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GINEAD
AUDITORIA CONTÁBIL
Unidade 1 - Origem, características e 
conceitos da auditoria 
 
SST
Moreno, Fernanda Gualda; Pereira, Beatriz da Silva 
Unidade 1 - Origem, características e conceitos da 
auditoria / Fernanda Gualda Moreno; 
Beatriz da Silva Pereira 
Ano: 2020
nº de p.: 20
Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados.
Unidade 1 - Origem, características e 
conceitos da auditoria 
3
Objetivos específicos
• Abordar e compreender origem, características e conceitos da auditoria.
• Diferenciar auditoria contábil dos demais tipos de auditoria, bem como dos 
diversos ramos da contabilidade.
Apresentando a unidade
Olá! Seja bem-vindo à disciplina de Auditoria Contábil. Nesta unidade, vamos 
aprender sobre a origem da auditoria, como ramo da contabilidade, e os diversos 
conceitos envolvidos na área.
Esse conhecimento é fundamental, pois os avanços tecnológicos, principalmente 
em termos de sistemas, e o excesso de informação presente em nossas vidas 
podem ocasionar diversos transtornos, já que, muitas vezes, a mesma informação 
nos é transmitida por diferentes meios, o que pode criar distorções, como naquela 
brincadeira de “telefone sem fio”, não é mesmo? Devemos ainda considerar o 
risco de recebermos uma informação ambígua, criando um ruído no processo 
de comunicação entre o emissor e o receptor, impossibilitando a compreensão 
verdadeira de um fato. 
Origem da auditoria
Você sabia que a auditoria surgiu da necessidade de se controlar ou verificar a 
condução de processos e procedimentos para a garantia da qualidade de produtos 
e serviços? Nesta unidade, veremos como a auditoria se originou e também os 
principais termos ou jargões usados na área.
A auditoria surgiu a partir do desenvolvimento do sistema capitalista. Os fatos 
marcantes se deram na Inglaterra, em 1310, com a criação do Conselho de Londres, 
seguida da criação do cargo de auditor do Tesouro da Inglaterra em 1314. (ATTIE, 
2011). Entretanto o reconhecimento dessa prática ocorreu em 1581, quando 
foi criado o primeiro Colégio de Contadores (Collegio dei Raxonati) em Veneza. 
4
Inicialmente, os trabalhos de auditoria se limitavam à verificação dos registros 
contábeis, para checar a exatidão das informações (CREPALDI, 2009).
A contabilidade surgiu da necessidade de se controlar o patrimônio (bens, direitos 
e exigibilidades) e suas variações. Trata-se de uma ciência social, pois é a ação 
do homem que cria e modifica o patrimônio. Entretanto ela se utiliza de outras 
ferramentas, como, por exemplo, métodos quantitativos – como a matemática e a 
estatística (ciências exatas) – e métodos qualitativos, como o empirismo, pautado 
na vivência e observação (ciências humanas).
Dentre os ramos da Contabilidade, podemos destacar no Quadro 1.1:
Quadro 1.1: Principais ramos da Contabilidade
Ramificações Objetivos
Contabilidade societária
Aplicar os instrumentos legais e societários que 
envolvem as entidades, bem como a sua estrutura de 
capital, visando à realização de transações e negócios.
Contabilidade de custos
Avaliar o controle dos estoques e conhecimento dos 
instrumentos dos sistemas de custo, com o objetivo 
de servir de base para a tomada de decisão.
Contabilidade aplicada ao 
setor público
Gerar informações que orientem a tomada de decisão 
e a instrumentalização do controle social, permitindo 
a evidenciação que contribua para a transparência do 
setor público.
Contabilidade aplicada às 
instituições financeiras
Compreender o Sistema Financeiro Nacional, suas 
operações, bem como aplicar os procedimentos 
contábeis específicos às entidades bancárias.
Contabilidade aplicada às 
entidades de interesse social
Compreender o funcionamento das associações, 
fundações, organizações sociais, bem como da gestão 
contábil, prestação de contas, benefícios e obrigações. 
Contabilidade aplicada ao 
agronegócio
Compreender o primeiro setor da economia, bem como 
aplicar os procedimentos contábeis compreendidos 
nas atividades agrícola, pecuária e agroindustrial.
Perícia, avaliação e 
arbitragem
Aplicar um conjunto de procedimentos destinados 
a levar à instância decisória elementos de prova 
necessários a subsidiar a justa solução do litígio ou 
constatação de fato.
Auditoria
Verificar a regularidade dos registros de elementos 
patrimoniais e de resultado, aplicando procedimentos 
em extensão, profundidade e oportunidade adequadas.
Fonte: Elaborado pelos autores (2018).
5
Como podemos ver, a auditoria é uma das especialidades da Contabilidade. Ela 
surgiu da necessidade de controlar os registros contábeis e as movimentações 
financeiras. Assim, podemos dizer que a auditoria é um dos ramos ou técnicas de 
que a Ciência Contábil se utiliza.
A auditoria evoluiu pela ocorrência de vários eventos, dentre os quais destacamos 
a Revolução Industrial, no fim do século XVIII, quando alguns profissionais 
se declaravam “contadores públicos”, executando, entretanto, trabalhos mais 
especializados do que aquele efetuado por outros contadores. Já no século XIX, 
surge uma nova denominação, a de “perito contador”, cuja função básica era a de 
descobrir erros e fraudes. 
Você sabia que, entre 1850 e 1938, fiscais de órgãos de controle 
não eram autorizados a consultar os livros contábeis dos 
contribuintes em suas auditorias? A proibição tinha como origem 
o art. 17 do Código Comercial de 1850. Esse artigo foi revogado 
em 1938, pelo Decreto-Lei nº 385. Em 1939, o § 1º do art. 14 do 
Decreto-lei nº 1.168 tornou possível a punição das empresas que 
se recusassem a exibir os livros de escrita comercial.
Curiosidade
A evolução da auditoria no Brasil está intimamente ligada à instalação de empresas 
internacionais de auditoria independente, como a Deloitte Touche Tohmatsu, que 
abriu seu primeiro escritório na cidade do Rio de Janeiro, em 1911. Nas décadas 
seguintes, diversas multinacionais americanas e europeias abriram filiais no Brasil, 
que demandavam serviços de auditoria para reportar suas posições para suas 
matrizes no estrangeiro. Houve, ainda, a criação da tributação do imposto de renda 
em 1922, baseado nos resultados apurados em balanço, o que acelerou a evolução 
da auditoria.
A Rodhia do Brasil foi fundada em 1919, onde atualmente fica o município de 
Santo André, mesmo ano em que a Ford do Brasil foi fundada no município de São 
Bernardo do Campo. Já a General Motors do Brasil, fundada em 1925, começou 
a operar sua fábrica em 1930 no município de São Caetano do Sul, na região 
geograficamente conhecida como ABC, marcada pela forte industrialização no início 
do século XX. A Coca-Cola, por sua vez, iniciou suas atividades no Brasil em 1942. 
6
Alguns anos depois, outros investimentos internacionais foram aqui implantados e, 
compulsoriamente, suas demonstrações contábeis deveriam ser auditadas, quando 
o mercado de capitais brasileiro ganhou importância no final dos anos 1960, com a 
aprovação da Lei nº 4.728 em 1965 (ATTIE, 2010, p. 8).
Em 1972, o Banco Central do Brasil passou a emitir normas, tornando obrigatória 
a auditoria externa, ou independente, em quase todas as entidades integrantes do 
Sistema Financeiro Nacional e companhias abertas. Finalmente, em 1976, a prática 
de auditoria se consolidou com a criação da Comissão de Valores Mobiliários e da 
Lei das Sociedades por Ações (Lei n.º 6.404).
Essas companhias de auditoria e consultoria foram crescendo a partir da abertura 
de novos escritórios ao redor do mundo. O Quadro 1.2 mostra quais são as seis 
maiores firmas de auditoria no mundo. 
Quadro 1.2: Maiores empresas globais de auditoria
Firma Sigla Fundação Sede
Deloitte Touche Tohmatsu Limited DTT 1845 Nova Iorque
PricewaterhouseCoopers PwC 1849 Londres
Klynveld Peat Marwick Goerdeler KPMG 1917 Amsterdã
Ernst & Young EY 1849 Londres
Grant Thornton GT 1924 Chicago
Binder Dijker Otte & Co BDO 1910 Bruxelas
Fonte: Elaborado pelos autores (2018).
As quatro primeiras empresas listadas são, geralmente, denominadas Big Four ou 
“quatrograndes” empresas globais de serviços contábeis de auditoria e consultoria. 
Entretanto a lista contempla ainda mais duas empresas, que são conhecidas como 
Large Six ou “seis maiores”.
7
Conceitos e classificação da auditoria
Nesta seção, veremos os principais conceitos envolvidos com a prática da auditoria, 
ou seja, o ato de confrontar a condição com o critério (situação encontrada versus 
situação que deve ser). 
A palavra auditoria tem origem no latim audire, que significa “ouvir”. Esse termo foi 
utilizado pelos ingleses para classificá-la como uma técnica contábil da revisão, ou 
auditing. Da mesma forma, a palavra auditor também se origina do latim, qui audit, 
que significa “aquele que ouve, o ouvinte”. O termo auditor também está relacionado 
à expressão inglesa to audit, que significa “examinar, ajustar, corrigir, certificar”.
Agora que já conhecemos a origem dos termos, podemos começar a nos aproximar 
de determinados conceitos que são fundamentais para a compreensão da 
disciplina. Por exemplo, você sabe qual é a diferença entre fraude e erro? Será que 
são sinônimos? Observe os exemplos para que você fixe esses conceitos.
Segundo a NBC TA 240 (R1) (CFC, 2016), a fraude aplica-se a atos intencionais, isto 
é, voluntários, seja por omissão e/ou manipulação de transações, adulterações de 
documentos, registros e demonstrações contábeis. Além disso, a fraude pode estar 
relacionada à corrupção. São exemplos de fraudes os seguintes atos dolosos:
a. manipulação, falsificação ou alteração de registros ou documentos, de modo 
a modificar os registros de ativos, passivos e resultados;
b. apropriação indébita de ativos;
c. supressão ou omissão de transações nos registros contábeis;
d. registro de transações sem comprovação; e
e. aplicação de práticas contábeis indevidas. 
