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ESTÉTICA AVANÇADA 
FACIAL
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Ana Paula Dambros Taschetto
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da 
Pós-Graduação EAD: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
 Prof.ª Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
 Prof.ª Cristiane Lisandra Danna
 Prof. Norberto Siegel
 Prof.ª Camila Roczanski
 Prof.ª Julia dos Santos
 Prof.ª Ariana Monique Dalri
 Prof.ª Bárbara Pricila Franz
 Prof. Marcelo Bucci
Revisão de Conteúdo: Elaine Watanabe
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2018
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
T197e
 Taschetto, Ana Paula Dambros
Estética avançada facial. / Ana Paula Dambros Taschetto – 
Indaial: UNIASSELVI, 2018.
126 p.; il. 
ISBN 978-85-53158-34-8
1.Face – Cuidado e higiene – Brasil. II. Centro Universitário 
Leonardo Da Vinci.
CDD 646.726 
Ana Paula Dambros Taschetto
Farmacêutica Bioquímica (UFSM/2003), 
mestre em Ambiente e Desenvolvimento 
(UNIVATES/2010), doutora em Ciências Fisiológicas 
(2016) e pós-doutoranda no Laboratório de 
Investigação de Doenças Crônicas (UFSC/2018). Possui 
ampla experiência docente (ministrando disciplinas 
de Fisiologia, Farmacologia, Farmacologia Clínica, 
Parasitologia e Epidemiologia para cursos da área da 
saúde) além de atuar na área Farmacêutica (Análises 
Clínicas, Farmácia e Assistência Farmacêutica).
Sumário
APRESENTAÇÃO ......................................................................7
CAPÍTULO 1
Acne ...........................................................................................9
CAPÍTULO 2
Processo de Envelhecimento Cutâneo ..............................37
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
Diferentes Técnicas e Recursos Faciais,
suas Atuações e Aplicabilidades nos
Diversos Tipos de Peles .......................................................69
Tratamento das Hiperpigmentações ou Hipocromias.....101
APRESENTAÇÃO
A disciplina Estética Avançada Facial aborda tópicos de grande relevância 
na área facial, buscando proporcionar ao aluno a compreensão dos mecanismos 
fisiológicos e patológicos envolvidos nos diferentes processos, para que este 
possa compreender mais facilmente os métodos empregados para prevenção e/
ou tratamento da pele facial.
O primeiro tema a ser tratado será a Acne, uma dermatose crônica de grande 
incidência no Brasil e no mundo. Neste capítulo, será estudada a etiopatogênese 
desta patologia, os diferentes tipos de acne, a importância do tratamento, tanto 
para remissão da acne, como para as cicatrizes deixadas por ela. 
Na sequência, o capítulo 2 tratará dos mecanismos fisiológicos e bioquímicos 
do processo de envelhecimento facial, bem como, os mecanismos de ação das 
principais técnicas empregadas para prevenção do envelhecimento. Além disso, 
também será estudado o impacto nocivo da radiação UV sobre a fisiologia das 
células da pele e sua correlação com o envelhecimento facial.
A disciplina também apresentará um enfoque sobre as diferentes técnicas 
e recursos faciais, seus mecanismos de ações e aplicabilidades destas técnicas 
para melhora da aparência da pele, redução da oleosidade, melhora das linhas 
de expressão, melhora da flacidez, entre outras. Ainda dentro do capítulo 3, serão 
estudados os diferentes tipos de pele e os respectivos cuidados que devem ser 
adotados para cada um deles.
No último capítulo, a disciplina abordará um tema bastante comum na prática 
clínica, que é o tratamento das hiperpigmentações. Para isso, serão estudados: o 
processo de pigmentação da pele, os fatores que podem interferir neste processo 
e os recursos terapêuticos disponíveis para o tratamento.
Em todos os capítulos da disciplina serão destacadas as principais indicações 
e contraindicações de cada uma das técnicas estudadas, com o objetivo de 
evidenciar ao aluno a importância da criteriosidade tanto na escolha, como na 
aplicação da técnica/método terapêutico.
Ao final da disciplina é importante que o aluno tenha compreendido os 
principais conceitos, procedimentos e mecanismos de ação das diversas técnicas 
estudadas para que possa aplicar na prática os conhecimentos adquiridos na 
disciplina.
CAPÍTULO 1
Acne
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 Compreender a etiopatogenia da acne e seu impacto na pele.
 Conhecer os diversos fatores que podem potencializar a formação e 
desenvolvimento da acne, bem como, suas manifestações e complicações 
clínicas.
 Identifi car as manifestações clínicas da acne e relacionar com os tratamentos 
específi cos.
10
 Estética Avançada Facial
11
ACNE Capítulo 1 
ConteXtualiZaçÃo
A pele, juntamente com os cabelos, pelos, unhas, glândulas sudoríparas 
e glândulas sebáceas compõem o nosso sistema tegumentar. A função mais 
importante da pele é formar uma barreira protetora entre o nosso corpo e o meio 
externo a ele, mas ela também tem uma participação muito importante na nossa 
autoestima, principalmente quando se trata de rosto. 
O mercado de tratamentos estéticos, seja para envelhecimento, fl acidez, 
cicatrizes, patologias dermatológicas, entre outros, cresce exponencialmente. Um 
refl exo é que o mercado estético brasileiro é o terceiro maior do mundo.
Dentre as patologias que afetam a pele, a acne, um tipo de dermatose 
crônica que afeta o folículo pilossebáceo, ganha destaque. Ela é considerada uma 
das doenças de pele mais prevalentes no mundo. Não se trata de uma doença 
contagiosa, mas como em boa parte dos casos, as lesões são bastante inestéticas 
e acabam por ter um forte impacto psicossocial.
Assim, este capítulo estará focado em descrever as causas da acne, o 
seu desenvolvimento, o agravamento ou regressão das lesões, bem como as 
cicatrizes que podem surgir, além de conhecermos os métodos de profi laxia e 
tratamento.
O Que é a Acne?
A acne é um tipo de dermatose crônica que afeta o folículo pilossebáceo, 
composto por pelos e suas bainhas, pelo músculo eretor do pelo e pela glândula 
sebácea. Trata-se de uma patologia não contagiosa, que acomete principalmente 
as áreas da pele com grandes concentrações de folículos pilossebáceos como a 
face, tórax anterior e dorso.
Para entendermos como a acne acomete os folículos pilossebáceos, é 
importante relembrarmos a organização da pele. Ela é constituída pela epiderme, 
derme e hipoderme, que é uma camada de tecido conjuntivo frouxo, também 
chamada de camada subcutânea. 
A camada mais externa, a epiderme, é constituída por epitélio estratifi cado 
escamoso e é composta majoritariamente por queratinócitos, que apresentam um 
processo de maturação bastante complexo, infl uenciado por fatores genéticos, 
sistêmicos e ambientais (SAMPAIO; RIVITTI, 2008). 
12
 Estética Avançada Facial
Na camada mais profunda da epiderme (camada germinativa ou basal), 
encontramos células basais e melanócitos que produzem a melanina. A melanina 
pode ser do tipo eumelanina (pigmento negro ou castanho) ou feomelanina 
(pigmento amarelo-avermelhado). São encontrados os dois tipos de melanina 
dentro de um mesmo melanócito, porém ocorre uma variação individual nas suas 
proporções.
A epiderme possui importante função germinativa, originando as demais 
camadas da epiderme através da progressiva diferenciação celular. A derme 
apresenta uma constituição totalmente diferente da epiderme, sendo composta por 
fi bras elásticas, vasos sanguíneos, folículos capilares, poros, glândulas sebáceas 
e sudoríparas. Na camada subcutânea está a base dos folículos capilares, além 
do tecido adiposo. 
As glândulas sebáceas estão localizadas na dermee são distribuídas por todo 
o corpo, com exceção das regiões palmares e plantares. Elas estão conectadas 
ao canal folicular principal, por meio de ductos sebáceos curtos e seu tamanho 
varia de forma inversa às dimensões do pelo, presente no folículo. 
As glândulas são responsáveis pela produção de sebo, constituído por 
triglicerídeos, ácidos graxos livres, produtos de degradação, colesterol com seus 
ésteres e o esqualeno (antioxidante), apresentando um aspecto viscoso e de cor 
amarelo claro (MAKRANTONAKI; GANCEVICIENE; ZOUBOULIS, 2011). 
Os pacientes com acne apresentam um acúmulo anormal de queratina no 
infundíbulo folicular, que promove a obstrução do folículo e a formação de um 
microcomedão. Como veremos mais adiante, a formação do microcomedão 
sinaliza o início do processo de desenvolvimento da acne. 
É constituído por células queratinizadas que vão se sobrepondo, aumentando 
de volume e, então, formam o chamado comedo. Pode ser do tipo fechado, 
também chamado de cravo branco, ou do tipo aberto, chamado de cravo preto. 
 O sebo de indivíduos com acne apresenta diferença na composição quando 
comparado ao de indivíduos não acometidos pela acne. Nos indivíduos com acne 
são observadas concentrações menores de triglicerídeos e de ácido linoleico 
(ácido graxo insaturado ômega-6 – ácido graxo essencial na dieta humana), e 
concentrações maiores de ésteres de cera (POWELL; BEVERIDGE, 1970). 
As variações na composição do sebo contribuem para a etiopatogênese da 
acne, pois ocorrendo aumento da secreção sebácea, há redução da concentração 
de ácido linoleico, acarretando defi ciência de ácidos graxos essenciais, prejudiciais 
para as células do epitélio folicular.
