Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Brasília-DF. Gestão do Meio AMbiente seGundo A Abnt nbR iso 14.001:2004 e ResponsAbilidAde sociAl coRpoRAtivA Elaboração Rogério de Moraes Silva Beatriz de Bulhões Mossri Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário APrESEntAção .................................................................................................................................. 5 orgAnizAção do CAdErno dE EStudoS E PESquiSA ..................................................................... 6 introdução ..................................................................................................................................... 8 unidAdE i NOÇÕES INTRODUTÓRIAS .................................................................................................................. 11 CAPítulo 1 MEIO AMbIENTE .................................................................................................................... 11 CAPítulo 2 EvOlUÇãO DO DIREITO AMbIENTAl NO bRASIl ...................................................................... 22 CAPítulo 3 QUADRO ATUAl DA lEgISlAÇãO AMbIENTAl bRASIlEIRA ........................................................ 26 CAPítulo 4 PRINcIPAIS TRATADOS INTERNAcIONAIS.................................................................................. 29 unidAdE ii lEgISlAÇãO AMbIENTAl APlIcADA À INDÚSTRIA PETROlÍFERA ............................................................. 31 CAPítulo 1 NORMATIzAÇãO ................................................................................................................... 31 CAPítulo 2 cONcEITUAÇÕES ................................................................................................................ 40 unidAdE iii ASPEcTOS INTRODUTÓRIOS ................................................................................................................ 46 CAPítulo 1 ASPEcTOS INTRODUTÓRIOS ................................................................................................... 46 CAPítulo 2 IMPlANTAÇãO DE UM SgA cONFORME A ISO 14001 ............................................................ 61 CAPítulo 3 AUDITORIA AMbIENTAl ........................................................................................................... 72 CAPítulo 4 INDIcADORES DE SUSTENTAbIlIDADE APlIcADOS ................................................................... 75 CAPítulo 5 cORRESPONDêNcIA ENTRE A ISO 14001 E A ISO 9001 .......................................................... 77 unidAdE iv RESPONSAbIlIDADE SOcIAl E SUSTENTAbIlIDADE ................................................................................. 81 CAPítulo 1 cONTExTUAlIzAÇãO E cONcEITOS ...................................................................................... 81 CAPítulo 2 RElAÇãO cOM PARTES INTERESSADAS/stakeholders: PÚblIcO INTERNO E ExTERNO ............. 87 unidAdE v RESPONSAbIlIDADE SOcIAl EMPRESARIAl ........................................................................................... 90 CAPítulo 1 EvOlUÇãO DOS cONcEITOS E DAS PRáTIcAS DA RESPONSAbIlIDADE SOcIAl EMPRESARIAl E DA SUSTENTAbIlIDADE ......................................................................................................... 90 CAPítulo 2 A FUNÇãO SOcIAl DA EMPRESA, SUA RElAÇãO cOM OS vAlORES DA SOcIEDADE, SEUS IMPAcTOS E ExTERNAlIDADES ...................................................................................... 94 CAPítulo 3 ESTRATégIAS DE INcORPORAÇãO DA RESPONSAbIlIDADE SOcIAl NA ESTRATégIA DE NEgÓcIO ..................................................................................................... 96 CAPítulo 4 INvESTIMENTO SOcIAl PRIvADO E bAlANÇO SOcIAl ............................................................. 99 unidAdE vi gESTãO DE RESPONSAbIlIDADE SOcIAl NOS NEgÓcIOS .................................................................. 102 CAPítulo 1 INDIcADORES DE RESPONSAbIlIDADE SOcIAl EMPRESARIAl ................................................. 102 CAPítulo 2 NORMAS NAcIONAIS E INTERNAcIONAIS (ISOS, AA1.000, SA 8.000) ..................................... 106 CAPítulo 3 DIálOgOS cOM AS PARTES INTERESSADAS .......................................................................... 117 CAPítulo 4 INTEgRAÇãO DA RESPONSAbIlIDADE SOcIAl NA cADEIA PRODUTIvA E SEUS DESAFIOS......... 119 CAPítulo 5 RIScOS E OPORTUNIDADES DA ADOÇãO DA RESPONSAbIlIDADE SOcIAl cORPORATIvA ...... 123 CAPítulo 6 ExEMPlOS DE cASO ........................................................................................................... 125 rEfErênCiAS .................................................................................................................................. 128 5 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial 6 organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Praticando Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer o processo de aprendizagem do aluno. Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. 7 Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Exercício de fixação Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/ conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não há registro de menção). Avaliação Final Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, que visam verificar a aprendizagem do curso (há registrode menção). É a única atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber se pode ou não receber a certificação. Para (não) finalizar Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado. 8 introdução O conhecimento em legislação ambiental é um dos pilares de nosso curso de especialização. É com esse conhecimento que o aluno se familiariza com os conceitos, os dispositivos legais, para que os demais conteúdos possam ser melhor compreendidos, à medida em que a base legal foi ministrada. Apesar de se falar muito em meio ambiente, os profissionais, em geral, não conhecem os principais dispositivos legais que regem a matéria, bem como as suas inter-relações. Visando ampliar seus conhecimentos nesse assunto, este curso apresentará: noções introdutórias sobre Meio Ambiente, a evolução e o quadro atual do direito ambiental brasileiro, a legislação ambiental aplicada à indústria petrolífera, aspectos relevantes da implementação de um Sistema de Gestão Ambiental e pontos introdutórios de Auditoria Ambiental. No segmento de petróleo e gás natural, a Responsabilidade Socioambiental constitui-se num tema de grande atualidade e que, apenas há alguns anos, passou a fazer parte de estudos com mais significado. Após discussões relacionadas com o Desenvolvimento Sustentável é que a questão da Responsabilidade Social teve seu surgimento, pois no âmbito de suas formulações conceituais e operacionais buscavam aplicar benefícios para empresas, governos e sociedade. O referido tema, Responsabilidade Socioambiental, em todo o mundo, permeou na comunidade, no meio científico e acadêmico, nas empresas e instituições de forma definitiva, passando a fazer parte do cotidiano dos procedimentos de gestão e, dessa forma, estabelecendo interesse crescente nos diversos segmentos da sociedade. Por se tratar de matéria recente e cujas conceituações ainda são objeto de debates e entendimentos, é de suma importância que todo o esforço seja dispensado em busca de sua consolidação e da aplicabilidade de procedimentos consistentes. Apesar das instituições surgentes voltadas aos princípios da Responsabilidade Social apresentarem valores comuns, é necessário compreender que a essência do trabalho de cada uma delas nem sempre é convergente, pois contemplam focos e formas de atuação distintas, algumas priorizando o vínculo religioso, outras o engajamento político, a ética, a filantropia, a formação cidadã etc. A preocupação em estimular a Responsabilidade Social no cerne das atividades empresariais é o fator comum entre elas. Dessa forma, multiplicar-se-ão seus valores pessoais para a gestão e os relacionamentos de suas organizações com as comunidades direta ou indiretamente influenciadas e impactadas por suas demandas de produção. Na década de 1990, o movimento internacional sobre Responsabilidade Social nas empresas cresceu consideravelmente, a prática recorrente é a de compartilhamento das informações e das realizações de parceiras com outras instituições. Atualmente, é possível verificar que os benefícios da responsabilidade social são bem claros e abrangentes, podendo ser relacionados como preservação dos recursos ambientais, redução das desigualdades sociais, promoção da diversidade, preservação cultural local, geração de valor para todos os públicos, contribuição para uma sociedade justa e sustentável, valorização da imagem 9 institucional, reconhecimento e fidelidade do cliente, aumento da motivação dos funcionários, atração e retenção de talentos, maior longevidade e acesso a capitais e a mercados. O desempenho da organização em relação à sociedade em que opera e ao seu impacto no meio ambiente se tornou uma parte crucial na avaliação de seu desempenho geral e de sua capacidade de continuar a operar de forma eficaz. Isso, em parte, reflete o reconhecimento, cada vez maior, da necessidade de assegurar ecossistemas saudáveis, igualdade social e boa governança organizacional. Em longo prazo, todas as atividades das organizações dependem da saúde dos ecossistemas do mundo. As organizações estão sujeitas a uma investigação mais criteriosa por parte de suas diversas partes interessadas. A percepção e a realidade do desempenho em Responsabilidade Social da organização podem influenciar, além de outros, os seguintes fatores: » vantagem competitiva; » reputação; » capacidade de atrair e manter trabalhadores e/ou conselheiros, sócios e acionistas, clientes ou usuários; » manutenção da moral, do compromisso e da produtividade dos empregados; » percepção de investidores, proprietários, doadores, patrocinadores e da comunidade financeira; » relação com empresas, governos, mídia, fornecedores, organizações pares, clientes e a comunidade em que opera. Este Caderno de Estudos, segundo a ABNT NBR ISO 26000-2010, fornece rientações sobre os princípios subjacentes à responsabilidade social, reconhecendo a responsabilidade social e o engajamento das partes interessadas, os temas centrais e as questões pertinentes à responsabilidade social e às formas de integrar o comportamento socialmente responsável na organização. