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APOSTILA-RESUMO: CENTRO CIRÚRGICO - EAGS SEF/CONCURSOS ENFERMAGEM

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Enfermagem em Centro Cirúrgico – EAGS Prof. Silva Junior 
 
Capítulo I – Enfermagem em centro cirúrgico 
 A unidade de Centro Cirúrgico é definhada 
como um conjunto de elementos destinados à 
atividade cirúrgica e a recuperação anestésica. É 
composta pelo centro cirúrgico (CC), pela 
recuperação anestésica (RPA) e pela Central de 
Material Esterilizado (CME) em alguns modelos. 
 A enfermagem se insere neste contexto 
como especialidade denominada de enfermagem 
perioperatória, a qual presta cuidados durante a 
experiência cirúrgica integral do paciente, ou seja, 
aqui se destacam períodos temporais relevantes 
que marcam essa experiência: o período pré-
operatório, o período transoperatório e o 
período pós-operatório. Veja a imagem 
seguinte: 
 
Fonte: Enfermagem em Centro cirúrgico – 2° edição 
Período pré-operatório - Subdivide-se em pré-
operatório mediato e imediato. O pré-operatório 
mediato vai desde o momento que o paciente 
recebe a notícia de que será submetido ao 
tratamento cirúrgico até as 24 horas que 
antecedem a cirurgia. O pré-operatório imediato 
compreende as 24 horas imediatamente anteriores 
a cirurgia. 
Período transoperatório – desde o momento 
em que o paciente é recebido no CC até sua saída 
da sala de Operações. Neste período está inserido 
o período intraoperatório, o qual compreende 
o início ao término do procedimento anestésico-
cirúrgico. 
Áreas do Centro cirúrgico 
 O CC é dividido em áreas específicas por 
ser um local crítico, com maior risco de 
transmissão de infecções, em virtude dos 
procedimentos ali realizados. As áreas 
consideradas são: 
Irrestritas – São aquelas cuja circulação de 
pessoas é livre, de modo que não exigem cuidados 
especiais nem uso de uniforme privativo. Ex: 
elevadores, corredores externos, vestiários. 
Semirrestritas – Permitem a circulação de 
pessoal e equipamentos, de modo que não 
interfira no controle e na manutenção da assepsia 
cirúrgica. Nesses locais, é necessário o uso de 
uniforme privativo e de propés ou calçados 
adequados. Ex: secretatia, copa, salas de conforto, 
guarda de equipamentos. 
Restritas: são as que têm limites definidos para a 
circulação de pessoal e de equipamentos, onde se 
deve empregar rotinas próprias para controlar e 
manter a assepsia local. Além do uniforme 
privativo, é necessário o uso de máscaras que 
cubram a boca e o nariz. Ex: Sala de operações, 
antessalas, lavabos e corredores internos. 
 Os tratamentos cirúrgicos poderão ser 
classificados em função de diferentes 
circunstâncias. Eles serão classificados conforme a 
finalidade, quanto ao porte, quanto ao risco 
cardiológico, quanto ao momento operatório, 
quanto à duração e, principalmente, quanto ao 
potencial de contaminação. Como podemos ver na 
imagem abaixo: 
 
Quanto ao momento operatório: 
Emergência – A situação clínica do paciente 
exige atenção cirúrgica imediata. Ex: perfuração 
de vísceras por trauma, obstrução intestinal, 
ferimento por arma branca ou de fogo. 
Urgência – Necessitam de intervenção imediata, 
porém, podem aguardar por intervalo de tempo 
variável. A literatura menciona 24h a 30 horas 
Enfermagem em Centro Cirúrgico – EAGS Prof. Silva Junior 
podendo alcançar as 48 horas. Ex: cirurgias de 
abdome agudo inflamatório e exérese de tumores. 
Eletiva – A época marcada para a realização da 
cirurgia é da conveniência da paciente. Ex: 
adenoidectomia. 
Quanto à finalidade: 
Paliativa – Visa melhoras as condições clínicas ou 
melhorar qualidade de vida. Ex: 
gastrojejunoanastomose. 
Radicais – Aquelas em que ocorre retirada parcial 
ou total de um órgão ou segmento corporal. Ex: 
apendicectomia, mastectomia, gastrectomia. 
Plástica – Tratamentos realizados com finalidade 
estética. 
Diagnóstica - Caracterizam-se por extração de 
fragmentos teciduais para exame microscópico 
com fins diagnósticos. Ex: biópsia, laparoscopia. 
Quanto ao risco cardiológico: 
Pequeno porte – Probabilidade reduzida de 
perda de fluidos. Ex: cirurgias oftálmicas e 
otorrinolaringológicas. 
Médio porte – Probabilidade mediana de perda 
de fluidos e sangue. Ex: histerectomia, 
prostatectomia, correções de fraturas. 
Grande porte – Maior probabilidade de perda de 
fluidos e sangue. Ex: correção de aneurismas, 
cirurgias cardíacas e transplantes. 
Quanto à duração: 
Porte I – até 2 horas de duração. Ex: 
Hemorroidectomia, amigdalectomia, curetagem 
uterina. 
Porte II - Duram em média, 2 a 4 horas. Ex: 
histerectomia, colecistectomia convencional, 
prostatectomia radical. 
Porte III – duração de 4 a 6 horas. Ex: 
revascularização do miocárdio, colocação de 
prótese total de quadril, craniotomia. 
Porte IV – Aquelas cuja duração ultrapassa 6 
horas. Ex: transplantes, aneurismectomia, 
gastroduodenopancreatectomia. 
Quanto ao potencial de contaminação: 
Limpas: Realizadas em tecidos estéreis ou 
passíveis de descontaminação, na ausência de 
processo infeccioso e inflamatório local. Não 
ocorre penetração nos tratos digestório, 
respiratório e urinário. São cirurgias atraumáticas. 
Ex: safenectomia, revascularização do miocárdio 
Potencialmente contaminadas - Realizadas em 
tecidos colonizados por flora bacteriana residente 
pouco numerosa ou em tecidos de difícil 
descontaminação. Ocorre penetração nos tratos 
digestório, respiratório ou genitourinário sem 
contaminação significativa. Ex: colecistectomia, 
apendicectomia, perineoplastia. 
Contaminada - Realizada em tecidos 
traumatizados e abertos ou em tecidos colonizados 
por flora bacteriana abundante, cuja 
descontaminação é difícil ou impossível. Há quebra 
na técnica operatória, na antissepsia ou na 
degermação. Ex: apendicectomia na presença de 
processo inflamatória 
Infectada - Realizadas em qualquer tecido, 
órgão, na presença de processo infeccioso com 
supuração local, tecido necrótico ou corpo 
estranho. Ex: apendicectomia supurada, 
debridamento de lesão por pressão com tecido 
desvitelizado. 
Quanto ao sítio cirúrgico. 
Incisional superficial – Ocorre nos primeiros 30 
dias após o procedimento cirúrgico e envolve 
apenas pele e tecido subcutâneo com presença de 
um dos seguintes critérios: 
• Drenagem purulenta da incisão superficial 
• Cultura positiva de secreção ou tecido da 
incisão superficial obtido assepticamente 
• Diagnóstico de infecção superficial por 
cirurgião ou médico assistente. 
Incisional profunda – Ocorre nos primeiros 30 
dias após a cirurgia, ou até 90 dias, se houver 
colocação de implantes, envolve tecidos moles 
profundos à incisão (fáscia e/ou músculos) e 
apresenta pelo menos um dos seguintes critérios: 
• Drenagem purulenta da incisão profunda, mas 
não originada de órgão/cavidade. 
• Deiscência espontânea profunda ou incisão 
aberta pelo cirurgião e cultura positiva ou não 
realizada, quando o paciente apresentar pelo 
menos febre, dor ou tumefação localizada, 
abscesso ou outra evidência de infecção 
envolvendo tecidos profundos. 
Órgão/cavidade - Ocorre nos primeiros 30 dias 
após a cirurgia, ou até 90 dias, se houver 
colocação de implantes, envolve qualquer órgão 
ou cavidade que tenha sido aberta ou manipulada 
durante a cirurgia e apresenta pelo menos um dos 
seguintes critérios: 
• Cultura positiva de secreção ou tecido do 
órgão/cavidade obtido assepticamente. 
• Presença de abscesso ou outra evidência que 
a infecção envolve os planos profundos da 
ferida identificada em reoperação ou outros 
métodos. 
Enfermagem em Centro Cirúrgico – EAGS Prof. Silva Junior 
Após considerar as circunstâncias nas quais um 
indivíduo pode ser submetido a um procedimento 
cirúrgico bem como suas classificações possíveis, 
iremos destacar as ações necessárias para a 
garantia do processo cirúrgico seguro conforme 
padronização estabelecida pela sistematização da 
assistência em enfermagem perioperatória.Ações de enfermagem no período pré-
operatório. 
• Identificar fatores de risco e estabelecer 
estratégias preventivas para cada fator 
elucidado. 
• São fatores de risco cirúrgico: 
• Obesidade 
o Aumenta a dificuldade envolvida nos 
aspectos técnicos da realização da 
cirurgia. O risco de deiscência da ferida 
é maior. 
o Aumenta a probabilidade de infecção, 
devido ao comprometimento da 
perfusão tecidual. 
o Aumento potencial de pneumonia pós-
operatória e outras complicações 
pulmonares, visto que paciente obesos 
apresentam hipoventilação crônica. 
o Aumenta a demanda cardíaca, levando 
ao comprometimento cardiovascular. 
o Aumento o risco de complicações das 
vias respiratórias. 
o Altera a resposta a muitos 
medicamentos e anestésicos. 
o Diminui a probabilidade de 
deambulação precoce. 
• Conduta terapêutica: 
o Incentivar a redução de peso se o 
tempo permitir 
o Prever complicações pós-operatórias 
relacionadas com a obesidade. 
o Ser extremamente vigilante quanto às 
complicações respiratórias. 
o Imobilizar cuidadosamente as incisões 
abdominais para quando o paciente se 
mover ou tossir. 
o Estar atento para o fato de que alguns 
medicamentos devem ter a sua dose 
ajustada de acordo com o peso 
corporal. 
o Evitar injeções IM 
• Nutrição deficiente 
o Compromete acentuadamente a 
cicatrização da ferida 
o Aumenta o risco de infecção. 
• Conduta terapêutica: 
o Qualquer perda de peso recente (4 a 6 
semanas) de 10% do epso corporal 
normal do paciente ou uma redução do 
nível sérico de albumina devem alertar 
a equipe de saúde para um estado de 
desnutrição e a necessidade de 
investigar a causa da perda de peso. 
o Procurar melhorar o estado nutricional 
antes e depois da cirurgia. 
o Rever o nível sérico de pré-albumina 
para determinar estado nutricional 
recente. 
o Recomendar a restauração de cáries 
dentárias e higiene bucal apropriada 
para prevenir infecções. 
• Desequilíbrio hidroeletrolítico. 
o Podem ter efeitos em termos de 
anestesia geral e perdas de volume 
antecipadas associadas à cirurgia, 
causando choque e arritmias cardíacas. 
• Conduta terapêutica: 
o Avaliar o estado hídrico do paciente 
o Reidratar o paciente por via parenteral 
e oral, conforme prescrição. 
o Monitorar os sinais de desequilíbrio 
hidroeletrolítico, especialmente, sódio, 
potássio, magnésio, cálcio. 
o Estar atento para os volumes 
esperados de drenagem e sua 
composição; relatar os excessos e as 
anormalidades 
o Monitorar a ingesta e o débito do 
paciente. 
• Obter consentimento informado 
• Realizar educação do paciente 
• Promover controle de doenças crônicas 
(hipertensão e diabetes). 
• Promover cessação do tabagismo. 
• Promover cessação de alcoolismo 
• Realizar exercícios respiratórios e de tosse. 
• Promover educação sobre mudança de 
decúbito e movimentação de membros. 
• Preparo da pele 
o Não remover os pelos, exceto quando 
estiver ao redor da incisão e 
interferirem com o ato cirúrgico; 
o Se for necessário realizar a tricotomia, 
fazê-la imediatamente antes da 
cirurgia, com o uso de aparelho elétrico 
Enfermagem em Centro Cirúrgico – EAGS Prof. Silva Junior 
(fonte: ANVISA). Algumas literaturas 
(CDC) mencionam que o procedimento 
pode ser realizado dentro de 2 horas 
antes da cirurgia. 
o Banho pré-operatório no chuveiro com 
degermante na noite anterior ao 
procedimento ou na manhã da cirurgia. 
o Usar degermante apropriado para o 
preparo da pele (soluções alcoólicas a 
base de clorohexidina ou PVPI) 
• Preparo gastrointestinal 
o Quando da cirurgia no trato 
gastrointestinal, os enemas e catárticos 
poderão ser administrados na noite 
anterior à cirurgia. 
• Jejum 
• Administração de medicação pré-operatória – 
antibióticos profiláticos, se prescritos. 
• Retirar próteses, jóias. 
• Verificar alergias medicamentosas. 
• Instalar avental 
Período Transoperatório – Na admissão do 
paciente é importante realizar a identificação do 
paciente por meio de pulseira, verificar 
documentação escrita, procedimento a ser 
realizado (lateralidade, quando indicado), o local 
específico da cirurgia assinalado pelo cirurgião com 
tinta indelével, o cirurgião e o tipo de anestesia, o 
formulário de consentimento. Além disso, observar 
o preparo do paciente (jejum, roupa, preparo de 
pele, acesso venoso, remoção de próteses e 
dentaduras, jóias, lentes de contato, etc). Em 
seguida, conduzir o paciente para sala de 
operações ou sala reservada para o procedimento 
anestésico. 
Anestesia 
 
