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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/341202781 COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR: UM MAPEAMENTO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA NACIONAL (2000-2020) E PROPOSIÇÃO DE UMA AGENDA DE PESQUISA Article · May 2020 CITATIONS 0 READS 268 5 authors, including: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: FOLINAS Publications' Sharing Network View project Gestão do Conhecimento e Inovação na Administração Pública View project Arthur William Pereira da Silva Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará 58 PUBLICATIONS 42 CITATIONS SEE PROFILE Brenda Nathália Fernandes Oliveira Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA 15 PUBLICATIONS 14 CITATIONS SEE PROFILE Ahiram Brunni Cartaxo de Castro Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte 63 PUBLICATIONS 79 CITATIONS SEE PROFILE Pablo Marlon Medeiros da Silva Universidade Potiguar (UnP) 28 PUBLICATIONS 17 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Pablo Marlon Medeiros da Silva on 07 May 2020. 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.95 , 7 J 1 A E , AB 155 COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR: UM MAPEAMENTO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA NACIONAL (2000-2020) E PROPOSIÇÃO DE UMA AGENDA DE PESQUISA ENTREPRENEURIAL BEHAVIOR: A MAPPING OF NATIONAL SCIENTIFIC PRODUCTION (2000-2020) AND PROPOSITION OF A RESEARCH AGENDA Arthur William Pereira da Silva, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - arthurwilliamadm@hotmail.com Brenda Nathália Fernandes Oliveira, Universidade Norte do Paraná - nutricionistabrendanathalia@gmail.com Ahiram Brunni Cartaxo de Castro, Universidade Potiguar - brunnicastro@hotmail.com Pablo Marlon Medeiros da Silva, Universidade Potiguar - pablo_marlon17@hotmail.com Alípio Ramos Veiga Neto, Universidade Potiguar - alipio@veiga.net RESUMO Tendo em vista a relevância da atividade empreendedora para o impulsionamento da economia nacional, bem como a análise e difusão das características comportamentais empreendedoras para amplificar esse efeito positivo. Esta pesquisa teve como objetivo realizar uma análise bibliométrica da produção científica nacional (2000-2020), sobre o comportamento empreendedor, a fim de fornecer um mapeamento dos estudos nessa área, bem como o levantamento das principais temáticas emergentessobre o assunto. Após a definição das fontes de dados, periódicos com Qualis/2013-2016 A2 e B1 na área de administração, do recorte temporal a ser pesquisado, de 2000-2020, e dos termos de pesquisa a serem buscados nos periódicos, a saber: comportamento empreendedor; características do empreendedor; atitude empreendedora; entrepreneurial behavior; characteristics of the, entrepreneur e entrepreneurial atitude. Foi realizada uma abordagem quantitativa, através de estudo bibliométrico dos 50 artigos que se encaixaram nos critérios pré-estabelecidos, os quais foram analisados tomando por bases vários indicadores bibliométricos conceituados. Após a realização de diversas análises, percebeu-se que apenas 24 periódicos nacionais, com Qualis/2013-2016 A2 e B1 em administração, tiveram participação na construção do conhecimento sobre comportamento empreendedor nos últimos 20 anos, e que destes, a REGEPE - Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas – foi a que mais se destacou, comportando 24% de toda a produção atual sobre o tema, e que a maior produção nacional se encontra na região sudeste, muito embora a instituição com mais autores vinculados tenha sido a Universidade Federal de Santa Maria. No que se refere aos autores utilizados para a fundamentação teórica destes, concluiu- se que os autores mais utilizados ainda são os de origem internacional, com maior destaque para Filion, McClelland, Schumpeter e Drucker. Porém, alguns autores nacionais já vêm, há algum tempo, conquistando uma notoriedade considerável, com destaque para Souza, Lopes Júnior, Dornelas e Dolabela. No que concerne aos procedimentos metodológicos aplicados nas pesquisas sobre o tema, os mais utilizados no âmbito nacional são: Quanto ao tipo da pesquisa, a descritiva; Quanto a abordagem, a quantitativa; Em relação as técnicas de coleta de dados, o questionário; e para a análise dos dados, a modelagem de equações estruturais. A pesquisa possibilitou um amplo mapeamento da produção científica nacional sobre comportamento empreendedor nos últimos 20 anos, bem como, indicou como principais linhas de pesquisa emergentes, dentro da temática, o estudo dos fatores determinantes da intenção empreendedora; a investigação do empreendedorismo no ambiente acadêmico; do empreendedorismo socioambiental; e o aprofundamento da análise sobre a influência do contexto no comportamento empreendedor. Palavras-chave: Comportamento empreendedor. Produção Nacional. Características do empreendedor. Agenda de Pesquisa. Atitudes empreendedoras. RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 156 ABSTRACT In view of the relevance of entrepreneurial activity for boosting the national economy, as well as the analysis and dissemination of entrepreneurial behavioral characteristics to amplify this positive effect. This research aimed to carry out a bibliometric analysis of the national scientific production (2000-2020), on entrepreneurial behavior, in order to provide a mapping of studies in this area, as well as a survey of the main emerging themes on the subject. After defining the data sources, journals with Qualis / 2013-2016 A2 and B1 in the administration area, the time frame to be searched, from 2000- 2020, and the search terms to be searched in the journals, namely: behavior entrepreneur; characteristics of the entrepreneur; entrepreneurial attitude; entrepreneurial behavior; characteristics of the, entrepreneur and entrepreneurial attitude. A quantitative approach was carried out, through a bibliometric study of the 50 articles that fit the pre-established criteria, which were analyzed based on several reputable bibliometric indicators. After carrying out several analyzes, it was noticed that only 24 national journals, with Qualis / 2013-2016 A2 and B1 in administration, had participated in the construction of knowledge about entrepreneurial behavior in the last 20 years, and that of these, REGEPE - Revista Entrepreneurship and Small Business Management - was the one that stood out the most, comprising 24% of all current production on the subject, and that the largest national production is in the southeast region, although the institution with the most linked authors was the Federal University of Santa Maria. With regard to the authors used for their theoretical foundation, it was concluded that the authors most used are still those of international origin, with greater emphasis on Filion, McClelland, Schumpeter and Drucker. However, some national authors have been achieving considerable notoriety for some time, with emphasis on Souza, Lopes Júnior, Dornelas and Dolabela. Regarding the methodological procedures applied in research on the topic, the most used at the national level are: As for the type of research, the descriptive; As for the approach, the quantitative; Regarding data collection techniques, the questionnaire; and for data analysis, the modeling of structural equations. The research made possible a wide mapping of the national scientific production on entrepreneurial behavior in the last 20 years, as well as, it indicated, as main emerging research lines, within the theme, the study of the determining factors of the entrepreneurial intention; the investigation of entrepreneurship in the academic environment; socio-environmental entrepreneurship; and deepening the analysis on the influence of the context on entrepreneurial behavior. Keywords: Entrepreneurial behavior. National Production. Characteristics of the entrepreneur. Research Agenda. Entrepreneurial attitudes. RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 157 1 INTRODUÇÃO A atividade empreendedora sempre se mostrou fundamental para o desenvolvimento das nações, de acordo com Schumpeter (1997), um dos principais elementos essenciais à uma economia inovadora e em constante crescimento, reside no quanto esta está voltada ao empreendedorismo e inovação radical. Schumpeter (1997) explica que é fundamental para a renovação, manutenção e crescimento econômico o florescimento do processo empreendedor inovador, ou seja, a busca constante de oportunidades e necessidades, bem como, o desenvolvimento ou aperfeiçoamento de novos produtos a fim de suprir ou atender essas demandas, sempre de forma mais eficiente e eficaz (SILVA et al., 2018). Corroborando Schumpeter (1997), Filion (1999a) argumenta que o processo empreendedor se trata da ação constante de perscrutar o ambiente social, em busca de necessidades não atendidas, problemas