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Disciplina: Intrumentação em Higiene Ocupacional Aula 1 – Conceitos Fundamentais Autor: Miguel Cabral Professor: Marcílio Lima Você verá por aqui .... ... como são feitos os critérios e procedimentos para a avaliação da exposição ocupacional ao calor que impliquem com a sobrecarga térmica no trabalhador, através do índice de bulbo úmido do termômetro de globo (IBUTG), através do conjunto convencional e não convencional. Será analisada a norma de higiene ocupacional (NHO 06) detalhando seu procedimento técnico. Objetivos Estudar o calor, classificado como agente físico; Compreender os conceitos básicos relativos a riscos físicos. Entender todo o processo de instrumentação feita em sua avaliação ambiental. Para começo de conversa... Estimado aluno, de acordo com a NHO 06- Norma de Higiene Ocupacional- Avaliação da exposição Ocupacional ao Calor, temos as seguintes definições. Ciclo de exposição: Conjunto de situações térmicas ao qual o trabalhador é submetido, conjugado às diversas atividades físicas por ele desenvolvidas, em uma sequência definida, e que se repete de forma contínua no decorrer da jornada de trabalho. IBUTG médio: Média ponderada no tempo dos diversos valores de IBUTG obtidos em um intervalo de 60 minutos. Situação térmica: Cada parte do ciclo de exposição onde as condições do ambiente que interferem na carga térmica a que o trabalhador está exposto podem ser consideradas estáveis. Taxa metabólica média: Média ponderada no tempo das taxas metabólicas, obtidas em um intervalo de 60 minutos corridos. Ponto de medição: Ponto físico escolhido para o posicionamento do dispositivo de medição onde serão obtidas as leituras representativas da situação térmica objeto de avaliação Limite de exposição: Valor máximo de IBUTG médio, relacionado à m média, que representa as condições sob as quais se acredita que a maioria dos trabalhadores possa estar exposta, repetidamente, durante toda a sua vida de trabalho, sem sofrer efeitos adversos à sua saúde. Grupo homogêneo: Corresponde a um grupo de trabalhadores que experimentam exposição semelhante, tanto do ponto de vista das condições ambientais, como das atividades físicas desenvolvidas, de modo que o resultado fornecido seja representativo da exposição de todos os trabalhadores que compõem o mesmo grupo. Critério de avaliação da exposição ocupacional ao calor Critério: índice de bulbo úmido termômetro de globo -IBUTG (o mesmo da ACGIH e do anexo 3 da nr 15) A) ambientes internos -cálculo IBUTG: IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg (sem carga solar) B) ambientes externos -cálculo IBUTG: IBUTG = 0,7 tbn + 0,2 tg + 0,1 tbs (com carga solar) Onde: tg = temperatura de globo (c) Tbn = temperatura de bulbo úmido natural (c) Tbs = temperatura de bulbo seco (c) As taxas metabólicas relativas as diversas atividades físicas exercidas pelo trabalhador devem ser estimadas utilizando-se os dados constantes no quadro i: taxa metabólica por tipo de atividade (mais faixas que o do anexo 3 -nr 15) NHO 06: Procedimento técnico Critério de avaliação da exposição ocupacional ao calor Nos anexos “a, b, c” da NHO 06 são apresentadas tabelas de taxas Metabólicas (m) extraídas da norma ISO 8.996/1990 e dos limites da ACGIH de 1999, que poderão ser utilizadas como suporte Adicional para o estabelecimento de “m”. Quando o trabalhador está exposto a duas ou mais situações Térmicas diferentes deve ser determinado o IBUTG médio ponderado E a m média ponderada, usando - se as fórmulas: IBUTG médio= IBUTG 1 x t1 + IBUTG 2 x t2 + IBUTG n x tn Dividido por 60 minutos, onde 60 = t1 + t2 + tn M médio= m 1 x t1 + m 2 x t2 + m n x tn Dividido por 60 minutos, onde 60 = t1 + t2 + tn O limite de exposição é o valor de IBUTG máximo Correspondente ao m máximo, conforme quadro 2 (maiores faixas Que o anexo 3, da nr 15) Procedimentos de avaliação A avaliação deverá caracterizar a exposição de todos os trabalhadores do estudo Identificando-se grupos homogêneos nem todos precisam ser Avaliados. Cobrir trabalhadores cuja situação corresponda à exposição típica do grupo considerado Havendo dúvidas quanto à redução, medir a Totalidade dos expostos. A avaliação deve cobrir todas as condições operacionais e Ambientais habituais que envolvem o trabalhador no exercício de Suas funções Deve-se considerar os 60 minutos mais desfavoráveis da exposição ao calor, analisando sobrecarga térmica e atividades físicas desenvolvidas pelo trabalhador (sempre as duas variáveis juntas). Procedimentos de avaliação Havendo dúvidas sobre o período de 60 minutos corridos de Exposição mais desfavorável, este pode ser identificado Por meio de avaliação que cubra um período de tempo maior, Envolvendo se necessário, toda a jornada de trabalho. A avaliação deve interferir o mínimo possível nas condições Ambientais e operacionais. Condições de exposição não rotineiras, Decorrentes de operações ou procedimentos de trabalhos previsíveis, mas não habituais Devem ser avaliadas e interpretadas Isoladamente, considerando-se a sua Contribuição na caracterização da exposição. Deverão ser obtidas informações administrativas Necessárias à caracterização da exposição (observar no campo). Equipamento de medição Convencional Árvore de termômetro de mercúrio: A) termômetro de globo - Esfera oca de cobre de 152, 4 mm preto fosco - Termômetro de mercúrio: -10 c a 120 c - Subdivisões: 0,2 c ou menores - Exatidão: + / -0,5 c - Rolha cônica de borracha, cor preta Figura 1 - Termômetro de Globo. Fonte: NHO 06 B) termômetro de bulbo úmido natural - Termômetro de mercúrio: -10 c a + 50 c - Subdivisões: 0,2 c ou menores - Exatidão: + / -0,5 c - Erlenmeyer de 125 ml com água destilada - Um pavio de forma tubular, na cor branca - De tecido de algodão com alto poder de - Absorção de água, com comprimento - Mínimo de 100 mm Figura 2 - Termômetro de Bulbo Fonte: NHO 06 Equipamento de medição Árvore de termômetro de mercúrio: C) termômetro de bulbo seco Termômetro de mercúrio: -10 c a + 100 c Subdivisões: 0,2 c ou menores Exatidão: + / -0,5 c Montagem do equipamento: bulbo do tg no centro da esfera; rolha tg deve garantir hermeticidade> tbn montado na vertical acima do erlenmeyer a 25 mm deste; fixação do pavio no bulbo do tbn e a outra parte inserida no interior do erlenmeyer que deverá estar cheio de água destilada. Figura 3 – Erlenmeyer Fonte: NHO 06 Montagem do equipamento > a utilização de pavio folgado ou apertado sobre o bulbo poderá interferir nos resuados da medição Figura 4 – Pavio sobre o bulbo Fonte: NHO 06 Conjunto não convencional Para a determinação do IBUTG É permitida a utilização de equipamento Eletrônico para a determinação do IBUTG, ou outros dispositivos para a Medição das temperaturas de globo, De bulbo úmido natural e de bulbo seco Desde que, para quaisquer condições de Trabalho avaliadas, apresentem Resultados equivalentes aos que seriam Obtidos com a utilização do conjunto Convencional. Figura 5 – Equipamento IBUTG Fonte: NHO 06 Conjunto não convencional Para a determinação do IBUTG > os dispositivos de medição de temperatura deverão apresentar no mínimo a mesma exatidão dos de mercúrio; > a esfera deverá ser oca de 152,4 mm, pintada de preto fosco; > o pavio usado no dispositivo de medição de TBN deve ser de forma tubular de tecido com alto poder de absorção de água, como o algodão na cor branca, mantido úmido com água destilada por capilaridade > os medidores só poderão ser usados dentro das condições de: Umidade, temperatura, campos magnéticos e demais interferentes especificados pelos fabricantes. Nesses casos o cabo de extensão pode ser uma alternativapara eliminar tais interferências. Equipamentos e acessórios Complementares A) tripé do tipo telescópico pintado de preto fosco B) conjunto de garras e muflas fixação dos componentes C) cronômetro procedimentos de medição A) árvore de termômetros Verificar se os termômetros estão inseridos em um programa de calibração periódica Procedimentos de medição A) árvore de termômetros Verificar a não existência de descontinuidade nas colunas de mercúrio (bolhas ou vazios), verificar a integridade física dos componentes; Verificar a limpeza e a contaminação do pavio e da água destilada; Proceder a umidificação prévia do pavio. B) equipamentos eletrônicos Verificar a integridade eletromecânica e a coerência no comportamento de resposta do instrumento Procedimentos de medição B) equipamentos eletrônicos Verificar a suficiência de carga das baterias para o tempo de medição previsto Efetuar as calibrações de acordo com recomendações do fabricante Verificar a necessidade da utilização de cabo de extensão para eliminar a influência de Interferências inaceitáveis; Proceder a umidificação do pavio; Figura 6 – Modelo Umidificação do Pavio Fonte: NHO 06 Procedimentos de medição C) conduta do avaliador Evitar que seu posicionamento e conduta interfiram na condição de exposição sob avaliação; > adotar medidas para impedir que o usuário ou qualquer terceiro possa fazer alterações na programação do equipamento; > informar ao trabalhador avaliado: + a medição não deve interferir no trabalho; + o equipamento só pode ser removido pelo avaliador; + o equipamento não pode ser tocado ou obstruído; Procedimentos de medição Os dados deverão ser invalidados se: >houver prejuízo à integridade do equipamento > os termômetros de mercúrio apresentarem descontinuidade na coluna > a calibração do equipamento eletrônico estiver fora da faixa de tolerância > houver indicação de insuficiência de carga de bateria Procedimento