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Nova Lei de Abuso de Autoridade

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@metapcrj 
O que foi revogado? 
Lei 4868/65, Art. 350 CP e §2º do art. 150 do CP. 
 Qual bem jurídico é tutelado pela Lei? 
Tratando-se de crimes pluriofensivos (ofende vários bens jurídicos), os bens jurídicos podem 
ser direitos fundamentais da pessoa humana (liberdade, intimidade, integridade, dignidade, 
etc) e princípios e normas da Administração Pública ligados a atuação do agente como 
“representante” do Estado (eficiência, moralidade, legalidade, impessoalidade, publicidade, 
competência, finalidade, etc). 
Há dois objetos jurídicos protegidos na Lei de Abuso de Autoridade, quais sejam: 
Objeto jurídico principal ou imediato – É a proteção dos direitos e garantias individuais e 
coletivos das pessoas físicas e jurídicas; 
 Objeto jurídico secundário ou mediato – É a normal e regular prestação dos serviços 
públicos. 
Como já caiu em concurso: Regular Funcionamento da Administração Pública e os Direitos e 
Garantias Fundamentais. 
Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por agente público, 
servidor ou não, que, no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las**, abuse do 
poder que lhe tenha sido atribuído. 
**Momento da conduta e nexo funcional= as condutas tanto podem ser contemporâneas ao 
efetivo exercício da função quanto anteriores ao exercício, mas a pretexto de exercer. 
Incidência= vinculação funcional (ex.:agente atuando, licenciado, em férias, nomeado para o 
cargo antes de assumir. 
Não incidência= desvinculação funcional (ex.: aposentadoria, exoneração, etc). 
OBS.: Não incide se a conduta ilícita for completamente desvinculada das funções do agente 
(sem oficialidade e especificidade). Como é o caso de condutas do agente como particular ou 
@metapcrj 
 
inerentes à vida privada. Esse é o entendimento do STJ. Ex.: Militar de folga exercendo 
atividade de segurança privada não responde conforme a lei de abuso de autoridade por 
arbitrariedades exercidas nessa ocasião, poderá responder por outra figura típica a depender 
da sua conduta. 
§ 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autoridade quando 
praticadas pelo agente com a finalidade específica** de prejudicar outrem ou beneficiar a si 
mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal. 
** Elemento Subjetivo especial do tipo = é a especificação do dolo, ou seja, a conduta deve ter 
sido determinada por essa finalidade específica. Sua ausência descaracteriza, desconfigura, 
o tipo, não se falando em crime de abuso de autoridade. 
Prejuízo= não é o resultante do exercício regular das funções. Ex.: a prisão traz prejuízo à 
liberdade do sujeito, mas dentro da legalidade e regularidade não há que se falar em abuso 
de autoridade. 
Benefício= vantagem patrimonial ou moral (autopromoção, prestígio,etc). 
Capricho= vontade injustificada. 
Satisfação pessoal= sentimento pessoal 
Atenção: não há modalidade culposa dos crimes previstos na lei, só dolosa. 
STF e STJ já pacificaram que o abuso de autoridade não absorve os crimes conexos. Ou seja, 
é possível injúria e abuso de autoridade em concurso. O STJ reconheceu no REsp 6.84532, 
que o juiz de direito, em audiência, praticou abuso de autoridade, difamação e injúria. “PENAL. 
RECURSO ESPECIAL. DIFAMAÇÃO E INJÚRIA. ABUSO DE AUTORIDADE. CONDUTA PRATICADA 
POR JUIZ EM AUDIÊNCIA. POSSIBILIDADE DE CONCURSO DE CRIMES. 
Atenção: a doutrina classifica os crimes de abuso de autoridade como espécie de crime de 
intenção, na modalidade delitos de resultado cortado (conduta visando a produção de um 
resultado que fica fora do tipo e sem a intervenção do autor). 
Segundo a doutrina, os abusos podem se dar por ação ou por omissão das autoridades. 
§ 2º A divergência na interpretação** de lei ou na avaliação de fatos e provas não 
configura abuso de autoridade. 
** A tentativa de criminalização da interpretação jurídica, fática ou probatória foi assunto ao 
longo dos anos. Esse parágrafo veio para rechaçar o que Rui Barbosa denominou como crime 
de hermenêutica. Sob a égide da lei anterior a jurisprudência já se manifestava sobre a 
impossibilidade de responsabilizar uma autoridade pela mera divergência na interpretação. 
OBS.: Somente é possível atribuir responsabilidade criminal por ato de interpretação se a 
norma NÃO permitir interpretações diversas, seja por ferir a literalidade da lei, seja por 
contrariar interpretação jurisprudencial vinculante. 
Art. 2º É sujeito ativo** do crime de abuso de autoridade qualquer agente público, 
servidor ou não, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da 
Interesse particular em 
detrimento do interesse público 
@metapcrj 
 
