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Nulidades no Processo Civil

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PROCESSO CIVIL
NULIDADES – Síntese do Manual de Direito Processual Civil – Daniel Amorim Assumpção Neves
1.) Introdução:
Ato processual é espécie de ato jurídico, sendo que a lei estabelece determinada forma para a sua prática cuja inobservância pode gerar ineficácia, nulidade ou inexistência do ato processual.
Diferença em relação do Direito Civil: é possível que um ato processual inexistente gere efeitos como se existente e válido fosse, somente cessando tal eficácia com a declaração judicial do vício. É dizer, no Processo Civil, todos os atos são eficazes independentemente de sua regularidade ou imperfeição, sendo que os viciados somente gerarão efeitos até que sejam declarados por decisão judicial nulos ou inexistentes.
Novamente, qualquer que seja o vício do ato processual, este ato só deixará de produzir efeitos após decisão judicial que reconheça a imperfeição do ato. No Direito Processual Civil não existe a figura do ato jurídico nulo de pleno direito, que desde o momento de sua prática não gera efeitos, sendo todos os atos meramente anuláveis, já que sempre dependem de decisão judicial a reconhecer o vício, somente deixando de produzir efeitos após a prolação de decisão.
2.) Vício x nulidade:
Ato viciado é o ato imperfeito, praticado com defeito porque em desrespeito à forma legal prevista para sua prática. A forma prevista para a prática de um ato processual atende ao princípio da segurança jurídica de forma que a lei assegura às partes que, praticando um ato dentro das formalidades legais, o efeito legal respectivo querido pela parte seja alcançado.
Da mesma forma que a lei garante que o respeito à forma legal leva à geração dos efeitos legais e a obtenção dos resultados pretendidos pela parte, cria também uma sanção processual para a parte de descumpre a forma legal quando da prática do ato: a nulidade.
Isso significa dizer que o desrespeito à forma é suficiente para que o ato seja viciado, defeituoso, e que em regra, esse desrespeito à forma será sancionado pela nulidade, que impedirá que o ato processual gere os efeitos pretendidos por quem o praticou.
Ato nulo, portanto, não se confunde com ato viciado. O ato nulo é o ato viciado ou defeituoso sancionado pela nulidade.
3.) Classificação:
3.1) Mera irregularidade:
É o vício de menor gravidade. Trata-se de inobservância de regra não relevante para considerações acerca da validade do ato. São exigências superficialmente formais, que não guardam qualquer relação com a formalidade do ato e a produção do resultado pretendido por seu autor. A mera irregularidade não gera nulidade do ato.
3.2) Nulidades relativas:
O ato é considerado relativamente nulo quando praticado com inobservância de forma legal que tenha como escopo preservar o interesse das partes. A lei prevê que certos atos processuais têm que seguir certa forma visando principalmente uma garantia aos próprios litigantes do cumprimento da promessa constitucional do devido processo legal.
Justamente porque busca preservar o interesse das partes, o reconhecimento da nulidade relativa depende de oportuna e adequada alegação da parte interessada em ver a nulidade declarada, sob pena de preclusão e convalidação do vício.
Não deve, portanto, ser reconhecida de ofício.
Requisitos:
a.) Somente a parte inocente – aquela que não deu causa à nulidade – pode pedir a anulação do ato (artigo 276 do CPC); > Princípio da boa-fé ou lealdade processual.
b.) Deve haver interesse da parte em sua declaração; > Exemplo: artigo 282, §2º, CPC. Se o juiz resolver o mérito em favor de quem alegou a nulidade, não há interesse em sua declaração.
c.) Prazo: o primeiro momento que tiver a parte para se manifestar (art. 278, CPC).
3.3) Nulidades absolutas:
O ato praticado desrespeita exigências formais que têm como objetivo a preservação do correto e regular funcionamento da máquina jurisdicional. Busca-se preservar interesses de ordem pública. Preservação do interesse público e da boa administração jurisdicional.
Deve ser decretada de ofício em qualquer momento processual.
Admite-se, inclusive, a manifestação da parte nesse sentido, inclusive daquele que foi o causador da nulidade, como no caso do autor que alega incompetência absoluta do juízo.
