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Resumo Livro - Metodologia do Trabalho Acadêmico

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1 CONHECIMENTO COMUM, CONHECIMENTO TEOLÓGICO E CONHECIMENTO FILOSÓFICO
O conhecimento tem início com a informação sobre determinado assunto ou situação. Podemos dizer também que o conhecimento se inicia pelo vivenciar, pela curiosidade.
1.1 Conhecimento comum
De acordo com Santos (1989), o conhecimento comum é elaborado a partir das nossas opiniões e daquilo que os nossos sentidos captam, não estando sujeito a qualquer tipo de crítica ou verificação. Quando alguém diz: “Acho que vai chover”, não há nesse enunciado qualquer força de verdade, qualquer compromisso com a verdade, para desconstruir a afirmação “Acho que vai chover”, um cientista pode apresentar o histórico de precipitações pluviais nos últimos dias, ou no mesmo período em anos passados; caso os dados mostrem uma probabilidade grande de ocorrência de chuva, ele poderá dizer: “Há X% de probabilidade de chover no dia de hoje”, portanto, a diferença entre afirmar que vai chover e prever chuva dentro de determinados parâmetros de probabilidade: a primeira afirmação é usual no contexto do senso comum; a segunda, no contexto do mundo científico.
O senso comum não é universal. Ele depende das condições sociais e históricas de cada grupo social.
Segundo Santos (2008), o senso comum é, essencialmente, um saber prático, que é gerado no fazer e que necessita ser pragmático. Ele serve para que possamos dar sentido às situações que nos são apresentadas a todo momento e agir diante delas. Assim, ele resulta das experiências da comunidade – ou dos grupos sociais
O senso comum é indisciplinar e imetódico; não resulta de uma prática especificamente orientada para o produzir; reproduz-se espontaneamente no suceder quotidiano da vida. O senso comum aceita o que existe tal como existe; privilegia a ação que não produza rupturas significativas no real.
Senso comum: Pode-se dizer que o senso comum não pretende ensinar nada; ele apenas quer persuadir.
Se excluímos o conhecimento mítico (raios e trovões como manifestações de desagrado da divindade pelos comportamentos individuais ou sociais), verificamos que tanto o “bom senso” quanto a ciência almejam ser racionais e objetivos: “são críticos e aspiram à coerência (racionalidade) e procuram adaptar-se aos fatos em vez de permitir-se especulações sem controle (objetividade)”. Entretanto, o ideal de racionalidade, compreendido como uma sistematização coerente de enunciados fundamentados e passíveis de verificação, é obtido muito mais por intermédio de teorias, que constituem o núcleo da ciência, do que pelo conhecimento comum, entendido como acumulação de partes ou “peças” de informação frouxamente vinculadas. Por sua vez, o ideal de objetividade, isto é, a construção de imagens da realidade, verdadeiras e impessoais, não pode ser alcançado se não ultrapassar os estreitos limites da vida cotidiana, assim como da experiência particular.
Partindo do princípio de que há perceptível diferença entre as expressões “eu acho que” e “eu sei que”, o conhecimento vulgar – comum ou popular – é aquele que as pessoas adquirem em seu cotidiano, por meio de experiências vivenciadas ou da simples observação de fenômenos do dia a dia. Por não ter preocupação com explicações científicas, ou ditas corretas, o senso comum é, na maioria das situações, limitado, incoerente e impreciso (MARTINS; THEÓPHILO, 2009), e está no nível da opinião, pois esta pode ser emitida por qualquer sujeito a partir de informações previamente armazenadas, tomadas de modo corriqueiro ou simplesmente pelo hábito de emitir opiniões sem que haja argumentação passível de comprovação (MATALLO JR., 2000). Assim:
 o senso comum é um conjunto de informações não sistematizadas que aprendemos por processos formais, informais e, às vezes, inconscientes, e que inclui um conjunto de valorações. São informações fragmentárias e podem incluir fatos históricos verdadeiros, doutrinas religiosas, lendas ou partes delas, princípios ideológicos às vezes conflitantes, informações científicas popularizadas pelos meios de comunicação de massa, bem como a experiência pessoal acumulada (MATALLO JR., 2000, p. 18).
Caso não seja colocado a dialogar com o conhecimento científico, o senso comum torna-se conservador. Se na ciência moderna o grande salto qualitativo do saber se dá por meio da passagem do senso comum para o conhecimento científico, na ciência pós-moderna o salto é outro: trata-se de transformar o conhecimento científico em senso comum. “O conhecimento científico pós-moderno só se realiza enquanto tal na medida em que se converte em senso comum.” Em outras palavras, a ciência pós-moderna, “ao sensocomunizar-se, não despreza o conhecimento que produz tecnologia, mas entende que, tal como o conhecimento se deve traduzir em autoconhecimento, o desenvolvimento tecnológico deve traduzir-se em sabedoria de vida” (SANTOS, 2008, p. 90-91). No quadro a seguir, apresentamos as formas de representação a partir das quais o senso comum se manifesta.
Interatividade
1. Avalie as assertivas acerca do apresentado até então:
I. Atividades laborativas, ou mesmo de comunicação, necessitam de pensamento, preparação, descrição e razão.
II. A observação é uma forma de obtenção de conhecimento.
III. A observação permite produzir conhecimento.
É possível afirmar que está correta apenas:
a) I
b) I e II
c) I, II e III.
d) II
e) II e III.
1.2 Conhecimento teológico e conhecimento filosófico
O conhecimento humano desenvolveu-se a partir da investigação da natureza por parte do homem, desejoso de interpretá-la, entendê-la e, quem sabe, dominá-la. Afinal:
 o homem não vive isolado. Vive no concreto, cercado pelas circunstâncias. O ser irracional não reage diante da natureza, submete-se. O ser racional coloca-se diante da natureza assumindo uma atitude de reação. Por sua capacidade intelectual, alia-se ao que o rodeia e cria coisas novas, lapida sua consciência, domina a natureza. Vivendo dentro de uma realidade que o condiciona, o humano se constrói. O que é aparentemente negativo traz riquezas. Por interpretar o que o rodeia, o que lhe possibilita o crescimento, o humano manipula as circunstâncias, transformando-as, adaptando-as, modificando-as em vista do seu crescimento. Assim, de produto do meio ele passa a ser o recriador da natureza (BASTOS; KELLER, 2000, p. 54-55).
Com isso, percebe-se claramente certa independência entre o homem e a natureza, ou seja, a realidade. Para entendê-la de maneira mais racional e objetiva do que o senso comum, o homem desenvolveu o pensamento teológico e o pensamento filosófico.
1.2.1 Conhecimento teológico
A teologia é o estudo da natureza do divino, dos atributos do divino e das relações entre o homem e o divino. Em geral, está associada à cristandade, mas pode ser aplicada a qualquer religião. Assim, podemos falar de uma teologia cristã da mesma forma que de uma teologia judaica ou uma teologia budista. Segundo Stigar, Torres e Ruthes (2014, p. 143):
A teologia problematiza o fenômeno religioso, analisa o caráter histórico do tema da construção do humano – dos valores, do sagrado e do discurso teológico – a partir de uma fundamentação baseada nos referenciais teóricos do dogma e da fé (vínculo do homem com o sagrado ou transcendente).
Uma definição preliminar para a teologia acadêmica é que ela busca a sabedoria e a compreensão de questões como verdade, beleza e prática, que são levantadas por, sobre e entre as religiões.
Do ponto de vista histórico, a teologia já foi chamada de metafísica, o que justifica o fato de ela ser considerada também uma área da filosofia. Resultado da fé humana na existência de forças sobrenaturais, consideradas criadoras do universo, o conhecimento teológico, ou religioso, surge com as revelações do mistério, do oculto, por alguma manifestação divina, sagrada. Essas revelações são transmitidas por alguém, por uma tradição ou por escritos também tidos como sagrados (MARTINS; THEÓPHILO, 2009), e que portanto devem ser adorados e obedecidos. Conforme Demo (1985, p. 20),
A metafísica diz respeito ao que está além da realidade, ou daquiloque nossos sentidos podem captar.
A teologia, embora possa questionar dados ou interpretações comunicadas pela tradição, não questiona a tradição em si. Ela admite, como premissa de sua reflexão, ser a tradição uma doadora de sentido consistente. Isto é, a tradição representa uma fonte com chance de ser verdadeira por remontar a um conjunto coerente de testemunhas referenciais, por sua vez conectadas a uma origem ontológica presumida (STIGAR; TORRES; RUTHES, 2014, p. 142).
A ontologia é um ramo da filosofia que estuda o ser, a existência do ser e a existência da realidade.
A teologia não pretende ser uma ciência objetiva. Apresenta-se como um saber existencial.
De forma genérica, os teólogos estudam as manifestações religiosas a partir da própria fé, ou seja, considerando a sua própria religião como parâmetro para entender as outras. Ainda, o teólogo busca distanciar-se de toda e qualquer descrença pessoal que tenha em relação à existência do divino ou à espiritualidade. Ao estudar a religião à qual pertence ou ao estudar outras religiões, ele deve, portanto, assumir-se como crente e como alguém que tem fé na criação do mundo por um ser superior, ser esse que possui atributos divinos. Por isso, em muitas ocasiões, a teologia é associada ao pensamento religioso ou à filosofia religiosa.
