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Prévia do material em texto

Guia do Professor
(Para)Textos 
Português • 9.° ano
Oo
(Para)Textos 9.° ano
Pág. 11
1.1. Na ilustração, podemos observar uma escola, onde se vê, junto a um bloco, um conjunto de alunos de caneta e BI/cartão do cidadão na mão a ouvir a chamada da professora. 
Por uma janela, conseguimos perceber que os alunos estão sentados por filas e se preparam para fazer um exame. Vê-se um relógio que marca as 08:45h. 
Noutro bloco da escola está localizado o Serviço de Psicologia e Orientação. O edifício apresenta di ferentes cartazes, que identificam os di ferentes cursos e áreas vocacionais, 
que estão a ser observados por alguns es tudantes.
1.1.1. Resposta pessoal.
2. Conforme a citação, confiando nas nossas capacidades e independentemente da nossa origem, podemos ir mais além e seguir os nossos objetivos e sonhos.
Pág. 12
1.1. Resposta pessoal.
2.1. Ambas as personagens, trajando de escuro, se encontram numa ponte sobre um rio, tendo como cenário o pôr do sol alaranjado. A figura de Munch, de olhos arregalados, 
emite um grito de angústia, levando as mãos à cabeça, para tapar os ouvidos. A personagem da ilustração revela serenidade e concentração no que está a ouvir, um audiobook 
d’Os Lusíadas. As mãos, de modo semelhante ao da pintura original, fixam-se nos headphones, reforçando a ideia de concentração e abstração. A personagem de Munch 
encontra-se sozinha, apenas dois vultos se destacam mais longe. Em redor da figura principal da ilustração da capa, surgem personagens e elementos que integram os textos do 
manual.
3.1. Pela ordem dos textos do manual: Semáforo: “A consequência dos semáforos”, p. 38; Fantasma sem cabeça: “O Fantasma de Canterville”, p. 49; Diógenes: “A História de 
Listo Mercatore”, p. 58; Rapazito e laranjeira: “A flor e a escola”, p. 63; Ama com duas crianças: “A aia”, p. 82; Índio: “Os habitantes de Vera Cruz”, p. 93; Júpiter: “Consílio dos 
deuses do Olimpo”, p. 131; Vasco da Gama: Os Lusíadas, pp. 151, 155, 164…; Camões: “Luís, o poeta, salva a nado o poema”, “Camões dirige-se aos seus contemporâneos”, 
pp. 193, 194; Campanário: “Ó Sino da minha aldeia”, p. 196; Personagens na barca: Auto da Barca do Inferno: Anjo, Diabo: pp. 227-275; Fidalgo: p. 232, Onzeneiro: p. 240; 
Frade e Moça: p. 252; Judeu: p. 261; Enforcado: p. 270; Cavaleiro: p. 274. 
Nota sobre O Grito: 
No seu quadro mais famoso, O Grito […], do qual existem cinquenta versões para além do quadro de 1893, atualmente na Galeria Nacional de Oslo, observamos o medo e 
a solidão do Homem num cenário natural que – longe de oferecer qualquer tipo de consolação – absorve o grito e o faz ecoar por detrás da baía até aos vultos sangrentos do 
céu. A baía, os pequenos barcos à vela e a ponte com a balaustrada cortando diagonalmente o quadro sugerem que o cenário era Nordstrand.
O diário de Munch contém uma passagem escrita em Nice durante um perío do da doença, em 1892, e o qual faz lembrar esta cena: “Eu estava a passear cá fora com dois 
amigos e o sol começava a pôr-se – de repente o céu ficou vermelho, cor de sangue – Eu parei, sentia-me exausto e apoiei-me a uma cerca – havia sangue e línguas de fogo por 
cima do fiorde azul-escuro e da cidade – os meus amigos continuaram a andar e eu ali fiquei, em pé, a tremer de medo – e senti um grito infindável a atravessar a Natureza.”
in Munch, Taschen (ed. Ulrich Bischoff), 1997 (com supressões)
Pág. 13
Educação Literária
Apesar de as obras e os textos indicados na Lista de Obras e Textos anexa às Metas Curriculares de Português se referirem especificamente ao domínio da Educação 
Literária, as autoras entendem que os textos literários são propensos ao desenvolvimento quer da Educação Literária quer da Leitura. Consequentemente, são apresenta-
das em relação a cada tex to literário, na rubrica “EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA”, propostas de trabalho que permitem desenvolver, em articulação, conteúdos comuns 
a esses dois do mínios (e.g. tema, ideia principal, pon to de vista, universo de referência).
 Materiais áudio e vídeo
Apresentação para o início do ano le tivo disponível no CD de Recursos.
Pág. 14
As autoras basearam-se na lista de autores e de textos das Metas Curriculares de Português e dos Programas de Português para o Ensino Básico para a seleção do corpus literá-
rio deste manual:
• Episódios de Os Lusíadas, de Luís de Camões:
Canto I – estâncias 1-3, 19-41; Canto III – estâncias 118-135; Canto IV – estâncias 84-93; Canto V – estâncias 37-60; Canto VI – estâncias 70-94; Canto IX – estâncias 18-29 e 
75-84; Canto X – estâncias 142-144, 145-146 e 154-156 – pp. 122-188
• Uma peça teatral de Gil Vicente:
– Auto da Barca do Inferno, pp. 227-280
• Duas narrativas de autores portugueses:
– Eça de Queirós, “A aia”, p. 82
– Vergílio Ferreira, “A palavra mágica”, p. 95
• Duas crónicas: 
– Maria Judite de Carvalho, “História sem palavras”, p. 30
– António Lobo Antunes, “A consequência dos semáforos”, p. 38
• Um conto de autor de país de língua oficial portuguesa:
– Machado de Assis, O Alienista, p. 74 e Guião de Leitura, p. 79
• Um texto de autor estrangeiro:
– Oscar Wilde, O Fantasma de Canterville, p. 49, e Guião de Leitura, p. 53
• Um texto de literatura juvenil: 
– José Mauro de Vasconcelos, Meu Pé de Laranja Lima, p. 63, e Guião de Leitura, p. 68
• Quatro poemas de Fernando Pessoa:
–“Se estou só, quero não ’star”, p. 198; “Ó sino da minha aldeia”, p. 196; “Mar português”, p. 150; “O Mostrengo”, p. 163
• Doze poemas de dez autores diferentes: 
– Camilo Pessanha, “Floriram por engano as rosas bravas”, p. 216
– Mário de Sá-Carneiro, “O recreio”, p. 204
(Para)Textos 9.° ano
– Irene Lisboa, “Monotonia”, p. 206
– Almada Negreiros, “Luís, o poeta, salva a nado o poema”, p. 193
– José Gomes Ferreira, “III [O tempo parou]”, p. 208 e “XIX [Errei as contas no quadro]”, p. 209
 – Jorge de Sena, “Camões dirige-se aos seus contemporâneos”, p. 194
– Sophia de M. B. Andresen, “Camões e a tença”, p. 130 e “Porque”, p. 210;
– Carlos de Oliveira, “Quando a harmonia chega”, p. 218, “Vilancete castelhano de Gil Vicente”, p. 243
– Ruy Belo, “E tudo era possível, p. 202
– Nuno Júdice, “Fragmentos”, p. 214
Pág. 17
GRUPO I
Parte A 
1. C.; A.; E.; D.; G.; B.; F.
2.1. b.; 2.2. b.; 2.3. d.; 2.4. c. 
3. “[d]os anjos-cupidos (putti)”.
Pág. 19
PARTE B
4.1. Em primeiro lugar, o narrador remetia-se ao silêncio diante dessas perguntas. Logo que as visitas se iam embora, começava a conversar com um companheiro imaginado.
5. A ânsia que o narrador, enquanto filho único, alimentava por um companheiro fixou-se em Farrusco (um cão de pano), criando com ele uma relação de amizade. Mais que um 
animal de estimação, Farrusco era o amigo ou o irmão de todas as horas, com quem falava, se divertia, se ria, amuava, zangava…
6.1. O narrador, zangado com Farrusco, lançou-o para lá de um alto muro, arrependendo-se de imediato. Surgiu, entretanto, um rapazito descalço que, a troco de um tostão, 
dado pela mãe do narrador, foi recuperar o cão de pano. Na mente do narrador, tinha sido uma intervenção do Anjo da Guarda, que assumira forma de menino pobre.
6.2. A imagem do majestoso Anjo da Guarda, “de asas enormes, vestindo de branco ou de azul ou de cor-de-rosa” (ll. 13-14) contrasta com o “rapazito descalço”, “muito sujo” 
(l. 42) que o narrador interpretou como uma transformação do grande Anjo. 
7.1. O narrador declara que não é fácil ser filho único, como todo o leitor filho único reconhecerá, devido a uma certa solidão vivenciada na infância. Ora, de pois de referir os 
seres que o ajudaram a ultrapassar a sua solidão (Anjo da Guarda, Farrusco), o narrador, ao deitar fora o cão de pano, atribui esse ato a um capricho momentâneo. Deste modo 
se relaciona a solidão da infância com o capricho irrefletido do narrador, verificando-se, assim, coerência lógica entre as duas expressões.
Págs. 20-21
PARTE C
8. Planificação
Tema: O abandono de animais em Portugal.
Tipo de texto*: texto expositivo
Estrutura:
Introdução – apresentação do tema;
Desenvolvimento – razões/fatores quelevam ao abandono de animais; consequências do abandono de animais;
Conclusão – síntese/reforço das ideias apresentadas.
*Nota: O aluno deverá produzir um texto predominantemente expositivo, bem or ga nizado (articulando uma parte inicial, uma parte de desenvolvimento e uma parte final) e 
correto, nos planos ortográfico, de pontuação, lexical, morfológico e sintático).
Tipo de texto/género de texto
No verbete do Dicionário Terminológico dedicado à “tipologia textual” considera-se que “um texto, sempre singular, está ligado pelo género a uma família de textos”. 
Corroborando esta perspetiva (que se encontra desenvolvida por Maria Antónia Coutinho, em Texto(s) e Competência Textual, FCG/FCT, 2003), seguem-se as noções de tipo 
de texto e género de texto:
– Tipo de texto (ou de sequência textual): conceção de texto (ou de sequência textual) como unidade composicional, culturalmente fixada e adquirida por cada indivíduo 
(narrativa, descritiva, argumentativa, explicativa, dialogal/conversacional);
– Género de texto: modalidade de co municação histórica e socioinstitucionalmente instituída. Ex.:
• Géneros textuais jornalísticos: crónica (de imprensa), editorial, entrevista…; 
• Géneros textuais científicos/académicos: artigo de divulgação científica, verbete de dicionário…;
• Géneros textuais literários: crónica (literária), conto, romance, soneto, epopeia…
GRUPO II 
1. e um tostão foi-lhe oferecido pela mãe.
2. 1. f.; 2. e.; 3. a.; 4. d.; 5. b.
3. O rapazito que vinha pelo passeio saltou o muro.
4. Pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo, 3.ª pessoa do singular.
5. a. antonímia; b. hiperonímia/hiponímia.
6.1. a.
6.2. b.
