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APOSTILA - Contabilidade geral FGV

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INTRODUÇÃO 
A disciplina Contabilidade Geral visa capacitar os alunos a 
compreenderem as informações geradas pela Contabilidade Financeira e 
pela Contabilidade Gerencial. 
O Módulo 1 é dedicado à Contabilidade Financeira. Estudaremos 
a estrutura, o propósito e as características das demonstrações contábeis 
de uso geral, além de elaborarmos essas demonstrações como 
consequência da contabilização de várias operações. 
Nos módulos 2 e 3, estudaremos a contabilização de algumas 
transações típicas para a maior parte das empresas brasileiras: contas a 
receber de clientes, estoque e imobilizado. 
 Nos módulos 4 e 5, estudaremos a análise das demonstrações 
contábeis. 
Nos módulos 6, 7 e 8, estudaremos a Contabilidade Gerencial, 
cujo foco será tanto na elaboração da informação de custos pelo custeio 
variável e pelo custeio por absorção quanto no uso da informação gerada 
pelo custeio variável para tomada de decisão gerencial, considerando a 
análise da margem de contribuição e do ponto de equilíbrio. 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
MÓDULO I – INTRODUÇÃO ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DE PROPÓSITO GERAL ............... 11 
POR QUE ESTUDAR CONTABILIDADE? .......................................................................................... 12 
CONTABILIDADE: DEFINIÇÃO ......................................................................................................... 13 
OBJETIVO DA CONTABILIDADE ....................................................................................................... 13 
USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL....................................................................................... 14 
LIMITAÇÕES DA CONTABILIDADE .................................................................................................. 15 
PRINCIPAIS DEMONSTRAÇÕES ELABORADAS PELA CONTABILIDADE FINANCEIRA ............... 15 
Balanço Patrimonial ................................................................................................................ 16 
Demonstração do Resultado do Exercício ........................................................................... 23 
Demonstração dos Fluxos de Caixa ...................................................................................... 27 
CONCEITOS FUNDAMENTAIS ......................................................................................................... 32 
Patrimônio ................................................................................................................................ 32 
Ativo ........................................................................................................................................... 32 
Passivo ....................................................................................................................................... 32 
Patrimônio Líquido .................................................................................................................. 33 
Resultado .................................................................................................................................. 33 
Receita ....................................................................................................................................... 33 
Despesa ..................................................................................................................................... 34 
Como Receita e Despesa afetam o Patrimônio Líquido (Ativo Líquido) ........................... 34 
EQUAÇÃO CONTÁBIL E NATUREZA DAS CONTAS ........................................................................ 34 
ANÁLISE E REGISTRO DAS TRANSAÇÕES FINANCEIRAS .............................................................. 36 
MECÂNICA CONTÁBIL E ELABORAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL ...................................... 38 
REGIME DE COMPETÊNCIA X REGIME DE CAIXA .......................................................................... 48 
MÓDULO II – CONTABILIZAÇÃO DE TRANSAÇÕES TÍPICAS (1ª PARTE) .......................................... 53 
RECEITA DE CONTRATO COM CLIENTES ....................................................................................... 53 
Conceituação ............................................................................................................................ 53 
Cinco etapas para o reconhecimento da receita ................................................................. 53 
Etapa 1: identificação do contrato com cliente .............................................................. 54 
Etapa 2: identificação das obrigações de desempenho ................................................ 54 
Etapa 3: determinar o preço da transação ..................................................................... 55 
Etapa 4: alocar o preço da transação às obrigações de desempenho ....................... 56 
Etapa 5: reconhecer a receita ........................................................................................... 57 
Mecânica contábil e elaboração das demonstrações contábeis: receita ......................... 59 
MENSURAÇÃO E RECONHECIMENTO DAS PERDAS EM CONTAS A RECEBER ..................................... 66 
Mecânica contábil e elaboração das demonstrações contábeis: PECLD ......................... 70 
Caso da Droga Raia: clientes .................................................................................................. 72 
 
 
 
MÓDULO III – CONTABILIZAÇÃO DE TRANSAÇÕES TÍPICAS (2ª PARTE) ......................................... 75 
OPERAÇÃO COM MERCADORIAS ................................................................................................... 75 
Conceituação ............................................................................................................................ 75 
Principais itens que compõem o Estoque ............................................................................ 76 
Critérios de avaliação do estoque ......................................................................................... 77 
Critérios de controle do estoque ........................................................................................... 81 
Conceito e mensuração do CMV ............................................................................................ 81 
Peps ou Fifo ......................................................................................................................... 82 
Custo médio ponderado.................................................................................................... 84 
CMPM: controle permanente ...................................................................................... 84 
Identificação específica ...................................................................................................... 85 
Mecânica contábil e elaboração das demonstrações contábeis: estoques ..................... 85 
Caso da Droga Raia: estoques ............................................................................................... 91 
IMOBILIZADO .................................................................................................................................... 92 
Conceito .................................................................................................................................... 92 
Caso da Droga Raia: imobilizado ........................................................................................... 92 
Critérios de avaliação do imobilizado ................................................................................... 96 
Significado de depreciação ..................................................................................................... 99 
Critérios de mensuração da depreciação .......................................................................... 100 
Métodos das quotas constantes ................................................................................... 101 
Métododo benefício consumido .................................................................................. 104 
Mecânica contábil e elaboração das demonstrações contábeis: depreciação ............ 106 
MÓDULO IV – ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS (INTRODUÇÃO) ............................. 115 
PROPÓSITO DA ANÁLISE .............................................................................................................. 116 
OBTENÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ...................................................................... 117 
INVESTIGAR A CONFIABILIDADE DA INFORMAÇÃO OBTIDA ................................................... 119 
DEFINIÇÃO DE PARÂMETROS ...................................................................................................... 122 
CÁLCULOS ...................................................................................................................................... 123 
Análise vertical ...................................................................................................................... 123 
Análise horizontal ................................................................................................................. 125 
Análise por indicadores ....................................................................................................... 129 
Indicadores de liquidez ................................................................................................... 130 
Liquidez corrente ....................................................................................................... 131 
Liquidez geral .............................................................................................................. 131 
Indicadores de endividamento ...................................................................................... 133 
Endividamento geral .................................................................................................. 133 
Endividamento oneroso ............................................................................................ 134 
Indicadores de rentabilidade ......................................................................................... 136 
Retorno sobre o patrimônio líquido ........................................................................ 136 
A polêmica do PL médio ............................................................................................ 137 
Retorno sobre o ativo ................................................................................................ 138 
 
 
MÓDULO V – CONTABILIDADE DE CUSTOS .................................................................................... 141 
CONCEITOS FUNDAMENTAIS E CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS .................................................. 141 
Estrutura fundamental para o estudo de Contabilidade Gerencial............................... 141 
Quanto ao produto: custos diretos e indiretos ................................................................ 143 
Custos diretos .................................................................................................................. 143 
Custos indiretos ............................................................................................................... 143 
Quanto ao volume: custos fixos e variáveis ...................................................................... 146 
Custos variáveis ............................................................................................................... 146 
Custos fixos ...................................................................................................................... 147 
Comentário sobre intervalo relevante ............................................................................... 148 
Comentário sobre custos híbridos ..................................................................................... 149 
Comentário sobre a mão de obra ...................................................................................... 150 
SISTEMAS E MÉTODOS DE CUSTEIO ........................................................................................... 152 
Fluxos de produção nos sistemas de custeio ................................................................... 154 
Método de custeio por absorção ........................................................................................ 155 
Método de custeio variável ................................................................................................. 156 
Comentário sobre a conciliação entre os métodos de custeio ...................................... 158 
Comentário sobre a capacidade instalada e a legislação societária ............................. 159 
MÓDULO VI – RELAÇÃO CUSTO-VOLUME-LUCRO (1ª PARTE) ....................................................... 165 
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 165 
PONTO DE EQUILÍBRIO ................................................................................................................ 168 
Ponto de equilíbrio contábil ................................................................................................ 168 
Ponto de equilíbrio econômico ........................................................................................... 169 
MARGEM DE SEGURANÇA ............................................................................................................ 170 
MÓDULO VII – RELAÇÃO CUSTO-VOLUME-LUCRO (2ª PARTE) ...................................................... 173 
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO DE MÚLTIPLOS PRODUTOS: MIX DE PRODUTOS .................. 173 
CONTRIBUIÇÃO MARGINAL E LIMITAÇÃO DA CAPACIDADE DA PRODUÇÃO: FATOR 
RESTRITIVO ..................................................................................................................................... 176 
Solução gráfica ...................................................................................................................... 179 
Solução com auxílio do Solver ............................................................................................ 180 
CONTRIBUIÇÃO MARGINAL E PEDIDOS ESPECIAIS .................................................................. 183 
APÊNDICE ........................................................................................................................................... 185 
MÓDULO I ...................................................................................................................................... 185 
I) Funções desempenhadas ................................................................................................. 185 
II) Demais demonstrações ................................................................................................... 186 
III) ESTRUTURA CONCEITUAL PARA ELABORAÇÃO E DIVULGAÇÃO DO RELATÓRIO CONTÁBIL-
FINANCEIRO ................................................................................................................................... 188 
CPC 00, Capítulo 1: Objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral ....... 189 
 