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/ CEE), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros). A ISO 26000 foi elaborada pelo ISO/TMB Working Group on Social Responsibility (ISO/TMB WG SR) por meio de um processo multipartite que envolveu especialistas de mais de 90 países e 40 organizações internacionais ou com ampla atuação regional envolvidas em diferentes aspectos da responsabilidade social. Esses especialistas vieram de seis diferentes grupos de partes interessadas: consumidores; governo; indústria; trabalhadores; organizações não governamentais (ONG); serviços, suporte, pesquisa, academia e outros. Além disso, buscou-se um equilíbrio entre países em desenvolvimento e desenvolvidos, assim como um equilíbrio entre gêneros na elaboração dos grupos. Apesar dos esforços feitos para assegurar uma participação equilibrada de todos os grupos de 10 partes interessadas, um equilíbrio total e equitativo de partes interessadas foi limitado por diversos fatores, inclusive a disponibilidade de recursos e a necessidade de conhecimento do idioma inglês. A ABNT NBR ISO 26000 elaborada na Comissão de Estudo Especial de Responsabilidade Social (ABNT/ CEE-111) participou ativamente da elaboração da ISO 26000, cujo conteúdo técnico foi amplamente discutido e divulgado no Brasil em eventos e reuniões desta Comissão, utilizando também o processo multipartite. Finalizando, este Caderno de Estudos foi estruturado em cinco Unidades, divididas em 22 capítulos. Essas Unidades foram elaboradas de maneira a apresentar, de forma resumida, o conteúdo da disciplina. No ambiente virtual, você também terá acesso à Biblioteca. No entanto, sugiro que faça também incursões na Internet, visite bibliotecas na sua cidade e procure conversar com técnicos vinculados a instituições que trabalhem na área ambiental. Quanto maior for a busca por informações, maior será o seu aprendizado. Aproveite essa oportunidade! objetivos » Apresentar noções introdutórias sobre Meio Ambiente e a evolução do direito ambiental. » Conhecer a legislação ambiental aplicada à indústria petrolífera. » Identificar aspectos relevantes da implementação de um Sistema de Gestão Ambiental. » Conhecer procedimentos utilizados na realização de uma Auditoria Ambiental. » Conhecer conceitos, termos e definições relacionadas à responsabilidade social, assim como suas tendências e características.» Compreender os princípios, as práticas, os temas e as questões inerentes à responsabilidade social. » Reconhecer a integração, a implementação e a promoção de comportamentos socialmente responsáveis por toda a organização, mediante suas políticas e práticas, dentro de sua esfera de influência. » Identificar o engajamento com as partes interessadas, os compromissos da comunicação, o desempenho e outras informações relacionadas à responsabilidade social. unidAdE inoçÕES introdutÓriAS 11 CAPítulo 1 Meio ambiente Em meio às grandes mudanças sociais, comportamentais e tecnológicas, a Administração passa a observar a sociedade e seus problemas a partir de setores sociais: Estado, empresas e sociedade. Nesse sentido, é possível afirmar que a responsabilidade socioambiental objetiva uma análise dos impactos das decisões organizacionais sob os diversos públicos envolvidos, por meio de um contínuo comportamento ético que procura contribuir para a construção de sociedades sustentáveis. Uma nova cena se configura para as organizações, que, mesmo sendo criadas para gerar lucros, não podem ignorar as práticas de responsabilidade social, sejam elas ligadas ao seu público interno ou externo. Assim, usando um olhar crítico, a necessidade de sobrevivência num mercado altamente competitivo passa a investir na área social, criando projetos sociais, institutos e fundações. Vale lembrar que essas ações utilizadas pelas empresas não visam assumir ou substituir o papel do Estado na prestação de serviço público, mas sim criar uma união para promoção da cidadania. Essas práticas nos fazem ver uma participação de todos os membros da organização e no desenvolvimento de ferramentas capazes de garantir a sua perfeita administração. Reintegrando, a responsabilidade socioambiental corporativa se molda como uma tendência universal que pode se consolidar entre as organizações públicas ou privadas, não sendo levado em conta seu porte (micro, pequena, média ou grande). As ações socioambientais consagram-se como uma nova ferramenta de administração, que fornece credibilidade para a imagem organizacional. Atualmente, as organizações buscam atingir e demonstrar um desempenho ambiental correto, controlando o impacto de suas atividades, produtos ou serviços, levando em consideração sua política e seus objetivos, efetuando “análises” ou “auditorias” ambientais. A legislação ambiental também está cada vez mais exigente, estimulando a proteção ao meio ambiente e a crescente preocupação das partes interessadas em relação às questões ambientais e ao desenvolvimento sustentável. A legislação ambiental internacional objetiva prover as organizações dos elementos de um sistema de gestão ambiental eficaz, passível de integração com outros requisitos, de forma a auxiliá-las a alcançar seus objetivos ambientais e econômicos. Portanto, a ISO 14001, que trata da gestão do meio ambiente: » especifica os requisitos do sistema de gestão ambiental; » aplica-se a todos os tipos e portes de organizações; e » adequa-se a diferentes condições geográficas, culturais e sociais. 12 UNIDADE I │ NOÇÕES INTRODUTÓRIAS Os sistemas de gestão ambiental atendem às necessidades de um vasto conjunto de partes interessadas e às crescentes demandas da sociedade sobre proteção ambiental. Meio ambiente – histórico A importância dos recursos ambientais brasileiros é retratada na carta de Pero Vaz de Caminha, datada de 1o de maio de 1500, enviada ao Rei de Portugal, que relata as belezas naturais e o patrimônio existentes no Brasil. Até recentemente, os recursos ambientais eram tratados isoladamente no Brasil, uma vez que os instrumentos e os mecanismos necessários à gestão do meio ambiente ainda não estavam desenvolvidos e aperfeiçoados em sua plenitude e as estruturas de Governo estavam mais voltadas para o incentivo ao desenvolvimento econômico do que para a conservação e a preservação dos recursos naturais. A Carta Régia, de 27 de abril de 1442, foi a primeira disposição governamental de proteção à árvore no direito português, à exceção dos casos de incêndio. Com a vinda da Família Real para o Brasil, foi criado o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, em 13 de junho de 1808. Hoje, o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, é um dos mais importantes centros de pesquisa mundiais nas áreas de botânica e conservação da biodiversidade. O Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, órgão federal vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, constitui-se como um dos mais importantes centros de pesquisa mundiais nas áreas de botânica e conservação da biodiversidade. Entre 1930 e 1950, foram aprovados os seguintes instrumentos ambientais legais: » Código de Águas – Decreto no 24.643, de 10 de julho de 1934; » Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS); » Departamento Nacional de Obras contra a Seca (DNOCS); » Patrulha Costeira; » Serviço Especial de Saúde Pública (SESP). Também foram aprovadas as seguintes medidas de conservação e preservação do patrimônio natural, histórico e artístico: » criação de parques nacionais e de florestas protegidas nas regiões Nordeste, Sul e Sudeste; » estabelecimento de normas de proteção dos animais; 13 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS │ UNIDADE I » promulgação dos códigos de floresta, de águas e de minas; » organização do patrimônio histórico e artístico; » disposição sobre a proteção de depósitos fossilíferos; e » criação, em 1948, da Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza. O Governo brasileiro, em 1948, comprometeu-se com a conservação e a preservação do meio ambiente, participando de convenções e reuniões internacionais, como a Conferência Internacional promovida pela UNESCO, em 1968, sobre a Utilização