Estudo Dirigido de Histologia

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Estudo Dirigido – Odontogênese
Nome: Camila Santos Lemos 
Responda as perguntas abaixo:
1. Como se estabelece o ectomesênquima?
	Na quarta semana do desenvolvimento embrionário, tem início a formação do sistema nervoso central e, assim, o ectoderma da região cefálica se prolifera, gerando o telencéfalo, o mesencéfalo e o rombencéfalo, além das dobras neurais que flanqueiam o sulco neural. as bordas dessas dobras são conhecidas como cristas neurais, que seguem proliferando até que ocorra a fusão na região central, para formar o tubo neural. Posteriormente, as células das cristas neurais irão migrar para diferentes regiões do organismo em formação, para formar o ectomesênquima, como por exemplo, quando essas células migram para a cavidade oral para se desenvolver e formar estruturas especializadas dos dentes, como a dentina, a polpa dentária, o cemento, o ligamento periodontal e o osso alveolar. As células ectomesenquimais são provenientes do ectoderma e formam um tecido conjuntivo frouxo. 
0. Explique a Formação da banda epitelial primária
	Por volta da sexta ou sétima semana do desenvolvimento embrionário, algumas áreas do epitélio oral passam a se proliferar mais rapidamente que as outras células, para formar a banda epitelial primária. Esse processo ocorre por conta dos estímulos produzidos através da migração de células da região da crista neural para o mesênquima localizado abaixo do revestimento epitelial da cavidade oral primitiva. As células epiteliais da camada basal se multiplicam e invaginam em sentido ao ectomesênquima, formando assim, a banda epitelial primária. A borda dessa estrutura logo se divide em dois processos: a lâmina vestibular e a lâmina dentária. 
0. Explique a formação da lâmina vestibular e da lâmina dentária.
No embrião humano, a cavidade oral primitiva é revestida pelo ectoderma. Por volta do 22º dia, este epitélio entra em contato com o endoderma que reveste o tubo digestivo anterior, formando a membrana bucofaríngea, que depois de certo tempo se desintegra e, assim, fica estabelecida a comunicação entre o estomódeo e o tubo digestivo. Nessa fase, o estomódeo é revestido por um epitélio de duas ou três camadas de células, que recobre um tecido invadido por uma população de células de origem ectodérmica geradas nas cristas neurais, que migram para as regiões do crânio e da face, esse tecido de origem neural passa a atuar como um mesênquima, originando estruturas conjuntivas. O fator indutor inicial encontra-se no epitélio oral primitivo, que se prolifera e invade o ectomesênquima subjacente e produz uma banda epitelial contínua em forma de ferradura na região em que irão se formar os arcos dentários, a banda epitelial primária, que se divide nas lâminas dentária e vestibular.
Após a formação do cordão epitelial, este sofre uma bifurcação que resulta em duas populações epiteliais proliferativas que seguem a mesma forma dos arcos, correndo uma paralela à outra. A banda epitelial do lado externo tem as células centrais degeneradas, dando lugar a uma fenda que constituirá o futuro fundo de saco do sulco vestibular, localizado entre as bochechas/lábios e os futuros arcos dentários e, por isso, essa divisão é conhecida como lâmina vestibular. A proliferação situada medialmente à anterior é responsável pela formação dos dentes e denomina-se, portanto, lâmina dentária, representando o futuro arco dentário. 
0. Explique o que ocorre durante a fase de botão da odontogênese.
	Em alguns locais, a lâmina dentária apresenta atividades mitóticas diferenciadas e como resultado, em cada arco originam-se dez pequenas esférulas que invadem o ectomesênquima, representando o início da formação dos germes dos dentes decíduos. As células epiteliais apresentam aspectos cúbicos e cilíndricos baixos da periferia das células poligonais do centro. O ectomesênquima apresenta nessa fase, denominada botão, uma discreta condensação de suas células em torno da parte mais profunda da esférula epitelial.  Apesar dos dentes decíduos começarem sua composição a partir da lâmina dentária, a época de estabelecimento do botão pode ser diferente para cada dente
0. Explique o que ocorre durante a fase de capuz da odontogênese.
	Com a continuação da proliferação epitelial, o botão passa a apresentar um crescimento desigual, o que altera sua forma passando a se assemelhar a um boné, por isso, essa fase é conhecida como fase de capuz. No centro da sua parte mais profunda, o capuz apresenta uma concavidade, na qual se observa uma concentração de células ectomesenquimais. Uma vez estabelecida a fase de capuz, observam-se vários componentes do germe dentário. Nessa fase, a porção epitelial apresenta várias regiões distintas e é chamada de órgão de esmalte, pois é responsável pela formação do esmalte dentário. Assim, nessa porção se distingue uma camada única e contínua de células que constitui a periferia do órgão do esmalte. O ectomesênquima aumenta seu grau de condensação de maneira que se observa claramente uma massa de células muito próximas umas das outras, essa condensação denominada papila dentária é responsável pela formação da dentina e da polpa.