A anestesia tem por finalidade proporcionar 
analgesia, sedação, amnésia e relaxamento 
muscular apropriado para o tipo de procedimento 
cirúrgico, bem como controlar o sistema nervoso 
autônomo. Possui 3 fases (no caso da anestesia 
geral): indução, manutenção e despertar e pode 
ser classificada conforme subtipos: geral (gasosa, 
intravenosa, balanceada), regional (epidural, 
espinhal ou raquianestesia), local. Para a 
realização de anestesia, faz-se necessário uma 
avaliação acurada dos pacientes que irão ser 
submetidos ao procedimento, haja vista que as 
substâncias que promovem os efeitos associados a 
anestesia, comumente, causam repercussões 
hemodinâmicas de forma que existe uma tabela 
que categoriza os pacientes de acordo com seu 
estado físico para a submissão ao procedimento 
anestésico conforme imagem abaixo: 
 
Classificação do estado físico pré-operatório de pacientes de 
acordo com a American Society of Anesthesiologists. 
Fonte: Anestesiologia Clínica – Morgan et. Al 2° edição 2003 
 
 Considerando, ainda, a avaliação pré-
anestésica e o risco de repercussão respiratória 
associada ao procedimento, convém destacar que 
a avaliação respiratória deve, também, abordar a 
necessidade ou não de submeter o paciente a 
intubação endotraqueal (circunstância necessária 
na anestesia geral). Portanto, avalia-se a via aérea 
difícil por meio de uma escala denominada de 
Mallampati, conforme imagem abaixo: 
 
 
Fonte: Anestesiologia Clínica – Morgan et. Al 2° edição 2003 
 
 Após a avaliação pré-anestésica e durante 
o início do procedimento, destacam-se as fases 
abaixo: 
Fase de indução – Caracteriza-se pelo início da 
administração de agentes anestésicos. Nota: 
algumas literaturas consideram um período pré-
anestésico pela aplicação de medicações pré-
anestésicas. 
Enfermagem em Centro Cirúrgico – EAGS Prof. Silva Junior 
Fase de Manutenção – Consiste em titular 
substâncias de maneira a manter o paciente em 
estado de anestesia no plano cirúrgico até o final 
do procedimento. 
Fase de despertar – Estado de superficialização da 
anestesia. 
 
Tipos de Anestesia 
 
Geral – definida como uma depressão reversível do 
sistema nervoso central, induzida por 
medicamento, que resulta na perda de resposta e 
percepção de todos os estímulos externos. Para o 
alcance desse estado, podem ser administrados 
agentes intravenosos, agentes gasosos ou uma 
combinação dos dois agentes citados (anestesia 
balanceada). 
• Agentes intravenosos: 
o Relaxantes (bloqueadores) musculares 
– São os curares. Promovem 
relaxamento muscular. Ex: vecurônio, 
pancurônio, atracúrio, cisatracúrio, 
succinilcolina. 
o Obs: a succinilcolina pode causar 
hipertermia maligna. 
o Opióides – Agentes que promovem 
analgesia. Ex: morfina e seus 
derivados, fentanil, sufentanil, 
alfentanil. 
o Barbitúricos – Agentes que promovem 
sedação. Ex: tiopental 
o Benzodiazepínicos – São usados como 
medicações pré-anestésicas. 
Promovem relaxamento muscular, 
amnésia e redução da ansiedade. Ex: 
midazolam (Dormonid) 
• Agentes inalatórios: 
o Óxido nitroso (gás hilariante). 
o Líquidos voláteis. Ex: halotano, 
sevoflurano, enflurano, etc. 
Regional - Exemplos de anestesia regional incluem 
a raquianestesia, a anestesia epidural e bloqueios 
dos nervos periféricos(os últimos não serão 
tratados neste módulo). 
• A anestesia é obtida por meio da injeção de 
um anestésico local (lidocaína, prilocaína, 
bupivacaína), em íntima proximidade com 
os nervos apropriados. 
• A raquianestesia consiste na injeção de um 
anestésico local no espaço subaracnóideo 
(intratecal) lombar (L2). O anestésico 
bloqueia a condução nas raízes dos nervos 
espinais e gânglios dorsais, causando 
paralisia e analgesia abaixo do nível da 
injeção. 
• A anestesia epidural envolve a injeção de 
anestésico local no espaço epidural. Os 
resultados assemelham-se ao da analgesia 
espinhal, porém com efeito mais lento. 
o Com frequência, um cateter é 
introduzido para a infusão contínua 
do anestésico no espaço epidural. 
o O cateter pode ser mantido no local 
para proporcionar também 
analgesia pós-operatória. 
• Efeitos provocados pelos bloqueios 
regionais 
o Cardiovasculares – estão 
relacionados ao bloqueio do 
sistema nervoso autônomo em sua 
divisão simpática. Podem causar 
hipotensão (por vasodilatação) e 
bradicardia (bloqueio de fibras 
simpáticas cardíacas). 
o Respiratórias – Normalmente, são 
pequenas e se constituem na perda 
da capacidade de expiração ativa e 
tosse pelo bloqueio da musculatura 
abdominal. No caso de bloqueios 
altos, a perda da função da 
musculatura intercostal pode 
resultar em dificuldade respiratória. 
Na administração inadvertida de 
grandes volumes de anestésicos 
locais no espaço subaracnóideo, 
podem ocorrer hipotensão severa e 
anestesia direta do tronco cerebral, 
ambas concorrendo para apneia. 
o Gastrointestinais – O predomínio do 
tônus vagal acarreta aumento do 
trânsito intestinal e pode elevar a 
incidência de náuseas e vomito. 
o Urológicas – ao nível renal, ocorre 
aumento da retenção de sódio e 
água. A função vesical fica 
comprometida, mas sem diferença 
significativa. 
Complicações: 
• Anestesia peridural: 
 
 
 
Enfermagem em Centro Cirúrgico – EAGS Prof. Silva Junior 
Complicações Eventos 
Cardiovasculares hipotensão arterial, 
isquemia neural, 
parada 
cardiorrespiratória, 
morte. 
Hemorrágicas hematoma peridural, 
hematoma 
subaracnóide. 
Infecciosas 
neurológicas 
meningite, abscesso 
peridural. 
 
