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Direito e Desenvolvimento - Unidade 1

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A PROBLEMÁTICA DO 
DESENVOLVIMENTO E 
SUBDESENVOLVIMENTO NO 
PENSAMENTO ECONÔMICO ATÉ 
OS ANOS 1940
Professor:
Dr. Ivan Dias da Motta
Diretoria Executiva Pedagógica Janes Fidelis Tomelin
Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho 
Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha
Head de Projetos Educacionais Camilla Barreto Rodrigues Cochia Caetano
Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho
Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey
Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo
Projeto Gráfico Thayla Guimarães 
Designer Educacional Giovana Vieira Cardoso 
Editoração Victor Augusto Thomazini 
Ilustração Bruno Pinhata
DIREÇÃO
Reitor Wilson de Matos Silva 
Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva 
Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 
Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
As imagens utilizadas neste livro foram 
obtidas a partir do site shutterstock.com
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação 
a Distância; MOTTA, Ivan Dias da.
 
 Direito e Desenvolvimento. Ivan Dias da Motta.
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017.
 36 p.
“Pós-graduação Universo - EaD”.
 1. Desenvolvimento econômico. 2. Economia. 3. EaD. I. Título.
CDD - 22 ed. 330
CIP - NBR 12899 - AACR/2
01
02
03
04
sumário
06| ADAM SMITH E DAVID RICARDO E A FORMULAÇÃO DA 
CONCEPÇÃO LIBERAL DE DESENVOLVIMENTO
16| O PENSAMENTO MARXISTA COMO CONTRAPONTO ÀS 
IDEIAS LIBERAIS
20| O DESENVOLVIMENTO NO PENSAMENTO DO FINAL DO 
SÉCULO XIX E INÍCIO DO SÉCULO XX
26| KEYNES E A CRÍTICA AO LIBERALISMO E O ESTADO E 
INTERVENÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 • Compreender a transição entre o individualismo mercantilista e o pen-
samento de desenvolvimento liberal na Europa em Adam Smith e David 
Ricardo no período compreendido nos séculos XVII e XVIII, bem como a 
teoria de desenvolvimento de Alexander Hamilton na aplicação de manu-
faturas nos Estados Unidos da América.
 • Compreender a teoria de desenvolvimento capitalista a partir de Karl Marx, 
a saber, a teoria da acumulação, bem como as crises do capitalismo.
 • Compreender o pensamento neoclássico implantado por volta de 1870 em 
oposição ao desenvolvimento econômico marxista.
 • Compreender a oposição ao liberalismo a partir da teoria econômica capi-
talista de John Maynard Keynes, bem como a necessidade de intervenção 
estatal para alcançar o desenvolvimento econômico.
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 • Adam Smith e David Ricardo e a formulação da concepção liberal de 
desenvolvimento
 • O Pensamento marxista como contraponto às ideias liberais
 • O Desenvolvimento no pensamento do final do século XIX e início do 
século XX
 • Keynes e a crítica ao liberalismo e o Estado e intervenção
A PROBLEMÁTICA DO DESENVOLVIMENTO E 
SUBDESENVOLVIMENTO NO PENSAMENTO ECONÔMICO ATÉ 
OS ANOS 1940
INTRODUÇÃO
introdução
A partir do final da Segunda Guerra Mundial, a teorização acerca do desenvol-
vimento econômico se aprofunda e o número da produção intelectual sobre 
o tema é volumoso. 
É um momento em que o mundo se depara com um dilema: o que realmente 
não funcionou dentro de um sistema econômico liberal e quais as contribui-
ções que a economia poderia ter dado e, supostamente, não deu para que o 
conflito não tivesse o fim trágico conhecido por todos?
Era urgente a necessidade de procurar revisar pressupostos econômicos que 
antecederam a crise e, também, estudar uma nova perspectiva para a econo-
mia a partir de um cenário: grande parte da economia mundial se encontrava 
destruída ou, na melhor das hipóteses, abalada seriamente pelas consequên-
cias desse grande conflito.
Não se tratava, contudo, apenas de abandonar o antigo e imperiosamente 
procurar a construção do novo, pois tal hipótese seria possível, uma vez que, 
quando se trata de economia, nem sempre as rupturas podem ser tão radicais 
quanto se possa desejar. Era preciso reconstruir os caminhos da teoria econô-
mica, mas, agora, com o viés do desenvolvimento. Urge salientar que nem todo 
avanço na economia significa, necessariamente, avanços de desenvolvimen-
to econômico e, mais ainda, a partir da perspectiva adotada após a Segunda 
Guerra Mundial, seria necessário pensar novas perspectivas para a ideia de 
desenvolvimento econômico, por exemplo, associar, de forma inexorável, o de-
senvolvimento social e tecnológico.
Nesse sentido, o presente estudo tem o objetivo de realizar uma revisão 
bibliográfica, buscando situar, no contexto da Teoria do Desenvolvimento 
Econômico até a década de 40, a nossa temática. Para tanto, o nosso ponto de 
partida é o mercantilismo. Contudo, nossa preocupação com o tema se refere às 
questões mais recentes, do final dos anos quarenta em diante. Por isso, a discus-
são anterior a essa data não será demorada, preocupar-nos-emos tão somente 
com os seus aspectos mais relevantes.
Pós-Universo 6
ADAM SMITH E DAVID RICARDO 
liberal de desenvolvimento
e a formulação da concepção 
Pós-Universo 7
É difícil discutir a Teoria Clássica sem partir do mercantilismo, isso porque os clássicos 
vão propor uma forma de enriquecer a nação totalmente diferente do que propu-
nha o pensamento econômico do período mercantilista.
O mercantilismo organizava-se conforme os interesses dos comerciantes, os quais 
estavam sob a estreita observação do Estado, que impunha uma severa regulamen-
tação às atividades econômicas. Controlava-se o comércio internacional, objetivando 
manter um equilíbrio nas cotas de importação e exportação; definia-se o nível de 
liquidez do mercado, fiscalizando a quantidade de metal em giro; incentivava-se o cres-
cimento populacional, desejando-se, a longo prazo, uma mão de obra abundante para 
diminuir as despesas com salários; por fim, impunha-se uma férrea vigilância sobre as 
colônias, coibindo-lhes qualquer atividade comercial que não fosse com a metrópole.
O mercantilismo é definido como um conjunto de ideias e mecanismos de 
intervenção econômica predominante entre os séculos XV e XVIII. Tal prática 
foi o centro da estruturação econômica dos Estados europeus, que passa-
ram a intervir de maneira efetiva na economia com o intuito de garantir um 
acúmulo de riquezas e a subsistência de seus poderes.
Fonte: Falcon (1993).
quadro resumo
O Estado foi, assim, o gestor das atividades econômicas. Tal situação era do agrado dos 
comerciantes, pois estes entendiam que uma autoridade central seria útil na defesa dos 
seus interesses, na medida em que ela lhes proporcionava proteção contra a concorrência.
A explicação para a existência de um Estado forte é dada, por um lado, pela ne-
cessidade de se romper com os vestígios da ordem feudal. Por outro lado, estava-se 
na fase da constituição dos Estados nacionais, o que implicava, necessariamente, um 
poder centralizado.
Dessa forma, a ação econômica que não acontecesse no âmbito dos interesses 
estatais estava fundada a ter pouco sucesso. Contudo havia uma simbiose entre os in-
teresses do Rei e os dos comerciantes. As grandes navegações, por exemplo, ao mesmo 
tempo em que simbolizavam o poder de uma nação forte, econômica e militarmente, 
demonstravam, também, a grandeza do comércio privado de uma classe comercial 
em ascensão. A produção e o comércio do açúcar na América Central e no Brasil são 
exemplos claros da junção dos interesses do Estado e os dos mercantilistas privados.
Pós-Universo 8
Podemos concluir que o desenvolvimento econômico, para os mercantilistas, só 
poderia acontecer por meio das trocas internacionais, cuja finalidade era ampliar o 
comércio internacional para acumular riquezas, principalmentemetal precioso, sob 
os auspícios de um Estado interventor.
Assim sendo, enquanto vigorou o mercantilismo, a filosofia individualista clássica 
debateu-se, de forma lenta e silenciosa, contra a antiga visão paternalista de mundo. 
Saiu vitoriosa, porque o individualismo refletia a necessidade de uma nova ordem 
econômica (HUNT; SHERMAN, 1986).
