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Drª Caroline Parrillo 
 
1 
 SUMARIO 
 
 FUNDAMENTOS DA ESTOMATOLOGIA-------------------------------------------------------------Página 2 
 EXAME CLÍNICO-------------------------------------------------------------------------------------------Página 4 
 LESÕES FUNDAMENTAIS--------------------------------------------------------------------------------Página 10 
 DESCRIÇÃO E NOMENCLATURA DAS LESÕES------------------------------------------------------Página 13 
 BIOPSIA E CITOLOGIA------------------------------------------------------------------------------------Página 15 
 EXAME DE SANGUE---------------------------------------------------------------------------------------Página 19 
 PROCESSOS PROLIFERATIVOS NÃO NEOPLÁSICOS-----------------------------------------------Página 30 
 LESÕES BRANCAS -----------------------------------------------------------------------------------------Página 34 
 LESÕES ESCURAS-------------------------------------------------------------------------------------------Página 41 
 LESÕES EROSIVAS E ULCERATIVAS--------------------------------------------------------------------Página 44 
 LESÕES VESICOBOLHOSAS-------------------------------------------------------------------------------Página 52 
 DOENÇAS DAS GLÂNDLAS SALIVARES---------------------------------------------------------------Página 57 
 PROCESSOS PROLIFERATIVOS NÃO-NEOPLÁSICOS----------------------------------------------Página 62 
 
Drª Caroline Parrillo 
 
2 
FUNDAMENTOS DA ESTOMATOLOGIA 
 
A estomatologia é a ciência responsável por estudar a cavidade oral, suas variações de 
normalidade e as diversas condições patológicas que podem afetá-la. 
 
SEMIOLOGIA 
• Sinais- aumento de volume, alterações de coloração local etc 
• Sintomas- aspectos subjetivos percebidos pelo individuo doente, cuja detecção depende 
da informação prestada por ele. Incluem: dor, ardência, queimação etc. 
 
Determinadas doenças são subclínicas por não apresentarem sinais e sintomas em fases 
iniciais de sua evolução 
Outras doenças se distinguem por sintomas conhecidos como prodrômico, que surgem 
anteriormente ao principal sinal clínico. 
 
• Sinal prodrômico- indica o início de uma doença antes que sintomas específicos surjam. 
ex: infecção herpética recorrente- as vesículas perilabiais (sinal clínico principal) são 
procedidas por sintomas prodrômicos de queimação ou pontada. 
 
• Sinal patognomônico- sinal clínico exclusivo de alguma doença e categórico para seu 
diagnóstico. 
Ex: cisto ósseo simples- o sinal patognomônico é a detecção de uma cavidade de paredes 
ósseas lisas e sem qualquer revestimento tecidual no interior da maxila ou mandíbula no exato 
local 
 
 
A INVESTIGAÇÃO DOS SINAIS E SINTOMAS DAS DOENÇAS PASSA PELAS 3 DIVISÕES DA 
SEMIOLOGIA: 
 
• Semiogênese- Estuda os mecanismos formadores dos sinais e dos sintomas 
• Semiotécnica- Responsável por coletar os sinais e os sintomas, seja diretamente pela 
utilização dos sentidos ou indiretamente pelo auxílio de instrumental. 
• Propedêutica clínica- Visa interpretar as informações coletadas na semiogênese e na 
semiotécnica. Tem a finalidade de direcionar o processo de diagnóstico e estabelecer as 
condutas necessárias. 
 
 
 
 
Drª Caroline Parrillo 
 
3 
 EXAME CLÍNICO 
O exame clínico representa o atendimento inicial do paciente e seus objetivos incluem o 
diagnóstico de possíveis doenças e a identificação de eventuais fatores locais ou sistêmicos 
que possam modificar a conduta de tratamento. 
O exame clínico se divide em anamnese e exame físico. 
 
Anamnese- Significa recordar, trazer a memória 
Apresenta as seguintes partes: 
• Identificação do paciente; 
• Queixa principal; 
• História da doença atual; 
• História médica e odontológica; 
• Hábitos e vícios; 
• Revisão dos sistemas. 
IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE: 
Representa dados básicos: 
• Nome completo; 
• Data de nascimento; 
• Gênero sexual; 
• Raça; 
• Naturalidade; 
• Nacionalidade; 
• Procedência; 
• Atividade ocupacional; 
• Endereço; 
• Telefone; 
• e-mail; 
• carteira de identidade etc. 
Apresentam também valor propedêutico, por exemplo, existem doenças prevalentes em determinado gênero sexual, 
faixa etária e raça. Outras podem ter fatores de risco associados com atividades ocupacionais e áreas habitacionais 
 
 
HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL: 
Representa a coleta de informações relacionadas a suposta doença que provocou os sintomas que estimularam o 
indivíduo a procurar ajuda profissional. Por essa razão, pode ser chamado de história da queixa principal. 
Serão coletados todos os sintomas que poderão ser observados posteriormente no exame físico. 
Deve fazer perguntas pertinentes a queixa como: 
° Quando iniciou o sintoma; 
° A intensidade do sintoma; 
° Se é espontâneo ou provocado etc. 
Dados etiológicos ligados a semiogênese também são investigados nesta parte da anamnese. 
 
QUEIXA PRINCIPAL: 
Representa o motivo da procura. 
Drª Caroline Parrillo 
 
4 
HISTÓRIA MÉDICA E ODONTOLÓGICA: 
Representa todo o levantamento sobre a saúde geral e oral do paciente, no passado e no presente. Ela é 
dividida em pregressa e atual. 
 
História médica pregressa- É importante para identificar doenças diagnosticadas e tratadas no passado: 
• Cirurgias realizadas; 
• Alergias; 
• Reações de toxicidade; 
• Internações etc 
 
No caso de doenças, apesar de o tratamento já ter sido realizado, deve ficar atento a possíveis consequências 
que elas ou o tratamento delas possam proporcionar ao paciente. 
Ex: câncer de cabeça e pescoço, onde a radioterapia promove complicações irreversíveis que influenciam 
diretamente o tratamento odontológico. 
 