• Anestesia subaracnóidea 
 
Complicações Eventos 
Cardiovasculares hipotensão arterial, 
isquemia neural, 
parada 
cardiorrespiratória, 
morte. 
Hemorrágicas hematoma peridural, 
hematoma 
subaracnóide. 
Infecciosas meningite, abscesso 
peridural. 
Neurológicas cefaleia, lesão 
traumática de raiz 
nervosa, alterações 
dos pares cranianos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Enfermagem em Centro Cirúrgico – EAGS Prof. Silva Junior 
 
 
 
 
 
Enfermagem em Centro Cirúrgico – EAGS Prof. Silva Junior 
 
Equipe do Centro Cirúrgico 
 
 São três as equipes que mais atuam no CC: 
equipe de médicos cirurgiões, equipe de médicos 
anestesiologistas e equipe de enfermagem. 
Focaremos na equipe de enfermagem, 
especificamente no papel do circulante de sala. 
Possuem as seguintes atribuições: 
• Estar ciente das cirurgias marcadas no 
mapa cirúrgico na SO sob sua 
responsabilidade. 
• Seguir as orientações descritas no plano 
assistencial do enfermeiro durante o ato 
anestésico-cirúrgico. 
• Assumir o plantão, conforme a regra 
institucional, e assumir a circulação da SO 
sob sua responsabilidade. 
Enfermagem em Centro Cirúrgico – EAGS Prof. Silva Junior 
• Prover a SO com recursos adequados às 
necessidades do paciente e segundo as 
especificidades de cada intervenção 
anestésico-cirúrgica. 
• Fazer a verificação de temperatura e 
iluminação da SO. 
• Testar o funcionamento do sistema de 
gases, equipamentos e materiais e a 
serem utilizados nos procedimentos 
anestésicos-cirúrgicos sob sua 
responsabilidade. 
• Montar a SO, segundo o agendamento 
cirúrgico e a programação feita pelo 
enfermeiro. 
• Receber o paciente na entrada da SO, 
quando essa atividade não puder ser 
realizada pelo enfermeiro assistencial, bem 
como verificar os exames e impressos do 
prontuário. 
• Auxiliar no encaminhamento seguro do 
paciente para a SO. 
• Auxiliar na transferência do paciente da 
maca para a mesa cirúrgica, assim como no 
posicionamento, procurando manter a 
privacidade e a permeabilidade de 
cateteres e sondas. 
• Desenvolver procedimentos técnicos, como 
sondagem vesical, punção venosa e outros, 
conforme orientação do enfermeiro e na 
ausência deste. 
• Solicitar a manutenção de temperatura 
ideal em SO, considerando as necessidades 
individuais do paciente e da equipe 
cirúrgica 
• Auxiliar no posicionamento correto do 
paciente na mesa cirúrgica e estar atento 
para a colocação a placa dispersiva do 
bisturi elétrico. 
• Auxiliar na paramentação da equipe 
cirúrgica e utilizar corretamente as técnicas 
assépticas para abertura dos materiais 
estéreis. 
• Participar da realização do checklist 
cirúrgico, nos três momentos: antes da 
indução anestésica, antes do início da 
cirurgia/incisão na pele e ao término da 
cirurgia/ antes de o paciente sair da SO. 
• Na ausência do enfermeiro assistencial, 
auxiliar o anestesiologista na indução e na 
reversão do procedimento anestésico. 
• Solicitar a presença do enfermeiro 
assistencial responsável pela SO, quando 
em situações imprevistas ou emergenciais. 
• Prestar assistência ao paciente e à equipe 
durante todo o ato anestésico-cirúrgico. 
• Não se ausentar da SO, a não ser que seja 
estritamente necessário. 
• Fazer o controle dos pacotes de gazes, 
compressas, e, quando necessário, realizar 
a pesagem destes, como medida de 
segurança e para infusão de volume de 
líquido adequado. 
• Realizar o controle de débito dos materiais 
utilizados em SO. 
• Identificar e encaminhar devidamente 
espécimes e materiais para análise no 
transcorrer da cirurgia. 
• Auxiliar na transferência do paciente da 
mesa cirúrgica para a maca 
• Encaminhar o paciente para a devida 
unidade, com privacidade e segurança, 
tomando cuidados pertinentes com drenos, 
sondas e cateteres, mantendo as grades de 
proteção elevadas e o paciente aquecido. 
• Realizar registro de todas as informações 
pertinentes no prontuário do paciente, de 
acordo com os impressos institucionais. 
• Ao término do procedimento cirúrgico, 
proceder à desmontagem da SO e 
encaminhar os materiais contaminados ao 
CME, conforme a rotina institucional. 
• Providenciar para que a limpeza da SO seja 
realizada, em conjunto com a equipe de 
higiene. 
• Manter a ordem no ambiente de trabalho e 
realizar as limpezas específicas da SO 
(preparatória, operatória, concorrente e 
terminal), segundo rotina institucional e 
normas do Serviço de Controle de Infecção 
Hospitalar (SCIH). 
• Colaborar para manter as boas relações no 
trabalho e com a equipe multiprofissional 
• Manusear corretamente os equipamentos e 
zelar pelo seu devido uso. 
• Comunicar ao enfermeiro a necessidade de 
manutenção de equipamentos ou de 
reparos na área física da SO. 
• Auxiliar o enfermeiro na prevenção e no 
controle de danos físicos que possam 
ocorrer aos pacientes no CC. 
Enfermagem em Centro Cirúrgico – EAGS Prof. Silva Junior 
• Participar de treinamentos e programas de 
aprimoramento oferecidos pela instituição. 
• Cumprir as normas e rotinas institucionais. 
A montagem da SO é de responsabilidade do 
circulante de sala, que deve seguir passos 
básicos: providenciar etiquetas de identificação 
do paciente, se necessário, lavar/higienizar as 
mãos; verificar as condições de limpeza da SO, 
antes de equipá-la com materiais e 
equipamentos; equipar lavabos próximos à SO, 
com solução antisséptica e escovas para 
degermação; testar o funcionamento de todos 
os equipamentos a serem utilizados; verificar 
instrumental,extensões elétricas, etc; colocar 
a mesa cirúrgica na posição ideal para a 
cirurgia programada e providenciar os 
acessórios necessários para o posicionamento; 
conferir o carro de anestesia, deixando sempre 
disponível o material necessário para anestesia 
geral; solicitar ao Centro de Material 
Esterilizado (CMS) carro montado para a 
cirurgia (campos cirúrgicos, aventais, caixas de 
instrumental, instrumentos avulsos, etc), 
checando a validade da esterilização, a 
integridade das embalagens e a presença do 
indicador externo /classe I (“fita zebrada”); 
solicitar à farmácia o kit de materiais 
descartáveis e consignados, segundo a 
necessidade do procedimento; organizar os 
materiais e equipamentos para o início da 
cirurgia, e aguardar a chegada do paciente e 
da equipe cirúrgica para iniciar a abertura de 
materiais, a fim de evitar desperdícios, caso o 
procedimento seja cancelado 
 
 
Materiais e Equipamentos da Sala 
Operatória 
 
Para que o processo cirúrgico transcorra 
sem intercorrências e de forma planejada, as salas 
cirúrgicas são equipadas com foco central, 
negatoscópio, sistema de canalização de ar e 
gases, prateleiras (podem estar ou não presentes), 
mesa cirúrgica manual ou automática com 
colchonete de espuma, perneiras metálicas, 
suporte de ombros e braços, arco para narcose, 
coxins e talas para auxiliar no posicionamento do 
cliente. 
Para controlar os dados fisiológicos do 
cliente e evitar complicações anestésicas, a sala de 
cirurgia deve ser equipada com 
esfigmomanômetro, monitor de 
eletrocardiograma, material para intubação 
traqueal, equipamentos para ventilação e 
oxigenação, aspirador de secreções, oxímetro de 
pulso e outros aparelhos especializados. 
Os equipamentos auxiliares são aqueles 
que podem ser movimentados pela sala, de acordo 
com a necessidade: suporte de hamper e bacia, 
mesas auxiliares, bisturi elétrico, foco auxiliar, 
banco giratório, escada, estrado, balde inoxidável 
com rodinhas ou rodízios, carros ou prateleiras 
para materiais estéreis, de consumo e soluções 
antissépticas. 
Também são necessários diversos pacotes 
esterilizados contendo aventais, “opa” (avental 
com abertura para a frente), luvas de diferentes 
tamanhos, campos duplos, campos simples, 
compressas grandes e pequenas, gazes, 
impermeável (para forrar a mesa do 
instrumentador), cúpulas grandes e pequenas, 
cuba rim, bacia, sondas e drenos diversos, cabo 
com borracha para aspirador e cabo de bisturi 
elétrico (pode vir acondicionado em caixas). 
Outros materiais esterilizados são as caixas 
de instrumentais, o estojo de material cortante 
(pode estar acondicionado dentro da caixa de 
instrumentais), bandeja de material para anestesia 
e fios de sutura de diferentes números e tipos. 
Como materiais complementares: a 
balança para pesar compressas e gazes, as 
soluções antissépticas, esparadrapo, ataduras, 
pomada anestésica, medicamentos anestésicos e 
de emergência, soluções endovenosas do tipo 
glicosada, fisiológica, bicarbonato de sódio, 
solução de álcool hexa-hídrico (Manitol®), de 
Ringer® e de Ringer Lactato®. 
 
Equipamentos móveis 
 
Enfermagem em Centro Cirúrgico – EAGS Prof. Silva Junior 
 
Carro de anestesia 
 
 
 
Equipamentos Fixos 
 
 
 
 
 
Capítulo 2 - Posicionamento do paciente na 
mesa cirúrgica 
 O posicionamento do paciente para o 
procedimento anestésico-cirúrgico corresponde a 
uma das atividades de enfermagem perioperatória. 
O foco da assistência de enfermagem nesse 
procedimento deverá estar voltado à segurança, 
ao conforto e à prevenção de eventos adversos aos 
pacientes. 
 Recomendações Gerais: 
• O posicionamento cirúrgico requer segurança, 
limpeza e organização da equipe no momento 
da realização do procedimento. 
• Durante o posicionamento, o monitoramento 
do paciente e a manutenção da integridade dos 
tecidos deve ser perseguida. 
• Depois de reposicionar o paciente, o corpo dele 
deverá ser alinhado bem como ser avaliado 
quanto a integridade tecidual. 
• O posicionamento deve ser feito de maneira 
segura, levando em consideração a anatomia e 
a fisiologia do paciente, a técnica das 
Mesa cirúrgica Mesa de Mayo 
Mesa auxiliar Foco auxiliar Carro de medicação 
negatoscópio Régua de gases 
Enfermagem em Centro Cirúrgico – EAGS Prof. Silva Junior 
intervenções realizadas, a manutenção do 
posicionamento sem sequelas e o registro de 
todos os procedimentos e proteções utilizadas, 
como documento para o paciente e para a 
equipe presente. 
• Ao posicionar o paciente, as equipes cirúrgica 
e de enfermagem devem considerar: local do 
procedimento cirúrgico, acesso facilitado para 
o cirurgião, acesso e necessidades do 
anestesiologista, privacidade do paciente, 
efeitos fisiológicos durante o posicionamento 
do paciente antes e depois de anestesiado e 
conhecimento das estruturas anatômicas do 
paciente. 
• Impedir hiperextensão das terminações 
nervosas, prevenindo paralisias e/ou 
parestesias que podem ser irreversíveis. 
• Aplicar movimentos firmes, delicados e seguros 
em quaisquer partes do corpo, para evitar 
distensões musculares. 
• Evitar compressão de vasos, nervos e órgãos, 
que pode levar ao comprometimento de 
funções vitais. 
• Proteger proeminências ósseas, principalmente 
em pacientes idosos, crianças, obesos e 
desnutridos, para evitar a formação de lesões 
por pressão, tromboses e compressão da 
circulação. 
• Impedir contato direto do paciente com a 
superfície metálica da mesa de operação. 
• Impedir vícios de posicionamento 
(hiperextensão dos membros e fixação 
incorreta do paciente). 
• Cuidar para que os membros inferiores e 
superiores nunca fiquem pendentes na mesa 
de operação. 
• Utilizar múltiplos apoios para melhor acomodar 
o paciente e evitar compressão de estruturas, 
bem como adaptar a posição necessária às 
reais condições do paciente. 
Posições 
 