O individualismo tinha como base a ação do homem egoísta, que, na busca de 
satisfazer suas necessidades, agia racionalmente num mercado livre. Contudo, a so-
matória dos atos individuais promovia o bem comum. Tais atos só se realizavam 
plenamente quando não estavam submetidos a mecanismos de controle e coerção. 
A liberdade, principalmente a de mercado, era a principal referência dos liberais, daí 
a necessidade de abolir as formas paternalistas de proteção, inclusive as do Estado, 
deixando que a concorrência determinasse a sobrevivência do mais forte. Hunt e 
Sherman (1986, p. 61) afirmaram que,
 “
o mercado levaria os produtores a aprimorar constantemente a qualidade 
de seus produtos e a organizar a produção de forma mais eficiente e menos 
dispendiosa possível. Todas essas ações benéficas seriam a decorrência direta 
da concorrência entre os homens egoístas, cada qual agindo em seu próprio 
interesse.
No final do século XVIII, notadamente, no último quartel, as condições materiais para 
a consolidação do classicismo estavam dadas. O processo que antecedeu a Revolução 
Industrial e a própria revolução abriram possibilidades para um rápido desenvolvi-
mento das forças produtivas. Tal desenvolvimento pode ser medido pelo número de 
invenções: no ano de 1760, foram registradas 205 patentes; em 1770, o número ele-
vou-se para 294; e em 1780, foram contabilizadas 477 patentes (BENDIX, 1956 apud 
HUNTER; SHERMAN, 1986, p. 55). E mais: a sociedade criada em 1775 entre Malthew 
Boulton e James Walt realizou a união entre a indústria e a ciência, acelerando, ainda 
mais, o desempenho da Revolução Industrial, posto que a ciência passava a ter os 
capitais necessários para as pesquisas que seriam apropriadas pelo capitalismo.
Pós-Universo 9
No plano do pensamento econômico, as maiores expressões do liberalismo são 
Adam Smith e David Ricardo. O período em que viveu Smith (1723-1790) era caracte-
rizado por um capitalismo com base na acumulação comercial, exceção feita, talvez, 
para a Inglaterra. O restante do continente europeu convivia com diversos graus de 
desenvolvimento. Tal fato levou Napoleoni (1981, p. 91) a afirmar que:
 “
o mercado levaria os produtores a aprimorar constantemente a qualidade 
de seus produtos e a organizar a produção de forma mais eficiente e menos 
dispendiosa possível. Todas essas ações benéficas seriam a decorrência direta 
da concorrência entre os homens egoístas, cada qual agindo em seu próprio 
interesse.
No entanto, não se deve esquecer que o liberalismo inglês é
 “
não só aquele permitido por uma sociedade que estabelecera formas avan-
çadas de controle do poder público ainda no século XVII, como a expressão 
de uma economia em que os interesses mercantis dominantes e os interes-
ses manufatureiros desenvolviam-se com rapidez (COUTINHO, 2013, p. 99, 
grifo nosso).
Isso significa dizer que, apesar de Smith estar fazendo referência a uma Europa com 
estágios diferentes de desenvolvimento, ele percebeu que a manufatura estava em 
um processo rápido de evolução. No entanto, o objetivo de Smith foi “ordenar o 
mundo do qual ele estava no limiar: mas a sua maior contribuição foi destruir o velho 
mundo e assim abrir caminho para o que estava por vir” (GALBRAITH, 1983, p. 54).
É nessa sociedade que o pensamento de Smith está inserido. Ele é considera-
do o continuador dos filósofos liberais que o antecederam, principalmente Locke, 
Hutccheson, Hume e Bernard de Mandeville, mas é de Hume que ele receberá fortes 
influências.
No pensamento clássico, não há, de forma acabada, uma teoria do desenvolvi-
mento. A maioria dos intérpretes do período procurou inferir da obra de Smith e de 
Ricardo uma teoria do desenvolvimento, seguindo, quase sempre, o mesmo itinerá-
rio. Isto é, buscaram entender como se deu a formação do excedente econômico1.
1 Sobre o assunto, consultar: Furtado (1963), Meier e Baldwin (1968) e Souza (1999).
Pós-Universo 10
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MAIOR DIVISÃO DO
TRABALHO
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DO MERCADO
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Figura 1 - O Liberalismo de Adam Smith
Fonte: o autor.
É possível extrair de Adam Smith uma teoria do desenvolvimento quando se tem 
como ponto de partida a divisão do trabalho. Com ela, o trabalhador passou a ter 
maior habilidade, houve uma redução do tempo de produção, foi possível que má-
quinas fossem inventadas na própria produção, devido ao conhecimento que os 
trabalhadores adquiriram com o uso e conserto dos equipamentos colocados à sua 
disposição. Isto é, o trabalho prático permitiu aos trabalhadores não só conhecerem 
os mecanismos operacionais dos seus instrumentos de trabalho, mas também con-
sertá-los e até fabricá-los. Tudo isso possibilitou um aumento da produtividade. E, 
segundo Smith, essa produtividade depende do tamanho do mercado. Em um amplo 
mercado, a divisão do trabalho é mais profunda, há mais especialistas nas diversas 
funções e, como consequência, a produtividade é maior. Aí, encontra-se, então, a 
ideia central da explicação do processo de desenvolvimento em Smith: o aumento 
de produtividade permite a elevação da taxa de lucro, que, deduzido o gasto pessoal 
do capitalista, é investido na produção, aumentando os capitais em giro. Como no 
pensamento clássico, a acumulação quase nunca encontra obstáculos ao seu cresci-
mento, o processo anterior se repete, aumentando o produto da nação. Isso implica 
dizer que o desenvolvimento é cumulativo.
Pós-Universo 11
Embora o crescimento econômico seja cumulativo, a economia poderá ingressar 
em um processo de estagnação denominado pelos clássicos de estado estacionário. 
Este acontece quando o capital de umanação aumenta continuamente, proporcio-
nando uma alta taxa de lucro. Como consequência, essa alta é acompanhada do 
aumento das taxas de salários, já que a magnitude dos salários depende do volume 
do capital. Contudo, toda vez que os capitais aumentam, há uma tendência de acir-
rar-se a concorrência entre os capitalistas. Cada um deles tenta baixar os seus preços 
para vencer o concorrente; com isso, a taxa geral de lucro diminui. Com os lucros em 
queda, o capitalista diminui os preços dos salários, objetivando compensar a queda 
do lucro.
Se, por um lado, há queda na taxa de lucros e salários; por outro, estimula-se o 
uso intensivo de recursos naturais, no período de expansão econômica, causando 
seu esgotamento. Dessa forma, o esgotamento das riquezas naturais, aliado à queda 
nas taxas de lucros e de salários, acelera a vinda do estado estacionário, impossibili-
tando o desenvolvimento. A superação só se dará com a descoberta e a ocupação 
de novas terras, quando, então, todo o processo se repete.
O segundo economista da Escola Clássica é David Ricardo (1772-1823). 
Diferentemente de Adam Smith, que foi um acadêmico, Ricardo foi um prático. 
Desde cedo, dedicou-se aos negócios financeiros. Aos vinte anos, já havia constituí-
do fortuna. A prática empreendida por Ricardo foi uma espécie de militância, posto 
que ele exerceu cargo político no Parlamento inglês. Tal prática, aliada à teoria, vai in-
fluenciar na divulgação do liberalismo econômico. Denis (1975, p. 350), ao estudar o 
pensamento ricardiano, afirmou que “no plano prático Ricardo teve uma influência 
considerável na medida em que foi o promotor do liberalismo econômico e parti-
cularmente da política livre-cambista que a Grã-Bretanha adotou nos meados do 
século XIX e pôs em prática até 1914”.
A grande obra de Ricardo, Princípios de Economia Política e Tributação, surge 
em 1817. Nos seus Princípios, mantém um constante “diálogo” com Smith, ora para 
confirmar, ora para negar os seus escritos. Continuador da tradição clássica, vai dar 
à Economia Política um caráter mais profundo e demonstrar um esquema analítico 
mais interativo, no que diz respeito à articulação entre os agregados macroeconô-
micos presentes no livro.