não resolvidos, e da formulação de novas formas de atendimento a essas demandas. Araújo et al. (2018) defende que esse processo é capaz de gerar negócios que geram, além de lucratividade para os proprietários, impacto positivo para a sociedade. Nesse sentido Schumpeter (1997) propõe o conceito da destruição criativa, que segundo o autor, trata-se de consequência natural e desejada provinda da atividade empreendedora inovadora, significando o constante processo de destruição de modelos de negócios vigentes, pela proposição de novos modelos mais eficazes e eficientes para atender as demandas já atendidas pelos modelos de negócios anteriores. Se o empreendedorismo sempre se mostrou como um pilar relevante da oxigenação das economias nacionais, o mesmo vem ganhando cada vez mais expressividade a nível global na contemporaneidade, devido diversas variáveis que vem tornando-o cada vez mais fundamental, não só para o crescimento econômico de países já desenvolvidos, mas até mesmo como ferramenta de combate à miséria e a pobreza em países em desenvolvimento e subdesenvolvidos, como no caso do Brasil (ARAÚJO et al., 2018; SILVA et al., 2019). Onde a atividade empreendedora se mostra como uma das principais alternativas ao emprego formal,dentro de um contexto onde se chegou a cerca de 13,4 milhões de desempregados no fim do primeiro trimestre de 2019 (IBGE, 2019a), além do mal desempenho da economia brasileira como um todo, o que pode ser verificado por meio da avaliação do índice do produto interno bruto Brasileiro nos últimos anos (IBGE, 2019b). Dessa forma, considerando a influência do empreendedorismo e do empreendedor para o impulsionamento das economias nacionais, sua importância como ferramenta de RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 158 combate ao desemprego, e por conseguinte a miséria e a pobreza, vê-se como relevante o aprofundamento do estudo das características do empreendedor, iniciado por Mcclelland (1972) com o intuito de identificar as principais características dos indivíduos empreendedores, entende-las e assim promover a difusão, por meio de instituições de ensino dos mais variados níveis, da oferta de ações e metodologias voltadas a desenvolver os conhecimentos, habilidade, atitudes e principalmente as competências empreendedoras do maior número possível de indivíduos (SILVA et al., 2018). Muito embora muitos estudos tenham sido desenvolvidos e publicados após os trabalhos de Mcclelland (1972), poucos trabalhos bibliométricos foram realizados a fim de mapear a produção científica voltada a análise das características do empreendedor a nível global. A ausência de estudos nesse sentido é ainda mais sentida no âmbito nacional, a nível de Brasil, existindo apenas um manuscrito que se dispôs a realizar tal empreendimento bibliométrico, a saber o trabalho de Brancher, Oliveira e Roncon (2012), entretanto ao ter analisado apenas a produção sobre a temática publicada entre os anos de 2004-2008, o estudo encontra-se hoje defasado, não cobrindo todo o período dos últimos 12 anos, de 2009 a 2020, no qual pode ter havido grande evolução nos resultados de tais pesquisas, deixando assim uma lacuna teórica a ser explorada por estudos atuais, como o presente trabalho, bem como justificando sua relevância. Uma vez que estes podem, além de identificar os tópicos emergentes que vem surgindo na pesquisa sobre a temática; os principais centros de pesquisas focados no estudo do comportamento empreendedor; os principais métodos de pesquisa, coleta e análise de dados empregados em tais estudos; os principais pesquisadores na área a nível nacional e internacional; sintetizar um conjunto de características empreendedoras que possam ter sido identificadas pelos pesquisadores da área nos últimos 20 anos, haja vista as abruptas mudanças que vem ocorrendo no cenário político, econômico, tecnológico, social, ambiental e mesmo comportamental ao longo dessas duas primeiras décadas do século XXI. Assim, o objetivo desta pesquisa foi realizar uma análise bibliométrica da produção científica nacional (2000-2020), sobre o comportamento empreendedor, a fim de fornecer um mapeamento dos estudos nessa área, bem como o levantamento das principais temáticas emergentes sobre o assunto. RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 159 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 EMPREENDEDORISMO Empreendedorismo diz respeito a um tema de constante investigação em diversas áreas do conhecimento, especialmente em administração (GIMENEZ; GIMENEZ, 2010; DAMKE et al., 2016). Foi Jean-Baptiste Say quem lançou os primeiros alicerces para o estudo do empreendedorismo (FILION, 1999a). Ao longo de décadas, inúmeros autores vêm tentando definir o que seria o empreendedorismo. Um destes foi Schumpeter, uma das principais autoridades no assunto. Este autor defende a ideia de que o empreendedorismo é a percepção e exploração de novas oportunidades sempre com a ótica da inovação. Para ele, empreendedores são pessoas criativas, e que se dão bem com inovações. Corroborando a definição de Schumpeter (1961), Baron e Shane (2007) definem o empreendedorismo como um processo, onde há a percepção da oportunidade/ideia nova. O empreendedorismo tem se mostrado tão relevante, que Câmara e Andalécio (2012, p. 65) chegam a caracterizá-lo como sendo “a base para um país se desenvolver, proporcionando oportunidades de trabalho e facilitando o progresso tecnológico, inovações e melhorias nos produtos e serviços.” Barros e Pereira (2008) seguem essa linha de pensamento, a de que o empreendedorismo motiva o desenvolvimento econômico ao induzir a concorrência de mercado através da inovação. Concorrência essa que Schumpeter (1984) salienta que não diz respeito à concorrência de preços, e sim de inovação das mais variadas formas, como ele bem explica: Na realidade capitalista, diferentemente de sua descrição de livro-texto, não é esse tipo de concorrência [a concorrência de preços] que conta, mas a concorrência através de novas mercadorias, novas tecnologias, novas fontes de oferta, novos tipos de organização [...]. Ora, uma construção teórica que despreza esse elemento essencial do caso despreza o que há de mais tipicamente capitalista [...] (SCHUMPETER, 1984, p. 114-116). O personagem principal do empreendedorismo é o empreendedor. É ele quem faz acontecer. Por tamanho mérito reputado a este, faz-se necessário conhecer suas particularidades. É o que será exposto no próximo tópico. RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 160 2.2 COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR De acordo com Hisrich, Peters e Shepherd, (2009), o termo empreendedor é utilizado desde a Idade Média. Para Schumpeter (1949), o empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica e inova, seja em produtos ou serviços. Em outras palavras, é o indivíduo que quebra padrões, tradições e arrisca, inova, tudo isso de forma calculada. Se um indivíduo não empreendedor recua ante a mudança, o empreendedor faz exatamente o contrário. Para ele, a mudança é necessária, pois significa oportunidade. Ele à busca, à produz, reage positivamente e se adapta à ela (DRUCKER, 1987). Filion (1999b, p. 19), apresenta o empreendedor “como uma pessoa criativa, marcada pela capacidade de estabelecer e atingir objetivos e que mantém alto nível de consciência do ambiente em que vive, usando-a para detectar oportunidades de negócios”. Ainda nesse pensamento, Dornelas (2005, p. 39) afirma que o empreendedor é “aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados”. O Quadro 1 traz uma linha do tempo sobre o entendimento do termo “empreendedor”, desde a Idade Média até os dias atuais. Quadro 1 - Entendimento do termo Empreendedor ao longo do tempo AUTOR ENTENDIMENTO DO TERMO EMPREENDEDOR Idade Média Participante e pessoa encarregada de produção em grande escala (sem riscos). Século XVII Pessoas que assumem riscos de lucro ou prejuízo em contrato com o governo. Cantillon (1725) Pessoa que assume riscos, que é diferente da que fornece o capital. Busca de oportunidades de negócio e maximização do retorno perante o capital investido. Say (1803) Agente propulsor de mudanças. Os rendimentos do empreendedor deviam ser separados do lucro do capital. Walker (1876) Distinção entre os que forneciam fundos e recebiam juros e aqueles que obtêm lucro com suas habilidades administrativas. Schumpeter (1934) Empreendedor associado à atividade inovativa. Promove o rompimento do fluxo circular. Pode ser considerado um líder. McClelland (1961) Indivíduo com necessidades de realização e poder, dinâmico e assume riscos moderados. Walras (1962) Indivíduo que coordena a produção. Drucker (1964) Indivíduo que maximiza oportunidades. Hayek (1974) Pessoa que capta e utiliza informações que lhe permitem encontrar oportunidades. Considerado um ator-chave para o desenvolvimento. Shapero (1975) Indivíduo que toma