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Diarreias Agudas Internato de Medicina de Família e Comunidade Interno: Breno Vasco Gonçalves Zenha Orientador: Prof. Dr. Otto Gerardo Mojica Veras Aumento no número de evacuações Diminuição na consistência Aumento do volume fecal Definição Diarreia é um sintoma e sinal clínico caracterizado por pelo menos 2 de 3 componentes: 2 Definição Frequência Consistência Volume >3 evacuações/dia Fezes pastosas/líquidas >200 gramas/dia Osmótica Substância osmoticamente ativa e não absorvível Cessa com jejum- Gap osmótico aumentado (>125mOsm/kg) Secretória Aumento da secreção ou inibição da absorção hidroeletrolítica Não cessa com jejum – Gap osmótico normal (<50mOsm/kg) Fisiopatologia 4 Exsudativa Liberação de citocinas e mediadores inflamatórios na mucosa Presença de muco e sangue= disenteria Disabsortiva Principal origem no intestino delgado Presença de gordura (esteatorreia)/ Sinais de desnutrição Motora Alterações motoras no TGI Trânsito acelerado ou retardado Fisiopatologia Mais inflamatória/ invasiva- que lesa mucosa 5 Osmótica Intolerância à lactose/ frutose Alimentos com sorbitol/ manitol/ xilitol Secretória Bactérias produtoras de toxinas (V. cholerae, C. difficile) Dano epitelial por vírus/ TU carcinoide/ Gastrinoma Exsudativo Bacteriana (Salmonella, Shigella, E. Coli enteroinvasiva) Doença inflamatória intestinal Fisiopatologia Disabsortiva Doença celíaca, giardíase, estrongiloidíase Pancreatite crônica/ TB intestinal Motora Trânsito aumentado: PO de ressecção/ Hipertireoidismo Trânsito retardado: Esclerodermia/ DM/ Amiloidose Fisiopatologia Tempo de evolução Aguda Persistente Crônica Até 2 semanas De 2 a 4 semanas A partir de 4 semanas 90% dos casos- causa infecciosa Vírus- principais agentes Bactérias- casos mais graves Efeito direto de toxinas bacterianas (pré-formadas e ingeridas acidentalmente) na mucosa intestinal do hospedeiro Protozoários e parasitas intestinais- menos frequente Etiologia Crianças (até 2 anos): Rotavírus Crianças (>2 anos): Giardia lamblia, Shigella e Salmonella Adultos: E. Coli Ambiente hospitalar e imunocomprometidos: C. difficile Epidemiologia Características: Acometimento geral Geralmente são autolimitadas Secretória Vírus Principais: Norovírus Rotavírus Adenovírus Citomegalovírus Astrovírus Calicivírus Fonte: Expert Review of Anti-infective Therapy, December 2015 Bacterianas Produção de toxinas/ Invasão de mucosa Secretória Exsudativa Principais: E.coli Salmonella sp. Campilobacter sp. Shiguella sp. Yersinia enterocolítica S. Aureus Aeromonas sp. Vibrio cholerae Clostridium difficile Diarreia secretória Enteropatogênica Enterotoxigênica (diarreia do viajante) Enteroaderente Diarreia exsudativa Êntero-hemorrágica (sorotipo O157:H7)* Enteroinvasiva Escherichia Coli 13 Síndrome Hemolítico Urêmica Falência renal (Uremia) Anemia hemolítico angiopática Trombocitopenia não imune Incício: 5 a 10 dias após a diarreia Pode apresentar febre e sintomas neurológicas E. Coli êntero-hemorrágica O157:H7 Bacterianas 15 Bacterianas Medicamentos: Antibióticos AINEs Hipoglicemiantes Digitálicos Hipolipemiantes Doenças sistêmicas (hipertireoidismo) Não infecciosas Diarreia Alta: Acometimento do intestino delgado Frequência de evacuações elevada com maior volume fecal Geralmente fezes líquidas ou com presença de gordura Dermatite perianal e acidez fecal Diarreia