do conjunto de medição > os sensores devem ficar todos alinhados segundo plano horizontal > os termômetros não devem se tocar > a altura de montagem deve coincidir com a região mais atingida do corpo quando esta não for definida deve ser montado à altura do tórax > para termômetros de mercúrio, as escalas devem ser posicionadas na face oposta àquela voltada para a fonte. Medições > a avaliação é feita para cada trabalhador cobrindo todo o seu ciclo de exposição > medir cada situação térmica do ciclo de exposição definido > medir tg, tbn e se for o caso tbs > leituras após a estabilização dos termômetros, três leituras ou até que o intervalo seja de +/- 0,2 °C > as condições térmicas de curta duração, inferiores ao tempo de estabilização, poderão ser avaliadas por meio de simulação (estender o tempo de duração) Medições > exemplo de condições térmicas de curta duração: + forno com porta aberta por 5 min a cada 30 min + maçarico acionado a por 10 min a cada 1 hora. No caso do forno pode-se manter a porta aberta por 30 min ou mais de modo a permitir que exista estabilidade do termômetro Nas situações em que a simulação não for viável por motivos de ordem operacional a avaliação ao calor fica prejudicada; Medições > análogo à determinação das diversas Situações térmicas devemos estabelecer uma m (ver quadro 1) > o tempo de duração de cada atividade física identificada deverá ser determinado por meio de no mínimo três cronometragens. Deve ser registrado na planilha de campo: Para cada situação térmica identificada > horário de início e fim da medição > descrição das características ambientais e operacionais > os dados obtidos nas medições de temperatura > os dados de cronometragem do tempo de duração da situação Fonte: NR 15- anexo 3; NHO 06 Medições A) para cada atividade física identificada > a descrição das operações e procedimentos que a compõem > os dados de cronometragem do tempo de duração da atividade Cálculos > calcular o IBUTG para cada situação Térmica e o IBUTG médio se necessário > o tempo é sempre de 60 minutos Interpretação dos resultados de acordo com o quadro 2 Fonte: NR 15 – anexo 3; NHO 06 Relatório Abordar os seguintes tópicos no mínimo: > introdução > critério de avaliação adotado > instrumental utilizado > metodologia de avaliação > descrição das condições de exposição avaliadas > dados obtidos > interpretação dos resultados Considerações finais Vestimentas Considerar contribuições positivas e negativas dos EPI A quantificação desta variável deve ser analisada pelo Higienista ocupacional Aclimatação Devido resposta fisiológica diferenciada, recomenda-se o acompanhamento médico. Reposição de água e sais minerais mediante orientação e controle médico. Resumo Se faz necessário o profissional da área de segurança do trabalho ter conhecimento no processo de instrumentação de Higiene ocupacional, pois sabemos que há dois meios de como fazer uma avaliação se torna de fundamental importância na higiene ocupacional. Atividade Avaliativa 1. O que é ciclo de exposição? 2. O que é grupo homogênio? 3. Em ambientes interno como é feito o cálculo do IBUTG? 4. Em ambientes externos como é feito o cálculo do IBUTG? 5. Quais as características do procedimento de avaliação do calor. 6. Qual a diferença entre conjunto convencional e não convencional. 7. Como são feitas as medições do calor ocupacional? Referências http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEF32FE207A4A/nr_15_an exo3.pdf Acessado em 25/11/2012 NHO 06 - Norma de Higiene Ocupacional Avaliação da Exposição Ocupacional ao Calor Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego. NRS- Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde do Trabalho. Disciplina: Instrumentação em Higiene Ocupacional Aula 2 – Instrumentação em Agentes Químicos Autor: Miguel Cabral Professor: Marcílio Lima Aula 2 – Instrumentação em Agentes Químicos Apresentação Nesta aula, você verá os conceitos essenciais ao entendimento dos agentes químicos, assim como suas classificações e características. Também serão abordadas as principais vias de penetração no organismo. Além disso, você verá a instrumentação e técnicas utilizadas no Brasil para avaliação de gases e vapores em ambiente laboral. Por fim, serão evidenciados os procedimentos técnicos de avaliação da exposição do trabalhador aos agentes químicos por meio de técnicas diversas. Objetivos Reconhecer a importância do estudo da Segurança do Trabalho. Identificar os conceitos básicos relativos à disciplina. 3.1 Para começo de conversa... Caro aluno do curso técnico de Segurança do Trabalho, pelas normas regulamentadoras (NR), agentes químicos fazem parte da NR 9, que trata do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, item 9.1.5.2. Em que traz o seguinte conceito: “Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão”. Para entendimento maior do assunto abordado veremos mais algumas notas sobre agentes químicos: São conhecidas algo em torno de 100 mil substâncias químicas, estima-se que mais de 6 mil sejam tóxicas, conforme ACGIH e a NIOSH. Sabe-se também que existem mais de 3 milhões de compostos químicos. A ACGIH apresenta TLV (limite de tolerância) para 600 e a NR-15 possui LT para aproximadamente 200. Os produtos químicos apresentam-se na natureza em três estados: GÁS: monóxido de carbono, dióxido de enxofre, amônia, etc.; SÓLIDO: soda cáustica em escamas, pós, poeiras de sílica e de cereais, etc.; LÍQUIDO:ácidos, álcalis, solventes, etc. Tal como os riscos físicos, os riscos químicos podem atingir também pessoas que não estejam em contato direto com a fonte do risco, e em geral provocam lesões mediatas (doenças). No entanto, eles não necessariamente demandam a existência de um meio para a propagação de sua nocividade, já que algumas substâncias são nocivas por contato direto. Tais agentes podem se apresentar segundo distintos estados: gasoso, líquido, sólido, ou na forma de partículas suspensas no ar, sejam elas sólidas (poeira e fumos) ou líquidas (neblina e névoas). Os agentes suspensos no ar são chamados de aerodispersóides. As substâncias ou produtos químicos que podem contaminar um ambiente de trabalho classificam-se basicamente em: Aerodispersóides e Gases e Vapores. A ACGIH classifica os particulados em três grupos: INALÁVEL: material particulado com diâmetro menor que 100 nm que entram através da boca e nariz; TORÁXICO: partículas com diâmetro menor que 25 nm que se alojam no sistema respiratório superior; RESPIRÁVEL: partículas com diâmetro menor que 10 nm que se alojam nos alvéolos pulmonares. 3.2 Instrumentação em agentes químicos Agentes químicos são substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão. 3.2.1 Órgãos de pesquisa e estudos dos diversos agentes químicos ACGIH – é uma associação profissional nos Estados Unidos e não um órgão ou agência do governo, equivalente a ABHO no Brasil. Emite LT (TLV) para substâncias químicas e agentes físicos e índices biológicos de exposição (BEI). NIOSH – faz estudos de toxidade de produtos e derivados químicos; OSHA – é a instituição que determina as condições a serem exigidas em ambientes de trabalho; EPA – estabelece regulamentação para determinados lugares públicos; AIHA – publica diretrizes referentes à exposição humana a determinados produtos; ASHRAE – recomenda taxas de ventilação para ambientes internos; ASTM – possui uma subcomissão que trata das condições a serem mantidas no ar interno. 3.2.2 Vias de penetração no organismo a) VIA RESPIRATÓRIA Num dia de 8 h de trabalho ou 40 h semanais, um indivíduo respira, em média, cerca de 8 m3 de ar. Como a maioria dos agentes químicos se encontra suspensa ou dispersa no ar ambiente de trabalho, sob forma de poeiras, gases ou vapores, a via respiratória torna-se a mais freqüente para a penetração desses agentes no organismo. b) VIA CUTÂNEA Diversos solventes industriais, fenóis, alguns pesticidas e outras substâncias possuem a propriedade de penetrar no organismo através da pele, produzindo intoxicações no trabalhador. c) VIA DIGESTIVA É a menos frequente, este tipo de penetração só ocorre acidentalmente nos casos em que o trabalhador come, bebe ou fuma num ambiente de trabalho contaminado. 3.2.3 Classificação dos agentes químicos Características tóxicas Características físicas dos contaminantes atmosféricos Quanto aos efeitos fisiológicos dos contaminantes atmosféricos 3.2.3.1 Características Tóxicas Tóxica: quando introduzida em um organismo vivo e por ele absorvida, pode provocar desde pequenas alterações morfológicas ou funcionais, que possam colocar em perigo a saúde desse organismo, até grandes desequilíbrios que possam levar esse organismo à morte. As intoxicações ou envenenamentos podem ser classificados: Origem: em ambientais, medicamentos e alimentares; Local de ação: em sistêmicos e locais (que podem ser em nível de células, órgãos e sistema), etc. As intoxicações podem ser: agudas e crônicas AGUDAS são aquelas que, em um tempo muito curto, provocam alterações profundas no organismo humano. São causadas por contaminantes muito tóxicos ou por outros que, embora menos tóxicos, se encontram em altas concentrações no ambiente. CRÔNICAS podem produzir danos consideráveis no organismo, porém a longo prazo. Originam-se normalmente de exposições contínuas a baixos níveis de concentração. 