Pós-Universo 12
Em Ricardo, a teoria do desenvolvimento está, também, dispersa na obra Princípio 
de Economia Política e Tributação. Ele, como os demais pensadores clássicos, de uma 
forma geral, reconhece a existência de três classes sociais em uma nação: a dos capita-
listas, a dos proprietários de terras e a dos trabalhadores. É entre essas três classes que o 
produto nacional se reparte. Segundo os clássicos, a renda que se reparte entre as classes 
sociais tem significados diferentes. Os proprietários da terra recebem, pelo seu aluguel, 
renda da terra, os trabalhadores recebem salários e os capitalistas recebem lucros, por 
terem adiantado o capital inicial para os produtores. Continuando, Ricardo nos diz que, 
em uma dada sociedade, a totalidade da renda em circulação é a renda bruta. Desta, de-
rivou-se o conceito de renda líquida. Colocando em outros termos: Ricardo denominou 
de renda bruta o valor final de toda a produção de uma nação em um ano. Renda líquida, 
por sua vez, é o resultado da renda bruta menos o valor dos produtos que mantêm os 
trabalhadores mais o estoque de capital.
No tocante ao desenvolvimento econômico, é o conceito de renda líquida que in-
teressa. Quanto maior for a renda líquida, maior a possibilidade de desenvolvimento 
- isso porque a renda líquida é um importante excedente econômico. Contudo, ela só 
promoverá o desenvolvimento se for reaplicada no sistema.
No paradigma ricardiano há empecilhos ao desenvolvimento, mais especificamente 
três: a queda de produtividade, decorrente da infertilidade da terra; os custos crescen-
tes na agricultura; e, por último, o “boom” populacional.
Supõe Ricardo que a colonização de uma nação jovem se dê com a ocupação inicial 
das terras mais férteis e que estas são divididas em várias faixas de fertilidade decrescentes.
O custo de produção na primeira faixa de terra é quase inexistente. Ela vai paula-
tinamente sendo ocupada e, com o passar do tempo, torna-se inevitável a explosão 
demográfica, devido ao crescimento vegetativo e às imigrações. Uma segunda faixa é 
ocupada e, como as terras nessa segunda faixa são menos férteis que na primeira, os 
custos de produção são mais elevados, porque requerem um maior esforço para se pro-
duzir. A diferença de custos entre a segunda e a primeira faixa de terra faz surgir uma 
renda sobre a primeira que Ricardo denominou Renda Diferencial da Terra. Continuando 
a pressão demográfica, pelos motivos já explicitados, outra porção de terra mais no in-
terior é ocupada. Os custos de produção nessas são mais elevados do que nas duas 
anteriores, assim, surge uma nova renda da terra com relação a segunda faixa anterior-
mente ocupada. O processo continua até a ocupação da última faixa de terra, a menos 
fértil entre todas. Isso significa dizer que o custo de produção é o mais elevado possí-
vel, implicando em uma alta renda. Só que, agora, Ricardo vai denominar de Renda de 
Monopólio a renda gerada a partir da ocupação da última faixa de terra.
Pós-Universo 13
Ao produzir com um maior custo, o produtor vende seus produtos pelo maior 
preço de mercado e, se esses produtos tiveram uma boa aceitação, todos os outros 
produtores das faixas de melhor fertilidade do que a última irão elevar os preços dos 
seus produtos até igualá-los com os preços dos produtos da última faixa, de menor 
produtividade, surgindo, então, uma renda que não decorreu, segundo Ricardo, da 
diferença de fertilidade das terras, mas sim, do preço da última faixa da terra, ou da 
especulação decorrente do aumento de preço das terras férteis, que acompanha-
ram, sem nenhum motivo, a elevação dos preços da camada de terra menos fértil. 
Ricardo a denominou Renda de Monopólio.
É possível, então, inferir que, sendo os custos crescentes, há uma tendência de 
queda da taxa de lucro na economia, pois custos crescentes implicam lucros decres-
centes. Além disso, como os custos são elevados no setor primário, principalmente 
os das matérias-primas, a produção na indústria também se fará com elevadas des-
pesas, caindo, também, a sua margem de lucro. Com uma queda generalizada do 
lucro no sistema, a crise se instala. Essa crise leva a um estado estacionário, no qual 
o crescimento econômico é nulo.
Saindo do mundo europeu, vamos encontrar, nos Estados Unidos da América, se 
não uma teoria do desenvolvimento econômico, uma política econômica que, nas 
suas linhas gerais, é uma afronta ao pensamento liberal ou, mais especificamente, à 
Escola Clássica.
Essa política econômica foi posta em prática por Alexandre Hamilton, membro do 
secretariado do Presidente Washington. Hamilton era jurista e, desde cedo, foi portador 
da confiança do Presidente dos Estados Unidos, ao lado do qual participou da cam-
panha da Independência, como comandante de uma unidade de artilharia. Em 1782, 
foi eleito para o Congresso americano. Em 1789, foi nomeado Secretário do Tesouro.
As datas nos lembram de que o liberalismo era dominante no centro da economia 
mundial da época. E é justamente nesse período que desponta a política econômi-
ca que constituiu a base do desenvolvimento americano, política essa de caráter 
nacionalista e intervencionista. Enquanto Secretário do Tesouro, Hamilton tinha que 
prestar conta de suas atividades ao Congresso e o fazia em forma de relatórios. Em um 
destes, que tinha apresentado em 5 de dezembro de 1791, como Relatório Sobre as 
Manufaturas, Hamilton consubstancia toda uma política de desenvolvimento de caráter 
protecionista, fortemente estatal, cuja finalidade última era estabelecer um parque 
manufatureiro nos Estados Unidos, país com uma economia baseada na agricultura.
Pós-Universo 14
Logo no início do relatório, Hamilton refuta osargumentos dos que são contra o es-
tabelecimento de um parque manufatureiro, notadamente os dos agricultores, os quais 
afirmavam que as manufaturas eram menos produtivas do que a agricultura, por isso, 
não geravam valor além daquele suficiente para se reproduzir, ou seja, a quantidade de 
valor incorporado à economia pelas manufaturas não ia além do valor inicial do capital 
empregado e da subsistência dos trabalhadores manufatureiros - daí achar perda de 
tempo insistir no estabelecimento de manufaturas. Hamilton, ao rebater tais argumen-
tos, demonstrou que, com as manufaturas, o valor da produção aumenta por vários 
motivos, dentre eles, há uma maior divisão do trabalho na atividade manufatureira, o uso 
de máquinas, o engenho do trabalhador, o emprego de mulheres e crianças (obviamen-
te, pagando menores salários) e o trabalho em turnos, esses fatores fazem aumentar a 
produtividade, proporcionando um maior produto líquido nacional. Segundo Hamilton,
 “
[...] pode-se ter como certo que as manufaturas abrem à aplicação do engenho 
humano um campo mais amplo do que a agricultura. Não será difícil concluir 
que o trabalho empregado nas manufaturas, sendo, por sua vez, mais cons-
tante, uniforme e engenhoso do que o empregado na agricultura, é também 
mais produtivo (apud DENIS, 1975, p. 39).
Quanto ao excedente produzido pelas manufaturas, Hamilton é taxativo: “em geral é 
muito menos difícil inferir que o produto líquido do capital investido em empresas ma-
nufatureiras é maior que o capital investido na agricultura” (apud DENIS, 1975, p. 40).
Após rebater todos os argumentos dos agricultores, Hamilton procura mostrar 
a importância das manufaturas para a economia americana. Elas proporcionam um 
maior uso de máquinas do que o setor agrícola, aumentando, com isso, o produto 
geral da nação; possibilitam uma diversificação do mercado interno, que, se antes 
possuía só produção agrícola, agora, pode contar com os produtos manufatura-
dos; diminuem as importações, o que é prejudicial ao país; aumentam o mercado 
de trabalho; também, proporcionam maior demanda para os produtos agrícolas, di-
namizando o mercado interno. Hamilton, no tocante ao mercado interno, chega a 
afirmar que “para se criar tal mercado interno não há outro recurso senão promover 
os estabelecimentos manufatureiros” (apud DENIS, 1975, p. 50).
Para viabilizar o parque manufatureiro, contudo, o relatório apresenta algumas 
sugestões: tarifas alfandegárias protecionistas, proibição de exportação de maté-
rias-primas, subsídios financeiros, prêmios, isenção tarifária nas importações de 
matérias-primas para as manufaturas nacionais, melhoria nos transportes e sua agi-
lização. O que chama a atenção no relatório é a indicação da presença do Estado 
Pós-Universo 15
e a proteção que este dá ao mercado contra a concorrência. Com outras palavras: 
Hamilton não admitia a liberdade de comércio nos moldes do pensamento liberal 
clássico, deixando que a “mão invisível” organizasse um parque manufatureiro. Se o 
mercado americano ficasse desprotegido fatalmente, as manufaturas estrangeiras 
(leia-se inglesas) aniquilariam qualquer tentativa de constituição de empresas fabris.