 
CPC 00, Capítulo 3: estrutura conceitual para elaboração e divulgação do relatório 
contábil-financeiro ................................................................................................................ 190 
Características qualitativas fundamentais da informação contábil útil ................... 190 
Características qualitativas de melhoria da informação ............................................ 193 
Aplicação conjunta das características qualitativas de melhoria ........................ 195 
Restrição de custo na elaboração e na divulgação de relatório contábil-financeiro
 ........................................................................................................................................... 196 
CPC00, Capítulo 4: Premissa subjacente – Continuidade ............................................... 196 
MÓDULO III .................................................................................................................................... 197 
I) Custo médio ponderado fixo: controle periódico ......................................................... 197 
II) Método do varejo (dos estoques) ................................................................................... 198 
III) Perda por redução ao valor recuperável (impairment do imobilizado) .................... 198 
MÓDULO IV .................................................................................................................................... 207 
I) Elaboração do parecer ...................................................................................................... 207 
Contextualização da empresa, dos produtos e das atividades ................................ 208 
Propósito da análise ........................................................................................................ 209 
Fonte dos dados, ajustes e reclassificações necessários, índice de preço .............. 209 
Parâmetro de comparação ............................................................................................ 209 
Estrutura de investimentos, financiamentos e de resultados: análise vertical ............ 209 
Comportamento do resultado e da situação patrimonial da empresa: análise 
horizontal .......................................................................................................................... 210 
Situação econômico-financeira: liquidez, endividamento e rentabilidade – análise por 
indicadores ....................................................................................................................... 211 
Conclusão ......................................................................................................................... 212 
MÓDULO VI .................................................................................................................................... 213 
I) Quanto à ocorrência ......................................................................................................... 213 
Custos básicos ................................................................................................................. 213 
Custos de transformação ............................................................................................... 213 
Custo fabril ....................................................................................................................... 214 
Custo dos produtos fabricados ..................................................................................... 215 
Custo dos produtos vendidos ........................................................................................ 215 
II) Outras classificações de custos ...................................................................................... 216 
Custo irrecuperável ......................................................................................................... 216 
Custo de oportunidade ................................................................................................... 219 
Custo controlável ............................................................................................................. 220 
III) Comentário complementar sobre objeto de custeio ................................................. 220 
IV) Método de custeio baseado em atividades ................................................................. 224 
MÓDULO VII ................................................................................................................................... 227 
I) Ponto de equilíbrio financeiro ......................................................................................... 227 
II) Alavancagem operacional ............................................................................................... 228 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................... 230 
PROFESSOR-AUTOR ........................................................................................................................... 231 
 
 
 
 
 
 
 
No fim deste módulo, o aluno deverá saber o que é a Contabilidade, o seu objeto de estudo 
e o seu objetivo1 e limitações. 
Além disso, neste módulo, você vai estudar as principais demonstrações contábeis: Balanço 
Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício e Demonstração dos Fluxos de Caixa. 
Buscando tornar o processo de aprendizagem mais dinâmico, ilustramos os conceitos mediante a 
apresentação das demonstrações contábeis da empresa Raia Drogasil S.A., referentes ao período 
encerrado em 31 de dezembro de 2018. 
Raia Drogasil S.A. é a razão social da firma conhecida pelas marcas Droga Raia e Farmasil, 
uma companhia aberta com ações negociadas na BM&FBovespa que comercializa medicamentos, 
cosméticos e outros itens de higiene pessoal.2 Para facilitar a sua identificação, vamos referir-nos à 
empresa pelo nome fantasia – Droga Raia. 
A estrutura conceitual estabelecida pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC 
(conhecida como Pronunciamento CPC 00), aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários – 
CVM (Deliberação CVM nº 539/08) e pelo Conselho Federal de Contabilidade – CFC (Resolução 
CFC nº 1.121/08) é comentada no Apêndice. 
A adequada compreensão deste módulo é fundamental ao estudo dos Módulos II e V, que 
tratam do reconhecimento contábil de transações típicas que afetam a maior parte das empresas e 
da análise das demonstrações contábeis, respectivamente. 
 
1 De acordo com os objetivos desta disciplina, a Contabilidade é ensinada como a “linguagem dos negócios”. 
2 Detalhes sobre a empresa podem ser encontrados no seu website: <http://www.raiadrogasil.com.br>. 
MÓDULO I – INTRODUÇÃO ÀS 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DE 
PROPÓSITO GERAL 
 
12 
 
Por que estudar Contabilidade? 
“A Contabilidade é a linguagem dos negócios”. Se você não sabe ler o placar, não sabe como 
anda o jogo nem distingue os vencedores dos perdedores. 
Segundo o grande investidor norte-americano Warren Buffett (BUFFETT; CLARK, 2007),3 
existem muitas maneiras de descrever o que está acontecendo com uma empresa. No entanto, seja 
lá o que se diga, sempre se retorna à língua da Contabilidade. Quando a filha do seu amigo 
perguntou que disciplinas cursar na faculdade, ele respondeu: “Contabilidade, a língua dos 
negócios”. Para interpretar as demonstrações financeiras de uma empresa, você tem de saber 
interpretar os números. Para isso, precisa aprender Contabilidade. 
Desse modo, podemos concluir que, por meio da Contabilidade, traçam-se objetivos, 
mensuram-se resultados e avaliam-se desempenhos. É por meio dos relatórios elaborados com base 
no sistema de informações contábeis que administradores decidem o preço a ser praticado, o mix 
de produtos a ser vendido e a tecnologia a ser utilizada. 
Como toda e qualquer linguagem, a Contabilidade utiliza sinais e símbolos cognitivos 
próprios, possui um vocabulário específico e uma “gramática” própria. Não falar a linguagem 
própria, bem como não compreender os seus conceitos fundamentais e os seus princípios 
norteadores torna difícil a interpretação de relatórios e a participação no mundo dos negócios. 
Sem um conhecimento formal de Contabilidade, como seria a análise de uma empresa? 
Como se calcularia a sua capacidade de pagar as dívidas, a sua lucratividade ou mesmo o retorno 
do capital? 
 
A Demonstração da Controladora – muitas vezes, denominada pelo termo em inglês holding – 
representa a entidade constituída de forma legal que possui participações societárias em 
outras empresas. É essa empresa que possui ações negociadasna Bolsa de Valores, e que paga 
impostos e dividendos. 
Visando a gerar melhor informação, a Contabilidade desenvolveu uma técnica para 
evidenciar informações de uma entidade econômica abstrata, admitindo que a empresa 
controladora e as suas controladas sejam uma única entidade objeto de contabilização. Essa 
aglutinação gera as “Demonstrações Consolidadas”, que propiciam a visão integrada do 
conjunto formado legalmente pelas diversas empresas existentes. Em termos de análise, a 
Demonstração Consolidada tem uma qualidade superior e propicia a comparação com os 
outros conglomerados. 
Nesta edição, reproduzimos apenas as Demonstrações Consolidadas. 
 
 
3 BUFFETT, Mary; CLARK, David. O Tao de Warren Buffett: como aplicar a sabedoria e os princípios de investimento do gênio 
das finanças em sua vida. Rio de Janeiro: Sextante, 2007. 
 
 13 
 
Contabilidade: definição 
A Contabilidade é a ciência social que tem por objetivo medir, para poder INFORMAR, os 
aspectos quantitativos e qualitativos do patrimônio de quaisquer entidades. Constitui um 
instrumento para a gestão e o controle das entidades, além de representar um sustentáculo da 
democracia econômica, já que, pelo seu intermédio, a sociedade é informada sobre o resultado da 
aplicação dos recursos conferidos às entidades. 
A contabilidade é o processo cujas metas são registrar, resumir, classificar e comunicar as 
informações financeiras. O input desse processo são as transações que a empresa efetua. O output 
são as demonstrações contábeis. Constitui-se no grande banco de dados de todas as empresas. 
Genericamente, pode-se dizer que a contabilidade é uma indústria, tendo como matéria-prima os 
dados econômico-financeiros captados pelos registros contábeis e processados de forma ordenada, 
gerando as Demonstrações Contábeis ou Demonstrações Financeiras – como são denominadas pela 
legislação brasileira – como produto final. 
É possível visualizar essa afirmação por meio da seguinte ilustração: 
 
Figura 1 – Contabilidade: matéria-prima e produto final 
 
 
A Contabilidade possui a estrutura lógica conceitual fundamentada nos seus princípios 
norteadores. A capacidade informativa da Contabilidade e a estruturação do sistema contábil são 
viabilizadas por meio da elaboração de um “bom” Plano de Contas, que ordena todas as contas 
utilizadas pela empresa por natureza e viabiliza a definição das áreas da empresa em que são 
incorridos os gastos. Além disso, um “bom” Plano de Contas deve, ainda, permitir o seu 
aprimoramento, bem como a criação de novas contas e detalhamentos (subcontas), sem prejuízo de 
toda a sua estrutura. 
 
Objetivo da Contabilidade 
A Contabilidade é uma ciência fundamentalmente utilitária. O seu grande produto é o 
provimento de informações para planejamento e controle, evidenciando informações referentes à 
situação patrimonial, econômica e financeira de uma empresa. 
 