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo, mas 
não se limitando a: 
I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas; 
II - membros do Poder Legislativo; 
III - membros do Poder Executivo; 
IV - membros do Poder Judiciário; 
V - membros do Ministério Público; 
VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas. 
Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que 
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, 
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou 
função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput deste artigo. 
** Pode ocorrer concurso de pessoas com particulares? 
Particular= também chamado “extraneus”. 
R= sim, ainda que sejam crimes próprios, a condição de agente público é elementar ao crime, 
por tanto, comunica-se ao particular. Faz-se necessário, porém, que o extraneus tenha 
consciência da condição especial de agente público do sujeito com quem pratica a conduta. 
Sujeito Passivo 
 
Como já caiu em concurso: A pessoa jurídica poderá ser vítima do crime de abuso de 
autoridade. Assertiva correta. 
 Quem exerce múnus público é considerado sujeito ativo dos crimes de abuso de autoridade? 
Não, quem exerce o múnus público, como por exemplo o curador, tutor, o administrador da 
falência, etc, não é sujeito ativo do abuso de autoridade. 
✓ Questões: 
*Gabaritos no final da apostila. 
1) A Lei de Abuso de Autoridade considera autoridade quem: 
A exerce cargo público, de natureza civil ou militar, apenas. 
B exerce cargo ou função pública, de natureza militar, ainda que transitoriamente e sem 
remuneração, apenas. 
Agentes políticos 
Estado; e 
Pessoa física ou jurídica diretamente atingida ou prejudicada. 
 
Natureza civil 
ou militar 
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C exerce cargo público, de natureza civil ou militar, ainda que transitoriamente e sem 
remuneração, apenas. 
D exerce mandato, cargo, emprego ou função pública remunerados, de natureza civil ou 
militar, ainda que transitoriamente, apenas. 
E exerce mandato, cargo, emprego ou função pública, de natureza civil ou militar, ainda que 
transitoriamente e sem remuneração. 
 
2) O particular que atuar em coautoria ou participação com uma autoridade pública no 
cometimento de crime de abuso de autoridade não responderá por esse crime porque não é 
agente público. 
C Certo 
E Errado 
 
3) No que se refere ao crime de abuso de autoridade, admitem-se as modalidades dolosa e 
culposa. 
C Certo 
E Errado 
 
4) Analise as proposições abaixo e após marque a alternativa correta: 
I. O abuso pode ocorrer tanto por ação quanto por omissão das autoridades. 
II. O particular pode responder por abuso de autoridade desde que cometa o crime juntamente 
com uma autoridade, ciente de que o comparsa detém essa qualidade. 
III. O crime de abuso de autoridade não absorve os crimes conexos, motivo pelo qual é 
possível a configuração de injúria e de abuso de autoridade. 
IV. Pessoas jurídicas de direito público ou privado também podem ser vítimas de abuso de 
autoridade, motivo pelo qual se pode afirmar que o crime de abuso de autoridade é de dupla 
subjetividade passiva. 
A Apenas o itemI é verdadeiro. 
B Apenas o item II é verdadeiro. 
C Apenas o item III é verdadeiro. 
D Apenas o item IV é verdadeiro. 
E Todos os itens são verdadeiros. 
 