Decúbito Dorsal ou Posição Supina 
 
 
 
• Indicações: 
o Anestesia geral 
o Permitem abordar grandes 
cavidades do corpo, como a 
craniana, torácica, abdominal e 
extremidades 
• Cuidados: 
o Colocar os braços do paciente ao 
longo do corpo, com as mãos em 
pronação ou os braços em abdução 
(utilizando-se de talas) com 
angulação inferior a 90° e com 
palmas para cima. 
o Fixar as mãos, sem garrotear as 
extremidades. 
o Alinhar a cabeça com a coluna 
vertebral, apoiando a região 
cervical. 
o Alinhar a coluna vertebral com o 
quadro, apoiando curva lombar, 
occipto, escápula, olecrano, sacro e 
calcâneos. Os apoios podem ser 
almofadas, pequenos travesseiros 
etc. 
o Manter os membros inferiores 
paralelos e afastados, com os pés 
ligeiramente afastados, 
descobertos e os calcâneos 
protegidos 
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o Evitar estiramento de plexo 
braquial. 
o Evitar pressão na orelha e nas 
proeminências ósseas. 
o Estimular drenagem e evitar 
obstrução venosa. 
o Prevenir lesão em áreas de pressão 
(occipto, escápula, olecrano, sacro, 
cóccix e calcâneo). 
Trendelemburg 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Função: melhor visualização dos órgãos 
pélvicos. Mantém as alças intestinais no 
abdome superior por ação da gravidade. 
• Indicações: 
o Cirurgias do abdome inferior e 
pélvicas. 
o Cirurgias de membro inferior. 
• Cuidados 
o Restrição respiratória por 
compressão do diafragma. 
o Contenção do paciente. 
o Mobilização lenta quando do 
retorno para posição horizontal. 
Trendelemburg reversa (proclive) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Funções: Oferece melhor acesso a cabeça 
e ao pescoço. Desloca vísceras abdominais 
para o andar inferior. Facilita movimentos 
respiratórios. Compromete circulação 
venosa. 
• Indicações: 
o Cirurgias do pescoço e da face. 
o Hiperextensão do pescoço em 
cirurgias cervicais.• Cuidados: 
o Fixação do paciente. 
o Posicionamento dos braços. 
o Cuidados com volemia. 
Litotômica ou Ginecológica 
 
 
 
Indicações: 
• Cirurgias perineais. 
• Parto 
Cuidados: 
• Flexão extrema das coxas compromete a 
função respiratória pelo aumento da 
pressão intra-abdominal. 
• Fluxo sanguíneo elevado nos membros 
causa represamento sanguíneo na região 
esplênica. 
• Evitar lesão neuromuscular. 
• Flexão intensa do quadril, bem como 
adução articulação, deve ser evitada nessa 
posição. 
• Os braços requerem cuidados especiais, 
pois não devem impedir os movimentos do 
tórax e a respiração. 
 
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Fowler 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Indicações: 
• Neurocirurgias. 
• Cirurgias de ombro. 
• Mamoplastias. 
• Simpatectomias. 
Cuidados: 
• Adaptar a cabeça do paciente ao suporte. 
• Colocar acolchoamento nas nádegas e no 
dorso; 
• Colocar os braços em abdução sobre o 
abdome, apoiado por coxim, com 
angulação inferior a 80° 
• Elevar levemente os pés e os coxins na 
região poplítea propiciarão repouso, 
evitando também, o deslocamento caudal 
do tronco. 
• Colocar suporte para os pés com angulação 
não inferior a 45°, com o cuidado de 
acolchoar os calcâneos 
• Embolismo gasoso – risco potencial. 
• Proteção dos olhos. 
• Atenção com ventilação. 
Decúbito lateral (Sims) 
 
 
Indicações: 
• Permite acesso à parte superior do tórax, à 
região dos rins e à parte superior do ureter. 
• Cirurgia de rins e pulmão 
Cuidados: 
• Posicionamento do braço. 
• Infusão de líquidos e a manutenção dos 
acessos vasculares devem ser realizadas no 
membro de fácil manipulação. Cuidados 
com retorno venoso. 
• Estabilização do dorso. 
• Alterações de pressão arterial. 
• Comprometimento da função respiratória 
quando se posiciona o paciente para 
cirurgia renal. 
• Repousar sobre o lado não afetado. 
• Riscos de danos neuromusculares. 
Decúbito ventral (prona) 
 
 
Passos: 
• Colocar o paciente em decúbito dorsal. 
• Realizar o ato anestésico, colocar o 
paciente em decúbito lateral, próximo da 
borda da mesa cirúrgica e, finalmente, 
posicioná-lo em decúbito ventral. 
• Estender os braços do paciente ao longo do 
corpo para posicionar. Um suporte é posto 
em cada lado da mesa e os braços do 
paciente são trazidos e repousados com os 
cotovelos flexionados e as mãos para 
baixo. Esse movimento é feito para evitar 
luxação do ombro e danos ao plexo 
braquial. 
• Lateralizar a cabeça do paciente, apoiando-
a em um travesseiro, sem dobrar as 
orelhas, protegendo as proeminências da 
face e mantendo as pálpebras fechadas. 
• Colocar coxins do ombro até a crista ilíaca, 
permitindo a expansão torácica, e um 
coxim transversal na crista ilíaca para evitar 
pressão dos órgãos dessa região. Manter a 
flexão dos pés em uma angulação de 45° 
ou utilizar o suporte de Wilson, tendo 
cuidado com as mamas e os genitais. 
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Coxins para a patela e tornozelos também 
são necessários. 
Indicações: 
• Cirurgias de coluna 
Desvantagem 
• Dificuldade de respiração. 
• Cuidado com pneumopatias. 
Cuidados: 
• Plexo braquial. 
• Retorno venoso prejudicado. 
• Dificuldade respiratória. 
Canivete, Jacknife, kraske ou Depage 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Indicações: 
• Cirurgias proctológicas e de coluna lombar. 
Cuidados: 
• Restrição ventilatória. 
• Evitar apoio de cabeça sobre o nariz. 
• Compressão de estruturas abdominais. 
Complicações relacionadas ao posicionamento do 
paciente: 
• Lesão por pressão. 
• Comprometimento neurovascular. 
• Síndrome compartimental. 
• Trombose. 
Cuidados com o posicionamento do paciente ao 
final do procedimento anestésico-cirúrgico 
• Manipular lentamente o paciente 
anestesiado, mas com movimentos firmes 
e seguros. 
• Retirar cuidadosamente as pernas das 
perneiras, a fim de prevenir o afluxo rápido 
de sangue da porção superior do corpo 
para os membros inferiores, o que poderá 
levar à queda brusca da pressão arterial. 
• Manter a cabeça volta para o lado com uma 
cânula de Guedel na boca, sempre que 
possível para prevenir aspiração de vômitos 
ou secreções. 
• Observar as reações do paciente, verificar 
sinais vitais e manter-se atento aos 
parâmetros de monitoração. 
• Registrar intercorrências e situações de 
risco pode ser fundamental para permitir a 
continuidade da assistência no pós-
operatório e assegurar assistência livre de 
riscos. 
 
 
Complicações Intraoperatórias 
 
• Hipoventilação e hipoxemia – devido ao 
suporte ventilatório inadequado. 
• Traumatismo oral (dentes quebrados, 
traumatismo orofaríngeo ou laríngeo) – devido 
à dificuldade na intubação endotraqueal. 
• Hipotensão – devido à hipovolemia pré-
operatória ou a reações adversas aos agentes 
anestésicos. 
• Arritmia cardíaca – devido ao 
comprometimento cardiovascular preexistente, 
desequilíbrio hidroeletrolítico ou reações 
adversas aos agentes anestésicos. 
• Hipotermia – devido à exposição a um 
ambiente frio do centro cirúrgico e à perda da 
capacidade de termorregulação normal em 
virtude dos agentes anestésicos. 
• Lesão dos nervos periféricos – devido ao 
posicionamento incorreto do paciente ou ao 
uso de contenções. 
• Hipertermia maligna 
o Trata-se de uma reação rara aos 
inalantes anestésicos (notadamente 
sevoflurano, enflurano, isoflurano e 
desflurano) e ao relaxante muscular 
succinilcolina. 
o Causada pelo acúmulo intracelular 
anormal e excessivo de cálcio, com 
consequente hipermetabolismo, 
aumento da contração muscular e 
elevação da temperatura corporal. 
o O tratamento consiste em suspender o 
anestésico inalatório, administrar 
dantrolene IV e aplicar técnicas de 
resfriamento (cobertor de 
resfriamento, lavagem com soro 
fisiológico gelado). 
 
 
 
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Capítulo 3 – Unidade de Recuperação Pós-
Anestésica. 
 