O tipo de cirurgia realizada no passado é muito importante, pois algumas determinam cuidados no presente. 
Ex: Cirurgias cardiológicas de implantação de válvulas protéticas, que representam condição obrigatória a 
prescrição de profilaxia antibiótica para procedimentos invasivos. 
 
Complicações de cirurgias também devem ser registradas, como: 
• Hemorragias (que podem ser um indício de distúrbio no processo de hemostasia); 
• Infecções; 
• Problemas na reparação tecidual. 
Históricos de alergias e toxicidade são determinados na seleção de medicamentos. 
 
História médica atual- Diz respeito ao conhecimento da doença e estados fisiológicos. 
 Favorece o: 
• Registro de doenças atuais; 
• Medicamentos ou tratamentos utilizados no presente; 
• Gravidez; 
• Cirurgias programadas. 
 
O comprometimento do paciente por uma doença ou tratamento médico, além de influenciar o tratamento 
odontológico, pode justificar a queixa principal ou algum sinal detectado posteriormente no exame físico 
Ex: 
• Sangramento gengival com o histórico de uma coagulopatia; 
• Leucemia; 
• Quimioterapia. 
 
HABITOS E VÍCIOS: 
São importantes para compreensão da simiogenêse de muitos sinais e sintomas, mas também tem 
importância na história médica e odontológica. 
Ex: 
A onicofagia pode estar relacionado com a sintomatologia da DTM. 
O tabagismo e o etilismo apresentam papel importante na etiologia do câncer bucal e podem fortalecer essa 
hipótese diagnóstica em uma lesão oral suspeita ou passível de malignidade. 
Também representam possíveis justificativas para hemorragias anteriores em exodontias, pois o calor do 
cigarro pode desestabilizar o coágulo e o efeito crônico do álcool pode danificar o fígado e comprometer a 
síntese de fatores de coagulação. 
Todos os tipos de vícios podem ser registrados 
Drª Caroline Parrillo 
 
5 
 
EXAME FÍSICO 
Representa a parte objetiva do exame clínico, que favorece a detecção e coleta de possíveis sinais. 
É realizado por manobras semiotécnicas, que representam a aplicação técnica dos sentidos, de maneira direta 
ou indireta 
 
MANOBRAS SEMIOTÉCINAS 
INSPEÇÃO: 
Aplicação da visão 
Pode determinar se existe um crescimento tecidual na superfície da mucosa ou da pele, alteraçõesde cor, 
assimetrias etc 
PALPAÇÃO: 
Aplicação do tato 
Pode verificar se existe um crescimento tecidual profundo (não detectável a inspeção), determinar 
consistência de alterações, limites etc 
ASCULTAÇÃO: 
Aplicação da audição 
Pode ser direta ou auxiliada pelo uso do estetoscópio 
Pode perceber sons sugestivos de alteração. É um tipo de exame muito aplicado para diagnóstico de fraturas 
ósseas, onde a manipulação dos fragmentos produz um som característico chamado de crepitação. 
Também é muito útil na detecção das DTM’s pelos ruídos e estalidos articulares. 
PERCUSSÃO: 
Capacidade de estimular tecidos pelo tato e produzir sons detectáveis pela audição 
Pode ser aplicada no diagnostico diferencial para doenças endodônticas ao estimular um dente com o cabo 
de um instrumental. 
Contudo, esse exemplo não representa uma percussão verdadeira, pois o resultado esperado é o sintoma e 
não é o som produzido. 
OLFAÇÃO: 
Aplicação do olfato 
Pode sugerir o tipo de bactérias presentes em determinado tipo de infecção. 
A presença de bactérias anaeróbias produz compostos sulfurados, que apresenta odor típico. 
A olfação é muito útil no diagnóstico das periodontites. 
 
 
REVISÃO DOS SISTEMAS 
É a parte responsável pela investigação de eventuais doenças que acometem os diversos sistemas do 
organismo. Nela podemos resgatar informações perdidas na histórica médica. 
MANOBRAS SEMIOTÉCINAS INDIRETAS REALIZADAS COM AUXÍLIO DE INSTRUMENTAL 
Raspagem: 
Realização de raspagem de uma superfície da mucosa com espátula de metal ou madeira para avaliar se a 
camada superficial cede a manobra. 
Útil para diagnóstico de candidíases pseudomembranosas. 
vitropressão: 
compressão de uma alteração de cor da mucosa com lâmina de vidro para evidenciar ou não ocorrência de 
isquemia. 
Útil para diagnostico de lesões vasculares 
punção aspirativa: 
aspiração do conteúdo de uma lesão utilizando-se uma agulha montada em seringa. 
Útil para diagnostico diferencial de lesões intraósseas e para identificação de leões vasculares. 
Drª Caroline Parrillo 
 
6 
O EXAME FÍSICO SE DIVIDE EM: 
• Exame físico geral 
• Exame físico locoregional- é direcionado para a área de interesse anatômico, representa a 
boca e as estruturas anexas 
O exame locoregional divide-se em exame extraoral e intraoral 
 
EXAME FÍSICO GERAL: 
Tem objetivo de coletar sinais relacionados a saúde geral, incluindo sinais vitais e outros 
aspectos como: 
• Coloração da pele; 
• Sudorese; 
• Mancha etc; 
Os sinais vitais são: 
• Frequência cardíaca (normal- entre 60 e 90 batimentos/min); 
• Pressão arterial (normal- entre 120 x 80 mmHg) (sistólica 120- diastólica 80); 
• Frequência respiratória (normal- entre 12 e20 respirações/min); 
• Temperatura (normal- entre 36 e 37°). 
 
EXAME FÍSICO EXTRAORAL: 
O exame físico locoregional deve ser iniciado nos tecidos ao redor da boca, envolvendo a 
busca por assimetrias e alterações que possam envolver: 
• Músculos da mastigação; 
• ATM’s; 
• Glândulas salivares; 
• Linfonodos. 
 