(Para)Textos 9.° ano
GRUPO III
Sugestão de aspetos a avaliar:
A. Tema/Assunto (há pessoas que funcionam, na vida diária, como anjos da guar da) e género textual [texto de opinião (com explicitação de opinião, argumentação e exemplifi-
cação); 3.ª pessoa];
B. Coerência e pertinência da informação (progressão temática; organização – in tro dução, desenvolvimento e conclusão);
C. Estrutura e coesão (mecanismos de coe são textual; pontuação);
D. Morfologia e sintaxe (estruturas sintáticas; conexão frásica);
E. Repertório vocabular;
F. Ortografia.
 Recursos de apoio ao professor
Grelha de avaliação da escrita disponível no CD de Recursos.
Pág. 23
1.1. Resposta pessoal. 
Sugestão de resposta: Até há pouco tempo, líamos livros e revistas apenas impressos. Com o advento e desenvolvimento das novas tecnologias, há agora novas formas de 
acedermos a jornais, revistas, emissões de rádio e obras literárias. Assim, na ilustração, são apresentados modos tradicionais no acesso aos meios de comunicação e à leitura, 
como, por exemplo, a leitura de livros, jornais e revistas impressos e a audição de programas radiofónicos através da internet.
Por outro lado, na ilustração destacam-se também suportes e espaços mo dernos, nomeadamente: a leitura de ebooks em ebook readers, a leitura de jornais/revistas online em 
cibercafés, em tablets ou com recurso a smartphones e a escuta em smartphones.
O mesmo ponto de vista é partilhado por Henrique Monteiro, que considera que os jornais existirão enquanto existirem leitores – com as novas tecnologias, aparecem novos 
suportes de leitura, que convivem, lado a lado, com os já existentes.
Pág. 24
1.1. 1. Crónica; 2. Editorial; 3. Recensão; 4. Araújo; 5. Fazenda; 6. Cais; 7. Carvalho; 8. Armando; 9. Miseráveis; 10. Lobo.
Pág. 25
PRÉ-LEITURA
 Materiais áudio e vídeo
Poema “Amor é um fogo que arde sem se ver” lido por Luís Gaspar e respetiva transcrição textual disponíveis no CD de Recursos.
1.1. O verso significa que o amor provoca sentimentos intensos (“fogo”) e contraditórios (“que arde sem se ver”) em quem ama.
2. Neste título decalca-se o verso camoniano, com intenção satírica – o tema em causa já não é o amor, mas os incêndios florestais portugueses.
 Materiais projetáveis
Síntese com as características da en trevista disponível no CD de Recursos.
Pág. 27
LEITURA
1. A “farsa” a que o autor se refere são os incêndios florestais de verão. 
1.1. O autor usa o termo com um duplo sentido: mentira e representação teatral. 
1.2. Ricardo A. Pereira denuncia essa “farsa”, através da redação deste texto. 
2. D. – parágrafo 2; C. – parágrafo 3; A. – pa rágrafos 4-10; B. – parágrafo 11.
3.1. A entrevista não é real (embora pareça); a comprová-lo está a sua conclusão, em que o jornalista se despede do ministro com um “Adeus e até para o ano no mesmo sítio 
e à mesma hora.” (ll. 85-87), isto é, mostrando que se trata de uma entrevista estereotipada, feita todos os anos na época dos incêndios.
3.2. Ao entrevistar o bombeiro, o autor apresenta um estereótipo da personagem que se queixa da falta de condições efetivas para combater os incêndios (embora possa estar 
subjacente uma crítica à economia paralela gerada pelos fogos florestais e associada à compra de helicópteros pelo Estado); ao entrevistar o ministro, representa-se, também de 
forma estereotipada, o modo como o poder político age pe rante a situação (fazendo promessas vãs).
3.3. A confusão entre as duas palavras realça o carácter recorrente dos incêndios e das suas consequências. 
4.1. a. O pastiche está presente no título, em que se decalca um verso camoniano, mas alterando a realidade em causa (“amor “ > “Portugal”), usando a palavra “fo go” deno-
tativamente (incêndio florestal) e alterando o último verbo (“ver” > “prever”). A alteração do verbo é deveras significativa, pois é usada com um duplo sentido (o fogo é previsí-
vel, mas aparentemente é encarado como se se tratasse de uma novidade). b. A máxima Ter um filho, escrever um livro e plantar uma árvore é parafraseada e alterada 
subversivamente (“… um livro e queimar uma árvore” – ll. 106-107), remetendo para a quantidade de incendiários que existem em Portugal. c. No segundo parágrafo, recorre-
-se à ironia para, de forma paradoxal, realçar a forma como os portugueses se admiram com os fogos florestais – como se estes não fossem tradição em Portugal. d. No último 
parágrafo, refere-se, recorrendo à hipérbole, que “Portugal parece ser um país que tem mais pirómanos por metro quadrado do que árvores” (ll. 97-99); critica-se, assim, quer a 
ausência de árvores (gerada pelos sucessivos incêndios) quer os hábitos pirómanos do povo português.
5.1. O texto de Ricardo A. Pereira é uma crónica (de imprensa). Publicado na re vista Visão, o texto refere-se a um facto quotidiano e atual (os incêndios de ve rão), apresentando 
a perspetiva crítica do cronista face ao assunto. 
 Textos complementares
Verbete “Crónica”, in Carlos Reis e Ana Cristina Macário Lopes, Dicionário de Narratologia, disponível no CD de Recursos.
(Para)Textos 9.° ano
Pág. 28
GRAMÁTICA
1. a. oração coordenada copulativa; b. ora ção subordinada adjetiva relativa (restritiva); c. oração subordinada substantiva completiva; d. oração subordinada adverbial final.
2. Resposta pessoal. 
Exemplos de resposta: a. Há ali um in cêndio, que estou a ver fumo. b. É necessário reconhecer que os incêndios são um flagelo. c. Os fogos florestais são de tal forma graves que 
é necessário erradicá-los definitivamente. d. O fogo que alastra na quele monte reacendeu a noi te passada.
ORALIDADE 
 Materiais áudio e vídeo
Crónica radiofónica “Morrer de pé”, Pano para mangas – Antena 1 e respetiva transcrição disponíveis no CD de Recursos.
Pré-escuta
1.1. Esta expressão poderá ser usada quando nos referimos a algo ou alguém que é, de forma digna, persistente nas suas opiniões e posições, inclusivamente até à morte.
Escuta
2. Um homem, para cumprir integralmente a sua função no mundo, deverá ser pai, escrever um livro e plantar uma árvore. O simbolismo, respetivamente, é deixar descendência, 
deixar obra e deixar terra [a árvore deverá ser plantada como compensação do papel gasto no livro].
2.1. O cronista não cumpriu na totalidade a máxima, na medida em que, embora tivesse escrito e publicado um livro e plantado várias árvores, nomeadamenteum pinheiro 
“familiar”, não teve filhos.
3. Este texto foi redigido devido a uma árvore que deveria ser património de todos os lisboetas, o grande cipreste do Príncipe Real, e que, aos cento e quarenta anos de idade, 
luta pela sobrevivência.
Pós-escuta
4. Os portugueses não valorizam o património natural, muito pelo contrário – na medida em que destroem as florestas propositadamente, provocando incêndios florestais (segundo 
Ricardo Araújo Pereira) e destruindo/vandalizando e não cuidan do de árvores que mereciam ser património natural (segundo Gobern).
 Recursos de apoio ao professor
Grelha de avaliação da oralidade disponível no CD de Recursos.
OUTROS TEXTOS
Artigo de divulgação científica
Embora nas Metas Curriculares de Português se apresente como descritor de desempenho a leitura de “textos científicos” (integrado no objetivo “Ler textos diversos”), devido 
ao carácter excessivamente técnico dos mesmos (quer em termos de conteúdo quer ao nível da terminologia), por uma questão didática apresentam-se no manual propostas de 
leitura de textos/artigos de divulgação científica.
1.1. Embora se trate de dois textos diferentes (o primeiro é um cartoon e o segundo, um excerto de um artigo de divulgação científica), o tema é comum: os incêndios florestais.
1.2. O primeiro texto é um texto produzido na área jornalística pelo cartoonis ta Luís Afonso. Articulando imagem e texto, o cartoonis ta recorre ao humor para veicular uma crítica 
social (a previsibilidade da situação calamitosa dos incêndios florestais em Portugal, na época de verão). O segundo texto é produzido por especialistas na área da meteorologia, que 
recorrem a uma linguagem técnica e objetiva para transmitirem informações sobre os incêndios florestais.
Pág. 30
PRÉ-LEITURA 
1.1. Na pintura, apresenta-se uma cena de anoitecer citadino. Ao fim do dia, a multidão movimenta-se numa rua/avenida de uma cidade; não há qualquer sinal de comunicação 
entre as personagens – cada qual ruma em direção a determinado destino, alheio à multidão, em isolamento total, silenciosamente e sem estabelecer contacto visual com os 
outros. O olhar “esbugalhado” e a face distorcida e irreconhecível das personagens sugere uma ideia de impessoalidade e de ausência de individualidade. 
(Nota: O único indivíduo que se destaca desta massa humana será o próprio Munch, o vulto à direita, que ruma em sentido contrário à multidão.)
Pág. 31
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. Maria Judite de Carvalho relata a saída de casa, a viagem de metro, a deambulação pela rua, a ida ao supermercado e o regresso a casa.
1.2. A autora manifesta o seu ponto de vista em relação ao que relata, comentando subjetivamente os factos que vai narrando – “o olho mágico da carruagem” (l. 3); “Tenho, 
de repente, saudades” (l. 14); “Não gosto.” (l. 20).
2.1. O recurso expressivo usado nas duas expressões é a metáfora; na primeira expressão, ao fazer referência ao “olho mágico”, a autora sugere o fascínio provocado pela 
evolução das tecnologias; na segunda, ao associar o som do metropolitano ao som do mar, realça o ruído ensurdecedor e mecânico gerado pelo movimento do metro – em 
oposição ao silêncio das pessoas que nele viajam.
2.1.1. Exemplo de resposta: O quotidiano da sociedade massificada, que age mecanicamente, é ainda sugerido pela enumeração assindética (“Ela chega, para, parte.”, ll. 3-4; 
“Tudo aquilo é bonito, bem arranjado, atraente, higiénico, impessoal.”, ll. 8-9).
2.1.2. Exemplo de resposta: A autora comenta, com alguma ironia, os factos narrados, recorrendo ao discurso parentético (“(estamos na era do metal)”), ao diminutivo (“latas 
e latinhas”, ll. 7-8), à personificação e à repetição (“As máquinas sabem o que fazem. As meninas das máquinas também.”, l. 13) e realçando a sua indignação por meio da per-
gunta retórica (“Verá sequer as caras que desfilam dian te de si?”, ll. 10-11).
3.1. A autora tem vontade de reagir contra a passividade e a alienação das pessoas com quem se cruza/cruzará e de interagir/comunicar com elas.
4. A autora pretende refletir, em tom de crítica, sobre as consequências do progresso – nomeadamente, sobre a falta de comunicação originada pelos avanços tecnológicos.