13
ACNE Capítulo 1 
Assim, devido à defi ciência de ácidos graxos essenciais, ocorre 
hiperqueratinização na região do infundíbulo glandular que, por sua vez, torna 
a barreira epidérmica menos efi ciente, permitindo o crescimento bacteriano e 
uma liberação aumentada de ácidos graxos livres (DOWNING et al., 1986). É 
importante ressaltar que quanto menor é a concentração de ácido linoleico no 
sebo, mais grave é a acne. 
Na puberdade, a taxa de ácido linoleico diminui na proporção inversa do 
número de lesões de acne. Assim, a redução na concentração do ácido linoleico é 
considerada um dos principais fatores etiopatogênicos da acne.
O aparecimento da acne está fortemente relacionado com as infl uências 
androgênicas, pois os hormônios são responsáveis pela ativação das glândulas 
sebáceas. A produção de hormônios andrógenos ocorre nas gônadas, glândulas 
adrenais e, também, no folículo pilossebáceo. 
No folículo são encontradas enzimas, que metabolizam os andrógenos 
circulantes, androstenediona e de hidroepiandrosterona (DHEA), em testosterona 
e di-hidrotestosterona. Os hormônios são ligados aos seus receptores, tanto 
no interior das glândulas sebáceas, como na bainha externa do folículo piloso, 
estimulando a produção de sebo (DOWNING et al., 1986).
Ao fi nal da primeira infância, quando inicia a produção de hormônios 
adrenais, ocorre um aumento na secreção sebácea em ambos os sexos, sendo 
mais pronunciada nos meninos. É neste período, em torno dos 11 anos nas 
meninas, e dos 12 anos nos meninos, que surge a forma mais comum de acne, a 
Acne Vulgar ou Juvenil. Felizmente, na maioria dos casos, a patologia se resolve 
espontaneamente no fi nal da segunda década de vida, mas em muitos casos, 
deixa cicatrizes que podem levar ao acometimento da saúde emocional.
No recém-nascido, as glândulas são moderadamente desenvolvidas, pois 
ele estava sob ação dos andrógenos maternos. Contudo, após o nascimento, as 
glândulas sebáceas entram em regressão e só serão desenvolvidas novamente 
na puberdade, por ação dos andrógenos (SAMPAIO; RIVITTI, 2008).
Relação da dieta com a acne. Você encontrará uma revisão 
científi ca atualizada sobre o tema. Disponível em: <http://sban.
cloudpainel.com.br/fi les/revistas_publicacoes/454.pdf>. Acesso em: 
21 maio 2018. 
14
 Estética Avançada Facial
Além da adolescência, a acne também pode ocorrer em outras fases da 
vida. Na vida adulta, a maior incidência é sobre mulheres e, o ciclo menstrual 
associado à variação hormonal, pode associar-se com hiperandrogenismo (alta 
concentração de hormônios androgênicos). 
É bastante comum ocorrer o agravamento pré-menstrual da acne, que pode 
ser parcialmente explicado pela diminuição do diâmetro de abertura do folículo dois 
dias antes do início da menstruação, levando à obstrução e ao desenvolvimento 
de acne.
Etiopatogenia
A acne apresenta uma etiopatogenia multifatorial, porém, entre os diversos 
fatores, ganham destaque:
• Hiperprodução sebácea.
• Hiperqueratinização folicular.
• Colonização bacteriana do folículo.
• Liberação de mediadores da infl amação no folículo e derme adjacente.
a) Hipersecreção sebácea
Como mencionado anteriormente, as glândulas sebáceas produzem o sebo, 
que desempenha um papel muito importante na proteção da pele, pois juntamente 
com os lipídios da queratinização, formam um fi lme lipídico na superfície cutânea. 
O recente estudo de revisão A global perspective on the 
epidemiology of acne relata uma prevalência de acne em 9.4% da 
população mundial, classifi cando-a como a oitava doença mais 
prevalente em todo o mundo. Além disso, o estudo relata que a 
acne é mais prevalente em meninas, em faixas etárias mais jovens, 
com aumento da prevalência em meninos, na medida que atingem 
a puberdade. Já os homens são mais propensos a ter acne do tipo 
mais grave (TAN; BHATE, 2015).
15
ACNE Capítulo 1 
Em média, o sebo é constituído por aproximadamente 57,5% de triglicerídeos 
e ácidos graxos livres, 26% de ésteres de cera, 12% de escaleno, 3% de ésteres 
de colesterol e 1,5% de colesterol (MAGIN et al., 2005).
Uma grande taxa de secreção sebácea leva ao decréscimo na 
concentração do ácido linoleico, acarretando defi ciência de ácidos 
graxos essenciais nas células do epitélio folicular. Provoca a redução 
da proteção da parede epitelial glandular, que pode ser agredida mais 
facilmente por ácidos graxos livres (AGL). 
Os AGLs são oriundos da hidrólise dos triglicerídeos pelas lipases 
do microrganismo Propionibacterium acnes (P. acnes), uma bactéria 
que coloniza o folículo pilossebáceo, levando à hiperqueratinização 
(hiperproliferação dos ceratinócitos e/ou separação inadequada dos 
corneócitos ductais), diminuindo a efi ciência da barreira epidérmica e, 
portanto, facilitando o crescimento bacteriano e infl amação dérmica 
(COSTA; ALCHORNE; GOLDSCHMIDT, 2008). 
Existem diferenças genéticas individuais na composição dos ácidos graxos 
livres (AGLs), que são originados da hidrólise dos triglicerídeos. Quanto maior for 
o tempo de exposição cutânea ao sebo, maior será a hidrólise dos triglicerídeos e, 
assim, ocorre aumento nos níveis de AGLs.
O ácido linoleico é precursor do ácido araquidônico, que é essencial para 
produção de uma série de mediadores lipídicos, sendo fundamental para a 
manutenção da função da barreira epidérmica. Assim, reduções nas concentrações 
ocasionam descamação celular no folículo pilossebáceo, ou seja, o “rompimento” da 
barreira de proteção epidérmica, levando à liberação de interleucina-1alfa (IL-1alfa). 
A interleucina pró-infl amatória é conhecida por estar presente nas fases 
iniciais do processo de instalação da acne. Portanto, o prejuízo na integridade 
da barreira epidérmica, facilitará o acesso de microrganismos, principalmente 
bactérias, ao interior do folículo pilossebáceo, culminando com a instalação do 
processo infl amatório e/ou infeccioso (HORROBIN, 1989). 
Como já mencionado, é na puberdade que inicia o desenvolvimento das 
glândulas sebáceas estimuladas pelos hormônios androgênicos, porém não 
signifi ca que a presença de uma hipersecreção sebácea e a eclosão da acne 
sejam exclusivamente por causa das alterações androgênicas. Existem outros 
fatores importantes na etiopatogenia da acne (SAMPAIO;RIVITTI, 2008).
Quando ocorrem elevações nas concentrações dos andrógenos circulantes, 
como na Síndrome de Cushing, ou na Síndrome dos Ovários Policísticos, nos 
Uma grande taxa de 
secreção sebácea 
leva ao decréscimo 
na concentração 
do ácido linoleico, 
acarretando 
defi ciência de ácidos 
graxos essenciais 
nas células do 
epitélio folicular. 
Provoca a redução 
da proteção da 
parede epitelial 
glandular, que pode 
ser agredida mais 
facilmente por ácidos 
graxos livres (AGL).
16
 Estética Avançada Facial
tumores produtores de andrógenos, na hiperplasia adrenal congênita ou na 
administração exógena de esteroides anabolizantes androgênicos, ocorrerá 
aumento na conversão local de testosterona em di-hidrotestosterona (realizada 
pela enzima 5-alfa-redutase). 
O metabólito formado é ainda mais potente que a testosterona e, entre suas 
inúmeras ações, promove o aumento da produção de sebo, podendo ocasionar a 
hipersecreção sebácea e o surgimento da acne (SAMPAIO; RIVITTI, 2008).
A enzima 5-alfa-redutase apresenta maior atividade nos queratinócitos infra-
infundibulares de indivíduos com acne, o que sugere uma maior capacidade 
das células em produzirem andrógenos ativos como a di-hidrotestosterona 
(LOURENÇO, 2011). É importante ressaltar que a conversão ocorre em meninos 
e meninas, porém com mais intensidade nos meninos.
Outra questão importante, em relação à etiopatogenia da acne, é a infl uência 
exercida pelo consumo de alguns alimentos. Um estudo realizado por Cordain et 
al. (2002) demostrou que, em indivíduos submetidos a dietas com baixo índice 
glicêmico, não se verifi cava a presença de acne vulgar. 
Já um outro estudo realizado por Kwon et al. (2012) mostrou que o consumo 
de uma dieta rica em alimentos com alto índice glicêmico está diretamente 
relacionado à patogênese da acne.
Curiosamente, a ingestão de leite e derivados, principalmente desnatados, 
também pode estar envolvida na patogênese da acne, pois levaria ao aumento 
dos níveis de fator de crescimento semelhantes à insulina -1 (IGF-1) e ao 
aparecimento da acne (ADEBAMOWO et al., 2006). 
Ainda, o hormônio de crescimento (GH), que apresenta os maiores níveis 
durante a puberdade/adolescência, age sobre o fígado, estimulando a produção 
de IGF-1, que estimula a produção de andrógenos pelas glândulas adrenais. 
