágrafo 2 0 , “c”, da CLT, não restringe anotações desta natureza.
Irretocável a sentença, no particular.
Ao contrário do asseverado na peça recursal, o art. 29 do texto celetista não permite anotações desabonadoras, como a realizada pela empregadora. Somente são permitidas anotações referentes ao contrato de trabalho, não havendo autorização para aposição da modalidade de sua rescisão.
Evidente que a anotação da justa causa na CTPS, por si só, traz enormes dissabores e constrangimentos para o laborista. Ademais, não há sentido jurídico ou mesmo prático em anotação desta natureza, senão o de constranger o empregado quando da busca por um novo emprego.
Trata-se de típica hipótese de dano in re ipsa, ou seja, aquele em que não é necessária qualquer prova. Diante da abusividade da conduta, presume-se o dano. Neste sentido é pacífica a jurisprudência, como se extrai do seguinte julgado do Colendo TST:
AGRAVODEINSTRUMENTO.1)NEGATIVADEPRESTAÇÃO JURISDICIONAL. Segundo o preceituado pela Súmula 459/TST (conversão da Orientação Jurisprudencial n 0 115 da SBDI-1 - Res. 197/2015, DEJT divulgado em 14, 15 e 18.05.2015), o conhecimento do recurso de revista, quando intentado o reconhecimento de nulidade por negativa de prestação judicial, pressupõe indicação de afronta a pelo menos um dos dispositivos que asseguram a necessidade de expressão fundamentada da persuasão racional do órgão julgador, quais sejam, os artigos 832, da CLT, 458, do diploma processual civil e 93, inciso IX, da Constituição. Porém, não se mostra apta ao reconhecimento do vício processual a mera indicaçãodoartigo93, IX, da CRFB, comosupostamente violado, sendo necessária a revelação efetiva da vulneração afirmada. 2) MULTA DO ARTIGO 467, DA CLT. Não se verifica a alega violação ao artigo 467, da CLT, pois o Regional assentou haver verbas resilitórias incontroversas não pagas em audiência, assim como que a controvérsia relativa às férias, veiculada pela reclamada somente nas razões do recurso ordinário, configura inovação da lide. 3) INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. ANOTAÇÃO NA CTPS FEITA PELO EMPREGADOR DE QUE A REINTEGRAÇÃO DECORREU DE DETERMINAÇÃO JUDICIAL. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. CABIMENTO. 3.1 - Nos termos do artigo 29, §4 0 , da CLT, o empregador não pode fazer anotações desabonadoras à conduta do empregado na CTPS deste. 3.2 - A anotação da reintegração em virtude de decisão judicial acarreta ofensa à honra da trabalhadora, passível de gerar compensação por dano moral. 3.3 - Uma coisa é a anotação ou retificação da rescisão/admissão contratual, efetivada pelo empregador dentro dos limites impostos na CLT, outra o abuso de direito acarretado pela anotação desabonadora e totalmente desnecessária, tal como aquela feita na CTPS da empregada. 3.4 - De acordo com a doutrina e a jurisprudência, o dano moral in re ipsa prescinde de comprovação, bastando a demonstração do ato ilícito e do nexo causal, restaram evidenciados na hipótese em exame. 3.5 - Incólumes, 8 NPJ Direito do Trabalho - Espelho de Correção - Seção 5 Impresso por Larissa, CPF 142.767.256-31 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 07/10/2020 08:00:15 portanto, o disposto nos artigos 186, do CC, 29, §40 , da CLT. 3.6 - No tocante ao valor R$3.000,00 arbitrado à indenização por dano moral, aponta a agravante violação ao artigo 884, do CC, que trata da obrigação de ressarcir quem, “sem justa causa, se enriquecer as custas de outrem”. Tal norma não possui pertinência temática, uma vez que a indenização decorre de conduta ilícita da agravante que causou dano moral à parte autora. 3.6 - De toda forma, o Acórdão Regional, ao manter a sentença quanto à fixação do montante relativo à reparação civil, observou os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade,não se cogitando do cometimento de nenhuma teratologia, no particular. Agravo de instrumento a que se nega provimento. (AIRR-265-76.2013.5.04.0303,RelatorDesembargador Convocado: Alexandre Teixeira de Freitas Bastos Cunha, Data de Julgamento: 12/08/2015, 1 a Turma, Data de Publicação: DEJT 18/08/2015) (destaques e grifos nossos)
Dessa forma, impertinente a alegação da reclamada de que o trabalhador não logrou êxito em se desincumbir do ônus probatório que lhe competia, isto é, de provar a existência de algum constrangimento decorrente da anotação da dispensa por justa causa em sua CTPS.
Como salientado, esta prova é desnecessária, razão pela qual a sentença merece ser mantida.
Diante da abusividade e da gravidade do ato praticado, dúvida não resta de que o Recurso Ordinário da reclamada não merece melhor sorte no que toca ao pleito de redução do valor arbitrado à condenação.
Não houve violação aos dispositivos do Código Civil que foram suscitados na peça recursal, na medida em que o valor de R$ 10.000,00 é absolutamente razoável diante da conduta ilícita.
A dificuldade de obtenção de novo emprego decorrente da referida anotação é fato incontroverso, o que é mais do que suficiente para ensejar a fixação do valor no mencionado patamar. Não houve, portanto, qualquer desproporcionalidade entre a quantia arbitrada e a extensão do dano. Dessa forma, a decisão de primeiro grau também deve ser mantida no que diz respeito ao valor da indenização por danos morais.
II. 4 – Honorários advocatícios
A condenação aos honorários advocatícios deve ser mantida, eis que a presente reclamação trabalhista foi ajuizada antes da vigência da Lei n. 13.467/17, ocasião em que inexistente a sucumbência recíproca, devendo os custos do processo serem arcados exclusivamente pela empregadora.
III – Pedido
Diante do exposto, requer seja negado provimento ao Recurso Ordinário Adesivo, nos termos da fundamentação supra.
Termos em que pede juntada e deferimento.
Local, 18 de dezembro de 2017.
Nome e assinatura do advogado.

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