4.1. O título pode ser encarado como uma síntese das reflexões da autora – o quotidiano atual das pessoas é marcado pela ausência de comunicação.
5. O texto de Maria Judite de Carvalho é uma crónica, pois trata-se de um texto em que se registam e co men tam subjetivamente factos do quotidiano, refletindo sobre um aspeto 
social: a ausência de comunicação numa sociedade massificada. Apesar de, inicialmente, ser um texto de carácter jornalístico (publicado no Diário de Lisboa em 1971), esta crónica 
tem qualidade estética e estilística (visível, por exemplo, na forma como a autora usa os recursos expressivos). Encontra-se também publicada no livro Este Tempo – Crónicas.
GRAMÁTICA
1. b.; 2. c.; 3. d.; 4. b.; 5. a.; 6. f.
(Para)Textos 9.° ano
ESCRITA
Nota: Pretende-se, com esta atividade de escrita, que os alunos iniciem a produção de textos escritos com argumentação contrária a outros e que mobilizem a reflexão sobre as 
especificidades da crónica literária para escrever um texto pessoal, de forma autónoma e fluente (cf. Metas Curriculares). 
 Recursos de apoio ao professor 
Grelha de avaliação da escrita disponível no CD de Recursos.
Pág. 32
 PowerPoint
® Didáticos
PowerPoint® “Pronomes pes soais em adjacência verbal” dispo nível no CD de Recursos e no e-Manual.
EXERCíCIOS
1. a. Quando a entregaste? – pro nome colocado à esquerda do verbo, por se integrar numa frase interrogativa iniciada por um advérbio interrogativo (quando); b. Trá-los, ime-
diatamente. – pronome colocado à direita do verbo, com a forma lo, porque a forma verbal termina em -z; c. Eu nunca lhe telefonei. – pronome colocado à esquerda do verbo, 
por se integrar numa frase com uma palavra com valor negativo (nunca); d. Eu escrevê-lo-ei, assim que chegar a casa. – pronome integrado no verbo, por este estar conjugado 
no futuro do indicativo; e. O professor já os imprimiu. – pronome colocado à esquerda do verbo, por se integrar numa frase com o advérbio já; f. Fecha-la, por favor? – pronome 
colocado à direita do verbo, com a forma la, porque a forma verbal termina em -s.
Pág. 33
PRÉ-LEITURA 
1.1. Ainda que o estudo refira que a evolução das mãos do homem se ficou a dever a questões de sobrevivência, nomeadamente, de luta, a mão tem outras funções que, por um lado, 
lhe estão as sociadas (como “ameaçar, bater, ma tar”) mas que, por outro, se lhe opõem radicalmente, sendo, por isso, paradoxais (“permite fabricar e utilizar ferramentas, criar arte e 
expressar emoções e intenções complexas”).
1.2. A característica será “expressar emo ções e intenções complexas”.
Pág. 35
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1. a. Permanência da infância ao longo de toda a vida.; b. ll. 3-10; c. Apresentação do tema a abordar na crónica (“mãos dadas”).; d. ll. 11-95; e. Apresentação do contexto de 
produção e publicação do livro O Fogo e as Cinzas.; f. Reflexão sobre as “mãos dadas” como tema literário e como ato social.; g. Tentativa de relacionamento entre a infância 
passada e o momento presente (escrita da crónica).; h. ll. 96-98; i. Articulação entre a realidade e o assunto abordado na escrita.
2. A crónica tem como ponto de partida o facto de um casal descer “a rua de mãos dadas” (ll. 6-7).
2.1. Não se trata de um facto real, mas fictício/inventado – “Posso inventar histórias quase infinitas acerca deste casal, que também inventei a descer a rua de mãos dadas, como 
inventei eu estar à janela da sala.” (ll. 7-10).
3. O cronista utiliza a frase para introduzir uma nova temática – a recordação da infância motivada pela descrição de um espaço físico (“uma paisagem perdida no tempo, ou 
uma vila alentejana recuperada da infância”, ll. 19-21).
4. Segundo o autor, a infância está sempre presente ao longo da vida, aflorando em certos momentos (por meio da recordação).
5. O cronista tem já uma certa idade,pois dá a entender que se encontra “no ou tono” da vida (l. 56).
5.1. A idade leva o autor a acrescentar episódios inventados às suas memórias de infância.
6. A incerteza domina o último parágrafo, na medida em que o cronista duvida se será ele que caminha na rua, de mãos dadas com alguém. A imaginação e a recordação do 
passado são de tal forma nítidas que se misturam/confundem com a realidade.
6.1. A indefinição (que resulta da articulação entre a realidade e a imaginação/ficção) poderá ser associada à recordação do passado, também ela difusa e indefinida. 
GRAMÁTICA
1. a. Há-o mas sem evasivas; b. vasculharam-nos; c. para os quais Manuel da Fonseca os escrevera; d. faz com que eu […] lhes acrescente pequenos episódios sem importância.
2.1. a. Não nos obrigam a desistir da in fância; b. Não se acredite.
2.2. c. Sim, esqueçamo-lo!; d. Sim, di vi so-lhes os rostos.
3. a. obrigar-me-ei, obrigar-te-ás, obrigar-se-á, obrigar-nos-emos, obrigar-vos-eis, obri gar-se-ão; inventá-lo-ei, inventá-lo-ás, inventá-lo-á, inventá-lo-emos, inventá-lo-eis, inventá-lo-ão; 
b. obrigar-me-ia, obrigar-te-ias, obrigar-se-ia, obrigar-nos-íamos, obrigar-vos-íeis, obrigar-se-iam; inventá-lo-ia, inventá-lo-ias, inventá-lo-ia, inventá-lo-íamos, inventá-lo-íeis, inventá-lo-
-iam.
Págs. 36-37
PRÉ-LEITURA
 Materiais áudio e vídeo
Excerto da série televisiva Os Miseráveis disponível no CD de Recursos.
Ficha técnica:
Título original: Les Misérables
Realização: Josée Dayan
Elenco: Gérard Depardieu, John Malkovich, Virginie Ledoyen…
Autoria: Didier Decoin (baseado no ro mance de Victor Hugo)
Ano: 2001
1.1. As personagens são Jean Valjean, ex-presidiário, e um padre (Bispo de Digne).
(Para)Textos 9.° ano
1.2. Quando os guardas levam Valjean ao Bispo de Digne, acusado de roubar os seus talheres de prata, este afirma-lhes que lhos deu, livrando-o de voltar para a prisão. Antes de 
Valjean partir, oferece-lhe também os candelabros de prata (Nota: Os candelabros são símbolo da luz, remetendo para uma caminhada que Valjean irá percorrer).
1.2.1. A forma bondosa como o bispo trata Valjean poderá levá-lo a refletir sobre as suas atitudes (como o roubo dos talheres) e, assim, a procurar o caminho do bem e da 
redenção.
LEITURA
1.1. a. breve; b. crítica; c. descrevem-se; d. comentários; e. depreciativa; f. adjetivos.
2.1. 1. b.; 2. a.; 3. b. Nas expressões 1. e 3. fazem-se comentários pessoais relativamente ao livro Os Miseráveis – a prová-lo estão os adjetivos qualificativos “Longo”, “com-
plexa” e “denso” (este último no grau superlativo absoluto analítico) e a enumeração (no primeiro caso) ou os advérbios “só” e “mesmo” e a construção paralelística (no 
segundo caso). Na ex pressão 2. o tom expositivo é marcado, sobretudo, pela linguagem ob jetiva/denotativa (visível na seleção vocabular).
3. De acordo com Filipa Melo, o romance aborda temas intemporais.
3.1. Na obra valorizam-se temas como a redenção moral, o amor, a justiça, o bem e a igualdade.
4.1. A contra-argumentação está presente na primeira frase do texto – nela a autora apresenta os aspetos desfavoráveis do livro (extensão, complexidade e densidade) – sendo 
refutada logo na segunda frase (“Contudo”); a partir deste momen to, apresentam-se argumentos que evidenciam a qualidade do livro (escolha politicamente correta, pois a obra 
aborda temas intemporais); de seguida, exemplifica-se a argumentação anterior com elementos da história narrada (“Como Jean Valjean […] suicidar-se no final”, ll. 14-22) e, final-
mente, apresenta-se uma citação de Victor Hugo (argumento de autoridade), reforçando a argumentação.
4.2. O teor da recensão é, indiscutivelmente, favorável em relação à obra em apreço.
GRAMÁTICA
1. encontro – nome comum contável; com – preposição simples; cada – quantificador universal; ativos – adjetivo qualificativo; objetivos – nome comum contável. 
2. a. O bem e a igualdade devem ser promovidos pela lei para bem de todos. b. Os Miseráveis e outras obras, como, por exemplo, O Corcunda de Notre-Dame, fo ram escritas por 
Victor Hugo.
Oficina de Oralidade / Oficina de Escrita
Sugestão: Por se considerar que o tratamento de temas comuns entre a oralidade e a escrita pode ser bastante benéfico para o desenvolvimento de competências dos alunos, 
propõe-se, nesta subunidade, a realização de duas oficinas distintas sobre temas relacionados com a leitura – uma de oralidade (apreciação crítica oral) e outra de escrita 
(produção de texto argumentativo sobre a questão da perdurabilidade do livro impresso).
Pág. 38
PRÉ-LEITURA
1.1. Resposta pessoal. 
Sugestão de resposta: O fotógrafo tinha, provavelmente, a intenção de retratar o bulício e a movimentação do trânsito de uma cidade que, mesmo à noite, é muito ativa.
Págs. 39-40
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1. O facto do quotidiano em que se baseia a crónica é a existência de semáforos.
1.1. O cronista sente aversão relativamente aos semáforos e aos problemas quotidianos por eles causados. 
1.1.1. A aversão é suscitada por duas razões: a possibilidade de provocar um acidente e de ficar sem carro devido às hesitações do para-arranca, provocadas pela alteração de 
cor dos semáforos; a abordagem de que é alvo por parte de pedintes e vendedores quando é retido num semáforo.
2.1. a. Condução agressiva; impaciência/má educação; b. Curiosidade mórbida; c. Companhias de seguros; d. Taxistas; e. Venda de diversos produtos irrelevantes (pensos rápidos, 
jornais…); f. Pedintes de do nativos; g. Mendigos; h. Burlões; i. Ci dadãos com deficiência; j. Finalistas da faculdade; k. Toxicodependentes. 
3.1. Resposta pessoal. 
Exemplo de resposta: Com a expressão “e ainda por cima tenho de aturar o pirilampo mágico e a Nossa Senhora de alumínio do tablier, o esqueleto de plástico pendurado do 
retrovisor, o autocolante da menina de cabelos compridos e chapéu” (ll. 8-10), o cronista identifica e enumera ironicamente os objetos que, tipicamente, podem ser encontrados 
nos táxis (e nos carros em geral) por serem muito apreciados pela sociedade portuguesa da década de oitenta (em que foi produzida esta crónica), mas que, para ele, revelam mau 
gosto (desde os símbolos de instituições sociais aos ícones religiosos e profanos, passando pelo logótipo de discotecas). 