1.2.2 Conhecimento filosófico
Antes do surgimento da filosofia, o ser humano, já em busca de explicações a respeito do mundo que o cercava, interpretava a realidade a partir de elaborações míticas, ou seja, elaborações mágicas que tinham força de verdade pela sistematicidade com que eram utilizadas e pela autoridade das vozes que as declaravam. A repetição e a memória estabeleciam os critérios de verdade, independentemente do quanto essa narrativa aderia à realidade. O historiador e antropólogo francês Jean-Pierre Vernant (1914-2007), no livro O universo, os deuses, os homens, resgata parte da tradição mítica que buscou compreender o mundo com base nas forças divinas e nas relações entre essas forças. Como costumava fazer ao contar essas histórias aos seus netos, ele nos traz uma interpretação da origem do mundo extremamente interessante a partir das narrativas mitológicas gregas.
Teogonia: narraria a geração das coisas do mundo por meio da atividade sexual dos deuses;
Cosmogonia: apresentaria o surgimento do mundo ordenado a partir do caos e da genealogia de forças vitais;
Cosmologia: por fim, a cosmologia trataria de despersonalizar os elementos, atribuindo a eles características naturais, embora algumas ainda de natureza divina. Buscaria a explicação da ordem do mundo por meio da “determinação de um princípio originário e racional que é a origem e a causa das coisas e de sua ordenação”.
Há inúmeras relações entre o pensamento científico, o filosófico e o teológico. Ao longo da história, inclusive, essas relações aproximaram ou afastaram esses diferentes campos do saber, mesclando ou diferenciando seus elementos mais básicos.
O mito da caverna nos ensina que o conhecimento científico se opõe ao senso comum, que se coloca contra o senso comum, exigindo que a lógica se associe à obtenção de evidência empírica para que determinados enunciados sejam feitos
A filosofia é, portanto, a área do conhecimento que se ocupa em “não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores e os comportamentos de nossa existência cotidiana; jamais aceitá-los sem antes havê-los investigado e compreendido” (CHAUI, 2000, p. 12).
Sobre o tempo
O que é o tempo? É o que se sucede, dia a dia? É o que é marcado pelo relogio ou pelo movimento da terra ao redor do sol? Há um tempo real e um tempo imaginário? 
É provável que você jamais tivesse refletido antes sobre o significado do tempo. No entanto, a situação favorece que a pergunta seja formulada. Se, há poucos minutos, você imaginava ter uma resposta pronta a essa questão, agora, após uma experiência específica, está refletindo a respeito da realidade e do que você imaginava certo a respeito dessa realidade. Para Chaui (2000), inclusive, a distância entre o que se crê e o que efetivamente é abre espaço para a crítica e para a descoberta, o que se define aqui como atitude filosófica.
Rejeitamos o julgamento parcial, as opiniões pessoais que temos em relação aos objetos, afastamo-nos da subjetividade; em contrapartida, buscamos a objetividade, a percepção do mundo mais isenta possível.
A filosofia oferece a possibilidade de nos distanciarmos da avaliação subjetiva dos objetos. Permite-nos, em especial, a consciência das nossas limitações na percepção e na avaliação do que nos cerca.
A atitude filosófica nos permite compreender melhor como pensamos e formulamos opiniões a respeito das coisas, como construímos o conhecimento, como agimos a partir desse conhecimento. Tornamo-nos melhores porque nos interrogamos e nos questionamos a respeito das formas pelas quais construímos nossa visão de mundo.
Interatividade
2. Acerca dos tipos de conhecimento, notadamente o filosófico e o teológico, indique a alternativa correta.
a)O conhecimento filosófico é resultado da existência de forças sobrenaturais.
b)O conhecimento filosófico é necessariamente verificável.
c)O conhecimento religioso é impregnado de inspiração.
d)O conhecimento religioso é verificável pela expressão da fé.
e)Tanto o conhecimento filosófico quanto o religioso não podem ser sistemáticos.
2 CONHECIMENTO CIENTÍFICO, PESQUISA TEÓRICA E PESQUISA EMPÍRICA
O conhecimento científico resulta de investigação metódica e sistemática da realidade. Utilizando-se do intelecto, o homem procura respostas para as causas dos fatos; a partir de classificações, comparações e análises – enfim, de métodos –, pode chegar a leis gerais que os regem. O processo de investigação, descoberta e expansão do conhecimento faz do ser humano sujeito ativo em relação a fatos e objetos (MARTINS; THEÓPHILO, 2009).
O conhecimento é uma adequação do sujeito ao objeto
O conhecimento científico resulta de investigação metódica e sistemática da realidade. Utilizando-se do intelecto, o homem procura respostas para as causas dos fatos; a partir de classificações, comparações e análises – enfim, de métodos –, pode chegar a leis gerais que os regem. O processo de investigação, descoberta e expansão do conhecimento faz do ser humano sujeito ativo em relação a fatos e objetos (MARTINS; THEÓPHILO, 2009).
É importante destacar que o sujeito não conhece tudo de todas as coisas, e que o pesquisador, o cientista,
 procura tratar seu objeto dentro de certos rituais reconhecidos como importantes. De modo geral, evita a credulidade, assume atitude distanciada, cita autores, usa uma linguagem estereotipada, quase um dialeto, busca definir os termos da forma mais precisa possível, emprega técnicas complexas de quantificação, confia apenas em testes rigorosos, e assim por diante. Pratica-se uma forma de treinamento voltada […] a uma visão crítica da realidade, uma atitude mais objetiva, um domínio de autores e teorias, uma produção argumentativa insistente […]. Há um rol de cuidados específicos que, uma vez seguidos, parecem produzir o resultado imaginado, a saber, a ciência (DEMO, 1985, p. 33-34).
O conhecimento científico requer abstração, observação, investigação, sistematização de ideias, interpretação, raciocínio e explicação. Cada uma dessas atitudes não está dissociada da outra nem ocorre de forma independente, mas no mesmo instante. Enquanto se observa e se investiga, há também raciocínio. Enquanto se exerce o raciocínio, chega-se a conclusões e, a partir delas, à explicação.
O conhecimento científico requer abstração, observação, investigação, sistematização de ideias, interpretação, raciocínio e explicação. Cada uma dessas atitudes não está dissociada da outra nem ocorre de forma independente, mas no mesmo instante. Enquanto se observa e se investiga, há também raciocínio. Enquanto se exerce o raciocínio, chega-se a conclusões e, a partir delas, à explicação.
A epistemologia estuda o conhecimento, as etapas para o alcance dele e os limitesdo conhecimento alcançado. Quando Santos (2008) fala de confiança epistemológica, ele faz referência às normas e regras aceitas como legítimas para a construção do conhecimento científico.
O conhecimento científico resulta da observação e da experiência empírica, que ocorrem posteriormente à seleção de fatos por meio da dedução e do esforço teórico. Tende-se a quantificar, pressupondo-se que a mensuração pode ser uma garantia de certeza. O rigor científico exige medições e, portanto, “o que não é quantificável é cientificamente irrelevante” (SANTOS, 2008, p. 28).
O conhecimento científico, é um conhecimento causal que aspira à formulação de leis, à luz de regularidades observadas, com vista a prever o comportamento futuro dos fenômenos. A descoberta das leis da natureza assenta, por um lado, e como já se referiu, no isolamento das condições iniciais relevantes (por exemplo, no caso da queda dos corpos, a posição inicial e a velocidade do corpo em queda) e, por outro lado, no pressuposto de que o resultado se produzirá independentemente do lugar e do tempo em que se realizarem as condições iniciais (SANTOS, 2008, p. 29).
 
A ciência se apresenta como uma maneira uniforme de achar alguma razão na observação dos fatos. Sua estrutura permite a acumulação do conhecimento de forma organizada e fundamentada em sistemas lógicos, sempre sob a direção de um elenco de procedimentos da metodologia científica. A classificação das diversas ciências é importante porque é uma preocupação que, ao longo do tempo, tem se tornado uma problemática intelectual do ser humano (FACHIN, 2003, p. 15).
Santos (2008, p. 14) observa: 
E de tal modo é assim que é possível dizer que em termos científicos vivemos ainda no século XIX e que o século XX ainda não começou, nem talvez comece antes de terminar. E se, em vez de no passado, centrarmos o nosso olhar no futuro, do mesmo modo duas imagens contraditórias nos ocorrem alternadamente. Por um lado, as potencialidades da tradução tecnológica dos conhecimentos acumulados fazem-nos crer no limiar de uma sociedade de comunicação e interativa libertada das carências e inseguranças que ainda hoje compõem os dias de muitos de nós: o século XXI a começar antes de começar. Por outro lado, uma reflexão cada vez mais aprofundada sobre os limites do rigor científico combinada com os perigos cada vez mais verossímeis da catástrofe ecológica ou da guerra nuclear fazem-nos temer que o século XXI termine antes de começar.
Por sua vez, Lungarzo (1990, p. 15) afirma: 
A ciência é uma parte da cultura dos povos modernos, como a religião, a arte, a literatura etc. Mas nem sempre a palavra “ciência” é usada com um único significado. Frequentemente, entende-se por ciência a atividade científica em geral. Eis alguns exemplos desse uso: sociedade científica, homem de ciência, visão científica da vida […]. Outras vezes, “ciência” tem o significado mais específico de conhecimento científico. […] Ainda, a ciência é usualmente identificada com o conjunto ou sistema organizado de conhecimento científico. […] A ciência, considerada como conhecimento, tem forte relação com métodos e técnicas de descoberta […]. Considerada como teoria, sua relação mais importante é com a estrutura lógica e linguística.