14 
 
O propósito básico da Contabilidade é prover aos “tomadores de decisões” – diretores, gerentes, 
administradores da empresa e todos os interessados – informações úteis para a sua melhor atuação. 
De modo objetivo, a Contabilidade é um sistema de informação e avaliação destinado a 
prover os seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de 
produtividade no que tange à entidade objeto da contabilização. 
A Contabilidade Financeira – ou Societária –, a linguagem dos negócios, objetiva mostrar a 
saúde financeira da empresa. 
 
Usuários da informação contábil 
A coleta – obtenção –, o registro e a sumarização da informação econômica visam a 
fundamentar o processo decisório de todas as pessoas relacionadas com as entidades, tais como os 
administradores, os investidores, o governo, os empregados, os financiadores e toda a sociedade, ou 
seja, aqueles que constituem os agentes econômicos internos e externos. 
De acordo com o objetivo de cada usuário – decisão quanto a investimentos ou financiamentos, 
distribuição de resultados, entre outros –, existe uma demanda diferenciada de informações contábeis. 
Por esse motivo, podemos dividir os usuários da informação do seguinte modo: 
� acionista controlador – retorno do capital comparado com o risco, a valorização da 
empresa, o lucro e os dividendos; 
� administradores – retorno do capital e do ativo, otimização dos gastos realizados, otimização 
das decisões futuras, lucratividade do mix de produtos e participação nos lucros; 
� financiadores – capacidade de pagamento, grau de endividamento; 
� governo – tributação e arrecadação de impostos, taxas e contribuições, além da 
formulação de diretrizes da política econômica, bem como das atividades do Judiciário 
e das agências reguladoras; 
� acionista minoritário – fluxo regular de dividendos e valorização da empresa e 
� empregados – capacidade de pagamento dos salários, perspectivas de crescimento da 
empresa e participação nos lucros. 
 
De forma geral, pode-se dizer que o conjunto completo de demonstrações contábeis 
normatizadas pelo International Accounting Standards Board (Iasb) e pelo CPC visa a gerar 
informação relevante a um amplo grupo de usuários que não têm condições de exigir informação 
detalhada para atender às suas necessidades específicas. 
 
 
 
 15 
 
Limitações da contabilidade 
Infelizmente, deve-se reconhecer que as informações contábeis não podem reproduzir o 
patrimônio da empresa com total fidelidade e certeza de forma a atender com plenitude às 
necessidades informacionais de todos os usuários. A contabilidade utiliza avaliações e, como todo 
sistema de mensuração, tem limitações – inclusive de custo-benefício –, pois deve conciliar a 
utilidade da informação com os requisitos da praticabilidade e da objetividade. 
O fato de a contabilidade se concentrar na avaliação monetária apresenta um grande aspecto 
positivo, mas também enseja limitações, visto que é impossível a quantificação monetária de todos 
os eventos econômicos. O processo de avaliação é agravado pelo problema da flutuação de preços, 
que impacta de forma definitiva a avaliação do patrimônio líquido e do resultado ao longo do 
tempo. Desse modo, a informação do lucro líquido não deveria ser a única medida de avaliação do 
sucesso de uma empresa durante um período. 
O resultado exato de uma empresa – ou seja, a variação do patrimônio investido pelos 
proprietários – somente poderá ser apurado no fim da sua vida, quando os ativos da empresa forem 
liquidados. No entanto, para proporcionar informações úteis, a Contabilidade tem a missão de 
calcular o resultado a intervalos regulares de tempo. Esse é o motivo pelo qual a Contabilidade é 
estruturada sobre o conceito de lucro – regime de competência –, e não sobre o conceito de caixa – 
regime de caixa. 
Para aprimorar essa informação, é preciso introduzir, na quantificação do lucro, variáveis 
não monetárias de mensuração subjetiva, como custo de oportunidade, inovação tecnológica, 
qualidade de produtos, satisfação da clientela, investimentos sociais, ambientais e treinamento 
de empregados. 
No entanto, um aspecto fundamental deve ser esclarecido. 
O controle por meio das informações contábeis é imprescindível para todas as empresas. Em 
longo prazo, na avaliação da gestão da empresa, o conceito de Lucro é superior ao de Caixa, apesar 
de este ser uma informação contábil de grande utilidade. 
O conceito de lucro é obtido por meio do Regime de Competência, que representa a alocação 
lógica e racional do fluxo de caixa ao longo da vida da empresa. 
Dessa forma, a diferença entre o conceito de lucro e de caixa é apenas temporal, visto que 
esses conceitos são idênticos no fim da vida da empresa. 
 
Principais demonstrações elaboradas pela Contabilidade 
Financeira 
As principais demonstrações elaboradas pela Contabilidade Financeira são as demonstrações 
contábeis de propósito geral. Isto é: relatórios contábil-financeiroselaborados com o objetivo de gerar 
 
16 
 
informação útil a uma ampla gama de usuários – investidores e credores, potenciais e efetivos – que não 
têm condições de exigir relatórios específicos para as suas necessidades informacionais. 
De acordo com os International Financial Reporting Standards (IFRSs), o conjunto completo 
de demonstrações contábeis de propósito geral é composto de: balanço patrimonial, demonstração 
do resultado do exercício, demonstração dos fluxos de caixa, demonstração das mutações do patrimônio 
líquido e notas explicativas. A legislação brasileira (Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 – LSA) 
adicionou a demonstração do valor adicionado a esse rol. 
A seguir, apresentamos tais relatórios. 
 
Balanço Patrimonial 
O Balanço Patrimonial tem como objetivo mostrar a posição patrimonial e financeira de 
determinada empresa em um momento específico e informar a capacidade de geração dos fluxos 
futuros de caixa. Toda empresa prepara o seu Balanço Patrimonial no fim de cada ano. As 
companhias abertas têm a obrigação de divulgá-lo ao público assim como as demais peças contábeis, 
a cada trimestre. Para efeito interno (gerencial), o ideal é a elaboração na periodicidade mensal. 
O Balanço Patrimonial relaciona e quantifica cada conta do Ativo, do Passivo e do 
Patrimônio Líquido no último dia do período. Por meio dessa relação, o proprietário sabe o que 
possui (ex.: caixa, estoque, equipamentos), o que deve (contas a pagar, empréstimos) e quanto 
possui de patrimônio, líquido de dívidas, no fim do período. Este consiste no capital empreendido 
no negócio mais os lucros, menos os prejuízos. 
O Balanço Patrimonial consiste na relação, de modo ordenado, dos ativos (bens e direitos), 
dos passivos (obrigações) e do patrimônio líquido (diferença entre os ativos e os passivos) de uma 
empresa. A estrutura do Balanço Patrimonial é a seguinte: 
 
ativo 
passivo 
patrimônio líquido 
 
O Ativo evidencia onde está o dinheiro aplicado na empresa. O Passivo e o Patrimônio 
Líquido mostram qual é a fonte do dinheiro aplicado na entidade. 
 
ativo passivo 
aplicação de recursos 
Onde está o dinheiro? 
origem de recursos 
De onde o dinheiro veio? 
patrimônio líquido 
 
 
 17 
 
A seguir, o Balanço Patrimonial representa a posição financeira da Droga Raia, em 31 de 
dezembro de 2017. 
 
Tabela 1 – Posição financeira da Droga Raia (31/12/2018) 
Descrição 31/12/2018 31/12/2017 
Ativo Total 7.352.005 6.464.249 
Ativo Circulante 4.529.825 3.928.204 
Caixa e Equivalentes de Caixa 241.568 264.873 
Clientes 937.389 930.071 
Adiantamentos a Funcionários 6.849 6.216 
Devoluções a Fornecedores 3.824 6.656 
Acordo Comerciais 99.376 94.240 
Outros 46.798 11.891 
Estoques 3.087.275 2.517.594 
Tributos a Recuperar 84.852 78.778 
Despesas Antecipadas 21.894 17.885 
Ativo Não Circulante 2.822.180 2.536.045 
Ativo Realizável em Longo Prazo 72.832 68.753 
Outras Contas a Receber 1.589 1.622 
Despesas Antecipadas 1.128 4.941 
Depósitos Judiciais 25.770 29.215 
Tributos a Recuperar 44.345 32.975 
Imobilizado 1.546.960 1.276.276 
Intangível 1.202.388 1.191.016 
Descrição 31/12/2018 31/12/2017 
Passivo Total 7.352.005 6.464.249 
Passivo Circulante 2.913.445 2.493.779 
Obrigações Sociais e Trabalhistas 237.541 202.799 
Fornecedores 2.141.274 1.815.687 
 
18 
 
Obrigações Fiscais 92.964 130.432 
Empréstimos e Financiamentos 272.939 196.248 
Dividendos e JCP a Pagar 24.843 37.474 
Aluguéis 78.653 65.768 
Demais Contas a Pagar 40.697 33.579 
Provisões 24.534 11.792 
Passivo Não Circulante 903.793 720.098 
Empréstimos e Financiamentos 570.211 414.711 
Programa de Recuperação Fiscal 10.568 20.988 
Obrigações com Acionista de Controlada 36.380 47.515 
Tributos Diferidos 237.757 228.715 
Provisões 48.877 8.169 
Patrimônio Líquido Consolidado 3.534.767 3.250.372 
Capital Social Realizado 1.808.639 1.808.639 
Reservas de Capital 116.363 151.156 
Reservas de Lucros 1.593.063 1.280.751 
Ajustes de Avaliação Patrimonial -18.208 -18.033 
Participação dos Acionistas Não Controladores 34.910 27.859 
Fonte: CVM. Disponível em: <http://www.cvm.gov.br>. Acesso em: 16 jan. 2020. 
 