@metapcrj 
 
5) Considere que um PRF aborde o condutor de um veículo por este trafegar acima da 
velocidade permitida em rodovia federal. Nessa situação, se demorar em autuar o condutor, 
o policial poderá responder por abuso de autoridade, ainda que culposamente. 
C Certo 
E Errado 
 Competência nos crimes de abuso de autoridade: 
 
Juízo de 
primeira 
instância 
Tribunais 
competentes 
Justiça 
Comum 
Estadual 
Justiça 
Comum 
Federal 
Justiça 
Militar 
Competência 
territorial 
 
em regra 
 
 
nos casos de 
foro por 
prerrogativa 
de função 
 
em regra 
 
alguns casos 
listados a 
seguir* 
 
praticados 
por militar 
da ativa 
 
OBS.: 
Súmula 172 
do STJ está 
superada. 
 
local da 
consumação 
ou local do 
último ato 
executório, 
esse último 
no caso de 
tentativa. 
Art.70 CPP. 
 
Competência da Justiça Comum Federal 
Abusos de Autoridade cometidos nas circunstâncias: 
Súmula 147-
STJ: Compete à 
Justiça Federal 
processar e 
julgar os crimes 
praticados 
contra* 
funcionário 
público federal, 
quando 
relacionados 
com o exercício 
da função. (art. 
109, IV, da 
CF/88). 
*Praticados por 
ou contra 
funcionários 
públicos 
federais. 
 Art. 109, XI da 
CF- a disputa 
sobre direitos 
indígenas. 
Art. 109, IX da 
CF - os crimes 
cometidos a 
bordo de navios 
ou aeronaves, 
ressalvada a 
competência da 
Justiça Militar; 
Súmula 122-
STJ: Compete à 
Justiça Federal 
o processo e 
julgamento 
unificado dos 
crimes conexos 
de competência 
federal e 
estadual, não se 
aplicando a 
regra do art. 78, 
II, "a", do 
Código de 
Processo Penal. 
Jurisprudência 
do STJ: tortura 
cometida por 
PMs nas 
dependências 
de Delegacia 
Federal, a teor 
do art. 109,IV da 
CF, é da 
competência da 
Justiça Federal. 
Entendimento: 
crimes de abuso 
de autoridade 
cometidos 
dentro de 
delegacias 
federais = 
competência da 
JF. 
 
 
Ação Penal 
@metapcrj 
 
Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada.** 
** regra geral. Titular=MP. 
§ 1º Será admitida ação privada** se a ação penal pública não for intentada no prazo 
legal,** cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia 
substitutiva, intervir** em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, 
interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como 
parte principal. 
§ 2º A ação privada subsidiária** será exercida no prazo de 6 (seis) meses**, contado da 
data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia. 
** Acidentalmente privada ou supletiva. Legitimidade: o ofendido ou sucessores (no 
caso de morte ou ausência). O STF já se manifestou no sentido de que a legitimidade pertence 
a quem sofra, diretamente, as consequências do delito e não à coletividade. A condição de 
cidadão não confere direito difuso ao oferecimento da ação subsidiária. 
 
** prazo pra manifestação do MP (art. 46CPP) 
** Intervenção obrigatória sob pena de nulidade 
** prazo decadencial. Decadência imprópria = não irá produzir a extinção da 
punibilidade, pois, ainda que o prazo tenha se esgotado sem queixa subsidiária, o MP ainda 
pode propor a ação penal. OBS.: Há julgados do STF no sentido de que a decadência não 
acarreta extinção da punibilidade em crimes de ação penal pública incondicionada. 
 
✓ Questões: 
6) A ação penal será iniciada por denúncia do Ministério Público, instruída com a 
representação da vítima do abuso, após a instauração obrigatória de inquérito policial. 
C Certo 
E Errado 
 
Efeitos da Condenação: Automáticos: torna certa a obrigação de indenizar. PORÉM, o ofendido 
deve fazer requerimento para o juiz fixar o valor. 
Não automáticos (devem ser declarados motivadamente na sentença) e CONDICIONADOS à 
reincidência (em abuso de autoridade): inabilitação exercício de cargo, mandato ou função 
pública por 1 a 5 anos; perda do cargo, mandado ou função pública. 
As penas restritivas de direito substitutivas das privativas de liberdade podem ser aplicadas 
autônomas ou cumuladas: serviços à comunidade ou entidades públicas e suspensão do 
exercício de função/cargo/etc dentre 1 a 6 meses com perda de vencimentos e vantagens. 
5 dias, investigado preso; 
15 dias, solto. 
 