Complementando, Ferrari (1982, p. 2) define: “A ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais dirigidas ao sistemático conhecimento, com objetivo limitado, capaz de ser submetido à verificação”.
Divisões das ciências e suas divisões:
As ciências factuais naturais são aquelas relacionadas à astronomia, à biologia, à física, à geologia e à química, para listar algumas. Operam com os dados fornecidos pela natureza. Exemplos:
· Astronomia: estudo dos astros, das estrelas.
· Biologia: estudo dos seres vivos, a fim de conhecer o funcionamento dos organismos.
· Física: estudo da natureza em seus aspectos mais gerais.
· Geologia: estudo das ciências da Terra, no que diz respeito à sua composição e estrutura.
· Química: estudo das substâncias da natureza, dos elementos e suas características.
As ciências factuais humanas preocupam-se, em sentido mais amplo, com fenômenos e atividades relacionadas com o homem. Assim, a antropologia, o direito, a economia, a história, a política, a psicologia social e a sociologia fazem parte dessa divisão. Podem ainda ser designadas como ciências sociais ou, simplesmente, humanas. Tratam do homem, de seu comportamento, de sua vida grupal.
Atividade 
1. A pesquisa científica deve envolver, necessariamente, procedimentos experimentais? 
2. Só pode ser considerado científico o conhecimento que é produzido em laboratório? 
3. É científico o conhecimento que não gera qualquer resultado prático, que apenas produz teorias?
Segundo Gil (2008, p. 26), “pode-se definir pesquisa como o processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos”. Em outras palavras, a pesquisa representa o conjunto de procedimentos científicos levados a cabo para resolver determinado problema ou responder a determinada pergunta.
Uma teoria, em ciência, é um conjunto de hipóteses que permite que formulemos explicações gerais. Posso supor que alunos que estudem em determinado polo ou campus o fazem por causa da proximidade com a residência ou com o trabalho.
Não há pesquisa empírica que dispense a base teórica. As perguntas que são feitas, e que serão respondidas pelas pesquisas práticas, supõem um referencial teórico que permita a sua formulação.
Toda observação pressupõe uma teoria, a qual é levada em conta no momento da seleção dos dados. Há milhões e milhões de dados no mundo. Selecionamos aqueles que nos parecem relevantes em função de teorias prévias que temos a respeito do funcionamento do mundo e da natureza que nos cerca.
as ciências sociais não dispõem de teorias explicativas que lhes permitam abstrair do real para depois buscar nele, de modo metodologicamente controlado, a prova adequada; as ciências sociais não podem estabelecer leis universais porque os fenômenos sociais são historicamente condicionados e culturalmente determinados; as ciências sociais não podem produzir previsões fiáveis porque os seres humanos modificam o seu comportamento em função do conhecimento que sobre ele se adquire; os fenômenos sociais são de natureza subjetiva e como tal não se deixam captar pela objetividade do comportamento; as ciências sociais não são objetivas porque o cientista social não pode libertar- se, no ato de observação, dos valores que informam a sua prática em geral e, portanto, também a sua prática de cientista (SANTOS, 2008, p. 36).
Em contrapartida, os que defendem o caráter científico das ciências sociais argumentam que não há como pretender, para estas, a objetividade alcançada por experiências em laboratório ou medições instrumentais. Ao contrário: considerando-se que o objeto das ciências sociais é o homem e suas realizações, seus atos, seu trabalho e seu comportamento, há que ponderar que a subjetividade é elemento indissociável das variáveis que serão estudadas. Por isso mesmo, são necessários métodos específicos, diferentes daqueles utilizados no campo das ciências naturais. Ou no campo das ciências sociais, ou no campo das ciências naturais, conclui-se que o conhecimento científico depende, para a sua produção, de normas, procedimentos e métodos. Em suma, de metodologia.
2.1 Algumas relações entre ciência, filosofia e religião
A religião é o conjunto de crenças e valores que dão suporte à fé em determinado poder divino na criação e na gestão do mundo. Ela é, portanto, o objeto de estudo da teologia, que se ocupa da investigação do discurso construído a respeito de um ser superior, em geral onisciente e onipresente.
O caso da Patrística. Naquele tempo, o cristianismo ocidental se dedicava a deter as práticas pagãs e a converter os infiéis. Ainda, tinha que se proteger dos ataques que, dentro da própria Igreja, se dirigiam a Roma. Como uma das formasde se preservar, o catolicismo buscou fundamentar suas crenças no arsenal filosófico existente. Era necessário que, além das verdades reveladas aos cristãos pelos pregadores da mensagem de Jesus, os preceitos teológicos pudessem ser confirmados pela filosofia. Assim, para dotar o cristianismo de um arcabouço filosófico, a Patrística foi buscar inspiração na obra dos filósofos gregos e de seus sucessores. Esse material acabou permitindo a construção de uma verdadeira filosofia cristã, capaz de provar os principais fundamentos da nova religião que se estruturava. Entre os fundamentos filosóficos cristãos elaborados pela Patrística, destacam-se:
· a existência de apenas um Deus;
· a criação do mundo a partir do nada, por vontade de Deus;
· a existência do homem como centro do mundo;
· a crença em Deus como a fonte e a origem da moral, o que impunha obediência aos seus mandamentos;
· a crença na salvação por meio de Deus;
· a fé na história como caminho capaz de levar os homens à salvação e à realização no reino de Deus.
É importante ressaltar que todas as obras clássicas teriam se perdido caso não tivessem sido preservadas pelas instituições católicas. As primeiras universidades, inclusive, seriam criadas em torno desse arsenal e, nesses locais, os alunos estudariam geometria euclidiana, lógica, metafísica, ética, medicina, física e direito.
A ciência da religião, como o próprio nome diz, é uma área do saber que, com base no conhecimento científico e no método científico, investiga a religião. Enquanto área da ciência, pretende objetividade diante do seu objeto de estudo. Assim, a fé ou a descrença do pesquisador em relação a determinada religião, ou em relação a todas as religiões, são irrelevantes.
O objetivo da ciência da religião é estruturar um inventário especializado, o mais abrangente possível. Para tal, espera-se do cientista da religião uma suspensão de juízo, também chamada de “ateísmo metodológico”, que deixe sua crença pessoal entre parênteses. Em outras palavras, espera-se um compromisso ético-científico do pesquisador para com o objeto (STIGAR; TORRES; RUTHES, 2014, p. 142).
Não é função da ciência da religião determinar a verdade existente em qualquer religião. Em vez disso, ela busca apenas compreender, a partir da epistemologia e da metodologia consagradas pelo fazer científico, as manifestações religiosas do ponto de vista histórico, social e cultural. A teologia, ao contrário, não tem a intenção de ser ciência. Ela pretende investigar a fé e a revelação, e a partir da perspectiva de quem crê. Por isso, o mundo acadêmico recusa atribuir à teologia o estatuto de ciência de Deus, porque esse termo caracterizaria uma contradição: a fé e as verdades religiosas são objeto de investigação científica apenas no que respeita às suas manifestações, jamais em relação ao seu conteúdo de verdade.
 Segundo Stigar, Torres e Ruthes (2014, p. 141), há várias ciências que têm a religião como objeto de estudo. “A sociologia da religião ocupa-se das relações recíprocas entre religião, sociedade e política. A psicologia da religião dedica-se a processos religiosos que compreendam as peculiaridades do elemento psíquico. A geografia das religiões investiga as relações entre religião e espaço, seja físico, seja cultural”.
3 O PAPEL DA CIÊNCIA NA SOCIEDADE ATUAL
O método científico apropriado, é possível falar de um método científico, único, no sentido de ser o mais apropriado para definir o que é ou não é ciência?
A indução é o método que parte dos casos particulares para a generalização. A dedução, ao contrário, parte do geral para a explicação de casos particulares.
O contexto da descoberta diz respeito à ideia que vem à mente de um cientista e que o impele a investigar. O contexto da justificação está relacionado à veracidade contida numa afirmação. Por exemplo, um cientista pode ter um sonho à noite e, no dia seguinte, decidir estudar as reações de um animal diante de um perigo – esse é o contexto da descoberta, o contexto que leva o cientista a formular determinada hipótese. No entanto, caso o cientista queira concluir qualquer coisa a respeito das reações de um animal diante de um perigo, não bastará que ele faça a narrativa do sonho que teve. Ele terá de apresentar evidências e provas alcançadas sistematicamente. Esse é o contexto da justificação.
Para alguns, como Feyerabend, a história da ciência justificava o anarquismo metodológico, já que para cada época um ou outro método havia sido priorizado, e uma ou outra perspectiva epistemológica havia sido escolhida. Entretanto, de forma geral, o século XX e o século XXI estabeleceram algumas bases sólidas a respeito do fazer científico. A ciência é um empreendimento social e, como tal, está sujeita a transformações e mudanças em função das perguntas feitas e das respostas necessárias. Nem indução nem dedução servem como garantia do alcance de um conhecimento seguro e estável. Tanto um quanto o outro método estão eivados de vícios e erros.