3.2.3.2 Características Físicas dos Contaminantes Atmosféricos O ar atmosférico é composto de: 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio e o restante por outros gases entre eles o gás carbônico (0,03%) e vapor d’água. Contaminantes Atmosféricos são substâncias encontradas na mistura do ar atmosférico que estão acima dos limites normais ou existir outra substância. A Classificação dos Contaminantes Atmosféricos se dá em: GASES: são moléculas de substâncias que se dispersam e se misturam com o ar. Exemplos: CO2, H2S. VAPORES: são moléculas de substâncias que se dispersam e se misturam com o ar, mas que, em condições ordinárias de temperatura e pressão podem facilmente condensar-se para formar líquidos ou sólidos. Exemplos: a água de 0º a 100º C. Uma característica importante é que, em recintos fechados, eles podem alcançar uma concentração máxima, que não é ultrapassada, chamada saturação. AERODISPERSÓIDES: são dispersões de partículas sólidas ou líquidas, de dimensões bastante reduzidas (abaixo de 100 ppm) que se podem manter por longo tempo em suspensão no ar. Exemplos: poeiras, fumos. 3.2.3.3 Quanto aos efeitos fisiológicos dos contaminantes atmosféricos Irritantes Asfixiantes Narcóticos Intoxicantes sistêmicos Material particulado a) Irritantes – são devidos aos efeitos químicos ou corrosivos de inflamação nos tecidos com os quais entram em contato. Atuam sobre os tecidos de revestimentos ou epiteliais, como pele, mucosas das vias respiratórias, conjuntiva ocular. Podem ser: Primários e Secundários Irritantes primários Exercem apenas ação local. Atuam sobre a membrana mucosa do aparelho respiratório e sobre os olhos, levando à inflamação, hiperemia (avermelhamento), desidratação, destruição da parede celular, necrose (destruição) e ao edema (inchação). Dentro do aparelho respiratório, o local da ação dos irritantes primários dependerá da solubilidade dos mesmos em água. Os mais solúveis são absorvidos pelas vias aéreas superiores, dissolvendo-se na água presente nas mucosas, causando irritação. Os menos solúveis serão pouco absorvidos pelas vias aéreas superiores, alcançando o tecido pulmonar, onde produzem seu efeito. Na exposição imediata ou aguda, estes agentes provocam nas vias aéreas superiores: rinite, faringite, laringite, com quadro clínico de dor, coriza, espirros, tosse e irritação. Nas vias aéreas inferiores, eles provocam: bronquite, broncopneumonia e edema pulmonar, com quadro clínico de tosse e dispnéia (dificuldade para respirar). Na exposição prolongada a baixas concentrações, os gases e vapores irritantes provocam: bronquite crônica, conjuntivite. A intensidade da irritação dessas substâncias depende de: 1. Concentração da substância no ar e da duração da exposição 2. Propriedades químicas: por exemplo, a solubilidade em água. 3. Exposições repetidas: mesmo em baixas concentrações, certos gases irritantes provocam alterações tissulares, bioquímicas e funcionais das vias respiratórias. 4. Fatores anatômicos, fisiológicos e genéticos que podem influenciar o sítio de ação. 5. Interação química: a inalação simultânea de outro agente tóxico em forma de aerossol pode modificar a toxicidade dos gases e vapores irritantes. Exemplos: ácidos, amônia, cloro, soda cáustica, dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio, etc. Irritantes secundários Ação geral e sistêmica. São substâncias químicas que, além de ocasionarem irritação primária nas mucosas de vias respiratórias e conjuntivas, são absorvidas e distribuídas, indo atuar em outros sítios do organismo, como sistema nervoso e sistema respiratório. Exemplo: gás sulfídrico (H2S).b) Asfixiantes – são substâncias químicas que levam o organismo à deficiência ou privação de oxigênio, sem que haja interferência direta na mecânica da respiração. São subdivididas em: simples e químicos Asfixiantes simples São gases fisiologicamente inertes, cujo perigo está ligado à sua alta concentração, pela redução da pressão parcial de oxigênio. São substâncias químicas que têm a propriedade comum de deslocar o oxigênio do ar e provocar asfixia pela diminuição da concentração do oxigênio no ar inspirado, sem apresentarem outra característica em nível de toxicidade. Exemplos: etano, metano, propano, butano, GLP, acetileno, nitrogênio, hidrogênio, etc. Asfixiantes químicos São substâncias que produzem asfixia mesmo quando presentes em pequenas concentrações, porque interferem no transporte do oxigênio pelos tecidos. São substâncias que produzem anóxia tissular (baixa oxigenação dos tecidos), quer interferindo no aproveitamento de oxigênio pelas células. Exemplo: monóxido de carbono (CO). c) Narcóticos – são gases e vapores de drogas que atuam sobre o sistema nervoso central, e quando absorvidos pelo sangue, produzem efeito anestésico, como sonolência, diminuição na sensibilidade e perceptividade, podendo levar à parada cardíaca, parada respiratória e morte. Exemplos: éter etílico, acetona. d) Intoxicantes sistêmicos – quando ao penetrarem no organismo e serem absorvidos, provocam alterações funcionais ou morfológicas em determinados órgãos do corpo humano. São representados por compostos que tanto podem causar intoxicações agudas como crônicas. Exemplo: o benzeno intoxicação aguda – reação excitação, sudorese intensa; intoxicação crônica – alteração na medula óssea. e) Material particulado – são os materiais que mesmo sob a forma de partículas sólidas ou líquidas, de dimensões reduzidas, não chegam a penetrar no organismo e ser absorvidos, isto é, não são intoxicantes sistêmicos. Exemplo: poeiras de madeira, pólens. 3.3 Instrumentação em agentes químicos 3.3.1 Tubos colorimétricos Os tubos colorimétricos são os instrumentos mais amplamente utilizados para a detecção de gases e vapores. O método utilizado nos indicadores colorimétricos é bastante simples: consiste fundamentalmente em se passar uma quantidade conhecida de ar por meio de um tubo, contendo reagente sólido, o que produzirá uma alteração de cor, caso a substância contaminante esteja presente Figura 3.1: tubos colorimétricos Fonte: http://www.msanet.com/brazilcatalog/product500535_pt_BR.html A concentração do contaminante é então mediamente determinada pela comparação da intensidade da coloração obtida com escalas padronizadas. Seguir número de insuflamentos pré-determinados; Comparar mudança de coloração com escala padrão As bombas são utilizadas para tubos de amostragem instantânea ou contínua. O propósito da bomba é fazer escoar através do tubo certa quantidade de ar. Uma bomba utilizada para amostragem instantânea puxa um volume constante de ar em cada bombada. Um problema crítico é a incompatibilidade entre tubos e bombas de diferentes fabricantes, já que, os fabricantes fazem bombas apropriadas para uso com seus próprios tubos. Figura 3.2: bomba de insuflamento de tubo colorimétrico Fonte: apostila de agentes químicos 3.3.2 Fatores que podem influenciar na leitura incorreta dos resultados Falta de cuidado no armazenamento e curto período de utilização; Aspiração incorreta por perda de estanqueidade; Possibilidade de contaminação por outros contaminantes; Pouca especificidade das reações químicas; Coloração dos tubos não ocorrer de maneira uniforme 3.3.3 Metodologia de avaliação de gases e vapores com bomba de insuflamento e tubos colorimétricos A bomba utilizada deve ter certificado de calibração, se não tiver a avaliação não será válida; Verificar o ponto de estanqueidade; Quebrar as extremidades do tubo; Captar o ar para o amostrador dentro da zona respiratória do funcionário Utilização de pelo menos 10 amostragens por posto de trabalho; Executar o número de insuflamentos de acordo com o especificado no próprio tubo; Deverá haver um intervalo de no mínimo 20 minutos de uma amostrar para outra; Realizar a leitura do tubo colorimétrico logo após o término dos insuflamentos; Fazer a média aritmética do número de amostragens. 3.3.4 Dosímetro passivo Os dosímetros passivos são dispositivos capazes de fixar compostos gasosos ou vapores da atmosfera, a uma taxa controlada por processos físicos, tais como difusão e permeação, não envolvendo o movimento ativo do ar através do amostrador, ou seja, não necessitando de bomba de sucção para forçar o ar a ser amostrado. A utilização dos amostradores passivos para o monitoramento de SO2 e outros compostos (gases ou vapores) tem se tornado uma alternativa bastante promissora devido às vantagens que estes apresentam quando comparados com as técnicas ativas convencionais: são mais simples, de custo bem mais reduzido (por não necessitarem de bateria ou bombeamento externo), exigem pouca manutenção, não dependem de calibração de fluxos de ar, são de fácil operação e bem aceitos pelos seus usuários em ambientes de trabalho, por serem leves e de tamanho reduzido. Figura 3.3: amostrador passivo Fonte: http://www.cientifica.srv.br/equipamentos.html Os resultados das medidas passivas são fornecidos na forma de concentração média ponderada por tempo, sendo desnecessário o conhecimento do volume de ar amostrado. Estas características tornam este tipo de amostrador adequado não apenas para o monitoramento da exposição pessoal, mas também para aplicações no ar ambiente, inclusive em áreas remotas onde não há disponibilidade de energia elétrica e portanto outras técnicas não podem ser usadas. Por outro lado, estes amostradores apresentam algumas desvantagens, tais como: Não fornecem concentrações instantâneas; Não estão disponíveis comercialmente para um grande número de componentes atmosféricos, não permitem alteração na taxa de amostragem, o que impossibilita concentrar ou diluir o gás ou vapor durante a amostragem; Não possuem adequada sensibilidade quando expostos por curto tempo. 