Já o erro refere-se a atos não intencionais, isto é, involuntários, seja por descuido, 
seja por desconhecimento ou interpretação equivocada na elaboração de registros 
e demonstrações contábeis, que resultem em incorreções. São exemplos de erros 
os seguintes atos culposos (CFC, 2016, s.p.):
a. erros aritméticos (digitação ou cálculo) na escrituração contábil ou nas de-
monstrações contábeis;
b. aplicação incorreta das normas contábeis; 
c. interpretação errada das variações patrimoniais (qualitativas ou quantitati-
vas) (NBC TA 240 (R1), CFC, 2016).
8
Conforme a NBC T 11 (CFC, 1997) “ao detectar erros relevantes e quaisquer 
fraudes no decorrer de seu trabalho, o auditor tem a obrigação de comunicá-los 
à administração da entidade e sugerir medidas corretivas, informando sobre os 
possíveis efeitos no seu parecer, caso elas não sejam adotadas”.
Por que as auditorias independentes têm dificuldade em detectar 
a corrupção em uma empresa? Será que os auditores externos 
têm instrumentos suficientes para investigar fraudes a fundo? 
O auditor trabalha, essencialmente, com amostragem, utilizada 
para obter uma base razoável para a sua conclusão. Ainda que 
seja sua obrigação reportar à administração da entidade quando 
encontrar fraudes, esse não é o seu objetivo principal, já que a 
amostragem pode resultar na não detecção dessas fraudes. 
Reflita
Agora, já sabemos como a fraude e o erro podem ser definidos, mas temos que 
conhecer outros conceitos importantes em auditoria: risco, distorção relevante 
e asseguração. Esses conceitos complementarão nosso entendimento sobre a 
relevância e a importância da auditoria como técnica contábil.
O risco de auditoria ocorre quando um auditor expressa uma opinião imprópria 
quando as demonstrações financeiras apresentam distorção relevante, sem que 
o controle interno da empresa auditada ou os testes substantivos do auditor 
detectem ou previnam essa falha (CFC, NBC TA 200, 2016).
Observamos, então, que o auditor deve decidir sobre a quantidade de informações 
que fará parte da sua amostragem, ou seja, o que será analisado. A quantidade 
de itens analisados deve ser suficientemente ampla para reduzir o risco de 
amostragem a um nível mínimo tolerável. Assim, a dimensão da amostra, além 
de depender do ramo de atividade e do porte da empresa auditada, poderá ser 
determinada com base em fórmulas, estatísticas ou no julgamento profissional do 
auditor (CFC, NBC TA 200, 2016).
Já a distorção pode ocorrer por erro ou por fraude, com ou sem intenção. Ela é 
considerada como a diferença entre o valor, a classificação ou a divulgação de 
uma demonstração contábil relatada e o que é exigido para que o item objeto de 
auditoria esteja de acordo com a estrutura das demonstrações contábeis, ou seja, 
9
com as leis e regulamentos que as disciplinam. As distorções identificadas pelo 
auditor devem ser comunicadas ao nível adequado de administração da entidade, 
para que sejam feitas as correções cabíveis (CFC, NBC TA 200, 2016).
Outro conceito que é bastante utilizado em auditoria é o de asseguração. Nesse 
caso, o objetivo do auditor é obter evidências adequadas e suficientes, para que, a 
partir delas, possa expressar uma conclusão embasada, ampliando, assim, o nível 
de confiança dos outros usuários. Em outras palavras, a asseguração compreende 
o resultado da mensuração ou avaliação de determinado objeto, baseando-se em 
critérios aplicáveis (CFC, NBC TO 3000, 2015).
Mas fique atento: nem todos os trabalhos executados por auditores independentes 
são trabalhos de asseguração. Por exemplo, o serviço de consultoria executado por 
um auditor independente não é considerado asseguração.
Você já deve estar se perguntando: como funciona uma auditoria? Existem etapas 
a serem seguidas? A auditoria é feita em conformidade com o estabelecido 
pelas Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), classificadas como normas 
Profissionais e normas Técnicas. Essas normas são emitidas pelo Conselho Federal 
de Contabilidade (CFC). A auditoria, portanto, deve seguir uma diretriz, um padrão 
preestabelecido. As etapas de uma auditoria devem obedecer a uma sequência. 
Veja, no Diagrama 1.1, como funciona esse processo. 
Diagrama 1.1: Processo de auditoria independente
Planejamento 
dos trabalhos
Avaliação do 
Controle Interno
Revisão 
Analítica
Execução de 
procedimentos
Colete de 
informações
Emissão do Relatório 
de Auditoria
Avaliação das 
informações
Fonte: Elaborado pelos autores (2018).
Nas próximas unidades, veremos, em detalhes, cada uma dessas etapas.
Segundo Crepaldi (2009), atualmente, a auditoria é contemplada com os seguintes 
objetos de estudo:
10
a. comprovação, pela escrituração, de que são exatos os fatos patrimoniais;
b. demonstração dos erros e fraudes encontrados;
c. sugestão das providências cabíveis, visando à prevenção de erros e fraudes;
d. verificação de que a contabilidade é satisfatória sob o aspecto sistemático e 
de organização;
e. verificação do funcionamento do controle interno;
f. proposição de medidas de previsão de fatos patrimoniais, com o propósito de 
manter a empresa dentro dos limites de organização e legalidade.
A partir deste ponto, conheceremos as diferentes classificações da auditoria, que 
podem ser: independente externa; interna ou operacional; gerencial; auditoria 
pública ou governamental.
Segundo Almeida (2012), a auditoria independente externa é uma atividade que tem 
por objetivo, por meio da inspeção das demonstrações financeiras, expressar uma 
opinião sobre a sua propriedade, e assegurar que elas representem adequadamente 
a posição financeira (fluxos de caixa) e patrimonial, assim como sobre o resultado 
(lucro ou prejuízo) de suas operações relativas aos exercícios financeiros 
correspondentes.
Já a auditoria interna, também denominada de auditoria operacional, é uma 
atividade subordinada, que tem por objetivo assessorar a administração da 
empresa com subsídios relativos ao cumprimento de todos os procedimentos 
e políticas internas da entidade, por meio da análise dos sistemas contábeis e 
de controles internos, avaliando se eles estão sendo cumpridos e se todas as 
transações realizadas estão expressas contabilmenteem conformidade com os 
critérios técnicos e normativos previamente definidos (ALMEIDA, 2012).
Na auditoria gerencial, o objetivo é avaliar o grau de segurança dos controles 
internos existentes na entidade. Assim, ela é realizada para avaliar: a eficiência, 
a eficácia, a economicidade, a efetividade e a qualidade de um sistema e seus 
processos. Portanto, nesse tipo de auditoria, verifica-se se o que foi definido no 
processo está sendo realmente executado; não se trata de uma validação do 
processo (como o melhor ou o que gera mais resultado), mas de uma verificação 
em relação ao seu cumprimento. Enquanto a auditoria operacional verifica os 
procedimentos, a auditoria gerencial verifica os processos.
Por fim, a auditoria pública, ou governamental, é uma atividade que tem por objetivo 
verificar o cumprimento dos preceitos de legalidade, legitimidade e economicidade 
quanto à utilização, arrecadação, guarda, gerenciamento ou administração de 
11
dinheiros, bens e valores públicos dos Entes Federativos (União, estados, Distrito 
Federal e municípios). A Constituição Federal (BRASIL, 1988), no art. 71, inciso IV, 
elenca cinco tipos de auditorias: contábil, financeira, orçamentária, operacional e 
patrimonial.
Atualmente, as auditorias podem ser bem distintas, dependendo de seus objetivos, 
das atividades ou dos processos para os quais são utilizadas e dos relatórios que 
se espera receber dos auditores, sejam eles externos ou internos. No Quadro 1.3, 
podemos conhecer as principais diferenças entre o auditor externo e o auditor 
interno:
Quadro 1.3: Auditoria interna e externa: principais diferenças
Elementos Auditoria Externa Auditoria Interna
Vínculo com a 
empresa auditada
Não há.
É funcionário da 
firma de auditoria
É funcionário da 
empresa auditada, 
portanto há vínculo
Objeto Demonstrações contábeis Controles internos
Objetivo
Opinar sobre as 
demonstrações 
contábeis
Promover a melhoria 
dos controles internos
Produto final Parecer ou relatório de auditoria 
Recomendações 
para eficiência 
administrativa
Independência Ampla Limitada
Responsabilidade Profissional, civil e criminal Trabalhista
Continuidade do 
trabalho
Periódico Contínuo
Fonte: Adaptado de Pinho (2009).
Como você pode ver, a auditoria contábil pode ser feita por um profissional 
legalmente habilitado de fora (terceiros) e/ou por um profissional de dentro da 
empresa (funcionário), cuja função é desempenhar essa atividade técnica e 
científica a partir do emprego de um conjunto de procedimentos, organizados e 
executados em uma determinada entidade.
12
Objetivo geral da auditoria
Uma auditoria contábil tem como objetivo geral a confirmação de registros e 
das demonstrações contábeis, ampliando o nível de confiança por parte dos 
usuários (CREPALDI, 2009). Seja na auditoria interna ou externa, o intuito é opinar e 
recomendar ajustes sobre o processo e os procedimentos de escrituração contábil 
das empresas. 
Assim, o resultado dessa revisão será uma opinião, com razoável segurança, 
formada a partir de evidências apropriadas e suficientes de auditoria, a fim de 
reduzir, a um nível aceitavelmente baixo, o seu risco. Tal opinião será expressa em 
um relatório, que pode ser livre de distorções relevantes, independentemente se 
causada por fraude ou erro, de acordo com a NBC TA 200 (CFC, 2016). 
Até 2009, ano em que houve profundas transformações na auditoria no Brasil, 
o parecer de auditoria apresentava apenas três parágrafos resumidos com uma 
opinião sobre as demonstrações contábeis. A partir da edição da Resolução CFC nº 
1.231/2009, o parecer passou a ser denominado relatório de auditoria independente 
e sua opinião passou a contar com outros elementos, como introdução, relatório da 
administração, relatório do auditor, opinião, parágrafos de ênfase e parágrafos de 
outros assuntos. 