Paul Karl Feyerabend (1924-1994) foi um filósofo da ciência de origem austríaca. Tornou-se famoso por defender o anarquismo metodológico, ou seja, a ideia de que não há método melhor ou pior para fazer ciência. Segundo ele, todos os métodos seriam válidos, dependendo das circunstâncias e dos objetivos. Ainda, considerando que a ciência era fruto da ação humana, e portanto determinada por questões geográficas, históricas e sociais, não fazia o menor sentido dizer que a ciência ocidental (o que hoje conhecemos por ciência) tivesse um poder explicativo maior ou menor que os mitos indígenas, por exemplo. Por conta desse “vale-tudo”, Feyerabend foi muito criticado pela comunidade acadêmica.
O fato de que a ciência tem resultados conta a seu favor somente se esses resultados foram alcançados pela ciência por si só, e sem qualquer ajuda exterior. Um olhar sobre a história mostra que a ciência quase nunca obtém seus resultados dessa forma. Quando Copérnico introduziu uma nova visão do universo, ele não consultou antecessores científicos, ele consultou um louco pitagórico, Filolau. Adotou suas ideias e manteve-as diante de todas as regras do método científico. A mecânica e a ótica devem muito aos artesãos; a medicina, às parteiras e bruxas.
O cientista virou um mito. E todo mito é perigoso, porque induz o comportamento e inibe o pensamento. Esse é um dos resultados engraçados (e trágicos) da ciência. Se existe uma classe especializada em pensar de maneira correta (os cientistas), os outros indivíduos são liberados da obrigação de pensar e podem simplesmente fazer o que os cientistas mandam. Quando o médico lhe dá uma receita, você faz perguntas? Sabe como os medicamentos funcionam? Ele manda, a gente compra e toma. Não pensamos. Obedecemos. Não precisamos pensar, porque acreditamos que há indivíduos especializados e competentes em pensar. Pagamos para que pensem por nós. E depois ainda dizem por aí que vivemos em uma civilização científica… O que eu disse dos médicos você pode aplicar a tudo (ALVES, 2007, p. 10).
Atente para o fato de que o texto de Sala foi publicado no início dos anos 1970, quando a questão ambiental alimentou sentimentos catastróficos e apocalípticos na mídia e na comunicação entre cientistas.
Finalmente, há críticas em relação aos métodos utilizados nas ciências humanas e sociais. Para grande parte da sociedade – e até mesmo do mundo acadêmico – os métodos das ciências naturais são aqueles capazes de produzir um conhecimento seguro e estável. Sala (1974, p. 819) responde a essas críticas dizendo que “não se pode classificar as diferentes atividades científicas em duas categorias: uma que seja importante para as aplicações práticas e outra que não o seja. O objetivo primordial da ciência não é o da sua aplicação, mas sim o de estabelecer as leis que governam os processos da natureza”.
As ciências sociais devem criar seus métodos próprios. A solução desses complexos problemas exige a participação coletiva de cientistas naturais, engenheiros, médicos, cientistas sociais, psicólogos etc. As pessoas treinadasnas ciências naturais certamente desempenharão um papel importante e fundamental na solução desses problemas; serão necessárias mas não suficientes. Existe sempre uma maneira científica de compreender qualquer fenômeno, mas existe também uma componente nas experiências humanas que escapa do quadro da ciência. Refiro-me às emoções, aos sentimentos e ao valor dos julgamentos. Essas são situações complementares. Essas situações complementares envolvem precisamente alguns aspectos importantes, mas que não se encaixam dentro do quadro lógico da ciência.
O ideal de cientificidade tem feito dos métodos das ciências naturais aqueles que devem ser empregados em todas as áreas do conhecimento, concepção que precisa ser combatida.
Interatividade
3.Leia as afirmativas e responda o solicitado.
I. O desenvolvimento do processo científico altera o senso comum.
II. O senso comum pode ser alterado pelo desenvolvimento do processo científico, desde que tenha acesso a ele.
III. O desenvolvimento científico tem na curiosidade uma de suas molas propulsoras.
É possível afirmar que está correta apenas.
a) I e II.
b) II
c) I e III
d) II e III
e) III
4 A LINGUAGEM E OS PROCEDIMENTOS DO FAZER CIENTÍFICO E ACADÊMICO: A QUESTÃO DA METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO
Recordemos a narrativa mítica de Jean-Pierre Vernant a respeito do surgimento do mundo a partir do caos. Como é possível perceber, aquela narrativa é bem diferente da que a ciência usa, nos dias de hoje e de forma quase hegemônica, para explicar a origem do universo. Assim, parece haver concordância entre cientistas e pesquisadores em relação à ideia de que o universo teria sido criado por meio da expansão experimentada por um ponto minúsculo no espaço, de densidade e temperatura altíssimas (algumas explicações identificam essa expansão como um movimento de explosão). O aumento acelerado desse ponto teria feito surgir o tempo e o espaço e, quase 500 milhões de anos depois, galáxias teriam sido formadas em decorrência da força gravitacional.
Ciência e pensamento mágico: Seria possível aceitar a recomendação de um procedimento cirúrgico, nos dias de hoje, com base em crenças e pensamentos mágicos? A resposta é negativa.
Procedimento Cientifico: Fenômenos fisiológicos são hoje explicados após inúmeras experiências e testes em laboratório, não havendo espaço para quaisquer crenças a respeito de uma relação simpática entre micro e macrocosmo.
Como, então, identificar hoje o que é ou não ciência, o que são ou não procedimentos científicos? É consenso na comunidade acadêmica que a ciência se ocupa de fenômenos ou objetos possíveis de serem investigados ou compreendidos por meio da razão ou da experiência. No entanto, a demarcação do território da ciência não é tarefa fácil. Segundo Martins (1999), a demarcação entre o que é ou não ciência é bastante problemática: por um lado, caso restrinjamos o campo do que é científico, podemos excluir fenômenos que supomos não científicos; por outro, caso ampliemos o campo da ciência, podemos estar incluindo todo e qualquer fenômeno.
Uma maneira de escapar dessa armadilha seria propor critérios a partir dos quais o conhecimento pudesse ser avaliado e distintos conhecimentos pudessem ser comparados. Seria possível, então, atribuir um caráter de cientificidade à astrologia, porém com um valor científico diverso daquele alcançado por meio da experiência empírica ou da racionalização dedutiva. Segundo esse critério, saberes de outras culturas poderiam ser incluídos no campo do conhecimento, mesmo que fossem resultado da aplicação de procedimentos estranhos à cultura científica hegemônica. Nesse caso, poderíamos dialogar diferentes saberes alcançados a partir de diferentes critérios, cabendo a nós hierarquizá-los em função de uma maior ou menor aderência aos elementos de cientificidade aceitos pela comunidade científica.
Quais os procedimentos podem ser utilizados na investigação ou na compreensão de um fenômeno? 
A dedução e a indução.
É consensual na comunidade científica que a dedução e a indução são as principais formas de apreensão da realidade e do mundo que nos cerca. No entanto, ambos os processos, a dedução e a indução, têm suas limitações.
Do ponto de vista da dedução, podemos formular enunciados que contenham vieses lógicos ou podemos cometer o erro a partir de falsos pressupostos. Seria o caso, por exemplo, de nos propomos a investigar se todos os centauros são azuis, ou de concluirmos que centauros devam ser azuis, assim como azuis são as araras. Não existem centauros; portanto, todo e qualquer enunciado que parta do pressuposto da existência deles carece de lógica e sentido.
Do ponto de vista da indução, podemos cometer erros ao generalizar a partir de observações insuficientes. Vejamos. Observamos mil corvos negros, e daí concluímos que todos os corvos são negros. No entanto, é possível que haja um milésimo primeiro corvo que não seja negro. Basta que surja um único corvo que não seja negro para negar nosso enunciado. A indução também envolve outras possibilidades de erro: nossos sentidos são falhos e incapazes de apreender a realidade como um todo; nossos olhos e nossa audição podem ser incapazes de perceber a totalidade de um fenômeno, o que nos faz concluir que a experiência proveniente dos nossos sentidos pode nos levar a conclusões falsas.
A metodologia científica é de fundamental importância na construção do conhecimento. Desenvolve a capacidade de observação e organização de fatos, mas de forma científica, distanciando-se do senso comum. Apresenta-se como condição rigorosa de aprendizado e consolidação do conhecimento.
De acordo com Barros e Lehfeld (2007, p. 8), podemos destacar alguns objetivos específicos da metodologia científica. Com relação ao aluno e às habilidades e competências que devem ser desenvolvidas no contexto desta disciplina, esses objetivos são:
a) análise das características essenciais que permitem distinguir ciência de outras formas de conhecer, enfatizando o método científico, e não o resultado;
b) análise das condições em que o conhecimento é cientificamente construído, abordando os significados de postulados e atitudes da ciência hoje;
c) criação de oportunidades especiais para o aluno comportar-se cientificamente, levantando e formulando problemas, coletando dados para responder aos questionamentos, analisando, interpretando e comunicando resultados;
d) capacitação do aluno para que ele leia criticamente a realidade e produza conhecimentos;
e) criação de vetor de informações e referenciais para a montagem formal e substantiva de trabalhos científicos: resenhas, monografias, artigos científicos etc.;
f) fornecimento de processos facilitadores à adaptação do aluno, integrando-o à universidade, minimizando suas dificuldades e apreensões quanto às formas de estudar e, consequentemente, de encontrar meios de extrair o maior proveito do estudo.