As contas do Ativo representam onde os recursos da empresa foram aplicados, e são apresentadas 
em ordem decrescente de liquidez, ou seja, inicia-se com os itens de maior liquidez4 – caixa, bancos e 
clientes –, que logo serão convertidos em caixa. No fim, são colocados os itens que deverão permanecer 
mais tempo na empresa, como edifícios, equipamentos, veículos e móveis. 
As contas do Passivo representam a origem dos recursos de terceiros e devem ser, inicialmente, 
separadas considerando a data de vencimento, ou seja, se ela é inferior ou superior a um ano. Os 
Passivos são agregados pela sua natureza, como fornecedores, empréstimos, impostos a pagar e 
salários a pagar. 
A seguir, é apresentado o Patrimônio Líquido, indicando o capital integralizado, as reservas 
de capital e as reservas de lucros ou prejuízos acumulados. 
 
4 Entende-se por liquidez a capacidade e a velocidade de transformar bens e direitos em dinheiro. 
 
 19 
 
O Passivo Total é formado pela soma do Passivo, que representa dívidas ou obrigações, e do 
Patrimônio Líquido, que representa o valor pertencente aos acionistas. De forma ideal, deve-se 
procurar utilizar o termo Passivo apenas para as dívidas da empresa, não utilizando esse termo em 
referência ao Patrimônio Líquido. 
O total do Ativo e o total do Passivo + Patrimônio Líquido são sempre iguais, por isso, sendo 
chamados Balanço. Daí, a equação fundamental da contabilidade: 
 
Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido 
 
Estrutura do Balanço Patrimonial Consolidado 
ativo 
passivo 
patrimônio líquido: 
participação acionistas não controladores 
participação acionistas controladores 
 
Observe o Balanço Patrimonial da Droga Raia de 2018: 
� Ativo total = R$ 7.352.005 mil. 
� Passivo = R$ 3.817.238 mil = (Passivo Circulante R$ 2.913.445 mil + Passivo não 
Circulante R$ 903.793 mil). 
� Patrimônio Líquido = R$ 3.534.767 mil. 
� Passivo + Patrimônio Líquido = R$ 7.352.005 mil = Ativo total. 
 
Os elementos componentes da estrutura do balanço patrimonial são definidos assim: 
 
a) Ativo – recursos econômicos (bens e direitos) que a empresa controla e espera que lhe gerem 
benefícios futuros. Os Ativos podem ter corpo, matéria definida – tais como prédios, máquinas ou 
mercadorias –, sendo denominados de Ativos Tangíveis. Além disso, podem ter valor legal ou 
representar direitos – como a marca e o ponto comercial –, sendo denominados Ativos Intangíveis. 
Um dos problemas mais controversos em Contabilidade é mensurar o real valor dos Ativos. 
Os itens do Ativo são agrupados do seguinte modo: 
� Ativo Circulante – recursos que serão realizados no exercício seguinte, ou seja, no período 
de 12 meses após o encerramento do Balanço. Isso significa que todos serão utilizados na 
atividade da empresa no curto prazo (máximo de 12 meses). Exemplo: caixa, bancos, 
investimentos temporários, contas a receber, mercadorias e despesas antecipadas. 
� Ativo Não Circulante – Ativos não classificados no Ativo Circulante. Compreende os 
Ativos Realizáveis em Longo Prazo, os Investimentos, os Imobilizados e os Intangíveis. 
 
20 
 
� Ativo Realizável em Longo Prazo – realização após o término do exercício social seguinte, 
ou seja, em um período superior a 12 meses após o encerramento do Balanço Patrimonial. 
Exemplo: contas a receber em longo prazo, despesas antecipadas em longo prazo, 
empréstimos concedidos a receber em longo prazo. 
 
No Ativo Realizável em Longo Prazo, é importante verificar que a lei societária apresenta um 
posicionamento que representa uma exceção à classificação de acordo com o período de 
recebimento do Ativo. No art. 179, a lei afirma que é obrigatório que sejam reconhecidos,no 
Realizável em Longo Prazo, os direitos derivados de vendas, os adiantamentos ou os empréstimos a 
sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, 
que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia, mesmo que a data de 
vencimento prevista seja no curto prazo: 
� Investimentos – investimentos permanentes, inclusive as propriedades para investimento. 
Exemplo: investimentos em ações ou quotas, obras de arte, imóveis para aluguel ou 
destinados à valorização de capital, ou ambos. 
� Imobilizado – direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção 
das atividades da companhia ou exercidos com essa finalidade, e os decorrentes de 
operações que transfiram à companhia os benefícios, os riscos e o controle desses bens. 
Exemplo: terrenos, edifícios, máquinas e equipamentos, móveis e utensílios, instalações, 
obras em andamento, desde que destinados ao uso nas operações. 
� Intangível – direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção 
da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. 
No Balanço Patrimonial, os Ativos Intangíveis não podem ser avaliados a valor de 
mercado. Exemplos: fundo de comércio, direitos autorais, marcas e patentes. 
 
Verifique o Balanço Patrimonial da Droga Raia de 2018: 
� R$ 241.568 mil estão aplicados em dinheiro e depósitos bancários à disposição da entidade 
(Caixa e Equivalentes de Caixa). 
� R$ 3.087.275 mil estão aplicados em mercadorias disponíveis para serem vendidas (Estoques). 
� R$ 1.546.960 mil estão aplicados em bens destinados ao uso pela entidade, nas suas 
operações normais (Imobilizado). 
 
Todos esses itens representam aplicações de recursos realizadas no passado pela entidade, das 
quais se tem expectativa de geração de benefícios, presentes e futuros, a serem percebidos e 
controlados pela entidade. 
Tais benefícios podem ser representados pela geração de caixa – como as mercadorias que 
serão vendidas aos clientes – ou podem evitar a saída de caixa – como os prédios e os equipamentos 
que não precisarão ser alugados, uma vez que a entidade já é proprietária ou os arrenda de terceiros 
(Ativo Imobilizado). 
 
 21 
 
b) Passivo – são obrigações da empresa, contraídas junto a outras pessoas físicas ou jurídicas. 
Os itens do Passivo são agrupados desta forma: 
� Passivo Circulante – espera-se a sua liquidação dentro dos 12 meses seguintes à data final 
do Balanço – fornecedores, empréstimos, impostos a pagar e encargos sociais a recolher. 
� Passivo Não Circulante – compreende as obrigações não classificadas no Passivo 
Circulante, isto é, cujo vencimento ocorrerá após o término do exercício social seguinte, 
ou seja, no prazo superior a 12 meses seguintes à data do Balanço. São exemplos: 
fornecedores em longo prazo, empréstimos em longo prazo e algumas provisões. 
 
Desse modo, as obrigações da companhia – inclusive financiamentos para aquisição de 
direitos do Ativo não Circulante – serão classificadas no Passivo Circulante, quando vencerem no 
exercício seguinte, e no Passivo não Circulante, se tiverem vencimento em prazo maior. 
Observe o Balanço Patrimonial da Droga Raia de 2018 (Passivo + PL): 
� R$ 2.141.274 mil são financiados pelos fornecedores das mercadorias – Fornecedores. 
� R$ 103.532 mil são financiados pelo governo – Obrigações Fiscais (R$ 92.964 mil) mais 
Programa de Recuperação Fiscal (R$ 10.568 mil). 
� R$ 843.150 mil são financiados por bancos – Empréstimos e Financiamentos, sendo 
R$ 272.939 mil de curto prazo + R$ 570.211 mil de longo prazo. 
 
Todos esses itens têm uma característica em comum: representam obrigações da entidade 
assumidas, no passado, que ainda não foram pagas, e exigirão desembolsos de recursos no futuro. 
 
c) Patrimônio Líquido – origens de recursos dos acionistas. Em outras palavras, corresponde 
à parcela do Ativo que excede o total dos Passivos. São exemplos: capital social, reserva de capital e 
reserva de lucros. 
Conjunto de bens e direitos de uma entidade, deduzida das suas obrigações para com 
terceiros. Diferença entre o Ativo e o Passivo, ou seja, o valor contábil líquido da empresa. 
� Capital Social 
� Subscrito – compromisso de integralizar; 
� A realizar – subscrito, mas não integralizado; 
� Integralizado – valor já capitalizado; 
� Reserva de Capital 
� Ágio na colocação de ações; 
� Alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; 
� Reservas de Lucros – apropriação de Lucros que, no caso das três primeiras (legal, para 
contingências e de lucros a realizar), podem ser dedutíveis do Dividendo Mínimo Obrigatório: 
� Reserva Legal – 5% do Lucro Líquido, limitado a 20% do Capital Social; 
 
22 
 
� Reservas para Contingências, como perdas futuras previstas em função da seca 
esperada; 
� Reserva de Lucros a Realizar: 
� Lucro na Venda de Imobilizado em longo prazo; 
� Receita de Equivalência Patrimonial; 
� Reservas Estatutárias – retenção de lucros prevista nos estatutos da empresa; 
 
� Reserva de Reavaliação – é uma conta em desuso, pois a legislação brasileira proíbe novas 
reavaliações a partir de 2008. Com isso, o seu saldo representa o efeito da reavaliação 
(substituição do valor de custo histórico pelo valor de reposição) de itens do ativo 
imobilizado. 
 