Esse relatório pode ser não modificado (limpo ou sem ressalvas) ou com 
modificações (com ressalvas, adverso e com negativa de opinião) com base 
nos testes de auditoria. Esses testes, por sua vez, podem ser de observância ou 
substantivos.
Tal opinião é prerrogativa dos bacharéis, graduados em Ciências Contábeis, com 
inscrição ativa no Conselho Regional de Contabilidade do estado em que atuam, 
conforme a Resolução CFC nº 560/1983, art. 3º, itens 33 (auditoria interna e 
operacional) e 34 (auditoria externa independente). Os contadores que atuarem em 
auditoria externa devem ainda ser aprovados no Exame de Qualificação Técnica 
para registro no Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI) do Conselho 
Federal de Contabilidade (CFC), conforme a NBC PA 13 (CFC, 2015). Além disso, 
para poder atuar profissionalmente, ele deverá ser inscrito no âmbito do mercado de 
valores mobiliários, na Comissão de Valores Mobiliários, nos termos da Instrução 
CVM nº 308/1999.
Observamos que a emissão do relatório independente, que tem por limite os 
objetivos da auditoria (demonstrações financeiras), não representa garantia de 
13
viabilidade futura ou de eficácia da administração da entidade (ARAÚJO; ARRUDA, 
2012). Esse relatório sobre a adequação das demonstrações contábeis deve 
contemplar, de forma específica, os seguintes atributos: existência, propriedade, 
ocorrência, abrangência, avaliação, realização, apresentação e divulgação.
Assim, o fato de se fazer uma auditoria independente não retira as 
responsabilidades dos executivos e demais membros da empresa auditada. Nos 
Estados Unidos, no início dos anos 2000, vieram à tona, em empresas como 
Xerox, Enron, Tyco, WorldCom e outras, diversos escândalos financeiros, levando 
praticamente à extinção uma das maiores firmas de auditoria do mundo, a Arthur 
Andersen. Esses fatos colocaram a auditoria em evidência em todo o mundo.
Na época, em 2002, em resposta a esses escândalos, o Congresso americano 
aprovou uma lei que endureceu as responsabilidades dos gestores de empresas. 
Essa lei ficou conhecida como Lei Sarbanes-Oxley, em homenagem aos deputados 
que a criaram, Paul Sarbanes e Michel Oxley. Sua finalidade é identificar, combater e 
prevenir fraudes que afetem o desempenho financeiro das organizações, garantindo 
o compliance, ou seja, estar em conformidade com os regulamentos internos e 
externos à empresa. 
Portanto, como você deve estar concluindo, o auditor não é responsável, nem 
pode ser responsabilizado pela prevenção de fraudes ou erros relevantes nas 
demonstrações contábeis; seu dever é apenas o de comunicar ao contratante 
se identificá-los a partir de sua análise (CFC, NBC TA 240, 2016). Porém isso 
não significa que ele não deva atuar com ceticismo profissional para formar seu 
julgamento, certo?
Você deve estar se perguntando: ceticismo? Julgamento? O que esses termos 
significam em auditoria? Ceticismo é a atitude de questionamento contínuo para o 
conhecimento, fatos, opiniões ou crenças estabelecidas, ou seja, nunca acreditar 
em tudo ou sempre desconfiar. O profissional de auditoria não pode chegar à 
certeza alguma a respeito da verdade, pois trabalha com amostragens e com 
informações que lhe foram disponibilizadas, recaindo no risco de auditoria.
Para que o auditor identifique e avalie esses riscos, ele deve compreender o 
funcionamento do controle interno da entidade. Ainda que a maioria dos controles 
sejam relacionados com as demonstrações contábeis, nem todos os controles 
que com elas se relacionam são relevantes para a auditoria, pois se trata de um 
julgamento profissional (CFC, NBC TA 200, 2016). 
14
Conforme a NBC TA 200, o julgamento profissional é pautado nos fatos e nas 
circunstâncias que são conhecidos pelo auditor. Esse julgamento leva em 
consideração:
• os resultados dos procedimentos de auditoria, executados no cumprimento 
das exigências das normas brasileiras de contabilidade;
• a avaliação do auditor quanto à obtenção ou não de evidência de auditoria 
apropriada e suficiente;
• se há algo mais que precisa ser feito nas circunstâncias específicas da au-
ditoria.
Figura 1.1: Auditoria das demonstraçõescontábeis
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Em suma, os procedimentos de auditoria trazem evidências para que o auditor 
fundamente sua opinião sobre as demonstrações contábeis auditadas, 
possibilitando-lhe emitir um parecer. Para tanto, ele reavalia os controles internos, 
livros contábeis, documentos e registros da entidade confrontando informações. O 
auditor não deve ser temido, pois ele irá propor sugestões de melhorias. 
É necessário que esse profissional tenha um comportamento ético que permita uma 
opinião isenta. A independência garante a habilidade de formar uma conclusão de 
asseguração sem se deixar afetar por influências internas ou externas, que possam 
comprometer sua opinião (CFC, NBC PA 290, 2017). Ela aperfeiçoa a capacidade 
de agir com integridade e isenção, de ser objetivo e de nunca acreditar plenamente 
nas informações prestadas pela empresa auditada, ou seja, de manter uma postura 
cética.
15
Segundo a NBC PA 290 (CFC, 2017, s.p.), os principais pontos que podem 
comprometer essa independência são:
a) ameaça de interesse próprio é a ameaça de que interesse financeiro ou 
outro interesse influenciará de forma não apropriada o julgamento ou o 
comportamento do auditor;
b) ameaça de autorrevisão é a ameaça de que o auditor não avaliará 
apropriadamente os resultados de julgamento dado ou serviço prestado 
anteriormente por ele, ou por outra pessoa da firma dele, nos quais o 
auditor confiará para formar um julgamento como parte da prestação do 
serviço atual;
c) ameaça de defesa de interesse do cliente é a ameaça de que o auditor 
promoverá ou defenderá a posição de seu cliente a ponto em que a sua 
objetividade fique comprometida;
d) ameaça de familiaridade é a ameaça de que, devido ao relacionamento 
longo ou próximo com o cliente, o auditor tornar-se-á solidário aos 
interesses dele ou aceitará seu trabalho sem muito questionamento;
e) ameaça de intimidação é a ameaça de que o auditor será dissuadido 
de agir objetivamente em decorrência de pressões reais ou aparentes, 
incluindo tentativas de exercer influência indevida sobre o auditor.
A NBC PG 100 (CFC, 2014), por sua vez, estabelece os seguintes princípios éticos 
que o auditor independente deve cumprir: integridade, objetividade, competência e 
zelo profissionais, sigilo profissional e comportamento profissional.
De acordo com o artigo 9º da Resolução CFC nº 1.328/2011, a inobservância às 
Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) constitui infração disciplinar sujeita 
às penalidades previstas no artigo 27, “c” a “g” do Decreto-Lei nº 9.295/1946 e ao 
Código de Ética Profissional do Contador.
16
Quer saber mais sobre o posicionamento do profissional de 
auditoria quando ele se depara com dilemas morais envolvendo 
atos ilícitos da categoria? Então, leia o artigo “Ética do profissional 
de auditoria: dilemas morais envolvendo atos ilícitos na execução 
de sua atividade”, de Ariane Caruline Fernandes e Vidgal 
Fernandes Martins, publicado na Revista de Auditoria Governança 
e Contabilidade em 2016. Disponível em: http://fucamp.edu.br/
editora/index.php/ragc/article/view/687/486
Saiba mais
Como você pode entender, a auditoria é um processo sistemático e ético, que 
se utiliza de procedimentos, como a avaliação de riscos e análise dos controles 
internos, cuja finalidade é a obtenção de evidência suficiente e adequada, de 
forma segura e razoável, de que as informações financeiras foram elaboradas em 
conformidade com uma estrutura e estão livres de distorção relevante e material 
causada por erro e fraude.
Vimos que o objetivo do auditor é emitir uma opinião, que conclui seus trabalhos, 
sobre as demonstrações contábeis. Contudo, esta opinião, assim como a 
escrituração contábil, também está sujeita a erros de julgamento. Isto é conhecido 
como risco de auditoria, ou seja, ao se concluir e opinar sobre a posição financeira e 
patrimonial, não se detectaram distorções significativas, seja por erro ou fraude. 
O risco de auditoria pode ser classificado de duas formas: risco de distorção 
relevante e risco de detecção. Vamos conhecer esses conceitos.
Segundo a NBC TA 200, o risco de distorção relevante decorre antes da auditoria 
e é subdividido em risco inerente e risco de controle. Assim, o risco inerente é a 
tendência de se afirmar sobre uma transação, saldo contábil ou divulgação antes da 
consideração de quaisquer controles relacionados. Por exemplo, a consideração de 
saldo de estoques de produtos tecnológicos, que em função de novas tecnologias, 
podem estar superavaliados.
O risco de controle, por sua vez, é o risco de que uma distorção que possa ocorrer 
em se afirmar sobre uma classe de transação, saldo contábil ou divulgação não 
seja prevenida, detectada e corrigida em tempo hábil pelo controle interno da 
http://fucamp.edu.br/editora/index.php/ragc/article/view/687/486
http://fucamp.edu.br/editora/index.php/ragc/article/view/687/486
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entidade. Por exemplo, limitações ao controle interno, subordinado, pela própria 
administração.
Já o risco de detecção decorre da não identificação de uma distorção existente e 
que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto com outras distorções. 
Esse risco pode ser reduzido, mas jamais eliminado, pelas próprias limitações de 
auditoria, como natureza das operações, custo e tempo para condução do trabalho. 
Conforme a NBC TA 200, a distorção para a auditoria significa:
[...] a diferença entre o valor, a classificação, a apresentação ou a divulgação 
de uma demonstração contábil relatada e o valor, a classificação, a 
apresentação ou a divulgação que é exigida para que o item esteja de 
acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. As distorções 
podem originar-se de erro ou fraude. Quando o auditor expressa uma 
opinião sobre se as demonstrações contábeis foram apresentadas 
adequadamente, em todos os aspectos relevantes, as distorções também 
incluem os ajustes de valor, classificação, apresentação ou divulgação que, 
no julgamento do auditor, são necessários para que as demonstrações 
contábeis estejam apresentadas adequadamente, em todos os aspectos 
relevantes.