4.1. Por parar em tantos semáforos e por ser abordado por sucessivos pedintes, o cronista dá tudo o que tem consigo (in cluindo a roupa, os sapatos e o próprio carro), tornando-
-se um assaltante de automóveis retidos nos semáforos. Para além disso, deixa de ser pontual, sendo, por isso, criticado pelos amigos. 
5. b.
GRAMÁTICA
1. a. As aspas delimitam uma citação.; b. Os dois pontos introduzem uma enumeração; a vírgula separa elementos de uma enumeração.; c. Os parênteses curvos delimitam uma 
exemplificação; o pon to final marca a presença de uma abreviatura (et caetera).; d. Os dois pontos introduzem uma explicitação/conclusão.
2.1. Exemplo de resposta: a. apartamentos, estradas, túneis, parques; b. cozinha, sala, corredor, quarto; c. te clado, ecrã, rato, bateria.
2.2. Dos seguintes conjuntos, distingue os merónimos dos hipónimos:
a. Merónimos: escamas, espinhas, guelras, boca; hipónimos: carapau, salmão, bacalhau; b. Merónimos: raiz, tronco, folhas, flores; hipónimos: pinheiro, so breiro, acácia. 
c. Merónimos: lombada, capa, badanas, folhas; hipónimos: juvenil, policial, de notas; d. Merónimos: casca, caroço, polpa; hipónimos: reineta, golden, starking, gala.
 Materiais áudio e vídeo
Crónica de António Lobo Antunes lida por Luís Gaspar e respetiva transcrição disponíveis no CD de Recursos.
(Para)Textos 9.° ano
Pág. 41
PRÉ-LEITURA
Nota:
Revista Cais
Fundada em 1994, a CAIS é uma associação de solidariedade social sem fins lucrativos, reconhecida como pessoa coletiva de utilidade pública.
Os seus objetivos são:
• colocar na ordem do dia as temáticas relacionadas com a pobreza e exclusão social;
• potenciar o trabalho em rede e consolidar parcerias;
• valorizar os beneficiários (utentes) do sistema social enquanto elementoscríticos e ativos;
• desenvolver e implementar estratégias de intervenção social adequadas às necessidades das populações-alvo.
O preço de capa são 2€ e a receita das vendas reverte para os vendedores (70%).
A revista Cais não é um porto de chegada, mas um ponto de partida, uma resposta de transição para a vida ativa.
in http://www.cais.pt (consult. em 18-12-2012)
1.1.1. A posição em que a revista se encontra remete-nos simbolicamente para uma casa, enfatizando um dos objetivos principais do projeto: “contribuir para o melhoramento 
global das condições de vida de pessoas sem casa/lar”.
Págs. 42-43
LEITURA
1.1. O texto pode ser classificado como editorial. Apesar de não ser produzido por um membro da Direção editorial da revista Cais, este texto é assinado pelo presidente do Instituto 
Politécnico de Leiria, que contribuiu para “dar à estampa este número da revista Cais”. Trata-se de um texto de opinião, pouco extenso, em que o autor exprime, de forma clara e 
incisiva, a posição do IPL relativamente ao assunto abordado.
2.1. O primeiro momento corresponde aos dois primeiros parágrafos; o segundo, aos quatro últimos.
3.1. De acordo com o texto, a afirmação é verdadeira: é necessário ter entusiasmo quer para viver o dia a dia e para ultrapassar as dificuldades com que nos deparamos quer para 
liderar e executar grandes obras, de forma empreendedora.
4.1. a. Deve-se viver a vida com intensidade, aproveitando todos os pequenos momentos que ela nos oferece.; b. Tudo deve ser feito com entusiasmo e dedicação total, mesmo 
as pequenas coisas.; c. Cada um constrói o seu percurso pessoal – à medida que se vive, o percurso vai sendo adaptado.
4.2. Só se identifica o autor da última frase: o poeta espanhol António Machado.
4.3. Resposta pessoal.
5. Os destinatários prioritários deste editorial serão dois: as pessoas sem casa/lar (a quem é dada uma palavra de conforto e esperança) e aqueles que, através de pequenos ou 
grandes atos dotados de entusiasmo, poderão “contribuir para o melhoramento global” das suas condições de vida.
GRAMÁTICA
1. 1. e.; 2. d.; 3. c.; 4. g.; 5. b.; 6. f.
ORALIDADE / OUTROS TEXTOS
 Materiais áudio e vídeo
Canção “O primeiro dia”, de Sérgio Godinho, disponível no CD de Recursos.
2. Esta canção tem como destinatário alguém que perdeu a sua casa/lar, passando a vaguear pelas ruas, a passar a noite em casa de amigos, a andar sem rumo. No entanto, o 
refrão sugere que é possível transformar as adversidades em desafios, ganhar coragem para recomeçar a viver, mudando a postura e modo de vida.
2.1. Resposta pessoal.
 Recursos de apoio ao professor
Grelha de avaliação da oralidade disponível no CD de Recursos.
Pág. 44
 PowerPoint
® Didáticos
PowerPoint® “Texto e relações intratextuais” disponível no CD de Recursos e no e-Manual.
Nota: Todos os exemplos foram retirados do seguinte verbete en ci clopédico: lentilha. in Infopédia [Em linha], Porto Editora, 2003-2009, in http://www.infopedia.pt/$lentilha (consult. 
em 2013-02-05).
 Textos complementares
Verbete de enciclopédia “lentilha” (integral), da Infopédia, disponível no CD de Recursos.
Pág. 47
1. Séculos V-XV – D. (“A aia”, p. 82); Século XV – F. (Os Lusíadas, pp. 122-188); Século XIX – A. (O Fantasma de Canterville, p. 49) e C. (O Alienista, p. 74); Século XX – B. (Meu Pé 
de Laranja Lima, p. 63) e E. (“A palavra mágica”, p. 95).
1.1. Possivelmente, tratar-se-á de ações ficcionais, já que as personagens parecem ser agentes ficcionais em “mundos possíveis”, agindo em contextos espaciotemporais tam-
bém eles ficcionais.
1.1.1. É previsível que essas ações sejam narradas em textos literários.
Pág. 48
1. a. e b. 1. C. – Vergílio Ferreira; 2. F. – Machado de Assis; 3. B. – Oscar Wilde; 4. A. – Eça de Queirós; 5. E. – José Mauro de Vasconcelos; 6. D. – Luís Vaz de Ca mões.
(Para)Textos 9.° ano
Pág. 49
Nota: 
Relativamente ao conto O Fantasma de Canterville, são apresentadas duas propostas de atividades distintas:
– a análise de um excerto da obra com unidade e com autonomia temática;
– a resolução de um Guião de Leitura da obra integral (p. 53).
Informação sobre a obra O Fantasma de Canterville, de Oscar Wilde:
Um diplomata americano compra, na velha Inglaterra, Canterville Chase, uma bela mansão da época Tudor, supostamente assombrada por um temível fantasma. A família 
instala-se e estranhos fenómenos começam a acontecer: uma mancha de sangue no chão da biblioteca, ruídos noturnos de correntes arrastadas, gritos terríveis… No entanto 
a família não se deixa intimidar e o seu comportamento desconcerta o fantasma que, de assustador passa a assustado, tremendo de medo ao menor ruído. 
O Fantasma de Canterville é um clássico com todos os ingredientes de uma narrativa de terror, que não põe de lado a fina ironia e um hilariante sentido de humor.
PRÉ-LEITURA
 Materiais aúdio e vídeo
Excerto do filme O Fantasma de Canterville disponível no CD de Recursos. 
Título: O Fantasma de Canterville
Realização: Crispin Reece
Ano: 1997
Duração: 87 minutos
Elenco: Ian Richardson, Celia Imrie
1.1. A família reage de forma inesperada. Sem sentirem qualquer receio, os Otis são movidos por uma atitude de curiosidade e alguma irreverência.
1.2. Virgínia é uma rapariga bonita, de cabelos loiros e compridos e de aspeto angélico. 
1.2.1. Virgínia pede desculpa ao Fantasma por o ter molhado com o copo de água.
Págs. 51-52
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. O Fantasma encontra-se num estado contemplativo, olhando pela janela. Está muito triste, mergulhado numa depressão “profundíssima” (l. 15).
2.1. Virgínia confronta Sir Simon com a história do assassinato e condena-o pelo seu ato criminoso. Este responde-lhe de forma insólita, dizendo que a opinião dela é “filosofia 
barata” (l. 31). Assim, Sir Si mon considera que os motivos que o levaram a matar a mulher eram válidos e aceitáveis, uma vez que ela era “vulgar” (l. 32), não sabia engomar, nem 
cozinhar.
3.1. Havia uma mancha de sangue no chão da biblioteca.
3.2. Sir Simon usava tintas que tirava do estojo de Virgínia para dar mais cor à mancha.
4.1. a.
4.2. O Fantasma confere grande importância à ascendência nobre e ao estatuto social, logo ter “sangue azul” não era, para ele, um “pormenor”; foi, aliás, por encarar a esposa 
como uma pessoa “vulgar” que a terá assassinado. 
4.2.1. O recurso expressivo é a ironia.
4.3. a. Sir Simon considera os ingleses (ele incluído) um povo aristocrático, de tradição, com classe e educação.; b. Sir Simon considera os americanos um povo com pouca 
educação, e sem tradição, que não sabe dar valor a “pormenores”, tão importantes como a origem aristocrática das famílias.
5.1. Virgínia: a., c., f.; Sir Simon: b., d., e.
6.1. Exemplo de resposta: a. “observan do as folhas doiradas das árvores” (l. 10); “mancha de sangue” (l. 44); “levou os en carnados (incluindo o vermelhão)” (l. 45); “os maravilhosos 
pores do sol que se admiram daqui” (l. 46); b. “Os passos dela eram leves” (l. 14); “ao arrastar as correntes, ao gemer das fechaduras e a andar de noite pelos corredores” (ll. 21-22).
7. a. narrativo; b. ação; c. personagens; d. complexas; e. restrito; f. oral; g. anónimo; h. identificado.
7.1. Trata-se de um excerto de um conto literário, pois foi escrito por um autor identificado, o escritor Oscar Wilde, no sé culo XIX.
GRAMÁTICA
1. a. “retorquiu” (l. 20); b. “volveu” (l. 27); c. “anuiu” (l. 52); d. “sublinhou” (l. 29).
1.1. a. Ele retorquiu, olhando-a espantado, que achava absurdo que ela falasse do comportamento dele. Era uma cena absurda. Se ela fazia referência ao arrastar as correntes, 
ao gemer das fechaduras e ao andar de noite pelos corredores, ele queria afirmar-lhe que era aquele o seu mister. Para aquilo é que ele estava ali.; b. O espetro, de forma afir-
mativa, com ar petulante, volveu que não negava, mas que aquilo era um assunto de família que não dizia respeito a ninguém.; c. Já mais humilde, o fantasma anuiu, mas per-
guntou o que é que ele podia/poderia ter feito. Naqueles dias era difícil conseguirsangue verdadeiro, e, como o irmão dela tinha começado a empregar o Sabão Sem Rival, ele 
achara que era prático recorrer às tintas dela. Quanto à cor, era tudo uma questão de gosto, pois os Canterville tinham sangue azul, mas eles, americanos, nem ligavam àqueles 
pormenores.; d. Virgínia, denunciando a sua origem puritana de Nova Inglaterra, sublinhou que não se devia matar as esposas. 