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Responsabilidades civil e administrativas são INDEPENDENTES. Porém, (1)faz coisa julgada 
em ambas esferas a sentença penal que reconhecer que o ato foi praticado: estado de 
necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento de dever legal e exercício regular de 
direito; (2) não pode mais questionar sobre existência ou autoria do fato quando já decididas 
na esfera criminal. 
DOS CRIMES E DAS PENAS 
Crimes: Todos os crimes são punidos com detenção; 
Todos os crimes são punidos com multa; 
Atenção para as bancas que gostam de cobrar preceito secundário >>>Só existem duas penas 
em abstrato para os crimes dessa lei: 1 a 4 anos e 6 meses a 2 anos; 
Pena máxima da lei: 4 anos; 
Procedimento: no que couber: CPP e JECrim. 
1) Punidos com pena de 1 a 4 anos: 
 
• Medida de privação de liberdade em manifesta desconformidade com as hipóteses 
legais; (lex gravior – novo preceito secundário mais grave) 
• Condução coercitiva (testemunha ou investigado) descabida ou sem intimação prévia; 
(novatio legis in pejus) 
 
❖ , que, dentro do prazo razoável, deixar de: 
• Relaxar prisão manifestamente ilegal (lex gravior – novo preceito secundário mais 
grave) 
• Substituir prisão preventiva por medida cautelar diversa, quando manifestamente 
cabível (lei anterior previa conduta similar – discussão se encaixa-se em lex gravior 
ou novatio in pejus) 
• Conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível (lei anterior previa 
conduta similar – discussão se encaixa-se em lex gravior ou novatio in pejus) 
• Deferir liminar quando manifestamente cabível (novatio legis in pejus) 
• Deferir ordem de habeas corpus, quando manifestamente cabível (novatio legis in 
pejus) 
Crime omissivo próprio, uma vez que a omissão está descrita no tipo penal = a tentativa 
(conatus) é INADIMISSÍVEL. 
 
@metapcrj 
 
❖ (preso ou detento) mediante ameaça, violência, redução da resistência a: 
a) exibir-se ou ter exibido corpo ou parte à curiosidade pública; b) submeter à situação 
vexatória ou constrangimento; c) produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro. 
(novatio legis incriminadora) 
BIZU Cuidado para não confundir! 
>>Tortura/ Tortura-confissão -->"intenso sofrimento físico ou mental 
>>Abuso de autoridade-->"submeter a vexame ou constrangimento" 
>>Maus tratos--->expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa (excesso no uso dos meios de 
correção ou disciplina). 
OBS> A pena pelo constrangimento de preso ou detento(detenção 1 a 4 e multa) não afasta 
a pena pela violência (não constitui bis in idem); 
❖ Constranger (ameaça de prisão) a depor quem deva guardar segredo/sigilo 
(profissional/funcional/ministerial); (novatio legis incriminadora) 
• De pessoa que decide exercer o direito ao silêncio; (novatio legis incriminadora) 
• De pessoa que tenha optado ser assistida por advogado ou defensor, sem a presença 
de seu patrono (continuidade típico normativa – preceito secundário mais gravoso) 
❖ , injustificadamente, pleito do preso à autoridade judiciária quanto a 
legalidade da prisão e circunstâncias da custódia; 
Magistrado que saiba do impedimento e demora e não toma providências= mesma pena; 
Magistrado incompetente que deixa de enviar o pedido à autoridade que o seja= mesma pena. 
(novatio legis incriminadora) 
 
• Na mesma cela/espaço de confinamento: (1) ambos os sexos; (2)criança/adolescente 
com adultos; 
• criança/adolescente em ambiente inadequado; 
(novatio legis incriminadora) 
 