Racional e a Conservação dos Recursos da Biosfera, em que foram definidas as bases do programa internacional dedicado ao Homem e à Biosfera (MAB – Man and Biosphere), que foi efetivamente criado em 1970. Entre 21 e 27 de agosto de 1971, em Brasília, foi realizado o I Simpósio sobre Poluição Ambiental, do qual participaram pesquisadores e técnicos brasileiros e do exterior, visando colher subsídios para um estudo global do problema da poluição ambiental no Brasil. Somente após a participação brasileira na Conferência das Nações Unidas para o Ambiente Humano, realizada em 1972, em Estocolmo, Suécia, é que medidas efetivas foram tomadas com relação ao meio ambiente no Brasil. A Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA foi criada pelo Decreto no 73.030, de 30 de outubro de 1973, para despertar junto à opinião pública a preocupação com o meio ambiente, visando evitar atitudes predatórias, apesar de não contar com nenhum poder policial. São objetivos da SEMA: » estar atenta à poluição; e » proteger a natureza. Em 1972, o Clube de Roma, formado por especialistas de várias áreas do conhecimento humano, publicou o seu relatório The Limits of Growth (Os limites do Crescimento), alertando sobre o crescimento econômico baseado no consumo exacerbado e altamente concentrado em poucas nações. Ainda em 1972, na Conferência da ONU, realizada em Estocolmo, Suécia, foi emitida a “Declaração sobre o Ambiente Humano”, no combate à crise ambiental no mundo. Em 1977, na Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, a UNESCO-PNUMA estimulou a adoção dessa disciplina nas universidades brasileiras. Em 1981, com a Política Nacional do Meio Ambiente, foram criados: » o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA); » o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental; e 14 UNIDADE I │ NOÇÕES INTRODUTÓRIAS » o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com poderes regulamentadores. A SEMA propôs a Lei no 6.902, de 1981, primeira lei ambiental brasileira destinada à proteção da natureza. Em 1981, foram criadas as seguintes áreas de preservação ambiental: parques nacionais, reservas biológicas, reservasecológicas, estações ecológicas, áreas de proteção ambiental e áreas de relevante interesse ecológico. A Constituição de 1988 dedicou um capítulo inteiro ao meio ambiente, dividindo entre o governo e a sociedade a responsabilidade pela sua preservação e conservação. A partir daí, foi criado o programa Nossa Natureza, que estabeleceu diretrizes para a execução de uma política ampla de proteção ambiental. O IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), criado pela Lei no 7.735, de 22 de fevereiro de 1989, foi constituído pela fusão das seguintes entidades que trabalhavam na área ambiental: » Secretaria do Meio Ambiente – SEMA; » Superintendência da Borracha – SUDHEVEA; » Superintendência da Pesca – SUDEPE; e » Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal – IBDF. No início da década de 90, as indústrias “World Business Council for Sustainable Development (WBCSD)” e empresas de petróleo internacionais como Shell e British Petroleum começaram a se preocupar com o tema desenvolvimento sustentável empresarial. Em 1990, foi criada a SEMAN (Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República), que tinha no IBAMA seu órgão gerenciador da questão ambiental. De 3 a 14 de junho de 1992, foi realizada, no Rio de Janeiro, a Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como Rio-92, da qual participaram 170 nações, tendo sido expedida a seguinte Declaração: declaração do rio sobre meio ambiente e desenvolvimento (Extraído de: <http://www.mma.gov.br>. Tratou-se de uma reafirmação da Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, adotada em Estocolmo em 16 de junho de 1972, buscando avançar, a partir dela, com o objetivo de estabelecer uma nova e justa parceria global mediante a criação de novos níveis de cooperação entre os Estados, respeitando os interesses de cada um e protegendo a integridade global do meio ambiente. 15 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS │ UNIDADE I A Declaração proclamou que os seres humanos estão no centro das preocupações com o desenvolvimento sustentável, tendo direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza. Proclamou também que os Estados têm o direito soberano de explorar seus próprios recursos segundo suas próprias políticas de meio ambiente e de desenvolvimento, e a responsabilidade de assegurar que atividades sob sua jurisdição ou seu controle não causem danos ao meio ambiente de outros Estados ou de áreas além dos limites da jurisdição nacional. De acordo com a Declaração assinada, os Estados devem cooperar, em espírito de parceria global, para a conservação, proteção e restauração da saúde e da integridade do ecossistema terrestre e da erradicação da pobreza, reduzindo e eliminando os padrões insustentáveis de produção e consumo, dando prioridade especial à situação e às necessidades especiais dos países em desenvolvimento, especialmente dos países menos desenvolvidos e daqueles ecologicamente mais vulneráveis. Ao todo foram 27 princípios que destacavam o papel da mulher, dos povos indígenas e do jovem e suas respectivas importâncias para a sociedade, ressaltando, também, o papel da guerra como sendo prejudicial ao desenvolvimento sustentável. Como finalização, a Declaração do Rio ratificava o compromisso de cooperação de boa fé e com espírito de parceria por parte de todos os signatários, contribuindo para o desenvolvimento progressivo do direito internacional no campo do desenvolvimento sustentável. texto da declaração do rio A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, tendo se reunido no Rio de Janeiro, de 3 a 14 de junho de 1992, reafirmando a Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, adotada em Estocolmo em 16 de junho de 1972, e buscando avançar a partir dela, com o objetivo de estabelecer uma nova e justa parceria global, mediante a criação de novos níveis de cooperação entre os Estados, os setores-chaves da sociedade e os indivíduos, trabalhando com vistas à conclusão de acordos internacionais que respeitem os interesses de todos e protejam a integridade do sistema global de meio ambiente e desenvolvimento, reconhecendo a natureza integral e interdependente da Terra, nosso lar, proclama o seguinte: Princípio 1 Os seres humanos estão no centro das preocupações com o desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza. Princípio 2 Os Estados, de acordo com a Carta das Nações Unidas e com os Princípios de Direito Internacional, têm o direito soberano de explorar seus próprios recursos segundo suas próprias políticas de meio ambiente e de desenvolvimento, e a responsabilidade de assegurar que atividades sob sua jurisdição ou seu controle não causem danos ao meio ambiente de outros Estados ou de áreas além dos limites da jurisdição nacional. 16 UNIDADE I │ NOÇÕES INTRODUTÓRIAS Princípio 3 O direito ao desenvolvimento deve ser exercido de modo a permitir que sejam atendidas equitativamente as necessidades de desenvolvimento e de meio ambiente das gerações presentes e futuras. Princípio 4 Para alcançar o desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental constituirá parte integrante do processo de desenvolvimento, e não pode ser considerada isoladamente deste. Princípio 5 Todos os Estados e todos os indivíduos, como requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável, irão cooperar na tarefa essencial de erradicar a pobreza a fim de reduzir as disparidades nos padrões de vida e melhor atender às necessidades da maioria da população do mundo. Princípio 6 Será dada prioridade especial à situação e às necessidades especiais dos países em desenvolvimento, especialmente dos países menos desenvolvidos e daqueles ecologicamente mais vulneráveis. As Ações internacionais no campo do meio ambiente e do desenvolvimento devem, também, atender aos interesses e às necessidades de todos os países. Princípio 7 Os Estados devem cooperar, em um espírito de parceria global, para a conservação, proteção e restauração da saúde e da integridade do ecossistema terrestre. Considerando as diversas contribuições para a degradação ambiental global, os Estados têm responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Os países desenvolvidos reconhecem a responsabilidade que lhes cabe na busca internacional do desenvolvimento sustentável, tendo em vista as pressões exercidas por suas sociedades sobre o meio ambiente global e as tecnologias e recursos financeiros que controlam. Princípio 8 Para alcançar o desenvolvimento sustentável e uma qualidade de vida mais elevada para todos, os Estados devem reduzir e eliminar padrões insustentáveis de produção e consumo e promover políticas demográficas adequadas. Princípio 9 Os Estados devem cooperar com vistas ao fortalecimento da capacitação endógena para o desenvolvimento sustentável, mediante o aprimoramento da compreensão científica por meio do intercâmbio de conhecimentos científicos e tecnológicos, e mediante a intensificação do 17 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS │ UNIDADE I desenvolvimento, da adaptação, da difusão, e da transferência de tecnologias, incluindo as tecnologias novas e inovadoras. Princípio 10 A melhor