Promove o aumento da proliferação, mas não da diferenciação dos queratinócitos 
e ativa a síntese de ácidos graxos, contribuindo para a hipersecreção sebácea 
(HARVEY; HUYNH, 2014). 
As evidências podem sugerir que altos níveis de insulina, associados ao 
IGF-1, poderiam estimular a síntese de andrógenos por vários tecidos do corpo 
que, por sua vez, estimulariam a hiperprodução sebácea e, provavelmente, o 
surgimento de acne (COSTA et al., 2008).
Nos últimos anos, o uso de suplementos ricos em aminoácidos de cadeia 
ramifi cada, por pessoas com o objetivo de aumentar a massa muscular, tem sido 
associado ao desenvolvimento de acne (PONTES et al., 2013). Tais suplementos 
17
ACNE Capítulo 1 
são ricos em arginina, isoleucina, lisina e caseína, ou seja, aminoácidos capazes 
de estimular a produção de sebo.
Em um estudo realizado por Chiu et al. (2003), sugere que o estresse também 
poderia estar envolvido com a patogênese da acne, uma vez que encontraram 
uma correlação positiva entre altos níveis de estresse e o agravamento da acne 
durante o período dos exames escolares.
b) Hiperqueratinização folicular
Nos folículos, há constantemente a descamação de queratinócitos que são 
carreados pelo sebo até a superfície da pele. A produção excessiva de células 
mortas contendo queratina é chamada de hiperqueratinização, decorrente da 
hiperproliferação e adesão dos queratinócitos, que ocorrem na porção proximal 
do infundíbulo do folículo.
A hiperqueratinização folicular é um dos fatores mais importantes 
para o surgimento da acne, pois leva ao bloqueio do ducto folicular, 
criando um tampão de queratina, que causa retenção do conteúdo 
sebáceo no interior da glândula. O processo leva à formação do 
microcomedão, que evolui ao comedo devido ao acúmulo de lipídios, 
bactérias, fragmentos celulares, entre outros.
A redução nos níveis de ácido linoleico no sebo, que ocorre 
devido à hipersecreção sebácea, é outro fator importante na formação 
dos comedões. Como citado anteriormente, a redução na concentração de tal 
ácido graxo essencial torna mais fácil a penetração de microrganismos e de 
ácidos graxos pró-infl amatórios e, assim, favorecendo a infl amação (HARVEY; 
HUYNH, 2014). 
Indivíduos com acne apresentam um sétimo da quantidade de ácido linoleico 
e, acredita-se que o défi cit na barreira de proteção ocorra pela má-formação da 
ceramida 1 (principal ceramida córnea), ocasionando aumento da queratinização 
da parede ductal, levando à formação das lesões (microcomedões e/ou comedões) 
(WERTZ et al., 1985).
c) Colonização bacteriana do folículo
 
A porção profunda do folículo sebáceo é colonizada pela bactéria 
Propionibacterium acnes (P. acnes), uma bactéria anaeróbica Gram-positiva do 
gênero Coryneobacterium, que utiliza a secreção das glândulas sebáceas como 
fonte de energia (NAKATSUJI et al., 2009). 
A hiperqueratinização 
folicular é um 
dos fatores mais 
importantes para o 
surgimento da acne, 
pois leva ao bloqueio 
do ducto folicular, 
criando um tampão 
de queratina, que 
causa retenção do 
conteúdo sebáceo no 
interior da glândula.
18
 Estética Avançada Facial
P. acnes possui enzimas esterases, que hidrolisam os triglicerídeos 
do sebo, liberando ácidos graxos que terão um papel irritante na 
parede do folículo e induzirão a queratinização da parede folicular 
tendo, portanto, um papel essencial no desenvolvimento da acne. 
O microrganismo é indutor de reação infl amatória, pois as 
proteínas de superfície do P. acnes estimulam as reações imunes que 
levam aos danos teciduais. A bactéria produz enzimas que facilitam a 
ruptura folicular (COSTA; ALCHORNE; GOLDSCHMIDT, 2008).
Também é comum ocorrer a produção de citocinas, como a 
interleucina-1 alfa (IL- 1alfa), interleucina-8 (IL-8), beta defensina-2 (βD-2), 
pelos queratinócitos presentes nos ductos. As interleucinas promoverão a quimiotaxia 
de leucócitos, infi ltração de neutrófi los para os locais de infecção pelo P. acnes (NAGY 
et al., 2006).
São encontrados nos comedões, anticorpos específi cos contra o P. acnes. 
Tais anticorpos acarretam a liberação de proteases hidrolíticas, que agem na 
parede folicular, fazendo com que ocorra a saída das substâncias irritantes para a 
derme, o que potencializa o processo.
Acredita-se que o aumento da colonização de P. acnes na superfície cutânea 
possa estar correlacionado com a hiperprodução de triglicerídeos ou de colesterol. 
A hipótese está embasada no fato de haver maior população de P. acnes na face e 
no tronco, que são locais onde há grande concentração de lipídeos nas glândulas 
sebáceas.
LiberaçÃo de Mediadores da 
InflamaçÃo no FolÍculo e Derme 
AdJacente
Hoje, reconhece-se o processo infl amatório como “personagem principal” na 
patogênese da acne, desde a formação até as cicatrizes deixadas por ela. Ainda 
não estão totalmente desvendados todos os fatores envolvidos na gênese do 
processo infl amatório.
Como mencionado, os indivíduos com acne apresentam maior secreção de 
sebo, que causa um aumento cumulativo dos ácidos graxos irritantes na pele. 
P. acnes possui 
enzimas esterases, 
que hidrolisam os 
triglicerídeos do 
sebo, liberando 
ácidos graxos que 
terão um papel 
irritante na parede do 
folículo e induzirão 
a queratinização 
da parede folicular 
tendo, portanto, um 
papel essencial no 
desenvolvimento da 
acne.
19
ACNE Capítulo 1 
Ainda, as substâncias que compõem os comedões, são quimiotáticas para 
leucócitos mononucleares (linfócitos e monócitos).
Também, espécies reativas de oxigênio (EROs), que são geradas a níveis 
baixos e lentos no metabolismo aeróbiconormal pela redução do oxigênio, 
apresentam papel importante no processo infl amatório em pacientes acneicos. 
As EROs podem induzir respostas imunológicas, pela ativação do factor 
nuclear kappa B (NF-kB) e da proteína ativadora-1 (AP-1), que são fatores de 
transcrição envolvidos na resposta celular a estímulos como o estresse, citocinas, 
radicais livres, infecções por bactérias e também por vírus (GILMORE, 1999; 
HESS; ANGEL; SCHORPP-KISTNER, 2004). 
Entretanto, a pele é equipada com enzimas antioxidantes como a glutationa 
peroxidase e moléculas não enzimáticas (vitaminas E, betacaroteno, ubiquinona 
e glutationa). Quando o estresse oxidativo supera a ação antioxidante dos 
compostos da pele, ocorre alteração da homeostase celular e pode originar 
processos degenerativos. 
Na verdade, os EROs induzem para a peroxidação lipídica, ou seja, para 
a degeneração oxidativa de ácidos graxos poli-insaturados, levando à formação 
de aldeídos altamente reativos que ocasionam danos às proteínas, apoptose ou 
liberação de mediadores indutores de infl amação (KURUTAS; ARICAN; SASMAZ, 
2005).
Já foi sugerido que níveis reduzidos das enzimas antioxidantes, associados 
a níveis aumentados de EROs, estão relacionados com a acne vulgar (AL-
SHOBAILI, 2014). Sabe-se que a peroxidação lipídica de ácidos graxos como, 
por exemplo, do esqualeno, leva à formação de EROs, tanto intracelulares, como 
extracelulares. 
Assim, o P. acnes tem uma participação bastante expressiva, pois quando os 
queratinócitos são expostos ao microrganismo, ocorre a produção de EROs pelas 
proteínas de superfície. 
Acredita-se que o P. acnes seja um dos principais indutores do processo 
infl amatório, uma vez que produz enzimas que estão envolvidas no processo de 
ruptura folicular e difusão de mediadores celulares a partir do folículo sebáceo. 
Soma-se o fato do P. acnes estimular os monócitos, aumentando a secreção de 
citocinas pró-infl amatórias, como a interleucina 1-beta (IL1-beta) e a expressão 
dos genes caspase 1.
20
 Estética Avançada Facial
 Todavia, mais recentemente, foi sugerido que o processo infl amatório estaria 
presente mesmo antes da formação do comedão. A sugestão pode ser sustentada 
pela existência de linfócitos T CD4+, macrófagos e níveis aumentados de IL-1 nos 
folículos pilossebáceos (TANGHETTI, 2013). 
Em 2017, foi publicado um artigo de revisão que traz, de forma 
resumida, mas muito atualizada, os fatores envolvidos na patogênese 
da acne. Acesse: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/
PMC5749694/pdf/jcad_10_10_18.pdf>. Acesso em: 21 maio 2018.
Atividade de Estudos:
 1) Explique o que é a acne. Por que ela apresenta maior 
incidência em adolescentes?
 ____________________________________________________
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 2) Por que o P. acnes tem uma grande participação na patogênese 
da acne?