Invasão/entrada e permanência 
Clandestina, astuciosamente ou à revelia da vontade do ocupanteImóvel alheio e suas dependências 
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Sem determ. Judicial/fora das condições da lei. 
 Mediante violência/grave ameaça, ao imóvel; 
Cumprir domiciliar após 21h e antes das 5h; 
Não haverá crime: prestar socorro, fundados indícios que indiquem necessidade do 
ingresso em flagrante delito ou desastre; 
Cuidado! Crimes de violação de domicílio: comum, que pode ser cometido por qualquer 
pessoa, e outro próprio, que pressupõe a qualidade de agente público do sujeito ativo. 
O Art. 22 da nova Lei de Abuso de Autoridade é específico para agentes públicos (crime 
próprio), ao passo que o artigo 150 do CP é crime comum, passível de ser cometido por 
qualquer pessoa que viole domicílio alheio (um vizinho que invada o domicílio do outro, por 
exemplo). 
 
❖ : 
Inovar artificiosamente (no curso de: diligência, investigação, processo) 
O estado de lugar, coisa, pessoa, 
Com fim de (1) eximir-se de responsabilidade, (2) de responsabilizar criminalmente alguém, 
de (3) agravar a responsabilidade de outrem, 
Com intuito de (1) eximir-se de responsabilidade civil e administrativa por excesso 
praticado no curso de diligência, (2) de omitir dados/informações ou divulgá-los 
incompletos para desviar curso da diligência, da investigação ou do processo; 
Crime próprio da “autoridade”. O particular responde pela fraude processual do Código 
Penal. 
Fraude processual X direito de não produzir prova contra si mesmo>> STJ: O direito a não 
autoincriminação não abrange a possibilidade de os acusados alterarem a cena do crime, 
inovando o estado de lugar, coisa ou pessoa, para, criando artificiosamente outra realidade, 
levar peritos ou o próprio juiz a erro de avaliação relevante(...) 
 
❖ (violência/grave ameaça) funcionário de instituição hospitalar a 
, com o fim de alterar local ou momento do 
crime, prejudicando sua apuração; 
(novatio legis incriminadora) 
 
 
• Obtê-las por meios manifestamente ilícitos; 
• Fazer uso das mesmas com prévio conhecimento de sua ilicitude; 
(novatio legis incriminadora) 
@metapcrj 
 
 
❖ ou trecho, sem relação com prova que se pretenda produzir, expondo 
privacidade, ferindo honra e imagem; 
(novatio legis incriminadora) 
 
 Dar início ou proceder à 
penal, civil ou administrativa 
sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe inocente. 
(novatio legis incriminadora) 
 
❖ em proc. Judicial, de em quantia que 
extrapole o valor da dívida ou quando a parte demonstrar a 
excessividade; 
(novatio legis incriminadora) 
 
2) Punidos com pena de 6 meses a 2 anos: 
❖ de prisão em flagrante à autoridade judiciária no prazo legal; 
 
❖ imediata de execução de prisão temporária/preventiva; 
 
 
❖ imediata de prisão e local à familiares/indicados; 
 
❖ , em 24h, ao preso de nota de culpa (assinada por autoridade, motivo, 
condutor, testemunhas); 
 
 
❖ a execução de penas, prisões, medidas; sem motivo justo e 
excepcionalíssimo, de executar alvará de soltura imediatamente após recebido; de 
promover a soltura quando esgotado prazo judicial ou legal; 
 
❖ ao preso tanto na captura, condução ou 
prisão quanto na condução do interrogatório pelo agente responsável (novatio legis in 
pejus). Art 5º, LXIV, CF – o preso tem direito à identificação dos responsáveis 
por sua prisão ou por seu interrogatório policial”. 
 
@metapcrj 
 
 
❖ Submeter preso a ; exceções: flagrante 
delito ou se devidamente assistido + consentimento. 
 
❖ , sem justa causa, pessoal e reservada do preso com seu advogado. 
 