Muitas assimetrias são provocadas por crescimentos teciduais proliferativos ou inflamatórios 
Os inflamatórios são caracterizados pela presença de sinais flogísticos: 
• Dor; 
• Rubor; 
• Calor; 
• Edema; 
• Perda da função. 
 
 
 
 
 
Drª Caroline Parrillo 
 
7 
O QUE DEVE SER FEITO DURANTE O EXAME CLÍNICO EXTRAORAL? 
 
• Todos os músculos da mastigação devem ser palpados para investigação da dor. 
 
 
• A abertura da boca deve ser inspecionada para observação de eventuais limitações ou 
excessos de movimento da mandíbula e desvios da linha mediana. Uma abertura normal 
da boca é determinada por uma distância intericisal de aproximadamente 35mm. 
 
• As ATM’s devem ser palpadas e auscultadas para investigação de dor e ruídos articulares. 
 
• As glândulas salivares parótidas e submandibulares devem ser inspecionadas e palpadas 
no exame extraoral, o objetivo é a investigação de crescimentos teciduais, processos 
inflamatórios e formações calcificadas como sialólitos. Tem a finalidade de inspecionar 
também possíveis alterações de fluxo e coloração da saliva, mas deve ser realizado 
simultaneamente com o exame intraoral 
 
• O exame extraoral é concluído com a palpação das cadeias de linfonodos faciais e 
cervicais. 
 
 
LINFONODOS 
Os linfonodos são órgãos linfóides palpáveis apenas quando se encontram aumentados ou 
acometidos por processos patológicos. Esse aumento, conhecido como linfadenomegalia ou 
linfadenopatia, é resultado da resposta inflamatória frente aos componentes drenados aos 
linfonodos pelos vasos linfáticos ou de metástases provenientes de tumores malignos. 
Na propedêutica dos linfonodos, o diagnóstico diferencial entre linfadenopatias inflamatórias e 
matastáticas reside nos sinais e sintomas coletados frente a manobra de palpação. 
linfadenopatias inflamatórias: 
• linfonodos doloridos; 
• lisos; 
• móveis. 
linfadenopatias metastáticas: 
• ausência de dor (nas fases iniciais); 
• aspecto rugoso; 
• fixação aos tecidos adjacentes. 
A rugosidade e a imobilização do linfonodo são consequências do processo de infiltração das 
células do tumor maligno que se desenvolveu dentro dele. 
 
 
Drª Caroline Parrillo 
 
8 
CADEIAS DOS LINFONODOS QUE DEVEM SER PALPADAS: 
• Genianas; 
• Parotídeas; 
• Retroauriculares; 
• Submentuais; 
• Submandibulares; 
• Cervicais. 
Processos inflamatórios ou neoplásicos malignos podem provocar 
 linfadenopatias nestas cadeias. 
 
EXAME FISICO INTRAORAL 
É direcionado as paredes que delimitam a boca, além de 
processos alveolares e dentes. 
 
O QUE PODE SER ENCONTRADO NO EXAME CLÍNICO INTRAORAL? 
• Queilite actínica- é uma condição patológica; Alteração inflamatória do lábio inferior 
provocada por exposição solar crônica, podem produzir aumento da coloração 
vermelha, associada ou não de áreas esbranquiçadas, com perda dos limites com a 
pele e desaparecimento das linhas verticais 
 
 
• Grânulos de Fordyce- é uma variação de normalidade labial; São pequenas elevações 
amareladas agrupadas. Tais grânulos são glândulas sebáceas ectópicas. 
 
 
 
Mucoceles- alterações patológicas das glândulas salivares; São áreas focais de acúmulo 
salivar envolto por uma capsula fina. 
 
 
 
• Linha alba- variação de normalidade; representa uma linha horizontal branca, que 
divide a mucosa da bochecha em metades superior e inferior. Constitui uma 
hiperqueratose que coincide com o plano de oclusão dos dentes posteriores, 
provocada pelo atrito de suas vertentes vestibulares no epitélio oral 
 
• Leucoedema- variação de normalidade; é uma característica 
comum em indivíduos de raça negra e constitui acúmulo de 
líquido no epitélio oral. Quando a mucosa da bochecha é 
estriada, tende a desaparecer. 
 
Drª Caroline Parrillo 
 
9 
• Tórus palatino- elevação óssea com mucosa de aspecto normal, localizada na 
linha mediana do palato duro, pode ter formato uni ou multilobulado e deve 
ser diferenciada de processos tumorais do tecido ósseo. 
 
• Língua pilosa- a higienização deficiente ou ausente do dorso da língua gera 
ausência de descamação da queratina das papilas filiformes e alongamento delas, 
assemelhando-as com ‘pelos’, essas papilas alongadas também podem sofrer 
pigmentação e consequentemente alteração da coloração por alimentos, cigarro, 
café e outras substâncias. 
 
• Língua geográfica- variação de normalidade; atrofia das papilas filiformes, 
lembra mapas geográficos 
 
 
• Língua fissurada- variação de normalidade; atrofia das papilas filiformes, 
lembram sulcos profundos. 
 
 
• Exostose alveolar- variação de normalidade no processo alveolar; 
È um crescimento ósseo exofítico recoberto por mucosa de aspecto normal. 
Quando ocorre especificamente na face lingual do processo alveolar dos PMI, essa 
exostose é chamada de tórus mandibular. 
 
OBS: 
• Embora constitua parte da orofaringe, a garganta representa área de grande ocorrência decâncer e mostra-se importante no exame estomatológico. 
• Ao examinar a carúncula sublingual, deve secar com gaze e palpar as glândulas 
submandibulares (exame extraoral) para inspecionar o fluxo e a coloração da saliva. 
O assoalho da boca deve ser palpado para verificação de possíveis endurecimentos, pois o 
ducto das glândulas submandibulares pode ser acometido por sialólitos. 
• O soalho da boca merece atenção especial pelo alto índice de tumores malignos. 
• Na borda da língua observam-se as discretas papilas foleadas, que são pouco 
desenvolvidas na espécie humana. Esse território é a área que deve ter maior atenção no 
exame estomatológico porque representa a área mais afetada pelo câncer bucal. 
• A última parte do exame intraoral é a avaliação dos processos alveolares e dos dentes. 
 