iniciativa, organiza mecanismossociais e econômicos e aceita riscos. Vésper (1980) Enfatiza os diferentes pontos de vista sobre o termo empreendedor, atribuído por economistas, psicólogos, negociantes e políticos. Pinchot (1983) Conceito de intraempreendedor como aquele indivíduo que atua dentro da organização já estabelecida. Stevenson e Gumpert (1985) Pessoa que persegue oportunidades sem se deixar limitar pelos recursos que controla. Hisrich (1985) Indivíduo que cria algo diferente e com valor, e, para tal, dedica tempo e esforço necessários, assume riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebe as RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 161 consequentes recompensas de satisfação econômica e pessoal. Kets de Vries (1985) Indivíduos desajustados que precisam criar seu próprio ambiente. Gartner (1989) O empreendedor é aquele que cria organizações. Quando estas são criadas, ele deixa de ser empreendedor. Filion (1999) Indivíduo que imagina, desenvolve e realiza visões. Henderson (2002) Empreendedor é aquele que descobre e desenvolve oportunidades de criar valor por meio da inovação. Adaman e Devine (2002) Empreendedor participativo como aquele que promove ações inovadoras que trazem retornos não apenas financeiros, mas também de bem-estar social para a coletividade que envolve o indivíduo. Lounsbury e Crumley (2007) Empreendedor institucional como o indivíduo que introduz e promove a adoção e legitimação de novas práticas reconhecidas como melhores e mais eficientes que as práticas anteriores. Fonte: Pedroso, Massukado-Nakatani e Mussi, 2009. Como observado no Quadro 1, definir o empreendedor vem sendo objeto de investigação há séculos. E essas definições vêm se aprimorando ao longo do tempo. Algo que desde o início foi observado no empreendedor, são as suas características de assumir riscos calculados, ser inovador, e buscar oportunidades. Na busca por entender melhor o ser empreendedor, de quais fatores contribuem para alguém ser empreendedor enquanto outros não o são, é que surgiu o estudo do comportamento empreendedor. A descrição do comportamento empreendedor, ou das características empreendedoras, é uma importante linha de estudo dentro da temática do empreendedorismo. Foi McClelland (1961) quem primeiro se aventurou nessa área, enveredando assim, em uma perspectiva comportamentalista, onde podem ser identificadas, em seus estudos, características comportamentais de pessoas empreendedoras (CÂMARA; ANDALÉCIO, 2012). Para McClelland, o comportamento empreendedor é um dentre os outros papeis que o homem desempenha na sociedade, e que a força motriz desse comportamento é a necessidade de realização pessoal. Para o autor, há três tipos de necessidades capazes de causar essa motivação: 1) necessidade de realização pessoal; 2) necessidade de planejamento, e, 3) necessidade de poder. Essa necessidade de realização pessoal faz com que o indivíduo fique mais atento, e, consequentemente, mais apto às novas oportunidades (MCCLELLAND, 1972; PEREIRA et al., 2016). Como o empreendedorismo é um elemento capaz de transformar realidades econômicas de forma positiva, há um constante interesse em conhecer o que o caracteriza, o que faz de um indivíduo um empreendedor, embora essa seja uma tarefa complexa, já que tratam-se de aspectos não palpáveis (CÂMARA; ANDALÉCIO, 2012; BARROS; PEREIRA, 2008; RUSSO; SBRABIA, 2007). RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 162 De forma geral, não há um conjunto de características que esteja presente em todos os empreendedores (BHIDÉ, 2002). Isso se deve também ao fato de que parte das características do empreendedor é formada pela percepção que ele tem do ambiente em que está inserido, e que estas características mudam se o ambiente muda, a fim deste se adaptar. Além disso, estas também são influenciadas pela personalidade do indivíduo, o que faz com que àquele conjunto de características desenvolvidas por ele seja um produto exclusivo, e praticamente único (SILVA; FONSECA; ARAÚJO, 2015). No entanto, diversos autores têm se dedicado a mensurar as características comportamentais isoladas mais comuns em pessoas empreendedoras. De acordo com Matos et al. (2012), a característica mais constante nas definições de autores sobre o comportamento empreendedor é a Inovação. Outras que se destacam são: Busca de oportunidades, Correr riscos e criatividade. O Quadro 2 traz as principais características do comportamento empreendedor identificadas no conjunto de artigos avaliados nesta bibliometria, sintetizando os aspectos comportamentais fundamentais verificados ao longo dos últimos 20 anos. Quadro 2 - Características do comportamento empreendedor CARACTERÍSTICA AUTOR Busca de oportunidade e iniciativa; Correr riscos calculados; Persistência; Exigência de qualidade e eficiência; Comprometimento; Busca de informações; Estabelecimento de metas; Planejamento e monitoramento sistemáticos; Persuasão e redes de contato; Independência e autoconfiança. Pereira et al., (2016); UNCTAD (2017) Busca por novas soluções para atender à necessidade de clientes e garantir o bom desenvolvimento de ideias novas para a solução de problemas; liderança, autoconfiança e persuasão e a capacidade de influenciar as redes de contato SCHAEFER; MINELLO, 2017 Visão futura; Autossuficiência; Postura mais otimista do que pessimista; Orientação para as tarefas e para os resultados; Incansabilidade e energia; Dedicação para concluir uma tarefa; Preferência por trabalhar sozinho; Necessidade de priorizar os seus objetivos pessoais e expressar o que pensa; Preferência por tomar decisões ao invés de receber ordens; Não se rende à pressão do grupo de trabalho; Tendência de sonhar acordado; Versatilidade e curiosidade; Geração de muitas ideias; Intuição; Gosto por novos desafios Novidade e mudança; Atuação mesmo com informações incompletas; Julgamento quando dados incompletos são suficientes; Valorização com precisão de suas próprias capacidades; Ambição em um nível adequado; Avaliação de custos e benefícios correta; Fixação de objetivos desafiadores, mas que podem ser realizados; Aproveitamento de oportunidades; Não aceitação de predestinação; Atuação no sentido de controlar seu próprio destino; Equilíbrio entre resultado e esforço; Considerável determinação. Russo e Sbragia (2007) RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 163 Visionário; Sabe tomar decisões; Indivíduo que faz a diferença; Sabe explorar ao máximo as oportunidades; Determinado e dinâmico; Dedicado; Otimista e apaixonado pelo que faz; Independente e constrói o próprio destino; Líder; Possui um “modelo”, uma pessoa que o influencia; Iniciativa, autonomia e otimismo, autoconfiança, necessidade de realização; Trabalha sozinho; Perseverança e tenacidade; Aprende com os erros; Grande energia, é incansável; Fixa metas e as alcança; Forte intuição; Comprometimento; Obtém feedback; Busca, controla e utiliza recursos; Sonhador realista.; Busca de oportunidades e iniciativa; Persistência; Exigência de qualidade e eficiência; Assume riscos calculados; Determina metas; Busca informações; Planejamento e monitoramento sistemático; Persuasão e rede de contatos; Independência e autoconfiança; Comprometimento, determinação e perseverança; Busca autorrealização, crescimento, com metas desafiadoras; Senso de Oportunidade e orientação para metas; Iniciativa pelo senso de responsabilidade social; Persistência e determinação na resolução de problemas; Enfrenta situações adversas com otimismo, humor e perspectiva; Busca feedback do desempenho e aprende com os erros; Controle racional do impulso; Encara as adversidades com naturalidade; Pessoa criativa; Marcada pela capacidade de estabelecer e atingir objetivos; Visionário.Dornelas, Dolabela, McClelland, Timonns e Filion, listadas por Teixeira et al. (2011) Os resultados da pesquisa revelaram que estudantes que participaram de empresas juniores durante seu tempo de graduação mostraram índices maiores de auto-eficácia, detecção de oportunidades, liderança, socialização e capacidade de inovação quando se trata de propensão empreendedora, comparados àqueles que não tiveram a mesma experiência. FERREIRA; FREITAS, (2013) As evidências do estudo mostraram características em comum entre os empreendedores hoteleiros, tanto em termos de traços pessoais, como dinamismo, motivação, desejo de realizar, inovar e obter sucesso, como em aspectos relacionados aos empreendimentos FEUERSCHÜTTE (2008) O artigo apresentou as características que influencia a propensão empreendedora de mulheres na atividade agrária, demonstrando que fatores como a vinculação à exploração agrária, a renda procedente dessa atividade e o tempo de vida dedicado à área são importantes preditores de sua escolha DIEGUEZ- CASTRILLON et.al., (2012). O artigo apresenta características do Barão de Mauá que podem influenciar empreendedores atuais a terem sucesso em seus