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21
ACNE Capítulo 1 
Manifestações ClÍnicas
As principais manifestações clínicas observadas na acne podem 
variar muito de um indivíduo para o outro e ocorrem devido à diversidade 
de fatores causadores da patologia. Como já estudadas, variações nas 
concentrações de andrógenos, na composição do sebo, o consumo de 
alguns alimentos, fatores genéticos, dentre outros, podem originar acne, 
e dependendo da intensidade das alterações, bem como da associação 
desses fatores, são observadas diferentes manifestações clínicas. 
De acordo com Figueiredo et al. (2014), as principais manifestações 
clínicas da acne são:
• Comedão – surge em consequência do aumento da espessura da camada 
córnea da epiderme, obstruindo o folículo piloso, sendo considerado a lesão 
inicial da acne. Os comedões podem ser fechados, conhecidos como pontos 
brancos, ou abertos, conhecidos como pontos negros. 
• Pápula – elevação sólida, geralmente de coloração avermelhada, que possui 
tamanho inferior a 1 cm e surge como área de edema ao redor do comedão.
• Pústula – derivada da pápula, mais profunda, com um ponto purulento central, 
pode desaparecer em alguns dias, mas há a possibilidade de deixar cicatrizes. 
• Nódulo – lesões infl amatórias profundas e dolorosas com estrutura idêntica à 
pápula, mas com dimensões maiores, podendo atingir 2 cm. 
• Cicatriz – alteração causada pela presença de pele atrófi ca, que resulta da 
destruição do folículo pilossebáceo ocasionado pelo processo infl amatório.
Basicamente, a acne pode ser classifi cada como acne não-infl amatória, 
quando apresenta somente comedões, não apresentando sinais infl amatórios, 
e acne infl amatória, quando há a instalação de um processo infl amatório que, 
segundo o número, a intensidade e as características das lesões, será classifi cada 
em formas clínicas de graus diferentes (II, III, IV e V).
Você teve ou tem acne? Tente lembrar como era sua pele e de 
seus colegas no início da puberdade. Você sentiu ou sente algum 
tipo de alteração no seu comportamento psicossocial devido à acne? 
Você fez ou faz tratamento para acne? 
Como já estudadas, 
variações nas 
concentrações de 
andrógenos, na 
composição do sebo, 
o consumo de alguns 
alimentos, fatores 
genéticos, dentre 
outros, podem originar 
acne, e dependendo 
da intensidade das 
alterações, bem 
como da associação 
desses fatores, são 
observadas diferentes 
manifestações 
clínicas.
22
 Estética Avançada Facial
Acne NÃo-InflamatÓria
a) Acne comedônica ou Acne de grau I
É o tipo de acne mais simples, apresentando a presença de comedões. Em 
alguns casos, podem estar presentes pápulas e, mais raramente, em pústulas 
foliculares. Segundo Sampaio e Rivitti (2008), os tipos de comedões mais 
comumente encontrados são:
• microcomedões: formados pelo acúmulo de corneócitos no infundíbulo 
do folículo pilossebáceo, produzindo uma dilatação visível somente ao 
microscópio;
• comedões fechados (cravo branco): o acúmulo de corneócitos na parte 
acroinfundibular leva para a forma esférica, com cor esbranquiçada, sendo 
identifi cados quando a pele é distendida;
• comedões abertos (cravo preto): ocorre devido ao acúmulo de corneócitos, 
sebo e colonização pelo P. acnes, apresentando cor escura na extremidade 
devido à presença de melanina.
Figura 1 – Fotografi a da testa de paciente com acne comedônica
Fonte: Disponível em: <http://www.dermis.net/dermisroot/
en/36338/image.htm>. Acesso em: 18 maio 2018.
Acne InflamatÓria
A acne infl amatória, como o nome já diz, é caracterizada pela presença de 
processo infl amatório no folículo polissebáceo, apresentando um grande infi ltrado 
de citocinas infl amatórias, neutrófi los, monócitos, dentre outras substancias que 
participam do processo. 
Segundo Sampaio e Rivitti (2008), a acne infl amatória pode ser classifi cada 
da seguinte forma:
23
ACNE Capítulo 1 
a) Acne pápulo-pustulosa ou Acne de grau II
Este tipo de acne é caracterizado pela presença de:
- Comedões abertos.
- Algumas pápulas.
- Eritrema infl amatório em alguns pacientes.
- Seborreia na maioria dos pacientes.
- Processo infl amatório intenso. 
Figura 2 – Foto do rosto do paciente com acne pápulo-pustulosa
Fonte: Disponível em: <http://www.dermis.net/dermisroot/
en/36371/image.htm>. Acesso em: 18 maio 2018.
b) Acne nódulo-abscedante ou Acne grau III
Também pode ser conhecida como Acne nódulo-cística. É caracterizada pela 
presença de:
- Comedõesabertos.
- Pápulas.
- Pústulas.
- Seborreia.
- Em boa parte dos casos aparecem também nódulos furunculoides, que 
eliminam pus. 
24
 Estética Avançada Facial
Figura 3 – Fotografi a do rosto de paciente com acne nódulo-abscedante
Fonte: Disponível em: <http://www.dermis.net/dermisroot/
en/36443/image.htm>. Acesso em: 11 jun. 2018.
c) Acne conglobata ou Acne grau IV
É considerado o tipo mais grave de acne. É mais comum entre os homens, 
incidindo principalmente na face e pescoço. Caracteriza-se pela presença de:
- Nódulos purulentos.
- Abscessos grandes e numerosos.
- E, na grande maioria dos casos, ocorre a formação de fístulas que drenam pus.
Figura 4 – Rosto de paciente com acne conglobata
Fonte: Disponível em: <http://www.dermis.net/dermisroot/
en/36714/image.htm>. Acesso em: 18 maio 2018.
25
ACNE Capítulo 1 
d) Acne fulminante ou Acne grau V
É um tipo raro de acne e caracteriza-se pela presença de:
- Acne nódulo-abscedente ou conglobata.
- Febre.
- Leucocitose.
- Eritrema Infl amatório.
- Hemorragia nas lesões.
Figura 5 – Fotografi a do ombro de paciente com acne fulminante
Fonte: Disponível em: <http://www.dermis.net/dermisroot/
en/36734/image.htm>. Acesso em: 18 maio 2018.
Além dos principais tipos de acne citados, classifi cados conforme suas 
características clínicas, também podemos encontrar outros tipos de acne 
classifi cados conforme os fatores que a originam:
• Acne Vulgar ou Juvenil
- Forma mais comum.
- Relacionada com o aumento na produção de andrógenos no início da puberdade.
- Grande prevalência na adolescência (85%).
- Acomete ambos os sexos.
- Geralmente regride de forma espontânea após os 20 anos.
• Hiperandrogênica
- Ocorre em 40% das mulheres portadoras da Síndrome do Ovário policístico.
- Está relacionada com variações hormonais.
- Apresenta difícil tratamento.
26
 Estética Avançada Facial
• Acne Neonatal, Infantil ou Pustulose Cefálica Neonatal
- Originada nas primeiras semanas de vida.
- Incide principalmente no nariz, fronte e bochechas.
- As lesões desaparecem em algumas semanas, quando não existirem mais 
andrógenos de origem materna.
• Pré-menstrual
- Tipo de acne bastante comum entre as mulheres.
- Provocada por variações nas concentrações hormonais durante o período pré-
menstrual.
- Lesões tendem a desaparecer após o período.
• Ocupacional
- É decorrente do contato com substâncias químicas durante o expediente de 
trabalho.
- Leva à formação de comedões fechados e cistos infl amatórios.
- Em alguns casos, ocorre a formação de lesões nas áreas onde ocorreu o contato.
• Solar ou Estival
- É decorrente de queimadura solar, que leva à formação de edema óstio folicular.
- O quadro pode ser agravado pela oleosidade de cosméticos/protetores solares.
Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, uma má 
higienização da pele, não obrigatoriamente, causa acne, pelo 
contrário, uma higienização excessiva e mais agressiva pode 
causar traumas que deixariam a pele mais exposta à contaminação 
bacteriana. Ainda, não há comprovação científi ca sobre a melhora da 
acne após exposição ao sol (MAGIN et al., 2005).
27
ACNE Capítulo 1 
Tipos de CicatriZes
As cicatrizes deixadas pela acne estão relacionadas principalmente 
com a gravidade da acne, pois elas são consequência da intensidade 
do dano causado pelo processo infl amatório no folículo polissebáceo. 
Quanto mais profunda for a lesão, maior será a chance do paciente 
apresentar cicatrizes. As cicatrizes de acne podem ser classifi cadas em:
a) Atrófi cas
Acredita-se que o tipo de cicatriz seja consequência da degradação 
enzimática das fi bras de colágeno e gordura, porém, apesar dos inúmeros 
estudos, sua patogênese ainda não está completamente clara, pois alguns 
pacientes apresentam cicatrizes e outros não.
A perda local da integridade tecidual está diretamente relacionada com o grau 
de profundidade e com a duração do processo infl amatório. Portanto, a realização 
de tratamento precoce da acne pode ser efi caz em prevenir o aparecimento de 
cicatrizes, principalmente quando se tratar de acne do tipo infl amatória.
Segundo Jacob et al. (2001 apud NEGRÃO, 2017), este tipo de cicatriz pode 
ser subdividido em 3 tipos, conforme Quadro 1.
As cicatrizes 
deixadas pela acne 
estão relacionadas 
principalmente 
com a gravidade 
da acne, pois elas 
são consequência 
da intensidade do 
dano causado pelo 
processo infl amatório 
no folículo 
polissebáceo.