 
Drª Caroline Parrillo 
 
10 
 LESÕES FUNDAMENTAIS 
Os processos patológicos básicos aparecem clinicamente, por variadas alterações 
morfológicas, na pele ou mucosa bucal, e são denominadas lesões fundamentais ou 
elementares. 
 
 ALTERAÇÃO DE COR- MÁCULA OU MANCHA 
Endógenas: 
• Hipercrônicas 
• Hipocrônicas 
• melânicas 
Exógenas: 
• Metais pesados 
• Fontes exógenas 
• Hipercrômnjfnnfnfnn 
• HipocrônicasDepressãof são alterações de cor sem elevação ou depressão da superfície 
• As lesões hipercrônicas vasculares acontecem quando há 
vasodilatação ativa ou arterial levando a cor eritematosa. 
Ex: eritema durante o processo inflamatório 
• Varicosidades; 
• Telangiectasias; 
• Purpuras; 
• Petéquias. 
As lesões hipocrônicas são caracterizadas pela palidez devido a isquemias 
As lesões hipercrônicas melânicas acontecem por aumento ou acúmulo de malanina no tecido 
as lesões hipocônicas representam aquelas lesões em que há perda da pigmentação. 
As lesões de pigmentações exógenas são causadas por pigmentos metálicos ou reações por 
deposição de medicamentos. 
 
 LESÕES VEGETANTES 
Lesões com crescimento superficial (exofítico) 
• Pápula: crescimento sólido menor que 5mm; 
• Nódulo: crescimento sólido maior que 5mm; 
• Vesícula: com conteúdo líquido no seu interior menor que 5mm; 
• Bolha: com conteúdo líquido no seu interior maior que 5 mm. 
 
 
 FORMAÇÕES SÓLIDAS: 
• Pápula; 
• Nódulo; 
• Placa. 
Varicosidades Telangiectasias 
purpuras petéquias 
https://www.google.com/search?hl=pt-BR&q=%E2%80%A2%09Telangiectasias&spell=1&sa=X&ved=2ahUKEwj7tISb9IfvAhXmHbkGHYlGDxQQkeECKAB6BAgYEDQ
https://www.google.com/search?hl=pt-BR&q=%E2%80%A2%09Telangiectasias&spell=1&sa=X&ved=2ahUKEwj7tISb9IfvAhXmHbkGHYlGDxQQkeECKAB6BAgYEDQ
Drª Caroline Parrillo 
 
11 
As pápulas são pequenas lesões: 
• Sólidas; 
• Circunscritas; 
• Elevadas; 
• O diâmetro não ultrapassa 5mm; 
• Podem ser únicas ou múltiplas; 
• superfície lisa, rugosa ou verrugosa; 
• arredondadas ou ovais; 
• pontiagudas ou achatadas. 
 
Os nódulos são: 
• Lesões sólidas; 
• Circunscritas; 
• Localização superficial ou profunda; 
• Formado por epitélio conjuntivo ou misto; 
• Podem ser pediculadas, quando seu maior diâmetro é superior 
ao da base de implantação ou séssil, quando o da base é maior; 
• maiores do que 5 mm e tem até 2 cm. 
• Sub-mucoso; 
 
 LESÃO PLANAS 
 Lesões de superfície: 
Mancha ou mácula - alteração de cor da pele ou mucosa sem elevação ou depressão; 
Placa - lesão sólida, maior em extensão que em profundidade, observando-se discreta 
elevação. 
Mancha ou Mácula 
• Área focal de alteração de cor; 
• Sem elevação ou depressão da superfície. 
 
 
 
Placa 
• fundamentalmente elevadas em relação ao tecido normal 
• Sua altura é pequena em relação a extensão; 
• Consistentes a palpação; 
• A superfície pode ser rugosa, verrucosa, ondulada, lisa 
 ou apresentar diversas combinações desses aspectos. 
 
 
 COLEÇÕES LÍQUIDAS: 
• Vesícula 
• Bolha 
Diferem no tamanho da lesão, são elevações do epitélio, contendo líquido no seu interior. 
Drª Caroline Parrillo 
 
12 
Vesículas- lesões não ultrapassem 3mm no seu maior diâmetro, 
são formadas por várias cavidades 
 
 PERDA DE CONTINUIDADE DO TECIDO 
 Solução da continuidade do tecido: 
• Erosão - perda parcial do epitélio sem exposição do tecido conjuntivo; 
• Úlcera- perda total do epitélio com exposição do tecido conjuntivo subjacente (superficiais 
ou profundas). 
Erosão: 
• representa perda parcial do epitélio sem exposição do tecido conjuntivo subjacente. 
• Surgem em decorrência de variados processos patológicos, predominantemente de 
• origem sistêmica, que produzem atrofia da mucosa bucal, que se trona fina, plana e de aparência 
frágil. 
• Aspecto clínico eritematoso. 
 
Úlcera e ulceração: 
• são lesões em que ocorre solução da continuidade do epitélio com exposição do tecido 
conjuntivo subjacente. 
• perda total do epitélio com exposição do tecido conjuntivo subjacente; 
• superficiais ou profundas; 
• aspecto clínico: eritematoso, esbranquiçado (pseudomembrana). 
Úlcera- lesões de caráter crônico (persistentes por semanas ou meses), decorrentes de 
tumores malignos, pênfigo vulgar, sífilis secundaria etc. 
Úlcerações- correspondem a lesões de curta duração, geralmente consequência de doenças 
autolimitantes, como a afta, herpes recorrente, lesões traumáticas e outras. 
 
 
 
 
 
 
Bolha- lesões maiores que 3mm, são formadas por uma cavidade. 
 