O trabalho acadêmico é, em geral, associado aos trabalhos escritos pelos alunos. Artigos, resenhas, relatórios e monografias são exemplos típicos de trabalhos acadêmicos. Evidentemente, como a universidade é o espaço onde se produz e reproduz conhecimento científico, o trabalho acadêmico costuma envolver elementos da investigação científica. Descrevendo, relacionando e analisando variáveis de sua área específica do conhecimento, o aluno está fazendo ciência no âmbito da academia. Por isso, em razão de a ciência ser produzida a partir de determinados métodos e normas, o trabalho acadêmico também tem seus métodos e normas.
É possível considerar ainda que essa disciplina parte do princípio de que, no aprendizado conduzido pela pesquisa científica, o aluno aprende a aprender, e isso o torna mais habilidoso na obtenção e construção do conhecimento. Assim, a metodologia não envolve somente a elaboração de projetos nem é basicamente o modo como se realiza a ação.
Metodologia, no Dicionário eletrônico Houaiss (INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS, 2009), pode ser “ramo da lógica que se ocupa dos métodos das diferentes ciências”, o que significa, nesse caso, que ela estuda o modocomo as ciências estudam, avaliando-o. Também pode ser “parte de uma ciência que estuda os métodos aos quais ela própria recorre”, estando mais perto de uma autoanálise que uma ciência tem de fazer para ajustar-se constantemente à realidade mutável; aproxima-se, desse modo, da epistemologia. Pode ainda ser considerada, “em literatura, investigação e estudo, segundo métodos específicos, dos componentes e do caráter subjetivo de uma narrativa, de um poema ou de um texto dramático”, isto é, um debruçar-se sobre textos e obras como empreendimento analítico, crítico, que tem por finalidade prestar serviço didático (instrumental), essencialmente teórico, e até mesmo jornalístico. Há também uma forma que se confunde com o próprio método, um “corpo de regras e diligências estabelecidas para realizar uma pesquisa; método”, voltado, aqui, para seu próprio fazer, como empreendimento crítico; e isso não é redundância, posto que o método possa ser irrefletido, improvisado (sem suporte/presença da metodologia para discipliná-lo). Esse formato não interessa a este trabalho, e veremos o porquê.
A metodologia é essencial ao processo de planejamento (ordenar as ações, projetando-as no tempo, com base em objetivos), à organização 
das várias dimensões da vida.
Resumo da Uni. I
Conhecer é ter noção de algo e começa pela informação sobre determinado assunto ou situação. Pode-se dizer também que o conhecimento se inicia pelo vivenciar, por ter curiosidade. O conhecimento começa a ser obtido a partir da leitura, da convivência com amigos, da escola e dos grupos sociais dos quais fazemos parte. A observação, os sentidos, o raciocínio, a tradição e a família também são fontes de conhecimento. O senso comum é elaborado a partir das nossas opiniões e daquilo que nossos sentidos captam, e não passa por qualquer tipo de crítica ou verificação. Assim, o senso comum é, essencialmente, um saber prático, que é gerado no fazer e que necessita ser pragmático. Ele serve para que possamos dar sentido e agir diante das situações que nos são apresentadas a todo momento. O senso comum não é universal. Ele depende das condições sociais e históricas de cada grupo social. O senso comum é superficial. É a consciência diante dos objetos da natureza que faz com que ele seja constituído. 53 METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO O senso comum não se preocupa em teorizar ou apresentar provas que o ratifiquem. O conhecimento vulgar – comum ou popular – é aquele que as pessoas adquirem em seu cotidiano, a partir de experiências vivenciadas ou por simples observação de fenômenos do dia a dia. Por não ter preocupação com explicações científicas, ou ditas corretas, o senso comum é, na maioria das situações, limitado, incoerente e impreciso. Por sua vez, o conhecimento filosófico tem por origem a capacidade de reflexão do homem e, por instrumento exclusivo, o raciocínio. O estudo filosófico, pelo emprego da lógica, tem por objetivo a ampliação dos limites de compreensão da realidade, bem como o estabelecimento de uma concepção geral do universo. A filosofia é a área do conhecimento que se ocupa em não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores e os comportamentos de nossa existência cotidiana; jamais aceitá-los sem antes havê-los investigado e compreendido. A reflexão filosófica ocorre a partir de dois momentos cruciais. No primeiro, por meio da atitude crítica, rejeitamos o conhecimento do senso comum, aquilo que pensamos saber. Rejeitamos o “eu acho”, “eu penso”, e colocamo-nos na posição de quem nada sabe. No segundo, questionamo-nos a respeito do real significado das coisas e dos fenômenos. Pensar sobre o pensamento significa não apenas estar disposto a conhecer o mundo, mas também a si mesmo. Em outras palavras, a atitude filosófica permite que compreendamos melhor como pensamos e formulamos opiniões a respeito das coisas, como construímos o conhecimento, como agimos a partir desse conhecimento. Tornamo-nos melhores porque nos interrogamos e nos questionamos a respeito das formas pelas quais construímos nossa visão de mundo. A teologia é o estudo da natureza do divino, dos atributos do divino e das relações entre o homem e o divino. Em geral, está associada à cristandade, mas pode aplicar-se a qualquer religião. Resultado da fé humana na existência de forças sobrenaturais, consideradas criadoras do universo, o conhecimento teológico, ou religioso, surge com as revelações do mistério, do oculto, por alguma manifestação divina, sagrada. Essas revelações são transmitidas por alguém, por uma tradição ou por escritos também tidos como sagrados. Os teólogos partem do pressuposto de que há um ser divino que pode ser estudado por meio das manifestações mentais, religiosas ou sociais que suas representações provocam. O conhecimento científico resulta de investigação metódica e sistemática da realidade. Utilizando-se do intelecto, o homem procura respostas para as causas dos fatos; a partir de classificações, comparações 54 Unidade I e análises – enfim, de métodos –, pode chegar a leis gerais que os regem. O processo de investigação, descoberta e expansão do conhecimento faz do ser humano sujeito ativo em relação a fatos e objetos. O conhecimento científico é resultado de treino, e requer abstração, observação, investigação, sistematização de ideias, interpretação, raciocínio e explicação. Cada uma dessas atitudes não está dissociada da outra nem ocorre de forma independente, mas no mesmo instante. Enquanto se observa e se investiga, há também raciocínio. Enquanto se exerce o raciocínio, chega-se a conclusões e, a partir delas, à explicação. O conhecimento científico não se apresenta somente como repetição do já existente. Procura ir além do que existe. Nesse aspecto, o cientista dialoga com autores, “briga” com teorias, refuta ou aceita ideias tomadas como certas. Historicamente, temos evidências de inúmeros contatos entre a filosofia, a teologia, a religião e a ciência. Afinal, aquilo que é caracterizado como pensamento teológico em determinado período histórico pode ser considerado científico em tempos posteriores, e vice-versa. Enquanto houver seres humanos procurando dar sentido ao mundo e às coisas, teremos áreas de convergência entre as diversas formas de apreender a realidade e atribuir significado ao que vemos e vivemos. Entendemos ser a ciência constituída por conhecimentos sobre um objeto passível de estudo e expressa por linguagem própria, precisa. As conclusões a que chega, além de totalmente independentes de juízo de valor, devem ser passíveis de verificação para posterior explicação ou teorização. Quanto ao cientista, este se utiliza de fatos para produzir conhecimento, cuja elaboração dá origem a teorias que deverão ser novamente submetidas à realidade para conferir sua validade. A ciência se ocupa de fenômenos ou objetos possíveis de serem investigados ou compreendidos por meio da razão ou da experiência. A pesquisa teórica, de forma simplificada, tem a intenção de enriquecer teoricamente a ciência; em contrapartida, a pesquisa empírica é aquela que busca um resultado prático. Por isso, as pesquisas teóricas são chamadas de puras, e as empíricas, de aplicadas. Há muita controvérsia a respeito da importância de cada uma dessas modalidades de pesquisa. Há quem defenda que, por serem escassas, as verbas para pesquisa devem priorizar estudos empíricos/práticos. Segundo essa corrente, as pesquisas teóricas, por não apresentarem resultados práticos imediatos, são de pouca serventia, especialmente no caso de economias em desenvolvimento que sofrem com problemas crônicos de miséria, fome e epidemias. No entanto, é importante lembrar que, muitas vezes, pesquisas teóricas acabaram por resultar em 55 METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO aplicações práticas extremamente úteis. Além disso, o desenvolvimento da ciência depende da reflexão teórica. Também há conflito entre os cientistas sociais que pretendem que as ciências sociais e humanas tenham como base os mesmos procedimentos e métodos das ciências naturaise os cientistas que defendem para as ciências sociais uma metodologia própria, que prescinda do empirismo e da evidência empírica. Há uma distância imensa entre o que a ciência se propõe a fazer e o que as pessoas entendem por ciência, tanto em termos de objetivos quanto em termos de resultados. No contexto da ciência, há normas e procedimentos dos quais dependem a legitimidade do conhecimento. Embora narrativas místicas e religiosas possam inspirar os cientistas (e talvez ainda sirvam para explicar fenômenos que não somos capazes de entender), o campo da ciência é, atualmente, o terreno da lógica e da comprovação. Isso não invalida o fato de, historicamente, identificarmos diferentes percepções do significado de conhecimento e dos procedimentos tidos como adequados para atingir esse conhecimento. Em outras palavras, se o significado de conhecimento se transformou ao longo do tempo, nada mais razoável que imaginar que os procedimentos para a produção desse conhecimento também tenham se modificado no decorrer da história. É consensual na comunidade científica que a dedução e a indução são as principais formas de apreensão da realidade e do mundo que nos cerca. No entanto, ambos os processos, a dedução e a indução, têm suas limitações. De maneira simples, o trabalho acadêmico é aquele que é realizado no âmbito da academia, ou seja, da universidade. O trabalho acadêmico costuma envolver elementos da investigação científica. Descrevendo, relacionando e analisando variáveis de sua área específica do conhecimento, o aluno está fazendo ciência no âmbito da academia. Por isso, em razão de a ciência ser produzida a partir de determinados métodos e normas, o trabalho acadêmico também tem seus métodos e normas. A metodologia do trabalho acadêmico envolve regras e normas que são comuns a todas as universidades, tanto no Brasil quanto no restante do mundo. Há particularidades, evidentemente, mas elas não impedem que um trabalho acadêmico seja reconhecido como tal na Austrália ou no Brasil.