� Ajustes de Avaliação Patrimonial – utilizada para registrar a contrapartida do aumento ou 
redução de itens do ativo ou do passivo mensurados a valor justo sem transitar pelo 
resultado do período. A sua aplicabilidade é bastante restrita. Exemplo de ativos e passivos 
mensurados a valor justo sem transitar pelo resultado do período são os instrumentos 
financeiros mentidos para fins de proteção (hedge). 
 
� Lucros ou Prejuízos Acumulados – por força de lei, essa conta não deverá apresentar saldo 
no fim do exercício. Essa conta terá caráter transitório, reconhecendo o lucro líquido do 
período, as apropriações e reversões de reservas e a distribuição dos lucros. 
 
� Ações em Tesouraria (conta devedora, redutora do PL) – representa as ações de própria 
emissão da entidade que ela recompra no mercado. 
 
Veja o Balanço Patrimonial da Droga Raia de 2018: 
� R$ 1.808.639 mil são contribuições efetivas dos sócios – Capital Social. 
� R$ 1.593.063 mil são lucros obtidos pela entidade e ainda não distribuídos aos sócios na 
forma de dividendos – Reserva de Lucros. 
 
Em uma situação normal de descontinuidade da entidade – encerramento das suas atividades – e 
liquidação dos seus Ativos – venda e transformação dos bens e direitos em dinheiro –, todo o Passivo 
deve ser pago, e o PL sobra para os sócios. Em caso de falência, pode não haver capacidade de pagamento 
dos passivos. 
 
 
 23 
 
Demonstração do Resultado do Exercício 
Uma das várias medidas de desempenho é representada pelo lucro líquido referente a 
determinado período. Tal lucro é apurado pela Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). O 
lucro ou prejuízo é obtido pela subtração de todas as despesas das receitas auferidas. Desse modo, poderá 
ser avaliado se determinada despesa está sendo incorrida de modo desproporcional, podendo-se avaliar 
os motivos de tal fato, para que as possíveis soluções sejam mais prontamente identificadas. 
A DRE é uma forma estruturada de evidenciar a composição do resultado da entidade, ou 
seja, é um critério de organização das receitas auferidas e das despesas incorridas no período. Ao 
apresentar o resultado (lucro ou prejuízo), a DRE evidencia a riqueza gerada pela entidade em 
determinado período (exercício), sabendo-se que essa riqueza pertence, no fim das contas, aos 
acionistas da entidade. 
A forma de evidenciação básica das Despesas na estrutura da DRE, até o resultado 
operacional, é constituída para gerar informações por meio de quatro funções organizacionais 
da empresa: 
1. produção; 
2. comercial; 
3. administrativa e 
4. financeira.A composição do primeiro item decorre da forma de atuação da empresa. Em uma indústria, 
é apresentado o Custo dos Produtos Vendidos (CPV), que abrange gastos com a transformação da 
matéria-prima em produto acabado. Em uma empresa comercial, o CPV é substituído pelo Custo 
das Mercadorias Vendidas (CMV), que representa o custo dos estoques entregues aos clientes. Em 
uma empresa de serviços, objetivando gerar informações úteis, procura-se destacar os gastos 
relacionados à produção dos serviços. No item denominado Custo dos Serviços Prestados (CSP), 
por exemplo, em uma empresa do setor de transporte rodoviário, os gastos com combustível, 
salários dos motoristas, manutenção e depreciação dos veículos devem ser apresentados nessa conta. 
OBSERVAÇÃO: Na prática, certos itens específicos são difíceis 
de ser enquadrados. Nesses casos, a legislação prevê o item 
Outras Receitas e Despesas Operacionais. No estudo da 
contabilidade, você verificará contas iniciadas com o título 
“Outras”, embora essa classificação receba críticas 
recorrentes. Em diversas situações, representam a solução 
mais prática para a classificação. O importante é que não 
ocorra o abuso. 
 
24 
 
A Demonstração de Resultado do Exercício (DRE ou Derex) é um resumo ordenado de 
receitas e despesas da empresa em determinado período, chegando-se ao lucro ou ao prejuízo. As 
receitas são representadas pelas vendas de produtos – bens e serviços – realizadas no período de 
referência (exercício), ainda que não tenham sido recebidas. Por sua vez, as despesas representam o 
esforço da entidade para conseguir a sua receita do período sob exame, mesmo que não haja 
desembolso de recursos nesse mesmo período. 
Para compreender a DRE, é necessário conhecer a definição de alguns conceitos fundamentais: 
� Receitas – são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a 
forma de entrada de recursos, isto é, do aumento de ativos ou da diminuição de passivos, 
que resultam em aumento do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de aportes 
de capital pelos proprietários. 
� Despesas – são reduções de benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma 
de consumo de recursos, isto é, da redução de ativos ou do aumento de passivos, que 
resultam em redução do patrimônio líquido e que não sejam decorrentes de distribuição 
de lucros aos proprietários. 
� Resultado – diferença algébrica entre receitas e despesas. O resultado é também chamado 
de lucro (se positivo) ou prejuízo (se negativo). 
 
Na prática, a DRE é a apresentação, em forma resumida, das operações realizadas pela 
empresa durante o exercício social, destacando-se o resultado líquido do período. Na verdade, a 
análise do resultado do exercício significa a avaliação do desempenho da empresa. 
 
 
 25 
 
Observe, a DRE da Droga Raia de 2018: 
 
Tabela 2 – DRE da Droga Raia de 2018 
Descrição 2018 2017 
 Receita de Venda de Bens e/ou Serviços 14.801.445 13.212.505 
 Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos -10.355.923 -9.224.505 
 Resultado Bruto 4.445.522 3.988.000 
 Despesas/Receitas Operacionais -3.724.012 -3.195.416 
 Despesas com Vendas -3.261.896 -2.825.959 
 Despesas Gerais e Administrativas -402.568 -369.669 
 Outras Despesas Operacionais -59.548 212 
Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos 721.510 792.584 
 Receitas Financeiras 71.783 106.883 
 Despesas Financeiras -154.437 -212.923 
 Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro 638.856 686.544 
 Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro -129.543 -173.891 
 Lucro/Prejuízo Consolidado do Período 509.313 512.653 
 Atribuído a Sócios da Empresa Controladora 502.447 511.163 
 Atribuído a Sócios Não Controladores 6.866 1.490 
 Lucro Básico por Ação - (Reais / Ação) 1,52531 1,55047 
 Lucro Diluído por Ação - (Reais / Ação) 1,52473 1,54855 
Fonte: CVM. Disponível em: <http://www.cvm.gov.br>. Acesso em: 16 jan. 2020. 
 
Em 2018, a Droga Raia apurou: 
� A Receita de vendas foi de R$ 14.801.445 mil. 
� Os Custos das Mercadorias Vendidas totalizaram R$ 10.355.923 mil. 
� O Lucro Bruto (isto é, Receita menos os Custos das Mercadorias Vendidas) foi de 
R$ 4.445.522 mil. 
� O Lucro Líquido foi de R$ 509.313 mil. 
 
 
26 
 
Além da DRE, as entidades são obrigadas a apresentar a Demonstração de Outros Resultados 
Abrangentes, quando houver “outros resultados abrangentes” – o que não foi o caso da Droga Raia 
em 2018. 
Os “outros resultados abrangentes” são todos os eventos que atendem perfeitamente à 
definição de receita ou despesa, mas não são reconhecidos na DRE como receita nem como despesa 
por força dos pronunciamentos contábeis em vigor. São exemplos de “outros resultados 
abrangentes” (nenhum deles discutido neste material): 
� ajuste ao valor justo de instrumentos financeiros de cobertura (hedge); 
� ajustes na provisão para benefícios a empregados de planos de benefício definido 
decorrentes da alteração de premissas atuariais e 
� ajustes de variação cambial decorrentes de conversão de demonstrações contábeis para uma 
moeda de apresentação diferente da moeda funcional. 
 
O art. 187 da Lei das Sociedades por Ações (LSA) disciplina a apresentação da DRE por 
função. A Demonstração é iniciada com o valor total da receita apurada nas suas operações de 
vendas e prestação de serviços, da qual são subtraídas as deduções da receita e os custos das 
mercadorias vendidas (CMV, CSP, CPV), apurando-se o lucro bruto. Desse modo, o lucro bruto 
corresponde ao valor que a empresa consegue obter após recuperar o CMV. 
A partir disso, são subtraídas as despesas operacionais segregadas por subtotais, conforme a 
sua natureza, ou seja: 
� Despesas com vendas – despesas comerciais, realizadas para vender o produto, como 
despesa de marketing e distribuição. 
� Despesas gerais e administrativas – gastos para direção geral da empresa, que representam 
atividades que geram benefícios para todas as fases do negócio da empresa. 
� Despesas financeiras e receitas financeiras – as receitas e as despesas financeiras 
correspondem aos rendimentos financeiros auferidos sobre as suas aplicações financeiras 
(Ativo); e os juros incidentes, sobre empréstimos ou financiamentos (Passivo), 
respectivamente. 
 