3.3.5 Bomba gravimétrica Consiste em uma bomba de uso individual alimentada por baterias recarregáveis e capacidade de vazão de 0 a 3 l/min, devendo possuir recurso de baixa vazão de 0 a 1 l/min, vez que várias coletas de gases e vapores exigem essa faixa. Outra alternativa é a utilização de redutores de vazão que podem ser adquiridos como acessórios destes equipamentos. Figura 3.4: bomba gravimétrica Fonte: www.nrsgestao.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=71&Itemid=26 As bombas gravimétricas são constituídas dos seguintes elementos fundamentais: • Sistema de aspiração • Sistema filtrante • Sistema separador de tamanho de partícula a) Sistema de aspiração O sistema de aspiração está constituído por uma bomba de sucção, que trabalha tanto em alta como em baixa vazão. Trata-se de equipamento portátil leve, autônomo, que funciona a bateria carregável e blindada, o que permite que seja utilizada, inclusive, em ambientes onde se presume que existe risco de explosão, ou também com pilhas comuns. b) Sistema filtrante São usados filtros de um tipo de plástico (ésteres de celulose) de um tamanho de poro que permite a captura de partículas, numa faixa importante do ponto de vista da retenção no tecido pulmonar (0,5 - 10μ). O filtro é colocado em um porta-filtro, conectado de um lado, ao separador de um tamanho de partículas (ciclone) e, do outro à bomba de sucção. c) Ciclone respirável O ciclone é um separador de partículas que funciona pela rotação do fluxo vertical de ar dentro da câmara. As partículas grandes nãopossuem inércia suficiente para acompanhar o fluxo de ar, sendo arremessados contra a parede do ciclone e posteriormente recolhidas na base do equipamento. O funcionamento do ciclone é caracterizado por sua curva de eficiência de coleta com ponto de corte em 50%. O ponto de corte define em qual tamanho de partícula ocorre a separação entre grandes e pequenas e, é função da vazão de amostragem, tamanho dos dutos e da câmara. Figura 3.5: ciclone respirável Fonte: http://www.servitenge.com.br/equipamentos-avaliacao-ambiental.php Assim, a vazão da bomba numa coleta de poeira total é dada em função do ciclone utilizado. No caso de utilização do ciclone de nylon de 10 m a vazão de amostragem é de 1,7 L/min; para o ciclone de alumínio a vazão é de 2,5 L/min e para o ciclone de plástico condutivo a vazão é de 2,75 L/min. As técnicas de amostragem seletiva por tamanho de partícula para poeiras começaram a ser desenvolvidas entre as décadas de 50 e 60, motivadas pelos efeitos à saúde dos trabalhadores. A primeira classificação adotada foi de poeira respirável, em razão da silicose. O British Medical Research Council (BMRC), em 1952, definiu poeira respirável como sendo aquela fração de poeira suspensa na atmosfera que atinge a região alveolar, adotando o elutriador horizontal como dispositivo padrão a ser utilizado para separar tais partículas. Aquele elutriador deveria deixar passar, para o filtro de coleta, 50% das partículas com diâmetro aerodinâmico de 5µm, conforme a tabela a seguir. Tabela 3.1: Diâmetro das partículas x eficiência de amostragem Diâmetro aerodinâmico das partículas (µm) Eficiência de amostragem (%) 2,2 10 3,2 20 3,9 30 4,5 40 5,0 50 5,5 60 5,9 70 6,3 80 6,9 90 7,1 100 Resumo Se faz necessário o profissional da área de segurança do trabalho ter conhecimento no processo de instrumentação de Higiene ocupacional, logo através desta aula é adquirido as técnicas de como se avaliar trabalhos que tenham agentes químicos, desde uma análise de risco até sua medição no ambiente ocupacional através de equipamentos específicos. Atividade Avaliativa 1) Comente um pouco a respeito do sistema de aspiração. 2) Quais as principais características do ciclone respirável? 3) Como é a metodologia de avaliação de gases e vapores? 4) O que são os tubos colorimétricos? 5) Qual diferença entre Asfixiantes simples e Químicos? Referências Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego. NRS- Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde do Trabalho. Sites com acesso em 26/12/2012: http://www.msanet.com/brazilcatalog/product500535_pt_BR.html http://www.cientifica.srv.br/equipamentos.html www.nrsgestao.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=71&It emid=26 http://www.servitenge.com.br/equipamentos-avaliacao-ambiental.php Disciplina: Instrumentação em Higiene Ocupacional Aula 3– Instrumentação em Vibração e Frio Autor: Miguel Cabral Professor: Marcílio Lima Você verá por aqui .... ... agentes físico, mais precisamente o frio e a vibração. Os instrumentos utilizados em frio, efeito sobre a saúde pela exposição ao frio, sintomas da exposição, avaliação do ambiente. Veremos também os limites de tolerância ao frio e avaliação da exposição ocupacional ao frio. Por fim estudaremos a vibração, outro agente físico pertinente para formação do Técnico em Segurança do Trabalho. Objetivos Estudar o frio e a vibração, classificados como agente físico; Compreender os conceitos básicos para entendimento dos agentes em estudo.. Para começo de conversa... ... Existem diversas atividades laborais que expõem os empregados aos danos causados pelo frio e expostos a vibração excessiva. Embora praticamente inevitável e algumas vezes até necessária, a vibração pode causar problemas de saúde para quem sofre seus efeitos. Estes problemas podem ir desde a sensação de enjoo, quando se viaja de navio ou avião, até a trepidação incômoda de britadeiras a ar comprimido. No ambiente industrial é frequente a simultaneidade entre ruído e vibrações 1. INSTRUMENTAÇÃO EM FRIO Diversas atividades laborais expõem os trabalhadores aos danos causados pelo frio. Destacamos atividades realizadas em câmaras frigoríficas, trabalhos de embalagem de carnes e demais alimentos, operação portuária, nas quais se manuseiam as cargas congeladas e outros. Figura 1: trabalho em câmara frigorífica Fonte: http://www.negociosdefamilia.com.br/2011/08/uma-boa-noticia-faz-bem- ser-bom-e.html O trabalho em ambientes extremamente frios se constitui num risco potencial à saúde dos trabalhadores, podendo causar desconforto, doenças ocupacionais, acidentes e até mesmo morte, quando o trabalhador fica preso acidentalmente em ambientes frios ou imerso em água gelada. Os trabalhadores devem estar protegidos contra a exposição ao frio de modo que a temperatura central do corpo não caia abaixo de 36°C. As lesões mais graves causadas pelo frio decorrem da perda excessiva de calor do corpo e diminuição da temperatura no centro do corpo, o que chamamos de hipotermia. A hipotermia e outras lesões causadas pelo frio podem ser evitadas se forem adotadas práticas adequadas para o trabalho nesta situação. Roupas de frio, inclusive proteção para a cabeça, luvas mitenes e botas isolantes, devem ser usadas por pessoas expostas ao frio. 2. EFEITOS À SAÚDE PELA EXPOSIÇÃO À FRIO O estresse é um conjunto de reações orgânicas a fatores de ordens diversas (físico, químico, emocional, infeccioso, etc.) capazes de perturbar o equilíbrio do organismo (homeostase). O frio é um dos agentes físicos capazes de causar estresse ao organismo humano. Uma grande diversidade de ocupações pode levar a exposições ocupacionais ao frio, tais como trabalho a céu aberto em regiões frias, trabalho em câmaras frias ou navios frigorificados, trabalho de embalagem e armazenagem de carne, frutas, sorvetes, pesca, mergulho e muitas outras ocupações profissionais. Ulcerações e hipotermia não se constituem problemas muito sérios para os trabalhadores, porém, eles existem e os cuidados devem ser observados. Os fatores que mais contribuem para a hipotermia e as ulcerações causadas pelo frio é a exposição ao vento e à umidade. Condições de saúde podem piorar os efeitos do frio, como alergias, problemas vasculares, fumo, bebidas alcoólicas e utilização de certos medicamentos. A ocorrência de acidentes por queda tem maior probabilidade de acontecer em ambientes frios. A umidade causa efeito prejudicial ao corpo em ambientes frios em razão da perda de calor. A água é 25 a 30 vezes mais condutiva de calor que o ar, significando que o trabalhador em tempo úmido pode perder de 25 a 30 vezes mais calor do corpo do que se tivesse seco. O vento também é um fator importante, que aumenta a suscetibilidade do indivíduo à hipotermia devido à sua capacidade de causar perda de calor por convecção e evaporação. 