negócios, como necessidade de realização, comprometimento, determinação, perseverança, auto-confiança, controle racional dos impulsos, de demonstrar confiança, persistência em resolver problemas, capacidade de ouvir feedbacks, de lidar com estresses, desafios, intolerância, ambiguidades, incertezas, fracassos, clientes exigentes. SANTOS; LOPES; CLARO, (2009) Analisando a influência de construtos comportamentais do empreendedorismo sustentável na intenção empreendedora de estudantes universitários, o estudo apontou fatores como determinação, criatividade, estímulo e originalidade como favoráveis ao seu sucesso. PAIVA et al., (2019) Os resultados de uma pesquisa realizada no México identificou que interesses por retorno financeiro, a capacidade de inovar e possuir valores sociais são fatores que podem incentivar empreendedores sociais a identificar, avaliar e explorar oportunidades que possam se tornar soluções inovadoras para problemas sociais complexos. CAVAZOS- ARROYO; PUENTE-DÍAZ; AGARWAL (2017) Evidências de um estudo realizado com 407 gestores de microempresas de São Paulo apontaram que esses estão mais voltados a perfis, como Produtor, Competidor, Realizador, Facilitador, Monitor e Regulador, indicando que o esforço do desenvolvimento comportamental de microempresários acha-se atrelado a um maior foco no mercado e na garantia de recursos, melhoria dos padrões de planejamento e organização de suas empresas, além de se conscientizarem a respeito da imperativa necessidade de inovar. CODA; KRAKAUER; BERNE (2018) Estudo realizado com 287 estudantes universitários da UNICAMPI mostrou que características como liderança, planejamento e inovação são importantes fatores para a intenção empreendedora. MORAES; LIZUKA; PEDRO, 2017 O artigo, realizado com 116 empresas vinculadas ao Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo, apontou para várias características empreendedoras, divididas em indicadores como Indivíduo: Liderança, Administrar com eficiência os recursos, Possuir uma rede de negócios, Ética Profissional, Motivação e Eficiência; 2) Ambiente: Ambiente de inovação, Infraestrutura de recursos humanos, materiais e RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 164 financeiros, Liberdade de comunicação e Contato com órgãos representativos e respeito às políticas públicas; 3) Organização: Incentivo às inovações, Planejamento e controles definido, Controle de recursos materiais, humanos e financeiros, Programa que promove ideias criativas, Desenvolvimento de estratégias competitivas, Diversificação de produtos e serviços e Criação de oportunidades e reconhecimento; e 4) Processo: Modelo de Negócio e Estratégia claramente definidos, Identificação de oportunidades, Desenvolvimento e execução de idéias, Antecipação de estratégias dos concorrentes, Divulgação de indicadores, metas e resultados, Levantamento de pontos fortes e fracos da empresa e Planejamento e controles definidos. PINHEIRO, 2016 O artigo revelou características como identificar bem oportunidades e saber mobilizar recursos para implementar suas ideias como fatores de sucesso para o empreendedorismo. BEHLING; LENZI, 2019 Um estudo com 164 gerentes de projetos revelou características importantes para o empreendedorismo, como conhecimento da área de aplicação do produto do projeto, habilidades interpessoais, entendimento do contexto do gerenciamento do projeto, conhecimento de técnicas e práticas de administração geral e de projetos RUSSO; SBRAGIA, 2007 Uma pesquisa, que teve por objetivo analisar os fatores que influenciaram ou determinaram a trajetória de uma jovem que iniciou seu negócio aos treze anos de idade, mostrou que a influência dos pais foi decisiva para a criação e desenvolvimento do negócio e que algumas características de empreendedores encontradas em outros estudos foram facilmente identificadas na jovem empreendedora, a exemplo de determinação, criatividade, desejo de independência, aprendizagem contínua e utilização de redes de relacionamentos. TEIXEIRA et al., 2010 Um estudo analisou a contribuição da cultura empreendedora para a formação do Arranjo Produtivo Local de turismo sustentável em uma cidade de Santa Catarina Estabelecimento de metas. Por meio de uma pesquisa com 10 dirigentes, identificou-se características importantes como comprometimento, independência, buscas de oportunidades, informações e iniciativa, persistência, exigência de qualidade e eficiência; persuasão e rede de contatos; correr riscos calculados; realizar planejamentos e monitoramento sistemáticos. SCHIMIDT; DREHER, 2007 Uma pesquisa desenvolvida com 7 empreendedores da área contábil apontou para características como dedicação, persistência, ética, honestidade, seriedade e busca constante por novos desafios para concretizarem seus objetivos. PELEIAS et al., 2015 O estudo identificou características para a atitude empreendedora de gerentes de pequenos e grandes hotéis no Distrito Federal, apontando para fatores como disposição, capacidade e inclinação para tomar iniciativas; aceitar desafios; objetivar e atingir padrões excelentes de qualidade; produtividade; crescimento e rentabilidade, planejamento, inovação e sacrifícios pessoais. PEDROSA; SOUZA, 2007. Uma pesquisa realizada com fundadores de empresas no município de Barão de Cocais/MG mostrou que características como convivências com pessoas empreendedoras na família, percepção de oportunidades de negócios, inovação, liderança, otimismo, iniciativa, habilidade de conduzir situações e utilizar bem os recursos foram marcantes para sua trajetória empreendedora. SILVA; FONSECA; ARAÚJO, 2015. O artigo apontou características empreendedoras relevantes presentes em um grupo de farmacêuticos, como busca de oportunidade e iniciativa e comprometimento, correr riscos calculados, persuasão e rede de contatos, independência e a autoconfiança. CÂMARA; ANDALÉCIO, 2012 Fonte: Elaboração própria, 2020. Ressalta-se aqui, que há inúmeras outras características que podem ser associadas ao comportamento empreendedor. No entanto, foram escolhidas as definições dos autores supracitados por acreditar-se que as características aqui mencionadas representaram satisfatoriamente às demais, pois apresentam notável abrangência. RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 165 3 METODOLOGIA A presente pesquisa trata-se de um estudo bibliométrico das publicações nacionais sobre comportamento empreendedor. De acordo com Café e Bräscher (2008, p. 54), “a bibliometria pode ser definida como um conjunto de leis e princípios aplicados a métodosestatísticos e matemáticos que visam o mapeamento da produtividade científica de periódicos, autores e representação da informação.” Araújo e Alvarenga (2011) defendem ainda a importância da Bibliometria, pois, para os autores, esse método pode caracterizar a produção científica de determinado campo do conhecimento do país. A fim de se atingir os objetivos desse estudo, foi feita uma pesquisa em todos os periódicos nacionais avaliados com Qualis/2013-2016 pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), em A1, A2 e B1 na área de Administração pública e de empresas, Ciências contábeis e Turismo. Após a pesquisa na Plataforma Sucupira por periódicos que se encaixassem nos critérios acima, constatou-se que até o momento não há periódicos nacionais com Qualis/2013-2016 A1 na referida área. Com relação à classificação A2 e B1, foram encontrados 45 e 146 periódicos, respectivamente, totalizando 191 periódicos. Quanto ao período de publicação, a busca foi feita por artigos sobre comportamento empreendedor, publicados entre os anos de 2000 a 2020, ou seja, dos últimos vinte anos, e que tivessem sido publicados em algum dos 191 periódicos selecionados para a pesquisa. Para a busca de artigos nos periódicos selecionados, foram utilizados os seguintes termos: comportamento empreendedor; características do empreendedor; e, atitude empreendedora. Por existir a possibilidade de haver artigos em inglês sobre o tema em alguns periódicos que publicam artigos em inglês, aplicou-se também os seguintes termos de busca: Entrepreneurial behavior; Characteristics of the entrepreneur; e, Entrepreneurial atitude. Para uma busca mais eficaz, utilizou-se também o operador booleano AND entre as palavras dos termos de busca. De acordo com Colepicolo (2014, p. 136), “os operadores booleanos possibilitam a união, intersecção ou exclusão dos termos-chave inseridos nos campos.” O operador utilizado nesta pesquisa exerce a função de intersecção entre os termos, pois realiza a pesquisa de modo que todos os termos estejam presentes nos arquivos encontrados. Após a definição das fontes de dados, do recorte temporal a ser pesquisado e dos termos de pesquisa, foi realizada a busca dos artigos nos periódicos, onde, inicialmente, através da busca dos termos, foram identificados 478 artigos ligados aos termos de