Quadro 1 – Subtipos de cicatrizes atrófi cas e suas características
Subtipo de 
cicatriz atrófi ca Características
Ice Pick
- Depressões cilíndricas em forma de “V”.
- Estreitas e profundas.
- Estendem-se para o interior da derme.
- Podem atingir o tecido subcutâneo.
- São mais resistentes ao tratamento.
- Apresentam difícil identifi cação.
- Pacientes costumam chamar de “furo”.
Box Scar
- Arredondadas com depressões ovais – formato de “U”.
- Bordas nítidas.
- Geralmente, decorrem de lesões superfi ciais.
- Assemelham-se a cicatrizes de varicela.
- Podem ser classifi cadas em rasas ou profundas, dependendo da lesão.
ROLLING
- Grandes depressões superfi ciais.
- Apresentam pouca demarcação.
- Extensão vertical é limitada pela profundidade da espessura da epiderme.
Fonte: Extraído e adaptado de Jacob et al., 2001 (apud Negrão, 2017, p. 58).
28
 Estética Avançada Facial
b) Elevadas
São elevações que aparecem no local onde havia lesão de acne. Podem 
ser divididas em papulosas, hipertrófi cas e queloideanas. As duas últimas são 
consequência de respostas anormais/exageradas, geralmente em relação à 
fi brótica, a lesões profundas que atingem a derme. 
O tipo de cicatriz tem um impacto psicológico importante, pois apresenta um 
aspecto pouco estético. Felizmente, são menos frequentes. No Quadro 2, estão 
relacionados os subtipos das cicatrizes elevadas e suas características.
Quadro 2 – Subtipos de cicatrizes elevadas e suas características
Subtipo de 
cicatriz elevada Características
Hipertrófi ca
- Aparece em algumas semanas após a lesão.
- Caracterizada por placas espessas e salientes na área onde havia a lesão.
- Apresenta a mesma coloração da pele, mas em alguns casos pode ter 
coloração rosa ou pruriginosa.
- Apresenta regressão espontânea, em torno de 6 meses a 1 ano.
Queloideanas
- Aparecem após meses ou anos da lesão.
- Suas bordas ultrapassam o limite da lesão.
- Apresentam o aspecto de placas fi brosas duras.
- Geralmente acabam por piorar com o passar do tempo.
- Quando retiradas, podem apresentar recidivas.
- Apresentam coloração rosada.
- Pacientes, geralmente, sentem dor e coceira.
- Ocorre redução de folículos pilosos e glândulas sebáceas na área da cicatriz.
Papulosas
- Elevações distensíveis.
- Apresentam maior incidência na região mentoniana e tronco;
- Com coloração avermelhada, arroxeada ou esbranquiçada.
Fonte: Adaptado de Negrão (2017, p. 63-68).
Além das cicatrizes atrófi cas e elevadas, também pode ser observado um 
quadro de hipercromia pós-infl amatória nos locais da lesão. Não é considerada 
uma cicatriz de acne, na verdade, são alterações na pigmentação da região da 
lesão devido ao aumento na produção de melanina. 
Determinado tipo de alteração também pode ocorrer em outras situações 
patológicas como: infecções cutâneas, reações alérgicas, traumas, reações 
fototóxicas, dentre outras (NEGRÃO, 2017, p. 68).
29
ACNE Capítulo 1 
Os indivíduos portadores da hiperpigmentação, geralmente, apresentam 
máculas de cor rosada ou marrom, conforme a profundidade da lesão e a 
coloração da pele do indivíduo. 
Segundo Ferreira e D’Assumpção (2006), as lesões são consequência da 
liberação de mediadores infl amatórios, que estimulam o melanócito a produzir 
melanina e, assim, a exposição solar piora o quadro. Geralmente, o quadro 
regride de 3 a 24 meses após o aparecimento.
Tratamentos
Na literatura, existem inúmeras técnicas e métodos que podem 
ser empregados no tratamento da acne,tanto em relação à melhora 
do aspecto da pele, como em relação à contenção do grau de 
comprometimento dela. Entretanto, de forma geral, no tratamento da 
acne, são empregadas substâncias tópicas, como peróxido de benzoíla, 
retinoides ou ácido azeláico, e medicamentos orais anti-infl amatórios, 
antibióticos e antiandrógenos.
É importante lembrar que boa parte dos medicamentos empregados no 
tratamento da acne podem levar ao aparecimento de efeitos adversos, que 
Atividade de Estudos: 
 1) Como a acne apresenta diferentes tipos, é importante identifi car 
as manifestações clínicas de cada um deles. Para ajudar você a 
conhecer melhor os diferentes tipos de acne, faça a atividade a 
seguir correlacionando as colunas:
 (a) Acne Comedônica
 (b) Acne Pápulo-pustulosa
 (c) Acne Nódulo-abscedante
 (d) Acne Conglobata
( ) Presença de abscessos 
que formam fístulas.
( ) Presença de comedões 
fechados e/ou abertos.
( ) Presença pápulas, pústulas 
e nódulos furunculoides.
( ) Presença de comedões 
abertos, pode conter pápulas.
Fratamento da acne, 
são empregadas 
substâncias tópicas, 
como peróxido de 
benzoíla, retinoides 
ou ácido azeláico, e 
medicamentos orais 
anti-infl amatórios, 
antibióticos e 
antiandrógenos.
30
 Estética Avançada Facial
são pouco toleráveis pelo paciente, levando à falta de aderência/segmento do 
tratamento.
Segundo Manfrinato (2009), o tratamento clínico da acne é, geralmente, 
baseado no tipo de acne e no seu grau de acometimento. Podendo então, o seu 
tratamento envolver:
- Cuidados profi láticos (higiênicos e alimentares).
- Uso de medicamentos orais e tópicos (anti-infl amatórios, antibióticos, 
cosméticos, dentre outros).
- Uso de recursos terapêuticos (limpeza de pele, luz pulsada, microdermoabrasão, 
dentre outros).
- Tratamento cirúrgico.
- Tratamento alternativo (acupuntura, fi toterapia, dentre outros). 
Atualmente, já é um consenso que os tratamentos alternativos contribuem 
para a melhora dos diversos tipos de acne. A seguir, você conhecerá os principais 
tratamentos e em que situações eles são importantes.
a) Limpeza de pele: é recomendada para remoção de comedões e, 
assim, impedir que os folículos pilossebáceos sejam infectados.
b) Peelings: são utilizados para reduzir as manchas e cicatrizes mais 
superfi ciais da acne.
c) Microdermoabrasão: é recomendado para promover a 
uniformização da pele.
d) Despigmentantes: são recomendados para diminuir as manchas 
que surgem nos locais das lesões da acne.
e) Crioterapia: recomendada para lesões localizadas e severas que 
não respondem ao tratamento tópico e/ou sistêmico.
f) Geoterapia: recomendada para desintoxicação da pele devido a 
suas propriedades infl amatórias e bacterecida.
g) Cataplasmas: devido às propriedades anti-infl amatória e bactericida 
da argila, são recomendados para atenuar principalmente o processo 
infl amatório.
h) Laserterapia e Fototerapia: são recomendados pelas propriedades 
terapêuticas anti-infl amatória, bactericida e pela sua capacidade de 
reorganizar o colágeno da pele. 
Fonte: Extraído e adaptado de Pimentel (2008, p. 50-65) e Spethmann (2007, p. 45).
31
ACNE Capítulo 1 
A acne deve ser tratada o mais precoce possível, tanto por fatores 
estéticos, como também para preservar a saúde da pele e psíquica 
do portador da patologia. Ainda, já é de conhecimento popular que, 
a manipulação (“espremer”) das lesões de acne, pode agravar a 
infl amação/infecção e deixar cicatrizes na pele afetada. 
A escolha do tratamento irá variar conforme a gravidade e a 
localização das lesões, sendo importante a análise criteriosa. Segundo 
a Sociedade Brasileira de Dermatologia (2018), nas formas brandas o tratamento, 
geralmente, é apenas local, havendo possibilidade do emprego de medicamentos 
individuais ou combinados. Os mais empregados são o ácido salicílico, peróxido 
de benzoíla, retinoides (tretinoína, adapaleno), antibióticos (clindamicina e 
eritromicina) e ácido azeláico.
Nos casos em que não ocorre melhora apenas com o uso medicamentoso 
tópico, é associado o tratamento por via oral, utilizando outros antibióticos como, 
por exemplo, doxiciclina, tetraciclina, sulfametoxazol-trimetoprim. 
Caso ainda não ocorra melhora, é indicado o uso de isotretinoína oral, 
mesmo em casos moderados, mas claro, se o paciente não possuir nenhuma 
contraindicação. 
A isotretíona é um fármaco retinoide que inibe a função das glândulas 
sebáceas e a queratinização, sendo amplamente empregada no tratamento da 
acne grave (UDA; WANCZINSKI, 2008), pois demonstra excelentes resultados. 
Entretanto, merece bastante atenção, existindo vários protocolos a serem 
seguidos antes da sua prescrição, bem como, uma série de exames para 
acompanhamento de parâmetros sanguíneos do usuário. A PORTARIA Nº. 1159, 
DE 18 DE NOVEMBRO DE 2015 trata do Protocolo de uso da isotretinoína no 
tratamento da acne grave. 
