Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MARIA YASMIN ROSA DOS SANTOS HABILIDADES MÉDICAS SEMIOLOGIA PEDIATRICA II Turma II | 2021.1 4º PERÍODO anamnese REFERENCIAS: VASCONCELOS, Marcos Carvalho. Anamnese. IN: MARTINS, Maria Aparecida et. Al. Semiologia da Criança e do adolescente. Rio de Janeiro: MedBook, 2010. (111-118) + Jaleko aulas, Anamnese Pediátrica. Pediatria Geral Mª Yasmin Rosa dos Santos Medicina - UNAERP Guarujá/SP INTRODUÇÃO Principal instrumento de pesquisa e de vínculo na relação médico-paciente. Na pediatria possui peculiaridades de acordo com a faixa etária, sendo que: 1. PRÉ-NATAL: primeiro contato com a futura mais, estabelecer vínculo e confiança; 2. PRIMEIROS DIAS DE VIDA: dúvidas, relação entre os familiares e cuidado do RN, atenção a amamentação (técnica e dúvidas), orientações sobre coto umbilical, higiene, vacinas e testes neonatais; 3. PRIMEIRO ANO DE VIDA: DNPM, necessidades afetivas, sono, angústia da separação do 2º semestre; 4. FAIXA DO 1-3 ANOS: fase de aumento da autonomia da criança, início dos conflitos, atenção ao diálogo com os pais; 5. IDADE ESCOLAR (6 ANOS A PUBERDADE): importância do ambiente, maior participação da criança. A ANAMNESE - ABORDAGEM: apresentação entre as partes, identificação do responsável e grau de parentesco; - IDENTIFICAÇÃO: nome, data de nascimento, idade, residência, procedência, creche/escola, atenção para idade corrigida em prematuros; - QUEIXA PRINCIPAL: palavras do paciente, duas queixas no máximo; - HISTÓRIA DA MOLESTIA ATUAL: semiotécnica da dor; · Crianças menores: Quantificação de dor FLACC (face, legs, activity, cry, consolability); · Crianças maiores: Quantificação de dor EVA – escala visual (imagens e números, sendo que 0 sem dor, 1-3 dor leve, 4-6 dor moderada e 7-10 dor grave); · Resuma toda a história e confira com os responsáveis. - INTERROGATORIO SOBRE DIVESOS SISTEMAS - HISTÓRIA PREGRESSA OU PESSOAL A) HISTÓRIA GESTACIONAL: idade da mãe, número de gestações, planejadoXdesejadoXaborto, pré natal, DHEG/DMG/Sangramento/ITU (sepse neonatal!), exames (USG/sorologia/streptoB), tabagismo/álcool/drogas; B) HISTÓRIA DO PARTO: local, tipo (motivo), anestesia, intercorrências, chorou ao nasces/UTI (apgar), peso/estatura, mamou na 1ª hora; C) HISTÓRIA NEONATAL: internação/UTI, perda/ganho de peso (além de 10%), icterícia (BDxBI/Bt máx./fototerapia), tempo de eliminação do mecônio/queda do coto umbilical (+- 7º dia de vida), triagens neonatais (olho, orelha, pé e coração); D) HISTÓRIA ALIMENTAR: aleitamento materno(exclusivo/misto/complem.), técnica/problemas/dúvidas, armazenamento do leite, fórmula (preparo/horários), detalhar refeições; E) HISTÓRIA CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO: marcos do desenvolvimento (anda, fala, engatinha), gráficos P/I, E/I e IMC/I, interação com outras crianças, escola e atividade física; F) HISTÓRIA VACINAL: vacina do PNI, vacinas especiais (CRIE) e vacinas particulares; G) HISTÓRIA FISIOLOGICA: sono, evacuação/diurese e continência esfincteriana + temperamento, disciplina e sexualidade; H) HISTÓRIA PATOLOGIA PREGRESSA: doenças crônicas, medicação regular, doenças comuns da infância, infecções repetidas, internações e cirurgias, alergias (medicamentos e alimentos); - HISTÓRIA FAMILIAR: morte súbita, doenças crônicas e genéticas; - HISTÓRIA SOCIAL: quem mora junto, número de cômodos, condições sanitárias, renda, tabagismo, animais e viagens recentes. OBS: observar roteiros em anexo. PUERICULTURA - FASES: lactante: 0 a 2 anos, pré-escolar: 2 a 6 anos, escolar: 6 a 10 anos e adolescente: 10 a 19 anos (OMS); - FREQUENCIA: na 1ª ou 2ª semana de vida, mensal até 6 meses, trimestral até 2 anos, semestral até 5 anos e anual até 19 anos - CEVADA: Crescimento, estado nutricional, vacinação, alimentação, desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) e ambiente físico e emocional; Mª Yasmin Rosa dos Santos Medicina - UNAERP Guarujá/SP 2 Mª Yasmin Rosa dos Santos Medicina - UNAERP Guarujá/SP 2 exame físico geral REFERENCIAS: VIANA, Maria Regina. Exame físico. IN: MARTINS, Maria Aparecida et. Al. Semiologia da Criança e do adolescente. Rio de Janeiro: MedBook, 2010. (119-122) + Jaleko aulas, Exame físico. Pediatria Geral Mª Yasmin Rosa dos Santos Medicina - UNAERP Guarujá/SP ASPECTOS GERAIS 1. AVALIAÇAÕ DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA - Na pediatria não usamos o LOTE; - Ativa: interação com o ambiente e reativa: interação com o examinador. 