Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Thaís Pires 1 Problema 5 • Conhecer o quadro clínico das demências e suas principais etiologias; Cognição – inclui memória, linguagem, orientação, julgamento, condução de relações interpessoais, comportamento costumeiro (práxis) e resolução de problemas Transtornos Cognitivos – compreendem perturbações em UMA OU MAIS dessas áreas, sendo frequentemente complicados por sintomas comportamentais – esses transtornos correlacionam NEUROLOGIA, MEDICINA E PSIQUIATRIA, uma vez que condições médicas ou neurológicas costumam levar a transtornos cognitivos que, por sua vez, levam a sintomas comportamentais → I.E., esses transtornos exemplificam claramente como DISFUNÇÕES BIOLÓGICAS possuem repercussões COMPORTAMENTAIS Em tempos passados, havia uma distinção entre TRANSTORNOS ORGÂNICOS E FUNCIONAIS, porém ela se mostrava falha no sentido que todo transtorno psiquiátrico possui um componente orgânico (biológico→funcional), então não fazia sentido distinguí-los. A partir disso, criou-se o termo NEUROPSIQUIATRIA, que exemplifica essa indissociabilidade entre o componente orgânico/biológico e o funcional/comportamental Os dois principais transtorno cognitivos são DELIRIUM E DEMÊNCIA, sendo os idosos os mais acometidos por esta última. A navalha de Occam, um princípio epistemológico que acredita que a explicação para um fenômeno necessita da MENOR QUANTIDADE DE PREMISSAS POSSÍVEIS, encontra-se em conflito no que diz respeito aos transtornos cognitivos, uma vez que a demência existente pode levar ao delirium ou pode ser muito semelhante a ele, ou indivíduos com demência podem ter o quadro agravado por comorbidades, como ansiedade, depressão, psicose... OU SEJA, transtornos cognitivos possuem MULTIPLICIDADE etiológica, prognóstica... Obs: Mais a frente, embora sejam citadas DISTINTAMENTE diversas etiologias, podem COEXISTIR certos tipos demências – estudos apontam que a apresentação mais comum dela revela um MISTO DE PATOLOGIA VASCULAR, ALZHEIMER E CORPOS DE LEWY Demência/Transtorno Neurocognitivo Maior – caracterizada por prejuízo grave na MEMÓRIA, JULGAMENTO, ORIENTAÇÃO e COGNIÇÃO, i.e., declínio da COGNIÇÃO com clareza de CONSCIÊNCIA, que interfere diretamente nas ATIVIDADES SOCIAIS OU PROFISSIONAIS. Vale ressaltar que demência não se refere a um BAIXO FUNCIONAMENTO INTELECTUAL ou RETARDO MENTAL (que são condições de desenvolvimento), mas sim a um DECLÍNIO COGNITIVO A NÍVEIS ANTERIORES DE FUNCIONAMENTO. É subdividida em: • Doença de Alzheimer • Doença Vascular • Infecção por HIV • Lesão cerebral traumática • Degeneração Frontotemporal – Doença de Pick • Doença do Príon • Induzida por Substância • Etiologias Múltiplas • Não especificada Os pontos importantes da demência são IDENTIFICAÇÃO DA SÍNDROME, DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO e DIAGNÓSTICO TOPOGRÁFICO – essas demências podem, ainda, serem divididas em ESTÁTICA ou Thaís Pires 2 PROGRESSIVA e PERMANENTE ou REVERSÍVEL, sendo este último associado à condição patológica subjacente (que causou/agravou a demência) e à disponibilidade de tratamento eficaz Epidemiologia – a prevalência das demências aumenta conforme a população envelhece 5% na população com mais de 65 anos Com 65 anos, homens apresentam prevalência de 0,6% e mulheres de 0,8% Com 85 anos, homens apresentam prevalência de 11% e mulheres 14% Com 90 anos, homens apresentam prevalência de 21% e mulheres 25% Com 95 anos, homens apresentam prevalência de 36% e mulheres 41% 20-40% na população acima de 85 anos 21% na população acima de 90 anos 50% nas instituições de cuidados para casos crônicos Dos pcts com demência, de 50-60% apresentam o tipo mais COMUM = ALZHEIMER; o segundo tipo mais comum (de 15-30%) é a DEMÊNCIA VASCULAR, que está correlacionada a doenças cerebrovasculares (HA predispõe) e é mais prevalente em HOMENS / Cerca de 10-15% dos pcts COEXISTEM