É importante ressaltar que procedimentos complementares ao tratamento, 
como a extração de “cravos”, peelings químicos, microdermabrasão, infi ltração 
com corticoides em lesões nodulares ou em cicatrizes elevadas, são bastante 
efi cazes no controle da acne. O tratamento cirúrgico da acne é indicado somente 
quando existir a necessidade da extração de comedões. Também, podem ser 
realizadas injeções intralesionais de corticoides. 
A acne deve ser 
tratada o mais 
precoce possível, 
tanto por fatores 
estéticos, como 
também para 
preservar a saúde 
da pele e psíquica 
do portador da 
patologia.
32
 Estética Avançada Facial
Se você desejar conhecer mais sobre a acne, existem bons 
livros sobre o assunto:
NEGRÃO, M. M. C. Cicatrizes de acne: da avaliação ao tratamento. 
1. ed. São Paulo: CR8 Editora, 2017.
SAMPAIO, S. A. P.; RIVITTI, E. A. Dermatologia. 3. ed. São Paulo: 
Artes Médicas, 2008.
AZULAY, R. D.; AZULAY, D. R. Dermatologia. 3. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2004. 664p.
Atividade de Estudos:
 Como a Isotretinoína é um fármaco amplamente empregado no 
tratamento da acne, é importante conhecer um pouco mais sobre 
esse fármaco. Disponível em: <http://conitec.gov.br/images/
Protocolos/ProtocoloUso_Isotretinoina_2015.pdf>. Acesso em: 
18 maio 2018. Acesse e responda os questionamentos a seguir: 
 1) Por que o tratamento com isotretinoína oral para acne deve ser 
restrito aos casos mais graves e refratários da doença?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________ 
____________________________________________________
____________________________________________________
 2) Em média, qual o tempo de tratamento com isotretinoína? Há a 
possibilidade do tempo ser estendido?
 ____________________________________________________
____________________________________________________ 
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
 
33
ACNE Capítulo 1 
 3) Por que os pacientes que fazem uso da isotretinoína precisam 
fazer monitorização do perfi l lipídico?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
 4) Por que após o término do tratamento com isotretinoína o 
paciente deve fazer acompanhamento médico?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
 5) Quais são os efeitos adversos mais comuns observados nos 
pacientes em uso de isotretinoína?
 ________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
Algumas Considerações
Neste capítulo, você pôde conhecer a etiopatogênese da acne e compreender 
os diferentes tipos que podem acometer a pele. Ainda, o capítulo lhe mostrou a 
importância do tratamento, tanto para remissão da acne, como para as cicatrizes 
deixadas por ela. 
Por se tratar de uma dermatose crônica de grande incidência no Brasil e 
no mundo, a acne ganha destaque dentre as demais patologias dermatológicas. 
Assim, é muito importante que você compreenda como as lesões no folículo 
pilossebáceo acarretam as manifestações clínicas da acne. É importante que 
você consiga relacionar os tipos de acne com os tratamentos específi cos.
Devido ao impacto psicossocial, principalmente em adolescentes, é muito 
importante que o tratamento seja iniciado o quanto antes, pois já está bem 
34
 Estética Avançada Facial
consolidado na literatura que a baixa estima e o isolamento social, muitas vezes como 
consequências do bullying sofrido, podem levar ao desenvolvimento de depressão.
No próximo capítulo, abordaremos os processos do envelhecimento cutâneo, 
e iremos compreender os mecanismos fi siológicos envolvidos no processo de 
envelhecimento da pele e os diversos fatores envolvidos no processo.
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CAPÍTULO 2
Processo de Envelhecimento 
Cutâneo
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 Compreender os mecanismos fi siológicos e bioquímicos envolvidos no 
processo de envelhecimento da pele.
 Estudar os diferentes fatores envolvidos no envelhecimento fi siológico ou 
potencializadores/antecipatórios do envelhecimento.
 Identifi car os diferentes tipos de envelhecimento e seus estágios.
38
 Estética Avançada Facial
39
PROCESSO DE ENVELHECIMENTO CUTÂNEO Capítulo 2 
ConteXtualiZaçÃo
Nas últimas décadas, temos percebido um aumento nos estudos que buscam 
compreender o processo de envelhecimento, principalmente por causa do 
aumento da expectativade vida da população. Assim, o envelhecimento da pele, 
em especial da face, conhecida como nosso “cartão de visita”, tem tido destaque 
no mercado estético, seja para prevenir, retardar ou melhorar a aparência. 
Assim, estudaremos, neste capítulo, o processo de envelhecimento 
cutâneo, compreendendo os mecanismos moleculares, bioquímicos e fi siológicos 
envolvidos, bem como os diferentes fatores que o induzem e o potencializam. 
Compreenderemos que o envelhecimento é um fenômeno natural e 
progressivo e que ocorrem alterações estruturais nas camadas que compõem a 
pele, principalmente pela produção de radicais livres que induzem enzimas que 
degradam proteínas importantes na composição estrutural e funcional da pele.
Fatores externos ao nosso organismo, com destaque para a radiação UV, 
potencializam o processo natural de envelhecimento, causando efeitos danosos 
nas diferentes camadas da pele. A radiação UV tem ação direta no DNA das 
células da pele e a exposição prolongada deve ser evitada.
Envelhecimento Cutâneo
O envelhecimento é um fenômeno fi siológico, progressivo e irreversível 
caracterizado pelo declínio funcional e estrutural das diferentes camadas da pele. 
Para que possamos entender como ele causa alterações na pele, precisamos 
estudar a estrutura organizacional e funcional da pele.
Estrutura da Pele
A pele é o maior órgão do corpo humano, correspondendo a 15% do peso 
corporal. É responsável por criar uma barreira entre o meio interno e o meio 
externo, mantendo o meio interno em equilíbrio, protegendo-o das agressões 
externas, participando do controle da temperatura corporal, além de também 
assumir funções sensoriais, imunológicas e bioquímicas. Como os demais órgãos 
que compõem o corpo humano, a pele também sofre alterações com o processo 
de envelhecime nto.
40
 Estética Avançada Facial
Ela não apresenta a mesma composição em todas as partes do corpo. A 
palma das mãos e a planta dos pés, por exemplo, apresentam uma epiderme com 
várias camadas celulares, além de uma camada superfi cial espessa de queratina, 
também chamada de pele grossa (ou espessa). As regiões também não possuem 
pelos e glândulas sebáceas, porém possuem glândulas sudoríparas.
 
As demais regiões do corpo e rosto apresentam uma epiderme com poucas 
camadas celulares e uma delgada camada de queratina, sendo denominada pele 
fi na (ou delgada).
Como já estudada no capítulo anterior, estruturalmente a pele é constituída 
de três camadas: epiderme, derme e hipoderme (ou tecido subcutâneo).
a) Epiderme
É a camada mais superfi cial, avascularizada e com um epitélio estratifi cado 
pavimentoso queratinizado. Nessa camada existem quatro tipos de células: 
queratinócitos (mais abundantes), melanócitos, células de Langerhans e células 
de Merkel.
Conforme o grau de maturação dos queratinócitos, podem ser distinguidas 
cinco camadas celulares: extrato germinativo ou basal, estrato espinhoso ou 
malpighiano, estrato granuloso e estrato córneo (o mais superfi cial) (DIAS, 2008).
O estrato basal é o mais profundo, é situado na membrana basal que separa a 
derme da epiderme. Ele contém as células-tronco da epiderme (queratinoblastos) 
com alta capacidade mitótica, assim também é chamado de germinativo. As 
células sofrem diferenciação celular originando os queratinócitos. 
Na medida em que as células sofrem diferenciação, elas se movem para as 
camadas mais superfi ciais. Assim, são consideradas responsáveis pela renovação 
contínua da pele, que pode ocorrer em um período que varia de 25 a 50 dias.
Os melanócitos são células arredondadas com longos prolongamentos, 
geralmente presentes na junção da derme com a epiderme ou entre os 
queratinócitos do estrato basal da epiderme. Tais células oxidam o aminoácido 
tirosina em 3,4-di-hidroxifenilalanina (DOPA) com auxílio da enzima tirosinase, 
levando à produção de melanina, um pigmento pardo-amarelado para marrom-
escuro (BERG; TYMOCZKO; STRYER, 2002).
Os grânulos de melanina produzidos são introduzidos nos queratinócitos do 
estrato basal e do estrato espinhoso. A melanina é responsável pelo escurecimento 
da pele por exposição à luz solar. 
41
PROCESSO DE ENVELHECIMENTO CUTÂNEO Capítulo 2 
O processo resulta, inicialmente, no escurecimento da melanina preexistente 
através da foto-oxidação e, posteriormente, na aceleração do processo de síntese 
de melanina e da sua transferência aos queratinócitos. Nos queratinócitos, 
a melanina é concentrada no núcleo com a fi nalidade de proteger o material 
genético da radiação ultravioleta, como veremos mais adiante.
As células de Merkel estão apoiadas na membrana basal, na parte mais 
profunda da epiderme. Elas são mecanorreceptores (receptores sensoriais) que 
conferem a sensibilidade táctil à pele. Estão presentes em peles sujeitas à fricção, 
manipulação, locomoção, como a palma das mãos e planta dos pés (JUNQUEIRA; 
CARNEIRO, 2004).
O estrato espinhoso é chamado assim porque, no corte histológico, as pontes 
intercelulares parecem espinhos, apresentando como principal característica a 
presença de desmossomos nas células, que promovem grande adesão. 
Ainda, é constituído por agregados densos de fi lamentos de queratina, 
concentrados na periferia dos queratinócitos e em projeções da célula que 
terminam nos desmossomos. O estrato é crucial para a integridade e estabilidade 
da epiderme.