2. ESTADO GERAL - Bom, regular e mau; - Importância da história trazida pelos responsáveis; 3. HIDRATAÇÃO - Avaliação dos olhos, lagrimas, boca, presença de sinal da prega (polegar+indicador com prega cutânea no abdome, avaliação do tempo de retorno) e abaulamentos em fontanelas; 4. COR - Normocorada X Hipocorada (destaque para anemia ferroprivica); - Anicterica X Icterica (em RN classificado pelas Zonas de Kramer); - Acianotica X Cianotica (Observar se há grau de cianose central ou periférica para avaliação de cardiopatias não diagnosticadas). 5. PULSOS - Simetria, amplitude com avaliação nos quatro membros, com destaque para o pulso femoral, já que uma diferença de pulso de MMSS e MMII pode ser indicação de uma coarctação de aorta ainda não diagnosticada; 6. PERFUSÃO CAPILAR PERIFERICA (PCP) - MM acima do nível do coração pressionando a polpa digital por 5s, avaliar tempo de perfusão (se <2s normal). 7. ATITUDE - Expressões corporais, condições de higiene, estado nutricional. CABEÇA E PESCOÇO 1. CRANIO INSPEÇÃO: simetria (fechamento prematura de sutura, cefalohematoma ou bossa serossanguinea), tamanho (macro ou microcefalia) e lesões (couro cabeludo, lesões fúngicas, pediculose, alopecia etc.); PALPAÇÃO: consistência (craniotabes fisiológica ou adquirida – sintoma do raquitismo, osso occipital), fontanelas (anterior ou bregmatica, 18 meses, e posterior ou lambiditoidea, 2 meses) normotensa, tensa/abaulada ou deprimida (desidratação em RN) e suturas (cavalgadas ou craniossinostose). 2. FACIES Atípica ou típica sindrômica. 3. CAVIDADE ORAL - Dentes: aspecto geral (conservação, caries ou abcessos, más formações localizadas ou gerais), dentição (atraso global ou local). · Perda dentaria começa por volta dos 6/7 anos, respeitando ordens que os dentes apareceram. - Candidíase oral; - Fenda labial; - Queilite; - Orofaringe: palato, úvula e amidalas. 4. OUVIDO INSPEÇÃO: má formação da região do pavilhão auricular, região retroauricular. PALPAÇÃO: dor. OTOSCOPIA: posição (lactentes em decúbito ou no colo da mãe), técnica (lactentes inferiormente ao pavilhão auditivo, crianças maiores poster superiormente) e visualização da membrana timpânica. · Crianças chorosas podem apresentar hiperemia e RN podem apresentar grau de opacificação. 5. OLHOS INSPEÇÃO + TESTE DO REFLEXO VERMELHO (deve ser realizado até os 2ª). 6. PESCOÇO Formato e malformação/abaulamentos. LINFONODOS PALPAÇÃO: sentido craniocaudal, observar sua localização (linfonodos occipitais, retroauriculares, preauriculares, cadeia cervical, supraclavicular, axilares, epitrocleares, inguinais e poplíteos), características (tamanho, consistência – fibroelastico, endurecido/pétreo, mobilidade – móvel ou aderido aos planos profundos, dor e presença de fistula). Classificação da linfodenomegalia em localizada X generalizada, aguda X crônica. · SINAIS DE ALERTA (NEOPLASIA): linfonodo endurecido, aderido e indolor, destaque para linfonodos supraclaviculares sempre patológicos, linfonodos que aumentam de tamanho ou que persistem, associação de outros sintomas como febre, perda ponderal e sudorese noturna. SISTEMA CARDIOVASCULAR 1. INSPEÇÃO - Avaliação do estado geral (destaque para baixo peso e desnutrição), forma do tórax (com presença de ma fomrações como pectus escavadum – depressão como na síndrome de Marfan, pectus carinatum, abaulamentos – hipertrofias ou dilatações de cavidades cardicas); * OBS: lembrar que a parede da criança é mais elástica, sendo mais propicia para sofrer mudanças conformacionais. 