com Alzheimer e demência vascular Etiologia – como já citado, as causas mais comuns são OU ALZHEIMER OU VASCULAR OU MISTA; os outros 10% das demências correspondem a todas aquelas outras etiologias! Alguns tipos de demências podem ser atribuídos a CAUSAS REVERSÍVEIS, como anormalidades metabólicas (hipotireoidismo), deficiências nutricionais (B12) ou causada por depressão • Demência do tipo Alzheimer Foi descrita por Alois Alzheimer em uma mulher de 51 anos com um curso de 4 anos e meio de demência progressiva – o diagnóstico final de DA requer exame NEUROPATOLÓGICO do encéfalo, embora possa ser diagnosticada pela exclusão das outras causas de demência Neuropatologia – Postula-se que a causa principal para DA continue desconhecida, embora entenda-se a BASE MOLECULAR DOS DEPÓSITOS AMILOIDES, que são a característica principal da fisiopatologia da doença – compreende a deposição de PLACAS NEURÍTICAS EXTRACELULARES = PLACAS SENIS = PLACAS AMILOIDES no córtex cerebral e nas paredes dos vasos sanguíneos, que compreendem um núcleo denso de material amiloide rodeado por neuritos, astrócitos reativos e micróglia → essas alterações são mais proeminentes no HIPOCAMPO, CORTEX ENTORRINAL, CORTEX DE ASSOCIAÇÃO e PROSENCÉFALO BASAL, que justificam a perda de memória inicial – distribuição PARIETAL TEMPORAL Além da deposição das placas, há uma ATROFIA DIFUSA com sulcos corticais achatados e ventrículos cerebrais aumentados Fatores genéticos – Estudos apontam que até 40% dos indivíduos com DA possuem histórico familiar da doença, então há certa correlação entre genética e seu desenvolvimento → além desse dado, estudos com gêmeos MONOZIGÓTICO mostraram que a concordância é de 43% para DA em comparação com 8% nos DIZIGÓTICOS Proteína Precursora do β-Amiloide (APP) – tem como função DAR SUPORTE AO CRESCIMETNO DOS NEURITOS EXTRACELULARES - o gene para essa proteína está localizado no BRAÇO LONGO DO CROMOSSOMO 21 e o splicing resulta em 4 FORMAS DESSA PROTEÍNA A proteína β/A4 é um peptídeo de 42 aa, sendo considerado o PRINCIPAL ELEMENTO DAS PLACAS SENIS e resultante da degradação dessa proteína precursora do β-amiloide / Na síndrome de Down (trissomia do Thaís Pires 3 21), são encontradas 3 cópias do gene dessa proteína e, quando ocorre mutação ao nível do CÓDON 717, ocorre um processo patológico que causa DEPÓSITO EXCESSIVO DE PROTEÍNA β/A4, sugerindo que ter uma cópia aumentada do gene APP eleva o metabolismo de APP → Aβ O beta amiloide é tóxico para neurônios cultivados e estimula a produção de citocinas a partir das células da micróglia, causando a NEURODEGENERAÇÃO!!! Presenilinas – as vias enzimáticas responsáveis pela degradação das APP em beta-amiloide são objeto de estudo que podem levar a novos tratamentos – a clivagem de APP e dá pela ENZIMA CLIVADORA DA PROTEÍNA PRECURSORA DE BETA-AMILOIDE ou BETASSECRETASE, que gera um fragmento de 99 AA → depois há uma nova clivagem pela GAMA SECRETASE que, enfim, libera a BETA AMILOIDE Vários casos de Alzheimer estão associados a mutações no GENE QUE CODIFICA A PRESENILINA 1 e PRESENILINA 2, que recentemente foram descobertas como SUBUNIDADES DE GAMA-SECRETASE!!! Apolipoproteína E – A presença da isoforma E4 da apolipoproteina E tem sido identificada como um fator de risco – essa proteína medeia a ligação entre LDL e seu receptor e a proteína relacionada com o receptor de LDL / Essa proteína é sintetizada e secretada por astrócitos e macrófagos em 3 isoformas principais APOE2, APOE3, APOE4 que se originam de alelos diferentes em um mesmo gene A apoE3 aumenta o crescimento de neuritos na presença de LDL, enquanto a apoE4 diminui – pcts homozigotos para E4 possuem placas senis maiores e mais densas do que os homozigotos para E3 → a apoE4 PRENDE MAIS AVIDAMENTE o beta amiloide a placa do que a apoE3, o que REDUZ A DEPURAÇÃO DE BETA AMILOIDE DO TECIDO!!! Neurotransmissores – os mais envolvidos na