Assim sendo, deduzindo-se as despesas operacionais totais do lucro bruto, apresenta-se o lucro 
operacional, denominado na DRE como Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro – outro dado 
importante na análise das operações da empresa. Nesse sentido, o Lucro Operacional corresponde 
ao valor que a empresa consegue obter após recuperar o CMV e todas as despesas necessárias para 
obter as receitas, ou seja, é o quanto a atividade operacional gera de riquezas para a entidade. 
Uma empresa também pode efetuar a venda dos seus ativos não circulantes após um período 
de uso. O valor desse resultado – que pode ser positivo ou negativo – é classificado dentro do 
Resultado Operacional, na linha de Outras Receitas ou Despesas Operacionais. 
 
 27 
 
A seguir, deduz-se a despesa com o imposto de renda e a Contribuição Social. Finalmente, 
deduzem-se as participações (previstas no estatuto) de terceiros calculáveis sobre o lucro – tais como 
empregados administradores, partes beneficiárias, debêntures e contribuições para fundos de 
benefícios a empregados –, dessa forma, chegando-se, ao lucro ou ao prejuízo líquido do exercício. 
Ao ser dividido pelo número de ações, chega-se ao lucro ou ao prejuízo por ação, valor final da DRE. 
Como se nota no texto da alínea b do § 1º do art. 187 da LSA, nos mesmos períodos em que 
forem lançados os rendimentos e as receitas, deverão estar registrados todos os custos, as despesas, 
os encargos e os riscos correspondentes àquelas receitas. Por esse conceito – também denominado 
contraposição de receitas e despesas (Princípio da Confrontação de Despesas com Receitas e com o 
Período Contábil) –, ao se contabilizar, por exemplo,a receita da venda de determinado produto, 
devem-se registrar, no mesmo período, todas as despesas em que se incorre no que tange àquela 
receita, tais como: 
� o custo do produto vendido, que englobaria material, mão de obra e demais custos da sua 
fabricação; 
� as despesas operacionais incorridas, seja de comercialização, seja de administração, e 
� o imposto sobre a renda (lucro) auferida. 
 
Nesse sentido, se a empresa conceder, por exemplo, um período de garantia e de revisões 
gratuitas ao cliente pelo produto vendido, o custo de tal garantia deverá estar apropriado, por 
estimativa, nesse mesmo período, e não no período futuro, quando será realizada a substituição de 
peças ou a revisão gratuita. Por esse motivo é que, havendo a cláusula de garantia sobre as vendas, 
deve-se constituir uma provisão para custos de garantia. 
A partir dessa filosofia, a comissão dos vendedores deve estar provisionada como despesa, no 
mesmo período do reconhecimento da venda – mesmo sendo paga, total ou parcialmente, somente 
quando do recebimento das duplicatas correspondentes. 
Um aspecto muito relevante ocorre quando a empresa efetua vendas e compras a prazo. Nesse 
caso, há um efeito decorrente do “custo do dinheiro” entre a data original da transação e o efeito 
financeiro. Nesse caso, quando os valores são materiais, o ideal é a aplicação do conceito de Ajuste 
a Valor Presente. 
 
Demonstração dos Fluxos de Caixa 
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) evidencia a variação do caixa, indispensável para o 
pagamento das obrigações no prazo previsto assim como para o bom funcionamento da empresa. 
A Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, tornou obrigatória a evidenciação da DFC. O 
CPC emitiu o Pronunciamento Técnico nº 3, apresentando as normas para a sua elaboração. 
 
 
28 
 
A DFC mostra as origens e aplicações de caixa, que são a base para a avaliação da situação 
financeira da empresa e a sua capacidade de pagamento das obrigações. Essa demonstração auxilia 
a responder a perguntas vitais, como “Onde foi obtido o dinheiro?” e “Onde o dinheiro foi aplicado 
e com que objetivo?”, e a perguntas específicas, como: 
� Onde a empresa consegue recursos? 
� Quanto dos recursos financeiros foi gerado internamente pela empresa? 
� Como foi financiada a expansão com a compra de ativos imobilizados? 
� A empresa está-se expandindo em ritmo mais acelerado do que a sua geração de recursos? 
� A política de distribuição de dividendos está em equilíbrio com a geração operacional? 
� Quais são os movimentos financeiros com os acionistas e os financiadores? 
 
O caixa é vital para o bom funcionamento de qualquer empresa. O modo como os fluxos de 
caixa é administrado pode determinar o sucesso ou fracasso de uma empresa. As contas devem ser 
pagas no seu vencimento, e o dinheiro excedente pode ser aplicado na compra de estoque, de 
equipamentos ou na geração de rendimentos financeiros. 
Entende-se por “Equivalente à Caixa” os recursos aplicados em Bancos conta-movimento e 
Aplicações Financeiras de imediata realização, ou seja, aqueles com valores resgatáveis no curto 
prazo e insignificante risco de mudança de valor. 
Dessa forma, ∆Cx = (Cx1 + Bancos1 + Aplic. Fin. resgatável em CP1) – (Cx0 + Bancos0 + 
Aplic. Fin. resgatável em CP0). 
 
 
 
 29 
 
Vejamos a Demonstração dos Fluxos de Caixa da Droga Raia de 2018: 
 
Tabela 3 – DFC da Droga Raia de 2018 
Descrição 2018 2017 
 Caixa Líquido Atividades Operacionais 682.866 628.840 
 Caixa Gerado nas Operações 1.168.165 1.123.361 
 Lucro Líquido Antes do I.R. e C.S.L.L. 638.856 686.544 
 Depreciações e Amortizações 414.134 337.914 
 Plano de Remuneração com Ações Restritas, Líquido 12.515 12.638 
 Juros sobre Opção de Compra de Ações Adicionais -11.135 2.287 
 Resultado na Venda ou Baixa do Ativo Imobilizado e Intangível 12.166 6.609 
 (Provisão) Reversão para Demandas Judiciais 49.167 7.788 
 (Reversão) Provisão para Perdas no Estoque -2.680 3.656 
 (Reversão) Provisão de Perdas Estimadas para Créditos de Liquidação 
Duvidosa 
-4.739 2.314 
 (Provisão) Reversão para Encerramento de Lojas 1.556 -811 
 Despesa de Juros 56.700 64.234 
 Amortizações de Custos de Transação de Debêntures 1.625 188 
 Variações nos Ativos e Passivos -323.440 -344.483 
 Clientes e Outras Contas a Receber 1.133 -173.728 
 Estoques -567.001 -371.782 
 Outros Ativos Circulantes -10.091 27.852 
 Ativos no Realizável a Longo Prazo -45.438 -17.895 
 Fornecedores 318.449 208.482 
 Salários e Encargos Sociais 34.743 3.421 
 Impostos, Taxas e Contribuições -69.041 -19.937 
 Outras Obrigações 921 -10.368 
 Aluguéis a Pagar 12.885 9.472 
 Outros -161.859 -150.038 
 Juros Pagos -43.478 -36.863 
 I.R e Contribuição Social Pagos -118.381 -113.175 
 
30 
 
 
 Caixa Líquido Atividades de Investimento -702.968 -639.180 
 Aquisições de Imobilizado e Intangível -702.985 -640.330 
 Recebimentos por Vendas de Imobilizados 17 1.150 
 Caixa Líquido Atividades de Financiamento -3.203 -1.419 
 Empréstimos e Financiamentos Tomados 419.223 393.951 
 Pagamentos de Empréstimos e Financiamentos -201.879 -224.523 
 Recompra de Ações -46.925 0 
 Juros sobre Capital e Dividendos Pagos -173.622 -170.847 
 Aumento (Redução) de Caixa e Equivalentes -23.305 -11.759 
 Saldo Inicial de Caixa e Equivalentes 264.873 276.632 
 Saldo Final de Caixa e Equivalentes 241.568 264.873 
Fonte: CVM. Disponível em: <http://www.cvm.gov.br>. Acesso em: 8 mar. 2018. 
 
Analisando a DFC da Droga Raia de 2018, é possível perceber que: 
� O saldo final de Caixa e Equivalentes reduziu de R$ 264.873 mil em 2017 para R$ 
241.568 mil em 2018. 
� A atividade operacional gerou caixa líquido no montante de R$ 682.866 mil, 
demonstrando que a compra e a venda de medicamentos e demais mercadorias é uma 
atividade geradora de caixa. 
� A atividade de investimento consumiu caixa líquido no montante de R$ 702.968 mil, 
demonstrando que a Droga Raia está investindo na sua expansão com a abertura de 
novas lojas. 
� A atividade de financiamento consumiu caixa líquido no montante de R$ 3.203 mil, 
demonstrando que a entidade distribuiu mais dinheiro aos sócios (dividendos) e aos credores 
(juros e amortização do principal) do que captou com eles – os sócios não aumentaram o 
capital social, e a entidade obteve empréstimo e financiamentos com credores em montante 
maior do que o da amortização do principal e o pagamento de juros. 
 
A Demonstração dos Fluxos de Caixa classifica os recebimentos e os pagamentos de caixa em 
três atividades: operacional, de investimento e de financiamento. 
 