Interatividade
4. Do que foi apresentado nesta aula, é possível afirmar que:
I. A metodologia estuda o modo como as ciências se desenvolvem.
II. A curiosidade representa papel significativo para o desenvolvimento da ciência.
III. A ciência se apresenta como uma forma uniforme de achar alguma razão na observação dos fatos.
É possível afirmar que está correta apenas:
a) I e III.
b) I e II.
c) II
d) I, II e III.
e) II e III.
5 METODOLOGIA: A LINGUAGEM DA PESQUISA
No tocante à metodologia da pesquisa acadêmica, uma das principais habilidades que o aluno deve desenvolver está associada ao uso das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). No caso específico de pesquisas na área da saúde, são utilizadas as normas Vancouver.
5.1 Algumas questões metodológicas e de procedimentos básicos do trabalho acadêmico
As perguntas nascem da curiosidade e sobrevivem em razão das dúvidas de quem busca (pesquisa), as quais, ao não serem satisfeitas, perfazem o fermento das novidades e mesmo do novo (tomado como melhor). A postura corrente de maldizer as normas como cerceadoras da liberdade de expressão é falsa, pois sem direções e limites não haveria nem o gosto da arte pela experimentação nem qualquer transgressão.
Os tópicos que se seguem vão nesta linha: podem parecer restritivos, mas têm outras qualidades, como a de estimular a criatividade, o que traz mais qualidade às construções, sejam elas institutos sociais amplos, organizações ou textos.
5.2 Instrumentos do trabalho acadêmico
5.2.1 A letra na escrita
A despeito da modernização dos sistemas de computadores e dos meios digitais, a letra é sempre analisada no conjunto da expressão. Para alguns, tem a ver com asseio, postura e exposição, tanto quanto a apresentação do vestuário. Em outras palavras, espera-se que quem apresente um trabalho o faça de forma clara, arrumada, sem rasuras.
Cabe enfatizar a recente polêmica sobre a abolição da escrita cursiva (e até mesmo bastão), para uns anacrônica (antiga, antiquada), para outros essencial ao processo comunicacional e à alfabetização, além de enriquecedora nas inumeráveis maneiras e finalidades de escrever com e para pessoas ou organizações.
5.2.2 Resumo
Segundo Medeiros (2009), o resumo é a modalidade em que se constrói um texto partindo de outros textos. Ou seja, é uma paráfrase.
A paráfrase é uma interpretação de um texto. Nos trabalhos acadêmicos, em geral, construímos textos por meio de paráfrases, resumindo outros textos ou refletindo sobre as ideias apresentadas por outros autores. É importante observar que parafrasear não significa mudar uma ou outra palavra. Antes, requer a leitura e a reflexão sobre um texto, para que suas ideias sejam expressas a partir de nossas palavras, em nossos próprios termos.
Medeiros (2009) apresenta definições de texto (trama de significados coerentes, que põe em interação falante e ouvinte, autor e leitor), contexto (situação de produção do texto) e intertextualidade (referências que textos fazem a outros). O autor afirma que “os elementos estruturais do texto são: o saber partilhado, a informação nova, as provas e a conclusão” (MEDEIROS, 2009, p. 135). 
Relação de autor-texto-leitor: A relação que se estabelece é uma interação do tipo autor-texto-leitor (KOCH; ELIAS, 2008), que supõe certa fluidez nos papéis de produção de sentido, não mais tomando o autor como detentor onipotente da verdade em seu texto. Esta é viva e dependente do meio e dos demais envolvidos. O autor escreve mediante a construção de sentido e significado; os leitores, por sua vez, construirão seus próprios sentidos e significados a partir do texto lido, mesmo que esses sentidos e significados não fossem o objetivo do autor.
“Resumo é uma apresentação sintética e seletiva das ideias de um texto, ressaltando a progressão e a articulação delas. Nele devem aparecer as principais ideias do autor do texto”.
Junto aos textos formais e explícitos (resumo, fichamento, resenha, presentes no arcabouço de trabalhos de mestrado e doutorado, artigos científicos, ensaios), há os posters, banners, slides, elementos que tornam públicos resultados de pesquisas para o diálogo acadêmico. Nessa mesma linha, há comunicações que dependem da elaboração anterior de um texto, como apresentações orais, encenações, dramatizações, happenings, performances e filmagens.
O resumo deve conter “o assunto do texto, o objetivo do texto, a articulação das ideias, e as conclusões do autor do texto objeto do resumo”. Nele, não se fazem juízos de valor, e o texto deve se bastar, sendo “compreensível por si mesmo”. Já do ponto de vista de sua forma, o resumo deve “ser redigido em linguagem objetiva, evitar a repetição de frases inteiras do original, e respeitar a ordem em que as ideias ou os fatos são apresentados”.
Segundo Andrade (1995 apud MEDEIROS, 2009, p. 153), a resenha apresenta a versão crítica do resumo, sendo mais abrangente que este, pois “permite comentários e opiniões, inclui julgamentos de valor, comparações com outras obras da mesma área e avaliação de relevância da obra com relação a outras do mesmo gênero”.Segundo Andrade (1995 apud MEDEIROS, 2009, p. 153), a resenha apresenta a versão crítica do resumo, sendo mais abrangente que este, pois “permite comentários e opiniões, inclui julgamentos de valor, comparações com outras obras da mesma área e avaliação de relevância da obra com relação a outras do mesmo gênero”.
Procedimentos importantes da elaboração de um resumo: O autor citado sugere alguns procedimentos importantes quando da elaboração de um resumo. Primeiro, é necessário descobrir o plano da obra a ser resumida – o resumo deve responder sobre as intenções do autor e sobre o tema do texto. Em seguida, é preciso captar as ideias principais do texto e sua articulação, identificando as diferentes partes da obra (encadeamento), chegando, assim, ao apontamento das palavras-chave (MEDEIROS, 2009).
Seções de um Resumo:
1) Introdução ao assunto (presente, passado, futuro). Requer apresentação de sua ordem no texto.
2) Objetivo, aonde se almejachegar, o destino do percurso. O outro lado da hipótese (esta diz respeito a “o que eu tenho”, “o que eu acho”).
· Objetivo:“Durante três anos, o jornalista norte-americano Philip Gourevitch mergulhou na realidade ruandesa para tentar desvendar o amplo contexto cultural, político e étnico dos acontecimentos”.
· Hipótese: “A tragédia, supostamente motivada pelo ‘ódio ancestral’ entre as duas etnias, teve na verdade origens políticas e econômicas muito concretas [problemas com raízes no colonialismo belga]”.
3) Articulação das ideias (fundamentos teóricos).
4) Materiais e métodos (procedimentos).
5) Resultados/discussão.
6) Conclusão.
5.2.3 Fichamento
A ficha que nos interessa é aquela que serve de apoio às atividades estudantis, de pesquisa e estudos em geral. O fichamento é útil em toda a vida escolar, para facilitar os estudos e aprofundá-los, pois sistematizar e resumir já é uma forma de levantamento e arquivamento de informações (MEDEIROS, 2009). Aliás, as fichas podem ser feitas de acordo com o tipo de levantamento: ficha bibliográfica, de leitura, de ideias, de citações.
Falaremos de citações diretas e indiretas mais adiante. Neste momento, é importante apenas que você saiba da possibilidade de fazer fichas com citações como meio de recuperar as informações do texto consideradas mais importantes.
5.2.4 Resenha
 Resenha é uma modalidade de produção de textos críticos que demanda certo domínio dos elementos textuais (MEDEIROS, 2009). Requer exercício simultâneo de leitura e escrita. Do resenhista, exige articulação de ideias e compreensão dos objetivos do autor resenhado; do leitor, exige entendimento da situação de ambos (autor resenhado e resenhista).
A resenha começa com a escolha do livro ou do filme a ser resenhado e pode apresentar a seguinte ordem: dados da obra, dados do autor da resenha, conclusões e resumos.