fisiopatologia da doença são ACETILCOLINA E NOREPINEFRINA,que apresentam HIPOATIVIDADE na doença / Quanto à aCh, percebe-se uma diminuição de ACETILCOLINA e COLINA ACETILTRANSFERASE, sendo esta última a enzima fundamental para a síntese de aCh, o que, consequentemente, diminui a quantidade desse neurotransmissor, que também pode ser atribuída a uma DIMINUIÇÃO DOS NEURÔNIOS COLINÉRGICOS / A redução da NOREPINEFRINA é sugerida pela diminuição da quantidade de neurônios que contem norepinefrina no LOCUS CERULEUS Tauopatia familiar de múltiplos sistemas com demência pré-senil – um tipo de demência recentemente descoberta (tauopatia familiar de múltiplos sistemas) compartilha algumas anormalidades cerebrais também encontradas em indivíduos com Alzheimer - Assim como ocorre em pacientes com doença de Alzheimer, a proteína tau se acumula em neurônios e células gliais de indivíduos com tauopatia familiar de múltiplos sistemas. No fim, o acúmulo de proteínas mata as células do cérebro. O transtorno não está associado às placas senis observadas na doença de Alzheimer • Demência Vascular Supõe-se que a principal causa da demência vascular sejam MÚLTIPLAS ÁREAS DE DOENÇA VASCULAR CEREBRAL que resultam em um padrão de sintomas de demência – essa etiologia é mais frequente em homens, principalmente aquele com hipertensão ou outros fatores de risco cardiovasculares / a DV afeta os VASOS CEREBRAIS PEQUENOS E MÉDIOS, que sofrem infarto e produzem múltiplas lesões no parênquima cerebral!! As causas dos infartos podem incluir a oclusão de vasos por placas ateroscleróticas ou tromboembolias de origem distante Doença de Binswanger/Encefalopatia arteriosclerótica subcortical – presença de vários pequenos infartos da massa branca, poupando a região cortical – antes, era considerada muito rara, porém, com o Thaís Pires 4 advento de técnicas de imagem mais potentes, como a RM, percebeu-se que a condição é mais comum do que se imaginava • Demência Frontotemporal/Doença de Pick Apresenta padrão de atrofia na região FRONTOTEMPORAL, que também vão apresentar perda neuronal, gliose e corpos de pick neuronais, que são massas de elementos do citoesqueleto Possui causa desconhecida e representa cerca de 5% de todas as demências irreversíveis / é difícil de ser distinguida da DA, a não ser que se observe o padrão inicial de ALTERAÇÕES DE PERSONALIDADE E COMPORTAMENTO da doença de Pick • Doença com corpos de Lewy Clinicamente semelhante à doença de Alzheimer e costuma se caracterizar por ALUCINAÇÕES, ASPECTOS PARKINSONIANOS E SINAIS EXTRAPIRAMIDAIS Corpos de inclusão de Lewy são encontrados no córtex cerebral • Doença de Huntington Geralmente essa doença está associada ao desenvolvimento de demência SUBCORTICAL, caracterizada por mais anormalidades MOTORAS e menos anormalidades da LINGUAGEM → inicia com LENTIDÃO PSICOMOTORA e dificuldade em executar tarefas complexas, mas MEMÓRIA, LINGUAGEM permanecem intactos nos estágios iniciais e intermediários – com o avançar da doença, a demência torna- se completa! Thaís Pires 5 • Doença de Parkinson Os movimentos lentos de indivíduos com essa doença representam um paralelo com o pensamento lento de alguns pacientes afetados, uma característica que clínicos podem chamar de bradifrenia ou bradipsiquismo. • Demência relacionada ao HIV A encefalopatia na infecção por HIV está associada a demência e é denominada complexo de demência da síndrome da imunodeficiência adquirida (aids) – cerca de 75% dos pcts com aids apresentam envolvimento do SNC no momento da necropsia Outras demências infecciosas são causadas por Cryptococcus ou Treponema pallidum • Demência relacionada a lesão cerebral traumática A chamada demência pugilística ocorre em boxeadores depois de traumas cranianos repetidos ao longo de vários anos. Ela se caracteriza por labilidade emocional, disartria e impulsividade Diagnóstico e Características Clínicas Os