2.1. Exemplo de resposta: a. O autocarro nunca para nesta paragem. (homografia); b. Quando entramos nos paços do concelho, ficamos deslumbrados. (homofonia); c. O gato 
está com os pelos eriçados. (homografia); d. O senhor Henrique avia os clientes com rapidez. (homofonia); e. Encontrei uma barata na cozinha. (homonímia); f. Já sei a tabuada 
de cor! / Não gosto nada de adormecer tarde. (homografia).
2.2.1. Exemplo de resposta: a. Quando é que o Francisco vem cá a casa?; b. O ocaso é um belo espetáculo!
Pág. 53
Teste de Verificação de Leitura
1. a. Sir Simon; b. Hiram Otis; c. Lucretia Otis; d. Virgínia; e. Washington; f. Duque de Cheshire; g. Sra. Umney; h. Lorde Canterville.
2.1. e.; k.
ASPETOS PARATEXTUAIS
1. Na capa indica-se o nome do autor, o título da obra e a editora responsável pela publicação. Há ainda uma ilustração.
(Para)Textos 9.° ano
1.1. A ilustração relaciona-se com o título, mostrando um fantasma envergando um capuz, e vestido com um saiote preguea do, curto, umas meias compridas e sapatos, deixando 
a descoberto os joelhos que quase batem um no outro. Envolto num lençol, que cobre a parte superior do corpo, o fantasma olha para a direita com olhos encovados e arregalados, 
estando a sua boca semiaberta, por entre uns bigodes e uma barba pouco cuidados. 
1.1.1. O Fantasma de Canterville parece ser um fantasma bastante peculiar: em vez de assustador, é apavorado e perturbado. A sua postura sugere receio e cansaço.
2. a. 1854; b. irlandesa; c. O Fantasma de Canterville; d. 1887; e. O Príncipe Feliz; f. O Retrato de Dorian Gray; g. O Leque de Lady Windermere; h. Salomé; i. Um Ma rido Ideal…; 
j. Reading; k. Balada da Mas morra de Reading; l. Paris.
Págs. 54-55
GUIÃO DE LEITURA ORIENTADA
Capítulo I 
1.1. Hiram Otis: a.; c.; d. Lorde Canterville: b.; e.
2.1. A observação é irónica pois existem grandes diferenças entre a Inglaterra e os EUA, a todos os níveis, exceto na língua – que é, aparentemente, a mesma.
Nota: Como antiga colónia do Reino Unido, os EUA são um país anglófono, além de que, na altura (finais do séc. XIX), as sociedades dos dois países eram marcadamente diferentes 
(os EUA, uma república, o Reino Unido, uma monarquia com uma aristocracia, etc.). 
3.1. A mudança súbita no clima, marcada pelo estranho silêncio e pelas grossas gotas de chuva, confere uma atmosfera assustadora e dramática ao ambiente do Castelo de Can-
terville, como se se tratasse de um aviso aos futuros residentes.
Capítulo II
1. Embora inicialmente a mancha não tenha incomodado em nada a serenidade dos membros da família, o seu reaparecimento faz com que passem a interessar-se pelo caso.
1.1. O senhor Otis revê a sua posição quanto à existência de almas do outro mundo, a senhora Otis decide inscrever-se na Sociedade Espírita e Washington re dige uma carta aos 
senhores Myers & Podmore sobre a eficácia dos seus sabões. 
2.1. O destinatário é Hiram B. Otis.
2.2. O Fantasma surge sob a forma de um velho horrendo, de olhos ardentes como carvões, cabelos compridos e brancos, fato sujo e dilacerado, cheio de grilhetas e correntes.
3.1. Essas designações comprovam o espírito pragmático e pouco supersticioso dos americanos, que acreditam que tudo tem uma explicação natural e uma consequente reso-
lução.
4.1. As suas vítimas foram as seguintes: a duquesa viúva, a quem pregou um grande susto quando se vestia em frente ao espelho; as quatro criadas, a quem fazia negaças, que 
acabaram com ataques de his teria; o prior da freguesia, a quem apagou a vela, e que ficou a sofrer de perturbações mentais; a velha madame de Tremouillac, que, ao despertar, vira 
um es queleto a ler o seu diário íntimo, sendo por isso acometida de febre cerebral e chegando a re con ciliar-se com a Igreja; o perverso Lorde Canterville, que foi sufocado com um 
valete de copas, confessando, ao morrer, que enganava ao jogo; o mordomo da casa que, depois de ter visto a mão verde do espetro, se suicidou; Lady Stut field, que foi obrigada a 
usar uma fita no pescoço para tapar a marca dos dedos do espetro, e que morreu afogada na lagoa.
5. O Fantasma, diante da reação de Otis, que lhe oferece um lubrificante para olear as suas correntes e grilhetas, fica de tal forma estupefacto que, ao princípio, não se mexe. Quando 
uma almofada lhe é arre messada, não tem outro remédio se não fugir, recorrendo às facilidades da quarta di mensão. Já em segurança, num quartinho secreto, remói a sua inaudita 
humilhação. 
Capítulo III
1.1. Virgínia não tem medo do Fantasma – de facto, no diálogo que enceta com ele posteriormente (cap. V, p. 32) Virgínia manifesta impaciência e indignação por o Fantasma 
lhe ter roubado as tintas da sua caixa de pintura e, sobretudo, por ter tido o mau gosto de usar o verde-esmeralda para pintar a nódoa de sangue.
2.1. Na segunda aparição, o Fantasma ma goa-se, ao tentar meter-se dentro de uma antiga armadura, sofrendo com as fisgas dos gémeos e com o revólver apontado pelo diplomata; 
depois de soltar uma terrível gargalhada, depara com a senhora Otis a oferecer-lhe um remédio contra o mal de estômago. Tudo isto o faz andar adoentado por uns dias. A tentativa 
se guinte de assustar a família ainda é mais humilhante: depara com um espetro aterrador, vindo a descobrir, no dia se guinte, que se tratara de mais uma partida.
Capítulo IV
1. O Fantasma não só se sente cansado como também se assusta com os mais pequenos ruídos.
2. Sob os trajes de Jonas, o Desenterrado (um grande lençol, um abafo amarelo, a lanterna numa das mãos e um atiçador de lume na outra), o Fantasma, amedrontado por dois 
vultos que levantam os braços e gritam “Huuu!”, galga a escadaria, en con trando, no topo desta, Washington Otis, munido de uma bomba de água.
3.1. O Fantasma planeia encarnar o Mon ge Vampiro ou Beneditino Lívido.
Capítulo V
1.1. Virgínia, ao entrar na sala das tapeçarias, encontra o Fantasma mergulhado em grande tristeza. Tenta consolá-lo, mas censura-o por ter matado a esposa, por ter roubado as suas 
tintas, abrindo-lhe a possibilidade de emigrar para a América, onde muita gente pagaria bem por ter um fantasma na família. O Fantasma recusa a proposta, pois a América não o 
seduz com as suas maneiras extravagantes, confessando depois que não dorme há trezentos anos e suscitando a compaixão da rapariga. Explica que só poderá repousar no cemitério, 
mas, para tal, de acordo com a profecia escrita na janela da biblioteca, Virgínia terá que rezar pelo perdão dos seus pecados. Com uma luz estranha a cin tilar-lhe nos olhos, Virgínia 
aceita rezar ao Anjo da Morte, sendo conduzida pelo Fan tasma até ao extremo da sala, onde se abre uma caverna escura pela qual ambos entram.
(141 palavras)
Capítulo VI 
1.1. O diplomata, acompanhado pelo filho mais velho, dois criados e o duquezinho de Cheshire, procura Virgínia no local onde um grupo de ciganos acampara; ao ver o local vazio, 
Otis pensa, erradamente, que os ciganos levaram a sua filha e envia telegramas a todos os inspetores de polícia da comarca, partindo depois para Ascot, acompanhado pelo pequeno 
duque, sem conseguir encontrar pistas sobre o paradeiro de Virgínia. Já no castelo, os homens esvaziam a água do tanque e esquadrinham todo o domínio, sem resultados. 
2.1. Virgínia conduz a família a um quartinho de teto baixo, com uma janela de grades, onde jaz o esqueleto do Fantasma.
2.2. A redenção do Fantasma é sugerida pela velha amendoeira seca, em flor, sob o luar.
Capítulo VII 
1.1. Quer a senhora Umney quer o reverendo Dampier tinham sido atormentados pelo Fantasma e estavam desejosos de o ver enterrado.
1.2. A Lua surge detrás da nuvem,espalhando claridade, e um rouxinol começa a cantar.
Pág. 56
Textos narrativos
Consideram-se textos narrativos aqueles em que há predomínio de sequências textuais narrativas e ocorrência das formas linguísticas próprias do mo do narrativo.
(Para)Textos 9.° ano
Há géneros literários predominantemente narrativos (conto, novela, romance, epopeia…); no entanto, há frequentemente se quên cias narrativas em muitos ou tros textos de 
outros géneros, lite rários e não literários (reportagem, relatório, debate…).
O Dicionário de Narratologia, de autoria de Carlos Reis e Ana Cristina Macário Lopes, evidencia estes mesmos aspetos.
Pág. 58
Informação sobre a obra Histórias Falsas, de Gonçalo M. Tavares:
Escritas no mesmo período, algumas destas Histórias Falsas foram sendo no entanto publicadas em momentos muito distintos […]. Não são histórias do género fantástico, 
mas um homem – de há três mil anos – pode nelas utilizar objetos que ainda não existiam. Quando as escrevi o que me interessava era, em primeiro lugar, exercer um ligeiro 
desvio do olhar em relação à linha central da história da filosofia; por outro lado, tinha curiosidade em perceber o modo como a ficção (verosímil ou nem tanto) se pode encostar 
suavemente a um fragmento da verdade até ao ponto em que tudo se mistura e se torna uniforme.
Gonçalo M. Tavares, “Breve Nota”, in Histórias Falsas, Leya, 2010
PRÉ-LEITURA
1. a. barril; b. satisfação das necessidades mais sim ples; c. direta e imediata; d. crítico; e. corrupta.
Pág. 60
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA 
1.1. A transformação deve-se ao encontro com Diógenes e ao breve diálogo que tiveram. 
1.1.1. Mercatore enfrenta Diógenes com arrogância, censurando a conduta do filósofo que, por nunca ter recorrido à bajulação do rei, vivia na pobreza (lentilhas era, então, um 
prato dos pobres).
1.2. b.
1.3. Mercatore fica sem capacidade de resposta, “estarrecido” (l. 21), afastando-se ra pi damente.
2. O termo “confirmação” indica que a insatisfação já estava instalada no íntimo da personagem, emergindo na sequência desse diálogo.
3.1. B., D., F., A., C., E.
3.2. Mercatore aprendeu uma lição com o encontro com Diógenes, não precisando mais dos seus conselhos e interpelações. Aprendendo a viver modestamente, não precisava mais 
da bajulação e da mentira.