Parte A | Informações gerais 
1) Referência bibliográfica, filmográfica, discográfica ou webgráfica da obra, com base na NBR 6023 (ABNT, 2018).
2) Dados sobre o autor ou diretor (minicurrículo).
3) Gênero da obra.
4) Resumo ou digesto (fichamento de resumo). O resenhista deverá fazer uma síntese do tema abordado, seguindo a ordem já exposta:
• introdução;
• objetivo;
• articulação das ideias;
• materiais e métodos;
• resultados/discussão;
• conclusão.
O resenhista deverá apresentar cada capítulo em linhas gerais e efetuar um resumo mais completo de um ou dois capítulos do livro escolhido.
Parte B | Demonstração de conhecimento/repertório do aluno
5) Avaliação/apreciação. Crítica do aluno em relação ao texto.
6) Apresentação, descrição da atividade (quando houver disciplina solicitante):
· local;
· curso;
· disciplina;
· núcleo de interesse do aluno;
· área de concentração;
· resenhista;
· professor(a) proponente/responsável/avaliador(a).
5.2.5 Seminário
O seminário é a apresentação de um trabalho sob a forma verbal. Ele pode ser individual ou em grupo, dependendo de como o trabalho foi realizado. Nem todo trabalho em grupo se dá em forma de seminário, mas este é uma ótima oportunidade para exercitar uma série de princípios e processos organizacionais e de sociabilidade, como cooperação e competição (que devem ser observados e dirigidos com cuidado, seja incentivando um, seja inibindo outro), e metodológicos, como passos e encaminhamento da pesquisa. A organização quanto ao tema pode se dar com base na escolha de subtemas e textos articulados ao plano de ensino; quanto à dinâmica, por apresentação ou dramatização, com ou sem debates.
5.2.6 Recursos audiovisuais
Tais recursos ajudam a reter, ordenar e esquematizar dados e informações. Polito (1995) considera fundamental a adequação dos recursos, perguntando-se quando, como, quais e onde deverão ser utilizados. Sua finalidade é complementar exposições e apresentações, seguindo preceitos semiológicos ou semióticos empregados na construção da comunicação.
Semiologia: para L. J. Prieto, estudo de todos os sistemas de representação que têm a comunicação como função, privilegiando o funcionamento dos sistemas de signos não linguísticos. Etimologia: “estudo dos sinais da linguagem”; para a medicina, “interpretação dos sintomas”, “sintomatologia”.
Semiótica: para Charles S. Peirce (1839-1914), teoria geral das representações, que leva em conta os signos sob todas as formas e manifestações que assumem (linguísticas ou não), enfatizando especialmente a propriedade de convertibilidade recíproca entre os sistemas significantes que integram (INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS, 2009).
Segundo Polito (1995), os recursos visuais gráficos a serem empregados em textos impressos e apresentações escritas de vários tipos incluem:
Tabelas: dos cruzados em classes, dispostos em colunas e linhas.
Gráficos: Podem ser formados por:
— Barras verticais: plano cartesiano de abscissas e ordenadas com informações em quantidades e no tempo.
— Barras horizontais: dados para a comparação de variáveis diferentes dentro do mesmo tempo.
— Setores: informações de um conjunto inteiro, todo, em suas partes proporcionais.
— Linhas: variações ou tendências de um dado dentro do tempo.
— Mapas: elementos para estabelecer localização, distância e demais relações entre lugares, roteiros e guias de deslocamento e locomoção.
— Fluxogramas: demonstração de uma ordem operacional ou de métodos e processos alternativos.
— Desenhos: representação de objetos, fatos, acontecimentos e processos com efeito próximo daquele de fotografias, para expressar esses dados espacialmente.
— Relação de itens: lista com funções lógicas anunciadas e precisas, com encadeamento de ideias.
Interatividade 
1.Quanto à escrita e produção de textos, avalie as proposições e responda o solicitado.
I. Ter boa letra da escrita à mão ajuda na comunicação e envolve escritor-leitor.
II. Mesmo com a informatização da escrita, a escolha da fonte correta para cada caso obedece metodologia.
III. Produzir texto é algo que se conquista com exercício de leitura e escrita.
É correto o que se afirma em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) II e III.
e) I, II e III
6 A INTERTEXTUALIDADE NO TEXTO ACADÊMICO E AS PRINCIPAIS NORMAS DA ABNT
Todo texto que escrevemos é polifônico (constituído por múltiplas vozes) e polissêmico (constituído por múltiplos sentidos). 
O trabalho de intertextualidade no texto acadêmico pode acontecer de duas formas:
Citações diretas: No caso das citações diretas, temos as com menos de três linhas e as com mais de três linhas.
Citações indiretas: As citações indiretas são paráfrases (resumos) realizadas a partir das ideias de um autor. Ou seja, as ideias são do autor do texto original, e as palavras são do leitor. Conforme a ABNT, temos citações diretas e indiretas, com e sem autor inserido.
 A ABNT é o órgão encarregado da normatização e normalização técnica no país, constituindo-se no único e exclusivo representante, no Brasil, de diversas entidades internacionais. Entidade privada, sem fins lucrativos, é reconhecida como único Fórum Nacional de Normalização pela Resolução n. 7, de 27 de agosto de 1992, do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro), ao qual é credenciada.
A ABNT é membro fundador da International Organization for Standardization (ISO), da Comissão Pan-Americana de Normas Técnicas (Copant) e da Associação Mercosul de Normalização (AMN), das quais, reitera-se, é exclusiva representante no Brasil. Sua “missão”, segundo a própria ABNT, é “coordenar, orientar e supervisionar o processo de elaboração de normas brasileiras, bem como elaborar e editar as referidas normas” (CONMETRO, 1992).
Se a normalização é fundamental à atividade acadêmica, isso nada tem a ver com memorizá-la, o que pode até acontecer com o uso. Além disso, cabe lembrar que as diretrizes nela presentes devem servir à criatividade do autor, e não como “camisas de força”.
6.1 Citações indiretas
As citações indiretas são interpretações feitas a partir do texto de outro autor. Em alguns casos, elas resumem as principais ideias desse autor; em outros, elas refletem sobre alguma ideia exposta pelo autor. Vejamosdois exemplos de citação indireta, com e sem autor inserido.
Nas citações indiretas com autor inserido, fazemos um resumo das ideias do autor colocando-o no nosso texto de maneira explícita. No caso de existirem dois autores, apresentamos os nomes deles como parte do nosso texto. Procedemos dessa forma nas situações em que há até três autores assinando um mesmo texto. Quando o artigo tem mais de três autores, usamos o recurso et al. (em itálico), que significa “e outros”. Veja:
Na primeira situação, as ideias de um artigo assinado por Silva, publicado no ano de 2010, foram resumidas em nosso texto. Nesse caso, incluímos Silva explicitamente, quer dizer, ele passou a fazer parte do nosso texto. Assim, mencionamos Silva, o ano da publicação que estamos resumindo e as ideias de Silva de acordo com nossa interpretação pessoal. No segundo caso, as ideias de dois autores, Silva e Ferreira, contidas em um artigo publicado no ano de 2010, foram resumidas. Os nomes dos autores estão explicitados, isto é, eles passaram a fazer parte do texto. Se estivéssemos lendo um artigo escrito por mais de três autores, faríamos como está apresentado no terceiro exemplo. Para que você perceba a inserção ou não do autor, vamos dar os mesmos exemplos, agora sem os autores inseridos.
Como você pode perceber, os nomes dos autores não fazem mais parte do nosso texto. Eles estão identificados, mas não integram o texto. No caso de um artigo assinado por um único autor, ao final da sentença, colocamos, entre parênteses, o nome do autor em letras maiúsculas, seguido de vírgula e do ano da publicação do artigo. No caso de um artigo escrito por dois autores, colocamos, entre parênteses, os nomes em letras maiúsculas, separados pelo sinal gráfico de ponto e vírgula, seguidos de vírgula e do ano da publicação do artigo. Como acontece com a situação em que inserimos o autor, a existência de um texto escrito por mais de três autores é indicada por et al.
6.2 Citações diretas
As citações diretas correspondem à seleção de trechos do texto dos autores que estamos lendo e analisando. Em outras palavras, as citações diretas são seleções de trechos realizadas a partir do texto original. Nesse caso, as ideias e o texto são do autor do texto original. De acordo com a ABNT, e em função do tamanho da citação, temos citações diretas com até três linhas e citações diretas com mais de três linhas. Nas duas situações, temos citações diretas com autor inserido e sem autor inserido.
As citações diretas com até três linhas incorporam-se ao texto, apenas sendo adicionadas aspas no início e no fim do trecho citado. Note que essas três linhas são medidas pelo espaço que ocupam no texto que estamos escrevendo, e não no texto do artigo que estamos lendo. No exemplo a seguir, mostramos uma citação direta com até três linhas, com autor inserido. Nessa situação, colocamos o trecho citado entre aspas. O(s) autor(es) foi(foram) inserido(s) dentro do texto, ou seja, ele(s) faz(em) parte do texto. Após mencionar o autor, colocamos, entre parênteses, o ano da publicação e a página em que se encontra o trecho na obra original. Isso quer dizer que, caso qualquer pessoa queira localizar o texto citado, bastará encontrar o livro do autor mencionado e procurar a página identificada. Não há citação direta sem identificação da página. Observe:
Podemos também fazer as mesmas citações, porém sem incluir os nomes dos autores no nosso texto. Para isso, no caso de um artigo escrito por um único autor, colocamos a citação entre aspas. Ao final, entre parênteses, inserimos o nome do autor em letras maiúsculas, a vírgula, a data da publicação do artigo e a página de onde a citação foi extraída. Quando estamos usando um artigo escrito por dois autores, apresentamos seus nomes em maiúsculas e separados pelo sinal gráfico de ponto e vírgula. Quando há mais de três autores, usamos o recurso et al.