critérios do DSM-5 fazem distinção entre TRANSTORNO COGNITIVO MAIOR E LEVE com base nos níveis de funcionamento, mas a etiologia subjacente é semelhante O diagnóstico de demência baseia-se no exame clínico, por meio de um exame do estado mental, e nas informações obtidas com a família, amigos e correlacionados ➔ queixas de alteração na personalidade de um indivíduo com idade superior a 40 anos sugerem considerar uma SÍNDROME DEMENCIAL O clínico deve estar atento a queixas como: ➔ Prejuízo intelectual e esquecimento ➔ Evasão negação ou racionalização destinadas a encobrir déficits cognitivos ➔ Retraimento social ➔ Explosões repentinas de raiva ➔ Observar a aparência e comportamento do pct ➔ Labilidade emocional ➔ Pouco cuidado com a aparência ➔ Comentarios desinibidos ➔ Apatia ➔ TODOS em associação com PREJUÍZO DA MEMÓRIA Thaís Pires 6 Em geral, uma das primeiras características da demência é o PREJUÍZO DA MEMÓRIA, sobretudo naquelas de atrofia cortical, como a DA → no início do transtorno neurocognitivo, o prejuízo da memória costuma ser LEVE e mais acentuado no que se refere a ACONTECIMENTOS RECENTES → com o avançar da idade, o prejuízo torna-se GRAVE e apenas as PRIMEIRA INFORMAÇÕES são mantidas, como local de nascimento, com muito esforço a data de nascimento Partindo do pressuposto que a memória é importante para ORIENTAÇÃO quanto PESSOA, LOCAL, TEMPO, esses parâmetros podem ser afetados progressivamente no curso de uma doença demencial → NUNCA AFETA O NÍVEL DE CONSCIÊNCIA!!! ➔ Demências que afetam o córtex – Alzheimer e vascular – podem atingir a capacidade de linguagem Alterações Psiquiátricas e Neurológicas Personalidade – Traços de personalidade preexistentes podem ser acentuados durante o desenvolvimento de uma demência, como o retorno de INTROVERSÃO ou a DESPREOCUPAÇÃO com os efeitos que o seu comportamento pode causar sobre os outros Quando há um envolvimento dos lobos FRONTAL E TEMPORAL, a pessoa fica propensa a apresentar alterações PROFUNDAS NA PERSONALIDADE e se tornar IRRITÁVEL!! Alucinações e Delírios - Estima-se que 20 a 30% dos pacientes com demência (sobretudo aqueles com demência do tipo Alzheimer) têm alucinações, e 30 a 40% têm delírios, majoritariamente paranoides ou de perseguição de natureza não sistematizada, embora delírios complexos, prolongados e bem sistematizados também sejam relatados por esses pacientes Thaís Pires 7 Humor – Depressão e ansiedade são sintomas pronunciados em 40-50% dos pcts com a demência / podem apresentar, também, RISO OU CHORO PATOLÓGICO (extremos das emoções) sem provocação aparente Alteração Cognitiva – além das AFASIAS, as APRAXIAS e AGNOSIAS tabém são comuns Reflexos primitivos, como os reflexos de preensão palmar e plantar, de sucção e palmo-mentoniano, podem estar presentes durante o exame neurológico, e espasmos mioclônicos estão presentes em 5 a 10% dos pacientes Síndrome de confusão noturna (Sundowning) – É caracterizada por SONOLÊNCIA, CONFUSÃO, ATAXIA e QUEDAS ACIDENTAIS - ocorre em IDOSOS SEDADOS EM DEMASIA e em pacientes com demência que reagem de modo adverso mesmo a uma PEQUENA DOSE DE FÁRMACO PSICOATIVO → Também pode ocorrer em pcts demenciados quando os ESTÍMULOS EXTERNOS, como luz e orientação interpessoal, se REDUZEM Demência Vascular – possui os mesmos sintomas da DA, porém necessita DE EVIDÊNCIAS CLÍNICAS ou LABORATORIAIS que confirmem a causa vascular da demência Thaís Pires 8 Thaís Pires 9 Achados Físicos e Exames Laboratoriais Importante que uma bateria de exames laboratoriais ABRANGENTE, baseada em achados clínicos, seja realizada a fim de fechar o diagnóstico etiológico, identificando possíveis DEMÊNCIAS REVERSÍVEIS Curso e Prognóstico Geralmente tem início nos 50-60 anos com deterioração gradual ao longo de 5 a 10 anos, levando, por fim, à morte → vale destacarque a IDADE DE INÍCIO e a RAPIDEZ do desenvolvimento variam com o TIPO DE DEMÊNCIA