Algumas passagens do relatório nos permitem verificar a importância da inter-
venção governamental, notadamente com o objetivo de incentivar as manufaturas 
e protegê-las. Conforme Hamilton nos ensina, para produzir o quanto antes as mu-
danças desejáveis, são necessários, pois, o estímulo e o patrocínio do governo.
MANUFATURA
ALEXANDER HAMILTON
DINAMIZAÇÃO DO
MERCADO
MAIOR DIVISÃO
DO TRABALHO
AUMENTO DA
PRODUÇÃO GERAL
CRESCIMENTO DO MERCADO
DE TRABALHO
DIMINUI IMPORTAÇÃO
DIVERSIFICAÇÃO
DO MERCADO INTERNO
MAIOR DEMANDA DE
PRODUTOS AGRÍCOLAS
MANUFATURA
ALEXANDER HAMILTON
DINAMIZAÇÃO DO
MERCADO
MAIOR DIVISÃO
DO TRABALHO
AUMENTO DA
PRODUÇÃO GERAL
CRESCIMENTO DO MERCADO
DE TRABALHO
DIMINUI IMPORTAÇÃO
DIVERSIFICAÇÃO
DO MERCADO INTERNO
MAIOR DEMANDA DE
PRODUTOS AGRÍCOLAS
Figura 2 - A Manufatura em Alexander Hamilton
Fonte: o autor.
Em outra passagem, diz Hamilton que
 “
Os iniciadores de uma nova manufatura não apenas têm que vê-las com as 
desvantagens naturais de uma empresa nova, mas também com as gratifi-
cações e remunerações dadas por outro governo. Para poderem competir 
com sucesso, é evidente que a intervenção e ajuda do seu próprio governo 
é indispensável (apud DENIS, 1975, p. 62).
A conclusão que se pode tirar do relatório de Hamilton é que esse foi um instrumento 
de política econômica que permitiu aos Estados Unidos desenvolver uma economia 
forte, devido à proteção dada ao mercado interno. Essa economia tem como base a 
industrialização em grande escala, que aconteceu a partir do século XlX.
Pós-Universo 16
O PENSAMENTO MARXISTA 
liberais
como contraponto às ideias 
Pós-Universo 17
Voltando ao pensamento econômico europeu, notadamente ao marxismo, o que 
existe é uma teoria do desenvolvimento capitalista, mais especificamente, uma teoria 
da acumulação. Assim, o que o marxismo explica são as crises do capitalismo, suas 
contradições e a presumida derrocada final desse modo de produção.
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CRESCIMENTO PELA ACUMULAÇÃO DE RIQUEZAS:
KARL MARX
- EXPLORAÇÃO DO TRABALHADOR GERA A MAIS VALIA
- A MAIS VALIA RESULTA EM UM EXCEDENTE
- ESSE EXCEDENTE PERMITE A PILHAGEM
- PORTANTO QUANTO MAIOR A TAXADA
 MAIS VALIA, MAIOR O DESENVOLVIMENTO
 CAPITALISTA
Figura 3 - A Acumulação de Riquezas em Karl Marx
Fonte: o autor.
Diversas partes d’O Capital podem ser sistematizadas com o intuito de se chegar 
a uma “teoria do desenvolvimento”. No livro primeiro, volume dois (O processo de 
produção do capital), e no terceiro (O processo global da produção capitalista), en-
contramos as principais ideias acerca do desenvolvimento. Junte-se a esses livros o 
texto Manifesto Comunista de 1848.
Lenine escreveu a respeito desta última obra de Marx:
Esta obra expõe, com uma clareza e um vigor geniais, a nova concepção do 
mundo, o materialismo consequente aplicado também ao domínio da vida 
social, a dialéctica como a doutrina mais vasta e mais profunda do desenvolvi-
mento, a teoria da luta de classes e do papel revolucionário histórico universal 
do proletariado, criador de uma sociedade nova, a sociedade comunista.
Fonte: Lenine (1980).
saiba mais 
Pós-Universo 18
Na perspectiva marxista, a acumulação capitalista, no início, foi precedida por um pro-
cesso prévio de expropriação de terras, riquezas naturais e por pilhagem de diversas 
naturezas. Essa pilhagem ficou conhecida como acumulação primitiva. Foi com esse 
processo que se formou o estoque de capital necessário ao desenvolvimento capita-
lista. Com essa prévia acumulação de estoque, foi possível realizar os investimentos 
necessários para fazer funcionar a acumulação. O total de capital investido deve per-
mitir gerar uma quantidade de produtos que exceda o consumo dos trabalhadores 
e gere um excedente desse produto, sendo que parte desse excedente será reinves-
tida na produção e outra parte será destinada aos gastos pessoais dos capitalistas.
O excedente gerado, conforme o processo anteriormente descrito, só é possível 
com a exploração do trabalho. O trabalhador, durante o processo de trabalho, deve 
produzir uma quantidade de valor que permita ao capitalista repor os custos de pro-
dução (salários, desgaste com o capital e o próprio capital empregado inicialmente) e 
produzir um plus de trabalho adicional. A esse adicional, Marx denominou mais-valia, 
ou seja, a parte do trabalho não pago. Podemos deduzir que o desenvolvimento capi-
talista vai depender do “quantum” que a mais-valia possibilita acumular. Colocando em 
outros termos: quanto maior for a taxa da mais-valia, maior será o desenvolvimento ca-
pitalista. Para Marx, a taxa de mais-valia é resultante da fórmula S/V, em que S é o total 
de mais-valia e V é o capital variável empregado na produção, ou seja, o total de capital.
O capitalista, durante o processo de produção, usa vários artifícios com a intenção 
de extrair o maior percentual possível de mais valia. Um dos artifícios é aumentar a 
jornada de trabalho (mais-valia absoluta), outro é a introdução de máquinas e equi-
pamentos modernos (mais-valia relativa), com o objetivo de facilitar e aumentar a 
produtividade do trabalho. Percebe-se que o capitalista, ao aumentar a produtivida-
de, aumenta, também, a participação do capital constante na produção.
Para o capitalista, o que interessa é a taxa de lucro, daí o desejo de sempre au-
mentar o capital constante. O capital variável, por sua vez, perde sua participação 
relativa no processo de produção. Isto é, diminui o percentual da mão de obra as-
salariada no setor produtivo ou, o que é a mesma coisa, com o aumento de capital 
constante, diminui o número de trabalhadores empregados. Estes, em um primei-
ro momento, podem ser alocados com outros ramos da economia. Contudo, com o 
passar do tempo, o número de trabalhadores que irá engrossar as fileiras do Exército 
Industrial de Reserva aumenta - isso é possível porque o desemprego é de caráter 
estrutural, é desemprego tecnológico. E a rapidez do desemprego será tão maior 
quanto mais rápido for o aumento do capital constante.
Pós-Universo 19
Dessa forma, o sistema evidencia a formação de um stock constante de capital 
humano ou Exército Industrial de Reserva. Ao aumentar o stock, este constitui uma 
ameaça para os trabalhadores empregados, na medida em que os patrões podem 
usar o contingente da reserva como uma forma de pressão para baixar salários. Não 
podemos nos esquecer de que, no período em que Marx viveu, a mercadoria salário 
estava, como todas as mercadorias, sujeita à concorrência.
Com a compressão para baixa dos salários, devido ao desemprego tecnológi-
co e pela constante “ameaça” do Exército de Reserva, há uma inevitável diminuição 
na demanda efetiva. Assim, não há venda de mercadoria, isto é, a mercadoria não 
se realiza. Como corolário, o que se tem é uma queda tendencial da taxa de lucro, 
advindo daí as crises.
Embora as crises capitalistas, no modelo marxista, sejam inevitáveis, elas podem 
ser adiadas. Estamos nos reportando ao fato de que o comércio internacional pode 
superar os momentos mais graves das crises ou podem favorecer um melhor pro-
cesso de acumulação, empurrando as crises para um período mais distante.