No entanto, devemos observar que, se não for possível obter segurança razoável e 
se a opinião do auditor sobre as demonstrações contábeis apresentar ressalva no 
relatório de auditoria, mesmo assim insuficiente para atender aos usuários, esse 
profissional deve se abster de opinar, ou mesmo renunciar ao trabalho (CFC, NBC TA 
200, 2016).
Então, vamos refletir: os controles sobre a integridade e a exatidão das informações 
geradas pela empresa contratante podem ou não ser relevantes para a auditoria? 
Correto! O auditor tem conhecimento das informações e se utiliza de seu 
julgamento profissional para planejar e executar os procedimentos necessários 
para a realização do seu trabalho. Assim, os controles relacionados aos objetivos 
operacionais, ou de curto prazo, também podem ser relevantes caso eles se 
relacionem com os dados analisados ou utilizados na aplicação de procedimentos 
de auditoria.
Entretanto, além de opinar sobre as demonstrações financeiras, a auditoria contábil 
também revisa as transações contábeis, financeiras e operacionais de uma 
entidade. Com tais procedimentos, podem-se identificar deficiências nos controles 
internos e apresentar recomendações para saná-las.
18
De acordo com tudo o que vimos até aqui, podemos resumir os principais benefícios 
da auditoria em três pontos:
• aumenta a transparência e confiança dos stakeholders da empresa auditada; 
• permite identificar falhas ou deficiências, que devem ser trabalhadas para a 
melhoria de processos e procedimentos internos; 
• a tomada de decisão será sustentada ou subsidiada com informações con-
sistentes e confiáveis, livres de distorções relevantes.
A partir disso, para encerrar esta unidade, vamos refletir: será que a auditora é, 
realmente, necessária? Ou seria apenas um custo a mais para as empresas? Se 
você respondeu sim para a primeira pergunta, você compreendeu a importânciada 
auditoria para as entidades!
19
Referências
ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. 8. ed. São Paulo: Atlas, 
2012.
ARAÚJO, I. da P. S.; ARRUDA, D. G. Fundamentos da auditoria: a auditoria das 
demonstrações financeiras em um contexto global. São Paulo: Saraiva, 2012.
ATTIE, W. Auditoria: conceitos e aplicações. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Brasília, DF: Senado, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 2 jan. 2018.
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS. Instrução CVM n.º 308 de 14 de 
maio de 1999. Dispõe sobre o registro e o exercício da atividade de auditoria 
independente no âmbito do mercado de valores mobiliários, define os deveres e as 
responsabilidades dos administradores das entidades auditadas no relacionamento 
com os auditores independentes. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 
Brasília, DF, 19 mai. 1999.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC n.º 560 de 28 de outubro 
de 1983. Dispõe sobre as prerrogativas profissionais de que trata o artigo 25 do 
Decreto-lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946. Diário Oficial [da] República Federativa 
do Brasil, Brasília, DF, 28 dez. 1983.
______. Resolução CFC n.º 1.328, de 18 de março de 2011. Dispõe sobre a estrutura 
das normas brasileiras de contabilidade. Diário Oficial [da] República Federativa do 
Brasil, Brasília, DF, 22 mar. 2011.
______. Norma Brasileira de Contabilidade – NBC PG 100, de 24 de janeiro de 2014. 
Dispõe sobre a NBC PG 100 - aplicação geral aos profissionais da contabilidade. 
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 25 mar. 2014.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
20
______. Norma Brasileira de Contabilidade – NBC PA 13 (R2), de 21 de agosto de 
2015. Dá nova redação à NBC PA 13 (R1) que dispõe sobre o Exame de Qualificação 
Técnica. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2 set. 2015.
______. Normas Brasileira de Contabilidade – NBC TO 3000, de 20 de novembro de 
2015. Dá nova redação à NBC TO 3000 que dispõe sobre trabalhos de asseguração 
diferente de auditoria e revisão. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 
Brasília, DF, 25 nov. 2015.
______. Normas Brasileira de Contabilidade – NBC TA 200 (R1), de 19 de agosto 
de 2016. Objetivos gerais do auditor independente e a condução da auditoria em 
conformidade com normas de auditoria. Diário Oficial [da] República Federativa do 
Brasil, Brasília, DF, 5 set. 2016.
______. Normas Brasileira de Contabilidade – NBC TA 240 (R1), de 19 de agosto 
de 2016. Altera a NBC TA 240 que dispõe sobre a responsabilidade do auditor em 
relação a fraude, no contexto da auditoria de demonstrações contábeis. Diário 
Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 5 set. 2016.
______. Normas Brasileira de Contabilidade – NBC PA 290 (R2), de 19 de maio 
de 2017. Independência nos trabalhos de auditoria e revisão. Diário Oficial [da] 
República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 mai. 2017.
______. Normas Brasileira de Contabilidade – NBC T 11, Resolução 820 de 17 
de dezembro de 1997. Normas de Auditoria Independente das Demonstrações 
Contábeis com alterações e dá outras providências. Diário Oficial [da] República 
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 21 jan. 1998.
CREPALDI, S. A. Auditoria Contábil: teoria e prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
PINHO, R. C. de S. Fundamentos de auditoria: auditoria contábil, outras aplicações 
de auditoria. São Paulo: Atlas, 2009.
GINEAD
AUDITORIA CONTÁBIL 
Unidade 2 - Normas Técnicas e 
Profissionais da Auditoria
 
SST
Moreno, Fernanda Gualda; Pereira, Beatriz da Silva 
Unidade 2 - Normas Técnicas e Profissionais da Audito-
ria / Fernanda Gualda Moreno; 
Beatriz da Silva Pereira 
Ano: 2020
nº de p.: 20
Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados.
Unidade 2 - Normas Técnicas e 
Profissionais da Auditoria
3
Objetivo específico 
• Conhecer as normas técnicas de auditoria referentes à execução do trabalho 
e à pessoa do auditor.
Apresentando a Unidade
Esta unidade será o primeiro passo para que você conheça as normas técnicas e 
profissionais que regem a auditoria. Serão conceituadas as normas de auditoria 
interna e externa e de asseguração, sua importância e aplicação, tanto na 
elaboração e execução dos trabalhos de auditoria quanto no estabelecimento de 
parâmetros para o exercício da função do auditor.
Além disso, também serão explanados os principais órgãos relacionados à 
fiscalização e os pontos considerados essenciais na elaboração de uma auditoria, 
como: planejamento, relevância, riscos, amostragem, transações com partes 
relacionadas, transações e eventos subsequentes, carta de responsabilidade da 
administração, contingências etc. Vamos começar?
Importância e aplicação das normas 
de auditoria
O primeiro passo para o estudo das normas técnicas e profissionais da auditoria é o 
conhecimento de alguns conceitos importantes. Então, vamos lá?
De acordo com Crepaldi (2009, p. 23), a auditoria pode ser conceituada como “[...] 
o levantamento, estudo e avaliação sistemática das transações, procedimentos, 
operações, rotinas e das demonstrações financeiras de uma entidade”.
A auditoria pode ser interna ou externa. A principal diferença entre os dois métodos 
é que a auditoria externa é realizada por membros que não são colaboradores da 
empresa (SANTOS; GOMES, 2006).
4
A atividade de auditoria no Brasil é regulamentada por diversas normas, tanto para 
os profissionais quanto para a técnica, as quais iremos elucidar detalhadamente 
no decorrer deste estudo. Existem diversos órgãos que estão relacionados com a 
fiscalização, regulamentação e controle da auditoria, seguem alguns deles:
• CRC – Conselho Regional de Contabilidade: é a entidade de classe dos con-
tadores e tem como principal finalidade o registro e fiscalização do exercício 
da profissão contábil.
• CFC – Conselho Federal de Contabilidade: é o responsável pela elaboração 
das Normas Brasileiras de Contabilidade.
• CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis: tem como objetivo a emissão 
de Pronunciamentos Técnicos, para permitir a emissão de normas pela en-
tidade reguladora brasileira, considerando a convergência da Contabilidade 
Brasileira aos padrões internacionais.
• CVM – Comissão de Valores Mobiliários: é uma entidade autárquica, vincula-
da ao Ministério da Fazenda, que funciona como órgão fiscalizador do mer-
cado de capitais no Brasil.
• IFAC – (International Federation of Accountants/Federação Internacional de 
Contadores): organização mundial que representa a profissão contábil.
• IASB – (International Accounting Standards Board/Normas Internacionais de 
Contabilidade): responsável pela revisão e publicação das IFRS (International 
Financial Reporting Standard/Norma Internacional de Relatórios Financei-
ros), que são pronunciamentos com normas internacionais de contabilidade; 
o Brasil é representado pelo CFC e IBRACON.
• FASB – (Financial Accounting Standards Board): é uma entidade privada, cujo 
objetivo principal é desenvolver os princípios contábeis geralmente aceitos 
(GAAP) nos Estados Unidos da América. O FASB é responsável pela publica-
ção dos FAS (Statements of Financial Accounting Standars/Normas de Con-
tabilidade Financeira).
• IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil: tem por objeti-
vo, entre outros, elaborar normas e procedimentos relacionados com audito-
ria e perícias contábeis.
• AUDIBRA – Instituto dos Auditores Internos do Brasil: é uma pessoa jurídica 
de direito privado, sem fins lucrativos, que tem por objetivo principal a pro-
moção do desenvolvimento da auditoria interna, mediante a troca de ideias, 
reuniões, conferências, intercâmbio com outras instituições, congressos, pu-blicações de livros e revistas e divulgação da importância da auditoria inter-
na junto a terceiros.
5
As Normas Brasileiras de Contabilidade classificam-se como: profissionais – 
que estabelecem a conduta para o exercício da profissão – e técnicas – que 
estabelecem os conceitos doutrinários, a estrutura técnica e os procedimentos a 
serem aplicados.