e características INDIVIDUAIS A expectativa de sobrevida média para os pcts diagnosticados com DA fica em torno de 8 anos após diagnóstico, podendo alcançar de 1 a 20 anos – indivíduos com histórico familiar de demência são mais prováveis de iniciar mais precocemente e desenvolver mais rapidamente Geralmente, o início da demência é sutil, não sendo percebido nem pelo pct nem pela família (início sutil para DA, DV, endocrinopatias, metabólicos), agravando-se progressivamente – Já em decorrência da lesão cerebral traumática ou parada cardíaca com hipóxia cerebral é do tipo REPENTINA Tratamento Como sempre... fundamental verificar o diagnóstico para o tto correto, pois a terapia correta pode LENTIFICAR ou até mesmo INTERROMPER a progressão DV – importante a utilização de MEDIDAS PREVENTIVAS, como mudanças na dieta, na rotina de exercícios e no controle da HÁ – uso de anti-hipertensivos, anti coagulantes ou antiplaquetários / importante a ESCOLHA DO ANTIHIPERTENSIVO, pois os antagonistas dos receptores β-adrenérgicos demonstraram um aumento do prejuízo cognitivo, já os INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA e DIURÉTICOS não apresentaram esse prejuízo, que está diretamente relacionado à ALTERAÇÃO NO FLUXO SANGUÍNEO CEREBRAL Farmacoterapia – vai depender da clínica do pct!! Mas, de uma forma geral, deve-se evitar FÁRMACOS DE ATIVIDADE ANTICOLINÉRGICA ELEVADA, uma vez que interferem no fluxo sanguíneo cerebral, prejudicando a função cognitiva!!! Benzodiazepínicos – insônia e ansiedade Antidepressivos – depressão Antipsicóticos – delírios e alucinações DA – geralmente utiliza-se INIBIDORES DA COLINESTERASE como DONEPEZILA, RIVASTIGMINA, GALANTAMINA e TACRINA – esses fármacos reduzem a inativação da acetilcolina e o POTENCIALIZAM, o que ajuda na memória e no pensamento focado → possuem melhores efeitos nos indivíduos com PERDA DE MEMÓRIA LEVE OU MODERADA em que há uma preservação dos neurônios colinérgicos Donepezila – bem tolerada, uso disseminado Tacrina – muito hepatotóxica, pouco utilizada Rivastigmina e Galantamina – poucos dados clínicos, porém atuam no TGI, causando muitos efeitos colaterais Thaís Pires 10 • Estudar a aplicação do “Mini-mental-test” nos distúrbios de memória; MEEM – fornece vários parâmetros cognitivos, contendo questões agrupadas em 7 categorias ➔ Orientação temporal (5pts) – avalia a memória recente, a atenção e a orientação espacial ➔ Orientação espacial (5pts) – avalia a memória recente, a atenção e a orientação temporal ➔ Registro de 3 palavras (3pts) – avalia a atenção e memória IMEDIATA, que tem duração de aproximadamente 30 segundos e capacidade limitada a 10 itens ➔ Atenção e Cálculo (5pts) – avalia a capacidade de cálculo, atenção, memória imediata e operacional ➔ Recordação de 3 palavras (3pts) – memoria RECENTE que dura de minutos a semanas ➔ Linguagem (8pts) – compreensão oral, repetição, nomeação, leitura ➔ Capacidade construtiva visual (1pt) – orientação visuo-espacial, programação motora e paxia construtiva Thaís Pires 11 Pode variar de 0 pontos até 30 pontos, sendo o menor representativo de maior grau de comprometimento cognitivo / Foi projetado para ser uma AVALIAÇÃO CLÍNICA PRÁTICA DE MUDANÇA DO ESTADO COGNITIVO em pcts geriátricos, então funciona para o rastreio da perda cognitiva e NÃO PARA O DIAGNÓSTICO DA DEMÊNCIA É denominado “mini” pois concentra APENAS ASPECTOS COGNITIVOS da função mental, excluindo humor e diversas outras O ponto de corte utilizado para indicar COMPROMETIMENTO COGNITIVO que merece investigação posterior é 24 → Alguns autores sugerem 25 para aumentar a SENSIBILIDADE PARA DEMÊNCIA LEVE Pode ser ajustado para o nível educacional → Alguns autores já sugeriram que o corte 24 mostrou- se excelente para pessoas com escolaridade acima de 9 anos, enquanto o corte 17 foi ótimo para aqueles com menor escolaridade ➔ Orientação o perguntar ano, mês, dia do mês