 A sala de recuperação pós-anestésica 
(RPA) é usada para reconhecer os sinais de 
comprometimento e antecipar e prever 
dificuldades pós-operatórias. A monitorização 
cuidadosa do paciente que recebeu anestesia geral 
deverá ser realizada até que: 
• Os sinais virais estejam estáveis e dentro 
da faixa de normalidade. 
• O paciente não tenha nenhum sinal de 
angústia respiratória e possa manter sua 
própria via respiratória. 
• A normalização dos reflexos. 
• A dor esteja sob controle e em nível 
tolerável para o paciente. 
• O paciente responda e esteja orientado no 
tempo e espaço. 
Para a consecução destes objetivos, são 
realizadas as seguintes ações de enfermagem: 
• Relatório que contenha: 
• Tipo de cirurgia realizada e qualquer 
complicação intraoperatória. 
• Tipo de anestesia (p. ex. geral, local, 
sedação). 
• Drenos e tipos de curativos. 
• Presença de tubo endotraqueal ou tipo de 
oxigênio a ser administrado (por cânula, 
macronebulizador, etc) 
• Tipos de acessos e localizações (p.ex: 
acesso venoso periférico, acesso central, 
acesso arterial). 
• Cateteres ou sondas, como sonda urinária. 
• Administração de sangue, coloides e 
líquidos e eletrólitos. 
• Alergias medicamentosas e história clínica 
pertinente. 
• Condições clínicas preexistentes. 
• Evolução intraoperatória, incluindo 
qualquer complicação ou instabilidade nos 
sinais vitais do paciente. 
• Avaliação inicial: 
o Observar o funcionamento 
apropriado dos dispositivos de 
monitoramento e aspiração, 
equipamento de oxigenioterapia e 
qualquer outro equipamento. 
o Verificar identidade do paciente, 
procedimento, cirurgião. 
o Obter sinais vitais, incluindo 
oximetria de pulso e temperatura – 
15 em 15 minutos na primeira hora, 
30 em 30 minutos na segunda hora. 
o Avaliar o estado das vias 
respiratórias,observando qualquer 
estridor ou roncos. 
o Avaliar a função respiratória, 
incluindo frequência respiratória e 
esforço, auscultar os sons 
respiratórios. 
o Avaliar estado circulatório, 
observando coloração de pele, os 
pulsos periféricos e monitor de 
ECG. 
o Observar o nível de consciência e a 
orientação do paciente no tempo e 
espaço. 
o Avaliar a condição dos curativos 
cirúrgicos e drenos e verificar os 
acessos venosos e líquidos de 
infusão e/ou medicamentos IV. 
o Determinar o nível de dor do 
paciente utilizando uma escala 
visual analógica. 
As respostas do paciente na sala de 
recuperação pós-anestésica podem ser avaliadas 
pela escala de Aldrete e Kroulik que visam 
sintetizar um método de avaliação dos pacientes 
pós-cirúrgicos. 
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 Para crianças, onde o nível de resposta é menor, utiliza-se outra escala. A escala de Steward. 
 
Intervenções de enfermagem no pós-operatório: 
 
Mantendo a Permeabilidade das Vias Respiratórias: 
1. Monitorar rigorosamente o paciente que 
chega com uma via respiratória oral ou 
nasal até que esteja totalmente acordado. 
2. Monitorar o retorno do reflexo de tosse e 
ânsia. Quando o paciente estiver acordado 
e capaz de proteger a sua própria via 
respiratória, a via respiratória oral ou nasal 
pode ser interrompida. 
Mantendo a Função Respiratória adequada: 
1. Incentivar o paciente a fazer inspirações 
profundas para ventilar totalmente os pulmões 
e prevenir a atelectasia; usar um espirômetro 
de incentivo para ajudar nessa função. 
2. Avaliar frequentemente os campos pulmonares 
através de ausculta. 
3. Avaliar periodicamente o nível de consciência 
do paciente – resposta ao nome ou comando. 
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4. Administrar oxigênio umidificado para reduzir a 
irritação das vias respiratórias e facilitar a 
remoção das secreções. 
Promovendo a perfusão tecidual: 
1. Monitorar os sinais vitais (PA, pulso, frequência 
respiratória e saturação de oxigênio) de acordo 
com protocolo, normalmente a cada 15 
minutos, enquanto o paciente se encontra na 
RPA. Monitorar o ECG à procura de arritmias 
a. Registrar as variações de PA, FC, FR e 
arritmias cardíacas 
b. Avaliar a pressão de pulso para 
determinar o estado de perfusão. 
2. Monitorar rigorosamente a ingesta e a 
eliminação. 
3. Reconhecer os diversos fatores passíveis de 
alterar o volume sanguíneo circulante, como 
perda de sangue durante a cirurgia e desvios 
de líquido após a cirurgia. 
4. Identificar os sintomas precoces de choque ou 
hemorragia. 
a. Extremidades frias, diminuição do 
débito urinário (inferior a 30ml/h), 
enchimento capilar lento (mais de 3s), 
redução a PA, estreitamente da pressão 
do pulso e aumento da frequência 
cardíaca indicam habitualmente uma 
diminuição do débito cardíaco. 
5. Intervir para melhorar a perfusão tecidual. 
a. Iniciar a oxigenioterapia ou aumentar a 
fração de oxigênio inspirado do sistema 
de administração de oxigênio. 
b. Aumentar a infusão de líquido 
parenteral, quando prescrito. 
c. Colocar o paciente na posição de 
choque, com os pés elevados. 
Estabilizando o Estado Termorregulador 
1. Monitorar a temperatura a cada 15 minutos e 
estar alerta quanto ao desenvolvimento de 
hipotermia e hipertermia. 
2. Relatar uma temperatura acima de 38,6° ou 
abaixo de 35°. 
3. Monitorar a ocorrência de tremores pós-
anestesia; apesar de serem comuns em 
pacientes hipotérmicos, podem ocorrer 
também em pacientes normotérmicos, 
sobretudo naqueles que receberam inalantes 
durante a cirurgia. 
4. Fornecer cobertores de aquecimento para os 
pacientes que sentem frio. 
5. Proporcionar um aquecimento ativo com ar 
aquecido para o paciente hipotérmico. 
Mantendo um volume adequado de líquidos: 
1. Administrar soluções IV, conforme prescrição. 
2. Monitorar a ingesta e a eliminação. 
3. Monitorar os eletrólitos e identificar sinais de 
desequilíbrio como náuseas, vômitos e 
fraqueza. 
4. Avaliar o estado mental e a coloração e turgor 
cutâneo. 
5. Identificar sinais de desequilíbrio hídrico. 
a. Hipovolemia – diminuição da PA, do 
débito urinário e da pressão venosa 
central (PVC), aumento do pulso. 
b. Hipervolemia – elevação da PA, 
alterações nos sons pulmonares, como 
estertores nas bases; alterações nas 
bulhas cardíacas., aumento da PVC. 
Promovendo o conforto do paciente 
1. Avaliar a dor pela observação das 
manifestações comportamentais e fisiológicas. 
Pedir ao paciente que classifique sua dor em 
uma escala de 1 a 10. 
2. Administrar analgésicos e documentar sua 
eficácia. 
3. Posicionar o paciente para aumentar ao 
máximo o seu conforto. 
Minimizando as complicações do 
comprometimento cutâneo. 
1. Efetuar a lavagem das mãos antes e depois de 
qualquer contato com o paciente. 
2. Inspecionar rotineiramente os curativos e 
reforçá-los, se necessário. 
3. Registrar a quantidade e o tipo de drenagem 
da ferida. 
4. Mudar frequentemente o decúbito do paciente 
para manter um bom alinhamento corporal. 
Mantendo a segurança: 
1. Manter as grades laterais levantadas até que o 
paciente esteja totalmente desperto. 
2. Proteger o membro onde está o acesso venoso. 
3. Evitar qualquer lesão de nervo e tensão 
muscular, proporcionando um apoio 
apropriado e almofadas nas áreas de pressão. 
4. Estar atento para o fato de qu paciente que 
receberam anestesia regional podem não ser 
capazes de se queixar de lesão. 
5. Verificar se o curativo está apertado. 
6. Determinar o retorno do controle motor após 
anestesia regional. 
 
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Desconfortos pós-operatórios: 
• Náuseas e vômitos pós-operatórios. 
o Medida preventiva: sondagem 
nasogástrica no intraoperatório. 
o Avaliar paciente no pré-operatório para 
os fatores de risco de náuseas e 
vômitos no pós-operatório, como sexo 
feminino, história de cinetose. 
o Intervenções farmacológicas: 
ondansetrona (Zofran) ou prometazina, 
conforme prescrição. 
• Sede 
o Intervenções 
▪ Administrar líquidos por via 
parenteral ou orla, quando isso 
é tolerado e permitido. 
▪ Oferecer lascas de gelo 
▪ Aplicar compressa de gaze 
umedecida sobre os lábios. 
• Constipação intestinal e cólicas por gases: 
o Causas: 
o Traumatismo e manipulação do 
intestino durante a cirurgia bem como 
o uso de opioides. 
o Causas mais graves: peritonite ou 
abscesso 
o Medidas preventivas: 
o Incentivar a deambulação precoce para 
ajudar a promover a peristalse. 
o Fornecer um aporte adequado de 
líquidos para promover fezes de 
consistência mole e hidratação. 
o Oferecer uma dieta apropriada para 
promover a peristalse. 
o Incentivar o uso precoce de analgesia 
não opioide. 
o Avaliar frequentemente os sons 
intestinais. 
o Intervenções de enfermagem: 
o Enemas de retenção 
o Administrar estimulantes GI 
Complicações pós-operatórias: 
• Choque 
• Hemorragia 
• Atelectasia 
• Trombose venosa profunda 
• Embolia pulmonar 
• Aspiração 
• Pneumonia; 
• Retenção urinária; 
• Obstrução intestinal; 
• Infecção da ferida 
• Deiscência 
• Evisceração 
Feridas e Cicatrização 
 