maneira de tratar questões ambientais é assegurar a participação, no nível apropriado, de todos os cidadãos interessados. No nível nacional, cada indivíduo terá acesso adequado às informações relativas ao meio ambiente de que disponham as autoridades públicas, inclusive acerca de materiais e atividades perigosas em suas comunidades, bem como a oportunidade de participar dos processos decisórios. Os Estados irão facilitar e estimular a conscientização e a participaçãopopular, colocando as informações à disposição de todos. Será proporcionado o acesso efetivo a mecanismos judiciais e administrativos, inclusive no que se refere à compensação e reparação de danos. Princípio 11 Os Estados adotarão legislação ambiental eficaz.Padrões ambientais e objetivos c prioridades em matéria de ordenação do meio ambiente devem refletir o contexto ambiental e de desenvolvimento a que se aplicam. Padrões utilizados por alguns países podem resultar inadequados para outros, em especial países em desenvolvimento, acarretando custos sociais e econômicos injustificados. Princípio 12 Os Estados devem cooperar para o estabelecimento de um sistema econômico internacional aberto e favorável, propício ao crescimento econômico e ao desenvolvimento sustentável em todos os países, de modo a possibilitar o tratamento mais adequado dos problemas da degradação ambiental. Medidas de política comercial para propósitos ambientais não devem constituir-se em meios para a imposição de discriminações arbitrárias ou injustificáveis ou em barreiras disfarçadas ao comércio internacional. Devem ser evitadas ações unilaterais para o tratamento de questões ambientais fora da jurisdição do país importador. Medidas destinadas a tratar de problemas ambientais transfronteiriços ou globais devem, na medida do possível, basear-se em um consenso internacional. Princípio 13 Os Estados devem desenvolver legislação nacional relativa à responsabilidade e indenização das vítimas de poluição e outros danos ambientais. Os Estados devem, ainda, cooperar de forma expedita e determinada para o desenvolvimento de normas de direito internacional ambiental relativas à responsabilidade e indenização por efeitos adversos de danos ambientais causados, em áreas fora de sua jurisdição, por atividades dentro de sua jurisdição ou sob seu controle. Princípio 14 Os Estados devem cooperar de modo efetivo para desestimular ou prevenir a mudança ou transferência para outros Estados de quaisquer atividades ou substâncias que causem degradação ambiental grave ou que sejam prejudiciais à saúde humana. 18 UNIDADE I │ NOÇÕES INTRODUTÓRIAS Princípio 15 De modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deve ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com as suas capacidades. Quando houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental. Princípio 16 Tendo em vista que o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo decorrente da poluição, as autoridades nacionais devem promover a internalização dos custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, levando na devida conta o interesse público, sem distorcer o comércio e os investimentos internacionais. Princípio 17 A avaliação do impacto ambiental, como instrumento nacional, deve ser empreendida para atividades planejadas que possam vir a ter impacto negativo considerável sobre o meio ambiente, e que dependam de uma decisão de autoridade nacional competente. Princípio 18 Os Estados devem notificar imediatamente outros Estados de quaisquer desastres naturais ou outras emergências que possam gerar efeitos nocivos súbitos sobre o meio ambiente destes últimos. Todos os esforços devem ser empreendidos pela comunidade internacional para auxiliar os Estados afetados. Princípio 19 Os Estados devem prover oportunamente, a Estados que possam ser afetados, notificação prévia e informações relevantes sobre atividades potencialmente causadoras de considerável impacto transfronteiriço negativo sobre o meio ambiente, e devem consultar-se com estes tão logo quanto possível e de boa fé. Princípio 20 As mulheres desempenham papel fundamental na gestão do meio ambiente e no desenvolvimento. Sua participação plena e, portanto, essencial para a promoção do desenvolvimento sustentável. Princípio 21 A criatividade, os ideais e a coragem dos jovens do mundo devem ser mobilizados para forjar uma parceria global com vistas a alcançar o desenvolvimento sustentável e assegurar um futuro melhor para todos. 19 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS │ UNIDADE I Princípio 22 As populações indígenas e suas comunidades, bem como outras comunidades locais, têm papel fundamental na gestão do meio ambiente e no desenvolvimento, em virtude de seus conhecimentos e práticas tradicionais. Os Estados devem reconhecer c apoiar de forma apropriada a identidade, cultura e interesses dessas populações e comunidades, bem como habilitá-las a participar efetivamente da promoção do desenvolvimento sustentável. Princípio 23 O meio ambiente e os recursos naturais dos povos submetidos à opressão, dominação e ocupação devem ser protegidos. Princípio 24 A guerra é, por sua natureza, contrária ao desenvolvimento sustentável. Os Estados devem, por conseguinte, respeitar o direito internacional aplicável à proteção do meio ambiente em tempos de conflito armado, e cooperar para seu desenvolvimento progressivo, quando necessário. Princípio 25 A paz, o desenvolvimento e a proteção ambiental são interdependentes indivisíveis. Princípio 26 Os Estados devem solucionar todas as suas controvérsias ambientais de forma pacífica, utilizando- se dos meios apropriados, de conformidade com a Carta das Nações Unidas. Princípio 27 Os Estados e os povos devem cooperar de boa fé e imbuídos de um espírito de parceria para a realização dos princípios consubstanciados nesta Declaração, e para o desenvolvimento progressivo; do direito internacional no campo do desenvolvimento sustentável. Em março de 1997, foi criado o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), que publica bianualmente um relatório com a experiência dos seus membros. O conceito de desenvolvimento sustentável empresarial engloba três componentes: o econômico, o ambiental e o social. As companhias de petróleo e gás podem desenvolver ou apoiar projetos sustentáveis promovidos por terceiros, fazendo com que seus empregados, acionistas e a sociedade como um todo fiquem mais satisfeitos. 20 UNIDADE I │ NOÇÕES INTRODUTÓRIAS Atualmente, pelo incontável número de iniciativas políticas direcionadas à conservação dos recursos naturais, verifica-se que a questão ambiental passou a ser incorporada às preocupações essenciais da sociedade. Conforme Campos e Lerípio (1997): “o ponto principal da questão reside na necessidade de uma coexistência harmoniosa entre a boa qualidade do meio ambiente e a geração de riqueza, encaradas como variáveis interdependentes.” Segundo Bogo (1998): “as questões ambientais decompõem-se em um ponto decisivo para os negócios, fundamentalmente para as indústrias. A atuação em conformidade com os regulamentos ambientais, as quais deverão se responsabilizar financeiramente por danos ambientais, melhorar a imagem e ganhar mercados em associação com uma nova ética social determinada pelos consumidores, minimizar barreiras comerciais não tarifárias no mercado internacional são algumas das questões ambientais encaradas pelas indústrias, com implicação no projeto de produtos, nas tecnologias dos processos e nos procedimentos gerenciais.” No mundo globalizado, a competência no atendimento aos requisitos da demanda da sociedade, com eficiência na utilização dos recursos, é condição fundamental para a sobrevivência de qualquer empresa, de modo que estejam constantemente pesquisando e analisando as necessidades, desejos e tendências do mercado. São conceitos atuais e relevantes para as empresas e para o mercado internacional: » qualidade de produtos e de serviços; » controle e garantia da qualidade; » sistemas da qualidade; » gestão da qualidade total; » responsabilidade social; e » gestão da qualidade total ambiental. Segundo Klassen & McLaughlin (1996), Souza (2002) e Reis (2002), a otimização de processos, a redução de custos e a melhoria da imagem institucional criam consumidores mais leais, melhores vendas, empregados mais motivados, fornecedores mais comprometidos, mais fácil acesso ao mercado de capitais, novas oportunidades de negócios, e, por fim, mantêm viva a empresa no mercado. Pelo exposto, a implantaçãode um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) visa: 21 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS │ UNIDADE I » a reavaliação do processo produtivo pela procura por metodologia, mecanismos, arranjos e padrões comportamentais menos prejudiciais ao meio ambiente; e » a melhoria dos processos operacionais e/ou administrativos, pela busca de tecnologias limpas (tecnologia Zeri ) ou no reaproveitamento dos resíduos. Portanto, a norma ISO 14001 (ISO, 2002) representa a consolidação desse acontecimento, por conter os parâmetros e condições para a implantação do SGA em uma empresa, de adesão voluntária, podendo ser aplicada a qualquer tipo ou tamanho de empresa. 