e da semana e hora aproximada – cada pergunta vale 1 PONTO o perguntar nome do país, do estado, da cidade, do bairro e do local da consulta – cada pergunta vale 1 PONTO ➔ Memória o Diga ao pct 3 palavras para serem repetidas logo em seguida = Total 3 pt o Peça para subtrair 7 de 100 cinco vezes = Total 5 pts o Peça para repetir as 3 primeiras palavras do teste = Total 3 pts ➔ Linguagem – o Peça para o pct falar 2 objetos apresentados a ele o Peça para repetir um conjunto de palavras ou frase (nem aqui, nem ali, nem lá) o Peça que o pct pegue uma folha de papel, dobre em 3 partes e coloque em determinado lugar o Dê para o pct um papel escrito “Feche os olhos”. Ele terá que ler silenciosamente e executar o comando o Peça que o pct escreva uma frase própria = 2 pontos ➔ Função Visoespacial o Solicite que o pct copie um desenho simples – Cada comando vale 1 PONTO Thaís Pires 12 • Reconhecer a importância dos cuidados no tratamento dos pacientes demenciados Sendo a demência reconhecidamente um processo irreversível de deterioração progressiva em que a intervenção farmacológica tal qual a institucionalização não garantem efetivos benefícios, a assistência prestada pelo cuidador familiar ou formal mostra-se em diversos estudos associada ao desgaste físico e emocional de quem cuida, evidenciando uma sobrecarga ainda maior diante do idoso demenciado que apresenta sintomas não-cognitivos As síndromes demenciais evoluem de forma a modificar a capacidade do indivíduo de realizar suas atividades cotidianas. Nas fases mais leves da doença, as atividades podem ser realizadas apenas com supervisão. Com o avançar do quadro clínico, a dependência funcional torna-se cada vez mais evidente Consideramos que um indivíduo está em fase avançada de um quadro demencial quando há comprometimento cognitivo severo, caracterizado por inabilidade para caminhar, dificuldade de deglutição, perda de apetite, perda de peso, incontinência fecal e urinária com dependência completa até mesmo para as atividades mais simples (levar alimentos à boca, por exemplo), com consequente restrição ao leito Principais dicas de como cuidar de um paciente que sofre da doença. Estes cuidados não só beneficiarão o idoso, mas também auxiliarão no convívio do paciente como um todo: 1. Simplifique a comunicação: Um paciente que sofre de demência vascular terá dificuldades para se lembrar do nome de pessoas, objetos e terá uma baixa compreensão daquilo que lhe é dito. Por isso, a comunicação verbal deverá ser por meio de frases simples e curtas, para que ele possa compreender aquilo que foi dito. Se o idoso não entendeu, repita a frase ou faça uso de expressões que tenham o mesmo sentido. É fundamental que se mantenha o tom de voz calmo. 2. Determine rotinas: Alterações de ambiente ou em suas atividades do dia a dia podem causar confusão mental. Sendo assim, crie rotinas, de forma que as tarefas (alimentação e higiene pessoal, por exemplo) sejam executadas sempre na mesma hora. 3. Trabalhe a segurança do paciente: Por conta da redução auditiva e visual do paciente idoso, é preciso tomar certos cuidados para evitar o risco de quedas e incentivar a sua segurança. Algumas medidas que podem ser tomadas são: A remoção de tapetes e excesso de mobílias na casa, a instalação de pisos antiderrapantes e barras de segurança em locais como o banheiro, e a remoção de objetos que representem perigo. 4. Trabalhe a independência do paciente: Um erro muito comum dos familiares de pacientes que sofrem de demência vascular é realizar suas tarefas em seu lugar. Apesar de o envelhecimento trazer limitações ao indivíduo, é primordial trabalhar a independência e autonomia do paciente. Por isso, incentive-o a realizar sozinho as tarefas que estejam em sua rotina. Ao perceber que ele tevealguma dificuldade, o oriente. E se ele não conseguiu executá-la, aí sim o auxilie de forma mais direta.
Compartilhar