 
 
 
 
 31 
 
d) Atividades operacionais 
Consistem no reconhecimento dos ingressos e dos desembolsos atrelados, exclusivamente, às 
atividades principais do empreendimento, ou seja, da sua operação – como recebimentos de vendas 
à vista ou a prazo, decorrentes do recebimento de duplicatas, contrapondo-se aos desembolsos com 
a compra de mercadorias para revenda, de matérias-primas, mão de obra, despesas com vendas, 
administrativas e outras. 
O Fluxo de Caixa Operacional é apresentado de forma diferenciada pelo Método Direto e 
pelo Método Indireto. A Raia Drogasil S.A. apresentou o fluxo de caixa da atividade operacional 
de 2018 pelo método indireto. 
 
e) Atividades de investimento 
As atividades de investimento incluem entradas de caixa pela venda de imóveis, veículos, 
equipamentos, recebimento do principal em um empréstimo feito a outras empresas, operações 
financeiras em função de aplicações ou resgates. Nessa categoria, saídas de caixa podem resultar da 
compra de um imóvel ou equipamento, ou outro ativo para a produção, participações acionárias, 
concedendo empréstimo para terceiros ou efetuando aplicações financeiras de longo prazo, não 
incluídas no equivalente à caixa. 
 
f) Atividades de financiamento 
Reúnem todos os ingressos e desembolsos oriundos da captação derecursos de terceiros de curto 
e longo prazo (financiamentos, empréstimos bancários), bem como dos recursos dos proprietários 
(acionistas ou quotistas), abrangendo os aportes ou as reduções de capital e dividendos, objeto desses 
recursos. Dessa forma, são considerados gerações de caixa pela atividade de financiamento os ingressos 
de dinheiro decorrentes de aumento do Capital Social, obtenção de Empréstimos e Financiamentos. 
Por outro lado, são consideradas consumo de Caixa, pela atividade de financiamento, as saídas de 
dinheiro para pagar Dividendos, amortizar os Empréstimos e os Financiamentos. 
Note que o nome da demonstração é Demonstração dos Fluxos de Caixa, uma vez que 
apresenta a variação do saldo de caixa, que pode ser causada por três razões diferentes: pelas 
atividades operacionais, pelas atividades de investimento e pelas atividades de financiamento, 
abrangendo recursos de terceiros e recursos dos acionistas. 
As transações que não envolvem caixa – como a aquisição de um terreno em troca de ações 
ou o pagamento de um financiamento com um ativo imobilizado – apesar de não serem 
apresentadas no corpo da demonstração, devem ter a sua evidenciação efetuada em nota explicativa 
ou como informações complementares. 
 
 
32 
 
Conceitos fundamentais 
Patrimônio 
Uma informação fundamental apresentada pela Contabilidade é a avaliação do patrimônio 
da empresa e a quantificação da sua variação ao longo dos anos. De forma sintética, podemos dizer 
que o Balanço Patrimonial é formado por três componentes: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. 
A sua posição financeira é refletida pela relação entre tais componentes. O termo Balanço indica o 
equilíbrio entre eles, como pode ser demonstrado pela equação: 
 
ativo = passivo + patrimônio líquido 
 
A sua evidenciação: 
 
aplicações origens 
ativo 
passivo 
patrimônio líquido 
 
Essa equação pode ser entendida por meio do conceito de Origens e Aplicações. O Passivo e o 
Patrimônio Líquido representam as fontes de recursos – origens – obtidas pela empresa, e o Ativo 
indica a destinação – aplicações – desses recursos. Afinal, pelo método das partidas dobradas: 
 
aplicações = origens 
 
Ativo 
Entende-se por Ativo os recursos controlados por uma entidade em consequência de eventos 
passados dos quais se espera que resultem fluxos de benefícios econômicos futuros ou potencial de 
serviços para a entidade. 
O Ativo aumenta de valor pelo reconhecimento contábil de uma receita, pela obtenção de 
recursos com terceiros ou com sócios da entidade, ou pela venda de outro ativo com lucro. 
 
Passivo 
Entende-se por Passivo as obrigações presentes da entidade, derivadas de eventos já ocorridos, 
cujo pagamento se espera que resulte em saída de recursos da entidade, recursos capazes de gerar 
benefícios econômicos ou potencial de serviços. Também se pode dizer que o Passivo representa a 
origem de recursos financiados por terceiros, além das obrigações assumidas pela entidade que 
 
 33 
 
exigirão desembolso de recursos no futuro, ou seja, contas a pagar, salários a pagar, impostos a 
pagar, entre outros. 
O Passivo aumenta de valor pela captação de um empréstimo ou financiamento, pela compra de 
um ativo a prazo ou pelo reconhecimento contábil de uma despesa ainda não paga. Por outro lado, o 
Passivo diminui de valor pelo efetivo pagamento ou pelo reconhecimento contábil de uma receita que 
havia sido recebida antecipadamente, como o adiantamento de clientes. 
 
Patrimônio Líquido 
Assim como o Passivo, o Patrimônio Líquido (PL) também representa origem de recursos, 
sendo que o PL corresponde aos recursos financiados pelos sócios da entidade, na forma de capital 
social, e também pelos lucros retidos. 
O PL também é chamado de Ativo Líquido, afinal, corresponde ao resíduo dos (diferença 
entre) ativos reconhecidos e passivos reconhecidos. Desse modo, o termo Ativo Líquido designa a 
parcela dos ativos que sobra depois de descontar todos os passivos da entidade. 
 
Resultado 
O resultado deriva do confronto das receitas com as despesas e, consequentemente, pode ser 
positivo – lucro –, se as receitas forem maiores do que as despesas; ou negativo – prejuízo –, se as 
receitas forem menores do que as despesas. 
No caso de lucro, representa a riqueza gerada pela empresa durante determinado período de 
tempo, que pertence aos acionistas da entidade. Quando a empresa incorre em prejuízo, ocorre uma 
destruição da riqueza dos acionistas. 
 
Receita 
Corresponde à geração de recursos provenientes da venda de mercadorias (como no setor 
varejista), da prestação de serviços (como em consultas médicas), entre outros. Resulta em um 
aumento em caixa ou em contas a receber. 
Entende-se por Receita os “aumentos de benefícios econômicos durante o período contábil 
sob a forma de entradas ou aumentos de ativos ou diminuições de passivos que resultam em 
aumento do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de aportes dos proprietários da 
entidade” (IFRS for SMEs e CPC-PME § 2.23(a)). 
 
 
 
34 
 
Despesa 
Corresponde ao consumo de recursos decorrentes das mesmas atividades que deram origem às 
receitas, tais como a venda de Estoque – Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) ou Custo dos 
Produtos Vendidos (CPV) –, a prestação de serviços – Custo dos Serviços Prestados (CSP) –, Salário de 
vendedores (Despesa com Vendas), Salário dos diretores (Despesa Administrativa), Juros sobre Dívidas 
(Despesa Financeira), Venda do Imobilizado com Prejuízo (Outra Despesa Operacional). 
Entende-se por Despesa os “decréscimos nos benefícios econômicos durante o período 
contábil sob a forma de saída de recursos ou redução de ativos ou incrementos em passivos que 
resultam em decréscimos no patrimônio líquido e que não sejam provenientes de distribuição aos 
proprietários da entidade” (IFRS for SMEs e CPC-PME § 2.23(b)). 
 
Como Receita e Despesa afetam o Patrimônio Líquido (Ativo Líquido) 
Os ativos da empresa contribuem para a sua continuidade e o seu futuro crescimento. As 
receitas e as despesas vão afetar o Patrimônio Líquido (Ativo Líquido), sendo apuradas para 
determinar se a empresa apurou um lucro (receitas superiores a despesas) ou um prejuízo (despesas 
superiores a receitas). 
Desse modo, o reconhecimento de receitas aumenta o lucro do período e, consequentemente, 
o PL. O contrário ocorre com o reconhecimento de despesas. 
 
Equação contábil e natureza das contas 
A equação contábil é baseada na dupla entrada, ou seja, cada transação possui efeito duplo. Uma 
transação pode afetar ambos os lados da equação, no mesmo valor, ou apenas um lado da equação, 
aumentando e diminuindo na mesma quantia, anulando a mudança nesse lado da equação. 
A equação fundamental contábil é: 
 
ativo = passivo + patrimônio líquido 
 
Exemplo 1: 
Se um negócio possui ativos de $ 500.000,00, obrigações (Passivo) de $ 300.000,00 e 
Patrimônio Líquido de $ 200.000, a equação contábil é a seguinte: 
 
ativo = passivo + patrimônio líquido 
$ 500.000 = $ 300.000 + $ 200.000 
 
 
 35 
 
ativo = passivo + patrimônio líquido 
 
ativo = passivo + capital social + reserva de lucros (receitas – despesas) 
 
Se há somente uma receita, esta vai aumentar o resultado do período. Em contrapartida, se 
há somente uma despesa, está vai diminuir o resultado do período. 
Logo, se há receitas ou despesas no período, essas alterarão o resultado – lucro ou prejuízo – 
do período. No fim do período, é efetuado o confronto entre o total das receitas e das despesas, 
sendo apurado o resultado e, consequentemente, verificado o efeito no Patrimônio Líquido. O 
Patrimônio Líquido será aumentado se houver lucro ou será reduzido se ocorrer prejuízo. 
No fim desse período, se a empresa gerou uma receita de vendas de $ 300.000 e uma despesa 
de $ 250.000, se apresentou lucro líquido de $ 50.000 – exclusivamente compreendido por receitas 
e despesas que transitaram pelocaixa –, a equação contábil será: 
 
ativo = passivo + patrimônio líquido 
$ 550.000 = $ 300.000 + $ 250.000 
($ 500.000 + $ 50.000) 
ativo anterior + 
ativo da venda à vista 
 ($ 200.000 + $ 50.000) 
PL anterior + lucro do período 
 
Exemplo 2: 
Se $ 10.000 forem utilizados para pagar dívidas com fornecedores (Passivo), a equação 
contábil passará a ser: 
 
ativo = passivo + patrimônio líquido 
$ 540.000 = $ 290.000 + $ 250.000 
($ 550.000 – $ 10.000) = ($ 300.000 – $ 10.000) 
ativo anterior – pagamento passivo anterior – pagamento 
 
Nesse caso, a conta Caixa (Ativo) diminuiu em $ 10.000 assim como a conta Fornecedores 
(Passivo), pois a dívida diminuiu no mesmo valor. 
 