As trocas internacionais possibilitam que os países mais desenvolvidos acumu-
lem riquezas com a exportação de mercadorias e de capital financeiro. A exportação 
de capital financeiro gera obrigações nos países tomadores de empréstimos, em 
forma de pagamento de juros da dívida. Esses lucros são incorporados à economia 
dos países que fazem o empréstimo, gerando neles mais empregos, minimizando ou 
afastando as crises. Além disso, o pagamento de know-how e royalties pelos países 
atrasados são formas sofisticadas de acumular riquezas por parte dos grandes im-
périos econômicos.
Segundo alguns marxistas – Lenin, Baran e Swezee são partidários dessa explica-
ção –, as transações internacionais entre os países periféricos e centrais estabelecem 
uma situação de dependência para os países periféricos: dependência econômica e 
política. Essa situação dificulta o desenvolvimento dos países periféricos.
Pós-Universo 20
O DESENVOLVIMENTO NO 
e início do século XX
pensamento do final do século XIX 
Pós-Universo 21
Por volta de 1870, um grupo de economistas, ante as transformações capitalistas do 
mundo europeu, rompe com as explicações clássica e marxista do desenvolvimento 
econômico - são os neoclássicos. Na época do início da interpretação neoclássica, o 
mundo europeu havia desenvolvido boas condições econômicas. O pleno emprego 
parecia ser uma meta possível, o desenvolvimento tecnológico contrariava as “pro-
fecias” marxistas e o ritmo de crescimento dava a ideia de que não haveria maiores 
crises que pudessem abalar a “ordem natural” do desenvolvimento capitalista.
Devido à boa situação econômica europeia, os pensadores neoclássicos preocu-
param-se com o estudo da economia nos aspectos de curto prazo. Então, o objetivo 
primordial das análises dos neoclássicos centrou-se nos problemas econômicos loca-
lizados em um momento particular do tempo. Isso significa dizer que eles estavam 
mais preocupados com as transformações conjunturais e, em menor escala, com as 
mudanças a longo prazo. Contudo, é possível fazer uma exceção a essa regra: eles 
realizaram o estudo do juro tendo em conta o longo prazo. O estudo do juro, confor-
me observaram Baldwin e Meier (1968), ligou o presente e o futuro no pensamento 
neoclássico.
O estudo da taxa de juros possibilitou a teorização acerca da acumulação de 
capital. Para os pensadores neoclássicos, a taxa de juros e o nível de renda determi-
nam a taxa de poupança. Eles entendiam que o futuro é incerto e, por isso, é preferível 
possuir uma certa quantidade de dinheiro hoje do que uma quantidade maior no 
futuro. Isto é, um investidor deve ter a certeza de que ao investir R$ 1,00 hoje, ele re-
ceberá R$ 1,05 no próximo ano, ou seja, receberá 5% a mais do que foi inicialmente 
investido.
Os neoclássicos raciocinavam, ainda, que quanto maior for a poupança no presen-
te, maior será a preferência pelo rendimento atual. Assim, é cada vez mais necessária 
umaelevada taxa de juros para garantir uma maior taxa de poupança. Em outras 
palavras, um poupador só poupa hoje – e essa poupança se torna investimento no 
presente –, se houver garantia de um retorno maior no futuro, compensando, dessa 
forma, a poupança realizada no presente. Assim, como a taxa de juros determina a de 
poupança, perceberam eles que tal taxa também determina a taxa de investimento. 
É a partir dessas, digamos, premissas, que os neoclássicos explicam a acumulação.
Pós-Universo 22
Na teoria Neoclássica, há algumas premissas que facilitam o entendimento do de-
senvolvimento que pode ser explicado da seguinte forma: um investidor, desejando 
elevar constantemente os lucros, compra ativos de capital, desde que a produtivi-
dade marginal do capital seja maior do que o custo. Para tanto, é necessário que 
se tenha uma baixa taxa de juros no sistema; caso contrário, haverá inibição de in-
vestimentos, posto que os investidores deslocarão suas rendas para os setores que 
propiciarem uma maior taxa de juros. Os juros no sistema podem ser diminuídos, de 
um lado, pela oferta de capital e, de outro, pelas altas taxas de investimentos, que 
elevam os preços dos bens de capital.
Explicitadas as premissas do desenvolvimento no pensamento neoclássico, note-se, 
então, que a explicação do processo de acumulação segue a seguinte lógica: inicialmen-
te, supõe-se uma melhoria no nível da técnica. Como consequência, há um aumento 
nos investimentos, o que é fundamental para a acumulação. Com isso, cresce a demanda 
por bens de capital, elevando-se os preços desses produtos, já que os fatores de pro-
dução alocados na fabricação de tais bens são escassos. As elevadas taxas de juros e o 
aumento dos preços dos bens de capital diminuem os investimentos, restringindo-os 
aos projetos mais rentáveis. Quando tais projetos são finalizados, tanto a taxa de juros 
quanto os preços dos bens de capital caem, sobrando para investimento os projetos 
de pouca rentabilidade, mas que, com o passar do tempo, tornam-se mais lucrativos, 
permitindo uma maior acumulação. Contudo, devido à tendência de queda na taxa de 
juros, a acumulação tende a entrar no estado estacionário. Nesse momento, o sistema 
encontra dificuldades para propiciar um bom nível de desenvolvimento.
Ainda conforme o pensamento neoclássico, existe também outra maneira de a 
acumulação se viabilizar: quando há um aumento na oferta de trabalhador, ou seja, 
quando a oferta de mão de obra for elástica, esse aumento deve acontecer sem 
alterar a massa monetária no sistema, sem emissão de dinheiro. Com o aumento da 
oferta de trabalho, há uma tendência de diminuírem os salários, o que é bom para os 
empresários. Nesse momento, os produtores preferem que o processo de acumula-
ção se dê pelo lado do trabalho, porque terão suas despesas diminuídas, devido aos 
baixos salários, e, obviamente, serão aumentados os seus lucros.
 Os neoclássicos entendem, ainda, que a tecnologia é um fator importante no 
aumento da renda de um país. Quando novas melhorias acontecem nos métodos 
de fabricação, os custos são reduzidos, os produtores se sentem encorajados a au-
mentarem as quantidades produzidas e, como consequência, toda a economia se 
dinamiza, porque maior produção significa maiores investimentos e mais poupança.
Pós-Universo 23
No pensamento econômico neoclássico, o desenvolvimento econômico é gradual 
e contínuo. A economia está em contínuo equilíbrio. Dessa forma, o desemprego 
é esporádico. O estado estacionário pode ser afastado com o uso da tecnologia. É 
uma teoria otimista.
Divergindo dos neoclássicos, um pensador no final do século passado e início do 
presente século elabora uma das mais intrigantes explicações do desenvolvimento 
econômico - estamos nos referindo a Joseph Alois Schumpeter (1883-1950).
BUSCA DO LUCRO PELO
EMPRESÁRIO DESENCADEIA
INOVAÇÕES NA PRODUÇÃO
E NOVAS INDÚSTRIAS 
ABERTURA DE CRÉDITO
BANCÁRIO PARA
EMPRESÁRIOS AUMENTA
DEMANDA AGREGADA
DA ECONOMIA
CRIAÇÃO DE NOVOS MERCADOS
FAZ COM QUE AS INDÚSTRIAS
SE ADEQUEM E MANTENHAM
A CONCORRÊNCIA
O LUCRO DE CADA EMPRESA IRÁ
SE ESPALHAR PELO MERCADO
MANTENDO O CRESCIMENTO
ECONÔMICO
JOSEPH ALOIS SCHUMPTER
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Figura 4 - Lucro, Crédito e Mercado em Joseph Alois Schumpter
Fonte: o autor.
Schumpeter presenciou as grandes transformações que marcaram o seu tempo. 
Vivenciou o tumultuado fin-de-siècle, a Primeira Guerra Mundial, a Depressão de 
Trinta, a Segunda Guerra Mundial e, finalmente, a recuperação pós-guerra. Todo esse 
cenário lhe forneceu os elementos empíricos necessários à explicação do desenvol-
vimento econômico contido na sua obra A Teoria do Desenvolvimento Econômico, 
publicada em 1909.
Na teoria schumpeteriana, encontramos, inicialmente, um rompimento teórico 
com os economistas neoclássicos. O autor não concorda que o desenvolvimento seja 
harmônico e gradual, conforme pensavam os economistas neoclássicos. Para ele, o 
processo de desenvolvimento apresenta momentos de prosperidade e de depressão.