3. SINTOMAS DA EXPOSIÇÃO As doenças e ferimentos causados pelo frio ocorrem quando a perda de calor do corpo excede a produção do calor. As lesões produzidas pela ação do frio afetam principalmente as extremidades e áreas salientes do corpo, como pés, mãos, face e outras. As principais doenças dermatológicas causadas pelo frio são ulcerações, frostbite, fenômeno de Raynaud, pé de imersão e urticária pelo frio, e enregelamento dos membros. • Ulcerações: ocorrem quando a temperatura do tecido cai abaixo do ponto de congelamento e resulta em danos ao tecido. Os sintomas incluem as mudanças de cor da pele para o branco ou amarelo acinzentado, surgimento de dores e, posteriormente, bolhas. Normalmente, as pessoas acometidas por estas lesões não sentem os efeitos, até que alguém as chame a atenção pela palidez de sua pele. Geralmente,estas ulcerações ocorrem quando o rosto ou as extremidades são expostos ao vento frio. Figura 2: ulcerações causadas pelo frio Fonte: http://www.esportedeaventura.com/blog/dicas/frostbite-ulceracao-pelo-frio/ •Frostbite: corresponde a lesões que atingem predominantemente as extremidades, devido à intensa vasoconstrição periférica e à deposição de microcristais nos tecidos quando a região exposta entra em contato com temperaturas abaixo de - 2°C Figura 3: frostbite Fonte: http://www.esportedeaventura.com/blog/dicas/frostbite-ulceracao-pelo-frio/ •Fenômeno de Raynaud: é um dano causado pelo frio, mas pode estar associado a outras patologias como esclerose sistêmica. O fenômeno de Raynaud também pode ocorrer pela exposição à vibração, em operadores de marteletes pneumáticos, lixadeiras e outros. Figura 4: fenômeno de Raynaud Fonte: http://geriderme.blogspot.com.br/2012/09/doenca-ou-fenomeno-de-raynaud.html •Pé de imersão: ocorre em trabalhadores com os pés expostos à água fria ou ambientes úmidos, sem a proteção adequada, por longos períodos. Figura 5: pé de imersão Fonte: http://vilamulher.terra.com.br/dicas-para-cuidados-com-os-pes-que-voce-nao-pode- ignorar-9-4542203-103439-pfi-robsonfg.php •Hipotermia: em ambientes frios, a temperatura interna do corpo geralmente não cai mais do que 1°C a 2°C abaixo da temperatura normal de 37°C em virtude da facilidade do corpo de se adaptar. No entanto, no frio intenso sem a proteção adequada, o corpo é incapaz de compensar a perda de calor, e sua temperatura interna diminui. A sensação de frio, seguida de dor nas partes expostas do corpo, é o primeiro sinal de estresse pelo frio. Quando a temperatura do corpo cai abaixo de 35°C, ocorrem fortes tremores e isto deve ser considerado como aviso de perigo para os trabalhadores. Situação pior ocorre quando o corpo fica imerso em água fria. Conforme o frio aumenta ou o período de exposição se prolonga, a sensação de frio e dor tende a diminuir por causa da perda de sensibilidade que o frio causa. Em seguida, o trabalhador sente fraqueza muscular e adormecimento. Isto é chamado de hipotermia e normalmente ocorre quando a temperatura central do corpo cai abaixo de 33°C. Outros sintomas de hipotermia incluem a percepção reduzida e pupilas dilatadas. Quando a temperatura do corpo atinge 27°C, o trabalhador entra em coma. A atividade do coração pára ao redor de 20°C e, a cerebral, a 17°C. A vítima de hipotermia deve ser aquecida imediatamente, sendo removida para ambientes quentes ou por meio de cobertores. O reaquecimento em água a 40-42°C é recomendado em casos onde a hipotermia ocorre após o corpo ter sido imerso em água fria 4. .AVALIAÇÃO AMBIENTAL A gravidade da exposição ocupacional ao frio deve levar em consideração a temperatura do ar e a velocidade do vento e da atividade física. A velocidade do ar proporciona um agravamento significativo na exposição a baixas temperaturas (Tabela 3). A combinação entre a velocidade do ar e a temperatura de bulbo seco é denominada de temperatura equivalente. Quanto maior for a velocidade do vento e menor a temperatura do local de trabalho, maior deverá ser o isolamento da roupa protetora, e menor o tempo no qual o trabalhador pode ficar exposto. A temperatura do ar é medida com um termômetro de bulbo seco comum em graus célsius com graduação negativa suficiente para a temperatura utilizada (preferencialmente -50°C). A velocidade do vento deve ser medida por meio de anemômetros, que devem medir na escala de quilômetro por hora (km/h). Os exemplos a seguir demonstram uma forma prática de verificar a velocidade do vento, sem muita precisão, quando não contamos com um anemômetro: • 8 km/h: movimenta uma bandeirola; • 16 km/h: a bandeirola fica totalmente estendida; • 24 km/h: levanta uma folha de jornal; • 32 km/h: uma ventania. A atividade física não é fácil de ser medida. É medida pelo calor produzido pelo corpo (taxa metabólica). Existem tabelas que mostram as taxas de metabolismo para uma infinidade de atividades. A produção do calor é medida em quilocalorias (kcal) por hora. O local de trabalho deve ser monitorado da seguinte forma: a) todo local de trabalho com temperatura ambiente inferior a 16°C deverá dispor de termômetro adequado para permitir total cumprimento dos limites estabelecidos; b) sempre que a temperatura do ar no local de trabalho cair abaixo de -1°C a temperatura deve ser medida e registrada a cada quatro horas; c) sempre que a velocidade do vento exceder a 2 m/s em ambientes fechados, deve ser medida e registrada a cada quatro horas; d) em situações de trabalho a céu aberto, a velocidade do vento deve ser medida e registrada juntamente à temperatura do ar quando esta for inferior a - 1°C; e) em todas as situações que forem necessárias, a medição de movimentação do ar e a temperatura equivalente de resfriamento (TER) devem ser obtidas por meio da Tabela 3, e registrada com outros dados sempre que a resultante for inferior a -7°C Tabela 1: Poder de resfriamento do vento sobre o corpo exposto, expresso como temperatura equivalente. 5. LIMITES DE TOLERÂNCIA Os limites de tolerância aqui citados são propostos pela ACGIH, Threshold Limit Values (TLVs), de 1999, com o sentido de proteger os trabalhadores dos efeitos da exposição ocupacional ao frio e definir parâmetros para esta exposição, sob os quais a maioria dos trabalhadores possa estar protegida dos efeitos adversos à saúde. 1- Para trabalhos de precisão com as mãos descobertas por períodos superiores à faixa de 10 a 20 minutos em um ambiente com temperatura inferior a 16°C, devem ser adotadas medidas para manter as mãos dos trabalhadores aquecidas. Isto pode ser feito por meio de jatos de ar quente ou placas de contato aquecidas; 2- Em temperaturas inferiores a -1°C, as partes metálicas e de controle manual devem ser cobertas com material isolante térmico; 3- O uso de luvas se faz necessário sempre que a temperatura cair abaixo de 16°C para atividades sedentárias; 4°C para trabalho leve; -7°C para trabalho moderado, quando não for necessária destreza manual; 4- Para temperaturas inferiores a 2°C, é necessário que os trabalhadores que entram em água ou tenham suas vestimentas molhadas por conta da atividade, troquem as mesmas de imediato, além de tomarem-se os cuidados necessários para a não ocorrência de hipotermia; 5- Deve-se utilizar luvas anticontato quando as mãos estão ao alcance de superfícies frias (temperaturas inferiores a -7°C); 6- Se a temperatura for inferior a -17,5°C, as mãos devem ser protegidas com mitenes. O controle de máquinas e ferramentas deve ser projetado para permitir sua manipulação sem necessidade de remover os mitenes; 7- Quando o trabalho é realizado em ambientes com temperaturas abaixo de 4°C, deve ser fornecida proteção adicional de corpo inteiro. Os trabalhadores devem utilizar roupa protetora adequada para o nível de frio e atividade exercida; 8- Não deve ser permitida a exposição continuada de qualquer parte da pele do trabalhador quando a velocidade e a temperatura resultarem em uma temperatura equivalente de -32°C; 9- Se o trabalho é realizado a temperaturas abaixo de -7°C e o ambiente externo também apresenta baixas temperaturas, é necessária a disponibilização de microambientes aquecidos, como sala de repouso, cabines, barracas ou outros para a recuperação térmica destes trabalhadores. Os trabalhadores devem ser incentivados para a utilização destes locais a intervalos regulares, com a frequência variando conforme a temperatura de exposição ocupacional. O começo de tremores, congelamento ou queimaduras por frio, sensação de fadiga excessiva, irritabilidade ou euforia são indicadores que o trabalhador deva retornar ao abrigo. Ao adentrar no abrigo, deve seremover a camada externa da roupa e afrouxar o restante da vestimenta para permitir a evaporação do suor, ou ainda oferecer vestimentas secas quando as mesmas apresentarem umidade. Desidratação ou perda de fluidos do corpo ocorrem sempre nos ambientes frios e podem aumentar a suscetibilidade do trabalhador a danos à saúde causados pelo frio; 10- Dotar os locais de repouso de salas especiais para secagem das vestimentas, sempre que a atividade resultar em encharcamento ou umedecimento das mesmas; 11- Se as roupas disponíveis não forem suficientes para a proteção contra hipotermia ou enregelamento, o trabalho deve ser interrompido até que as roupas sejam providenciadas ou que o ambiente seja melhorado nas suas temperaturas. Tabela 2: Regime de trabalho/descanso 6. AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO FRIO A avaliação da exposição dos trabalhadores ao frio deve considerar três fatores principais: • Temperatura do ar – Que é medida em graus Celsius com um termômetro de bulbo seco comum, com graduação negativa até – 50°C (preferencialmente); Figura 6: termômetro de bulbo seco comum com escala negativa Fonte: http://refrigere.no.comunidades.net/index.php?pagina=1682701894 • Velocidade do vento – Deve ser medida através de um anemômetro na escala de quilômetros por hora (km/h); Figura 7: anemômetro Fonte: http://www.kuantokusta.pt/4/112820/Termometro-com-anemometro-st618 • Atividade física – A atividade realizada pelo trabalhador é medida pelo calor produzido pelo corpo (taxa metabólica) em quilocalorias por hora (kcal/h). Existem tabelas que mostram o gasto calórico para várias atividades. Quanto menor for a temperatura no local de trabalho e maior a velocidade do vento, maior deve ser o isolamento da roupa de proteção e menor o tempo de exposição do trabalhador ao frio. 7. RECOMENDAÇÕES a) Evitar o trabalho solitário em ambientes frios. O trabalhador deve estar em constante observação ou trabalhar em duplas; b) evitar sobrecarga de trabalho de forma a evitar sudorese intensa que possa causar umedecimento da vestimenta. Quando da realização de trabalho intenso, devem-se adotar períodos de descanso em abrigos aquecidos, com troca por vestimenta seca, sempre que necessário; c) devem ser oferecidas bebidas doces e sopas quentes no