❖ preso, reú solto ou investigado de: (1) pessoalmente e 
reservadamente com seu advogado ou defensor por prazo razoável e de (2) 
durante a audiência. SALVO/ exceção: no curso do 
interrogatório ou no caso de audiência por videoconferência. (continuidade típico 
normativa – preceito secundário mais gravoso) 
 
❖ da prática de crime, ilícito funcional ou 
administrativo; (novatio legis incriminadora) 
Não há crime: sindicância ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada. 
❖ sobre procedimento judicial, policial, fiscal ou administrativo, 
com o fim de prejudicar investigado; (novatio legis incriminadora) 
 
❖ 
Estender, procrastinar a investigação ou procrastinar procedimento sem prazo fixado em 
prejuízo do investigado/fiscalizado; (novatio legis incriminadora) 
❖ 
Ao interessado, seu Defensor ou advogado; 
Abrange: autos de investigação preliminar, termo circunstanciado, inquérito, qualquer 
procedimento investigatório de infração penal, civil ou administrativa. 
➢ Exceção> peças relativas a diligências em curso ou que indiquem a realização de 
diligências futuras. 
 
➢ (continuidade típico normativa – preceito secundário mais gravoso) 
 
❖ (inclusive fazer/não) sem amparo legal; 
➢ (novatio legis incriminadora) 
@metapcrj 
 
 
❖ para se eximir de 
obrigação legal ou obter vantagem/privilégio indevidos; 
➢ (novatio legis incriminadora) 
❖ de que tenha requerido vista 
em órgão colegiado, com intuito de procrastinar andamento e retardar julgamento. 
➢ (novatio legis incriminadora) 
 
 
➢ Crime próprio – sujeito ativo: responsável pelas investigações. 
➢ Por meio de comunicação. Inclusive redes sociais. 
➢ Atribuição de culpa antecipada – antes de concluídas as apurações e formalizada 
a acusação. 
➢ (continuidade típico normativa – preceito secundário mais gravoso) 
 
✓ Mais algumas questões: 
7) Segundo as condutas da lei de abuso de autoridade revogada, marque C (Continuidade 
típico normativa) para aquelas que continuaram previstas na nova lei, ainda que com outra 
“roupagem” ou A (Abolitio criminis) para aquelas que deixaram de constituir crime e assinale 
a alternativa correspondente. 
( ) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em lei. 
( ) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer 
pessoa. 
( ) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades legais 
ou com abuso de poder. 
( ) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não 
autorizado em lei. 
( ) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando 
de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade. 
A A – C – C – A – C 
B C – A – A – C – C 
C C – C – A – C – A 
D C – C – C – C – C 
@metapcrj 
 
 
8) O Inspetor de polícia civil que, após grande operação policial, constranger, usando de grave 
ameaça e para satisfação pessoal, o preso sob sua guarda na delegacia, submetendo-o à 
exposição da curiosidade pública, responderá criminalmente por 
A constrangimento ilegal. 
B exposição a perigo. 
C maus-tratos. 
D injúria. 
E abuso de autoridade. 
 
9) De acordo com a Lei de abuso de autoridade, assinale a alternativa correta. 
a) A Lei possui delitos de ação penal privada. 
b) A Lei possui delitos omissivos próprios. 
c) Existe na Lei forma culposa de delito de abuso de autoridade. 
d) Segundo a Lei, o abuso de autoridade sujeitará o seu autor a sanções penais em detrimento 
das sanções administrativas ou civis. 
e) Uma das sanções penais cominadas para o crime de abuso de autoridade é a pena de 
reclusão de dez dias a seis meses. 
 
10) Assinale a alternativa correta em relação a Lei de abuso de autoridade: 
a) pessoa jurídica poderá ser vítima do crime de abuso de autoridade. 
b) De acordo com essa Lei, constitui abuso de autoridade o ato de o delegado de polícia deixar 
de comunicar, no prazo legal de 24h, a prisão ou a detenção de qualquer pessoa a alguém de 
sua família ou pessoa por ela indicada. 
c) Os crimes de abuso de autoridade são delitos de empreendimento. 
d) A perda do cargo público é um efeito automático da condenação nos crimes previstos 
nessa Lei. 
e) Caso o policial civil determine, sem nenhuma justificativa, o encarceramento da vítima na 
delegacia, cometerá o delito previsto nessa Lei. 
 