22 CAPítulo 2 Evolução do direito ambiental no Brasil Nada há de permanente, exceto a mudança. (HERÁCLITO, 450 a.C). Conceitos O processo de formulação de uma lei passa por várias etapas: iniciativa da lei, discussão, votação, aprovação, sanção, promulgação, publicação. As leis apresentam uma hierarquia, ou seja, umas são mais abrangentes que outras. A lei magna é a Constituição Federal, a lei fundamental. Depois, vêm as leis federais ordinárias, a Constituição Estadual, as leis estaduais ordinárias e, por último, as leis municipais. Nos estados e no Distrito Federal, obedece-se, respectivamente, às constituições estaduais e à Lei Orgânica. No entanto, esses dispositivos legais não podem vir de encontro à Constituição Federal. Nos municípios, se obedece às leis orgânicas. Estas, por sua vez, devem estar em conformidade com a Constituição Estadual. O conjunto de princípios e normas jurídicas voltado à proteção jurídica da qualidade do meio ambiente é objeto do Direito Ambiental. Este inclui as normas encontradas na legislação com repercussões ambientais – o Direito Ambiental material, que “tinha o objetivo de proteger os recursos naturais mais intensamente utilizados pelo homem, e não o ambiente em si”. Inclui, também, o Direito Ambiental formal, que se constitui no “conjunto de normas jurídicas que reconhecem o ambiente como o bem jurídico a ser protegido”. (Pompeu 2004). um pouco de história “O ser humano entrou no cenário da história da Terra quando 96% dessa história já estavam concluídos (...) nós surgimos a partir dos elementos terrestres e cósmicos que nos antecederam. Somos nós, então, que pertencemos à Terra e não a Terra que nos pertence” Leonardo Boff Apesar do pouco tempo que o ser humano surgiu na face da Terra, trouxe muitas transformações ao ambiente natural. Essas transformações tiveram início quando o homem deixou de ser nômade e passou a criar animais e cultivar a terra. Com a evolução dessas atividades e o surgimento de conflitos de interesse, houve necessidade de regulamentá-las. 23 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS │ UNIDADE I Já na Bíblia encontramos referências a questões ambientais. O Gênesis apresenta noções sobre biodiversidade e conservação das espécies animais. O Deuteronômio já proibia o corte de árvores frutíferas, mesmo em caso de guerra. A pena para quem descumprisse era o açoite. (MILARÉ, 2005) Síntese de algumas regulamentações e recomendações de caráter ambiental, para o período de 1122 a.C a 1294 d.C, é apresentada na Tabela 1, a seguir: Tabela 1 – Recomendações e regulamentações de natureza ambiental, período de 1122 a.C a 1294 d.C País/Região Descrição Período China Dinastia Chow – recomendação de conservação das florestas. Posteriormente, houve também o reflorestamento de áreas desmatadas. 1122 a.C – 255 a.C Grécia Platão falava sobre a influência das florestas no ciclo da água e defendia os solos da erosão. Nessa época, havia leis de proteção à natureza. 428/27 a.C – 347 a.C Roma Cícero considerava inimigos de Estado aqueles que derrubavam as florestas. Havia leis de proteção à natureza. 450 a.C Lei das XII Tábuas1 tratava também da prevenção da devastação das florestas. 106 a.C – 43 a.C Índia Havia decreto de proteção aos animais terrestres, peixes e florestas. 242 a.C Império Mongol Kublai Kan2 proibiu a caça durante o período de reprodução das aves e dos mamíferos. 1215 d.C – 1294 d.C Fonte: Magalhães (2002)12 Evolução do direito ambiental no Brasil As primeiras regulamentações ambientais brasileiras foram herdadas de Portugal. As Ordenações Afonsinas já faziam referência a questões ambientais e se encontravam vigentes em Portugal quando o Brasil foi descoberto. Posteriormente, em 1521, foram editadas as Ordenações Manuelinas. (MILARÉ, 2005) A partir do domínio de Portugal pela Espanha, passaram a vigorar no Brasil as Ordenações Filipinas, de 1603. Essas Ordenações possuíam dispositivos específicos para a gestão da água, que era escassa na Península Ibérica. Nesse caso, eram previstas severas penalidades para quem poluísse ou utilizasse as águas sem a devida autorização. Apesar de vigente, essa regulamentação não foi observada no Brasil. A Figura 1 apresenta excerto das Ordenações Filipinas. Figura 1 – Excerto das Ordenações Filipinas O que cortar árvore de fructo, em qualquer parte que estiver, pagará a estimação della a seu dono em tres dobra. 1 A Lei das XII Tábuas foi o primeiro documento legal escrito do Direito Romano. Mais informações, – veja o site: http:// pt.wikipedia.org/wiki/Lei_das_Doze_T%C3%A1buas 2 Kublai Khan, neto de Genghis Khan, foi o conquistador mongol responsável pela dominação total e reunificação da China, fundando a Dinastia Yuan. Mais informações:, veja o site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Kublai_Khan 24 UNIDADE I │ NOÇÕES INTRODUTÓRIAS E o dano que assim fizer nas árvores por valia de quatro mil reis , será açoutado e degradado por 4 anos para a África, E se for valia de 30 cruzados, e dahi para cima será degradado para sempre para o Brasil.” Observe, no entanto, que, apesar das várias medidas de controle ambiental existentes no período colonial no Brasil, o desmatamento de nossas florestas ocorria de forma intensiva. A instabilidade histórica da época, a ampliação de áreas plantadas, a necessidade de recursos para o reino, que em parte era proveniente do comércio de madeiras, ajudam a entender essa fase. (MAGALHÃES, 2002) Outras regulamentações ambientais no Brasil são apresentadas na Tabela 2. Tabela 2 – Regulamentações ambientais no Brasil, período de 1605 a 1872 Ano Regulamentação Objetivo 1605 Regimento do Pau-Brasil Exigência de autorização real para o corte dessa madeira. 1797 Cartas Régias Declaração de propriedade do reino “todas as matas e arvoredos existentes à borda da costa ou de rios que desembocassem imediatamente no mar e por qualquer via fluvial que permitisse a passagem de jangadas transportadoras de madeiras”. Defesa da fauna, as águas e o solo. (De 12/3/1797) 1799 Regimento de Cortes de Madeira Restrições à derrubada de árvores, entre outras. 1802 Instruções Reflorestamento da costa brasileira. 1808 Decreto Criação da primeira área de proteção brasileira: o Jardim Botânico do Rio de Janeiro1. 1817 Decreto Proibição do corte de árvores nas áreas próximas ao rio Carioca, no Rio de Janeiro. 1850 Lei no 601 – Código de Terras Disciplina a ocupação do território, possibilitando a formação da pequena propriedade. Apresenta medidas de proteção ambiental e de punição aos infratores, com a previsão de “satisfação do dano ambiental” sem a exigência da “prova de culpa do causador desse dano” (“princípio da responsabilidade por dano ambiental”). 1854 Decreto no 1318 Regulamenta a Lei no 601/1850. Fonte: Magalhães 20023 Na fase Republicana, a preocupação ambiental era mais ecológica que no período anterior. Alguns marcos dessa época se encontram na Tabela 3. 3 Esta foi uma medida muito avançada para a época, pois o primeiro parque nacional só surgiu em 1872, nos Estados Unidos da América. (MAGALHÃES, 2002) 25 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS │ UNIDADE I Tabela 3 – Regulamentações ambientais brasileiras no período de 1911 a 1980 Ano Regulamentação Objetivos 1911 Decreto no 8.843 Cria a primeira reserva florestal do Brasil, localizada no Acre. 1916 Código Civil Art. 584 “proíbe asconstruções capazes de poluir ou inutilizar, ..., a água de poço ou a fonte alheia”. 1921 Decreto no 4.421 Cria o Serviço Florestal do Brasil. 1923 Decreto no 16.300 Impede que as fábricas e oficinas prejudiquem a saúde humana. 1934 Decreto no 23.793 Institui o Código Florestal. Decreto no 24.643 Institui o Código das Águas. 1937 Decreto no 1.713 Cria o Parque Nacional de Itatiaia, o primeiro do Brasil. 1946 Constituição Introduz a “desapropriação por interesse social”. A Lei no 4.132/1962 regulamentou esse dispositivo, considerando de “interesse social a proteção do solo e a preservação de cursos e mananciais de água e de reservas florestais”. 1965 Lei no 4771 Institui o novo Código Florestal brasileiro. 1967 Lei no 5.197 Proteção à fauna. 1975 Decreto-Lei no 1.413 Dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente provocada por atividades industriais. 