2. PALPAÇÃO - Ictos: tamanho, propulsão e localização; · RN: 3º/4º espaço INTERC., lateralmente a linha hemiclavicular E; · 3M: 3º/4ºespaço INTERC., lateralmente a linha hemiclavicular E; · 9M: 5º espaço INTERC., lateralmente a linha hemiclavicular E; · 7 ANOS: 5º espaço INTERC., na linha hemiclavicular E; - Fremitos: localização, etapa do ciclo cardíaco e intensidade; 3. AUSCULTA - Presença de arritmia respiratória sinusal, onde na inspiração há aumento da FC. Mais intensa em crianças com algum grau de hipoxia; - Sopro inocente, quando não está ligado a uma comorbidade cardíaca; · Tem como características: sistólico, suave, sem estalidos ou galope, de curta duração, baixa intensidade, sem irradiação e presença de mudança de intensidade conforme a mudança de posição (maior em posição supina). - Sopro transitório, comum em RN, em decorrência do canal arterial; - Extra-sistoles ventriculares, comum em adolescente. De origem benigna somem com exercício físico. APARELHO RESPIRATORIO 1. INSPEÇÃO - Avaliação do padrão respiratório (taqui/braqui ou dispneia); - Avaliação da FR (1min inteiro, principalmente em RN no qual existe pausas respiratórias); - Avaliação do esforço respiratório, sendo que na pediatria como principais sintomas temos: tiragem costal (uso de musculatura acessória), retração de fúrcula, BAN (batimento de asa nasal) e a gemencia; 2. AUCULTA - Tanto no dorso como no tórax, presença de: · Estridor (escutado): pode melhorar ou pior de acordo com o grau de ativação da criança, obstrução de VAalta (casos de laringomalacia ou infecções); · Ronco: sons rudes e contínuos, ouvidos tanto na inspiração/expiração, pioram com a tosse, representam estenoses ou secreção nos brônquios de maior calibre; · Sibilo (“chiado”): muito comum em pediatria, som agudo, ouvidos tanto na inspiração/expiração, ocorre devido ao acumulo de secreção, edema ou espamo muscular brônquica/menor calibre. Pode chegar a ser escutado; · Estertores: finos, que são auscultado no final da inspiração, representando preenchimento do alveola com secreção, quanto estertores grossos. 3. PALPAÇÃO E PERCUSSÃO - Pouco usual, depende dos achados do EFG. GENITAL E MEMBROS - Observar as diferenças entre femininaXmasculina ou características ambíguas; 1. GENITALIA MASCULINA - Avaliação dos testículos: palpável? Onde? Alterações? · Em 80% dos casos, quando não palpável na bolsa escrotal, pode ser encontrados em: intra-canaliculas (processo de descida, até os 3m de vida) ou ectópicos (localizações erradas, não chegam a bolsa escrotal); · Presença de criptorquidia (ausência do testículo na bolsa escrotal após os 3m de vida), comum em prematuros e em geral unilateral, direita, com indicação de tratamento cirúrgico (6-12m de vida, não ultrapassar os 18m – risco de transformação maligna ou infertilidade); · Presença de testículos ascendentes (migram em sentido cranial), ocorrem dos 8-10anos de idade. Comum a presença de histórico de criptorquidia ou testículos retrateis (mobilidade aumentada, palpáveis na raiz da bolsa escrotal). Adotamos condutas expectantes, por volta de 5/6 anos de idade. Intervenção cirúrgica somente em casos de testículos retrateis que involuem como testículos ascendentes ou no caso de redução do mesmo. - Avaliação da bolsa escrotal com a presença de hidrocele (acúmulo de liquido – comunicante com cavidade intraperitoneal ou não comunicante). Em maior parte dos casos se resolve naturalmente ate 1 ano de vida. Diagnostico pela história, pela palpação ou pelo exame de transiluminação. - Avaliação do pênis, observar: · Prepúcio com presença de fimose ou não (95% dos meninos, se resolve ate os 3 anos de idade). Fimoses que se prolongam podem ser tratadas com medicações tópicas ou intervenção cirúrgica. Podemos ainda encontrar a parafimose, quando se faz uma retração forçada do prepúcio e o mesmo não volta a seu estado original, gerando edema e estrangulamento da glândula ou ainda a balanopostite, infecção e inflamação da glande e do prepúcio; · Avaliar saída de uretra, com ocorrência de hipospadia (uretra sai na face ventral do pênis) ou epispadia (uretra sai na face dorsal do pênis), classificada de acordo com a localização (anterior, media ou posterior) · Avaliação do corpo: membranoso (pele da bolsa escrotal se estende sobre o ventre do pênis), escondido (se esconde sobre o coxim gorduroso da sinfese pubica – congênito ou sobrepeso/obesidade) ou incluso (dentro da sínfise púbica, como em casos de cirurgias de circuncisão). 