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CURSO DE TECNOLOGIAS ENERGÉTICAS 1 Prof. Avanir Lessa TECNOLOGIAS ENERGÉTICAS PROFESSOR: AVANIR CARLOS LESSA Tatuapé Victor Civita CURSO DE TECNOLOGIAS ENERGÉTICAS 2 Prof. Avanir Lessa Capítulo 12 Energia no Setor de Transporte 12.1 Introdução A globalização das economias e a urbanização são fatores que influenciam em muito o setor de transporte. Avaliando-se pela participação e pelo consumo, os países em desenvolvimento estão muito aquém dos níveis do industrializados há mais de 30 anos, o que é bastante preocupante, pois, o nivelamento “por cima” desses padrões é insustentável sob o ponto de vista ambiental. O setor de transporte consome mais de 60% de todos os derivados de petróleo produzido no mundo e cresce de forma mais rápida que os outros setores de consumo final. A frota de veículo também cresce em todo o mundo, mas de forma bastante vigorosa nos países em desenvolvimento. A densidade de carros utilizados pela população é de longe maior nos EUA. A Europa Ocidental possuía em 2002 a densidade norte-americana de 1972. A China, a densidade de 1912. A frota de veículos em uso no mundo era cerca de 50 milhões em 1950 e multiplicou para 551 milhões em 2005, um crescimento médio de 4,5% ao ano. Se essa tendência continuar, antes de 2020 poderá ter um bilhão de veículos rodantes no mundo, previsão feita em 2010. Atualmente é estimado uma quantidade de 7 pessoas para carro no mundo. Automóveis, comerciais leves e veículos pesados já somam 1,215 bilhões em todo o mundo. No Brasil, a frota circulante é de aproximadamente 65,8 milhões de veículos no mais diversos tipos, entre leves, ônibus, caminhões e motocicletas. Em Belo Horizonte é a sexta maior cidade do Brasil e tem uma população de aproximadamente 2,5 milhões de pessoas. O belo-horizontino já pode pensar na possibilidade de ter um veículo por pessoa em sua cidade. Evidentemente, não se fala de números de propriedade, mas sim de números, que são um fato impressionante. Se a utilização de automóveis dos países em desenvolvimento se tornar similar aos países desenvolvidos, os problemas ambientais podem se tornar insolúveis. Como resultado da combustão interna no motor, os veículos automotores geram durante o funcionamento diferentes tipos de gases poluentes, sendo os mais preocupantes o dióxido e monóxido de carbono, metano e outros hidrocarbonetos, óxidos de nitrogênio, particulados, óxidos de enxofre e chumbo. 12.2 A Produção Mundial de Veículos e Consumo de Energia O crescimento da produção mundial de veículos no período 1950-1970 cresceu de forma acentuada e depois se estabilizou, desacelerando até 2000 e novamente se aquecendo até 2005. A produção de bicicletas cresceu o dobro que a de automóveis entre 1950 e 2002, de 11 para 104 milhões de unidades-ano, sendo 61% só na China. Ainda é incipiente conter o aumento de energia no transporte. O consumo de energia por passageiro-quilômetro varia de país a país, conforme: Configurações físicas. Tecnologias. Modais de transporte. CURSO DE TECNOLOGIAS ENERGÉTICAS 3 Prof. Avanir Lessa A indústria automobilística consome grandes quantidades de matérias primas, induzindo emissões industriais indiretas. Apesar do uso crescente de materiais leves, os veículos mantém o peso da década de 1970, em média, com cerca de 820 kg de aço, 194 kg de ferro, 126 kg de alumínio e 116 kg de plásticos. Os aumentos no número de veículos e nas distâncias percorridas em viagens exigem investimentos de vulto em infraestrutura, como vias, terminais e espaço útil. O sistema de transporte pode afetar desfavoravelmente o meio ambiente de várias formas: Ocupando espaço útil em cidades. Impermeabilizando solos. Desfigurando a paisagem. Cortando e induzindo a ocupação em áreas com florestas e outros ecossistemas sensíveis, gerando transtornos por ruídos. Contribuindo para a poluição atmosférica. 12.3 O Consumo de Energia no Setor de Transporte O segmento de transporte liderou o avanço da demanda energética em 2017. Isto ocorreu principalmente em virtude do aumento de 2,7% do consumo de óleo diesel, consequência da maior atividade do setor de transporte de carga. No mercado de veículos leves, foi registrado um crescimento de 0,5% na produção de gasolina automotiva, enquanto o consumo deste combustível expandiu 2,6%. Já a produção e consumo de etanol tiveram um comportamento inverso, com queda de 2,0% e 0,2% em relação ao ano anterior, respectivamente. No Brasil, o setor de transporte consumiu 32,7% da energia. A produção industrial e transporte de carga / passageiros respondem por aproximadamente 66% do consumo de energia do país. A figura a seguir apresenta os setores que utilizaram a energia no Brasil. CURSO DE TECNOLOGIAS ENERGÉTICAS 4 Prof. Avanir Lessa O gráfico a seguir apresenta os setores que mais consumiram energia no Brasil. Os gráficos a seguir o consumo de energia petróleo e etanol no Brasil. CURSO DE TECNOLOGIAS ENERGÉTICAS 5 Prof. Avanir Lessa 12.4 Consumo de Energia Elétrica no Setor de Transporte A seguir a geração de eletricidade no Brasil e o consumo de energia elétrica por setor. CURSO DE TECNOLOGIAS ENERGÉTICAS 6 Prof. Avanir Lessa 12.5 Combustíveis Alternativos e Novas Tecnologias Energéticas Veículos biocombustíveis bem calibrados podem oferecer uma alternativa mais econômica e limpa para a gasolina e diesel. O gás natural é uma das alternativas mais utilizadas e, comparando com a gasolina, seu uso pode conseguir uma redução de até 70% na emissão de CO e a eliminação das emissões de materiais particulados. Tanto o gás liquefeito de petróleo (GLP) quanto o gás natural comprimido (GNC) possuem uma razão hidrogênio-carbono maior do que a gasolina e, portanto, emitem menos CO por unidade de energia. Além disso, seus maiores índices de octanagem permitem o uso sob mais altas taxas de compressão. Apesar de não serem necessárias grandes mudanças nos motores para permitir o uso de GLP ou GNC é preciso tomar cautelas para que as emissões de óxido de nitrato e hidro carbono não aumentem consideravelmente em conversões mal feitas. Como novas tecnologias têm a utilização do hidrogênio com os carros híbridos e a eletricidade que começam a se difundir nos carros elétricos. Outra alternativa é o biodiesel que é um substituto do diesel convencional. Ele pode ser obtido a partir de várias matérias primas renováveis que incluem: óleo de soja. semente de colza e de palma através de um processo simples de tratamento do metanol ou etanol de transesterificação (o subproduto é glicerina, que precisa ser separada). Os óleos vegetais também são frequentemente considerados para possível utilização de combustível em motores diesel incluindo óleo de girassol, de soja, de amendoim, caroço de algodão, sementes de colza, óleo de palma e óleo de mamona. Os óleos vegetais in natura foram experimentados sem muito sucesso no passado, criando problemas de deposição de carbono nos motores, entupindo sistemas de injeção, altas emissões de particulados, eficiência reduzida e necessidade frequente de manutenção.
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