1980 Lei no 6.803 Define diretrizes para o zoneamento industrial em “áreas críticas de poluição”. Fonte: Magalhães, 2002 A partir da Conferência de Estocolmo sobre Meio Ambiente, em 1972, surgiu, segundo Pompeu (2004), o ramo do Direito Público denominado Direito Ambiental, “que é o conjunto de princípios e normas jurídicas que têm no ambiente o seu objeto final”. Um ano após essa Conferência, foi criada, no Brasil, a Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA, pelo Decreto no 73.030, de 30 de outubro de 1973. Posteriormente, em 1981, surgiu a Lei no 6.938. Esta definiu os objetivos e instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente – PNMA e criou o Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA. Nesse Sistema, destaca-se a criação do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, formado por representantes da administração pública e da sociedade civil, com as funções de assessorar, estudar e propor diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente. 26 CAPítulo 3 quadro atual da legislação ambiental brasileira “Somos mais sensíveis ao que é feito contra os costumes do que contra a natureza.” (PLUTARCO, 100 d.C.) No art. 20 da Lei no 6.938/814, encontramos o objetivo da Política Nacional de Meio Ambiente: preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos, entre outros, os seguintes princípios: racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; recuperação de áreas degradadas; educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. A estrutura do Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA é apresentada no art. 6o desse dispositivo legal, conforme detalhado na Tabela 4, abaixo: Tabela 4 – Estrutura do Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA ESTRUTURA FUNÇÃO Órgão superior – Conselho de Governo Assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais. Órgão consultivo e deliberativo – CONAMA Assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida. Órgão central – Ministério do Meio Ambiente Planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente. Órgão executor – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA Executar e fazer executar, como órgão federal, a política e diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente. Órgãos seccionais: os órgãos ou entidades estaduais2 Executar programas, projetos e controlar e fiscalizar atividades capazes de provocar a degradação ambiental. Órgãos locais: os órgãos ou entidades municipais. Controlar e fiscalizar as atividades, nas suas respectivas jurisdições. Fonte: lei no 6.938/1981 – disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938compilada.htm>.5 4 Disponível no site: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938compilada.htm>. 5 Os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua jurisdição, elaboraram normas supletivas e complementares e padrões relacionados com o meio ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo CONAMA. (Lei no 6938/81) 27 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS │ UNIDADE I O art. 9o dessa Lei apresenta os Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, quais sejam: » Padrões de Qualidade Ambiental » Zoneamento Ambiental » Avaliação de Impactos Ambientais » Licenciamento Ambiental » Incentivo à Melhoria da Qualidade Ambiental » Criação de Espaços Territoriais Especialmente Protegidos » Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente » Cadastro Técnico Federal de Atividades » Penalidades Disciplinares ou Compensatórias » Relatório de Qualidade do Meio Ambiente » Produção de Informações sobre o Meio Ambiente » Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental6 » Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais7 » Instrumentos Econômicos Posteriormente, a Constituição (1988), no seu Artigo 225, incorporou ao seu texto disposições sobre a proteção do meio ambiente. No caput desse artigo, tem-se que: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” O Decreto no 99.274/1990 regulamentou a Lei no 6938/1981. Os art. 4o, 5o e 6o desse Decreto apresentam a Constituição e o Funcionamento do CONAMA. As competências desse Conselho são dispostas no art. 7º. 6 Para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam à consultoria técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e à indústria e comércio de equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras. (Lei no 6.938/81) 7 Para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou a extração, produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como produtos e subprodutos da fauna e flora. (Lei no 6.938/81) 28 UNIDADE I │ NOÇÕES INTRODUTÓRIAS A atuação do SISNAMA é tratada nos art. 14 a 16 desse Decreto. O art. 14 destaca a necessária articulação entre órgãos e entidades que constituem esse Sistema e estabelece que caberá aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a elaboração de normas e padrões supletivos e complementares, observada a legislação federal. 1. Todas as leis, projetos de lei, decretos, códigos e a própria Constituição podem ser encontrados no site: <http://www.presidencia.gov.br/legislacao/> 2. As Resoluções do CONAMA podem ser obtidas, na íntegra, no site: <http://www. mma.gov.br/port/conama/legiano.cfm?codlegitipo=3> 29 CAPítulo 4 Principais tratados internacionais “Creio que as soberanias nacionais vão diminuir cada vez mais diante da interdependência universal” (Jacques-Yves Cousteau, francês, explorador e ecologista) Os problemas ambientais que afetam o nosso planeta levaram ao fortalecimento da percepção da interdependência entre as nações e à necessidade de resolução desses problemas de forma conjunta. A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados,de 1969, informa que os tratados internacionais “são acordos firmados entre Estados soberanos, na forma escrita”. São obrigatórios, vinculantes e envolvem as etapas: negociação, assinatura, ratificação, promulgação e publicação. (MILARÉ, 2005). A Tabela 5 apresenta os principais tratados da área ambiental. Tabela 5 – Principais Tratados Internacionais Ano Local de Conclusão da Negociação Tratado Objetivo 1946 Washington, EUA Convenção Internacional para a Regulamentação da Pesca da Baleia Estabelecer um sistema de regulamentação internacional aplicável à pesca da baleia, a fim de assegurar a conservação e aumento da espécie baleeira. 1959 Washington, EUA Tratado da Antártida Assegurar que a Antártida seja usada para fins pacíficos, para cooperação internacional na pesquisa científica, e não se torne cenário ou objeto de discórdia internacional. 1969 Bruxelas, Bélgica Convenção Internacional sobre Responsabilidade Civil em Danos Causados por Poluição por Óleo Garantir compensação adequada às pessoas afetadas por poluição resultante de fuga ou descarga de óleo proveniente de navios. 1971 Bruxelas, Bélgica Convenção Internacional para o Estabelecimento de um Fundo Internacional para a Compensação de Danos Causados por Poluição por Óleo Complementar à Convenção anterior. Ramsar, Irã Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional, especialmente como Habitat de Aves Aquáticas (Convenção RAMSAR) Evitar a degradação das zonas úmidas e promover sua conservação, reconhecendo suas funções ecológicas fundamentais e seu valor econômico, cultural, científico e recreativo. 1972 Washington, EUA Convenção sobre Prevenção da Poluição Marinha por Alijamento de Resíduos e outras Matérias Controlar as fontes de contaminação do meio marinho e adotar medidas possíveis para impedir a contaminação do mar pelo alijamento de resíduos e substâncias que possam gerar perigo para a saúde humana, prejudicar os recursos biológicos e a vida marinha, bem como interferir em outros usos legítimos do mar. 1973 Washington, EUA Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção – CITES Proteção de certas espécies da fauna e da flora selvagens contra sua excessiva exploração pelo comércio internacional. Londres, Inglaterra Convenção Internacional para Prevenção da Poluição por Navios – MARPOL-73/78 Conservar o ambiente marinho por meio da completa eliminação da poluição por óleo e outras substâncias nocivas e da minimização de descargas acidentais dessas substâncias 30 UNIDADE I │ NOÇÕES INTRODUTÓRIAS Ano Local de Conclusão da Negociação Tratado Objetivo 1980 Canberra, Austrália Convenção sobre a Conservação dos Recursos Vivos Marinhos Antárticos Salvaguardar o meio ambiente e proteger a integridade dos ecossistemas dos oceanos que circundam a Antártida, e conservar os recursos vivos marinhos da Antártida. 1982 Montego Bay, Jamaica Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar Estabelecer regras práticas relativas aos padrões ambientais, assim como o cumprimento dos dispositivos que regulamentam a poluição do meio ambiente marinho; promover a utilização equitativa e eficiente dos recursos naturais, a conservação dos recursos vivos e o estudo, a proteção e a preservação do meio marinho. 1985 Viena, Áustria Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio Proteger a saúde humana e o meio ambiente contra os efeitos adversos que resultem de modificações da camada de ozônio. 1986 Viena, Áustria Convenção sobre Assistência no Caso de Acidente Nuclear ou Emergência Radiológica Facilitar a pronta assistência no caso de um acidente nuclear ou emergência radiológica, para minimizar suas consequências e para proteger a vida, a propriedade e o meio ambiente dos efeitos de emissões radiológicas. Viena, Áustria Convenção sobre Pronta Notificação de Acidente Nuclear Fornecer informação relevante sobre acidentes nucleares logo que possível, de maneira a minimizar consequências radiológicas transfronteiriças. 1987 Montreal, Canadá Protocolo de Montreal sobre Substâncias que destroem a Camada de Ozônio Proteger a camada de ozônio mediante a adoção de medidas para controlar as emissões globais de substâncias que a destroem, com o objetivo final da eliminação destas; promover a cooperação internacional em pesquisa e desenvolvimento da ciência e de tecnologia relacionadas ao controle e à redução de emissões de substâncias que destroem a camada de ozônio. 1989 Basileia, Suiça Convenção de Basileia sobre Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito Estabelecer obrigações com vistas a reduzir os movimentos transfronteiriços de resíduos perigosos ao mínimo e com manejo eficiente e ambientalmente seguro, minimizar a quantidade e toxicidade dos resíduos gerados e seu tratamento (depósito e recuperação) ambientalmente seguro e próximo da fonte geradora e assistir aos países em desenvolvimento na implementação dessas disposições. 