OBS: O STJ tem, entretanto, decisões que inadmitem alegações de nulidade, ainda que absoluta, pela parte que a causou, em casos de deslealdade e má-fé processual, como nos casos de utilização de nulidade de algibeira ou de bolso.
Durante o processo, o vício apto a gerar nulidade absoluta não é atingido pela preclusão, podendo a qualquer momento ser declarado. Após o trânsito em julgado, no entanto, algumas nulidades continuam possíveis de ser atacadas pela via da rescisória, mas nesse caso terá se transformado em vício de rescindibilidade, considerando que o trânsito em julgado é a sanatória geral das nulidades, inclusive das nulidades absolutas.
As nulidades absolutas se convalidam no trânsito em julgado, que é considerado como sanatória geral das nulidades, inclusive as absolutas, transformando-se após esse momento processual em vícios de rescindibilidade. Após o prazo para propositura de ação rescisória, no entanto, a nulidade atinge sua estabilidade definitiva – fenômeno conhecido como coisa julgada soberana. Ocorre, entretanto, que existem nulidades absolutas tão graves, tão ofensivas ao ordenamento jurídico, que a sua manutenção é algo absolutamente indesejado; surgem os chamados vícios transrescisórios, que, apesar de situados no plano da validade, não se convalidam, podendo ser alegados a qualquer tempo. Exemplo: ausência de citação.
Tanto na nulidade absoluta quanto na nulidade relativa é admissível o saneamento do vício, bem como a geração dos efeitos com o consequente afastamento da nulidade no caso concreto por meio da aplicação do princípio da instrumentalidade das formas.
3.4) Inexistência:
É o mais grave dos vícios, tornando o ato inexistente por lhe faltar elemento constitutivo mínimo, sendo impossível reconhecê-lo até mesmo como um ato processual.
Não se convalida jamais, podendo ser reconhecido durante o processo ou após seu encerramento, independentemente de prazo, por meio de mera ação declaratória de inexistência de ato jurídico. Essa é a principal consequência da distinção entre nulidade absoluta e inexistência: o ato inexistente não se convalida jamais, nem mesmo com o trânsito em julgado e nem mesmo após o prazo para interposição de ação rescisória. Exemplo: Sentença prolatada por alguém sem jurisdição.
	NULIDADE ABSOLUTA
	NULIDADE RELATIVA
	A forma prescrita para a prática do ato busca preservar interesse de ordem pública;
	A forma prescrita para a prática do ato busca preservar interesse das partes;
	Deve ser reconhecida de ofício e pode ser alegada pela parte – inclusive pela causadora da nulidade;*
*Exceção: o STJ não admite a alegação de nulidade pela parte causadora em casos de má-fé e deslealdade processual.
	Por essa razão, deve ser alegada pela parte. 
É vedado ao juiz reconhecer de ofício.
A parte causadora do dano não pode alegar (art. 276 do CPC). Art. 276. Quando a lei prescrever determinada forma sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa.
Somente a parte inocente pode alegar a nulidade.
É necessário, ainda, ter interesse na declaração de nulidade.
	Pode ser reconhecida em qualquer momento processual;
	Deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão (art. 278 do CPC).
	Só se convalida com o trânsito em julgado (sanatória geral). Alguns vícios de validade são, no entanto, transrescisórios (ex: ausência de citação).
	Se não for alegada no momento oportuno, opera-se a preclusão; é dizer, o vício se convalida.
	Admite aplicação do princípio da instrumentalidade das formas e consequente afastamento do vício.
	Admite aplicação do princípio da instrumentalidade das formas e consequente afastamento do vício.
4.) Efeito expansivo e confinamento das nulidades:
O efeito expansivo da decretação da nulidade ou princípio da causalidade,previsto no artigo 281 do CPC, prevê que, anulado o ato, consideram-se de nenhum efeito todos os subsequentes que dele dependam, todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras que dela sejam independentes.
Somente os atos subsequentes, portanto, serão reputados sem efeito, preservando-se os atos antecedentes ao ato nulo. Ainda, exige-se que exista entre os atos uma relação de subordinação, sendo possível que determinados atos, embora subsequentes, não sejam atingidos.
Por fim, o confinamento da nulidade: esta só se aplica à parte do ato em que se verificou a nulidade, no caso de atos complexos, na tentativa de preservação do quanto possível do ato.

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