Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fechamento – Problema 4 Hyana M. 1 A MENOPAUSA É UMA DATA, é a data da ultima menstruação da vida da mulher. Como vou saber que é a ultimo? O diagnostico da menopausa é um diagnostico retrospectivo. A menopausa pode ser definida após quantos meses de amenorreia? 12 meses. Idade mais frequente – 51 anos de idade Menopausa precoce - menos de 40 anos Menopausa tardia – depois dos 55 anos de idade Fatores que influenciam a idade da menopausa: Genética – antecedente familiar Tabagismo – tabagista vai ter uma menopausa mais adiantada Histerectomia previa – em alguns casos se tirar o útero pode adiantar a menopausa O climatério representa um período de transição caracterizado por modificações endocrinológicas, biológicas e clínicas no organismo feminino e pela contínua falência da função ovariana na ausência de causa patológica, resultando na perda definitiva da capacidade reprodutiva da mulher. E pode ser dividido em 3 partes: 1. pré-menopausa (período entre o final da menacme - período da vida da mulher no qual ocorre a menstruação), 2. perimenopausa (período de 3 a 5 anos que precede a última menstruação e um ano após) 3. pós-menopausa (intervalo de tempo entre o último catamênio (sangramento menstrual) e a senectude. ALTERAÇÕES HORMONAIS NO CLIMATÉRIO: Durante a menacme, o hipotálamo determina a liberação dos hormônios hipofisários por meio de pulsos de hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH). No ovário, 90% da produção do estradiol provém do folículo dominante e os demais folículos são responsáveis pela produção de inibina B. A transição menopausal é caracterizada pela irregularidade do ciclo menstrual devido a variabilidade hormonal e ovulação inconstante. As dosagens hormonais nesse período não têm valor na avaliação e no diagnóstico das pacientes. A diminuição maciça do número de folículos ovarianos resulta na diminuição gradual da inibina B, que, por sua vez, desativa o feedback negativo sobre a hipófise, liberando a secreção de FSH e aumentando o recrutamento folicular. O resultado dos níveis elevados de FSH é a aceleração da depleção folicular. Enquanto houver folículos suficientes, a ovulação ainda é mantida e os níveis de estradiol permanecerão dentro da normalidade. A contínua perda da reserva folicular diminui os níveis de estradiol que não são mais suficientes para estimular o pico de LH, encerrando assim os ciclos ovulatórios. Sem a ovulação propriamente dita, não há produção de corpo lúteo e, consequentemente, de progesterona. Na pós-menopausa, na tentativa de estimular uma adequada produção de estradiol pelos ovários, a hipófise é ativada por picos de GnRH e secreta grandes quantidades de gonadotrofinas. Os níveis de FSH e LH são marcadamente altos nos primeiros anos após a menopausa, decrescendo com o envelhecimento. No ovário, a produção de estradiol é quase nula, e a estrona, produzida por meio da aromatização periférica da androstenediona, mesmo em pequenas quantidades, passa a ser o principal estrogênio circulante na pós- menopausa. Não há necessidade de dosagens hormonais para se confirmar o diagnóstico de menopausa. Frente a uma mulher acima dos 40 anos, com amenorreia há mais de um ano e quadro clínico compatível, outros exames para investigação são dispensáveis. Porém, níveis de FSH acima de 40 mUI/mL e E2. menores do que 20 pg/mL são característicos. As alterações nos níveis circulantes dos esteroides sexuais afetam a atividade reprodutiva e, de forma não menos importante, outros órgãos e suas funções. Receptores estrogênicos existem em diferentes concentrações em vários locais do organismo, como pele, ossos, vasos, coração, diversas regiões do cérebro, mama, útero, vagina, uretra e bexiga, gerando efeitos diferentes para cada mulher em decorrência da carência estrogênica. QUADRO CLÍNICO: ALTERAÇÕES NO CICLO MENSTRUAL: climaterio Fechamento – Problema 4 Hyana M. 2 A queixa mais frequente na transição menopausal é a irregularidade menstrual, refletindo a perda progressiva da função reprodutiva ovariana. Tende a se iniciar com encurtamento dos ciclos e progredir para períodos de amenorreia cada vez mais longos até a parada total dos ciclos. A amenorreia prolongada é o sintoma mais característico da deficiência de estrogênio. Nos casos de sangramento uterino intenso, é mandatória a investigação e exclusão de patologias endometriais, com atenção às hiperplasias endometriais e ao carcinoma de endométrio. SINTOMAS VASOMOTORES: Também conhecido como fogacho, é o sintoma mais comum da transição menopausal e pós menopausa inicial, sendo referido por mais de 80% dessas mulheres. Aquelas com maior índice de massa corporal e as tabagistas apresentam sintomas vasomotores com maior frequência, além de mais