OFICINA DE GRAMÁTICA
1.1. a. “única filosofia”, “simples ho mem”, “velho criado”; b. “homem rico”, “sorriso fraco”, “carnes raras”.
1.2. “única” – exclusiva; apenas uma; “simples” – comum; vulgar; “rico” – abastado; com posses; “fraco” – débil, sem força ou energia; “raras” – invulgares; “velho” – antigo.
Pág. 61
1.3.1. 1. d.; 2. f.; 3. e.; 4. b.; 5. c.; 6. a.
1.4.1. a. nome; b. direita; c. objetivo; d. res tritiva; e. esquerda; f. subjetivo; g. qualitativo.
Pág. 62
OUTROS TEXTOS / OUTRAS ATIVIDADES
 Outros textos
Texto informativo “Diógenes” disponível no CD de Recursos.
1.1. D., E., A., C., B.
Em D. introduz-se e sintetiza-se o tema (vida de Diógenes, o Cínico), fazendo-se uma pergunta que motiva a leitura; em E. apresentam-se os dois significados da alcunha cínico; 
em A. apresentam-se as características gerais de Diógenes en quanto filósofo cínico; em C. relata-se um pequeno episódio que exemplifica as características referidas no pará-
grafo an terior; em B. conclui-se o texto referindo-se uma última qualidade – o humor – exemplificada com episódios humorísticos.
Pág. 63
Nota: Relativamente ao romance Meu Pé de Laranja Lima, são apresentadas duas propostas de atividades distintas:
– a análise de um excerto da obra com unidade e com autonomia temática;
– a resolução de um Guião de Leitura da obra integral (p. 68).
Informação sobre a obra Meu Pé de Laranja Lima, de J. M. Vasconcelos:
Nesta obra, Zezé narra, na primeira pessoa, alguns episódios sobre a sua infância, mais propriamente quando ti nha cinco anos. São contadas situações, umas muito divertidas, 
outras comoventes, to das elas marcantes para um menino travesso, mas também muito meigo. Zezé mostra como foram importantes para si acontecimentos como a entrada na 
es cola, a forte amizade com Minguinho, a relação de amizade com Manuel Valadares… 
PRÉ-LEITURA
1.1. Resposta pessoal. 
Sugestão de resposta:
A imagem resulta de uma adaptação de um sinal de trânsito que alerta para uma situação de perigo – o local assinalado é frequentado por crianças (escola, parque de 
jogos…). Foi acrescentado ao sinal de trânsito original um símbolo de afeto entre as pessoas – o coração vermelho.
A legenda Escola, amor e segurança está em consonância com a imagem, re metendo para o clima de afe tividade e segurança associados a esta instituição social.
(Para)Textos 9.° ano
Pág. 65
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. A flor que oferecia à Professora era roubada por Zezé do jardim de Serginho.
1.2. D. Cecília teve dificuldade em iniciar a conversa, pois, além de gostar de Zezé, o assunto a abordar era delicado.
2.1. a. ameaçadora; b. violência; c. afetivo; d. repreensão; e. suavizando.
3.1. Zezé justificou o seu ato, apresentan do as seguintes razões: na casa de Serginho havia tantas flores, que ninguém dava pela falta de mais uma; tudo o que existe no mundo é de 
Deus, logo as flores também o são; em sua casa não havia jardim com flores; Zezé não podia comprar flores, pois eram caras e ele não tinha dinheiro; o menino considerava que a 
professora merecia ter sempre uma flor na secretária.
4.1. D. Cecília começa por ficar espantada com a argumentação de Zezé (“Ela ficou espantada com a minha lógica.”, l. 22), cala-se e chora ao compreender o objetivo do gesto do 
menino (“Ela engoliu em seco.”, l. 26; “Ela tirou o lenço da bolsa e passou disfarçadamente nos olhos.” l. 33). Por fim, não consegue disfarçar a sua comoção (“Dessa vez ela ficou 
com o lenço parado no nariz muito tempo.”, l. 43; “As lágrimas estavam descendo.”, l. 49).
5.1. Dorotília era ignorada pelas suas colegas devido à sua cor e também por ser muito pobre. Zezé era o único que convivia com ela. Sempre que a professora lhe dava comida, 
o menino dividia-a com Dorotília, pois sabia que ela ainda era mais pobre do que ele.
6. Zezé é um menino traquina e vivaço, mas muito carinhoso, bondoso e solidário. Isso é visível na preocupação de agradar à professora e na partilha do seu lanche com Dorotília. 
A Professora Cecília é justa, pois faz questão de esclarecer a informação que Godofredo lhe deu e de perceber a razão pela qual Zezé roubava as flores. É também bondosa, pois, 
sabendo das dificuldades de Zezé, costumava oferecer-lhe dinheiro para comprar comida. As duas personagens têm uma relação muito especial, de cumplicidade, sendo que o 
menino confia em absoluto na professora e esta compreende a verdadeira natureza dele.
7. a. participante/autodiegético; b. subjetivo; c. Zezé: protagonista/principal; D. Cecília: secundária; Godofredo: figurante; d. Zezé e D. Cecília: redonda; Godofredo: plana; e. escola; 
f. meio social pobre, caracterizado pelas dificuldades económicas (a avaliar pelas personagens Zezé e Dorotília) / ambiente escolar; g. um dia de aulas (durante uma aula, até ao seu 
final); h. Godofredo entra na sala e fala com a professora.; i. Terminada a aula, na sequência da conversa com Godofredo, a professora esclarece a situação com Zezé.; j. A profes-
sora faz um pacto com Zezé e o menino promete que não voltará a roubar flores.
Pág. 66
GRAMÁTICA
1.1. a. “Ficou arrumando” (l. 7), “estavam descendo” (l. 49); b. “me chamou” (l. 5), “Se via” (l. 7); c. “Tudo [-] que tem no mundo não é de Deus?” (ll. 20-21), “todo [-] sábado” (l. 
46), “porque [-] Mamãe” (l. 47); d. “some” (l. 29); “enxergar” (l. 56).
1.2.1. a. “amarra”, “falar”, “nariz”, “afinal”; b. “dinheiro”, “pode”; c. “al gu ma”, “afinal”; d. “falar”, “flor”.
Nota: Diferentes realizações do português brasileiro
É conveniente que o professor relembre aos alunos que, em alguns casos, existem várias realizações possíveis do português brasileiro, na oralidade, consoante as variedades dialec-
tais em causa. Relativamenteao exercício proposto, pretende-se que os alunos tomem conhecimento das diferenças que dizem respeito à variedade falada nos estados do litoral do 
Brasil, abaixo da Baía, inclusive (cf. Dicionário terminológi co).
2.1. a. “senhora”; b. “Dona Cecília”; c. formais; d. respeito; e. “você”; f. informal; g. proximidade; h. “coração de ou ro”; i. afeto.
Pág. 67
1. / 1.1. Sugestão:
Poderá articular esta atividade com a leitura dos poemas III e XIX da obra Poeta Militante (José Gomes Ferreira), disponíveis nas páginas 216 e 217 do manual.
OUTROS TEXTOS / ORALIDADE / ESCRITA
 Materiais áudio e vídeo
Canção “Outra margem”, dos Trovan te, disponível no CD de Recursos.
 Materiais projetáveis
Informação sobre “Apresentação oral” disponível no CD de Recursos.
 Outros Textos
Texto “O que é um romance?” disponível no CD de Recursos. 
2.1. Sugere-se a seguinte metodologia de trabalho:
1. Primeira leitura, pelo professor, do texto “O que é um romance?”, para que os alunos apreendam o sentido global do mes mo.
2. Segunda leitura do texto, pelo professor; em paralelo, anotação, pelos alunos, das ideias-chave. 
3. Elaboração, em trabalho de pares, de tópicos que sintetizem as principais ca racterísticas do romance.
4. Partilha oral dos tópicos produzidos. Anotação, no quadro, dos tópicos apresentados.
5. Organização dos tópicos registados no quadro, com vista à redação de uma síntese (planificação).
6. Redação conjunta de uma síntese das principais características do romance.
7. Leitura da caixa informativa relativa ao conto (pág. 52).
8. Elaboração de um quadro com as se melhanças e as diferenças entre o con to e o romance.
Sugestão:
 Materiais projetáveis
Encontra-se disponível, no CD de Re cursos, uma atividade de escrita e de oralidade para Meu Pé de Laranja Lima.
 Recursos de apoio ao professor
Grelhas de avaliação da escrita e da oralidade disponíveis no CD de Recursos.
Pág. 68
Teste de Verificação de Leitura 
1. 1. c.; 2. d.; 3. b.; 4. a. 
(Para)Textos 9.° ano
2.1. Mangaratiba é um comboio, Luciano é um morcego que vive na antiga casa e Minguinho é um pé de laranja lima que se torna confidente do menino.
3. a. F. Zezé e Luís brincavam frequentemente no quintal da casa e faziam de conta que uma parte dele era o Jardim Zoológico.; b. V.; c. V.; d. F. – “Apanhar morcego” significava 
saltar para a parte de trás de um carro e ir à boleia, sem o condutor saber.; e. V.; f. F. – Zezé era descendente de índios, da parte da mãe.
ASPETOS PARATEXTUAIS
1.1. b.
1.2.1. b.; d.; e. 
2.1. A emotividade da história é realçada na página 5, na dedicatória que o autor faz a pessoas que o marcaram ao longo da vida, referindo, especialmente, os que partiram cedo 
de mais. Na página 7 (índice) há alguns títulos de capítulos que têm uma carga emocional muito forte (“Os dedos magros da pobreza”, “Numa cadeia eu hei de ver-te morrer” ou 
“De pedaço em pedaço é que se faz ternura”).
Págs. 69-70
Guião de Leitura Orientada
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
Primeira parte – Capítulos primeiro e segundo
1.1. Totoca e Zezé vão à nova casa, para a conhecer.
1.2. A mudança de casa é motivada por dificuldades financeiras, já que o pai dos meninos está desempregado.
1.3.1. Totoca refere-se ao facto de Zezé já conseguir ler, embora ainda não frequente a escola.
1.3.2. Jandira não acreditou que Zezé sabia ler e ameaçou bater-lhe, depois pensou que ele tivesse decorado o que leu e finalmente ficou estupefacta ao perceber que era verdade; 
Glória ficou surpresa e nervosa e foi chamar uma vizinha; Totoca ficou zangado, pois pensava que Zezé estava a esconder alguma coisa; a avó ficou admirada e achou que “o mundo 
estava perdido”, pois aquilo não era normal; finalmente, o Tio Edmundo ficou muito orgulhoso de Zezé e elogiou-o, di zendo que ele tinha um belo futuro pela frente.
2. Totoca era um menino esperto, mais velho do que Zezé e, como tal, ensinava-lhe muitas coisas. Protegia o irmão, mas ao mesmo tempo tinha ciúmes da inteligência de Zezé. O 
Tio Edmundo era um homem em quem Zezé confiava e que compreendia o menino e sentia orgulho dele.