Drª Caroline Parrillo 
 
13 
 DESCRIÇÃO E NOMENCLATURA DAS LESÕES 
 
Descrever detalhadamente “todas características clínicas” importantes para a formulação das 
hipóteses de diagnósticos 
 Agrupar as lesões segundo as características clínicas 
 
DESCRIÇÃO DAS LESÕES 
INSPEÇÃO: 
• Localização; 
• Lesão fundamental; 
• Quantidade; 
• Tamanho; 
• Bordas; 
• Cor; 
• Aspecto superficial. 
LOCALIZAÇÃO 
 Região anatômica 
• Lábio superior (vermelhão/ mucosa); 
• Lábio inferior; 
• Comissura labial (D ou E); 
• Mucosa Jugal (D ou E); 
• Palato Duro (anterior ou posterior; 
• Palato Mole; 
• Língua (dorso, borda D ou E, ventre); 
• Soalho; 
• Gengiva; 
• Intra-Óssea (maxila/mandíbula). 
 
QUANTIDADE 
• Única 
• Múltiplas 
TAMANHO 
Em boca utilizamos medida em mm ou cm 
BORDAS 
• Bem delimitadas; 
• Mal delimitadas; 
• Elevadas. 
Drª Caroline Parrillo 
 
14 
COR 
• Branca; 
• Vermelha; 
• Amarelada; 
• Enegrecida; 
• Acastanhada; 
• Azulada. 
ASPECTO SUPERFICIAL 
• Lisa; 
• Papilar; 
• Verrucosa; 
• Lobulada. 
 
DESCRIÇÃO DAS LESÕES 
 PALPAÇÃO: 
• Consistência; 
• Sensibilidade; 
• Aderência aos tecidos adjacentes; 
• (infiltração de base). 
CONSISTÊNCIA 
• Fibro-elástica ou fibrosa; 
• borrachóide ou duro-elástica; 
• dura semelhante a tecido ósseo 
SENSIBILIDADE 
• Assintomática; 
• Sintomática. 
ADERÊNCIA AOS TECIDOS ADJACENTES 
• móvel- não aderido; 
• Aderido- infiltra a base. 
 
LESÃO FUNDAMENTAL 
 Muitas doenças apresentam alterações morfológicas semelhantes que podem ser agrupadas 
da seguinte forma: 
• Lesões por perda de continuidade tecidual. (erosão, úlcera); 
• Lesões planas (mancha/ placa); 
• Lesões elevadas sólidas (pápula, nódulo); 
• Lesões elevadas de conteúdo líquido (vesícula/bolha). 
Drª Caroline Parrillo 
 
15 
candidose paracoccidioidomicos
e 
 BIOPSIA E CITOLOGIA 
 
CITOLOGIA ESFOLIATIVA: 
É um método laboratorial que consiste na análise de células que descamam fisiologicamente 
da superfície. 
Vantagens 
• É um método simples e prático sem anestesia; 
• Rápida execução; 
• Apresenta baixo custo. 
 
Desvantagens: 
• Útil apenas para lesões superficiais; 
• O diagnostico geralmente não é fundamentado num resultado positivo para malignidade, 
pois neste caso a biópsia será indispensávelpara confirmação definitiva; 
• Em casos de malignidade sempre indica a necessidade de uma biopsia, e em caso de 
resultado negativo pode permanecer a dúvida. 
 
Indicações: 
• Infecções fúngicas (candidose, paracoccidioidomicose); 
• Doenças auto-imunes (pênfigo); 
• Infecções virais (herpes primaria e recorrente). 
 
Contra-indicações: 
• Lesões profundas cobertas por mucosa normal; 
• Lesões com necrose superficial; 
• Lesões queratóticas. 
 
O resultado da citologia esfoliativa é fornecido de acordo com o código de classificação de 
esfregaço apresentado por Papanicolau & Traut: 
Classe 0- material inadequado ou insuficiente para exame 
Classe I- células normais 
Classe II- células atípicas, mas sem evidências de malignidade 
Classe III- células sugestivas, mas não conclusivas de malignidade 
Classe IV- células fortemente sugestivas de malignidade 
Classe V- células indicando malignidade 
 
Sempre que o resultado estiver enquadrado nas classes III, IV e V, se faz necessária a biopsia 
para confirmar resultado. 
pênfigo herpes 
Drª Caroline Parrillo 
 
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BIÓPSIA: 
É um procedimento cirúrgico simples, rápido e seguro, em que parte da lesão ou toda a lesão 
de tecido mole ou ósseo é removida, para estudos de suas características microscópicas 
permitindo fazer uma correlação entre os achados clínicos e histopatológicos determinando o 
diagnóstico definitivo. 
 
Indicações: 
• Toda lesão cuja história e características clínicas não permitam elaboração do diagnóstico 
e que não apresente evidências de cura de um período não superior a 2 semanas; 
• Em tecidos retirados cirurgicamente, quando ainda não se tem um diagnóstico prévio; 
• Lesões intra-ósseas que não possam ser positivamente identificadas através de exames de 
imagem; 
• Quando a avaliação clínica não é suficiente para o diagnóstico definitivo; 
• Se achados sugerirem neoplasia maligna; 
• Quando o curso clínico da lesão clinicamente diagnosticada é incoerente com o 
diagnóstico inicial; 
• Lesões úlceradas persistentes por mais de 2 semanas. 
• Lesões reacionais que não regridam em 10 a 14 dias, pós remoção agentes irritativos; 
• Qualquer tumefação persistente abaixo do tecido normal; 
• Lesões que interfiram com a função local; 
• Lesões ósseas ou intra-ósseas. 
 
Contra-indicações: 
• Não existem contra-indicações absolutas, e quando existem, estão relacionadas com a 
condição clínica do paciente. 
• Quando um diagnóstico clínico definitivo puder ser conseguido Ex: herpes / candidíase / 
afta 
• Lesões vasculares (ex: hemangioma), a indicação de biopsia deve ser criteriosa e quando 
realizada deve seguir normas de segurança evitando complicações, principalmente 
hemorragia. 
A realização da biopsia em lesões pigmentadas da mucosa oral não necessita de margem de 
segurança. 
Não realizar a biopsia em áreas de necrose porque não há detalhes celulares para serem 
analisados. 
 