2. GENITALIA FEMININA - Presença de sinequias, associadas com historia de má higiene, vulvovaginites, historia de observação na troca de fralda e associação a outros sintomas como prurido e infecções de repetição. Na maior parte dos casos adota-se postura conservadora ou tratamento tópico com corticoide/cremes esteroide, quando não há melhora, separação mecânica; - Presença de vulvovaginites, presença de hiperemia, corrimento e prurido na genitália externa, má higiene ou irritantes químicos (sabão em pó e sabonete); - Avaliação de corrimentos. Lembrar que em RN é comum assim como sangramentos nos primeiros dias de vida resultante da ação dos hormônios maternos ou em meninas próximas a idade da puberdade. 3. REGIÃO ANAL - Mãos espalmadas para abrir delicadamente as nadegas, observando se há fissuras, plicoma, fistulas, escape fecal ou dermatites (de fralda – contato, ou associada a candidíase). Orientação quanto a troca de fraldas e uso de barreiras de proteção, como oxido de zinco ou nistatina em infecções. MEMBROS - Avaliar simetria, presença de edemas (classificação em cruzes) e de malformações (congênitas); · Geno varo (fisiológico até os 2 anos) X Genu valgo (fisiológico até os 8 anos). Indicacao de tratamento quanto há prolongamento da condição. · Em RN realizar manobra de Barlow/Ortolani. Mª Yasmin Rosa dos Santos Medicina - UNAERP Guarujá/SP 2 antropometria REFERENCIAS: ALVES, Claudia Regina Lindgren. Antropometria. IN: MARTINS, Maria Aparecida et. Al. Semiologia da Criança e do adolescente. Rio de Janeiro: MedBook, 2010. (123-128) + + Jaleko aulas, Medidas antropometricas Pediatria Geral + SLIDES AULA CRESCIMENTO FÍSICO - Se refere a um aumento do tamanho do corpo (comprimento ou altura e peso) e do tamanho dos órgãos; - Depende de fatores intrínsecos (genéticos e neuroendócrinos) e extrínsecos (nutricionais, condições geofísicas e vinculo mae-filho); - Quando se pensa em avaliação populacional ou ate mesmo individual devemos levar em consideração a anamnese clinica e nutricional, o exame fisco, a avaliação da composição corporal e os exames bioquímicos, se presentes; · FASES DO CRESCIMENTO NOMAL MEDIDAS ANTROPOMETRICAS 1. Peso 2. Estatura - Crescimento linear (esquelético), medida mais estável para avaliação, analisada de acordo com o padrão da população de referencia; - Ao nascimento em meninas cerca de 49cm e nos meninos cerca de 50cm; - Estatura evolutiva: velocidade de cresciemento; 3. Perímetro cefálico 4. Circunferência torácica 5. Circunferência abdominal e adiposidade central - Avaliação de risco quando percentil está >90; - Relação com dislipidemia, hipertensão arterial e resistência insulínica; 6. Estadiamento puberal - Avaliação de pelos, testículos, bolsa escrotal e pênis; - Broto mamário e pelos; -Meninas: inicio em M2, pico em M3 e menarca M4; - Meninos: inicio em G3, pico em G4; - Para atestados de atividade física para adolescente lembrar que meninas em M3 perdem gordura em prol do estirão e meninos em G4 ganham massa muscular (volume) mas não força. 