intensos. Manifesta-se como uma súbita sensação de calor intenso que se inicia na face, pescoço, parte superior dos troncos e braços, depois se generaliza. Observa-se aumento do fluxo sanguíneo cutâneo, taquicardia e pode ser acompanhado de palpitações e sensação de ansiedade. Isso se dá devido a uma instabilidade do centro termorregulador hipotalâmico, e seu mecanismo exato ainda é desconhecido. Cada episódio dura aproximadamente de dois a quatro minutos e ocorre diversas vezes no decorrer do dia. É particularmente comum à noite, prejudicando a qualidade do sono e contribuindo para irritabilidade e cansaço durante o dia, além de diminuição na capacidade de concentração. A persistência dos fogachos nas mulheres negras é maior se comparada à das mulheres de outras e, chegando a 10 anos. DISTÚRBIOS DO SONO: Distúrbios do sono, incluindo-se menor duração, episódios de despertar noturno e menor eficácia do sono, estão entre os sintomas mais referidos pelas mulheres na pós-menopausa, presentes em até metade delas. A menor duracão do sono é responsável por sequelas orgânicas como aumento da prevalência de hipertensão e diabetes melito. Depressão e ansiedade também estão correlacionadas. O tratamento dos fogachos com terapia hormonal parece melhorar a qualidade do sono dessas pacientes, além de evitar consequências médicas e psicológicas e melhorar a qualidade de vida. ALTERAÇÕES DO HUMOR: Entre todas as alterações, a mais comum é a depressão, que parece acumular riscos para seu desenvolvimento a partir da perimenopausa inicial, perimenopausa tardia e pós-menopausa. As mudanças evidentes desse período – a perda da capacidade reprodutiva e o próprio envelhecimento – propiciam transtornos psicológicos associados que também podem contribuir para o quadro depressivo ou ansiolítico. ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES - Obs: se pegar um homem e mulher da mesma idade, 45 anos, mulher que ainda menstrua, tem estrogênio circulando. A chance dela ter uma doença cardiovascular é muito menor que a do homem, agora a partir do momento que ela passa período de pos menopausa, diminui o estrogênio, que é um fator protetor pra ela, aumenta muito o risco dela ter infarto e AVC. AVALIAÇÃO DA MULHER CLIMATÉRICA: Os objetivos clínicos das avaliações realizadas no período de transição menopáusica são otimizar a saúde e o bem- estar durante e após esse período. Trata-se de excelente oportunidade para uma avaliação detalhada do estado de saúde da mulher, incluindo anamnese clínica e exame físico completos e exames laboratoriais. Os fatores de risco de problemas comuns de saúde, como obesidade, osteoporose, doença cardíaca, diabetes melito e alguns tipos de câncer, devem ser avaliados e tratados. Quando aplicável, é imprescindível dar orientações sobre dieta, exercícios, consumo moderado de bebidas alcoólicas e abandono do tabagismo. Recomendações gerais paramulheres no climatério: 1. Consultas regulares de revisão 2. Realizar exercício físico regular 3. Dieta com adequado aporte nutricional 4. Cessar tabagismo 5. Manter peso corporal adequado 6. Controle das possíveis comorbidades associadas DIAGNOSTICO: Fechamento – Problema 4 Hyana M. 3 De maneira geral, o diagnóstico de transição menopáusica pode ser feito com a comprovação de sintomas próprios da idade e exame físico completo. Entretanto, muitos sintomas característicos da menopausa também podem refletir condições patológicas e, em muitos casos, há indicação de exames para excluir essa possibilidade. É evidente que uma mulher de 50 anos com irregularidade menstrual, fogachos e ressecamento vaginal esteja na transição menopáusica. Outros testes, como dosagem de FSH e de estradiol, são necessários para comprovar insuficiência ovariana. Entretanto, no grupo de transição menopáusica, os níveis de FSH devem ser normais. Sempre que ocorrer insuficiência ovariana antes dos 40 anos, a condição geralmente é patológica. Portanto, é importante considerar a hipótese de investigar para verificar a presença de anormalidades cromosômicas, infecções, distúrbios autoimunes, ou causas iatrogênicas, como radiação ou quimioterapia. PASSOS, Eduardo Pandolfi. Rotinas em Ginecologia. 7 ed. Artmed, 2017. HOFFMAN, Barbara L. et al. Ginecologia de WILLIAMS. 2 ed. Porto Alegre. Artmed. 