Pós-Universo 24
Para Schumpeter, a figura central envolvida no processo de desenvolvimento é 
o empresário, porém, o empresário inovador. Este não é, necessariamente, o proprie-
tário da empresa, ou seja, o capitalista, mas pode ser um representante. Reconhece 
o autor que, às vezes, a posição de proprietário se confunde com a do seu proposto 
ou com a função diretiva; contudo, o mais importante é que o empresário seja um 
inovador. Por isso, o empresário deve ser um homem motivado e talentoso, para de-
tectar as oportunidades no mundo dos negócios. Além do mais, na concepção de 
Schumpeter, a busca de lucro por parte do empresário não é motivada somente por 
razões econômicas, mas também por questões subjetivas inerentes ao ser humano, 
como vontade de conquistas, desejo de fundar uma dinastia e a satisfação com o ato 
de criar. São as condições subjetivas apontadas por Baldwin e Maier (1968, p. 124).
As inovações, conforme Schumpeter, ocorrem quando há novos arranjos nos 
fatores de produção. Como decorrência, há a introdução de um novo bem no mercado, 
descobre-se um novo método de produção, abre-se um novo mercado e reorgani-
zam-se novas indústrias.
Na visão schumpeteriana, toda inovação suscita o problema do financiamento, 
isso porque o empresário inovador deve construir as instalações para possibilitar a 
existência da inovação, o que requer um poder de compra novo, que se adiciona ao 
conjunto da economia, ou seja, aumenta a demanda agregada, porque as inovações 
implicam novos investimentos e consumo. Então, para viabilizar as inovações, é ne-
cessário o crédito bancário.
No paradigma schumpeteriano, não existe poupança prévia que se transforme 
em investimentos inovadores, porque o seu modelo de desenvolvimento tem como 
referência inicial uma economia no estado estacionário. Daí a necessidade do crédito 
bancário, que funcione como start na economia.
Nesse sentido, devemos notar que por meio da participação do crédito no pro-
cesso de desenvolvimento econômico é que se pode afirmar a irregularidade do 
desenvolvimento e isso se dá porque o crédito pode ser aumentado ou diminuído. 
Colocado o crédito à disposição do empresário inovador; o que se espera é a obten-
ção de lucros decorrentes das inovações empresariais.
Pós-Universo 25
Nesse sentido, Napoleoni (1990, p. 52) observou que:
 “
O exemplo maisóbvio de inovação que dá lucro é o da produção de um bem 
de uso comum a um custo unitário menor do que o de qualquer outra firma 
e isto porque se usa na sua produção um método novo que comporta por 
unidades de produtos uma quantidade menor de um ou de todos os fatores.
Assim sendo, o empresário comprará os meios de produção de que necessita a preços 
de mercado, ou seja, a preços com que operam as velhas empresas, fará algumas 
inovações durante a produção e venderá o seu novo produto, também, a preços de 
mercado, quase sempre elevados. Como houve uma diminuição de custos devido à 
inovação, a diferença entre o preço de mercado e os custos é o lucro. Podemos, então, 
dizer que a inovação possibilitou diminuir custos e elevou a produtividade, aumen-
tando, com isso, a receita do empresário inovador.
Finalmente, no que diz respeito ao de-
senvolvimento econômico, deve-se 
levar em conta que o lucro que 
surge em uma firma tende a se 
generalizar por todo o sistema 
devido à concorrência entre 
as empresas. Estas tenderão a 
manter um nível de tecnolo-
gia semelhante para melhor 
concorrerem. Aliás, a concor-
rência, para Schumpeter, se 
dá entre as firmas inovadoras 
e as firmas velhas, sendo assim, 
essa relação é, para ele, a verdadeira 
concorrência.
Pós-Universo 26
KEYNES E A CRÍTICA 
intervenção
ao liberalismo e o estado e 
Pós-Universo 27
Seguindo na linha de divergências com os clássicos, em 1936, o economista inglês J. 
M. Keynes publica A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, ou simplesmen-
te A Teoria Geral, como se tornou conhecida a obra.
Os fatos econômicos que se desenrolaram desde o final da década de vinte e 
início dos anos trinta colocaram em dúvida alguns dos postulados dos economistas 
clássicos. Os acontecimentos da época, como queda no emprego e superprodução, 
mostraram que não ocorria, na prática, uma regulação automática do mercado nem 
uma demanda correspondente à oferta, advindo daí uma superprodução, ou seja, 
não se verificava a premissa da Lei de Say de que a oferta gerava a própria demanda.
Dessa forma, para se contrapor aos clássicos e para mostrar o funcionamento de 
uma moderna economia capitalista, Keynes escreveu A Teoria Geral. Logo no pri-
meiro capítulo do livro 1, que mal passa de dez linhas, o autor já mostra, com muita 
clareza, a sua posição em relação aos clássicos.
 “
DANDO A ÊSTE (sic) livro o título de Teoria Geral do Emprego, do Juro e do 
Dinheiro, pretendo destacar a palavra geral com o intuito de fazer ressaltar 
o contraste entre os meus argumentos e conclusões e os da teoria clássica 
em que me formei, e que governa o pensamento econômico, tanto prático 
como teórico, dos meios académicos e dirigentes desta geração, tal como 
os dominou no curso dos últimos cem anos. Demonstrarei que os postula-
dos da teoria clássica se aplicam apenas a um caso especial e não ao caso 
geral, pois a situação que ela supõe se acha no limite das situações de equi-
líbrio possíveis. Além disso, as características desse caso especial não são as 
da sociedade econômica em que realmente vivemos de modo que os en-
sinamentos daquela teoria resultariam ilusórios e nefastos se tentássemos 
aplicar as suas conclusões aos fatos da experiência (KEYNES, 1964, p. 20).
Pós-Universo 28
QUANTIDADE DE EMPREGO
DEPENDE DA RENDA NACIONAL
RELAÇÃO ENTRE
DEMANDA E PLENO EMPREGO
INTERVENÇÃO ESTATAL
AUMENTARIA DEMANDA EFETIVA
JOHN MAYNARD KEYNES
RENDA =
CONSUMO + INVESTIMENTO
PROMOÇÃO DA MELHOR 
DISTRIBUIÇÃO DE RECURSOS
QUANTIDADE DE EMPREGO
DEPENDE DA RENDA NACIONAL
RELAÇÃO ENTRE
DEMANDA E PLENO EMPREGO
INTERVENÇÃO ESTATAL
AUMENTARIA DEMANDA EFETIVA
JOHN MAYNARD KEYNES
RENDA =
CONSUMO + INVESTIMENTO
PROMOÇÃO DA MELHOR 
DISTRIBUIÇÃO DE RECURSOS
QUANTIDADE DE EMPREGO
DEPENDE DA RENDA NACIONAL
RELAÇÃO ENTRE
DEMANDA E PLENO EMPREGO
INTERVENÇÃO ESTATAL
AUMENTARIA DEMANDA EFETIVA
JOHN MAYNARD KEYNES
RENDA =
CONSUMO + INVESTIMENTO
PROMOÇÃO DA MELHOR 
DISTRIBUIÇÃO DE RECURSOS
QUANTIDADE DE EMPREGO
DEPENDE DA RENDA NACIONAL
RELAÇÃO ENTRE
DEMANDA E PLENO EMPREGO
INTERVENÇÃO ESTATAL
AUMENTARIA DEMANDA EFETIVA
JOHN MAYNARD KEYNES
RENDA =
CONSUMO + INVESTIMENTO
PROMOÇÃO DA MELHOR 
DISTRIBUIÇÃO DE RECURSOS
QUANTIDADE DE EMPREGO
DEPENDE DA RENDA NACIONAL
RELAÇÃO ENTRE
DEMANDA E PLENO EMPREGO
INTERVENÇÃO ESTATAL
AUMENTARIA DEMANDA EFETIVA
JOHN MAYNARD KEYNES
RENDA =
CONSUMO + INVESTIMENTO
PROMOÇÃO DA MELHOR 
DISTRIBUIÇÃO DE RECURSOS
QUANTIDADE DE EMPREGO
DEPENDE DA RENDA NACIONAL
RELAÇÃO ENTRE
DEMANDA E PLENO EMPREGO
INTERVENÇÃO ESTATAL
AUMENTARIA DEMANDA EFETIVA
JOHN MAYNARD KEYNES
RENDA =
CONSUMO + INVESTIMENTO
PROMOÇÃO DA MELHOR 
DISTRIBUIÇÃO DE RECURSOS
QUANTIDADE DE EMPREGO
DEPENDE DA RENDA NACIONAL
RELAÇÃO ENTRE
DEMANDA E PLENO EMPREGO
INTERVENÇÃO ESTATAL
AUMENTARIA DEMANDA EFETIVA
JOHN MAYNARD KEYNES
RENDA =
CONSUMO + INVESTIMENTO
PROMOÇÃO DA MELHOR 
DISTRIBUIÇÃO DE RECURSOS
QUANTIDADE DE EMPREGO
DEPENDE DA RENDA NACIONAL
RELAÇÃO ENTRE
DEMANDA E PLENO EMPREGO
INTERVENÇÃO ESTATAL
AUMENTARIA DEMANDA EFETIVA
JOHN MAYNARD KEYNES
RENDA =
CONSUMO + INVESTIMENTO
PROMOÇÃO DA MELHOR 
DISTRIBUIÇÃO DE RECURSOS
QUANTIDADE DE EMPREGO
DEPENDE DA RENDA NACIONAL
RELAÇÃO ENTRE
DEMANDA E PLENO EMPREGO
INTERVENÇÃO ESTATAL
AUMENTARIA DEMANDA EFETIVA
JOHN MAYNARD KEYNES
RENDA =
CONSUMO + INVESTIMENTO
PROMOÇÃO DA MELHOR 
DISTRIBUIÇÃO DE RECURSOS
Figura 5 - Desenvolvimento Econômico em Keynes
Keynes (1964) demonstrou que há uma relação entre demanda e pleno emprego. 