7. IDADE OSSEA - A partir de exames de raio X (punho e mao esquerda) avalia-se núcleos de ossificação - método de Greulich e Pyle; REFERÊNCIAS ANTROPOMETRICAS - Percentil ou score Z; - Utilizar escalas de Tanner, gráficos NCHS, Santo André, CDC 2000 ou da OMS; - Atenção para os pontos de cortes, risco maior de anormalidades; · Peso/idade: de -2 até +2 (97/3); · Estatura/idade: de -2 até valores acima de três, sem grandes problemas. · Peso/estatura e IMC/Estatura: de -2 ate +1 paciente eutrófico; entre -2 até -1 magreza, e menor que -1 é magreza acentuada. +1 até +2 risco de sobrepeso,entre +2 e +3 sobrepeso e acima de +3 obeso. Isto é valido até os 5 anos, com 5 a 10 o risco de sobrepeso vira sobrepeso, sobrepeso vira obesidade e obesidade vira obesidade mórbida. DISTURBIOS DO CRESCIMENTO - A anormalidade é identificada a partir da avaliação do gráfico anormal (estatura abaixo do percentil 3 ou menor que score Z -2), avaliação dos pais (desacordo com a prole) e mudanças entre as curvas (desvio do canal); 1. Avaliação das proporções corporais a) Proporcionada ou não (MMSS e MMII) b) Relação altura-envergadura 2. Causas de baixa estatura a) RCCP (retardo constitucional de crescimento e puberdade - variante da normalidade) - Idade Ossea igual a Idade Estatural; - Nasce no “verde” e assim se mantem ate os 2 anos (como principal fator temos a alimentação); - Uma vez que a fase pré puberal depende da genética o paciente cai e segue nessa linha paralelamente; - Atinge o estirão depoisa da media (puberdade atrasada). b) BEF (baixa estatura familiar – variante da normalidade) - Nasce no percentil 50 ou abaixo; - Estirão junto ao restante mas é menor; - Idade óssea = idade cronológica, idade estatural < idade cronológica e idade óssea > idade estatural; c) Baixa estatura proporcionada (pré natal - patologica) - S Silver Russel: trissomia/deleção do braço longo do cromossomo 7, com defeito na geração do IGF1, sintomas incluem hipoglicemia, transpiração excessiva na infância, especialmente à noite, e pele acinzentada ou palidez (pode ser um sintoma de hipoglicemia). Face triangular com maxilar pequeno e queixo pontudo que tende a diminuir ligeiramente com a idade. A boca tende a se curvar para baixo. - S Turner: defeito nos genes SHOX (short stature ho meobox gene), apenas um cromossomo X, sintomas incluem baixa estatura, puberdade tardia, infertilidade, malformações cardíacas e certas dificuldades de aprendizagem além da presença de pescoço alado. O tratamento envolve terapia hormonal. Um tratamento de fertilidade pode ser necessário para mulheres que desejam engravidar. - S down: trissomia do 21, sintomas incluem aparência facial distinta, deficiência mental, atrasos no desenvolvimento e pode ser associada a doença cardíaca ou da tireoide. - S. Prader Willi: sintomas incluem polifagia, baixo Apgar ao nascer, dificuldade de sugar, choro fraco e são muito pouco ativos, dormindo a maior parte do tempo. Raramente conseguem ser amamentados. Seu desenvolvimento neuro-motor é lento, tardam a sentar, engatinhar e caminhar. d) Baixa estatura desproporcionada (patológica) - Nanismo ou acondroplasia, com acometimento das cartilagens de crescimento. 3. Causas de alta estatura - Desequilíbrio na contribuição dos genes promotores e inibidores do crescimento, em tecidos críticos em estágios específicos do desenvolvimento; - Em sua maioria constitucional;- Em - Em casos de puberdade precoce encontramos uma alta estatura transitória. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL - Avaliação anual, destaque para os dois primeiros anos. A vigilância de baixo peso deve atentar-se a P3 e P15, sendo que em casos de desnutrição, pode-se ter: · Marasmo: cabelo quebradiço e opaco, mais comum em crianças menores de 1 ano com deficiência nutrucional, presença de cordão raquítico e face senesta (macaco). · Kwashiorkor: maiores de 1 ano, hipoproteiemia gerando edema. Podem apresentar peso normal. - Quadros de obesidade podem apresentar desvio de coluna (hiper lordose), estrias (causadas pelo aumento repentido da pele) e acanthosis nigricans (associado a resistência a insulina); - Avaliar circunferência abdominal, relação cintura estatura (RCE), cincunferencia do braço (braquial – media da distancia entre o acrômio e o olecrano), circunferência muscular do braço e dobras cutâneas (tricipital e subescapular); - Observar se há presença de forma androide (maça – associa-se com dislipidemia) ou ginecoide (pera); - Pode-se ainda utilizar impedância bioelétrica ou absorciometria por dupla emissão de raioX. Mª Yasmin Rosa dos Santos Medicina - UNAERP Guarujá/SP 2
Compartilhar