A ferida é uma ruptura na continuidade e nos 
processos reguladores das células teciduais; a 
cicatrização de feridas pode não restaurar a função 
celular normal. 
Fisiologia da cicatrização de feridas 
• Fase inflamatória - 1 a 5 dias. 
o As respostas vasculares e celulares são 
imediatamente iniciadas quando o 
tecido é cortado ou lesado. 
o Ocorre vasoconstrição transitória 
imediatamente no local da lesão, de 5 
a 10 min de duração, juntamente com 
a deposição de um coágulo de 
fibrinoplaquetas para ajudar a controlar 
o sangramento. 
o Ocorre dilatação subsequente das 
pequenas vênulas, anticorpos, 
proteínas plasmáticas,líquido 
plasmático, leucócitos e eritrócitos 
deixam a microcirculação para penetrar 
na área da lesão, causando edema, 
rubor, calor e dor. 
o A vasodilatação localizada resulta da 
ação direta da histamina, serotonina e 
prostaglandinas. 
o Os leucócitos polimorfonucleares 
(neutrófilos) e os monócitos entram na 
ferida para atuar na destruição e 
ingestão dos resíduos da ferida. Os 
monócitos predominam durante essa 
fase. 
• Fase proliferativa – 2 a 20 dias 
o Os fibroblastos (células do tecido 
conjuntivo) multiplicam-se e migram ao 
longo dos filamentos de fibrina, que 
parecem atuar como matriz. 
o Ocorre brotamento endotelial nos vaso 
sanguíneos adjacentes, formando 
novos capilares que penetram no tecido 
lesado nutrindo-o. 
o A combinação de brotamento de 
capilares e proliferação de fibroblastos 
é denominada tecido de granulação. 
o A síntese ativa de colágeno pelos 
fibroblastos começa do quinto ao 
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sétimo dia, e a ferida adquire 
resistência à tensão. 
o Em torno de 3 semanas, a pele 
recupera 30% de sua resistência à 
tensão observada antes da lesão. 
• Fase de remodelagem – 21 dias a meses e 
anos. 
o O tecido cicatricial é composto 
principalmente de colágeno e 
substância fundamental 
(mucopolissacarídieos, glicoproteínas, 
eletrólitos e água). 
o Após o início da síntese de colágeno, as 
fibras de colágeno sofrem novo 
processo de quebra (lise) e 
regeneração. As fibras de colágeno 
tornam-se mais organizadas, alinham-
se mais estreitamente entre si e 
aumentam a resistência à tensão. 
o O volume global e a forma da cicatriz 
continuam mudando uma vez iniciado o 
processo de maturação. 
o Tipicamente, a produção de colágeno 
cessa; entretanto, se a produção de 
colágeno exceder acentuadamente a 
sua lise, ocorrerá formação de 
queloide. 
o A maturação normal da ferida é 
clinicamente observada como cicatriz 
imatura, dura, elevada e vermelha 
inicial, que se molda em uma cicatriz 
madura, pálida, mole e plana. 
• Tipos de cicatrização 
o Primeira intenção – fechamento 
primário – bordas da ferida 
apropriadamente aproximadas com 
suturas. 
o Segunda intenção – granulação – 
feridas que são deixadas abertas para 
a sua cicatrização espontânea. A 
cavidade da ferida é reenchida com 
tecido sensível, mole e avermelhado, 
que sangra facilmente. 
 
Drenos 
Finalidade – 
• Os drenos são colocados em feridas apenas 
quando existe acúmulos anormais de 
líquido ou espera-se a sua ocorrência. 
• Os drenos são colocados próximo ao local 
de incisão: 
o Habitualmente em compartimentos 
(p.ex. articulações e espaço 
pleural) que não são tolerantes ao 
acúmulo de líquidos. 
o Em áreas com grande suprimeto 
sanguíneo 
o Em feridas infectadas com 
drenagem 
o Em áreas que apresentam grande 
dissecção sustentada de tecido 
superficial (p.ex. mama) 
• O acúmulo de líquidos corporais em feridas 
pode ser prejudicial pelo seguinte: 
o Fornece um meio de cultura para o 
crescimento bacteriano. 
o Provoca pressão aumentada no 
local da cirurgia, interferindo no 
fluxo sanguíneo para a área. 
o Provoca pressão sobre áreas 
adjacentes. 
o Causa irritação e necrose teciduais 
locais (devido a líquidos como bile, 
pus, suco pancreático e urina). 
• Drenagem da ferida. 
o Os drenos são comumente feitos de 
látex, polivinilcloreto ou silicone e 
são colocados dentro de feridas ou 
cavidades corporais. 
o Os drenos colocados dentro de 
feridas são tipicamente fixados a 
um aspirador portátil, com 
recipiente de coleta 
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o Ex: hemovac, Jackson-Pratt. 
o Os drenos também podem ser 
usados no pós-operatório para 
formar conexões em túnel dos 
órgãos internos até o exterior para 
drenagem de líquido corporal como 
tubo em T (kerr) para drenagem da 
bile, tubos de nefrostomia, 
gastrostomia, jejunostomia, 
cecostomia. 
o Os drenos atuam como porta de 
entrada e saída de 
microorganismos infecciosos; por 
conseguinte, existe o risco de 
infecção. 
o Os drenos de ferida são retirados 
quando o volume de drenagem 
diminui no decorre de um período 
de dias ou, raramente, semanas. 
o Os drenos de líquido corporal são 
frequentemente deixados por 
períodos mais longos de tempo. 
 
 
 
Capítulo IV – Central de Material Esterilizado 
 
Na Central de Material Esterilizado (CME) é 
realizado o preparo de todo o material estéril a ser 
utilizado no hospital. Para tanto, é composta pelas 
áreas de recepção, limpeza, preparo, esterilização, 
guarda e distribuição dos materiais esterilizados 
utilizados pela equipe de saúde no atendimento ao 
cliente. 
Na estrutura do estabelecimento de saúde, 
a CME é uma unidade importante porque oferece 
à equipe de saúde materiais estéreis em condições 
adequadas ao seu desempenho técnico, bem como 
proporciona ao cliente um atendimento com 
segurança e contribui para que a instituição 
proporcione uma assistência com efetiva 
qualidade. 
Alguns estabelecimentos de saúde 
preparam e acondicionam os materiais que cada 
unidade utiliza de forma descentralizada; outros, 
centralizam todo o seu material para preparo na 
Central de Material – o qual, geralmente, constitui-
se no método mais comumente encontrado. Uma 
outra tendência é a terceirização da esterilização 
de materiais, principalmente por óxido de etileno, 
haja vista a necessidade de condições de 
segurança especiais para sua instalação e 
manuseio. 
Esta centralização do processo - limpeza, 
seleção, acondicionamento, esterilização e 
distribuição do material esterilizado para as 
unidades e centro cirúrgico – apresenta a 
vantagem de padronização das técnicas de 
processamento de material estéril, contribuindo 
para a qualidade deste e favorecendo a economia 
de pessoal, material e tempo. 
Idealmente, a CME deve ter sua estrutura 
física projetada de forma a permitir o fluxo de 
materiais da área de recepção à de distribuição, 
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evitando o cruzamento de material limpo com o 
contaminado. 
Tipos de Artigos 
 