Figura 2.1: As normas estabelecem conceitos, estrutura e procedimentos
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
A auditoria é um dos instrumentos de controle mais importantes para os 
administradores das empresas, pois, por meio da análise e da certificação da 
auditoria nos controles internos e nas demonstrações contábeis, é possível 
identificar se os processos internos e políticas definidas pela empresa estão 
sendo seguidos, principalmente em consonância com as Normas Brasileiras 
de Contabilidade. As normas profissionais – NBC TA – conduzem o auditor 
na realização de suas tarefas de forma imparcial, zelosa, cética, responsável e 
criteriosa.
As NBC TA conduzem o auditor, de forma técnica, no trabalho do material utilizado. 
As normas técnicas de auditoria são convergentes com as normas internacionais. 
Elas vão sendo aperfeiçoadas e, periodicamente, consolidadas no decorrer dos 
anos, com os pronunciamentos, afastando lacunas ou interpretações dúbias 
relativas ao trabalho do auditor.
As Normas de Auditoria são imprescindíveis para a profissão, para adequar e 
padronizar a correta verificação dos saldos financeiros e contábeis, analisar os 
controles e verificar a fragilidade. Elas definem quais procedimentos devem ser 
adotados na auditoria, os critérios de materialidade e os riscos envolvidos. Seu 
6
objetivo também é a regulação da profissão, garantindo a qualificação técnica dos 
auditores por meio da educação continuada.
No Brasil, a legislação é presente em todas as áreas de atividade profissional e não 
seria diferente para a auditoria, cujo objeto é o conjunto de controle do patrimônio 
administrativo, os quais compreendem papéis, fichas, arquivos e as demonstrações 
financeiras e contábeis. Assim, as normas de auditoria são:
• normas relativas à execução do trabalho;
• normas relativas ao relatório;
• normas relativas à pessoa do auditor.
Vamos conhecer cada tipo de norma nos próximos tópicos.
Normas relativas à execução do 
trabalho de auditoria
A NBC TA 300 refere-se ao planejamento da realização dos trabalhos de auditoria, 
já que esse é o primeiro passo de uma auditoria. Ela norteia o auditor no 
desenvolvimento dos trabalhos e define o escopo e limitação da auditoria. 
Um planejamento eficaz é o caminho para o bom desenvolvimento e resultado da 
auditoria. Quando o auditor faz um bom planejamento, ele pode explorar mais as 
áreas importantes, fazer um trabalho organizado, otimizar o tempo, resultando na 
seleção dos membros da equipe com capacidade e competência adequadas para 
mensurar o nível de riscos e alocação apropriada nas tarefas. 
É importante salientar que o planejamento da auditoria não deve ser visto como 
uma etapa isolada, mas como um processo contínuo. De acordo com a NBC 300, o 
planejamento contribui para: 
• Auxiliar o auditor a dedicar atenção apropriada às áreas importantes 
da auditoria;
• Auxiliar o auditor a identificar e resolver tempestivamente problemas 
potenciais;
• Auxiliar o auditor a organizar adequadamente o trabalho de auditoria 
para que seja realizado de forma eficaz e eficiente;
7
• Auxiliar na seleção dos membros da equipe de trabalho com níveis 
apropriados de capacidade e competência para responderem aos 
riscos esperados e na alocação apropriada de tarefas;
• Facilitar a direção e a supervisão dos membros da equipe de trabalho 
e a revisão do seu trabalho;
• Auxiliar, se for o caso, na coordenação do trabalho realizado 
por outros auditores e especialistas (CONSELHO FEDERAL DE 
CONTABILIDADE).
Figura 2.2: O planejamento é o primeiro passo de uma auditoria
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
O planejamento deve buscar atender a alguns requisitos, tais como:
• Envolvimento de membros-chave da equipe de trabalho – na definição de 
como será realizado o trabalho de auditoria é importante que todos os mem-
bros da equipe de trabalho discutam e participem da elaboração do planeja-
mento que será posto em ação.
• Atividades preliminares do trabalho de auditoria – no início do trabalho de 
auditoria o auditor deve realizar as seguintes atividades:
a. Supervisão e controle de qualidade: os controles internos de qualidade re-
lacionam-se à garantia da qualidade dos serviços. Para a sua estruturação, 
deve-se levar em consideração o porte, a cultura, a organização e a com-
plexidade dos serviços que serão realizados. Todas as atividades do audi-
tor deverão seguir o controle interno de qualidade (CONSELHO FEDERAL DE 
CONTABILIDADE, NBC TA 220). 
8
b. Avaliação da conformidade com os requisitos éticos – no decorrer de todo o 
trabalho desenvolvido, a equipe de trabalho deve seguir as exigências éticas 
relevantes. De acordo com a NBC 200, o ceticismo envolve estar alerta a:
• Evidências de auditoria que contradigam outras evidências obtidas;
• Informações que coloquem em dúvida a confiabilidade dos 
documentos e respostas a indagações a serem usadas como 
evidências de auditoria;
• Condições que possam indicar possível fraude; e
• Circunstâncias que sugiram a necessidade de procedimentos de 
auditoria além dos exigidos pelas NBCs TA (CONSELHO FEDERAL 
DE CONTABILIDADE).
Se tais elementos forem cumpridos, os auditores conseguirão diminuir os 
riscos relacionados à desconsideração de situações que não sejam comuns, 
generalização excessiva e uso inadequado de princípios ao estabelecer a natureza, 
a época e a extensão dos procedimentos de auditoria e ao avaliar os seus 
resultados (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, NBC TA 200).
c. Estabelecimento do entendimento dos termos do trabalho: O auditor deve 
estabelecer como adequado os termos do trabalho. Tais termos devem ser 
formalizados na carta de contratação da auditoria ou em um documento es-
crito que seja adequado. Ele deve abranger (NBC 300): 
• O objetivo e o alcance da auditoria das demonstrações contábeis;
• As responsabilidades do auditor;
• As responsabilidades da administração;
• A identificação da estrutura de relatório financeiro aplicável para a 
elaboração das demonstrações contábeis;
• Referência à forma e ao conteúdo esperados de quaisquer relatórios 
a serem emitidos pelo auditor; e
• Declaração de que existem circunstâncias em que o relatório pode 
ter forma e conteúdo diferente do esperado.
• Aplicação dos procedimentos de auditoria – os procedimentos de auditoria 
devem ser aplicados por causa da complexidade e do volume de operações 
da empresa. É papel do auditor, com base na análise de riscos de auditoria e 
9
outros elementos que ele tenha, estabelecer uma estratégia global, e a partir 
dela ele deve:
a. Identificar as características do trabalho para definir o seu alcance;
b. Definir os objetivos do relatório do trabalho de forma a planejar a época da 
auditoria e a natureza das comunicações requeridas;
c. Considerar os fatores que no julgamento profissional do auditor são signifi-
cativos para orientar os esforços da equipe do trabalho;
d. Considerar os resultados das atividades preliminares do trabalho de audi-
toria e, quando aplicável, se é relevante o conhecimento obtido em outros 
trabalhos realizados pelo sócio do trabalho para a entidade; e 
e. Determinar a natureza, a época e a extensão dos recursos necessários para 
realizar o trabalho (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE).
• Documentação da auditoria – este item corresponde à documentação obri-
gatória exigida na realização dos trabalhos de auditoria das demonstrações 
contábeis. Os papéis de trabalho fazem parte dele (CONSELHO FEDERAL DE 
CONTABILIDADE, NBC TA 300).
• Risco de auditoria – o risco de auditoria corresponde à possibilidade de o 
auditor emitir uma opinião inadequada em relação às demonstrações con-
tábeisque estejam erradas. A análise dos riscos também ocorre na fase de 
planejamento (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, NBC TA 300).
É importante destacar que cabe ao auditor sempre observar todas as regras de 
auditoria vigentes, e no caso de outras auditorias já terem sido realizadas na 
empresa por outro auditor é de extrema importância que o auditor entre em contato 
com o profissional responsável.
Na auditoria interna, também são considerados alguns pontos destacados na 
execução da auditoria externa, como planejamento e riscos. De acordo com a NBC 
T 12, devem fazer parte do processo de auditoria interna os exames e investigações, 
testes de observância e testes substantivos, que possibilitem ao auditor obter as 
informações necessárias para dar base às conclusões e recomendações emitidas à 
administração da empresa. 