ambiente de trabalho para aumentar as calorias e o volume de líquidos. O café deve ser limitado devido ao seu efeito diurético e sobre a circulação sanguínea; d) quando o trabalho a ser realizado for leve e a roupa puder ficar molhada com o trabalho realizado, a parte externa desta roupa deve ser de material impermeável; e) quando o trabalho é intenso, a parte externa da roupa deve ser de material repelente a água, devendo ser trocada sempre que se molhe. A parte externa da roupa deve permitir evaporação de forma a diminuir a umidificação causada pela sudorese; f) quando o trabalho é realizado em ambientes frios e com temperaturas normais ou quentes, antes de adentrar ao ambiente frio o trabalhador deve se certificar de que sua roupa não esteja molhada. Se estiver úmida ou molhada deverá ser trocada por uma seca; g) os trabalhadores deverão trocar de meia ou palmilhas removíveis sempre que as mesmas estiverem umedecidas; i) se as roupas oferecidas aos trabalhadores não forem suficientes para prevenir a hipotermia ou enregelamento, o trabalho deve ser modificado ou interrompido até que roupas adequadas sejam providenciadas; j) evitar o umedecimento de partes do corpo ou vestimentas com gasolina, álcool e outros solventes devido ao risco adicional de danos pelo frio em extremidades; k) não exigir trabalho integral de recém-contratados em ambientes frios. Isto deve ser feito aos poucos até que haja a ambientação com as condições de trabalho e das vestimentas; l) o local de trabalho deve ser planejado de forma que o trabalhador não passe longos períodos parados. Local frio não pode ser utilizado como área de repouso. Não deve existir no ambiente assentos metálicos de cadeiras desprotegidos; m) antes de assumir os seus postos de trabalho, todos devem ser treinados nos procedimentos de segurança e saúde no trabalho, incluindo o seguinte programa: 1- procedimento adequado de reaquecimento e tratamento de primeiros socorros; 2- uso adequado de vestimentas; 3- hábitos adequados de alimentação e ingestão de líquidos; 4- reconhecimento de iminente enregelamento; 5- reconhecimento e sinais de hipotermia iminente ou resfriamento excessivo do corpo; 6- práticas de trabalho seguro; n) trabalhadores em tratamento médico ou tomando medicação que possa interferir na regulação da temperatura do centro do corpo devem ser excluídos do trabalho exposto ao frio a temperaturas abaixo de -1°C; o) trabalhos rotineiros a temperaturas inferiores a -24°C com velocidade do vento menor que 8 km/h ou temperaturas inferiores a -18°C e velocidade do vento superior a 8 km/h, devem ser realizados por trabalhadores com recomendação médica que os declare aptos para tais exposições; p) deve sofrer redução dos limites de exposição ocupacional ao frio quando os trabalhadores estão expostos à vibração ou a substâncias tóxicas; q) os túneis de congelamento só podem ter o sistema de ventilação ligados quando não tiver a presença de trabalhadores no local; r) as portas de câmaras frigorificadas ou outras dependências refrigeradas onde haja trabalhadores operando devem ser dotadas de sistema que permita a abertura das portas internamente, caso os trabalhadores ficarem involuntariamente presos; s) pessoas idosas, que tenham problemas circulatórios ou sejam alcoólatras, devem ser excluídas no exame médico admissional para trabalhos em ambientes extremamente frios; t) roupas de proteção: são necessárias para a execução de trabalho realizado a uma temperatura de 4°C ou abaixo. As vestimentas devem ser selecionadas de acordo com a intensidade do frio, o tipo de atividade e o plano de trabalho. Devem ser usadas roupas compostas de camadas múltiplas, o que proporciona maior proteção que o uso de uma única peça grossa. A camada de ar existente na roupa fornece isolamento maior do que ela própria. Em condições extremamente frias, nas quais usa-se proteção para a face, a proteção dos olhos deve estar separada dos canais de respiração (nariz e boca), de maneira a evitar que a umidade exalada embace os óculos. Para o trabalho realizado em condições úmidas, a camada externa da roupa deve ser a repelente à água. Se a área de trabalho não puder ser protegida contra o vento, deve-se usar uma roupa de couro ou de lã grossa facilmente removível. Em condições extremamente frias, devem ser fornecidas vestimentas de proteção aquecidas. As roupas devem ser conservadas secas e limpas, visto que a sujeira enche as células de ar nas fibras das roupas, destruindo a sua capacidade de circulação do ar. Enquanto o trabalhador estiver descansando em uma área aquecida, a perspiração deve ser feita abrindo-se os fechos do pescoço, cintura, mangas e tornozelo. Se não for necessária destreza manual, devem ser usadas luvas em temperaturas abaixo de 4°C para a realização de trabalho leve, e em temperaturas abaixo de -7°C para a realização de trabalho moderado. Para trabalho realizado em temperaturas abaixo de -17°C, devem-se usar mitenes. 8. INSTRUMENTAÇÃO EM VIBRAÇÃO Vibração é o movimento periódico, ou aleatório, de um elemento estrutural ou peça de uma máquina. É um movimento repetitivo a partir de uma posição de repouso. Embora praticamente inevitável e algumas vezes até necessária, ela pode causar problemas de saúde para quem sofre seus efeitos. Estes problemas podem ir desde a sensação de enjôo, quando se viaja de navio ou avião, até a trepidação incômoda de britadeiras a ar comprimido. No ambiente industrial é freqüente a simultaneidade entre ruído e vibrações.No entanto, os efeitos que estes dois agentes podem causar aos trabalhadores são diferentes: ruído desenvolve a sua ação fundamentalmente em relação a um órgão, a orelha. as vibrações afetam zonas mais extensas do corpo, inclusivamente órgãos internos como o cérebro, o fígado e o coração. Na realidade, as vibrações transmitem-se ao organismo segundo três eixos espaciais (x, y, z), com características físicas diferentes, e cujo efeito combinado é igual ao somatório dos efeitos parciais, tendo ainda em conta as partes do corpo a elas sujeitas. Um corpo está em vibração quando descreve um movimento oscilatório em torno de um ponto fixo. O número de vezes em que o ciclo completo do movimento se repete durante o período de um segundo é chamado de freqüência e, é medido em ciclos por segundo ou Hertz [Hz]. Ao contrário de outros agentes, onde o trabalhador é sujeito passivo, expondo-se aos riscos, no caso das vibrações, deve haver, caracteristicamente, o contato entre o trabalhador e o equipamento ou máquina que transmita a vibração. A vibração consiste em movimento inerente aos corpos dotados de massa e elasticidade. O corpo humano possui uma vibração natural. Se uma freqüência externa coincide com a freqüência natural do sistema, ocorre a ressonância, que implica em amplificação do movimento. A energia vibratória é absorvida pelo corpo, como conseqüência da atenuação promovida pelos tecidos e órgãos. O corpo humano possui diferentes freqüências de ressonância. O corpo humano reage às vibrações de formas diferentes. A sensibilidade às vibrações longitudinais (ao longo do eixo z, da coluna vertebral) é distinta da sensibilidade transversal (eixos x ou y, ao longo dos braços ou através do tórax). Em cada direção, a sensibilidade também varia com a frequência, eis que, para determinada frequência, a aceleração tolerável é diferente daquela em outra frequência. No campo tecnológico, as aplicações de vibrações na engenharia são de grande importância nos tempos atuais. Projetos de máquinas, fundações, estruturas, motores, turbinas, sistemas de controle e outros, exigem que questões relacionadas a vibrações sejam levadas em conta. A vibração pode ser utilizada com proveito em várias aplicações industriais, testes de materiais, processos de usinagem e soldagem. Nas aplicações industriais destacam-se as esteiras transportadoras, as peneiras, os compactadores, os misturadores, as máquinas de lavar, que utilizam a vibração em seu princípio de funcionamento. Em muitos sistemas de engenharia, o ser humano atua como parte integrante do mesmo. A transmissão de vibração para o ser humano resulta em desconforto e perda de eficiência, podendo constituir um risco em potencial para os trabalhadores, uma vez que as vibrações podem desencadear perturbações neurológicas ou musculares, vasculares e lesões ósteo- articulares, no caso das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço e patologias na região lombar e lesões da coluna vertebral, para o caso das vibrações transmitidas a todo o organismo. 9. LEGISLAÇÃO PERTINENTE A Portaria nº 3.214/78 do MTE – NR-15 – anexo nº 8: item 1: “As atividades e operações que exponham os trabalhadores, sem a proteção adequada, às vibrações localizadas, ou de corpo inteiro, serão caracterizadas como insalubres, através de perícia realizada no local de trabalho" item 2: "A perícia, visando à comprovação ou não da exposição deve tomar por base os limites de tolerância definidos pela Organização Internacional para a Normalização – ISO em suas normas ISO 2631 e ISO/DIS 5349 ou suas substitutas". •ISO 2631 – vibração transmitida para corpo inteiro (versão mais recente 1999) •ISO 5349 – vibrações localizadas (mãos e braços) A ACGIH faz referências a limites admissíveis para tempo de exposição a vibrações localizadas podendo ser utilizados como critério de avaliação já que a ISO 5349 é muito superficial, isto é, não há um limite estabelecido e sim umas probabilidades de ocorrência de determinadas lesões. Segundo NR-15 a exposição a vibrações acima do LT é considerada insalubre de grau médio, isto é, deve-se conceder ao empregado um adicional de 20% do salário mínimo aos seus proventos. 