Contudo, a demanda a que se refere o autor é a demanda efetiva, ou seja, a que se 
realiza. No fundo, o que determina o emprego é a quantidade total de dinheiro co-
locada à disposição no mercado, isto é, a Renda Nacional. Para o autor, a quantidade 
total de empregos depende do volume da Renda Nacional, dos gastos que são efe-
tuados na economia. Assim, renda e gasto são iguais e esses gastos são divididos em 
despesas correntes e poupança. Entende, ainda, Keynes (1964) que as rendas não 
são gastas de uma só vez, em sua totalidade. Essa afirmação nos permite inferir que 
o consumo cresce numa proporção menor do que a renda. Desse modo, uma renda 
maior significa um consumo menor, em termos proporcionais.
Assim, as despesas totais diárias de certa comunidade não são equivalentes ao 
dispêndio total da renda dessa mesma comunidade. A renda da comunidade será 
igual ao gasto em consumo diário mais outros gastos - os quais são denominados 
investimentos. Podemos concluir que a renda é igual ao consumo mais investimen-
to. Essa afirmação pode ser expressa por meio da seguinte fórmula matemática: R= 
C+I, em que R é renda; C, consumo; e I é igual a investimento. Podemos, também, 
dizer que o nível de emprego é determinado por consumo mais investimento, ou 
seja, pelo nível da renda, o que é a mesma coisa. A poupança (P), por sua vez, é resul-
tado da diferença entre renda e consumo. Matematicamente, podemos expressá-la 
também pela fórmula: P= R-C.
Pós-Universo 29
Contudo, para Keynes (1964) é a propensão marginal para o consumo que indi-
cará qual vai ser o volume da produção a ser dividido entre investimento e consumo 
futuro. Se houver uma elevada propensão marginal a consumir, baixará o nível de in-
vestimento, porque restará pouco para poupar, e tanto o consumo quanto a renda 
diminuirão, só que a renda diminuirá em proporção menor. Nesse momento, há um 
movimento descendente, porque, baixando a renda, há uma nova queda de consumo. 
Esse movimento continuaria até que toda renda fosse consumida. Isso significa dizer 
que, quando a renda é igual ao consumo, o investimento é nulo. E, do ponto de vista 
do desenvolvimento econômico, é necessário haver investimento positivo para gerar 
emprego, o que, inevitavelmente, será acompanhado de consumo.
Segundo Keynes (1964), investimento é determinado pela eficiência marginal 
do capital e pela taxa de juro. A eficiência marginal do capital é a relação entre ren-
dimentofuturo, proporcionado por uma unidade de capital, e o custo para produzir 
tal unidade. Essa relação redunda em um coeficiente denominado taxa de descon-
to. Quanto maior for a taxa de desconto, menor será o incentivo do empresário para 
investir no presente. Assim, é desejável, para a promoção do desenvolvimento eco-
nômico, que o empresário opte mais por rendimentos no presente do que no futuro, 
para tanto, é necessário que a taxa de desconto seja a mais baixa possível.
A política de juros é um dos mais importantes instrumentos de política monetária 
keynesiana. Controlando-se a quantidade de moeda no sistema e a taxa de desconto 
oficial, as autoridades monetárias podem elevar ou diminuir as taxas de juros. O que 
Keynes pretendia com a política monetária era aumentar a eficiência marginal do 
capital. Por isso, o objetivo primeiro da política monetária é o de aumentar a oferta 
de moeda para diminuir a taxa de juro de “tal maneira que tendo em conta a curva 
da eficiência marginal do capital do momento, ele induza um fluxo de investimento 
líquido compatível com o pleno emprego” (DELFAUD, 1988, p. 67).
Ainda conforme Delfaud (1988), a redução do investimento provoca, simultanea-
mente, uma baixa da taxa de juro real e uma subida da produtividade marginal do 
capital. É, portanto, estimulada a tendência a investir, dinamiza-se o sistema.
Na perspectiva keynesiana, o desenvolvimento econômico acontece com a in-
tervenção do Estado. Keynes não acreditava que o desenvolvimento econômico se 
desse sob a autorregulação do mercado. Além disso, a intervenção estatal era um 
fator preponderante para o aumento da demanda efetiva. A ação do Estado na eco-
nomia promoveria um aumento e uma melhor distribuição de recursos, por meio 
do planejamento, objetivando superar o baixo consumo.
atividades de estudo
Neste estudo, apresentamos as principais teorias econômicas que irão predominar já a 
partir do século XIX e servir de substrato para a prevalência do liberalismo como modelo 
econômico predominante. Com base nesses fundamentos, responda as questões a seguir.
1. A máxima de Adam Smith e que norteia a defesa de sua teoria econômica, denomi-
nada de “a mão invisível da economia regularia os mercados”, quer dizer que:
a) O Estado deve interferir, como lhe convier, na economia, pois a intervenção estatal 
é necessária para garantir a negociação entre os comerciantes.
b) O Estado entra como um suporte necessário para organizar a vida em sociedade, 
contudo, como forma de garantir o maior grau de liberdade possível e necessá-
rio, ele deve se abster o máximo possível de interferir na vida dos cidadãos.
c) A intervenção estatal depende de toda uma política de desenvolvimento de 
caráter protecionista, fortemente estatal.
d) O desenvolvimento econômico é baseado na produção dos comerciantes, ou 
seja, “a mão invisível” são os recursos gerados pelos produtores agrícolas.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.
2. Quando se trata da teoria econômica de Alexander Hamilton, é possível dizer que:
a) Torna-se importante a presença do Estado e a proteção que este dá ao mercado, 
contra a concorrência, além de possuir o objetivo de incentivar as manufaturas 
e protegê-las.
b) Ela defende a ideia de que, quanto menor for a participação do Estado, melhor 
será para a atividade econômica, principalmente aquelas situadas na chamada 
“zona de risco”.
c) A acumulação capitalista foi precedida por um processo prévio de expropriação 
de terras, riquezas naturais e por pilhagem de diversas naturezas, sendo a partir 
desse processo que se formou o estoque de capital necessário ao desenvolvi-
mento capitalista.
d) A taxa de juros e o nível de renda determinam a taxa de poupança. Entendia que 
o futuro é incerto e, por isso, é preferível possuir uma certa quantidade de dinhei-
ro hoje do que uma quantidade maior no futuro.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.
atividades de estudo
3. De acordo com a teoria econômica-política defendida por Karl Marx, os problemas 
que podem advir de um crescimento econômico com fundamento na acumulação 
de riquezas são:
a) A exportação de capital financeiro gera obrigações nos países tomadores de 
empréstimos, em forma de pagamento de juros da dívida. Esses lucros são incor-
porados à economia dos países que fazem o empréstimo, gerando neles mais 
empregos, minimizando ou afastando as crises.
b) A possibilidade de um uso maior de máquinas do que o setor agrícola, aumen-
tando, com isso, o produto geral da nação.
c) A diminuição das importações, o que é prejudicial ao país, e o aumento do mercado 
de trabalho.
d) O surgimento das crises em razão da diminuição da taxa de lucro, pois devido ao 
desemprego tecnológico e pela constante “ameaça” do Exército de Reserva, há 
uma queda da demanda efetiva e consequente redução da venda de mercadorias.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.