3.1. Os irmãos de Zezé eram Jandira, Glória, Totoca, Lalá e Luís. Zezé tinha ainda uma outra irmã que tinha sido dada a uma família do Norte.
3.2.1. Os meninos costumavam brincar no quintal e Zezé fazia de conta que aquele espaço se dividia em três: o Jardim Zoológico, a Europa e o avião. Quando visitavam o Jardim 
Zoológico, Zezé fazia Luís acreditar que lá havia uma bilheteira, leões, macacos… Zezé fazia tudo o que podia para o irmão mais novo não deixar de sonhar.
4.1. As crianças desatam a correr e cada uma escolhe uma árvore para si.
4.1.1. Apesar de ser o último, Zezé consegue encontrar uma árvore: um pé de laranja lima, que o ouve e fala com ele. 
Primeira parte – Capítulos terceiro, quarto e quinto
1.1. Motiva-os a possibilidade de receberem um presente de Natal, já que o dono da fábrica mandara comprar um camião cheio de brinquedos para dar aos meninos mais pobres.
1.2. Os meninos não alcançam o seu objetivo porque chegam atrasados. Os brinquedos já tinham sido todos distribuídos.
1.2.1. Os irmãos ficam muito tristes. Zezé tenta animar Luís, prometendo-lhe que, quando for grande, lhe dará muitos brinquedos. Zezé revela que, apesar de traquinas, tem um 
coração de ouro. Tem uma grande adoração pelo irmão, sendo capaz de fazer qualquer coisa para o animar.
2.1. A ceia foi “tão triste que nem dava vontade de pensar”. Ninguém foi à Missa do Galo e todos jantaram em silêncio. O pai saiu de casa sem se despedir de ninguém, a avó 
estava chorosa e foi para casa mais cedo com o Tio Edmundo, a mãe foi para o quarto e Glória chorava. 
3.1. Zezé fica tão dececionado que, num misto de tristeza e de revolta, diz “Como é ruim a gente ter pai pobre!…”.
3.1.1. O seu desabafo é ouvido pelo pai, que fica tão triste e magoado que sai de casa. Zezé fica destroçado e, para tentar remediar a situação, pega na sua caixa de engraxar 
sapatos e tenta arranjar fregueses, o que não é fácil por ser dia de Natal. Com o dinheiro arrecadado, compra uma carteira de cigarros caros para oferecer ao pai. O pai comove-se 
e conversa com o filho.
4.1. Zezé é muito inteligente e aplicado, o “melhor aluno” da professora.
4.2. Entre ambos é estabelecida uma relação de amizade, confiança e cumplicidade. 
4.3.1. Zezé pede à mãe que lhe compre um fato. Para ele, esta é a sua oportunidade de ter uma roupa de poeta.
5. Numa terça-feira, Zezé faltou à escola para esperar por Ariovaldo, um cantor de rua, que ia regularmente à rua do Progresso. Zezé gostava de o ouvir e nesse dia propôs-lhe que 
o deixasse acompanhá-lo sempre que viesse. Ariovaldo concordou e tornaram-se amigos. A partir daí, Zezé passa a acompanhar o cantor. 
Segunda parte – Capítulos primeiro, segundo e terceiro
1. B., D., G., F., E., A., C.
Segunda parte – Capítulos quarto, quinto e sexto
1.1. Durante a semana em que fica em casa, Zezé fica muito quieto, não mostrando vontade de fazer nada e passando o tempo com Minguinho.
1.2. Em vez de ir para a escola, Zezé vai ter com o Portuga, pois sabe que ele deve estar preocupado consigo.
2.1. Zezé pede-lhe para falar com a sua família e o tentar comprar, pois, se sair de casa, todos ficarão felizes. O Sr. Valadares, comovido, explica que não o pode fazer, mas promete-lhe 
que o tratará sempre como um filho.
3.1. Totoca diz-lhe que a prefeitura vai alargar as ruas, necessitando de encurtar alguns quintais e isso significa que o pé de laranja lima será cortado.
Segunda parte – Capítulos sétimo, oitavo e nono
1.1. a. escola; b. carro; c. Portuga/Português/Manuel Valadares; d. comboio/Mangaratiba; e. morte; f. doente; g. corte/abate h. pé de laranja lima/Minguinho; i. amigo Português/Portuga; 
j. ternura; k. Minguinho; l. despedida; m. verdadeiro/biológico; n. amor; o. homem/adulto; p. sau dade/ternura/carinho; q. crescer; r. dor.
Pág. 73
EXERCíCIOS
1. a. – 1./2. mestre/maestro; b. – 1./2. olho/óculo; c. – 1. livro; d. – 1./2. sereia/sirene.
(Para)Textos 9.° ano
1.1. As palavrasdas alíneas a., b. e d. são palavras divergentes, pois têm formas diferentes embora derivem do mesmo étimo latino. A palavra da alínea c. (que pode ser um 
nome comum ou uma forma verbal do verbo livrar) pode derivar de dois étimos diferentes, tratando-se, por isso, de uma palavra convergente.
Pág. 74
Nota: Relativamente ao texto O Alienista, são apresentadas duas propostas de atividades distintas:
– a análise de um excerto da obra com unidade e com autonomia temática;
– a resolução de um Guião de Leitura da obra integral (p. 79).
Informação sobre a obra O Alienista, de Machado de Assis:
O Dr. Simão Bacamarte dedica-se, em Itaguaí, ao estudo da loucura, inaugurando a Casa Verde, instituição para doentes mentais. Todavia, e depois de um funcionamento 
considerado regular, a Casa Verde começa a receber pacientes, até aí considerados “normais”, fruto da nova definição de loucura do médico. A regularidade dos internamentos 
é tal que provoca na vila uma verdadeira revolta só apaziguada com um destacamento militar. A partir daí, o médico começa a explorar novas teorias que provocam uma verda-
deira reviravolta. A obra termina com uma reflexão final do alienista: afinal a loucura reside nos homens verdadeiramente equilibrados. Dado que o único homem que cumpre 
esse requisito é ele próprio, Bacamarte interna-se na Casa Verde e torna-se o objeto do seu próprio estudo. 
PRÉ-LEITURA
1.1. Resposta pessoal. 
Definição dicionarística de loucura:
“1. estado de louco, alienação mental;
2. ato próprio de louco;
3. temeridade; imprudência;
4. extravagância; exagero.”
in Grande Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora, 2010
Págs. 76-77
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. Um alienista é um médico que está encarregue de doentes psiquiátricos.
2. a. V.; b. F. – O boticário inicia a conversa inquirindo Bacamarte sobre as esposas de ambos.; c. F. – O protagonista mostra-se pouco interessado na esposa, mudando de assunto.; 
d. V.
3. O projeto do alienista consiste numa experiência sobre a loucura que, em seu en tender, irá “mudar a face da Terra” (ll. 9-10). 
4.1. b. 
5.1. a. “a insânia abrangia uma vasta superfície de cérebros” (ll. 13-14); b. “As sim, apontou com especialidade alguns personagens célebres […] Domiciano, Calígula, etc.” (ll. 
17-20); c. “– A ferocidade, Sr. Soares, é o grotesco a sé rio.” (l. 24).
6.1. “Há melhor do que anunciar a minha idéia, é praticá-la” (l. 57).
GRAMÁTICA
1.1. a.
1.2. d.
2. a. intervieram; b. analisar-se-ia; c. se tivesse lembrado; d. teria poupado.
ESCRITA
Nota: Esta atividade poderá ser desenvolvida após a leitura da obra integral e da resolução do respetivo guião de leitura orientada (pp. 79-81).
1. Resposta pessoal. 
Sugestão de pla no:
Género de texto: texto de opinião
Intencionalidade comunicativa: comentar/dar opinião
Estrutura:
Tópico a abordar na introdução – contextualização do excerto na obra O Alienista; tomada de posição.
Tópicos a abordar no desenvolvimento (argumentos/contra-argumentos):
• definição objetiva de sanidade mental/loucura, seguida de exemplificação;
• apresentação da definição de loucura de Simão Bacamarte, seguida de exemplificação; 
• confronfo das duas definições apresentadas;
Tópico a abordar na conclusão – Re forço da posição pessoal assumida.
 Recursos de apoio ao professor
Grelha de avaliação da escrita disponível no CD de Recursos.
Pág. 78
ORALIDADE
 Leitura de um texto sobre a pintura “A extração da pedra da loucura”, de Hieronymus Bosch, disponível na Faixa 1 do CD Áudio que acompanha o manual.
 Materiais projetáveis 
Pintura “A extração da pedra da loucura”, de Hieronymus Bosch, disponível no CD de Recursos.
 Outros textos
Texto expositivo sobre a pintura “A ex tração da pedra da loucura”, de Hieronymus Bosch, disponível no CD de Recursos.
1.2. a. Estupidez; b. Punhal a atravessar a bolsa do dinheiro; c. Imbecilidade; d. Tu lipa; e. Crendice e superstição; f. Frade (ou jarro de vinho); g. Reflexo da realidade.
(Para)Textos 9.° ano
Pág. 79
Teste de Verificação de Leitura 
1.1. c.; 1.2. b.; 1.3. a.; 1.4. a.; 1.5. c.
2. Chegando à conclusão de que o verdadeiro louco era o homem perfeitamente equilibrado, o Dr. Simão Bacamarte in ter na-se na Casa Verde, por só ele cumprir tais parâmetros. Passa 
então a ser o examinador e o próprio paciente. Acaba por morrer na instituição passados alguns meses.
ASPETOS PARATEXTUAIS
1. As abas apresentam citações transcritas de O Alienista, uma breve síntese biobibliográfica de Machado de Assis e outras obras do autor publicadas pela editora Alma Azul.
2. Materiais áudio e vídeo 
Vídeo Machado de Assis, um mestre na periferia, disponível no CD de Recursos.
2.1. / 2.2. Resposta pessoal.
 Textos complementares
Verbete de enciclopédia sobre Machado de Assis disponível no CD de Recursos.
Págs. 80-81
Guião de Leitura Orientada
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
Sugestão: 
 Materiais áudio e vídeo
Encontra-se disponível, no CD de Re cursos, um pequeno filme com excertos de O Alienista, telefilme dirigido por Guel Arraes e Jorge Furtado, que poderá ser visionado pelos alunos 
como motivação para o estudo da obra.
Capítulos I e II
1.1. Esta frase realça a antiguidade e o carácter remoto da história. Assim, a ex pressão “em tempos remotos” sugere, à semelhança do tradicional Era uma vez, um tempo indetermi-
nado/impreciso e longínquo; por outro lado, a expressão “um certo médico” remete para uma personagem anónima.
2. a. 
3. Na escolha de uma esposa, o médico não se orientou por valores emotivos, fruto do amor, mas por princípios racionais ligados à ciência e orientados para a procriação.
4.1. Para superar esta situação, o médico mergulhou ainda mais no estudo da ciência e descobriu a área ainda inexplorada da “patologia cerebral”.
5. Em Itaguaí, não tratavam tradicionalmente os loucos e a ideia de juntá-los sob o mesmo teto afigurava-se um sinal de demência.