É preciso sempre ter em mente que as publicações utilizadas para compor nosso texto deverão ser referenciadas ao final.
Vejamos primeiro uma citação direta com autor inserido e mais de três linhas:
Citação direta com autor inserido e mais de três linhas
A seguir, uma citação direta sem autor inserido e com mais de três linhas:
Citação direta sem autor inserido e com mais de três linhas
No caso das citações diretas com mais de três linhas, com mais de um autor não inserido no texto, valem as regras já mencionadas para as citações indiretas: quando há dois autores que não são inseridos no texto, os nomes devem vir em letras maiúsculas, separados por ponto e vírgula. Se houver mais de três autores, utilizaremos a expressão et al.
Interatividade
2. Quanto às normas, avalie as assertivas propostas.
I. A ABNT é órgão encarregado da normatização técnica do país.
II. Regra geral, a vida cotidiana é dirigida por normas, regras.
III. As normas servem como instrumento de memorização.
É correto apenas o que se afirma em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
7 REFERÊNCIAS
As referências bibliográficas auxiliam o entendimento do autor e do leitor, guiando-os tanto na elaboração quanto na decodificação das fontes e na qualidade de seu emprego na criação, situando ambos no processo de construção do conhecimento.
Referência: É o conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite sua identificação individual (ABNT, 2018). Tais elementos são divididos em essenciais e complementares (esses últimos, incluídos quando necessário).
As regras gerais, além dos detalhes de sua elaboração, devem ser conferidas na norma. O recurso tipográfico (negrito, itálico ou sublinhado) empregado para “destacar o elemento título da publicação deve ser uniforme em todas as referências” (ABNT, 2018). Normalmente, as referências para citação no texto são dispostas em ordem alfabética (sistema autor-data) ou numérica (ordem de citação no texto).
A disposição dos elementos das referências varia de acordo com as características e o tipo de documento citado, como fonte a ser referenciada no final do trabalho. Assim, há uma imensa diversidade de combinações de elementos quanto à sua consideração, posição e quantidade de termos, com que apenas a frequência do uso pode gerar familiaridade. São inúmeras as especificidades de um texto. Por exemplo: um autor, dois ou três autores, mais de três autores, tipos de responsabilidade intelectual de autor, título e subtítulo, edição, emendas e acréscimos, local da publicação, editora, data da publicação, descrição física, documento em um único volume, documento em mais de um volume, partes de publicações, séries e coleções.
Seguem algumas das mais comuns e das mais raras fontes de pesquisa:
· monografia (livro);
· parte de monografia (capítulo de livro);
· periódicos (artigo e/ou matéria, resenha, entrevista/depoimento, editorial);
· documento de evento (anais como um todo, resumos, trabalhos publicados em anais);
· documentos em meio eletrônico;
· trabalho publicado em CD;
· artigo publicado em periódico eletrônico;
· verbete de enciclopédia eletrônica;
· documento publicado na internet;
· documento legislativo disponível na internet;
· fitas de vídeo/DVD;
· documentos legislativos;
· correspondência (cartas, telegramas).
Interatividade
Quanto aos recursos audiovisuais, avalie as assertivas e responda o solicitado.
I. Com o advento da informática, o uso de recursos audiovisuais por parte do aluno o auxilia na apresentação pela possibilidade de demonstrar ter domínio com recursos tecnológicos.
II. O uso de tabelas e gráficos facilita o escritor pois, por imagem e números, transmite a mesma mensagem do que o texto escrito.
III. Tabelas e gráficos, quando apresentados no corpo de um texto, falam por si só.
a) Apenas a I está correta.
b) Apenas a II está correta.
c) Tanto I quanto II estão corretas.
d) Apenas III está correta.
e) Todas estão incorretas.
8 OUTRAS CONSIDERAÇÕES
8.1 Sites de apoio para pesquisa bibliográfica
Para que os alunos façam uma pesquisa bibliográfica a partir de fontes fidedignas e confiáveis, sugerimos alguns endereços eletrônicosque podem facilitar essa atividade. Há sites básicos para pesquisas genéricas, específicos para as especialidades, e outros, como os portais de informação e notícia, que integram os primeiros. 
Bibliotecas, mapotecas, videotecas, hemerotecas, bancos de textos e teses são sites procurados para a busca das primeiras informações sobre temas objeto de pesquisa bibliográfica.
Segue uma pequena seleção:
Domínio Público:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp.
Banco de textos com acesso livre e permissão de uso e difusão cultural.
Memorial da América Latina:
http://www.memorial.org.br/.
Centro cultural público que reúne documentos de várias áreas, com foco na produção artística e científica latino-americana.
Universidade de São Paulo (USP):
https://www.usp.br/.
Importante universidade do país, cuja produção científica e artística é oferecida em todos os formatos mencionados.
Instituições internacionais e nacionais que apresentam dados e informações sobre diversas esferas sociais, incluindo as de interesse econômico, político, territorial e cultural:
· Banco Mundial: https://www.worldbank.org/pt/country/brazil
· Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade): http://www.seade.gov.br/
· Fundo Monetário Internacional (FMI): https://www.imf.org/external/index.html
· Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE): https://www.ibge.gov.br/
· Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO): http://www.fao.org/brasil/pt/
· Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco): https://nacoesunidas.org/agencia/unesco//
· Organização Internacional do Trabalho (OIT): https://www.ilo.org/brasilia/lang--es/index.html
Profissionais das várias áreas de conhecimento, a exemplo de administradores, contadores, educadores, licenciados em letras, profissionais de serviço social e matemáticos, que produzem pesquisas específicas em sua área em busca de aprofundamento, demandam informações próprias a cada assunto, que podem ser encontradas em sites como os que seguem:
· Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES): https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home
· Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese): https://www.dieese.org.br/
· Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea): http://www.ipea.gov.br/portal/
· Scientific Electronic Library Online (SciELO): https://scielo.org/
8.2 A importância das normas de citação e de referência
As citações diretas ou indiretas têm funções metodológicas fundamentais e vão muito além dos aspectos formais, pois trata-se de evidenciar a afiliação teórica do trabalho, colocando-o, assim, em condições de estabelecer diálogo e comparações. São o indicativo da noção de autoria. As citações no corpo do texto e as notas de rodapé e de final de capítulo ou trabalho são recursos lógicos e devem ser empregados criteriosamente. Assim como não é racional pôr informações essenciais em nota de rodapé, também não se recomenda pôr no corpo do texto informações secundárias.
As notas podem ser incluídas na parte inferior de cada página ou ao final do texto.
Um texto sem referências não é considerado acadêmico, dada sua necessária construção coletiva. Por que preciso citar as fontes ao longo do texto e da exposição.
O texto acadêmico requer que todas as nossas fontes de inspiração sejam explicitadas, declaradas. Não podemos utilizar ideias desenvolvidas por outros autores, tampouco textos escritos por eles, sem atribuir a autoria devida. É preciso que você preste muita atenção a esta informação: fazer uso de ideias ou de textos de outras pessoas sem referenciar o autor é uma prática ilícita no meio acadêmico. Você pode apenas utilizar as ideias deles, ou inserir trechos dos trabalhos no seu. Não há problema algum com esse procedimento. No entanto, é fundamental que você atribua a autoria das ideias e das palavras que você inseriu no texto, as quais não foram originalmente pensadas e escritas por você. A isso chamamos de fazer referência às fontes, e à não utilização desse procedimento damos o nome de práticas acadêmicas ilícitas, ou práticas de plágio.
Utilizar ideias ou palavras de autores sem fazer a devida referência: Citações indiretas servem para identificar a autoria de ideias que nos auxiliaram na reflexão, e citações diretas servem para identificar a autoria de textos inseridos no nosso. Citações diretas com recuo ou devidamente marcadas com aspas não são consideradas práticas de plágio.
Utilizar ideias de outros buscando disfarçar a cópia com a troca de alguma(s) palavra(s): Como já dissemos antes, parafrasear não significa mudar uma ou outra palavra.
Reutilizar textos já escritos, “reciclando” trechos ou bibliografia já usada: Esse é o típico caso de autoplágio, ou seja, um aluno/autor aproveita o mesmo texto várias vezes.
Interatividade
4. Leia as assertivas e responda o solicitado.
I. O desenvolvimento de um texto acadêmico é apresentado na forma de capítulos ou quebrado em seções, itens ou subitens.
II. Introdução e Conclusão, ou Considerações Finais, são, normalmente, as últimas partes a serem escritas.
III. O resumo é a paráfrase por excelência, onde o texto é de total pensamento do autor-escritor.
É correto apenas o que se afirma em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) II e III.
e) I, II e III.

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