10. LIMITE DE TOLERÂNCIA A avaliação das vibrações de mãos e braços deve ser realizada com base nos critérios da ISO 5349 de 1986. A mensuração deve ser realizada para cada eixo (x, y e z), por meio da aceleração ponderada, rms, correspondente ao eixo dominante. Tabela 3: limites para exposição da mão em qualquer das direções x,y ou z Duração Total da Exposição Diária: tempo total que a vibração entra na mão por dia, seja continuamente, seja intermitentemente. Aceleração dominante: usualmente, um dos eixos é dominante sobre os demais. Se um ou mais eixos de vibração exceder a exposição total diária, então o LT estará excedido. 11. TIPOS DE VIBRAÇÕES VIBRAÇÃO DE CORPO INTEIRO: é de baixa frequência e alta amplitude, situa-se na faixa de 1 a 80 Hz, mais especificamente 1 a 20 Hz. Estas vibrações são específicas para atividades de transporte e são afetas à norma ISO 2631. São transmitidas ao corpo do trabalhador, na posição sentado, em pé ou deitado; por exemplo, as vibrações a que estão expostas os motoristas de caminhão, operadores de tratores, máquinas agrícolas, etc. VIBRAÇÕES DE EXTREMIDADES: também conhecidas como segmentais, localizadas ou de mãos e braços, são as mais estudadas, situam-se na faixa de 6,3 a 1250 Hz, ocorrendo nos trabalhos com ferramentas manuais e normatizadas pela ISO 5349. Figura 8: vibrações do corpo inteiro Fonte: http://www.vendrame.com.br/novo/artigos/vibracoes_ocupacionais.pdf Na avaliação ocupacional da vibração, vários fatores influenciam na caracterização do risco, entre os quais se destacam: amplitude da vibração, sua frequência, sua direção e o tempo de exposição do trabalhador. 12. .AVALIAÇÃO DAS VIBRAÇÕES. Sendo os fenômenos ruído e vibrações essencialmente semelhantes, os aparelhos para medição são muito parecidos, mudando, apenas, a escala de medição (que poderá indicar aceleração, velocidade ou deslocamento do movimento) e o tipo de transdutor (elemento que transforma o sinal mecânico em elétrico ou vice-versa), substituindo-se o microfone do medidor de pressão sonora por um acelerômetro. A avaliação é QUANTITATIVA, utilizando o Transdutor Piezoelétrico para medição de aceleração absoluta. O Laudo Técnico deve constar com pelo menos: a. o critério adotado; b. o instrumental utilizado; c. a metodologia de avaliação; d. a descrição das condições de trabalho e o tempo de exposição às vibrações; e. o resultado da avaliação quantitativa; f. as medidas para eliminação e/ou neutralização da insalubridade, quando houver. De uma forma geral, a vibração deve ser captada na superfície estrutural que suporta o corpo humano, o mais próximo possível do ponto que atinge a pessoa exposta à vibração. Preferencialmente a vibração deve ser medida nas três direções ortogonais. A vibração pode ser caracterizada pelo deslocamento, velocidade ou aceleração, ou ainda, em decibels; no entanto, a aceleração tem sido extensivamente utilizada como unidade em vibrações. 13. MEDIÇÃO DA VIBRAÇÃO No que diz respeito à vibração de corpo inteiro, a norma ISO 2631 determina que as medições sejam realizadas de acordo com as indicações da Figura 09. Por outro lado, quando se trata de vibrações de extremidade a indicação é feita de acordo com o que é mostrado na Figura 10. Figura 09:direções de medição de vibração do corpo humano,segundo a ISSO 2631 Fonte: http://www.vendrame.com.br/novo/artigos/vibracoes_ocupacionais.pdf Figura 10:direção de medição de vibração da mão,segundo a ISO 5349 Fonte: http://www.vendrame.com.br/novo/artigos/vibracoes_ocupacionais.pdf A mediçãoda vibração é feita por meio de instrumentos ligados a um transdutor de aceleração, denominado de acelerômetro. O acelerômetro é o elemento que capta o movimento vibratório transformando-o em um sinal elétrico proporcional à aceleração. Figura 11:acelerômetro piezoelétrico Fonte: http://portuguese.alibaba.com/product-gs/piezoelectric-accelerometer-model-7100a- 505916866.html Figura 12:montagem dos acelerômetros – a)vibração de corpo inteiro b)vibração de mão e braço Fonte:www.ufpa.br/gva/Arquivos%20PDF/I_WORKSHOP_TUCURUI/Workshop_Tucurui/Palestras/03_P0 1_Vibracoes_e_o_Corpo_Humano_uma_avaliacao_ocupacional.pdf 13.1. EFEITOS DAS VIBRAÇÕES SOBRE O ORGANISMO As vibrações afetam diferentes regiões do organismo, dependendo da aceleração e comprimento de onda. As operações e atividades que geram vibrações podem afetar a saúde do trabalhador, causando diversas doenças: alterações neurovasculares nas mãos, problemas nas articulações das mãos e braços, osteoporose (perda de substância óssea), lesões na coluna vertebral, dores lombares, etc. Por exemplo, o sistema tórax-abdômen é muito sensível nas frequências entre 3 Hz e 6 Hz; o globo ocular, a frequências entre 60 e 90 Hz; as mandíbulas e lábios, a frequências entre 200 e 300 Hz. Em geral, as faixas de interesse vão desde 0,1 a 1.000 Hz e desde 0,1 a 100 m/s2 de aceleração rms. Exposições a vibrações menores que 16 Hz, de alta energia (níveis de 140 dB ou mais), causam, por ação mecânica, um afundamento do tórax, dando a sensação de constrição no peito, e tosse. Freqüências entre 3 Hz e 6 Hz, o efeito pode ser ainda mais acentuado. Experiências com animais, nessa faixa de frequência, não demonstram, oscilações de grande amplitude, para provocar deslocamentos significativos de segmentos corporais, havendo, também, alterações de motricidade da musculatura lisa. Em trabalhos com martelo vibratório, os efeitos localizam-se, principalmente, nos membros superiores: cotovelos, articulações, mãos e dedos. Os problemas provocados pelo martelete podem ser do tipo: •ósteo-articular, tais como a artrose do cotovelo, necrose dos ossos dos dedos, deslocamentos anatômicos, entre outros; •problemas musculares ou agioneurológico, onde encontram-se problemas como a doença de Raynaud (dedos brancos e insensíveis); •problemas nervosos, alterando a sensibilidade táctil. Nos últimos anos, diversos pesquisadores têm reunido dados sobre os efeitos fisiológicos e psicológicos das vibrações, como perda de equilíbrio, falta de concentração e visão turva, diminuindo a acuidade visual. As vibrações podem afetar o conforto, reduzir o rendimento do trabalho e causar desordens das funções fisiológicas, dando lugar ao desenvolvimento de doenças quando a exposição é intensa. 14. MEDIDAS DE CONTROLE 14.1. CONTROLE NA FONTE A primeira providência em relação às vibrações é tentar reduzi-las junto à fonte, e geralmente é eficiente, mas algumas vezes pode não ser exequível ou pode ser uma modificação onerosa. 14..2.CONTROLE NA TRAJETÓRIA(MEIO DE PROPAGAÇÃO) ISOLAR A FONTE: quando não for possível eliminar a fonte, esta pode ser isolada, para que o trabalhador não entre em contato direto com ela. CONTROLE DA TRANSMISSÃO: suprimir meio transmissor; realizar montagens anti-vibratórias: introdução de elementos resilientes, tais como, molas ou apoios em borracha (fibra de vidro ou cortiça) que reduzem a transmissão de energia vibratória; tratamento amortecedor dos elementos estruturais que compõem o percurso de transmissão, de modo a absorver parte da energia vibratória produzida. REDUÇÃO DA AMPLITUDE DAS VIBRAÇÕES 14..3.CONTROLE DA VIBRAÇÃO DO RECEPTOR Se as providências anteriores não forem suficientes, pode-se proteger o trabalhador individual com certos equipamentos, no entanto esta medida é mais usual como reforço as duas anteriores. • ferramentas com características anti-vibratórias; • luvas ainti-vibração: eficientes em vibrações de alta frequência e • botas com solado em material absorvente; • práticas adequadas de trabalho: instruções e procedimentos; • programa de supervisão médica específico (PCMSO); • pausas de 10 minutos a cada hora contínua de exposição. Resumo Se faz necessário o profissional da área de segurança do trabalho ter conhecimento no processo de instrumentação de Higiene ocupacional, logo Através desta aula é adquirido as técnicas de como se avaliar trabalhos que tenham agentes químicos, desde uma análise de risco até sua medição no ambiente ocupacional através de equipamentos específicos. RESUMO Nesta aula verificou-se quais são os efeitos a saúde pela exposição a frio, como são os sintomas deste risco físico, sendo analisado o tipo de avaliação ambiental caracterizando as principais recomendações de trabalho no frio, como também o processo de avaliação ambiental das vibrações, caracterizando os tipos de vibração e os efeitos das mesmas sobre o organismo. Atividade Avaliativa 1- Cite efeito à saúde pela exposição ao frio. 2- Quais os principais sintomas em uma atividade laboral com a presença do risco físico frio? 3- Como ocorre o tipo de avaliação ambiental nos ambientais ocupacionais com frio? 4- Quais as principais recomendações de trabalho no frio? 5- Como ocorre o processo de avaliação ambiental das vibrações? 