6. O título justifica-se pela elevada afluência de loucos à Casa Verde, o que fez com que a instituição tivesse de ser ampliada, com a construção de uma nova galeria de trinta e sete 
cubículos.
7. 1. c.; 2. a., d., f.; 3. b., e.
7.1. João de Deus – “um sujeito que, chamando-se João de Deus, dizia agora ser o deus João, e prometia o reino dos céus a quem o adorasse, e as penas do Inferno aos outros” (p. 
12).
Licenciado Garcia – “o licenciado Garcia, que não dizia nada, porque imaginava que no dia em que chegasse a proferir uma só palavra, todas as estrelas se despegariam do céu e 
abrasariam a Terra; tal era o poder que recebera de Deus.” (p. 12).
Capítulos III e IV
1. O sacerdote mostra-se extremamente sensato e tenta alertar o Dr. Simão Bacamarte. Na sua opinião, não haveria benefícios em fazer investigações numa área que já estava perfei-
tamente definida, ou seja, os limites entre a sanidade mental e a loucura. Acha, inclusivamente, que poderia ser perigoso.
Capítulos V e VI
1. Simão Bacamarte começa, de forma coerente para ele, mas totalmente descontrolada para a população, a internar pacientes na Casa Verde, causando o pâ nico.
1.1. a. Costa; b. Tia do Costa; c. Mateus; d. Martim Brito.
2. A população estava esperançosa de que D. Evarista incutisse alguma sensatez no marido e evitasse a situação aterrorizadora e descontrolada que se vivia na vila.
Capítulos VII e VIII 
1.1. • Recusa inicial da Câmara às reivindicações da representação do grupo rebelde;
• dissidência na Câmara, com o vereador Sebastião Freitas, seduzido pela expressão “Bastilha da razão humana”, a dar o seu aval à rebelião, advogando meios legais;
• marcha dos trezentos e cerco da Bastilha da Casa Verde;
• serena e corajosa intervenção do Doutor;
• ambição política do barbeiro Porfírio, que extrema as posições dos revoltados;
• chegada de um corpo de Dragões e in vestida da tropa;
• passagem de um terço dos Dragões para o lado dos revoltados;
• aparente triunfo da revolução, com a queda da Câmara e a assunção, por parte do barbeiro, do governo de Itaguaí;
• proclamação do feriado do dia da libertação;
• conivência do vigário Lopes.
2.Boticário – influenciável e idealista; Porfírio – vira-casaca e oportunista.
Capítulos IX e X
1.1. A partir do momento em que tomou o poder, o barbeiro deixou-se corromper e adotou um discurso prudente e moderado, abandonando os ímpetos revolucionários mais radicais.
2. Mitigada a revolta e apoiado por Porfírio, Simão Bacamarte ficou com o seu poder ainda mais fortalecido pois teve carta branca para aplicar as suas medidas
em prol da ciência, o que levou a internamentos desenfreados e desregrados, uma vez que, a partir daí, tudo era considerado loucura pelo alienista.
Capítulo XI e XII
1. Todos os habitantes de Itaguaí ficaram assombrados, ou seja, abismados com a saída de todos os pacientes da Casa Verde.
2. O parágrafo 4.º do ofício permitia ao alienista receber na Casa Verde pessoas que se achavam no pleno gozo do perfeito equilíbrio das suas faculdades mentais.
3.1. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta: O mundo às avessas; A realidade ultrapassa a ficção…
Capítulo XIII
1.1. a. Era dada ao paciente uma oferta, por exemplo, uma casaca, uma bengala, um anel de brilhantes, uma distinção honorífica ou cargo político, consoante a gravidade do caso.; b. O 
doente era colocado em situações tentadoras ou emotivamente difíceis e deixava-se atuar a vis medicatrix da natureza.
(Para)Textos 9.° ano
2.1. O doutor Bacamarte ia deduzindo que os últimos pacientes eram tão desequilibrados como os outros, logo não só não havia loucos em Itaguaí como também não havia um 
cérebro são; ruía assim qualquer distinção entre loucura e sanidade. Deste modo, Bacamarte concluiu que o seu trabalho fora inteiramente inútil, pois todos os loucos estavam no 
exterior do asilo. 
Chegando à conclusão de que o verdadeiro louco era o homem perfeitamente equilibrado, o Dr. Simão Bacamarte internou-se na Casa Verde, por só ele cumprir tais requisitos. 
3. Materiais áudio e vídeo
Excerto de O Alienista disponível no CD de Recursos.
Título: O Alienista 
Ano: 1993
Direção: Guel Arraes e Jorge Furtado 
Elenco: Marco Nanini, Giulia Gam, Milton Gonçalves, Cláudio Correa e Castro…
3.1. Resposta pessoal. 
Sugestão de Resposta: O desfecho da história comprova que, em Itaguaí, os conceitos de sanidade e desequilíbrio mentais estavam totalmente confundidos. Para o alienista, os limites 
entre um estado de loucura e de normalidade esbateram-se e confundiram-se de tal forma que lançaram a vila no caos. Deste modo, a obra termina com esta inquietante questão 
proferida pela personagem do vereador Sebastião Freitas: será que o maior louco não seria, de facto, Simão Bacamarte?
Pág. 82
Informação sobre a obra Contos, de Eça de Queirós:
Para além de um excelente romancista, Eça de Queirós é reconhecido pela sua capacidade de contista. Na obra Contos, encontramos uma série de textos muito conhecidos e 
estimados pelos leitores, como “Singularidades de uma rapariga loura”, “Um poeta lírico”, “No moinho”, “Civilização”, “O tesouro”, “Frei Genebro”, “Adão e Eva no paraí so”, 
“A aia”, “O defunto”, “José Matias”, “A perfeição” e “O suave milagre”.
PRÉ-LEITURA
1.1. Tendo como base as características do conto, é previsível que “A aia” seja um texto narrativo, de reduzida extensão, com uma ação simples e linear, poucas personagens, 
caracterizáveis en quanto membros de determinado grupo social (cf. título) e um esquema temporal reduzido (prevê-se que o tempo cronológico seja curto).
Pág. 86-88
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1. a. ll. 1-9; b. Breve caracterização do rei e seu reino. Partida do rei, deixando a sós rainha e príncipe; morte do rei; c. ll. 10-147; d. Reação das personagens à morte do rei, 
assalto do palácio, troca de bebés pela aia, morte do filho da aia, reação das personagens ao salvamento do principezinho. e. ll. 148-152; f. Suicídio da ama, para ir ter com o 
filho.
2. Tempo: “Era uma vez” (l. 1); espaço: “um reino abundante em cidades e searas” (ll. 1-2).
3.1. O rei persegue um “sonho de conquista e de fama” (ll. 5-6).
3.2. O rei inicia a sua marcha sob o signo da Lua cheia (enquadramento simbólico do sonho e da ilusão da conquista e da fama); porém, a Lua começa a minguar quando é 
anunciada a morte do rei e a derrota das suas tropas.
3.3.1. O rei morre trespassado não por uma, mas por sete lanças (o número sete neste contexto surge associado à tragédia), à beira de um grande rio, que significa o limiar entre 
a vida e a morte. Perece também a elite da nobreza guerreira (“flor da sua nobreza”, l. 9).
3.3.2. A morte do rei deixa o governo do reino entregue a uma mulher, ficando o reino vulnerável e à mercê do irmão do rei, homem cruel e impiedoso.
3.3.3. Os advérbios são “magnificamen te”, “desoladamente” e “ansiosamente” (ll. 10-11). 
3.3.4. A faceta que suscita mais lágrimas é a de pai – comprovado pelo uso dos advérbios “sobretudo” e “ansiosamente” (l. 11), pela sua carga emotiva (em comparação com 
os advérbios “magnificamente” e “desoladamente”). 
4.1. O diminutivo tem um sentido afe tuo so, pois, ao recorrer a este grau, o narrador realça a forma como a rainha vê o seu filho – como um ser humano frágil e indefeso, que 
urge defender.
5.1. 1. a.; c.; e.; g.; 2. b.; d.; f.; h.; i.; j.
5.1.1. As duas personagens são bastante diferentes, sendo a imagem do tio inversa à do rei morto – se o rei é caracterizado pela sua nobreza, bravura e bondade, o tio é-o pela 
devassidão e maldade. (Nota: a forma como as personagens são designadas pelo narrador, “rei” e “bastardo”, evidencia essas mesmas características.)
6.1. Os aspetos comuns são os seguintes: “tinham nascido na mesma noite de verão” (l. 24); alimentavam-se do “mes mo seio”, o da aia (l. 24); eram ambos beijados pela rainha 
e acarinhados pela aia; para além disso, “Os olhos de ambos reluziam como pedras preciosas” (ll. 27-28). Há, no entanto, um aspeto contrastante entre os dois, que marca a dife-
rença de classe social: enquanto o berço do principezinho “era magnífico e de marfim entre brocados”, o do escravozinho era “pobre e de verga” (ll. 28-29). O contraste social é 
ainda sugerido pelas características físicas: o principezinho tinha “cabelo louro e fino” (ll. 25-26); o escravo, “negro e crespo” (l. 27).
7. Mais do que qualquer outra pessoa, a aia chorou copiosa e sentidamente a morte do seu rei.
7.1. A sua crença dizia-lhe que “a vida da Terra se continua no Céu” (ll. 33-34), pelo que acreditava que o seu rei continuava a viver depois da morte.
7.1.1. Para a aia, o céu reproduz a estrutura social existente na terra, mantendo o rei e os seus súbditos a hierarquia vivida na terra.
7.2.1. A sua preocupação com o principezinho é transmitida por verbos expressivos (“tremia”, l. 43), pela adjetivação expressiva (“longa infância”, l. 44, “anos lentos”, l. 45 – estes 
adjetivos explicitam o tempo psicológico: a ansiedade e a angústia que cercarão o crescimento do principezinho), pela metáfora (“faminto do trono”, l. 47), a comparação (“de face 
mais escura que a noite e coração mais escuro que a face”, ll. 46-47) e a frase exclamativa (“Pobre principezinho da sua alma!”, l. 48).
7.3. A aia, quanto ao relevo, é a personagem principal do conto, pois toda a ação gravita em torno dela (ll. 142-144), sendo a referência dela que intitula o conto. Quanto à 
composição, é uma personagem modelada, visto que manifesta complexidade psicológica e moral (ll. 31-60). 
8.1. B.; D.; G.; A.; C.; F.; E.
8.1.1. O processo é de encadeamento.
9.1. “Quem o salvara? Quem?…” (l. 112); “Serva sublimemente leal!” (ll. 113-114); “súplicas de que fosse recompensada, magnificamente, a serva admirável que salvara o rei e o 
reino.” (ll. 118-119); “Mas como? Que bolsas de ouro podem pagar um filho?” (l. 120).
10.1. A “mãe ditosa” é a rainha e a “mãe dolorosa” é a aia. Na linha da exemplaridade do con to, as personagens encarnam a mãe feliz, por o seu filho estar a salvo, e a mãe triste, 
repleta de dor, pela perda do seu filho querido.
(Para)Textos 9.° ano
10.2. a. nome próprio; b. condição so cial; c. características psicológicas.
11.1. “Então um velho de casta

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