No Quadro 2.1, podemos ver, de forma sintética, todas as normas e suas respectivas 
resoluções, referentes à execução dos trabalhos de auditoria:
10
Quadro 2.1: Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas referentes à execução dos trabalhos de 
auditoria
Norma Resolução CFC Descrição
NBC TA DOU 25/11/15 Estrutura Conceitual para Trabalhos de Asseguração 
NBC TA 210 DOU 05/09/16 Concordância com os Termos do Trabalho de Auditoria 
NBC TA 220 DOU 05/09/16 Controle de Qualidade da Auditoria de Demonstrações Contábeis 
NBC TA 230 DOU 05/09/16 Documentação de Auditoria 
NBC TA 240 DOU 05/09/16 Responsabilidade do Auditor em Relação à Fraude 
NBC TA 250 1.208/09 Consideração de Leis e Regulamentos na Auditoria de Demonstrações Contábeis 
NBC TA 260 DOU 04/07/16 Comunicação com os Responsáveis pela Governança 
NBC TA 265 1.210/09 Comunicação de Deficiências de Controle Interno 
NBC TA 300 DOU 05/09/16 Planejamento da Auditoria de Demonstrações Contábeis 
NBC TA 315 DOU 05/09/16 Identificação e Avaliação dos Riscos de Distorção Relevante por meio do Entendimento da Entidade e do seu Ambiente 
NBC TA 320 DOU 05/09/16 Materialidade no Planejamento e na Execução da Auditoria 
NBC TA 330 DOU 05/09/16 Resposta do Auditor aos Riscos Avaliados 
NBC TA 402 1.215/09 Considerações de Auditoria para a Entidade que utiliza a Organização Prestadora de Serviços 
NBC TA 450 DOU 05/09/16 Avaliação das Distorções Identificadas durante a Auditoria 
NBC TA 500 DOU 05/09/16 Evidência de Auditoria 
NBC TA 501 1.218/09 Evidência de Auditoria - Considerações Específicas para itens Selecionados 
NBC TA 505 1.219/09 Confirmações externas 
NBC TA 510 DOU 05/09/16 Trabalhos iniciais - saldos iniciais 
NBC TA 520 1.221/09 Procedimentos analíticos 
NBC TA 530 1.222/09 Amostragem em Auditoria 
NBC TA 540 DOU 05/09/16 Auditoria de Estimativas Contábeis, Inclusive do Valor Justo, e Divulgações Relacionadas 
NBC TA 550 1.224/09 Partes relacionadas 
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NBC TA 560 DOU 05/09/16 Eventos subsequentes 
NBC TA 570 DOU 04/07/16 Continuidade operacional 
NBC TA 580 DOU 05/09/16 Representações formais 
NBC TA 600 DOU 05/09/16 
Considerações Especiais - Auditorias de Demonstrações 
Contábeis de Grupos, incluindo o Trabalho dos Auditores dos 
Componentes 
NBC TA 610 DOU 29/01/14 Utilização do Trabalho de Auditoria Interna 
NBC TA 620 1.230/09 Utilização do Trabalho de Especialistas 
NBC TA 710 DOU 05/09/16 Informações Comparativas - Valores Correspondentes e Demonstrações Contábeis
NBC TA 800 DOU 22/02/17 
Considerações Especiais - Auditorias de Demonstrações 
Contábeis Elaboradas de acordo com Estruturas de 
Contabilidade para Propósitos Especiais 
NBC TA 805 DOU 22/02/17 
Considerações Especiais - Auditoria de Quadros Isolados 
das Demonstrações Contábeis e de Elementos, Contas ou 
Itens Específicos das Demonstrações Contábeis 
NBC TR 
2400 DOU 30/10/13 Trabalhos de Revisão de Demonstrações Contábeis 
NBC TR 
2410 1.274/10 
Revisão de Informações Intermediárias Executada pelo 
Auditor da Entidade 
NBC TO 
3000 DOU 25/11/15 Trabalho de Asseguração Diferente de Auditoria e Revisão 
NBC TI 01 NBC T 12 Da auditoria interna
Fonte: Elaborado pelos autores (2018).
No próximo tópico, falaremos sobre as normas relativas ao parecer de auditoria. 
Vamos lá?
Normas relativas ao parecer/relatório 
de auditoria
O parecer/relatório de auditoria é a peça mais importante, pois nele o auditor 
informa o resultado de seu trabalho. Nessa fase, o auditor deve revisar os papéis de 
trabalho, assegurando que todas as etapas da auditoria foram cumpridas, e concluir 
12
se os objetivos da auditoria foram alcançados e se as evidências foram suficientes 
para fundamentar sua conclusão.
No Quadro 2.2, apresentaremos as principais normas e as respectivas resoluções 
referentes ao parecer/relatório de auditoria:
Quadro 2.2: Normas Brasileiras de Contabilidade referentes ao parecer/relatório
NBC Resolução CFC Descrição
NBC TA 700 - 
Formação da 
Opinião e Emissão 
do Relatório 
do Auditor 
Independente 
sobre as 
Demonstrações 
Contábeis
DOU 04/07/16 
Esta norma refere-se à obrigação do auditor de formar 
uma opinião sobre as demonstrações contábeis 
analisadas, além de determinar a forma e o conteúdo 
do relatório referente à auditoria realizada. De acordo 
com o item 6 da respectiva norma, os objetivos a 
serem atingidos pelo auditor ao elaborar o relatório/
parecer são:
a) formar uma opinião sobre as demonstrações 
contábeis com base na avaliação das conclusões 
alcançadas pela evidência de auditoria obtida; 
b) expressar claramente essa opinião por meio de 
relatório por escrito.
NBC TA 701 - 
Comunicação 
dos Principais 
Assuntos 
de Auditoria 
no Relatório 
do Auditor 
Independente.
DOU 04/07/16 
Esta norma refere-se à responsabilidade do auditor de 
informar os assuntos mais relevantes no relatório. Ela 
também trata do que é levado em consideração para 
determinar qual conteúdo precisa ser informado no 
relatório, além da forma como essa informação será 
apresentada.
NBC TA 705 - 
Modificações na 
Opinião do Auditor 
Independente
DOU 04/07/16 
Esta norma refere-se à responsabilidade do auditor de 
emitir um relatório específico quando as informações 
se encontram incompletas e possuem imprecisões. De 
acordo com o item 2 da respectiva norma, existem três 
tipos de opiniões modificadas: opinião com ressalva, 
opinião adversa e abstenção de opinião. 
A decisão sobre que tipo de opinião modificada é 
apropriada depende:
a) da natureza do assunto, caso as demonstrações 
contábeis apresentem distorção relevante ou, no 
caso de faltar evidências de auditoria apropriada e 
suficiente; 
b) da avaliação do auditor sobre a divulgação de 
forma geral sobre os efeitos ou possíveis efeitos das 
informações presentes nas demonstrações contábeis.
13
NBC TA 706 
- Parágrafos 
de Ênfase e 
Parágrafos de 
Outros Assuntos 
no Relatório 
do Auditor 
Independente
DOU 04/07/16 
Esta norma é referente a informações adicionais que 
constem no relatório do auditor. A finalidade desses 
dados é: 
a) chamar a atenção para um assunto quando a 
informação à que ele se refere é importante para o 
entendimento das demonstrações contábeis, ou
b) chamar a atenção sobre um assunto que, caso não 
seja apresentado nas demonstrações contábeis, fará 
com que os usuários não entendam a auditoria, as 
responsabilidades do auditor ou o seu relatório.
NBC TA 810 
Trabalhos para 
a Emissão de 
Relatório sobre 
Demonstrações 
Contábeis 
Condensadas
DOU 22/02/17 
Esta norma refere-se à responsabilidade do auditor 
de elaborar o relatório/parecer das demonstrações 
contábeis de acordo com informações que sejam 
compactas e que tenham sido auditadas em 
consonância com as normas de auditoria vigentes 
pelo mesmo auditor.
Fonte: Elaborado pelos autores (2018).
No próximo tópico, iremos conhecer as normas relativas ao auditor. Vamos adiante? 
Normas relativas ao auditor
No decorrer desta unidade, vimos que as normas fornecem as diretrizes e regras 
para as atividades de auditoria. Mas sua aplicação não se limita aos documentos 
emitidos, o auditor contábil responsável pela emissão dos relatórios também tem a 
sua funçãoregida pelas normas.
O auditor contábil é um profissional com registro ativo no Conselho Regional de 
Contabilidade (CRC) e com conhecimentos sobre a área contábil, financeira e 
patrimonial. Ele pode ser um auditor interno ou externo. Sua principal função é 
identificar falhas nos sistemas de controle, contribuindo, assim, para a tomada de 
decisão com base em dados fidedignos (MELO; SANTOS, 2017). 
14
Na auditoria externa:
• não existe vínculo empregatício com a empresa auditada;
• os exames das operações são feitos principalmente 
para atender a sócios, acionistas, investidores, e demais 
interessados.
Na auditoria interna
• existe vínculo empregatício com a empresa auditada;
• os exames das operações são feitos, principalmente, visando 
aos aspectos de eficiência operacional/administrativa.
Atenção
Caso a auditoria seja feita em uma empresa de capital aberto, é preciso que o 
contador também tenha registro profissional na Comissão de Valores Mobiliários 
(CVM).
De acordo com a NBC PG 100, alguns princípios devem nortear 
a conduta do profissional de contabilidade. São eles: princípios 
éticos, integridade, objetividade, competência e zelo profissionais, 
sigilo profissional e comportamento profissional. Para saber mais 
a esse respeito, acesse o link: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/
SRE/docs/NBCPG100.pdf>.
Saiba mais
http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCPG100.pdf
http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCPG100.pdf
15
A Resolução CFC 803/96, em seu art. 5º, posteriormente atualizada pela Resolução 
3.107/10, estabelece alguns princípios éticos que o contador deve seguir como 
auditor:
I – recusar sua indicação quando reconheça não se achar capacitado em 
face da especialização requerida;
II – abster-se de interpretações tendenciosas sobre a matéria que 
constitui objeto de perícia, mantendo absoluta independência moral e 
técnica na elaboração do respectivo laudo;
III – abster-se de expender argumentos ou dar a conhecer sua convicção 
pessoal sobre os direitos de quaisquer das partes interessadas, ou da 
justiça da causa em que estiver servindo, mantendo seu laudo no âmbito 
técnico e limitado aos quesitos propostos;
IV – considerar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo 
submetido a sua apreciação;
V – mencionar obrigatoriamente fatos que conheça e repute em condições 
de exercer efeito sobre peças contábeis objeto de seu trabalho, respeitado 
o disposto no inciso II do Art. 2º;
VI – abster-se de dar parecer ou emitir opinião sem estar suficientemente 
informado e munido de documentos;
VII – assinalar equívocos ou divergências que encontrar no que concerne 
à aplicação dos Princípios de Contabilidade e Normas Brasileiras de 
Contabilidade editadas pelo CFC; 
VIII – considerar-se impedido para emitir parecer ou elaborar laudos sobre 
peças contábeis observando as restrições contidas nas Normas Brasileiras 
de Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade; 
IX – atender à Fiscalização dos Conselhos Regionais de Contabilidade 
e Conselho Federal de Contabilidade no sentido de colocar à disposição 
desses, sempre que solicitado, papéis de trabalho, relatórios e outros 
documentos que deram origem e orientaram a execução do seu trabalho; 
e
X - cumprir os Programas Obrigatórios de Educação Continuada 
estabelecidos pelo CFC. (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE)
16
Além de prezar pelos princípios éticos, no caso do auditor independente (externo), 
é preciso seguir as Normas Brasileiras de Auditoria, emitidas em conjunto pelos 
seguintes órgãos: Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Instituto de Auditores 
Independentes do Brasil (Ibracon), Banco Central do Brasil (Bacen), Comissão de 
Valores Mobiliários (CVM) e Superintendência de Recursos Privados (Susep).