busca. RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 166 Porém, a fim de refinar a amostra de artigos a serem analisados, deixando somente aqueles que de fato possuíam ligação com o tema pesquisado, foi feita a análise dos títulos e resumos, além de uma leitura dinâmica por todo o texto, restando após essa análise apenas 50 artigos. Após a seleção dos artigos que se encaixaram no eixo temático, os autores realizaram a leitura dos resumos, metodologias, resultados e conclusões, a fim de possibilitar a execução das análises deste trabalho, e assim traçar o perfil bibliométrico da produção nacional sobre comportamento empreendedor. Por fim, para analisar o material publicado sobre o tema, os autores selecionaram os seguintes indicadores, baseados nos indicadores utilizados por Brancher, Oliveira e Roncon (2012) e Nascimento et al. (2016), para extrair informações dos artigos: Quantidade de autores por artigo; Origem geográfica do primeiro autor; Publicação por autor; Filiação dos autores; Filiação institucional dos autores; Autores citados; Trabalhos citados; Publicação por periódico; Publicação por ano; Publicação por região, estado e cidade; Procedimentos metodológicos; Influência de publicação internacional e temáticas emergentes sobre o assunto. Ressalta-se que artigo semelhante foi elaborado por Brancher, Oliveira e Roncon em 2012. No entanto, abrangeu apenas artigos publicados de 2004-2008 no ENANPAD (Encontro da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Administração). Mais adiante será realizada uma discussão entre os resultados alcançados em ambos os estudos. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 PERIÓDICOS Inicialmente foram identificados todos os periódicos nacionais com Qualis/2013- 2016 A2 e B1 em Administração Pública e de Empresas, Ciências Contábeis e Turismo, no Portal Sucupira, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Feito isso, foram realizadas pesquisas utilizando os termos de busca, já mencionados na metodologia, nos 191 periódicos identificados, a fim de traçar o perfil das publicações científicas sobre o comportamento empreendedor nas publicações dos periódicos nacionais nos últimos dezessete anos, a saber de 2000-2020. Esta investigação mostrou que apenas 24 periódicos nacionais publicaram artigos sobre o tema no período pesquisado, sendo 20 deles com classificação Qualis/2013-2016 B1, RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 167 e 4 com Qualis/2013-2016 A2 – Cadernos EBAPE.BR. No Quadro 3 é possível conhecer quais são esses periódicos, e com quantos artigos cada um deles contribuiu. Quadro 3 - Periódicos Nacionais com Qualis/2013-2016 A2 e B1 que publicaram artigos sobre comportamento empreendedor, no período de 2000-2020 PERIÓDICO Nº DE ARTIGOS (%) REGEPE - Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas 12 24% ReA UFSM - Revista de administração da UFSM 4 8% Revista Turismo Visão e Ação 3 6% REGE - Revista de Gestão USP 3 6% Revista de Gestão & Produção 3 6% RAM – Revista de Administração Mackenzie 2 4% Revista de Contabilidade e Organizações 2 4% RECADM - Revista Eletrônica de Ciência Administrativa 2 4% Revista Brasileira de Orientação Profissional 2 4% BASE – Revista de Administração e Contabilidade da Unisinos 2 4% RAUSP - Revista de Administração da USP 2 4% REPEC - Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade 1 2% RGSA – Revista de Gestão Social e Ambiental 1 2% Cadernos EBAPE.BR 1 2% Revista de Ciências da Administração 1 2% RESR - Revista de Economia e Sociologia Rural 1 2% Administração: ensino e pesquisa 1 2% Enfoque: Reflexão Contábil 1 2% Psico 1 2% REAd - Revista Eletrônica de Administração 1 2% rPOT - Revista Psicologia Organizações e Trabalho 1 2% BBR. Brazilian Business Review 1 2% RAC - Revista de Administração Contemporânea 1 2% RAI – Revista de Administração e Inovação 1 2% Fonte: Elaboração Própria, 2020. No Quadro 3, é possível observar os periódicos com maior número de publicações sobre o tema em questão, com destaque para a REGEPE - Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas, que publicou o triplo da segunda colocada (ReA UFSM - Revista de administração da UFSM), sendo responsável por 24% de toda a publicação nacional dos últimos vinte anos sobre comportamento empreendedor, dentre os artigos aqui avaliados. É importante ressaltar que a Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (REGEPE), vinculada à Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (ANEGEPE), iniciou suas publicações somente em 2012, ou seja, há apenas oito anos, o que leva a crer que o seu número de publicações sobre o tema em questão poderia ser ainda maior, caso o periódico existisse há mais tempo. A REGEPE foi classificada com Qualis/2013-2016 B1, tem publicação quadrimestral, e o seu campo de RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 168 publicação é voltado de forma especial à temática do empreendedorismo, o que à torna uma ótima opção para publicação/estudo àqueles com interesse na área. 4.2 QUANTO AOS ARTIGOS A pesquisa por artigos publicados sobre comportamento empreendedor, no espaço de tempo de 2000-2020, foi realizada em cada um dos 191 periódicos selecionados, utilizando os termos de busca juntamente com o operador lógico Booleano AND. Ao final das buscas, obteve-se um total de 477 artigos. No entanto, ao realizar-sea leitura preliminar (Título, resumo e leitura dinâmica por todo o texto), constatou-se que apenas 50 destes se encaixavam nos critérios pré-estabelecidos, já mencionados na metodologia, ou seja, apenas 10,48%. Percebe-se, através dessa análise, que o tema comportamento empreendedor não configura entre os mais discutidos dentro eixo temático do empreendedorismo. Uma das hipóteses se deve ao fato de não haver um padrão definido de comportamento empreendedor na literatura atual. No entanto, sugere-se através desse, que haja mais discussão sobre o tema, e estudos que investiguem as possíveis causas da pouca abordagem desse tema. No Quadro 4 encontram-se os títulos dos artigos analisados aqui. Quadro 4 - Artigos analisados neste estudo ARTIGOS A efetividade de um programa de empreendedorismo com amplitude nacional e lastro internacional A expressão do empreendedorismo socioambiental na gestão de bacias hidrográficas A organização produtiva de micro e pequenas empresas no turismo: um estudo da região de Canoa Quebrada, CE A relação entre o jeitinho brasileiro e o perfil empreendedor: possíveis interfaces no contexto da atividade empreendedora no Brasil Atitude empreendedora de proprietários e funcionários intraempreendedores: um estudo comparativo entre visionários e visionistas Atitude empreendedora e desempenho organizacional em micro e pequenas empresas: um estudo no setor varejista de confecções de Curitiba – PR Atitude empreendedora e estratégia em pequenos e médios hotéis Atitude empreendedora na percepção de empreendedores individuais e sociais Atitude empreendedora no setor hoteleiro brasileiro: um estudo em pequenos e grandes hotéis no Distrito Federal Atributos do desempenho profissional na visão de empresários contábeis da grande São Paulo Características empreendedoras: um estudo de caso com farmacêuticos utilizando o modelo de McClelland Competências de empreendedores hoteleiros: um estudo a partir da metodologia da história oral Comportamento empreendedor e trajetória empresarial de fundadores de MPES em Barão de Cocais/MG Comportamento empreendedor no setor público: análise comparada de dois presidentes do Brasil Cultura empreendedora: empreendedorismo coletivo e perfil empreendedor Dez anos de pesquisa em empreendedorismo apresentados nos EnANPADs de 2003 a 2012: análise dos autores engajados na área Empreendedor x E-empreendedor RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 169 Empreendedorismo jovem e a influência da família: a história de vida de uma empreendedora de sucesso Empreendedorismo ou profissão: um desafio para orientadores(as) Escala de potencial empreendedor: evidências de validade fatorial confirmatória, estrutura dimensional e eficácia preditiva Estudo observacional do comportamento empreendedor de Irineu Evangelista de Sousa da ótica de Filion no filme “Mauá – O imperador e o rei” Fatores que levam ao insucesso empresarial: uma perspectiva de empreendedores que vivenciaram o fracasso Influência das características socioeconômicas, capacidade de gestão e comportamento empreendedor no sucesso dos empreendedores participantes do programa de microcrédito do Banco Palmas Lócus de controle, comportamento empreendedor e desempenho de pequenas empresas Processo de inovação e empreendedorismo no Brasil: O caso Mauá Propensão empreendedora entre estudantes participantes de empresas juniores Reflexões e perspectivas acerca da construção do conhecimento sobre empreendedorismo interno Relação entre competências empreendedoras e desempenho: um estudo em empresas prestadoras de serviços