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É um fator primordial na formação de consciência coletiva nas sociedades massificadas, nem de longe seus produtos são artísticos. Isso porque esses produtos não mais representam um tipo de classe (superior ou inferior, dominantes e dominados), mas são exclusivamente dependentes do mercado. Ela torna-se o guia que orienta os indivíduos em um mundo caótico e que por isso, desarticula, qualquer revolta contra seu sistema. Isso quer dizer que a pseudo felicidade ou satisfação promovida pela Indústria Cultural acaba por desmobilizar ou impedir qualquer mobilização crítica que, de alguma forma, fora o papel principal da arte. Ela transforma os indivíduos em seu objeto e não permite a formação de uma autonomia consciente. A Escola de Frankfurt também chamada, no início, de Instituto de Pesquisas Sociais, foi de modo bem resumido, um agrupamento de marxistas que, durante a década de 20, elaborou uma crítica ampla da sociedade – chamada “Teoria Crítica”. Contestavam de modo generalizado o estado de coisas, num período turbulento da História, como regimes comunistas, fim da Primeira Guerra, a eclosão da esquerda nacionalista alemã (nazismo). Enfim, esse corpo filosófico eclode num período de expressivos acontecimentos e delineamentos históricos em um Continente que fervilhava. De origem judaica, Theodor Wiesengrund Adorno foi um dos expoentes da chamada Escola de Frankfurt, que contribuiu para o renascimento intelectual da Alemanha após a Segunda Guerra Mundial. Estudou filosofia, sociologia, psicologia e música na Universidade de Frankfurt. Em 1934 foi obrigado a imigrar para a Inglaterra para fugir da perseguição nazista aos judeus e durante três anos ensinou filosofia em Oxford. (1903-1969) Theodor Adorno dedicou a vida ao entendimento dos processos de formação do homem na sociedade. O filósofo e sociólogo alemão foi um dos fundadores da Escola de Frankfurt, corrente de pensamento do início da década de 1920 fundamentada na ideologia marxista. Adorno teve um papel importante na investigação das relações humanas. Queria entender a lógica da burguesia industrial para defender mudanças na estrutura social. O tema foi tratado pela primeira vez em 1947 no livro A Dialética do Esclarecimento, que ele escreveu em parceria com Max Horkheimer também da Escola de Frankfurt. Os autores explicam que a consciência humana é dominada pela comercialização e banalização dos bens culturais.(1895-1973) Nasce assim, a Escola de Frankfurt (Frankfurt Schule) que se utilizava de um ”marxismo revisitado” e, mesclando-o com outras doutrinas (inclusive psicológicas). Fazia crítica generalizada do mundo, da arte, do capitalismo, do consumo, etc. Faziam argumentações econômicas também, mas o grosso do trabalho era a ação cultural. Para Adorno e Horkheimer, Indústria Cultural distingue-se de cultura de massa. Esta é oriunda do povo, das suas regionalizações, costumes e sem a pretensão de ser comercializada. Enquanto que a Industria Cultural possui padrões que sempre se repetem com a finalidade de formar uma estética ou percepção comum voltada ao consumismo. E embora a arte clássica, erudita, também pudesse ser distinta da popular e da comercial, sua origem não tem uma primeira intenção de ser comercializada e nem surge espontaneamente, mas é trabalhada tecnicamente e possui uma originalidade incomum – depois pode ser estandardizada, reproduzida e comercializada segundo os interesses da Indústria Cultural. Max Horkheimer Biografia Filho de um rico industrial fabricante de tecidos, Max Horkheimer nasceu em fevereiro de 1895, em 1915 abandonou os estudos para trabalhar junto com seu pai até 1918. Em 1919 ingressou nos cursos de psicologia e filosofia, primeiramente em München, Freiburg e, posteriormente, em Frankfurt, onde concluiu seu doutorado em 1922. Mais tarde formara-se em filosofia. Max Horkheimer empreende uma profunda análise das ciências sociais, donde surge a oposição basilar em sua obra: Razão Instrumental versus Teoria Crítica. A Razão Instrumental seria tudo o que pertence à esfera da teoria tradicional. A Teoria Crítica segue pelos caminhos do pensamento crítico-negativo. Assim, Horkheimer critica a razão abstrata da teoria tradicional, por julgá-la uma criadora dos mitos em que se assenta o cientificismo. Sofreu grande influência de conterrâneos como Schopenhauer, Karl Marx, Max Weber... e outros. Também foi amigo de Theodor W. Adorno, fundadores da Escola de Frankfurt.