De acordo com o art. 3º da instrução da CVM 308/99, o auditor independente 
precisa ter registro no CFC, na categoria contador. Ele deve ter exercido atividade 
de auditoria no país por, pelo menos, cinco anos (consecutivos ou não), período 
contado desde o seu registro no órgão. 
O art. 7º da instrução da CVM 308/99 estabelece como poderá 
ser comprovado o exercício da atividade de auditoria. Saiba 
mais detalhes sobre isso acessando o link: <http://www.cvm.
gov.br/export/sites/cvm/legislacao/instrucoes/anexos/300/
inst308consolid.pdf>.
Saiba mais
O auditor externo deve ainda ter um escritório profissional legalizado, em seu 
nome, com instalações compatíveis com o exercício da atividade de auditoria 
independente, prezando pelo sigilo de documentos e informações dos clientes, além 
de, evidentemente, ter conhecimentos permanentemente atualizados sobre a área 
de atuação. 
Existem outras diretrizes e regras que o contador que exerce a função de auditor 
precisa seguir. No Quadro 2.3, podemos ver as principais normas e suas respectivas 
resoluções:
http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/instrucoes/anexos/300/inst308consolid.pdf
http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/instrucoes/anexos/300/inst308consolid.pdf
http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/instrucoes/anexos/300/inst308consolid.pdf
17
Quadro 2.3: Normas Brasileiras de Contabilidade do Profissional de Auditoria – NBC PA
NBC Resolução CFC Descrição
NBC PI 01 821/97
Esta norma determina as competências técnico-
profissional do auditor interno. Ela ainda trata de sua 
autonomia profissional, sobre a responsabilidade na 
execução dos trabalhos, além da manutenção do sigilo 
profissional e cooperação com o auditor independente. 
NBC PA 13 
– Exame de 
Qualificação 
Técnica
1.109/07
Tem por objetivo examinar o nível de conhecimento 
e competência técnico-profissional dos auditores 
independentes. O exame de qualificação técnica é 
composto de prova escrita, contemplando questões para 
respostas objetivas e dissertativas. Os conhecimentos 
exigidos são: 
a) Ética Profissional; 
b) Legislação Profissional; 
c) princípios Fundamentais de Contabilidade e Normas 
Brasileiras de Contabilidade, editados pelo Conselho 
Federal de Contabilidade; 
d) Auditoria Contábil; 
e) Legislação Societária; 
f) Legislação e Normas de Organismos Reguladores do 
Mercado; e, 
g) Língua Portuguesa Aplicada.
O profissional obterá a aprovação mediante acerto de no 
mínimo 50% das questões objetivas e 50% das questões 
dissertativas elencadas nas provas, ocorrendo a aprovação 
no Exame de Qualificação Técnica para registro no 
Cadastro nacional de Auditores Independentes (CNAI). 
O resultado será publicado no Diário Oficial da União e a 
certidão de aprovação será divulgada no site do CFC. A 
avaliação será aplicada pelo menos uma vez em cada ano.
NBC PA 01 
– Controle 
de Qualidade 
para Firmas
1.201/09
Esta norma destaca o controle de qualidade para auditores 
(pessoas jurídicas e físicas) que executam o trabalho 
de auditoria. O principal objetivo, manter o controle de 
qualidade para obter segurança razoável, a fim de que 
todos os profissionais envolvidos cumpram as normas 
técnicas e as exigências éticas relevantes na emissão dos 
relatórios.
Ainda de acordo com a norma, o profissional deve ter 
independência, ou seja, permite a apresentação da 
conclusão sem os efeitos da influência que possam 
comprometer o julgamento. Além disso, é um sistema de 
controle de qualidade que inclua políticas e procedimentos 
que tratam dos seguintes elementos:
(a) responsabilidades da liderança pela qualidade;
(b) exigências éticas significativas;
(c) aceitação e continuidade do relacionamento com 
clientes e de trabalhos específicos;
(d) recursos humanos;
(e) execução do trabalho; e,
(f) monitoramento.
18
NBC PA 11 
– Revisão 
Externa de 
Qualidade 
pelos Pares
1.323/11
Esta norma aplica-se, exclusivamente, ao auditor com 
registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ela foi 
criada objetivando assegurar a qualidade dos trabalhos 
desenvolvidos pelos auditores.
Essa norma consiste no exame realizado por um auditor 
independente nos trabalhos de auditoria executados 
por outro auditor independente, visandoverificar se os 
procedimentos e as técnicas de auditoria utilizados para 
execução dos trabalhos nas empresas clientes estão em 
conformidade com as Normas Brasileiras de Contabilidade 
Técnicas e Profissionais, e quando aplicável, com outras 
normas emitidas por órgão regulador.
Ela também analisa se o sistema de controle de qualidade 
desenvolvido e adotado pelo Auditor está adequado ao 
que é previsto na NBC PA 01 – Controle de Qualidade 
para Firmas (Pessoas Jurídicas e Físicas) de Auditores 
Independentes.
A Revisão pelos Pares deve ocorrer, no mínimo, uma vez a 
cada ciclo de quatro anos.
NBC PA 12 
– Educação 
Profissional 
Continuada
1.377/11
Esta norma tem o objetivo de regulamentar o Programa 
de Educação Continuada exercida pelos contadores na 
atividade de auditoria independente. Essa norma determina 
que o auditor deverá cumprir no mínimo 40 pontos por ano-
calendário, sendo, no mínimo oito pontos com atividades de 
conhecimento, e comprovar, mediante relatório de atividade 
e documentos relativos à atividade de educação no órgão 
de classe - CRC de sua jurisdição -, até o dia 31 de janeiro 
do ano subsequente.
Cabe lembrar que, o descumprimento das disposições da 
norma constitui infração do profissional, podendo acarretar 
a baixa do registro no CNAI – Cadastro Nacional de 
Auditores Independentes.
NBC PA 290 – 
Independência 
Trabalho de 
Auditoria e 
Revisão
DOU 28/05/14
Esta norma trata-se da independência dos auditores em 
relação aos clientes para os trabalhos de auditoria. Os 
conceitos sobre a independência devem ser aplicados 
por Auditores para identificar ameaças à independência 
e avaliar a importância dessas ameaças. Além de aplicar 
salvaguardas, quando necessário, para eliminar as 
ameaças ou reduzi-las a um nível aceitável.
Quando as salvaguardas apropriadas não estão disponíveis 
ou não podem ser aplicadas para eliminar as ameaças 
ou reduzi-las a um nível aceitável, o auditor deve eliminar 
a circunstância ou relacionamento que cria as ameaças, 
declinar ou descontinuar o trabalho de auditoria. O 
auditor deve usar julgamento profissional ao aplicar estes 
conceitos sobre a independência.
NBC PA 291 – 
Independência 
Outros 
Trabalhos de 
Asseguração
DOU 28/05/14
Assim como a NBC PA 290 essa norma refere-se a 
independência dos auditores, só que diferente da norma 
referida que trata dos trabalhos de auditoria e revisão, essa 
norma refere-se a outros trabalhos de asseguração.
Fonte: Elaborado pelos autores (2018). 
19
Dessa forma, você já deve ter concluído que o contador que exerce a função de 
auditor deve atender a diversas regras, como atualização constante da profissão e, 
acima de tudo, a ética, o ceticismo e a independência.
20
Referências
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. A estrutura das Normas Brasileiras de 
Contabilidade. Disponível em: <http://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-
contabilidade>. Acesso em: 29 dez. 2017.
______. Princípios fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade, auditoria 
e perícia. Disponível em: <http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/
uploads/2013/01/livro_auditoria-e-pericia.pdf>. Acesso em: 30 dez. 2017. 
CREPALDI, S. A. Auditoria contábil: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2009.
MELO, M. M. de; SANTOS, I. R. dos. Auditoria contábil: atualizada pelas Normas 
Internacionais de Auditoria emitida pela IFAC com adoção no Brasil. 2. ed. Rio de 
Janeiro: Maria Augusta Delgado, 2017.
SANTOS, J. L. dos; GOMES, J. M. M. Fundamentos de auditoria contábil. São Paulo: 
Atlas, 2006.
GINEAD
AUDITORIA CONTÁBIL 
Unidade 3 - Controles internos 
 
SST
Moreno, Fernanda Gualda; Pereira, Beatriz da Silva 
Unidade 3 - Controles internos / 
Fernanda Gualda Moreno; 
Beatriz da Silva Pereira 
Ano: 2020
nº de p.: 19
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Unidade 3 - Controles internos
3
Objetivo específico
• Entender os procedimentos, métodos e rotinas do controle interno, além da 
sua contribuição na condução da auditoria contábil.
Apresentando a Unidade
Frequentemente, quando estudamos sobre estratégias, usamos a expressão 
“análise de ambiente”. Obviamente, estamos nos referindo ao ambiente 
organizacional, ou seja, em quais condições a empresa está e o que pode afetá-la. 
Essa análise é dividida em análise do ambiente interno (forças e fraquezas) e em 
análise do ambiente externo (oportunidades e ameaças). As variáveis que afetam 
o ambiente interno podem ser plenamente gerenciadas, porém não é de controle 
dos gestores o fato de haver (ou não) novos concorrentes, novas regulações 
governamentais que influenciem os resultados do negócio, como o aumento 
da carga tributária, por exemplo. É dever do auditor independente conhecer e 
compreender o ambiente de controle. 
Para as atividades de auditoria contábil, como vimos, são analisadas questões 
internas da empresa auditada que possam afetar os registros e, consequentemente, 
as demonstrações contábeis. No que diz respeito ao controle interno, o ambiente 
de controle será organizado conforme o estilo gerencial de cada empresa e a 
conscientização de seus colaboradores. O ambiente de controle deve incluir 
os seguintes juízos de valor: integridade, ética, competência, transparência 
e responsabilidade. Consequentemente, esses juízos materializam a cultura 
organizacional da entidade.
Conceitos
A palavra controle deriva de duas palavras do latim: contra e rotulus, que significa 
“rolo, escrito, registro”. Em outras palavras, significa o ato de verificação dos 
escritos ou as contas dos rolos ou pergaminhos’ O termo se referia, primeiro, à 
atividade da entidade controlada, que deveria ser sempre registrada, mas também 
4
se referia a livros comerciais, como o livro diário, cujos registros poderiam ser 
comparados com os registros do livro original. Esse foi um método de contabilidade 
desenvolvido no século XIV pela família Médici, em Florença, e consistia na dupla 
entrada para o acompanhamento de débitos e créditos em seus negócios.