Artigos críticos (C): artigos destinados a 
penetração, através da pele e mucosas, nos 
tecidos subepiteliais e no sistema vascular, tecidos 
estes isentos de flora microbiana própria. 
Requerem esterilização ou descarte, pois são de 
alto risco na transmissão de infecção se 
contaminados por qualquer tipo de 
microorganismo. Ex: agulhas, lâminas de bisturi, 
sondas, instrumentais odonto-médico-
hospitalares, ponta de eletro-cautério, campos 
cirúrgicos etc. 
Artigos semicríticos (SC): artigos que entram 
em contato com mucosas íntegras e pele não-
íntegra, ou ainda aqueles que por sua 
especificidade devem ter a presença de 
microorganismos patogênicos minimizada. 
Requerem esterilização ou desinfecção de alto 
nível. Ex: acessórios dos ventiladores, 
laringoscópio, cânula de Guedel, tubos 
endotraqueais etc. 
Artigos não-críticos (NC): artigos utilizados em 
procedimentos com baixíssimo risco de 
desenvolvimento de infecção associada ou que 
entram em contato apenas com pele íntegra. 
Requerem limpeza ou desinfecção de baixo ou 
médio nível, dependendo do risco de transmissão 
secundária de microorganismos de importância 
epidemiológica. Ex: o material usado para 
higienização, termômetro, esfigmomanômetro, 
estetoscópio, mesa do aparelho de raio X, 
microscópio etc. 
Obs: Produtos para saúde utilizados na assistência 
ventilatória e inaloterapia, não poderão ser 
submetidos à desinfecção por métodos de imersão 
química líquida com a utilização de saneantes a 
base de aldeídos. 
A recepção do material sujo e para limpeza 
é separada da área de preparo do material e 
esterilização, bem como da área de 
armazenamento e distribuição. Esses cuidadosna 
estrutura e fluxo proporcionam condições 
adequadas de trabalho à equipe de saúde, 
diminuindo o risco de preparo inadequado do 
material, com presença de sujidade ou campos 
com cabelo, linhas, agulhas de sutura e outras 
falhas. 
Também em relação ao ambiente, é 
importante que as paredes e o piso sejam de cor 
clara e fácil limpeza; e as janelas amplas, de forma 
a proporcionar uma iluminação que possibilite o 
bom trabalho na unidade. 
Quanto à localização, este serviço deve 
estar situado o mais próximo possível das unidades 
que mais utilizam os seus materiais - como o 
centro cirúrgico e obstétrico, o pronto-socorro e a 
terapia intensiva -, o que facilita a circulação dos 
mesmos. A distribuição do material estéril para o 
centro cirúrgico pode ser realizada por monta- 
cargas ou carrinhos que propiciem a proteção do 
material estéril. 
A adoção deste cuidado diminui 
sobremaneira a possibilidade de contaminação 
durante o trajeto. 
Todos os cuidados que a equipe da CME 
tem em relação à estrutura física e às técnicas de 
esterilização dos materiais visam diminuir os riscos 
de infecção, que, além de outras complicações, 
acarretam sofrimento ao cliente, bem como um 
tempo maior de internação. 
Os materiais das diferentes unidades 
chegam ao CME através da área de recepção. De 
acordo com a rotina da instituição, os materiais 
recebidos são anotados em um caderno ou ficha 
de controle pertinente a cada unidade. Os que 
estiverem limpos são encaminhados para a área de 
acondicionamento, onde serão preparados; os 
sujos ficam no expurgo, para lavagem. 
No expurgo ocorre o processo de lavagem 
do material sujo encaminhado ao CME – cuja 
atuação é muito importante, pois se o material não 
for lavado de forma correta a esterilização não se 
processa adequadamente; consequentemente, 
permanecerá contaminado, oferecendo riscos ao 
cliente. 
Os materiais sujos de matéria orgânica 
(sangue, pus e outras secreções corpóreas) devem 
ficar imersos em detergentes enzimáticos por 
cerca de 3 a 5 minutos (ver recomendação do 
fabricante), tempo necessário para desagregar a 
matéria orgânica. Devem ser colocados abertos ou 
desconectados em recipiente não-metálico, tendo-
se o cuidado de evitar que materiais diferentes 
(borracha, instrumentais, vidros) sejam postos no 
mesmo recipiente. 
Após esta etapa, a limpeza do material 
pode ser feita com água, sabão e escova de 
cerdas, ou através de máquinas de limpeza, já que 
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os abrasivos - como esponja de aço ou saponáceo 
- danificam o material. Para cada tipo de material 
existe uma técnica de lavagem que assegurará que 
o mesmo chegue à área de preparo em perfeitas 
condições de limpeza. Quando da lavagem, deve-
se escovar as ranhuras, articulações e dentes de 
cada pinça, bem como injetar as soluções no 
interior das cânulas e sondas. 
Após o enxague, onde todo o sabão deve 
ser retirado, os materiais devem ser secos com 
pano, máquina secadora ou ar comprimido, e 
posteriormente encaminhados para a área de 
preparo. 
Nesta área, é indispensável o uso de 
equipamento de proteção individual (EPI) 
constituído por luvas grossas de cano longo, óculos 
de proteção, máscara e avental impermeável 
longo; além disso, deve-se proteger o calçado com 
algum tipo de capa, ou utilizar botas de borracha, 
o que favorece a proteção dos pés. Esses cuidados 
são absolutamente necessários pelo fato de que o 
material a ser lavado é considerado contaminado; 
assim, deve-se tomar todas as precauções para 
evitar a contaminação do funcionário. 
Os funcionários da área de preparo de 
material são responsáveis pela inspeção da 
limpeza, condições de conservação dos materiais e 
funcionalidade dos instrumentais, bem como o 
acondicionamento e identificação dos pacotes, 
caixas e bandejas. Entre suas atividades, cabe 
separar os materiais danificados, para posterior 
substituição. 
Durante o desempenho de suas funções é 
recomendável que os mesmos utilizem gorro ou 
touca descartável, para evitar a queda de fios de 
cabelo nos materiais; além disso, devem sempre 
manipular o material com as mãos limpas. 
Na área de preparo os materiais são 
preferencialmente agrupados por tipo de material: 
vidros, tecido (roupas e campos), instrumental e 
borrachas. 
Os aventais ou capotes, bem como os 
campos cirúrgicos e fenestrados, são recebidos da 
lavanderia e encaminhados diretamente ao setor 
de preparo para serem inspecionados, dobrados e 
acondicionados. 
Na inspeção, devem ser observadas 
sujidades, rasgos e ausência de cadarços ou 
amarrilhos. 
Os instrumentais cirúrgicos, após 
verificação de sua limpeza, conservação e 
funcionamento, serão acondicionados em caixa 
metálica perfurada ou bandeja de aço inoxidável, 
empacotada em campo de algodão. 
Para evitar perfurações durante o 
manuseio destes materiais, bem como conservar a 
sua integridade, as tesouras e pinças mais 
delicadas devem ser protegidas com gaze ou 
compressa pequena e postas na parte superior da 
caixa ou bandeja. Por sua vez, as agulhas, porta-
agulhas, pinças de campo e pinças para 
antissepsia devem ser organizadas de acordo com 
o tipo de cirurgia. 
As agulhas metálicas, utilizadas em alguns 
procedimentos especializados, são acondicionadas 
em tubo de ensaio com uma bola de algodão no 
fundo, para proteger suas pontas e outra na boca 
do tubo para fechá-lo. 
Os materiais de borracha e cânulas 
siliconizadas de baixa pressão são acondicionados 
individualmente em envelope de poliamida ou 
papel grau cirúrgico. As extensões de borracha 
devem estar enroladas e presas com uma tira de 
gaze, e acondicionadas em campo de algodão ou 
em envelope de poliamida ou papel grau cirúrgico. 
Em algumas instituições, os materiais de 
corte e as agulhas são acondicionados 
separadamente em bandeja ou caixa. 
Ao empacotar os materiais, o invólucro 
utilizado deve possibilitar tanto a penetração do 
agente esterilizante como mantê-los protegidos 
até o momento do uso; portanto, faz-se necessário 
verificar a adequação do tipo de invólucro com o 
processo de esterilização: 
• na autoclave – são utilizados campos de 
tecido de algodão, papéis (grau 
cirúrgico e kraft), filme poliamida 
transparente e caixa metálica perfurada 
embalada em campo, para permitir a 
livre circulação do vapor; 
• na estufa – são utilizadas lâminas de 
alumínio, recipiente de vidro refratário 
e caixa metálica fechada; 
• no esterilizador de óxido de etileno – 
são utilizados filme poliamida 
transparente e papel grau cirúrgico. 
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O fechamento do pacote, bandeja ou caixa 
depende do invólucro e do processo de 
esterilização a que será submetido. Nos pacotes 
embalados com filme poliamida e papel grau 
cirúrgico o fechamento deste é feito por seladora. 
Os demais, com fita crepe simples, evitando-se 
deixar aberturas - esta mesma fita é utilizada para 
identificar o pacote e colocar a assinatura do 
responsável pelo fechamento. 
Existe uma outra fita crepe especial que 
deve ser colocada no pacote – a qual apresenta 
listras que, quando submetidas à ação do calor, 
ficam escuras, identificando que o material foi 
submetido a processo de esterilização. 
Desinfecção dos materiais 
A desinfecção é o processo físico ou 
químico que destrói todos os microrganismos, 
exceto os esporulados, podendo ser classificada 
como: 
• Desinfecção de alto nível: quando os 
produtos químicos desinfetantes utilizados no 
processo são eficazes contra todas as formas 
vegetativas, e parte dos esporos; 
• Desinfecção de nível intermediário: 
quando os desinfetantes não destroem esporos, 
mas têm ação sobre o bacilo da tuberculose e 
ampla ação sobre vírus e fungos, porém, não 
destroem, obrigatoriamente, todos eles;• Desinfecção de baixo nível: quando os 
desinfetantes têm atividade contra bactérias 
vegetativas, mas não destroem esporos. 
A desinfecção dos artigos hospitalares pode 
ser realizada através de métodos físicos e/ou 
químicos: 
Agentes físicos: os artigos devem ser 
submetidos à temperatura (calor), geralmente 
imergidos em água a 100 °C, utilizando-se 
preferencialmente, métodos automatizados, como 
as lavadoras termodesinfectadoras e lavadoras 
ultrassônicas. 
Agentes químicos: para a realização da 
desinfecção dos artigos através desse método 
estes devem estar completamente limpos e secos. 
São utilizados produtos químicos desinfetantes e 
os artigos são imergidos, e como o produto age 
por contato, os artigos devem ser colocados em 
recipientes onde permaneçam totalmente imersos. 
Após, devem ser enxaguados em água tratada de 
melhor qualidade possível de forma abundante, 
para remover todo o excesso de produto que possa 
conter nos materiais. 
O tipo de desinfecção a ser realizado deve 
ser definido de acordo com a classificação do 
artigo a ser submetido ao processo, sendo que 
apenas artigos semicríticos e não críticos devem 
ser submetidos à desinfecção. Antes de submeter 
qualquer artigo ao processo de desinfecção é 
imprescindível a limpeza prévia, principalmente 
para a realização de desinfecção química. Esta, de 
acordo com a RDC nº 15, deve ser realizada em 
espaço específico destinado a esse fim, sendo 
definido como sala de desinfecção química. 
A área de esterilização, como o próprio 
nome diz, é o local destinado à esterilização dos 
materiais, pois nela se encontram instalados os 
equipamentos necessários a este processo. Aos 
funcionários que trabalham nesta área é 
recomendado o uso de roupa privativa ao setor, 
bem como luva de amianto para manuseio do 
equipamento e material - quando os mesmos 
estiverem quentes, para evitar queimaduras. 
 
Alguns agentes utilizados para desinfecção: 
Glutaraldeído a 2% 
• período de exposição: 20 a 30 minutos 
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• requer enxague abundante após a 
exposição; 
• requer utilização de EPI. 
• Vantagem: não produz corrosão de 
instrumentais, não altera componentes de 
borracha ou plástico; 
• Desvantagem: impregna matéria orgânica 
e pode ser retido por materiais porosos. 
Irritantes de vias aéreas, ocular e cutânea. 
Ácido Peracético 
• Desinfetante de alto nível – concentração 
de 0,2%. 
• Período de exposição – 5 a 10 minutos 
(seguir orientação do fabricante). 
• Requer utilização de EPI 
• Vantagem: pouco tóxico. É efetivo na 
presença de matéria orgânica. 
• Desvantagem: é instável quando diluído, 
corrosivo para metais (aço, bronze, latão, 
ferro galvanizado) 
Compostos clorados 
• Possuem apresentações com várias 
concentrações; 
• Forma líquida (hipoclorito de sódio) 
desinfetante de baixo nível; 
• Forma sólida (hipoclorito de cálcio). 
• Requer utilização de EPI. 
• Vantagem: baixo custo, ação rápida, baixa 
toxicidade. 
• Desvantagem: difícil de ser validado, 
corrosivo para metais, inativado na 
presença de matéria orgânica, odor forte, 
irritante de mucosa. 
Critérios de seleção 
• Amplo espectro de ação antimicrobiana; 
• Não ser corrosivo para metais; 
• Não danificar artigos ou acessórios de 
borracha, plástico ou equipamentos óticos; 
• Sofre pouca interferência de matéria 
orgânica; 
• Possuir baixa toxicidade; 
• Ser inodoro ou ter odor agradável; 
• Ser compatível com sabões e detergentes; 
• Ser estável quando concentrado ou diluído
 
 
 
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Esterilização 
As principais formas de esterilização são: 
• Por vapor saturado sob pressão 
O aparelho utilizado para este processo é a 
autoclave, composto por uma câmara - onde se 
acondiciona o material, por uma válvula na porta - 
que mantém a pressão interna mediante 
instrumentos que medem a pressão e a 
temperatura. Seu funcionamento combina a ação 
do calor, pressão e umidade na destruição de 
microrganismos, por agirem na estrutura genética 
da célula. 
A autoclave funciona sob pressão de 1 a 18 
atmosferas, dependendo do equipamento. O 
tempo de exposição do material ao vapor varia de 
acordo com o seu tipo, temperatura e pressão 
atmosférica. De forma geral, para o material de 
superfície, o tempo necessário é de 30 minutos em 
temperatura de 121°C ou 15 minutos em 
temperatura de 134°C; para o material de 
densidade, 30 minutos em temperatura de 121°C 
ou 25 minutos em temperatura de 134°C. 
Este tipo de esterilização está 
indicado para todo material resistente ao 
calor úmido, como tecidos (aventais, 
campos cirúrgicos, campos fenestrados), 
materiais de borracha e de metal. É 
contraindicado para materiais 
termossensíveis, como cateteres e materiais 
de terapia respiratória. 
Após o material ser colocado na autoclave, 
inicia-se a drenagem do ar dentro da câmara e do 
ar residual dentro dos pacotes, para que o vapor 
possa entrar em contato com os materiais neles 
contidos. 
Para assegurar a correta esterilização 
dos materiais, faz-se necessária a adoção de 
alguns cuidados que facilitam a circulação e 
penetração do vapor no material, tais como: 
utilizar somente 80% da capacidade de 
armazenamento da câmara, com materiais 
que requeiram o mesmo tempo de 
esterilização; evitar que os pacotes 
encostem nas paredes do aparelho e entre 
eles; colocar os pacotes maiores na parte 
inferior e os menores na parte superior do 
aparelho, dispondo os jarros, bacias e 
frascos com a boca para baixo, para facilitar 
a remoção do ar e do vapor. 
Para se verificar se a esterilização dos 
materiais está realmente ocorrendo, deve-se 
observar se a pressão e a temperatura estão nos 
níveis programados, durante todo o ciclo. Caso isto 
não ocorra, o processo deve ser interrompido e a 
manutenção do aparelho deve ser solicitada. 
Ao término do ciclo deve-se entreabrir a 
porta do aparelho por um período de 5 a 10 
minutos, para a completa secagem dos pacotes e 
materiais pelo calor das paredes da câmara. 
Finalmente, os pacotes devem ser retirados 
e só colocados em superfícies frias após perderem 
completamente o calor, para evitar a formação de 
umidade ao contato. Complementando o processo, 
os pacotes devem ser datados e encaminhados 
para a sala de armazenamento. 
 