Ainda nessa fase, o ectomesênquima que rodeia tanto o órgão de esmalte quanto a papila dentária sofre uma condensação de modo que suas células alinham-se em torno do germe em desenvolvimento, formando uma cápsula que o separa do resto do ectomesênquima da maxila e mandíbula, essa condensação periférica é chamada de folículo dentário e é responsável pela formação do periodonto de inserção do dente, ou seja, do cemento, do ligamento, periodontal e do osso alveolar. Além disso, capilares penetram o folículo dentário, especialmente na região adjacente ao epitélio externo do órgão do esmalte, assim, a nutrição da porção epitelial do germe dentário provém da vascularidade do folículo. 
0. Explique o que ocorre durante a fase de campânula da odontogênese.
	Na fase de campânula, também conhecida como fase de morfo e histodiferenciação, a parte epitelial do germe dentário tem aspecto de um sino com sua concavidade mais acentuada e margens mais profundas. Nessa fase ocorre o surgimento de duas ou três camadas de células pavimentosas que constituem o estrato intermediário e participam da formação do esmalte. Na região em que os epitélios interno e externo do órgão do esmalte se encontram, forma-se um ângulo agudo região chamada de alça cervical, local em que, por volta do final da fase de coroa, as células do epitélio se proliferam para formar a bainha radicular de Hertwig, que induz a formação da raiz do dente.
No órgão do esmalte, as diferentes células se ligam através de junções intercelulares, todavia, a lâmina basal composta no começo da odontogênese, rodeia o órgão separando as células do epitélio externo e interno do órgão do esmalte, do folículo e da papila, respectivamente. Os capilares que inicialmente se encontram no folículo dentário passam a penetrar a papila dentária. O folículo dentário torna-se mais evidente, pois passa a envolver completamente o germe dentário. Nessa fase, a porção da lâmina dentária, entre o órgão do esmalte e o epitélio bucal, desintegra-se. Além disso, o osso do processo alveolar em formação acaba rodeando o folículo dentário, constituindo a cripta óssea. O dente em desenvolvimento separa-se do epitélio oral, porém, grupos de células epiteliais da lâmina permanecem nos pertuitos ósseos, nesta região, formando o gubernáculo, que desempenha importante papel na erupção dentária. 
Devido à formação de dobras no epitélio interno do órgão do esmalte nos locais em que as primeiras células cessam a atividade mitótica e ao fato de que a alça cervical permanece fixa, é possível verificar alguns fenômenos morfogenéticos na fase de campânula. Posteriormente, quando todas as células finalizam a atividade mitótica, as vertentes das cúspides vão se delineando e, assim, estabelecendo a forma da futura coroa do dente. Ademais, surgem acúmulos de células epiteliais no estrato intermediário formando o nó do esmalte, que está relacionado com a determinaçãoda forma da coroa dos dentes. Em seguida, a papila dentária adjacente, as células ectomesenquimais da região periférica param de se dividir, aumentam de tamanho e começam sua diferenciação em odontoblastos, passando a secretar a primeira camada de matriz da dentina – a dentina do manto. 
0.  Explique o que ocorre durante a fase de raiz da odontogênese.
Como a continuação da proliferação da bainha coincide com o início do processo de erupção dentária, enquanto vai sendo formada a raiz do dente, o germe dentário se movimenta no sentido coronário. Para a formação da dentina radicular, as células da bainha de Hertwig induzem as células ectomesenquimais da papila a se diferenciar em odontoblastos e param de se proliferar e, assim, secretam sobre a dentina radicular em formação, uma fina matriz cuja composição é similar à matriz inicial do esmalte. Os odontoblastos que formam a dentina radicular aumentam gradualmente o tamanho da raiz, porém apenas a parte mais apical da bainha de Hertwig continua em contato com a raiz. A fase de raiz e a odontogênese são concluídas com a formação da dentina radicular, até o fechamento do ápice. Os tecidos que compõem o periodonto de inserção também são formados nessa fase.
A fragmentação da bainha radicular epitelial torna possível o contato do folículo dentário com a dentina radicular em formação, após esse contato as células ectomesenquimais do folículo diferenciam-se em cementoblastos, secretando a matriz orgânica do cemento. Simultaneamente, as células do lado externo do folículo diferenciam-se em osteoblastos, formando o osso alveolar, enquanto as da região central tornam-se fibroblastos e formam o ligamento periodontal.
Enquanto ocorre a fase da raiz e o dente erupciona, na coroa, aumenta o teor do mineral do esmalte durante sua maturação eruptiva. Então, o órgão do esmalte colapsa completamente, constituindo o epitélio reduzido do esmalte, recobrindo esse tecido até o aparecimento da coroa na cavidade oral. Após a completa erupção do dente, o epitélio reduzido contribui para a formação do epitélio juncional da gengiva. O desenvolvimento dos tecidos dentários é idêntico para os dentes decíduos e permanentes. Os dentes permanentes que têm predecessor decíduo desenvolvem-se a partir de uma proliferação epitelial em relação à face palatina ou lingual do germe do decíduo, denominado broto do permanente, cuja formação ocorre durante a fase de capuz do decíduo. Os molares permanentes, entretanto, desenvolvem-se diretamente da lâmina dentária original, que se estende posteriormente.