4. John Maynard Keynes é um liberal e disso não restam dúvidas. Além disso, ele de-
senvolveu uma teoria geral que o diferencia dos demais teóricos de sua época. Um 
dos principais pensamentos de Keynes consiste em:
a) Não concorda o autor que o desenvolvimento seja harmônico e gradual. Para ele, o 
processo de desenvolvimento apresenta momentos de prosperidade e de depressão.
b) Segundo o autor, as transações internacionais entre os países periféricos e centrais 
estabelecem uma situação de dependência para os países periféricos: dependên-
cia econômica e política.
c) Um investimento determinado pela eficiência marginal do capital e pela taxa de 
juro. A eficiência marginal do capital é a relação entre rendimento futuro, proporcio-
nado por uma unidade de capital, e o custo para produzir tal unidade. Essa relação 
redunda em um coeficiente denominado taxa de desconto. Quanto maior for a 
taxa de desconto, menor será o incentivo do empresário para investir no presente.
d) Para produzir o quanto antes as mudanças desejáveis, são necessários, pois, o es-
tímulo e o patrocínio do governo.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.
resumo
Neste estudo, foi possível expor uma breve e sintética construção das principais teorias econô-
micas que moveram a sociedade dos séculos XIX e XX.
Não se pode negar que a prevalência desse pensamento e dessa construção econômica é de 
ordem liberal; no entanto, com Karl Marx apresenta a possibilidade de uma análise diferente 
desses modelos econômicos tradicionais, tomando como ponto referencial que a história da hu-
manidade é a história das lutas de classes e o grande motor é a economia.
Como é da característica do pensamento liberal clássico, o Estado entra como um suporte ne-
cessário para organizar a vida em sociedade, contudo, como forma de garantir o maior grau de 
liberdade possível e necessário, ele deve se abster o máximo possível de interferir na vida dos ci-
dadãos e admitir a máxima de Adam Smith, acreditando na “mão invisível” que move a economia 
e que, em uma relação da lei da oferta-procura, possa regular os excessos.
No entanto, na perspectiva desenvolvida por John Maynard Keynes, um liberal clássico, mas que 
constrói o seu próprio modelo econômico, o Estado precisa ser um agente ativo e participante 
diuturno da economia, principalmente em momento de crise emergente, como aquele que se 
caracteriza com o final da Segunda Guerra Mundial.
Sendo assim, é possível inferir que é necessário, para o estudante de Direito e da própria socie-
dade, reconhecer que, quando se trata de economia, duas perspectivas se apresentam: primeiro, 
se mantém na ignorância e passa a ser vítima de um processo que se torna cada vez mais incom-
preensível; ou, em uma segunda opção, busca-se uma compreensão das teorias e dos fenômenos 
econômicos e se passa a ser um agente ativo, com capacidade de fornecer instrumentos para a 
interferência, amenização e alerta quanto aos resultados que se obtém por meio da economia.
material complementar
Introdução à Teoria do Crescimento EconômicoAutor: Charles I. Jones; Dietrich Vollrath
Editora: Elsevier - Campus
Sinopse: é difícil superestimar a importância do crescimento econômico. 
O aumento de mais de dez vezes na renda dos Estados Unidos no último 
século é resultado do crescimento econômico. Este também explica 
por que as rendas per capita dos Estados Unidos e da Europa Ocidental 
são cerca de cinquenta vezes maiores que as de muitos países da África subsaariana. Desde 
meados da década de 80, o crescimento tem sido um dos campos de pesquisa mais ativos 
da teoria econômica. Contudo, embora desempenhem um papel de grande proeminência 
no discurso acadêmico e nas pós-graduações, foi apenas há pouco tempo que os avanços 
da pesquisa chegaram ao nível de ensino da graduação. Boa parte desse atraso se deve ao 
fato de que esses avanços têm sido discutidos, principalmente, em textos acadêmicos. O 
resultado é um acúmulo de publicações fascinantes, mas altamente técnicas e repletas de 
matemática - a moderna linguagem da economia. Esse livro traduz essas contribuições em 
linguagem mais acessível. As percepções fundamentais das teorias do crescimento, antigas 
e modernas, são explicadas com ênfase na economia, em vez de na matemática. Não é ne-
cessário um conhecimento muito além do cálculo ensinado pela maioria das faculdades e 
universidades, no primeiro período. Mais ainda, a maior parte da matemática necessária é 
apresentada com o modelo de Solow, no Capítulo 2; a análise dos capítulos seguintes apenas 
reutiliza essas ferramentas.
referências
BALDWIN, R. E.; MEIER G. M. Desenvolvimento Econômico. São Paulo: Mestre Jou, 1968.
COUTINHO, D. R. Direito, Desigualdade e Desenvolvimento. São Paulo: Saraiva, 2013.
DELFAUD, P. Keynes e o Keynesianismo. Editora: Publicações. Europa. Portugal. 1988.
DENIS, H. História do Pensamento Econômico. Lisboa: Editora, Livros Horizontes, 1975.
FALCON, F. Mercantilismo e transição. São Paulo: Brasiliense, 1993.
FURTADO, C. Desenvolvimento e Subdesenvolvimento. Rio de Janeiro: Ed. Paz e Terra, 1963.
GALBRAITH, J. K. O Pensamento Econômico em Perspectiva. Uma História Crítica. São Paulo: 
Edusp, 1983.
HUNT, E. K.; SHERMAN, H. J. História Pensamento Econômico. Petrópolis: Vozes, 1986.
KEYNES, J. M. Teoria Geral do Emprego, do Juro e do Dinheiro. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 
1964.
LENINE, V. I. Obras Escolhidas. São Paulo: Alfa Ômega, 1980. Volume 3.
MARX, K. O Capital. Crítica a Economia Política. São Paulo: Abril Cultural, 1983. Volumes I, II e III.
MARX, K.; ENGELS, F. A Ideologia Alemã. São Paulo: Grijalbo,1977.
NAPOLEONI, C. O Pensamento Econômico do Século XX. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
RICARDO, D. Princípios de Economia Política e Tributação. Tradução: Paulo Henrique Ribeiro 
Sandroni. São Paulo: Abril, 1982.
SMITH, A. A Riqueza das Nações. Tradução Luiz João Baraúna. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
SOUZA, N. J. Desenvolvimento Econômico. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
______. Desenvolvimento Econômico. São Paulo: Atlas, 1999.
resolução de exercícios
1. b) O Estado entra como um suporte necessário para organizar a vida em sociedade, 
contudo, como forma de garantir o maior grau de liberdade possível e necessário, 
ele deve se abster o máximo possível de interferir na vida dos cidadãos.
2. a) Torna-se importante a presença do Estado e a proteção que este dá ao mercado, 
contra a concorrência, além de possuir o objetivo de incentivar as manufaturas e 
protegê-las.
3. d) O surgimento das crises em razão da diminuição da taxa de lucro, pois devido ao 
desemprego tecnológico e pela constante “ameaça” do Exército de Reserva, há uma 
queda da demanda efetiva e consequente redução da venda de mercadorias.
4. c) Um investimento determinado pela eficiência marginal do capital e pela taxa de 
juro. A eficiência marginal do capital é a relação entre rendimento futuro, proporcio-
nado por uma unidade de capital, e o custo para produzir tal unidade. Essa relação 
redunda em um coeficiente denominado taxa de desconto. Quanto maior for a taxa 
de desconto, menor será o incentivo do empresário para investir no presente.
	_3j2qqm3
	Adam Smith e David Ricardo e a formulação da concepção liberal de desenvolvimento
	O PENSAMENTO MARXISTA como contraponto às ideias liberais
	O DESENVOLVIMENTO NO pensamento do final do século XIX e início do século XX
	KEYNES E A CRÍTICA 
	ao liberalismo e o estado e intervenção

Outros materiais