 
autoclave 
• Por calor seco 
Este processo é realizado através de um aparelho 
denominado estufa, no qual o calor seco é 
irradiado das paredes laterais e de sua base para 
destruir os microrganismos. A estufa possui uma 
câmara para acondicionamento do material e 
equipamentos para medir a temperatura e 
controlar o tempo. Seu uso é limitado, porque o 
calor seco não é tão penetrante como o calor 
úmido e a sua distribuição dentro da câmara não 
se realiza de modo uniforme. 
Como existem várias controvérsias em 
relação ao tempo necessário e a eficácia deste 
método, o seu uso é recomendado apenas para 
pós, óleos e graxas (vaselina líquida ou gaze 
vaselinada). Na impossibilidade de proceder a 
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esterilização pelo método de vapor saturado sob 
pressão o uso do calor seco (estufa) pode ser uma 
possibilidade atentando para os cuidados 
específicos. A temperatura pode variar de 120°C a 
200° C, dependendo do material a ser esterilizado 
e tempo de exposição. 
Para garantir a eficácia da esterilização e 
integridade dos materiais, recomenda-se colocar 
pequena quantidade de instrumental nas caixas e 
utilizar apenas 80% da capacidade da estufa, com 
materiais que requeiram o mesmo tempo de 
exposição; as caixas maiores devem ser colocadas 
sobre as menores, o que melhora a condução do 
calor. Jamais deve-se encostar as caixas nas 
paredes da estufa ou dispor os materiaisno centro 
da mesma - por ser um local de concentração de 
pontos frios -, bem como abrir a estufa durante o 
processo de esterilização. 
Decorrido o tempo programado para a 
esterilização, o aparelho deve ser desligado e o 
material esfriado com a estufa fechada. 
Após o que, deve ser retirado e as bordas 
das caixas e vidros vedados com fita adesiva. 
Após a última esterilização do dia, limpar 
com pano úmido a câmara interna da autoclave e 
estufa e enxugar, repetindo o mesmo 
procedimento na superfície externa. 
Obs: Algumas referências mais atualizadas 
já contraindicam o uso de estufa em 
estabelecimentos de assistência à saúde. 
Portanto, o método está descrito a título de 
informação e eventual referência a ser 
utilizada para o concurso. 
 
 
• Esterilização por óxido de etileno 
Os materiais indicados para este tipo de 
esterilização são os termossensíveis, tais como os 
marca-passos, próteses, instrumentais de 
hemodinâmica, acessórios de respiradores, 
materiais com fibras óticas, cânulas siliconizadas 
de baixa pressão e materiais de borracha. 
O ciclo de esterilização compreende o 
vácuo inicial, a pré-umidificação, a entrada do gás 
na câmara, o tempo de exposição, a exaustão do 
gás e a aeração mecânica, que tem por objetivo 
remover os resíduos de gás pela circulação de ar 
filtrado por todo o material esterilizado. 
Os materiais a serem esterilizados devem 
estar totalmente secos e dispostos de forma a 
manter um espaço entre cada um. Após fechar o 
aparelho, aguarda-se que o mesmo atinja os 
valores adequados de concentração do gás, 
temperatura e umidade; somente então inicia-se a 
contagem do tempo de exposição. 
Complementando o processo, ajusta-se o tempo 
de aeração de acordo com as orientações 
do fabricante. 
Como o óxido de etileno é um gás tóxico e 
carcinogênico, o operador responsável pela 
remoção do material da câmara deve 
obrigatoriamente fazer uso de avental, gorro, 
máscara e luvas de proteção - o que o protegerá 
do contato com o gás. 
• Esterilização por plasma de 
peróxido de hidrogênio 
Geralmente, o plasma de peróxido de 
hidrogênio é utilizado em clínicas de pequeno 
porte, em vista de sua fácil instalação, ter um 
tempo de esterilização de 1 hora e ocupar menor 
área física. 
O aparelho realiza a esterilização em 5 
fases consecutivas: vácuo, injeção, difusão, 
plasma e exaustão. O cassete de peróxido de 
hidrogênio é introduzido no aparelho e, após o 
término do processo, é automaticamente 
descartado em recipiente próprio. 
Os materiais esterilizados por este processo 
são os metais, vidros, acrílicos, borrachas e 
plásticos, que devem estar acondicionados em 
embalagem isenta de compostos de celulose. 
• Esterilização por agentes químicos 
líquidos 
Esta esterilização é recomendada apenas 
quando da impossibilidade de uso dos demais 
métodos, pois estes produtos exigem um tempo de 
exposição muito longo, enxague em solução estéril 
(água destilada estéril), secagem em campos 
estéreis e uso imediato. Durante o processo, a 
manipulação exige técnica asséptica. 
O material precisa estar limpo e seco para 
evitar alteração na concentração da solução, a qual 
deve ser renovada sempre que houver alteração 
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da coloração, presença de depósito ou vencimento 
da validade da diluição do produto, conforme as 
especificações do fabricante. 
Recomenda-se, também, evitar colocar no 
mesmo recipiente materiais de composição 
diferente, em vista da possibilidade de corrosão. 
Este método de esterilização requer alguns 
cuidados simples, que mesmo assim muitas vezes 
não são seguidos. É importante que seja 
selecionado um recipiente de vidro ou plástico com 
tampa e de tamanho adequado à quantidade de 
material; em seguida, após a colocação do material 
para esterilização, o recipiente deve ser tampado 
e iniciada a contagem do tempo de exposição, 
conforme as especificações do fabricante. Ao 
término do processo, retirar os materiais da 
solução com técnica asséptica e enxaguá-los 
abundantemente, inclusive o interior dos tubos e 
cateteres; complementando o processo, enxugar 
com compressas esterilizadas, acondicionar os 
materiais em invólucros estéreis e encaminhá-los 
para uso imediato. 
Validação e monitoramento do 
processo de esterilização 
O processo de esterilização deve ser 
obrigatoriamente monitorado, pois somente 
através deste monitoramento é que se pode 
garantir a segurança e qualidade do processo. 
Desta forma, são realizadas a monitorização 
química e biológica, sendo que os indicadores 
químicos sinalizam possíveis falhas no 
equipamento, pois servem para avaliar a 
penetração do calor em autoclaves e estufas, além 
de auxiliar no reconhecimento dos artigos que 
foram submetidos ao processo de esterilização. 
Entretanto, existem diversos tipos de indicadores 
químicos que são utilizados em conformidade com 
o processo de esterilização a que os materiais são 
submetidos. 
Classificação dos indicadores 
químicos 
Classe I: indicadores de processo, distinguem os 
artigos processados e não processados. 
Classe II: indicadores de testes específicos, teste 
Bowie-Dick. 
Classe III: indicadores monoparamétricos, 
indicam um único parâmetro, por exemplo, 
temperatura. 
Classe IV: indicadores multiparamétricos, 
indicam mais de um parâmetro crítico, por 
exemplo, temperatura e tempo. 
Classe V: indicadores integradores, apresentam 
resposta a todos os parâmetros críticos, e são 
ajustados à resposta dos indicadores biológicos. 
Classe VI: indicadores emuladores, apresentam 
resposta a todos os parâmetros críticos. 
 
Ao término de todos os processos de 
esterilização, com exceção do efetuado por 
agentes químicos líquidos, os materiais vão para a 
sala de armazenagem e distribuição. Dependendo 
da estrutura da instituição, ficam estocados na 
CME, sendo distribuídos de acordo com a 
solicitação, ou nas próprias unidades de 
internação. 
A sala de armazenagem e distribuição 
destina-se obviamente apenas para o 
armazenamento e distribuição de material 
esterilizado; portanto, deve-se ter o cuidado de em 
nenhum momento receber material contaminado 
nesta área. É importante que a mesma esteja 
equipada com armários fechados para guardar os 
materiais de maior permanência e suportes com 
cestos ou prateleiras para os de distribuição diária. 
Os que possuem prazo de validade 
mais próximo do vencimento devem ficar 
colocados na parte de cima ou na frente, a fim de 
que se promova a rotatividade dos pacotes, 
evitando-se a armazenagem de material com prazo 
de validade vencido. 
Quando a esterilização é realizada por 
autoclave e estufa, o prazo de validade dos 
materiais esterilizados é de 7 dias; por óxido de 
etileno, de 1 ano. Estes prazos variam conforme as 
condições de guarda do material, observando-se 
alterações da integridade do invólucro (rasgo, não 
presença da fita de identificação de esterilização, 
presença de umidade, violação do lacre). Nestas 
condições e/ou vencido o prazo de validade, os 
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materiais são retirados da embalagem e 
novamente acondicionados e esterilizados. 
 
Capítulo V – Esterilização por óxido de 
etileno – Portaria Interministerial 482/99 
 
 O objetivo da apresentação deste conteúdo 
é ressaltar alguns tópicos pertinentes a portaria o 
que não exclui a leitura da portaria que pode ser 
encontrada no seguinte endereço: 
https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopacient
e/index.php/legislacao/item/portariainterministeri
al-n-482-de-16-de-abril-de-1999. 
 Seguem alguns tópicos: 
• Limite de Tolerância de concentração do 
gás óxido de etileno no ambiente de 
trabalho – 1,8mg/m3 para um dia de 
8horas. 
• Concentração máxima permitida para 
exposição ao gás óxido de etileno

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