1991 Madri, Espanha Protocolo ao Tratado da Antártida sobre Proteção do Meio Ambiente Reforçar e complementar o Tratado da Antártida; designar a Antártida como reserva natural, consagrada à Paz e à Ciência. 1992 Rio de Janeiro, Brasil Convenção sobre Diversidade Biológica Conservação da diversidade biológica, utilização sustentável de seus componentes e repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos. Nova York, EUA Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima Estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera em um nível que impeça uma interferência antrópica perigosa no sistema climático. 1994 Paris, França Convenção das Nações Unidas para Combate à Desertificação Lutar contra a desertificação e mitigar os efeitos da seca nos países afetados, em particular a África, mediante a adoção de medidas eficazes, apoiadas por cooperação e acordos internacionais. 1996 Londres, Inglaterra Convenção Internacional sobre Responsabilidade e Compensação por Danos Conexos com o Transporte de Substâncias Nocivas e Perigosas por Mar (HNS) Assegurar a implementação das obrigações sobre responsabilidade e compensação estabelecidas e tomar medidas legais para impor sanções, visando à efetiva execução dessas obrigações. 1997 Quioto, Japão Protocolo de Quioto Regular os níveis de concentração de gases de efeito estufa, de modo a evitar a ocorrência de mudanças climáticas a um nível que impediria o desenvolvimento econômico sustentável, ou comprometeria as iniciativas de produção de alimentos. Fonte: <http://www.mma.gov.br/port/gab/asin/acordoc.html#atosm>. (Acesso em: 11/12/2011) 31 unidAdE ii lEgiSlAção AMBiEntAl APliCAdA À indÚStriA PEtrolífErA CAPítulo 1 normatização A indústria do petróleo Conforme a Constituição Federal de 1988, em seu art. 177, inciso I, a União possui o monopólio sobre a pesquisa e a lavra de jazida de petróleo e gás natural, mas permite que empresas privadas possam executar atividades de exploração e produção. A Lei Federal no 9.478, de 6/8/1997, conhecida como “Lei do Petróleo”, regula as atividades concernentes à exploração do petróleo e gás natural no Brasil, dispõe sobre a Política Energética Nacional e institui o Conselho Nacional de Política Energética e a Agência Nacional do Petróleo – ANP. Entre os principais objetivos da Política Energética Nacional, estabelecidos no art. 1o da lei referida, destaca-se o contido no inciso IV, qual seja, o de proteger o meio ambiente e de promover a conservação da energia. Ressalte-se, também, o que reza o art. 21 do dispositivo legal: Todos os direitos de exploração e produção de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos em território nacional, nele compreendidos a parte terrestre, o mar territorial, a plataforma continental e a zona econômica exclusiva, pertencem à União, cabendo sua administraçãoà ANP. A ANP, autarquia federal de regime especial, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, é incumbida de promover a regulação, a contratação e a fiscalização das atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo, ressalvadas as competências de outros órgãos e entidades expressamente estabelecidas em lei. 32 UNIDADE II │ lEGISlAÇÃO AMBIENTAl APlICADA À INDÚSTRIA PETROlÍFERA Essa Agência é, também, responsável por autorizar a prática das atividades de refinação, liquefação, regaseificação, carregamento, processamento, tratamento, transporte, estocagem e acondicionamento. A outorga da concessão não dispensa o licenciamento ambiental e o concessionário responsabiliza- se civilmente pelos atos de seus prepostos, indenizando todos e quaisquer danos decorrentes das atividades de exploração, desenvolvimento e produção contratadas, devendo ressarcir à ANP ou à União os ônus que venham a suportar em consequência de eventuais demandas motivadas por atos de responsabilidade do concessionário (responsabilidade objetiva). A Portaria ANP no 114/2001 define os procedimentos a serem adotados na devolução de áreas de concessão na fase de exploração de petróleo e gás natural e determina que a responsabilidade pela retirada de toda instalação, em caso de extinção ou não do contrato de concessão, é exclusiva do concessionário, bem como a recuperação ambiental da área ocupada. A Portaria ANP no 25/2002 aprova o Regulamento de Abandono de Poços perfurados com vistas à exploração e produção de petróleo e/ou gás natural, tendo por objetivo assegurar o perfeito isolamento das zonas de petróleo e/ou gás e também dos aquíferos existentes, prevenindo a migração dos fluidos entre as formações, quer pelo poço, quer pelo espaço anular entre o poço e o revestimento, e a migração de fluidos até a superfície do terreno ou o fundo do mar. licenciamento ambiental Aspectos relevantes do licenciamento ambiental: » constitui instrumento de gestão instituído pela Política Nacional do Meio Ambiente; » sua utilização é compartilhada entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, em conformidade com as respectivas competências; » objetiva regular as atividades e empreendimentos que utilizam os recursos naturais que podem causar degradação ambiental no local onde se encontram instalados; » proporciona ganhos de qualidade ao meio ambiente e à vida das comunidades numa melhor perspectiva de desenvolvimento. Conceituação de licenciamento ambiental: procedimento administrativo por meio do qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação, modificação e operação de atividades e empreendimentos que utilizam recursos ambientais considerados efetiva ou potencialmente poluidores ou daqueles que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, desde que verificado, em cada caso concreto, que foram preenchidos pelo empreendedor os requisitos legais exigidos. 33 lEGISlAÇÃO AMBIENTAl APlICADA À INDÚSTRIA PETROlÍFERA │ UNIDADE II São normas para o licenciamento ambiental: » Lei Federal no 6.938, de 31/8/1981, que instituiu a Política Nacional de Meio Ambiente; » Decreto Regulamentador no 99.274, de 06 de agosto de 1990; e » Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA – no 001/1986 e no 237/1997. O IBAMA é o órgão executor da política ambiental, sendo responsável pela fiscalização e licenciamento ambiental. Conforme o § 1o do art. 4o da Resolução CONAMA no 237/1997, o IBAMA fará o licenciamento: “após considerar o exame técnico procedido pelos órgãos ambientais dos Estados e Municípios em que se localizar a atividade ou o empreendimento, bem como, quando couber, o parecer dos demais órgãos envolvidos no processo de licenciamento”. Paralelamente às normas gerais, existem normas específicas para as atividades da indústria petrolífera, que exigem um melhor controle e uma gestão ambiental mais adequada, como a Resolução CONAMA no 23, de 07 de dezembro de 1994, que regulamenta os procedimentos especiais para licenciamento das atividades de exploração, perfuração e produção de petróleo e de gás natural. licenciamento ambiental do petróleo O art. 3o da Resolução CONAMA no 23/1994 dispõe que: “a exploração e lavra das jazidas de combustíveis líquidos e gás natural dependerão de prévio licenciamento ambiental nos termos desta Resolução.” Conforme o seu art 2o, considera-se como atividade de exploração e lavra de jazidas de combustíveis líquidos e gás natural: » a perfuração de poços para identificação das jazidas e suas extensões; » a produção para pesquisa sobre a viabilidade econômica; e » a produção efetiva para fins comerciais. No exercício das atribuições de controle dessas atividades, os órgãos estaduais de Meio Ambiente e o IBAMA expedem as seguintes licenças (art. 5o da Resolução CONAMA no 23/1994): » Licença prévia de perfuração (LPper); » Licença prévia de produção para pesquisa (LPpro); 34 UNIDADE II │ lEGISlAÇÃO AMBIENTAl APlICADA À INDÚSTRIA PETROlÍFERA » Licença de instalação (LI); e » Licença de operação (LO). Para a concessão do licenciamento, o art. 7o define os documentos necessários. A concessão da LICENÇA DE INSTALAÇÃO – LI requer: » Requerimento de Licença de Instalação – LI; » Relatório de Avaliação Ambiental – RAA ou Estudo de Impacto ambiental – EIA; » Cópia da publicação de pedido de LI; » Outros estudos ambientais pertinentes, se houver. São grupos condicionantes das licenças: » gerais – compreendem o conjunto de exigências legais relacionadas ao licenciamento ambiental; » específicas – compreendem um conjunto de restrições e exigências técnicas associadas, particularmente à atividade que está sendo licenciada. O licenciamento ambiental do levantamento de dados sísmicos, exploração, perfuração, produção para pesquisa e produção de petróleo e gás natural é realizado pelo IBAMA, por meio da DILIC – Diretoria de Licenciamento Ambiental e, em caráter federal, pela Coordenação Geral de Licenciamento de Petróleo e Gás (CGPEG). legislação sobre o controle da poluição por óleo em águas de jurisdição nacional » Portaria IBAMA no 64 – N, de 19/6/1992 – estabelece critérios para concessão do registro aos dispersantes químicos nas ações de combate a derrame de petróleo e seus derivados. » Portaria da Diretoria de Portos e Costas – DPC, no 46, de 27/8/1996, do Ministério da Marinha – aprova diretrizes para a implementação do Código Internacional de Gerenciamento para Operação Segura de Navios e para Prevenção da Poluição (Código Internacional de Gerenciamento de Segurança – Código ISM). » Decreto no 2.870, de 10/12/1998 – promulga a Convenção Internacional sobre preparo, resposta e cooperação em caso de poluição por óleo, assinada em Londres, em 30 de novembro de 1990. » Lei no 9.966, de 28/4/2000 – dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sobre jurisdição nacional. 