contábeis Tendência empreendedora do gerente: uma análise de sua relevância para o sucesso de projetos inovadores Competências empreendedoras e comportamento estratégico: um estudo com microempreendedores em um país emergente Effects of Entrepreneurial Characteristics and University Environment on Entrepreneurial Intention Entrepreneurial orientation and religion: the Pastor as an entrepreneur Are small business owners entrepreneurs? Exploring small business manager behavioral profiles in the São Paulo Metropolitan region Estrutura intelectual da produção científica sobre propensão ao empreendedorismo: uma análise à luz das cocitações Características empreendedoras de empresas de serviços contábeis (ESCs) paulistas: análise com modelagem de equações estruturais Determinants of student entrepreneurship An assessment on higher education institutions in Brazil Creative thinking and entrepreneurial behavior among k-12 teachers: a predictive study Evidências de validade baseadas na estrutura interna para escala de atitude empreendedora (ATEBr) Metacognition in entrepreneurs: psychometric diagnostic associated to age and sex Sentimentos Topofílicos e suas Relações com a Atitude e a Intenção Empreendedoras Relações de influência de indicadores macroeconômicos na propensão ao risco de empreender Intraempreendedorismo no setor público: análise do comportamento empreendedor de gestores públicos municipais por meio do Carland Entrepreneurship Index (CEI) Mentalidade empreendedora: o modo de pensar do indivíduo empreendedor O impacto da educação empreendedora na intenção de empreender: análise dos traços de personalidade Intenção empreendedora, comportamento empreendedor inicial e teoria sociocognitiva do desenvolvimento de carreira An analysis of the behavioral constructs of sustainable entrepreneurship in brazilian university students Atitudes empreendedoras dos participantes do programa estadual “bom negócio Paraná”, no município de Francisco Beltrão/PR Human values among brazilian informal entrepreneurs Características comportamentais empreendedoras: um estudo com acadêmicos de administração de uma universidade brasileira Empreendedorismo no ensino superior: Estudo psicométrico da escala Oportunidades e Recursos para Empreender Fonte: Elaboração própria, 2020. Somente após a identificação destes artigos é que foram realizadas todas as outras análises presentes nesse estudo. Vale ressaltar que 47 destes artigos são de origem brasileira, e três de origem internacional: (Espanha) - Turismo rural, empreendedorismo e gênero: um estudo de caso na comunidade autônoma da Galiza; (EUA) - Creative thinking and RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 170 entrepreneurial behavior among k-12 teachers: a predictive study; (Portugal) - Empreendedorismo no ensino superior: estudo psicométrico da escala oportunidades e recursos para empreender. Levou-se em consideração neste estudo não a origem (país) dos autores, e sim dos periódicos, tendo o cuidado de utilizar apenas periódicos nacionais. 4.3 QUANTO AO PERÍODO DE PUBLICAÇÃO A Figura 1 mostra a publicação anual de artigos sobre comportamento empreendedor durante o período pesquisado. Figura 1 - Produção nacional anual (2000-2020) sobre comportamento empreendedor Fonte: Elaboração própria, 2020. Como é visto na Figura 1, entre os anos de 2000 a 2002 não houve publicação nos periódicos nacionais sobre comportamento empreendedor. Já no ano de 2003 houve apenas uma publicação. Somente a partir do ano de 2006 é que aparece uma constância de publicações sobre o tema, não havendo nenhum ano, até o ano de 2020, em que não houvesse pelo menos uma publicação. Percebe-se também, um crescimento acentuado a partir de 2008, com destaque para os anos de 2009, com 4 artigos, 2014 com 5 e, principalmente, 2017 e 2018, com 7 e 9 artigos, respectivamente, sendo estes os anos com maior número de publicações no período investigado. Em comparação com os achados de Brancher, Oliveira e Roncon (2012), que utilizaram artigos publicados de 2004-2008 no ENANPAD, os resultados apresentados nesse quesito mostram-se parecidos, pois os autores relataram que 2004 apresentou baixa produção, quase a menor dentre osanos analisados, e 2008 foi o ano de maior produção acadêmica sobre o tema, o que corrobora com o presente estudo, haja vista não ter sido encontrada nenhuma artigo sobre a temática em 2004, e 2008 ter apresentado uma relevante produção que foi se acentuando ao longo dos anos seguintes. 0 0 0 1 0 0 1 1 2 4 2 3 3 2 5 2 3 7 9 3 2 0 5 10 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Nº de artigos RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 171 4.4 COM RELAÇÃO AOS AUTORES Na Figura 2 podem ser visualizadas informações com relação à quantidade autores por artigo. Figura 2 - Quantidade de autores por artigo Fonte: Elaboração própria, 2020. Percebeu-se que somente 1 artigo foi escrito por apenas um autor. De igual forma ocorreu para seis autores, pois também só foi encontrado um artigo. Não foram encontrados artigos com mais de 6 autores. A preferência, de forma bem acentuada, está entre 2, 3 e 4 autores, sendo que o maior percentual (34%) dos artigos foi escrito por 2 autores. Em comparação aos resultados alcançados por Brancher, Oliveira e Roncon (2012) neste item, alcançou-se uma conclusão similar. Em seu estudo, os autores obtiveram artigos com até 5 autores, enquanto neste foram encontrados artigos com até 6. O percentual de artigos com 1 e 5 autores foi o mais baixo (4%). Já a preferência de quantidade de autores por artigo foi a mesma do presente estudo, 2, 3 e 4 autores, com a única diferença de que no estudo destes, 3 autores (48%) foi o mais frequente. Neste estudo foi observada a reincidência de publicações, ou seja, uma parte dos autores publicaram mais de um artigo sobre a temática no período analisado, mais especificamente 6%. É importante destacar que alguns desses autores publicaram inclusive juntos. Os autores que publicaram 2 vezes foram: Gustavo Henrique Silva de Souza; Jorge Artur Peçanha de Miranda Coelho; Lúcia Rejane da Rosa Gama Madruga; Magnus Luiz Emmendoerfer; Marcus Vinicius de Oliveira Brasil; Nilton Cesar Lima; Raimundo Eduardo Silveira Fontenele, Josiel Lopes Valadares e Wendel Alex Castro Silva. O autor com o maior número de publicações foi Italo Fernando Minello, com três artigos publicados. Esse dado é 1 17 14 13 4 1 1 Autor 2 Autores 3 Autores 4 Autores 5 Autores 6 Autores 0 5 10 15 20 RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 172 semelhante ao encontrado por Brancher, Oliveira e Roncon (2012), pois apesar de ter ocorrido reincidência de publicação sobre esse tema em seu estudo, esta apresentou-se de forma bastante sutil, já que apenas 16% dos autores publicou mais de uma vez no período pesquisado por eles. No que se refere à origem geográfica dos autores, optou-se nesse estudo por identificar a origem geográfica apenas do primeiro autor de cada artigo. O Quadro 5 traz uma melhor visualização das cidades, estados e regiões do país que se destacaram na produção científica sobre o comportamento empreendedor nos últimos vinte anos. Quadro 5 - Origem geográfica do primeiro autor (cidade, estado e região) AUTORES POR: CIDADE Nº ESTADO Nº REGIÃO Nº São Paulo 7 SP 12 Sudeste 21 Santos 1 Limeira 1 Mauá 1 Campinas 2 Belo Horizonte 4 MG 9 Uberlândia 1 Lavras 1 Teófilo Otoni 2 Viçosa 1 Santa Maria 4 RS 4 Sul 15 Curitiba 4 PR 8 Foz do Iguaçu 1 Toledo 1 Campo Largo 1 Francisco Beltrão 1 Florianópolis 1 SC 3 Itajaí 2 Fortaleza 6 CE 6 Nordeste 8 Aracaju 1 SE 1 Petrolina 1 PE 1 Catalão 1 GO 1 Centro-Oeste 2 Corumbá 1 MS 1 Porto Velho 1 RO 1 Norte 1 INTERNACIONAL (Espanha) 1 INTERNACIONAL (EUA) 1 INTERNACIONAL (Portugal) 1 Fonte: Elaboração própria, 2020. Percebe-se que a produção científica nacional sobre comportamento empreendedor apresentou-se um pouco dispersa, pois não foram encontrados indícios de uma cidade ou estado que se destacou de forma tão relevante para ser considerado (a) como referência em estudo do comportamento empreendedor, sendo a quantidade de artigos produzidos entre alguns semelhantes. No entanto, esse cenário muda quando se trata de Região, como será RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 173 visto logo mais. Apesar disso, é importante destacar àqueles (cidade e estados) que sobressaíram aos outros. Com relação às cidades, 8 apresentaram maiores concentrações de produção. São elas: Campinas, Teófilo Otoni e Itajaí com 2 artigos cada, Curitiba, Santa Maria e Belo Horizonte, com 4 artigos, Fortaleza com 6 e São Paulo com 7 artigos. No que se refere ao estado, os destaques são para São Paulo (12), Minas Gerais (9) e Paraná (8). A Figura 3 traz a representação de publicação por região do País. Não serão contabilizados aqui as publicações de origem internacional, sendo assim, nesse gráfico, as publicações nacionais assumem a porcentagem total. Figura 3. Publicação por Região do País Fonte: Elaboração própria, 2020. A maior diferenciação ocorreu no âmbito das regiões, pois Sudeste e Sul detiveram sozinhos 83% de toda a produção, ou seja, 21 e 15 artigos respectivamente, ficando o Nordeste em terceiro lugar, com 8 artigos. Em seguida vieram as regiões Centro-Oeste com 2 artigos, e Norte com apenas 1 artigo. Os resultados observados neste item apresentaram-se muito semelhantes aos encontrados por Brancher, Oliveira e Roncon (2012). Em seu estudo, os autores observaram que a publicação sobre esta temática se concentrava basicamente no Sul e Sudeste, que juntas apresentaram 72% do total de publicações, Nordeste com 20% e Centro-Oeste com 8%. Diferentemente desta pesquisa, os autores não encontraram artigos oriundos da região Norte. 