Métodos: 
• Bisturi; 
• Punch; 
• Curetagem; 
• Agulha fina. 
Drª Caroline Parrillo 
 
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Técnicas para biópsia 
• Estabilização dos tecidos; 
• Dedos do assistente; 
• Suturas de tração com fio grosso; 
• Clipes de toalha. 
 
 
 
• Incisão semilunar ou elíptica 
• Duas incisões unindo as margens 
 
 
Princípios cirúrgicos 
Fechamento cirúrgico 
• Divulsão dos tecidos (tesoura ponta arredondada); 
• Largura = ou > largura da elipse em cada direção; 
• Mucosas aderidas – cicatrização segunda intenção (cimento cirúgico) 
De acordo com o tipo de procedimento, as biopsias são classificadas em: 
• Biopsia incisional- apenas parte da lesão é removida. 
É indicada em casos de lesões extensas ou de localização de difícil acesso 
 
• Biopsia excisional- toda a lesão é removida. 
É indicada em lesões pequenas e de fácil acesso. 
• Biópsia por aspiração- 
A remoção de toda lesão não faz da biopsia uma modalidade de tratamento, e sim, apenas 
de diagnostico. A remoção cirúrgica da lesão é o tratamento estabelecido, na dependência 
de cada caso. 
 
Punção por aspiração 
 Agulha + seringa para penetrar e aspirar o conteúdo: 
• Ar = lesão sólida x cavidades ósseas; 
• Cor de palha = cistos; 
• Pus = processo inflamatório/infeccioso; 
• Sangue = lesão vascular. 
 
 
PUNCH 
Drª Caroline Parrillo 
 
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BIOPSIA POR ASPIRAÇÃO (PAAF) 
• Remoção de parte da lesão (diferente de punção aspirativa); 
• Permite, com maior frequência, exame citológico. Exame histopatológico é conseguido em 
alguns casos. 
 Indicações: 
• Lesões profundas com suspeita de malignidade; 
• Dificuldade de acesso; 
• Neoplasias de glândulas salivares e tireóide; 
• Suspeita de metástase linfonodal. 
Técnica cirúrgica: 
• Punção com agulha fina; 
• Pressão negativa, mudança do eixo de inserção e movimentos de vai e vem; 
• Retirada do tecido da luz da agulha 
Core biopsia: 
• Remoção de parte da lesão; 
• Permite exame histopatológico em todos os casos. 
 
 
A amostra ou tecido obtido deve ser enviada ao laboratório para exame histopatológico 
sempre acompanhada de um relatório onde são discriminados os seguintes dados: 
• Data da biopsia; 
• Nome, idade e sexo do paciente; 
• Nome do operador; 
• Local da biopsia (sítio anatômico); 
• Descrição breve dos aspectos clínicos da lesão; 
• Hipóteses diagnósticas; 
• Muito importante: No caso de biópsia óssea enviar radiografia ou outro exame de imagem 
subsidiário ou diagnóstico. 
 
TÉCNICAS DE REALIZAÇÃO DA BIÓPSIA PARA REDUZIR OS ERROS E FALHAS: 
• Falta de representatividade do material colhido; 
• Manipulação inadequada da peça; 
• Fixação inadequada- todo o tecido removido deve ser conservado apenas em formol a 
10%; 
• Uso de substâncias anti-sépticas corantes; 
• Informações deficientes; 
• Troca de material pelo clínico ou pelo laboratório. 
 
 
Drª Caroline Parrillo 
 
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 EXAME DE SANGUE 
 
SANGUE: 
 O sangue, devido a sua complexidade, e o fato de ser composto por células que exercem 
funções específicas, pode ser chamado de tecido, do ponto de vista funcional. 
não é um líquido, ele se encontra em um estado fisiológico normal, próximo à composição 
líquida, na verdade, mais próximo do estado de sol (gel diluído). 
 O segundo aspecto é a observação da composição do sangue, e a terceira é a avaliação da sua 
função. 
 Para se conhecer a composição do sangue, a forma mais comum é a sua análise bioquímica e 
celular, por meio do hemograma. 
O sangue é composto basicamente de água (aproximadamente 90%), e é dividido em plasma 
(60%) e células. 
 Na centrifugação do sangue não-coagulado, ocorre essa divisão, podendo se verificar que a 
parte mais densa (celular) é composta, principalmente, por hemácias, sendo denominada 
hematócrito. 
Embora o hematócrito seja toda a parte celular do sangue não-coagulado, no ponto de vista 
prático, pode-se caracterizar o hematócrito como a quantidade de hemácias presente no 
sangue. O aumento do hematócrito significa o aumento na quantidade de glóbulos vermelhos 
no sangue, que pode ser derivado de uma policitemia (aumento do número de células do 
sangue), ou devido à perda de líquido sanguíneo. 
A contagem dos hematócritos é feita em relação ao plasma (parte líquida do sangue): 
proporção do sangue total ocupado pelos glóbulos vermelhos. 
 
OS COMPONENTES CELULARES DO SANGUE 
• Os glóbulos vermelhos; 
• Os glóbulos brancos; 
• As plaquetas; 
• As proteínas albumina e hemoglobina; 
• Diferença entre plasma e soro; 
• Os eletrólitos; 
• Os micronutrientes; 
• Os hormônios e excretas metabólicas; 
• O grupo ABO; 
• O fator Rh. 
 