Gabarito dasquestões: 
1) E 
2) Errado 
@metapcrj 
 
3) Errado 
4) E 
5) Errado 
6) Errado 
7) Gabarito D. Sim, todas as condutas continuaram previstas na nova lei. (Continuidade 
Normativo Típica) 
Lei 13869/2019 - Abuso de autoridade 
Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta desconformidade com as 
hipóteses legais: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, dentro de prazo 
razoável, deixar de: 
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal; 
II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de conceder liberdade 
provisória, quando manifestamente cabível; 
III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamente cabível. 
Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em flagrante à autoridade judiciária no 
prazo legal: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: 
I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão temporária ou preventiva à 
autoridade judiciária que a decretou; 
II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se 
encontra à sua família ou à pessoa por ela indicada; 
III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a nota de culpa, 
assinada pela autoridade, com o motivo da prisão e os nomes do condutor e das testemunhas; 
IV - prolongar a execução de pena privativa de liberdade, de prisão temporária, de prisão 
preventiva, de medida de segurança ou de internação, deixando, sem motivo justo e 
excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura imediatamente após recebido ou de 
promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou legal. 
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de 
sua capacidade de resistência, a: 
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública; 
II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei; 
@metapcrj 
 
III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena cominada à 
violência. 
8) Gabarito E. Sujeito ativo: autoridade (policial civil) 
Dolo específico: para satisfação pessoal 
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de 
sua capacidade de resistência, a: 
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública; 
II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei; 
III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena cominada à 
violência. 
9) GABARITO B 
A) Os crimes na Lei de Abuso de Autoridade são de Ação Penal Pública Incondicionada; Só 
admite a ação privada subsidiária em caso de inércia do MP, excepcionalmente. 
B) Sim. Como no caso da omissão de comunicação de prisão em flagrante à autoridade 
judiciária no prazo legal e outras omissões. 
Crime omissivo próprio: o tipo penal violado descreve uma omissão (não fazer). Para a sua 
consumação dispensa qualquer resultado naturalístico. A norma penal nesse caso é 
perceptiva ou mandamental. 
C) NÃO há forma culposa nos dos delitos na Lei de Abuso de Autoridade, só dolosa, além do 
DOLO ESPECÍFICO; 
D) ERRADO: as penas de natureza administrativa e civil são aplicadas independentemente 
das de natureza penal. 
E) ERRADO: As únicas penas da lei são: detenção de 1 a 4 anos e multa ou detenção de 6 
meses a 2 anos e multa. 
10) GABARITO A 
A) CORRETA, apesar de não haver, na atual lei, dispositivo com a menção expressa, continua 
o entendimento que a pessoa jurídica pode ser vítima de alguns dos crimes de abuso de 
autoridade. 
Ex.: Decretação, em proc. Judicial, de indisponibilidade de ativos financeiros em quantia que 
extrapole o valor da dívida ou deixar de corrigi-la quando a parte demonstrar a excessividade; 
Outros ligados a restrição de liberdade são incompatíveis com a PJ. 
B) ERRADA: A comunicação deve ser imediata e a conduta deve ter o dolo específico: 
@metapcrj 
 
PREJUDICAR OUTREM 
BENEFICIAR A SI MESMO 
BENEFICIAR A TERCEIRO 
MERO CAPRICHO e/ou 
SATISFAÇÃO PESSOAL 
OBS.: Na lei anterior não havia a tipificação da omissão de comunicação a alguém da 
família/pessoa indicada. 
C) ERRADA: O que são delitos de empreendimento ou atentado? R: São aqueles crimes que a 
tentativa atua como elemento do tipo. A tentativa equivale a consumação, tentar é igual a 
consumar! 
A alternativa dá a entender que todos os crimes previstos na lei são de empreendimento e 
essa afirmação é falsa, apenas algumas condutas se classificam como tais, ou seja, não 
admitem tentativa, sendo considerados crimes de atentado ou empreendimento. 
D) ERRADA: A perda do cargo público NÃO é um efeito automático da condenação. 
E) ERRADA: As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autoridade quando 
praticadas pelo agente com a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si 
mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal.

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