2014. neoplasias no climaterio EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER NAS MULHERES: Para o ano de 2008, são esperados 234.870 casos novos de câncer para o sexo feminino no Brasil. Estima-se que os tumores mais incidentes neste grupo populacional, exceto os tumores de pele não melanoma (59.120 casos novos), são os de mama, colo do útero, cólon e reto e pulmão. Com algumas exceções, as taxas são maiores nas regiões Sul e Sudeste e menores nas regiões Nordeste e Norte, com valores intermediários na região Centro-Oeste. CÂNCER DE MAMA: O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e o primeiro entre as mulheres. Sua incidência apresentou um crescimento contínuo na última década, o que pode ser resultado de mudanças socioculturais, demográficas e também pela melhoria do acesso aos serviços de saúde, que propicia o diagnóstico. PREVENÇÃO E DETECÇÃO PRECOCE: Hábitos saudáveis como a alimentação balanceada, abandono do tabagismo e do alcoolismo e atividade física regular devem ser estimulados visando à promoção da saúde e a prevenção das doenças crônicas não- transmissíveis em geral. A avaliação da real necessidade e duração da Terapia Hormonal (TH) no climatério e a redução do contato com radiações ionizantes devem ser também consideradas. A base da prevenção do câncer de mama é a sua detecção precoce (prevenção secundária), por meio do diagnóstico das lesões em estágios iniciais e o tratamento oportuno destas. As medidas recomendadas são: Fechamento – Problema 4 Hyana M. 4 1. Rastreamento anual por meio do exame clínico das mamas (ECM) para todas as mulheres a partir de 40 anos de idade. Este procedimento compõe o atendimento integral à saúde da mulher, devendo ser realizado em todas as consultas clínicas, independente da faixa etária (vide Caderno de Atenção Básica n°. 13 – Controle dos Cânceres do Colo do Útero e das Mamas): 2. Rastreamento por mamografia, para as mulheres com idade entre 50 a 69 anos, com o intervalo máximo de dois anos entre os exames; 3. Exame clínico da mama e mamografia anual, a partir dos 35 anos, para as mulheres pertencentes a grupos populacionais com risco elevado de desenvolver câncer de mama; 4. Garantia de acesso ao diagnóstico, tratamento e seguimento para todas as mulheres com alterações nos exames realizados. Para mulheres com mamas muito densas, a ultrassonografia mamária pode ser indicada. A ultrassonografia (USG) é o método de escolha para avaliação por imagem das lesões palpáveis, em mulheres com menos de 35 anos. Naquelas com idade igual ou superior a 35 anos, a mamografia é o método de eleição. Ela pode ser complementada pela ultrassonografia nas seguintes situações: 1. Nódulo sem expressão, porque a mama é densa ou porque está em zona cega na mamografia; 2. Nódulo regular ou levemente lobulado, que possa ser um cisto; 3. Densidade assimétrica difusa, que possa ser lesão sólida, cisto ou parênquima mamário. A ultrassonografia complementar não deve ser solicitada nas lesões Categoria 2 e 5 (BI-RADS®) microcalcificações, distorção da arquitetura e densidade assimétrica focal. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Manual de Atenção à Mulher no Climatério/Menopausa / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2008. terapia do climaterio TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL: A terapia de reposição hormonal (TRH) com estrogênio permanece como a primeira linha de tratamento para o manejo dos sintomas vasomotores e suas consequências e deve ser indicada para mulheres sintomáticas com menos de 60 anos, que estejam na perimenopausa ou com menos de 10 anos de menopausa, e não apresentem contraindicações formais para o seu uso. Em mulheres que possuem útero, a TRH estrogênica deve ser sempre combinada com algum progestogênio, de forma cíclica ou contínua, com o intuito de proteção endometrial contra hiperplasia e câncer de endométrio. A decisão de se iniciar TRH deve ser feita em conjunto com a paciente, abordando-se os riscos e benefícios, e individualizando vias, doses (menor dose efetiva), posologia e tempo de manutenção de acordo com o perfil e as comorbidades de cada paciente. Deve-se observar o tempo de instalação da menopausa, a presença de sintomas vasomotores moderados a intensos e uma estratificação de risco cardiovascular com base na idade da paciente, pressão arterial, níveis de colesterol séricos, tabagismo e diabetes. Em pacientes hipertensas ou com risco de eventos tromboembólicos, incluindo-se as obesas, é preferível que se opte por uma via parenteral, como a transdérmica. Em pacientes hipertensas ou com risco de eventos tromboembólicos, incluindo-se as obesas, é preferível que se opte por uma via parenteral, como a transdérmica. A via vaginal é a primeira opção para as pacientes que apresentam isoladamente a síndrome geniturinária da menopausa, com o benefício de não estar associada a aumento dos níveis séricos de estrogênio, quando utilizado em baixas doses. A melhora dos sintomas ocorre algumas semanas após o início do uso e podem ser necessárias até 12 semanas para o efeito máximo. A paciente deve ser orientada de que a interrupção do uso acarretará retorno dos sintomas de atrofia. PASSOS, Eduardo Pandolfi. Rotinas em Ginecologia. 7 ed. Artmed, 2017.
Compartilhar