 
Drª Caroline Parrillo 
 
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GLÓBULOS VERMELHOS: 
 As hemácias são células anucleadas, que não se dividem, possuindo um tempo de vida limitado de cerca de 
120 dias. Após esse período, sua membrana torna-se mais rígida, sendo incorporada pelo sistema 
retículoendotelial, baço, fígado, e tendo seus componentes reaproveitados, inclusiveo componente protéico 
da membrana, como a hemoglobina, para a formação de novas hemácias. 
Pode-se dizer que a hemácia é um “pacote” de hemoglobina, e sua morfologia é de um disco bicôncavo, 
sendo preenchida por essa proteína, que possui duas unidades, duas alfas e duas betas, com radicais heme. 
A quantidade de hemácias presente no sangue de um indivíduo normal é na ordem de 3 a 4 milhões por 
decilitro de sangue. 
Se for analisada a quantidade de leucócitos (células brancas), outro grupo células presente, é observada uma 
quantidade muito inferior, sendo de 5 mil a 8 mil leucócitos por decilitro de sangue. 
 Por isso, considera-se, na prática, que quase todo o hematócrito é constituído de células vermelhas. Com um 
processo de eritropoiese (síntese de células vermelhas) muito intenso, pode haver o aparecimento de células 
vermelhas jovens no sangue, podendo ser células mais jovens que os reticulócitos. 
 A manifestação de uma reticulocitose representa uma eritropoiese aumentada, podendo ter sido 
desencadeada por processos que causam anemia, por uma hipovolemia, exposição à altitude ou secreção de 
eritropoietina. 
 Um indivíduo anêmico apresenta uma baixa na quantidade de hemácias e hemoglobina no sangue. Como as 
hemácias possuem um período de vida curto, poderá estar havendo uma síntese diminuída e/ou uma 
destruição aumentada, que estão levando ao quadro de anemia. 
A destruição das hemácias pode estar aumentada, devido a uma alta concentração de uréia no organismo por 
insuficiência renal, o que desestabiliza a membrana da hemácia, levando a sua destruição; devido a uma 
insuficiência hepática, criado uma situação sanguínea que destrói mais hemácias, num processo semelhante à 
insuficiência renal; ou devido a uma maior dificuldade de realizar síntese protéica; também pode ocorrer um 
problema de síntese por ausência dos substratos necessários para sintetizar hemoglobina e hemácia. 
 A diminuição também pode ser decorrente de um sangramento, ou por defeito na medula óssea, como no 
caso da leucemia. 
 
GLÓBULOS BRANCOS: 
 Há dois tipos de glóbulos brancos: 
• Mononucleares; 
• polimorfonucleares. 
Mononucleares- Tem-se como principal representante os linfócitos, sendo os mais numerosos, e também os 
monócitos. Quando os monócitos fazem diapedese, penetrando e se fixando nos tecidos, recebem o nome de 
macrófagos. 
Polimorfonucleares- há três tipos: 
• Eosinófilos- Estão relacionados a infecções do tipo parasitárias e a reações alérgicas. Em quadros de 
reação alérgica, o indivíduo encontra-se com eosinofilia: aumento de eosinófilos na circulação; 
• Basófilos- Estão envolvidos no processo alérgico; quando fixados nos tecidos, são chamados de 
mastócitos, essas células, na sua forma adulta, possuem núcleos segmentados, enquanto na sua forma 
imatura, seu núcleo é na forma de bastão, dando nome à célula; 
• Neutrófilos- São os que mais estão presentes no sangue, e estão relacionados à reação de infecções do 
tipo bacteriana. 
Os polimorfonucleares podem se apresentar em formas ainda mais jovens que os bastões, dentre eles os 
metamielócitos e os mielócitos. 
 A presença dessas células jovens no sangue ocorre quando a multiplicação de leucócitos estiver muito 
estimulada. 
Ao analisar um hemograma cuja taxa de polimorfonucleares jovens estiver alta, diz que há um desvio para a 
esquerda, pois normalmente não há formas jovens circulando no sangue. Esse desvio normalmente é causado 
por infecções bacterianas mais graves, e tem relação com os neutrófilos. 
Drª Caroline Parrillo 
 
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PLAQUETAS 
Alguns autores não consideram as plaquetas como um tipo celular, uma vez que elas não apresentam núcleo e são 
formadas através de fragmentos de um trombócito. 
 O trombócito é formado por grânulos de substâncias vasoativas, que se fragmentam e caem na circulação, 
caracterizando a formação das plaquetas 
 
 
DIFERENÇA ENTRE PLASMA E SORO 
A centrifugação do sangue sem anticoagulante levará à coagulação do centrifugado; durante este processo, há o 
consumo de fibrinogênio, assim como todos os fatores envolvidos na coagulação, com liberação de substâncias que se 
encontravam dentro das plaquetas; dessa forma, constitui-se o soro. 
Para a obtenção do plasma, faz-se a centrifugação do sangue com o anticoagulante. O 
bserva-se, então, que o fibrinogênio não está presente no soro, pois este foi utilizado para a formação de fibrina, ao 
contrário do plasma, que o possui. 
 Encontram-se no soro mediadores liberados pelas plaquetas, que não estão presentes no plasma. Pode-se dizer que o 
soro é, basicamente, o plasma sem o fibrinogênio. 
 
ELETRÓLITOS 
Um outro componente celular do sangue são os eletrólitos. O íon que possui maior concentração no sangue é o Na+, 
com 140 mil equivalentes por litro, seguido pelo Cl- (90 mil equivalentes por litro), HCO3 - (25mil equivalente por litro), 
K+ (25mil equivalente por litro), Mg, dentre outros. A quantidade de K+ é menor, pois o potássio possui um papel 
importante na eletrofisiologia das membranas musculares e neurais. Esses íons circulam na parte aquosa do plasma 
 
MICRONUTRIENTES 
No sangue também estão presentes micronutrientes, como aminoácidos, pequenos peptídeos, glicose, lipídios, ácidos 
graxos, fosfolipídios, triglicerídeos. 
Estes micronutrientes circulam no sangue por meio de uma ligação com apolipoproteínas (parte protéica da 
lipoproteína). 
De acordo com a proporção da parte protéica em relação à parte lipídica, a densidade da molécula é diferente, pois os 
lipídios possuem densidade menor que a água e as proteínas possuem densidade maior que a água. 
 Devido a isso, existem quatro tipos básicos de lipoproteínas: HDL (alta densidade), LDL (baixa densidade), VLDL 
(densidade muito baixa) e quilomícron. 
A concentração do quilomícron na circulação linfática é infinitamente maior do que na circulação sanguínea. A diferença 
na densidade dessas lipoproteínas explica o porquê da maior concentração de HDL ser protetora para eventos 
cardiovasculares. 
No processo de desenvolvimento de arterosclerose, assim como infarto do miocárdio e infarto cerebral, a concentração 
de HDL, sendo maior, irá proporcionar uma maior captação de colesterol do endotélio, devido a sua maior parte 
protéica, levando-o ao meio para ser metabolizado. 
Em contraposto, o aumento da concentração de LDL contribui com o desenvolvimento de arterosclerose, pois ela tem o 
papel de distribuição do colesterol em direção ao endotélio. 
 