6- Quais os principais sintomas das vibrações no organismo REFERÊNCIAS ATLAS. Segurança e Medicina do Trabalho, 19a. edição. São Paulo, 1990. Série: Manuais de Legislação, ATLAS, 16, p. 64-8. ARAÚJO, Giovanni Moaraes de. Normas Regulamentadoras Comentadas – Rio de Janeiro, Ed.Autor – Giovanni Moraes, 2005, 1689 p. 5ª edição ISO 2631-3. Mechanical vibration – Evaluation of human exposure to whole- body vibration - Part 3: Evaluation of exposure to whole-body z-axis vertical vibration in the frequency range 0,1 to 0,63 Hz. Segurança e Saúde no Trabalho Portuário, Fundacentro, 1998 Sites com acesso em 12/01/2013: http://www.negociosdefamilia.com.br/2011/08/uma-boa-noticia-faz-bem-ser- bom-e.html Fonte: http://www.esportedeaventura.com/blog/dicas/frostbite-ulceracao-pelo- frio/ Fonte: http://www.esportedeaventura.com/blog/dicas/frostbite-ulceracao-pelo- frio/ Fonte: http://geriderme.blogspot.com.br/2012/09/doenca-ou-fenomeno-de- raynaud.html Fonte: http://vilamulher.terra.com.br/dicas-para-cuidados-com-os-pes-que- voce-nao-pode-ignorar-9-4542203-103439-pfi-robsonfg.php Fonte: http://refrigere.no.comunidades.net/index.php?pagina=1682701894 onte: http://www.kuantokusta.pt/4/112820/Termometro-com-anemometro-st618 Fonte: http://www.vendrame.com.br/novo/artigos/vibracoes_ocupacionais.pdf Fonte: http://www.vendrame.com.br/novo/artigos/vibracoes_ocupacionais.pdf Fonte: http://www.vendrame.com.br/novo/artigos/vibracoes_ocupacionais.pdf Fonte: http://portuguese.alibaba.com/product-gs/piezoelectric-accelerometer- model-7100a-505916866.html Fonte:www.ufpa.br/gva/Arquivos%20PDF/I_WORKSHOP_TUCURUI/Workshop _Tucurui/Palestras/03_P01_Vibracoes_e_o_Corpo_Humano_uma_avaliacao_o cupacional.pdf Disciplina: Instrumentação em Higiene Ocupacional Aula 4 – Instrumentação Em Radiação e Agentes biológicos Autor: Miguel Cabral Professor: Marcílio Lima Você verá por aqui .... ... Um tipo de agente físico, mais precisamente a radiação. Os tipos de radiações, suas unidades, os efeitos biológicos de tais agentes. Verá também métodos de avaliação e as diferentes classes de risco. Objetivos Estudar a radiação, classificado como agente físico; Compreender os conceitos básicos. Para começo de conversa... Existem tipos de radiações, inicialmente iremos abordar as ionizantes e não ionizantes, Gama e Raios X e Radiação de Nêutrons. 1. Tipos de Radiações Ionizantes Existem basicamente dois tipos de radiações: corpusculares(raios alfa, raios beta) e eletromagnéticas (raios x e raios gama). 1.1 Partículas Alfa: esse tipo de radiação está associada à emissão de átomos de hélio em função de sua massa atômica, pequeno poder de penetração e grande poder de ionização, ou seja, perda de sua energia. Na exposição humana seus efeitos seriam observados ao nível do tecido cutâneo (no caso de exposição externa), em casos de exposição acidental, de maneira a ser introduzido no organismo humano, seja por via cutânea, ingestão ou inalação. Esse tipo de radiação é mais nociva que as demais abordadas (METHÉ, 1993). · Características físicas: a partícula alfa é semelhante ao núcleo de hélio, emitidas em alta velocidade. É constituída de dois prótons e dois nêutrons, tendo carga positiva (+2). · Alcance: apresentam uma grande quantidade de energia em curtas distâncias e limitado poder de penetração. Para partículas alfa originadas em decaimento radioativo, o alcance no ar é cerca de 2cm a 5cm. · Blindagem: a maior parte dessas partículas não consegue atravessar mais do que alguns poucos centímetros de ar, uma folha de papel ou a camada externa da pele. · Danos biológicos: não é considerada capaz de causar dano por irradiação externa, porque é facilmente atenuada pela camada superficial da pele. Caso um emissor alfa seja inalado ou ingerido, torna-se uma fonte importante de exposição interna nos órgãos e tecidos expostos em função de sua alta toxicidade. 1.2. Partículas Beta: radiação beta é o termo para descrever elétrons de origem nuclear, carregados negativamente (e-), ou positivamente (e+). Partículas beta são uma espécie de elétrons emitidos pelos núcleos radioativos, considerando, ainda, que a emissão radioativa venha acompanhada de uma partícula ainda menor, o neutrino. · Características físicas: possui pequena massa e tem carga negativa. A partícula beta de carga negativa (carga –1) é fisicamente igual a um elétron; a partícula beta de carga positiva (carga +1) é chamada pósitron. · Alcance: depende da energia das partículas beta geradas em decaimentos radioativos; seu alcance no ar é de até 3m, por apresentar massa da ordem de 1.840 vezes menor que a do próton. O elétron penetra mais facilmente na matéria em comparação à radiação alfa. · Blindagem: a maior parte das partículas beta são blindadas por camadas finas de plástico, vidro ou alumínio. · Danos biológicos: externamente, as partículas beta podem causar danos ao olho (células do globo ocular) e à pele (células epiteliais) em função de sua maior penetração no tecido exposto; caso o emissor beta seja inalado ou ingerido, torna-se uma importante fonte de exposição interna (SZTANYIK, 1993). 1.3. Radiação Gama e Raios X: são fótons de altíssima energia, e, portanto, de freqüência elevada. As emissões gama são oriundas do núcleo instável, apresentando energias maiores que as dos raios X. · Características físicas: são ondas eletromagnéticas, ou fótons, e não possuem massa nem carga. A diferença entre os raios X e os raios gama está na sua origem: enquanto os raios X são originados por movimento de elétrons entre orbitais, os raios gama têm origem no núcleo do átomo. · Raios X e raios gama podem ionizar diretamente, por interação com elétrons orbitais, ou indiretamente, por interação com o núcleo, que irá então emitir radiação capaz de provocar ionização. A radiação por raios X representa a emissão de fótons de energia, conhecidos como raios X liberados no processo de desexcitação da eletrosfera. Possuem características semelhantes às dos raios gama, porém com energias expressas na ordem de keV, enquanto as radiações do tipo gama são da ordem de MeV. · Alcance: como não têm carga ou massa, o poder de penetração é alto e a atenuação depende da energia. Raios X ou gama, iniciados por decaimento radioativo, podem avançar por dezenas de metros no ar. · Blindagem: os raios X ou gama são, principalmente, fontes da exposição externa; pode-se observar que causam danos mais profundos no organismo humano em função do seu poder de penetração. Em relação à quantidade de radiação emitida, observa-se que a origem da radiação gama é cerca de mil vezes maior que a radiação X, em função do nível de energia envolvido (PITT; PITT, 1987). 1.4. Radiação de Nêutrons (N): essas partículas são um subproduto de muitas reações nucleares, como, por exemplo, a fissão do urânio 235 (quebra do núcleo do átomo de urânio). Se forem lentos, com energias cinéticas da ordem de eV, são denominados térmicos e podem ser capturados pelos núcleos, pois os nêutrons não são repelidos por esses. Iniciam-se dessa maneira reações nucleares em cadeia. Também são gerados quando núcleos são bombardeados com partículas energéticas. · Os nêutrons rápidos possuem energias cinéticas da ordem de 1 MeV. São capazes de colidir com vários núcleos e produzir bastante ionização antes de perder sua energia cinética. · Características físicas: são ejetados do núcleo dos átomos; têm massa semelhante à do próton; e são cerca de 1.800 vezes mais pesados que uma partícula beta. Por causa de sua massa e por terem carga neutra, os nêutrons geralmente não são capazes de ionizar diretamente ou de interagir com elétrons orbitais. O que ocorre, usualmente, é a colisão do nêutron com um núcleo. Uma partícula carregada ou outra radiação pode ser emitida após a colisão, ionizando átomos vizinhos (SEPR, 1996). · Alcance (comprimento de atenuação): por sua massa e ausência de carga, os nêutrons têm uma habilidade de penetração relativamente alta (podem atravessar dezenas de metros no ar) e por isso são difíceis de serem blindados ou detectados. Assim, como a radiação gama, a atenuação de nêutrons depende da energia que ela possui. · Blindagem: os melhores materiais para a blindagem de nêutrons são os que têm grande quantidade de hidrogênio ou número atômico baixo, como concreto, terra, água, plástico ou parafina. · Danos biológicos: são, principalmente, fontes de exposição externa, devido à sua capacidade de penetração; nesse caso, apresentam maior dose de radiação na exposição se comparados com as outras radiações descritas. Das radiações apresentadas são as que causam maior dano biológico aos órgãos e tecidos dos seres humanos, podendo ocasionar a morte de células em face de seu poder de penetração e grande liberação de energia na matéria. 2. UNIDADES DA RADIAÇÃO IONIZANTE As unidades para a medição da radiação são relativamente complexas. A maioria dos países agora utiliza o Sistema Internacional de Unidades (abreviado SI do francês – le Système International d'Unités) que é a forma moderna do sistema métrico. No entanto, os EUA continuam a utilizar um sistema mais antigo para alguns fins regulamentares. Ambos os métodos estão resumidos abaixo para referência: 2.1. Atividade (Becquerel) A unidade do SI para a atividade de um material radioativo é o becquerel (Bq), onde um Becquerel = 1 desintegração por segundo. A unidade tradicional de atividade tem sido o Curie (Ci), onde um Curie =3.7 x 1010 desintegrações por segundo. 2.1.1. Dose Absorvida (Gray) Esta é uma medição da energia transmitida para a matéria através da radiação ionizante por massa de unidade do material. A unidade do SI da dose absorvida é o gray (Gy) que é igual a uma absorção de energia de 1 joule/Kg. A unidade tradicional da dose absorvida é o rad, onde 1 Gray = 100 rads 2.1.1.1. Dose Equivalente (Sievert) Doses absorvidas iguais nem sempre darão origem a riscos iguais de qualquer efeito biológico. A eficácia biológica relativa de uma dose absorvida em particular pode ser afetada pelo tipo de radiação ou pelas condições de radiação. Dessa forma, a dose equivalente pode ser expressa como: Dose equivalente (Sievert) = Dose absorvida (Gray) x Fator modificador. O fator modificador depende tanto da „qualidade‟
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