38% 45% 2% 17% 4% Sul Sudeste Norte Nordeste Centro-Oeste RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 174 Percebe-se que a posse das publicações sobre comportamento empreendedor mantem-se semelhante, mesmo após uma década (período referente ao recorte temporal estudado pelos autores supracitados, 2004-2008). Com relação à instituição à qual o primeiro autor indicou estar vinculado, a Figura 4 traz essas informações. Figura 4 - Instituições às quais o primeiro autor indicou estar vinculado Fonte: Elaboração própria, 2020. Como visualizado na Figura 4, há uma dispersão mais acentuada ainda quando se fala da filiação dos autores. Percebe-se que a grande maioria dos artigos saiu de instituições distintas, chegando a 50% a publicação de apenas um artigo por universidade, o que pode refletir a ausência de uma instituição de ensino superior de referência no assunto. Esse dado converge com o encontrado no estudo de Brancher, Oliveira e Roncon (2012): baixa reincidência de publicações pelas instituições. Apenas 10 instituições, dentre as 36 identificadas, publicaram mais de uma vez. UFSM Faculdade Campo Limpo Paulista UNIFOR Unihorizontes Centro Universitário Estácio do Ceará Unioeste Anhembi Morumbi UFPR UFU FAE Centro Universitário UnBFECAP UDESC UFLA Faculdade Cenecista de Campo Largo UFSUSP IFNMG Uninter UNISANTOS UECEUFV UNIVALI Universidade de Coimbra Portugal UNINOVE Universidade de Vigo Unicamp PUC Minas Davenport University USF FACAPE UFMS PUCPR UNIR UFC UFAL RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 175 As instituições que acumularam mais de uma publicação foram as seguintes: Universidade de Fortaleza; Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado; Universidade Estadual do Ceará; Universidade do Vale do Itajaí e Universidade Estadual de Campinas com 2 publicações cada uma. Em seguida, com 3 artigos publicados cada, aparecem: Faculdade NovosHorizontes; Universidade Estadual do Oeste do Paraná e Universidade Nove de Julho. A maior concentração de artigos sobre o tema foi encontrada na Universidade Federal de Santa Maria, de onde saíram 4 artigos no período de tempo pesquisado. Estes resultados divergem totalmente dos encontrados pelos autores supracitados, pois as instituições listadas por estes como as detentoras das maiores taxas de publicação sobre comportamento empreendedor no país, não chegam nem mesmo a aparecer nos resultados do presente estudo. Assim como as aqui encontradas não aparecem no estudo dos autores. O que leva-se a perceber que os artigos publicados no ENANPAD apresentam um perfil diferente daqueles publicados em periódicos, o que vale uma investigação mais apurada do perfil de publicação em ambos os meios. 4.5 CARACTERÍSTICAS METODOLÓGICAS Os termos e classificações utilizados nessa etapa são baseados nas definições de Gerhardt e Silveira (2009), com algumas adaptações dos autores da presente pesquisa. 4.5.1 Quanto aos objetivos Nesta análise, percebeu-se que os artigos se encaixaram em uma das quatro categorias seguintes: descritiva, exploratória, explicativa ou Mista, sendo esta última referente àquele que utilizou mais de uma categoria, não sendo necessariamente somente as três citadas anteriormente, já que alguns artigos também mencionaram a categoria interpretativa. Na Figura 5 é possível verificar que a pesquisa descritiva foi a mais utilizada, seguida pela explicativa. RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 176 Figura 5 - Quanto aos objetivos Fonte: Elaboração própria, 2020. 4.5.2 Quanto à abordagem Nessa etapa, os artigos foram classificados como Quantitativos, Qualitativos ou Híbridos, que diz respeito àqueles em que foram utilizadas as duas abordagens na sua elaboração. A Figura 6 traz um vislumbre das abordagens metodológicas utilizadas nos artigos aqui analisados. Figura 6 - Abordagem Metodológica Fonte: Elaboração própria, 2020. Como visualizado na Figura 6, a abordagem mais utilizada nos artigos analisados foi a Quantitativa, que correspondeu à 56%. 48% 18% 30% 4% Descritiva Exploratória Explicativa Mista Quantitativa 56% Qualitativa 36,67% Híbrida 13,33% RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 177 4.5.3 Quanto aos instrumentos de coleta de dados Os instrumentos de coletas utilizados nos artigos analisados foram os seguintes: Questionário, Entrevista e Análise Documental. Além disso, alguns autores optaram por utilizar mais de uma técnica, realizando assim, uma triangulação dos dados. A esta última técnica, optou-se por classificá-la nominalmente como mista. A Figura 7 mostra o percentual de utilização de cada técnica, onde constatou-se que o instrumento mais utilizado foi o questionário. Figura 7 - Instrumentos de coleta de dados utilizados Fonte: Elaboração própria, 2020. 4.5.5 Quanto ao tratamento dos dados Na Figura 8 são apresentados os métodos utilizados para a análise dos dados dos artigos examinados neste estudo. 52% 14% 20% 14% Questionário Entrevista Documental Mista RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 178 Figura 8 - Tratamento dos dados Fonte: Elaboração própria, 2020. Observou-se que foram utilizadas 12 técnicas de análise de dados distribuídas ao longo dos 50 artigos. Dentre estas, 2 se destacaram com maior veemência. São elas: Modelagem de equações estruturais e Análise de conteúdo, que foram utilizadas em 8 e 7 artigos, respectivamente. Cabe destaque também a categoria mista, que é aquela em que se utilizou mais de uma técnica no tratamento dos dados, que foi a escolha dos autores em 7 artigos. 4.5.6 Quanto ao embasamento teórico Este tópico diz respeito ao mapeamento dos autores utilizados nas definições de comportamento do empreendedor dos artigos analisados. Para a elaboração dessa análise, foram considerados apenas os autores citados em pelo menos três artigos, a fim de obter uma Modelagem de equações estruturais 16% Mista 14% Análise de conteúdo 14% Anova e testes de média 10% Estatística descritiva 10% Análise fatorial 10% Ensaio teórico 6% Revisão sistemática da literatura 6% Qui-quadrado 4% Regressão 4% História oral 4% Correlação 2% RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 179 melhor filtragem dos dados e eliminar as citações esporádicas, para que fossem contabilizados apenas àqueles com real respaldo sobre o tema. Quando se trata de comportamento empreendedor, os autores que mais se destacam pelo número de vezes que são citados ainda são os de origem estrangeira. Sendo eles, em ordem decrescente: Louis Jacques FILION, David MCCLELLAND (reconhecido como o primeiro autor a tentar traçar um perfil de características dos empreendedores), Joseph SCHUMPETER, e Peter DRUCKER, sendo citados em 36, 34, 17 e 16 artigos, respectivamente. No entanto, percebeu-se uma participação relevante de alguns autores brasileiros com relação a essa temática, com destaque para: Eda Castro Lucas de SOUZA, que juntamente com Gumersindo Sueiro LOPES JÚNIOR, criaram o Instrumento de Mensuração da Atitude Empreendedora (IMAE), Fernando DOLABELA, e José DORNELAS, que foram citados, respectivamente, em 14, 4, 11 e 8 artigos. A Figura 9 traz uma melhor visualização sobre esse aspecto. RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 180 Figura 9 - Mapeamento dos autores citados Fonte: Elaboração Própria, 2020. Lima 1% Bygrave 2% Shepherd 3% Wiklund 1% Carland 2% Hoy 1% Cooley 1% Cooper 1% Degen 1% Dolabela 3% Brazeal 1% Spinelli 1% Lüthje 1% Franke 1% De Toni 1% Mioranza 1% Milan 1% Dornelas 2% Baumol 1% Shane 2% Drucker 4% Larentiz 1% Liguori 1% Larentiz 1% Liguori 1% Larentiz 1% Mcclelland 9% Minello 2% Miner 2%Foo 1% Schumpeter 4% Timmons 2% Filion 9% Mintzberg 1% Pereira 1% Venkataraman 1% Silva 1% Say 1% Emmendoerfer 1% Gimenez 1% Inácio Jr 1% Hisrich 2% Hornaday 1% Kets De Vries 1% Le Boterf 1% Lenzi 1% Lopes Jr 1% Souza 4% Weber 1% Ferreira 1% Rauch 1% Lumpkin 1% Frese 1% Zhao 1% Seibert 1% Peters 2% Shapero 1% Sokol 1% Santos 1% Gouveia 1% Krueger Jr 1% Ajzen 3% RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 181 O Quadro 6 revela, em ordem decrescente, as obras que apareceram com mais frequência na construção das