 No estrato espinhoso também se encontram as células de Langerhans, com 
o importante papel na imunidade da pele, uma vez que fagocitam e processam 
os antígenos estranhos. Determinadas células são fundamentais para a resposta 
imunológica, pois apresentam os antígenos capturados aos linfócitos T que 
iniciam a resposta imunológica (CARVALHO, 2014).
O estrato granuloso é constituído de duas até cinco camadas de células 
pavimentosas. Nele, as células perdem o núcleo e os fi lamentos de queratina, 
e se agregam para formar microfi brilas, fazendo com que a membrana celular 
seja substituída por um invólucro constituído de proteínas reticuladas com lipídios 
covalentemente ligados à superfície. 
Ocorre a síntese de colesterol, de ácidos graxos livres e ceramidas, que são 
acondicionados e, posteriormente, exocitados para o espaço intercelular para 
formar uma barreira impermeável à água, ou seja, para impedir a desidratação do 
tecido.
O estrato córneo é constituído por cerca de 10 a 15 camadas de células 
achatadas que se assemelham a escamas. As células são pavimentosas, 
anucleadas e queratinizadas. Os queratinócitos passam a ser chamados de 
corneócitos, pois atingem o estado máximo de diferenciação. 
42
 Estética Avançada Facial
No estrato, observamos que as células estão circundadas por uma estrutura 
lipídica lamelar, que tem por função promover coesão entre os corneócitos 
através da formação de uma estrutura rígida constituída por lipídios (20-25%) 
(ceramidas, ácidos graxos, triglicerídeos, ésteres de colesterol e fosfolipídios) e, 
principalmente, por proteínas (75-80%) (RANG et al., 2016).
Devido às propriedades estruturais, o estrato apresenta um papel muito 
importante na composição da barreira à permeação, sendo fundamental no 
controle da absorção percutânea .
No estrato córneo também há melanócitos, células de Langerhans e células 
de Merckel, ou seja, além de proteção ao atrito, também protegem contra a 
invasão de microrganismos e auxiliam na sensibilidade. As células superfi ciais 
desse estrato descamam com a abrasão e não apresentam desmossomos.
Na literatura, alguns autores falam do estrato lúcido, que se torna evidente 
somente em peles espessas, não sendo observado nas demais. Nele, observam-
se células transparentes, com aparência achatada em estado de degeneração ou 
 mortas (CARVALHO, 2014).
b) Derme
A derme, situada logo abaixo da epiderme, é composta por tecido conjuntivo 
denso, fi broso e elástico. Nessa camada, observamos a presença de fi broblastos 
que produzem e segregam proteínas para o espaço extracelular. Por suavez, 
estas irão compor a matriz extracelular na forma de: fi bras elásticas, colágeno, 
fi bronectina, glicosaminoglicanos e proteoglicanos. Ainda, também se encontram 
na derme de células imunes, como macrófagos e os mastócitos (HWANG; YI; 
CHOI, 2011). Portanto, devido à constituição, a derme confere sustentação 
estrutural, elasticidade e resistência da pele. 
Ainda, na derme há a presença de vasos sanguíneos responsáveis pela 
nutrição e oxigenação tanto das células da derme, como da epiderme. Nela 
também estão localizadas estruturas anexas como as glândulas pilossebáceas 
Você pode encontrar mais informações sobre a estrutura 
organizacional da pele. Bons estudos! Disponível em: <http://
dermatopatologia.com/histologia/>. Acesso em: 8 jun. 2018.
43
PROCESSO DE ENVELHECIMENTO CUTÂNEO Capítulo 2 
e sudoríparas, além de corpúsculos sensoriais e terminações nervosas livres 
 (BARATA, 1994).
 O colágeno é a proteína mais abundante na derme. Devido à confi guração 
de tripla hélice e à associação aos proteoglicanos, ele forma os feixes de colágeno 
que são responsáveis por conferir força e sustentação à pele. 
Na derme, a maior parte do colágeno presente é do tipo I, que forma fi bras 
com maior espessura. Todavia, também há a presença de colágeno do tipo III, 
que forma fi bras fi nas, responsáveis pela elasticidade (BARATA, 1994).
Ainda, na derme também existem fi bras elásticas, constituídas por elastina 
e fi brilina, que mesmo em quantidade inferior em comparação ao colágeno, são 
importantes para a elasticidade da pele, permitindo que ela resista a forças de 
deformação (HWANG; YI; CHOI, 2011). Tais fi bras podem ser classifi cadas em:
• Elaunícas: estão dispostas paralelamente à lâmina dermoepidérmica, com a 
função de permitirem o movimento de distensão e contração da derme papilar. 
• Oxitalânicas: estão dispostas perpendicularmente à lâmina dermoepidérmica, 
constituídas por fi brilina e responsáveis pelo suporte do tecido.
• Elásticas: constituídas principalmente por elastina e, em menor quantidade, 
por fi brilina. Sua função é possibilitar os movimentos de distensão e contração 
da derme reticular. 
c) Hipoderme
A hipoderme, ou tecido subcutâneo, é constituída por células adiposas e 
vasos sanguíneos ligados à derme através de fi bras de colágeno. Suas principais 
funções são absorver choques contra a pele e funcionar como um isolante de 
calor (DIAS, 2008).
HidrataçÃo do Tecido Cutâneo
Assim como cada camada da pele apresenta uma composição diferente, também 
são observados diferentes graus de hidratação da pele ao longo de suas camadas. A 
camada que apresenta maior hidratação é a basal (aproximadamente 70%). 
A camada córnea apresenta um grau de hidratação de cerca de 10-20% 
e, nessa camada, a água exerce uma função plastifi cante, sendo fundamental 
para que as propriedades mecânicas, como a plasticidade, a elasticidade e a 
fl exibilidade sejam mantidas (BARATA, 1994).
44
 Estética Avançada Facial
As células da epiderme apresentam canais de água chamados de aquaporinas 
(AQPs), que têm como função transpor água quando necessário e manter a 
homeostasia. Nas células da camada basal, são encontradas aquaporinas do tipo 
3 (AQP3) e nos corneócitos da camada córnea estão as aquaporinas do tipo 1 
(AQP1). Essas AQPs são essenciais para manter a hidratação, a elasticidade e, 
também, para que ocorra a reparação da barreira cutânea, quando lesada.
Como veremos a seguir, o processo do envelhecimento ocasiona perturbação 
na organização estrutural e funcional das diversas camadas da pele, causando 
desde a alteração na composição proteica até a perturbação do equilíbrio hídrico.
Processo de Envelhecimento 
Cutâneo
O envelhecimento é um fenômeno fi siológico, progressivo e irreversível, 
caracterizado pelo declínio funcional e estrutural das diferentes camadas da pele. 
É um processo variável de um indivíduo para outro, assim como de órgão para 
órgão. Já se sabe, hoje, que fatores genéticos também participam do processo.
Por se tratar de um processo biológico complexo e contínuo, ele ocasiona a 
diminuição progressiva da capacidade de homeostase do organismo, levando à 
senescência e à morte celular programada (apoptose). Com o envelhecimento, a 
pele passa a apresentar uma aparência pregueada, enrugada e fl ácida (HARRIS; 
HOFFMANN; CRUVINEL, 2005).
A preocupação com o envelhecimento, não só o da pele, mas do 
organismo como um todo, tem sido alvo de inúmeros estudos. Ainda, a busca 
por tratamentos estéticos de antienvelhecimento cresce de forma exponencial. 
Todavia, apesar do envelhecimento afetar todos os nossos órgãos, é na pele 
que ele se torna mais evidente. 
Há algumas décadas, milhares de grupos de pesquisas espalhados pelo 
mundo buscam identifi car o (s) fator (es) desencadeadores do envelhecimento, 
bem como uma maneira para retardar ou estagnar o processo. Na literatura, 
existem várias teorias que buscam explicar o processo do envelhecimento, porém 
a mais aceita é a “Teoria dos Radicais Livres”.
A teoria é considerada a mais completa e explicativa do processo de 
envelhecimento, pois defende que o envelhecimento se deve a lesões cumulativas 
provocadas pelos radicais livres oriundos do metabolismo celular, seja ele 
fi siológico ou patológico.
45
PROCESSO DE ENVELHECIMENTO CUTÂNEO Capítulo 2 
Estudos mostraram que cada célula possui um equilíbrio entre espécies 
oxidantes (espécies reativas de oxigênio – EROs), como o peróxido de hidrogénio 
(H2O2) e as espécies antioxidantes (superóxido dismutase – SOD, glutatião 
peroxidase, catalase, vitaminas C e E, tocoferóis etc). Entretanto, na maioria 
dos organismos, o equilíbrio é facilmente perdido, ocorrendo o predomínio de 
EROs, que gera o processo conhecido como estresse oxidativo (CRAS TES DE 
PAULET, 1990; DUNN; KOO, 2013). Segundo Ruivo (2014), as espécies reativas 
de oxigênio podem ter origem: 
a) Endógena: originadas, principalmente, a partir de:
• Processos bioquímicos, como o metabolismo mitocondrial:
• Citocromo P450.
• Citoquinas infl amatórias.
b) Exógena: originadas, principalmente, a partir de:
• Raios UV.
• Toxinas ambientais (poluição do ar).
• Tabaco.
• Má alimentação (consumo de grande quantidade de produtos industrializados).