35 lEGISlAÇÃO AMBIENTAl APlICADA À INDÚSTRIA PETROlÍFERA │ UNIDADE II » Resolução CONAMA no 269, de 14/9/2000 – regulamenta o uso de dispersantes químicos em derrames de óleo no mar. Determina que a produção, importação, comercialização e uso de dispersantes químicos para as ações de combate aos derrames de petróleo e seus derivados no mar somente poderão ser efetivados após a obtenção do registro do produto junto ao IBAMA, estabelecendo que a utilização desse produto químico em vazamentos, derrames e descargas de petróleo e seus derivados no mar deverá obedecer aos critérios dispostos no Anexo desta mesma Resolução, a qual determina critérios para uso e para aplicação, bem como métodos e formas de aplicação de dispersantes por via marítima, além de medidas de monitoramento, comunicação e avaliação. » Portaria IBAMA no 28, de 1/3/2001 – cria o Programa Nacional de Vigilância para Prevenção e Monitoramento de Derrames de Óleo, comfinalidade de dar cumprimento às atribuições do IBAMA. » Decreto no 4.136, de 20/02/2002 – dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às infrações às regras de prevenção, controle e fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional, prevista no art. 15 da Lei no 9.966/2000. Conforme dispõe o art. 5o desse Decreto, respondem pela infração, na medida de sua ação ou omissão: » o proprietário do navio, pessoa física ou jurídica, ou quem legalmente o represente; » o armador ou operador do navio, caso este não esteja sendo armado ou operado pelo proprietário; » o concessionário ou a empresa autorizada a exercer atividades pertinentes à indústria do petróleo; » o comandante ou tripulante do navio; » a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que legalmente represente o porto organizado, a instalação portuária, a plataforma e suas instalações de apoio, o estaleiro, a marina, o clube náutico ou instalação similar; » o proprietário da carga. » Decreto no 4.871, de 16/11/2003 – dispõe sobre a instituição dos Planos de Áreas para o combate à poluição por óleo em águas sob jurisdição nacional. Conforme o § 2o do art. 3o desse Decreto, incumbe ao órgão ambiental competente coordenar a elaboração do Plano de Área, articulando-se com as instituições públicas e privadas envolvidas, que deverá conter, no mínimo: » mapa de sensibilidade ambiental, 36 UNIDADE II │ lEGISlAÇÃO AMBIENTAl APlICADA À INDÚSTRIA PETROlÍFERA » identificação dos cenários acidentais que requeiram o seu acionamento, » caracterização física da área, » critérios para disponibilização e reposição dos recursos previstos, » plano de comunicação, » programa de treinamento e de exercícios simulados, » instrumentos de integração com outros planos, » critérios de encerramento, » procedimentos de articulação entre os entes envolvidos e de resposta nos casos de incidentes de poluição por óleo de origem desconhecida ou de impossibilidade de identificação imediata do poluidor. » Decreto Federal no 6.478, de 9/6/2008 – promulga a Convenção Internacional relativa à intervenção em alto-mar em casos de acidentes com poluição por óleo. Plano de emergência individual (PEi) Documento ou conjunto de documentos que contenham as informações e descrevam os procedimentos de resposta da instalação a um incidente de poluição por óleo, em águas sob jurisdição nacional, decorrente de suas atividades. A Resolução CONAMA no 398, de 11 de junho de 2008, dispõe sobre o conteúdo mínimo do Plano de Emergência Individual – PEI, para incidentes de poluição por óleo em águas sob jurisdição nacional. Em seu art. 1o indica que deverão apresentar PEI para incidentes de poluição por óleo as instalações localizadas em águas sob jurisdição nacional, portos organizados, instalações portuárias, terminais, dutos, plataformas e suas instalações de apoio, refinarias, estaleiros, marinas, clubes náuticos e instalações similares. gerenciamento costeiro O Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro – PNGC foi instituído pela Lei Federal nº 7.661, de 16/5/1988, como parte integrante da Política Nacional para os Recursos do Mar – PNRM e da Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA. O art. 3o do PNGC prevê o zoneamento de usos e atividades na Zona Costeira e dá prioridade à conservação e à proteção, entre outros, dos seguintes bens: 37 lEGISlAÇÃO AMBIENTAl APlICADA À INDÚSTRIA PETROlÍFERA │ UNIDADE II I – recursos naturais, renováveis e não renováveis; recifes, parcéis e bancos de algas; ilhas costeiras e oceânicas; sistemas fluviais, estuarinos e lagunares, baías e enseadas; praias; promontórios, costões e grutas marinhas; restingas e dunas; florestas litorâneas, manguezais e pradarias submersas; II – sítios ecológicos de relevância cultural e demais unidades naturais de preservação permanente; III – monumentos que integrem o patrimônio natural, histórico, paleontológico, espeleológico, étnico, cultural e paisagístico. O art 3o do Decreto Lei no 5.300, de 7/12/2004, que regulamenta o PNGC, define que a zona costeira brasileira corresponde ao espaço geográfico de interação do ar, do mar e da terra, incluindo seus recursos renováveis ou não, abrangendo uma faixa marítima e uma faixa terrestre, com os seguintes limites: » Faixa marítima: espaço que se estende por doze milhas náuticas, medido a partir das linhas de base, compreendendo, dessa forma, a totalidade do mar territorial. » Faixa terrestre: espaço compreendido pelos limites dos Municípios que sofrem influência direta dos fenômenos ocorrentes na zona costeira. Principais objetivos do PNGC: 1. a promoção do ordenamento do uso dos recursos naturais e da ocupação dos espaços costeiros, subsidiando e otimizando a aplicação dos instrumentos de controle e de gestão da zona costeira; 2. o estabelecimento do processo de gestão, de forma integrada, descentralizada e participativa, das atividades socioeconômicas na zona costeira, de modo a contribuir para elevar a qualidade de vida de sua população e a proteção de seu patrimônio natural, histórico, étnico e cultural; 3. a incorporação da dimensão ambiental nas políticas setoriais voltadas à gestão integrada dos ambientes costeiros e marinhos, compatibilizando-as com o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro – PNGC; 4. o controle sobre os agentes causadores de poluição ou degradação ambiental que ameacem a qualidade de vida na zona costeira; 5. a produção e difusão do conhecimento para o desenvolvimento e aprimoramento das ações de gestão da zona costeira. Entre outros, são instrumentos de gestão ambiental para o PNGC: » Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro – PEGC, que, legalmente estabelecido, deve explicitar os desdobramentos do PNGC, visando à implementação Estadual de Gerenciamento Costeiro, incluindo a definição das responsabilidades e procedimentos institucionais para a sua execução. 38 UNIDADE II │ lEGISlAÇÃO AMBIENTAl APlICADA À INDÚSTRIA PETROlÍFERA » Plano Municipal de Gerenciamento Costeiro – PMGC, que, legalmente estabelecido, deve explicitar os desdobramentos do PNGC e do PEGC, visando à implementação da Política Municipal de Gerenciamento Costeiro, incluindo as responsabilidades e os procedimentos institucionais para a sua execução, devendo guardar estrita relação com os planos de uso e ocupação territorial e outros pertinentes ao planejamento municipal. resíduos Legislação sobre resíduos: a. Resolução CONAMA no 393/2007, que dispõe sobre o descarte contínuo de água de processo ou de produção em plataformas marítimas de petróleo e gás natural; estabelece o padrão de descarte de óleos e graxas; define parâmetros de monitoramento. b. Resolução CONAMA no 357/2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água; as diretrizes ambientais para o seu enquadramento; as condições e padrões de lançamento de efluentes. c. Resolução CONAMA nº 362/2005, que dispõe sobre o Rerrefino de Óleo Lubrificante, determinando que todo óleo lubrificante usado ou contaminado deverá ser recolhido, coletado e ter destinação final adequada, de modo a propiciar a máxima recuperação dos constituintes nele contidos, bem como não afetar negativamente o meio ambiente. d. Resolução CONAMA no 5/1993, que estabelece definições, classificação e procedimentos mínimos para o gerenciamento de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos e aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários. e. Portaria Ministerial no 53/1979, que dispõe que os resíduos sólidos de natureza tóxica, bem como os que contenham substâncias inflamáveis, corrosivas, radioativas e outras consideradas prejudiciais deverão sofrer tratamento ou acondicionamento adequado, no próprio local de produção, e nas condições estabelecidas pelo órgão estadual de controle de poluição e de preservação ambiental e proíbe o lançamento de resíduos sólidos em cursos d’água, rios, lagoas e mar,
Compartilhar