discussões sobre comportamento empreendedor nos artigos analisados. Ressalta-se que foram contabilizadas apenas as obras citadas em mais de um artigo, a fim de se obter um resultado mais sólido. Quadro 6 - Obras mais frequentemente citadas pelos autores OBRA AUTOR ANO REPETIÇÕES Empreendedorismo: empreendedores e proprietários-gerentes de pequenos negócios. Filion 1999 14 The achievement society. McClelland 1961 11 A sociedade competitiva: realização e progresso social. McClelland 1972 8 Empreendedorismo e gerenciamento: processos distintos, porém complementares. Filion 2000 5 Teoria do desenvolvimento econômico: uma investigação sobre lucros, capital, crédito, juros e o ciclo econômico. Schumpeter 1982 5 Oficina do Empreendedor: A metodologia do ensino que ajuda a transformar conhecimento em riqueza. Dolabela 2008 4 Inovação e espírito empreendedor: prática e princípios. Drucker 1986 4 Innovation and entrepreneurship. Drucker 1985 4 The entrepreneurial process. Bygrave 2004 4 An entrepreneurship Index: an empirical validation. Carland, Carland e Hoy 1992 4 O planejamento do seu sistema de aprendizagem empresarial: identifique uma visão e avalie o seu sistema de relações. Filion 1991 4 Diferenças entresistemas gerenciais de empreendedores e operadores de pequenos negócios. Filion 1999 3 Visão e relações: elementos para um metamodelo empreendedor. Filion 1993 3 Criando seu próprio negócio: como desenvolver o potencial empreendedor. Pereira e Santos 1995 3 Innovation and entrepreneurship. Drucker 1993 3 Social dimensions of entrepreneurship. Shapero e Sokol 1982 3 Entrepreneurial potential and potential entrepreneurs. Krueger Jr e Brazeal 1994 3 Atitude empreendedora em proprietários-gerentes de pequenas Empresas: Construção de um instrumento de medida. Lopes Jr e Souza 2005 3 Empreendedorismo. Hisrich, Peters e Shepherd 2009 3 Empreendedorismo. Hisrich, Peters e Shepherd 2014 3 O empreendedor. Degen 1989 3 The theory of planned behavior. Ajzen 1991 3 The promise of entrepreneurship as a field of research. Shane e Venkataraman 2000 3 Empreendedorismo: transformando idéias em negócios. Dornelas 2001 3 The “making” of an entrepreneur: Testing a model of entrepreneurial intent among engineering students at MIT. Lüthje e Franke 2003 3 Implementing entrepreneurial ideas: The case for intentions. Bird 1988 3 Formal entrepreneurship theory in economics: existence and bounds. Baumol 1993 3 Oficina do empreendedor. Dolabela 1999 3 Desenvolvendo a competência dos profissionais. Le Boterf 2003 3 Fonte: Elaboração própria, 2020. RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 182 Dentre as obras utilizadas pelos autores, observou-se que a mais frequente, citada em 28% dos artigos, o que corresponde a 14 artigos, foi “Empreendedorismo: empreendedores e proprietários-gerentes de pequenos negócios”, de Filion, lançada em 1999. Apesar de ainda pequena, é possível notar que a temática do comportamento empreendedor vem, já há alguns anos, despertando o interesse de autores brasileiros, considerados referências nacionais no assunto. 4.5.7 Influência internacional na produção nacional Realizou-se a contagem de todas as referências dos 47 artigos analisados (os artigos de origem internacional foram excluídos dessa análise), e em seguida, foram identificadas todas as referências internacionais e contabilizadas. O resultado é demonstrado na Figura 10. Figura 10 - Referências de origem nacional x internacional Fonte: Elaboração própria, 2020. Tratando-se do total de referências, que foram contabilizadas 2402, referente aos 47 artigos (média de 51 referências por artigo), a quantidade de origem internacional é superior à de origem nacional. Dessa forma, apesar de haver um percentual bem semelhante entre a origem das referências, a representatividade de autores internacionais é mais notável por haver uma maior homogeneidade de citações, ou seja, o mesmo autor é citado em vários artigos. 4.6 TEMÁTICAS EMERGENTES SOBRE O TEMA O desenvolvimento da literatura sobre comportamento empreendedor, ao longo do período investigado, não só introduziu novos temas, mas também continuou linhas de NACIONAIS INTERNACIONAIS 1100 1150 1200 1250 1300 NACIONAIS INTERNACIONAIS Nº de Referências 1149 1253 RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 183 pesquisa estabelecidas anteriormente. Embora, em termos metodológicos, a prática da bibliometria tenha uma característica descritiva, utilizá-la como base para propor novas investigações e temas amplia a sua importância. Nesse sentido, tem-se o quadro 8, em seguida, em que são apresentadas temáticas emergentes sobre Comportamento Empreendedor, identificadas a partir dos artigos publicados nos últimos cinco anos, na área de administração pública e de empresas, ciências contábeis e turismo, com estrato A2 (Qualis/2015), pois apresentam maior relevância e impacto, entre os artigo utilizados do corpus da pesquisa. Quadro 8 – Temáticas emergentes na pesquisa sobre Comportamento empreendedor AUTOR/ES PERIÓDICO AGENDA DE TEMÁTICAS EMERGENTES Barros et al. (2014) Revista de Contabilidade e Organizações -Investigar sobre competência social como uma das características dos empreendedores Corrêa, Vale e Cruz (2017) Revista de Administração - RAUSP -Analisar a relação entre valores religiosos e a orientação empreendedora Cavazos- Aroio, Puente-Días e Agarwal (2017) Revista Brasileira de Gestão e Negócios - RBGN -Usar desenhos longitudinais para examinar se a intenção empreendedora social é realmente aplicada, em diferentes realidades. Ferreira, Loiola e Gondin (2017) Cadernos EBAPE -Explorar em maior profundidade quais são os grupos de referência mais relevantes para o empreendedorismo em diversas culturas; -Estudar quais as relações entre pertencimento a empresas juniores ou outras experiências empreendedoras e iniciativas empreendedoras; -Investigar a intenção empreendedora e sua inter-relação com fatores pessoais e contextuais proximais ou distais ainda merecem muita atenção dos pesquisadores no Brasil; -Testar a influência de programas de treinamento empreendedor voltado à criatividade sobre a intenção empreendedora; -Explorar os efeitos das redes sociais na confiança mútua e autoconfiança dos empreendedores; -Analisar as diferenças interculturais de intenção empreendedora entre países. Paiva et al. (2018) Cadernos EBAPE -Aprofundar a relação entre sustentabilidade e inovação, no contexto do empreendedorismo, por meio de em uma perspectiva longitudinal e de estudos comparativos entre países e diferentes áreas do conhecimento. Coda, Krakauer e Berne (2018) Revista de Administração - RAUSP -Estudar a relação entre a postura competitiva e a postura reguladora dos gerentes e como essas influenciam no crescimento das microempresas; -Verificar a correlação entre comportamentos e perfis dos executivos de pequenas empresas e o crescimento ou desempenho da empresa que eles administram. Barral, Ribeiro e Canever (2018) Revista de Administração - RAUSP -Aprimorar, por meio de estudos adicionais, o instrumento Modelo Clássico de Intenção Empresarial. Moraes, Iizuka e Pedro (2018) Revista de Administração Contemporânea - RAC -Investigar quantitativamente, por meio de equações estruturais, quais variáveis do ambiente universitário devem ser consideradas para entender a intenção empreendedora e formar o ambiente universitário; -Realizar pesquisas relacionadas ao papel mediador da auto eficácia no desenvolvimento da intenção empreendedora. RAU 7 JA I , A A I MLE A F 088 802 , , 6 520 .07, - 802 , 6 3 3 .95 , 7 J 1 A E , AB 184 Marinho (2018) Innovation & Management Review -Estudar a relação dos constructos orientação empreendedora, capacidade de marketing e desempenho empresarial com a orientação para a aprendizagem e a inovação organizacional Bin et al. (2018) Innovation & Management Review -Estudar a seguinte hipótese: devido o tempo e esforço dedicado à família as mulheres não seguem uma carreira acadêmica e, por isso, estão empreendendo seus próprios negócios; -Investigar sobre empreendedorismo acadêmico, abordando determinantes para se obter uma compreensão mais ampla desse fenômeno; -Pesquisar sobre a criação de incentivos para empreendedorismo nas ciências básicas. Behling e Lenzi (2019) Brazilian Business Review - BBR -Investigar a percepção de clientes sobre as competências empreendedoras; -Identificar as competências empreendedoras em microempreendedores individuais; -Realizar um estudo hipotético-dedutivo para averiguação das competências empreendedoras na visão dos próprios empreendedores e dos clientes; -Pesquisar sobre a presença das competências empreendedoras e o comportamento estratégico associado ao desempenho das organizações; -Investigar a relação entre competências empreendedoras e o comportamento estratégico, associados com a redução das chances de falência das empresas.
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