• Álcool (com exceção do vinho tinto). 
Diante do fato de vivermos constantemente expostos a várias EROs de 
origem exógena no nosso cotidiano, sem mencionarmos os de origem endógena e, 
sabendo que a pele é um órgão de proteção que está constantemente em contato 
com o meio externo, fi ca claro porque esse é o órgão em que o envelhecimento se 
torna mais evidente. 
As áreas que apresentam os sinais de envelhecimento de forma mais 
precoce são a face, mãos e pescoço, pois são áreas mais expostas. As principais 
alterações observadas nessas áreas são: ressecamento, enrugamento, perda de 
elasticidade, alteração da pigmentação, dentre outras.
Como aparentar cinco anos a menos (sem gastar um 
centavo com cremes)? Ficou curioso? Você encontrará 13 ações 
anti-idade indicadas por especialistas. Disponível em: <https://brasil.
elpais.com/brasil/2015/07/02/estilo/1435862704_774453.html>. 
Acesso em: 30 maio 2018.
46
 Estética Avançada Facial
Principais Alterações BioQuÍmicas, 
FisiolÓgicas e MorfolÓgicas 
Causadas Pelo Processo de 
Envelhecimento
O envelhecimento ocasiona a perda progressiva dos lipídios, que constituem 
a camada córnea, ocasionando aumento da suscetibilidade tanto a infecções por 
microrganismos, como aos traumas. Os queratinócitos, principal tipo celular da 
epiderme, perdem gradualmente a capacidade de renovação, se acumulando na 
superfície e levando ao espessamento cutâneo e ao prejuízo da permeabilidade 
cutânea.
Outro ponto crucial do envelhecimento é a destruição exacerbada das fi bras de 
colágeno e elastina, devido à atividade das enzimas metaloproteinases responsáveis 
pela degradação de proteínas que constituem a matriz celular, chamadas de 
colagenases,que degradam colágeno, elastases e elastina ( QUAN et al., 2009). 
Acreditamos que o desequilíbrio na formação dos radicais livres estimula 
a ativação dessas enzimas e, portanto, seria um grande estimulador do 
metabolismo, da redução da síntese, da destruição e da degeneração das 
proteínas na matriz celular.
Observamos também a hipotrofi a das glândulas sebáceas, o que resulta 
na diminuição dos lipídeos e causa prejuízo na produção de sebo e lubrifi cação 
da pele. A alteração pode ser explicada pela redução da produção hormonal, 
principalmente em mulheres após a menopausa, quando os ovários cessam 
a produção de hormônios sexuais que participam do controle das glândulas 
sebáceas.
O envelhecimento traz a perda das células de Langerhans, que participam 
do sistema de defesa imunitário, identifi cando antígenos e protegendo a pele de 
agentes estranhos (MOSIEWICZ et al., 2010).
A capacidade de sintetizar Vitamina D também é prejudicada pelo processo 
de envelhecimento. Fato agravado pela menor exposição solar por pessoas 
idosas, acarretando defi ciência de vitamina D .
Outro processo que é amplamente prejudicado pelo envelhecimento é 
a reparação do DNA, um processo contínuo que permite a correção de erros 
durante o processo de replicação do DNA (tanto por fatores endógenos ou 
47
PROCESSO DE ENVELHECIMENTO CUTÂNEO Capítulo 2 
exógenos ao organismo). Assim, ocorre diminuição da capacidade de reparação 
de pequenas mutações, além de prejudicar o processo de renovação/síntese de 
novas proteínas (HOLT; REYES, 2012).
Sabe-se que o consumo alimentar adequado age como um fator 
para a prevenção do envelhecimento da pele. O estudo do artigo 
“Ação das vitaminas antioxidantes na prevenção do envelhecimento 
cutâneo”, publicado na Revista Disciplinarum Scientia, permite-
nos entender um pouco melhor essa correlação. Disponível em: 
<https://www.periodicos.unifra.br/index.php/disciplinarumS/article/
view/1067/1011>. Acesso em: 30 maio 2018. Bons estudos!
Atividade de Estudos:
 1) Conceitue o processo de envelhecimento.
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 2) Explique a “Teoria dos Radicais Livres”.
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 3) Explique por que a pele da face é umas primeiras a apresentar 
sinais de envelhecimento.
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 Estética Avançada Facial
Tipos de Envelhecimento
O envelhecimento cutâneo pode ser dividido em: intrínseco (ou cronológico) 
e extrínseco.
a) Envelhecimento intrínseco ou cronológico
Como o nome sugere, ele é dependente do tempo, resultado do processo natural 
de senescência. É um processo natural, inevitável, comum a todas as pessoas, 
de caráter cumulativo. É caracterizado por atrofi a da estrutura e funções da pele, 
afetando as fi bras colágenas e elásticas dérmicas e promove a perda de água.
Ele está diretamente relacionado com os fatores hereditários e com a 
regulação hormonal. Em alguns livros, é também chamado de envelhecimento 
natural da pele.
No processo, podemos observar a degeneração da função tecidual, com 
profundas alterações em nível estrutural da pele ( JENKINS, 2002). Essas 
alterações são resultantes de um conjunto de eventos:
- Diminuição da capacidade de divisão celular.
- Diminuição da síntese da matriz dérmica.
- Aumento na quantidade de EROs que estimulam enzimas capazes de destruir 
a matriz de colágeno, dentre outros.
É importante compreendermos que as EROs são produzidas na mitocôndria 
durante a produção de energia a partir da glicose e do oxigênio porém, quando 
ocorre um desequilíbrio entre sua produção e os agentes antioxidantes da célula 
(protetores), são observadas as ações danosas. Agem na parte enzimática 
intracelular, no material genético e nas membranas celulares, perturbando a 
homeostase celular. Esses danos juntos levam a alterações que acabam por 
alterar o DNA da célula. 
Nos seres eucarióticos, as porções terminais dos cromossomos, chamadas 
de telômeros, são diretamente afetadas pelo processo de envelhecimento 
cronológico, pois a porção do DNA diminui de tamanho a cada divisão, o que 
conduz a uma capacidade de divisão limitada de uma célula. 
Foi demonstrado que o comprimento do telômero, presente nos cromossomos 
das células dérmicas, sofre uma redução de mais de 30%, e impacta na codifi cação 
de novas proteínas que compõem a matriz celular ( MOTTA; FIGUEIREDO; 
DUARTE, 2004).
49
PROCESSO DE ENVELHECIMENTO CUTÂNEO Capítulo 2 
Os fatores genéticos são considerados a base do envelhecimento intrínseco, 
pois as pequenas e cumulativas alterações no material genético, que ocorrem 
com o passar dos anos, conduzem à degeneração estrutural e funcional da pele.
Um outro ponto interessante é o declínio hormonal que ocorre naturalmente 
ao longo da vida, apresentando grande infl uência no processo de envelhecimento 
cutâneo, pois todas as camadas da pele apresentam receptores hormonais. Na 
pele da face há grande número de tais receptores.
Os hormônios estimulam a retenção de água na pele, mantendo-a hidratada, 
controlam a secreção sebácea, contribuindo para formação e estabilização do 
fi lme hidrolipídico que recobre a pele, além de estimularem a formação de fi bras de 
colágeno e de mucopolissacarídeos como o ácido hialurônico ( MAKRANTONAKI; 
BEKOU; ZOUBOULIS, 2012).
Na menopausa, os ovários cessam sua produção de hormônios sexuais 
(estradiol e progesterona) e a redução, principalmente do estradiol, impacta na 
pele, promovendo ressecamento, perda de espessura e de elasticidade. Torna-se 
bastante visível em nível facial e, principalmente, labial, ocorrendo escurecimento, 
fl acidez e aparecimento de rugas.
Como nas mulheres ocorrem reduções hormonais mais intensas do que nos 
homens, fi ca evidente que elas serão profundamente afetadas pelo envelhecimento 
intrínseco. Soma-se o fato de os homens possuírem uma pele mais espessa, com 
maior teor de colágeno, devido aos maiores níveis de testosterona. 
Vale lembrar que apesar de ocorrer redução nos níveis de testosterona, é 
bem mais amena quando comparada à redução dos hormônios femininos após a 
menopausa.
Segundo Gilchrest (2006), as principais alterações histológicas e estruturais 
da constituição da pele que ocorrem com o envelhecimento intrínseco são:
• Na Epiderme: 
- Diminuição da capacidade de renovação celular.
- Redução das Células de Langherans.
- Redução de melanócitos.
- Diminuição da espessura.
- Menor capacidade mitótica da camada basal.
- Perda de consistência da junção dermoepidérmica.
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 Estética Avançada Facial
• Na Derme:
- Redução no número de fi broblastos.
- Diminuição da quantidade de proteínas – colágeno e elastina.
- Redução, como um todo, do número de células.
• Nos anexos cutâneos:
- Despigmentação do pelo.
- Perda de pelos e/ou cabelos.
- Redução da microcirculação.
- Redução da produção de suor e sebo.
- Diminuição da sensibilidade. 
Todas essas alterações serão refl etidas, principalmente, no aparecimento de 
rugas e na fl acidez da pele.
b) Envelhecimento extrínseco
Determinado tipo de envelhecimento é consequência da exposição a fatores 
externos ao organismo. Acredita-se que a principal causa seja a exposição à 
radiação ultravioleta (UV).
No entanto, é consenso, hoje, que fatores como o tabaco, a poluição 
ambiental,

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