Baixa: Acometimento do Cólon Presença de muco, pus, sangue Inúmeras evacuações em pequena quantidade Presença de tenesmo Quadro Clínico Diarreia líquida aquosa ou sanguinolenta Náuseas Vômitos Dor abdominal Febre Desidratação Presença de sangue, muco ou pus nas fezes Quadro Clínico Duração do episódio Subtipo de pacientes (HIV, Idoso) Gravidade do quadro Inflamatório? (Exsudativo) Possível agente etiológico Avaliação Clínica Avaliação do Estado de Hidratação Hipovolemia (desidratação moderada a grave) Sinais de toxemia Presença de sangue nas fezes > 6 evacuações/24 horas Duração >1 semana Dor abdominal severa Idosos ou imunocomprometidos Sinais de gravidade Habitualmente, é desnecessário qualquer exame investigativo Se presença de sinais de gravidade: Hemograma Função Renal Eletrólitos PCR Diagnóstico Pesquisa de leucócitos e sangue nas fezes Coprocultura com antibiograma Calprotectina fecal Parasitológico de fezes Pesquisa de toxinas A e B Diagnóstico Casos mais específicos; Coprocultura (positividade não é tão boa); Calprotectina (suspeita de DII/ exacerbação de DII); Toxinas A e B (td vez que pensar em colite pseudomembranosa) 24 Quadro autolimitado Nenhuma medida terapêutica específica é requerida na maioria dos casos Tratamento de suporte Hidratação Via oral preferencialmente ou parenteral (solução cristaloide) Avaliar necessidade de observação e internação hospitalar Tratamento Tratamento 26 Tratamento 27 Dieta Sintomáticos Antissecretores: Uso controverso Contraindicados na diarreia invasiva Loperamida 2 mg a cada evacuação diarreica (total de 16 mg/dia) Racecadotrila 100 mg, 3x/dia Probióticos: Mais indicados na diarreia relacionada com antibióticos e diarreia com crianças Zinco: Até 6 meses: 10mg/dia por 10-14dias >6 meses: 20 mg/dia por 10-14 dias Tratamento Retirar leite (intolerância a lactose secundária a diarreia?) 28 Antibioticoterapia Retirar leite (intolerância a lactose secundária a diarreia?) 29 Antibioticoterapia Retirar leite (intolerância a lactose secundária a diarreia?) 30 Diarreia Persistente/ Crônica Retirar leite (intolerância a lactose secundária a diarreia?) 31 Antibióticos Empírico, quando houver sinal de gravidade ou diarreia do viajante Ciprofloxacino 500 mg, 12/12h Sulfametoxazol+ Trimetoprima 800 mg/160 mg, VO, 12/12h Alternativas: outras quinolonas e macrolídeos Tratamento Retirar leite (intolerância a lactose secundária a diarreia?) 32 Clostridium difficile Bactéria anaeróbia Gram positiva formadora de toxinas Associada ao uso de antibióticos (clindamicina, cefalosporinas, aminoglicosídeos e quinolonas) Diagnóstico: pesquisa de toxinas A e B nas fezes Tratamento: Metronidazol ou Vancomicina via oral Colite Pseudomembranosa Clínica: diarreia mais invasiva, sangue, muco, pus nas fezes e febre Vancomicina não tem disponibilidade oral 33 Colite Pseudomembranosa 34 GUSSO, G.; LOPES, J.M.C. Tratado de medicina de família e comunidade: princípios, formação e prática. 2. ed. Porto Alegre : Artmed, 2019. BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de Vigilância em Saúde: volume único. 3° ed. Brasília: Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. 2019 DUNCA, B.B.; et. al. Medicina Ambulatorial: Condutas de Atenção Primária Baseadas em Evidências. 3° ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. MEDCEL, 2020. Referências
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