Para Fayol (1990), controle consiste em verificar se a execução dos processos e 
dos procedimentos está em conformidade com as atividades planejadas, com as 
instruções emitidas e com os princípios preestabelecidos. As atividades de controle 
têm por objetivo apontar desvios (como as falhas, os erros e as distorções), para 
corrigi-los e evitar que voltem a ocorrer.
O controle pode ocorrer de três formas: previamente, concomitantemente e 
subsequentemente à ocorrência de fatos e atos que podem alterar a situação 
patrimonial de uma empresa. No Quadro 3.1, veremos como cada uma delas ocorre:
Quadro 3.1: Formas de controle
Controle Descrição
Prévio ou 
preventivo 
(a priori)
Aquele que precede o início da realização de um ato, como 
validação das etapas de planejamento e organização. É de 
responsabilidade exclusiva de cada entidade.
Concomitante ou 
sucessivo
Aquele que acompanha a realização de um ato para verificar a 
regularidade de sua formação. É o controle no decorrer do ato, 
ou seja, quando há uma supervisão direta.
Subsequente 
ou corretivo 
(a posteriori)
Aquele que se efetiva após a conclusão de um ato controlado, 
visando corrigir eventuais falhas ou desvios, podendo-se 
validar ou não essa execução.
Fonte: Elaborado pelos autores (2018).
O Committee of Sponsoring Organization of the Treadway Commission (COSO), 
entidade fundada em 1985 nos Estados Unidos e referência mundial em 
normalização de boas práticas para prevenir e evitar fraudes nos procedimentos e 
processos internos, define o controle interno como sendo: 
[...] um processo conduzido pela estrutura de governança, administração 
e outros profissionais da entidade, e desenvolvido para proporcionar 
segurança razoável com respeito à realização dos objetivos relacionados 
a operações, divulgação e conformidade. (COSO, 2013, p. 6).
5
O controle interno, a partir dessa definição, deve ser planejado, implementado e 
mantido com a finalidade de encarar osriscos do negócio que ameacem a sua 
continuidade e para que sejam atingidos os seus objetivos institucionais. Conforme 
a NBC TA 315 (CFC, 2016), esses objetivos são classificados nas seguintes 
categorias: 
1. confiabilidade das informações e demonstrações contábeis da entidade;
2. efetividade e eficiência de suas operações; e
3. sua conformidade com leis e regulamentos aplicáveis.
Podemos interpretar, a partir dessa definição, que o controle interno é uma ação 
que promove a prática para que as políticas da companhia sejam atendidas com 
eficiência nas atividades operacionais, certificando-se de que as informações 
enviadas para a contabilidade sejam registradas de forma exata e completa, 
garantindo, assim, a existência dos bens e direitos (os ativos) da organização.
Figura 3.1: O controle interno deve garantir o fornecimento de informações exatas e completas
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Portanto a finalidade do controle interno é fornecer segurança razoável quanto à 
realização dos objetivos (cumprimento da missão) da entidade, no que se refere à 
confiabilidade dos registros e demonstrações contábeis, e à efetividade e eficiência 
das operações, em conformidade com leis e regulamentos aplicáveis (compliance) 
(CFC, NBC TA 315, 2016).
Uma das finalidades dessa atividade é descrever todas as medidas tomadas 
pela administração da empresa para dirigir e controlar seus recursos (humanos, 
financeiros e materiais) para o alcance dos objetivos estabelecidos. Segundo Attie 
(2010), o controle interno compreende o plano da organização e todos os métodos e 
medidas coordenadas, aplicados em uma empresa, a fim de assegurar os seguintes 
fatores:
6
• o plano de organização, que é o modo pelo qual se organiza um sistema, 
composto por elementos concretos e/ou abstratos;
• o estabelecimento, por meio de métodos e medidas, dos caminhos e dos 
meios de comparação e julgamento para se chegar a determinado fim, ainda 
que não tenham sido preestabelecidos formalmente;
• a proteção ou salvaguarda do patrimônio, que compreende a forma pela qual 
são protegidos e defendidos. Compreende tanto os bens quanto os direitos 
da empresa;
• a exatidão e a fidedignidade dos dados contábeis, que devem corresponder 
tanto à precisão quanto à observância dos registros e livros contábeis e fis-
cais;
• a eficiência operacional, que compreende a ação ou energia a ser posta em 
prática nos acordos comerciais realizados pela empresa; e
• as políticas administrativas, que compreendem o conjunto de regras referen-
tes ao comando dos negócios e à prática dos valores, normas e funções para 
o cumprimento da missão.
Talvez você esteja se perguntando: é possível aplicar o controle interno em qualquer 
tipo de empresa? Pensando em pequeno porte, como uma microempresa, em que 
só o proprietário trabalhe no estabelecimento, logicamente não há a necessidade 
de formalização de políticas e normas que garantam a ele que os ativos da 
microempresa (um refrigerador, por exemplo) existam, pois está em sua frente e ele 
pode vê-lo diariamente.
Contudo, em entidades de grande porte e multinacionais, como Petrobras, General 
Motors, Coca-Cola, Nestlé, Microsoft, Vale, entre outras, a abordagem de controles 
é totalmente diferente. Os controles internos aplicados nessas empresas são 
fundamentais e indispensáveis em razão da sua expansão pelos países, do 
crescimento do volume de suas operações e, consequentemente, do aumento de 
seus níveis de risco.
E o que é necessário para que o controle interno exista? O COSO (2013) definiu 
cinco componentes integrados ou inter-relacionados para os controles internos, 
cuja síntese podemos ver no Quadro 3.2:
7
Quadro 3.2: Componentes de controle interno
Item Descrição
Ambiente de 
controle
Conjunto de normas, processos e estruturas que fornece a base 
para a condução do controle interno por toda a organização.
Avaliação de risco Possibilidade de que um evento ocorra e afete, adversamente, a realização dos objetivos.
Atividades de 
controle
Ações estabelecidas por meio de políticas e procedimentos que 
ajudam a garantir o cumprimento das diretrizes determinadas 
pela administração para mitigar os riscos à realização dos 
objetivos.
Informação e 
comunicação
Informação é necessária para que a entidade cumpra 
responsabilidades de controle interno, a fim de apoiar a 
concretização de seus objetivos.
Atividades de 
monitoramento
Avaliações contínuas, independentes, ou uma combinação 
das duas, para a organização certificar-se da presença e do 
funcionamento de cada um dos cinco componentes de controle 
interno, inclusive a eficácia dos controles nos princípios 
relativos a cada componente.
Fonte: COSO (2013).
Portanto a função do controle interno é evitar e apontar falhas nas operações que 
possam ocorrer nos procedimentos e objetivos estabelecidos pela companhia. Para 
isso, é fundamental que a empresa crie uma cultura organizacional, na qual todos 
os seus funcionários conheçam e cumpram as políticas de conduta de negócios 
estabelecidas.
A auditoria independente tem como principal objetivo, como já reforçado 
diversas vezes, a expressão de uma opinião sobre as demonstrações contábeis, 
materializada na emissão do relatório de auditoria. Entretanto essa é a última 
etapa do seu trabalho, ou seja, do processo de auditoria. Nesta unidade, estamos 
estudando, entre outros pontos, sobre a segunda etapa desse processo: a avaliação 
do controle interno.
Ressaltamos que, na etapa de avaliação do controle interno, o auditor poderá se 
deparar com uma deficiência significativa. Trata-se de falhas e/ou desvios que, 
isoladamente ou em conjunto, dependendo da gravidade, possam comprometer as 
demonstrações contábeis. Com base em seu julgamento profissional, a deficiência 
de controle interno pode merecer atenção por parte dos responsáveis pela 
governança. Essa deficiência ocorre, principalmente, quando há falta de controle 
8
preventivo, como, por exemplo, a falta de atividades de conciliação ou reconciliação 
de lançamentos contábeis ou a ineficiência na correta e adequada classificação de 
contas.
Segundo a NBC TA 265 (CFC, 2010), o auditor tem o dever de fazer essa 
comunicação. Ele deve incluir, na comunicação por escrito, as deficiências 
consideradas significativas de controle interno, com a respectiva descrição do que 
julga deficiente e expor os seus possíveis reflexos nas demonstrações contábeis. 
Complementarmente, ele deve justificar que essa etapa do processo de auditoria 
tem como finalidade o planejamento de quais procedimentos de auditoria são 
adequados e apropriados nas circunstâncias, porém não cabe a ele expressar uma 
opinião sobre a eficácia (gestão) do controle interno. 
A fraude é uma questão ligada à ética e à moral, conceitos 
relacionados, porém diferentes. 
Fazer o certo ou o errado é uma questão de valores pessoais. 
Pode ocorrer por necessidade, vontade ou distúrbio. Obviamente, 
o indivíduo pode ser influenciado pelo ambiente em que cresceu, 
vive ou trabalha, mas a decisão de cometer ato ilícito é dele.
Vimos que o erro, via de regra, ocorre involuntariamente, mas a 
fraude resulta de ato intencional. Como, então, é possível diminuir 
ou eliminar as fraudes? 
Reflita
Vimos, anteriormente, que a Lei Sarbanes-Oxley (SOX) por regulamentação, obriga 
as companhias que operam no mercado de capitais norte-americano a seguir, 
entre outras regras, a implantação de adequado sistema de controle interno, sejam 
empresas norte-americanas ou estrangeiras, bem como as filiais de empresas 
norte-americanas baseadas em outros países. Essa lei objetiva, principalmente, 
proteger os investidores com a melhoria da precisão e confiabilidade das 
divulgações corporativas, em conformidade com a regulamentação da Securities 
and Exchange Commission (SEC), equivalente à Comissão de Valores Mobiliários 
(CVM) no Brasil. A SOX é baseada nos seguintes pilares: compliance – o 
cumprimento de regras e leis; accountability – deriva da prestação de contas de 
maneira

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