 
36 
 
Análise e registro das transações financeiras 
Se, a cada transação, tivéssemos de fazer um novo Balanço Patrimonial, o tempo consumido 
seria muito grande. Além disso, muitas informações de determinado item poderiam perder-se. Por 
esse motivo, deve haver uma conta para cada item do Balanço Patrimonial (Ativos, Passivos e PL) 
bem como da Demonstração de Resultado (Receitas e Despesas). 
No fim do período, as demonstrações contábeis devem ser elaboradas com base no saldo de 
cada conta. Um modo mais simples de fazê-lo é por meio de razonetes. Os razonetes também são 
chamados de contas T, por causa da sua aparência. Os lançamentos são efetuados na estrutura de um 
T, em que é apresentado o nome da conta sobre a barra horizontal; do lado esquerdo, são apresentados 
os valores lançados a débito, representando as aplicações dos recursos da empresa; do lado direito, os 
valores lançados a crédito, que representam as origens dos recursos. Para facilitar a identificação das 
contrapartidas, os razonetes apresentam códigos aos lançamentos. Nenhum dos dois lados significa 
algo “bom” ou “ruim”. Os nomes débito e crédito representam apenas aplicações e origens, 
respectivamente, como fruto de uma convenção. A seguir, vejamos como isso ocorre: 
 
nome da conta 
valor dos lançamentos a débito valor dos lançamentos a crédito 
somatório dos débitos somatório dos créditos 
 
Cabe ressaltar que um lançamento a débito no Ativo aumentará o valor desse Ativo, e um 
lançamento a crédito diminuirá o seu valor. Seguindo o mesmo raciocínio, um lançamento a débito no 
Passivo diminuirá o valor desse Passivo, e um lançamento a crédito aumentará o seu valor. 
Pela mesma convenção, as despesas também aumentam por débitos e reduzem por créditos. 
Enquanto as Receitas e o Patrimônio Líquido, tal qual o Passivo, aumentam por créditos e reduzem 
por débitos. 
 
ativos e despesas passivos, PL e receitas 
débito crédito débito crédito 
aumento diminuição diminuição aumento 
 
Para cada transação, duas ou mais contas estão sempre envolvidas, e os débitos serão sempre 
iguais aos créditos (dupla entrada ou partidas dobradas). 
 
 
 
 37 
 
Exemplo 1: 
No dia 1º de junho de X0, a Empresa Delta comprou um carro à vista por $ 45.000. 
Duas contas estão envolvidas. O ativo Carro aumenta, dessa forma, é um débito (Aplicação). 
Já o ativo Caixa diminui, desse modo, é um crédito: 
 
ativo = passivo + patrimônio líquido 
caixa (45.000) 
carro 45.000 
 
$ 0 = sem lançamento sem lançamentos 
 
caixa carro 
débito crédito débito crédito 
 – 45.000 + 45.000 
 
Exemplo 2: 
O dono da empresa integraliza $ 250 em dinheiro como capital social inicial. 
 
ativo 
 (caixa) 
= passivo + 
patrimônio líquido 
(capital social) 
$ 250 = nenhum lançamento + $ 250 
 
ativo 
(caixa) 
 passivo patrimônio líquido 
(capital social) 
débito crédito débito crédito débito crédito 
+ 250 + 250 
 
Exemplo 3: 
A Cia. Maratinga prestou serviços no valor de $ 300 (Receita), recebendo o seu valor à vista. 
 
ativo 
(caixa) 
= passivo + 
patrimônio líquido 
(reserva de lucros) 
$ 300 = nenhum lançamento + $ 300 
 
38 
 
ativo 
(caixa) 
 passivo patrimônio líquido 
(reserva de lucros) 
débito crédito débito crédito débito crédito 
+ 300 + 300 
 
A grande vantagem dos razonetes é que os saldos das contas já são apurados automaticamente. 
Por outro lado, a informação dos históricos fica sumarizada nos códigos dos lançamentos, o que 
pode dificultar a identificação de eventuais erros. Partindo desses saldos, fica fácil apurar o Balanço 
Patrimonial: basta transcrever os saldos finais de cada conta. 
 
Mecânica contábil e elaboração do balanço patrimonial 
A mecânica contábil se baseia no método das partidas dobradas, ou seja, todo evento é 
reconhecido mediante dois registros, um que corresponde à aplicação dos recursos e outro que 
representa as origens, isto é, um lançamento a débito e outro a crédito. Pode haver mais de um 
lançamento a débito ou a crédito. 
Existem duas formas “clássicas” de se apresentar o método das partidas dobradas: por meio 
dos lançamentos em Diário e do registro em razonetes (ou conta T). 
O método das partidas dobradas demanda o conhecimento dos conceitos de débito e crédito. 
Por esse método, o Ativo tem natureza devedora, enquanto o Passivo e o Patrimônio Líquido têm 
natureza credora. 
Como o Ativo tem natureza devedora, precisamos fazer um lançamento a débito para 
aumentar o seu saldo. Por outro lado, para reduzir o seu saldo, fazemos um lançamento a crédito. 
O Passivo e o Patrimônio Líquido, por outro lado, têm natureza credora. Desse modo, para 
aumentar os seus saldos, fazemos lançamentos a crédito. Para diminuir, fazemos lançamentos a débito. 
Para muitos não contadores, é difícil entender a Contabilidade pela dificuldade de aceitar os 
conceitos de débito e crédito. Desse modo, além dessas duas formas clássicas de aplicação do método 
das partidas dobradas (diário e razonete), apresentamos outra, opcional no preparo das 
demonstrações contábeis: o preenchimento da Matriz de Lançamentos. 
Entre as vantagens da Matriz de Lançamentos, podemos destacar: 
� Auxilia a visualização dos lançamentos efetuados (partidas dobradas). 
� Auxilia a verificação de um possível erro. 
� Evita o uso dos termos “débito” e “crédito”, substituindo-os por “aplicação” e “origem”. 
 
A aplicação identifica o destino dos recursos, ou seja, responde à pergunta: “Onde o dinheiro 
foi aplicado?”. 
A origem identifica a fonte do recurso, isto é, responde à questão: “De onde o dinheiro veio?”. 
 
 39 
 
Vejamos as duas formas de processamento contábil mediante um exemplo que será 
desenvolvido duas vezes. Na matriz, podemos ter ainda melhor visão dos nossos lançamentos. Ao 
mesmo tempo que vamos fazer dois lançamentos, débito e crédito, poderemos ver as duas contas 
afetadas para manter o equilíbrio do BP (A = P + PL). Cabe ressaltar que todas as formas nos 
permitem apurar as mesmas demonstrações contábeis. Exemplo: 
� Em 2 de janeiro de X7, dois amigos resolvem formar uma sociedade, a Cia. Comercial 
NECC. Eles contribuíram com $ 800 em dinheiro, cada um, para a formação do capital 
social da entidade. 
� No dia 18 de janeiro, a Cia. Comercial NECC comprou mercadorias, a prazo, por $ 500, 
para pagamento em março de X7. 
� No dia 31 de janeiro, a Cia. Comercial NECC comprou móveis e utensílios para o 
escritório administrativo por $ 350, à vista. 
 
Com base nessas transações, realize todos os lançamentos contábeis e apure o Balanço 
Patrimonial da Cia. Comercial NECC em 31 de janeiro de X7. 
Primeiramente, resolveremos pelos lançamentos na forma de diário. 
Estrutura de Lançamento em Diário: 
Data de ocorrência do evento: 
 
D conta devedora valor 
C conta credora valor 
Histórico, descrevendo as principais características da transação. 
 
Vejamos os lançamentos da Cia. Comercial NECC, seguindo a estrutura do Diário: 
Em 2 de janeiro de X7: 
 
D caixa – AC 1.600,00 
C capital social – PL 1.600,00 
No dia 2 de janeiro, constituição da empresa e contribuição de $ 800,00 de cada sócio, para a 
formação do capital social da entidade. 
 
 
 
40 
 
Em 18 de janeiro

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