 
PROTEÍNAS ALBUMINA E HEMOGLOBINA 
A proteína que possui maior quantidade no plasma é a albumina, com concentração de 4 gramas por decilitro. 
A concentração de hemoglobina no sangue é de 12 gramas por decilitro. Entretanto, a hemoglobina está dentro de uma 
célula, sendo protegida por uma membrana, que evita que a mesma exerça pressão osmótica no plasma. 
Dessa forma, a proteína que possui maior concentração no sangue é a hemoglobina; contudo, a que possui maior 
concentração plasmática é a albumina. 
 Há outras globulinas presentes no sangue, como a alfaglobulina, a betaglobulina, gamaglobulina (anticorpo). 
Outras proteínas importantes no sangue são as responsáveis pela coagulação, como o fibrinogênio, possuindo uma 
grande concentração no plasma. 
Drª Caroline Parrillo 
 
22 
hormônios e excretas metabólicas 
Também são encontrados no sangue hormônios, podendo ser protéicos, como a insulina, tireoidiano, ou 
lipídicos, derivados do colesterol, sendo representados pelos hormônios sexuais e supra-renais. Há também 
excretas metabólicas, derivadas do produto do metabolismo da circulação renal e linfática, como uréia, 
creatinina, assim como moléculas no estado gasoso, oxigênio e gás carbônico. 
 
Grupo ABO 
É importante salientar que nem todas as hemácias são iguais; algumas proteínas que estão presentes na 
superfície da membrana das hemácias são diferentes entre os indivíduos. 
Dessa forma, existe 3 grupos de proteínas que variam de um indivíduo para o outro: 
• ABO; 
• Rh; 
• MN. 
 O que temum maior impacto clínico são as proteínas do grupo ABO e do fator Rh. 
Em relação ao grupo ABO, algumas pessoas possuem as proteínas de membrana dos eritrócitos que foram 
chamadas de tipo A. Outros possuem um diferente tipo de proteína que foi denominada de tipo B. Outras 
possuem as duas proteínas, ou não possuem nenhuma das duas. 
É dessa forma que se dividem os diferentes grupos sanguíneos. Também estão presentes no sangue 
anticorpos para a proteína que não está presente na membrana do eritrócito. 
Por exemplo, quem possui a proteína do tipo A na circulação, possui o aglutinogênio do tipo A e 
gamaglobulinas do tipo B. A doação de sangue é feita sempre transferindo o sangue a um indivíduo que não 
possua anticorpos para o aglutinogênio do doador. 
Dessa forma, um indivíduo A não poderá receber sangue do tipo B, pois ele possuirá anticorpo contra a 
proteína B. Assim, uma pessoa do tipo A poderá doar sangue para outra do mesmo tipo sanguíneo, ou para 
outra que não possua anticorpo anti-A, sendo esse indivíduo do tipo AB. O mesmo ocorre com o tipo 
sangüíneo B. 
O tipo sanguíneo O possui anti-A e anti-B, não possuindo proteínas na membrana do eritrócito, podendo este 
sangue ser transfundido para qualquer pessoa, caracterizando o doador universal. 
Entretanto, como o indivíduo possui gamaglobulinas do tipo A e B, a transfusão deve ser em pouca 
quantidade. 
 
fator Rh 
 Uma outra proteína importante é o fator Rh, que pode existir na membrana ou não. 
O indivíduo Rh+ não desenvolve o anticorpo, uma vez que possui a proteína na membrana. Entretanto, o que 
é Rh-, não possui a proteína na membrana, desenvolvendo o anticorpo. Assim, um indivíduo Rh- pode doar 
sangue para um outro Rh+, entretanto, o oposto não pode ocorrer. 
 
HEMOSTASIA 
Os conceitos de hemostase e homeostasia são distintos. O processo de hemostase ou de hemostasia é 
importante, pois previne a perda da volemia. É um processo de interrupção do sangramento, sendo 
composto de duas partes: vascular e sanguínea. 
O processo vascular é referente à reação vascular a uma determinada agressão, e o processo sanguíneo 
é o de coagulação. 
No processo vascular, a hemostasia causa um reflexo neural de vasoconstrição simpática e, 
principalmente, um reflexo miogênico com a contração muscular, assim como os mediadores 
vasoconstritores liberados pelas plaquetas. 
Drª Caroline Parrillo 
 
23 
Quanto maior for à destruição celular, no processo da lesão vascular, maior será a vasoconstrição, pois 
maior será a liberação de mediadores vasoconstritores, a reação miogênica será mais potente e o 
reflexo neural, mais poderoso. 
A vasoconstrição é o efeito mais importante que ocorre numa lesão, podendo interromper o 
sangramento por alguns segundos. 
A fase sanguínea pode ser dividida em: 
• fase plaquetária; 
• fase de formação de coágulo. 
A fase plaquetária é a ativação das plaquetas, com a adesão entre elas, e posterior degranulação, 
funcionando como um tampão físico na lesão. Esse papel de tampão que as plaquetas assumem é 
contínuo, pois todos os vasos sanguíneos são compostos de células endoteliais que se encaixam. Em 
alguns momentos, há a formação de poros que são continuamente obstruídos pelas plaquetas. Um 
indivíduo com trombocitopenia apresenta uma expressão cutânea denominada petéquia, apresentando 
sangramento na forma de pontinhos na pele, por todo o corpo. No caso de uma lesão pequena, pode 
não ocorrer coagulação, pois a fase plaquetária pode, sozinha, desenvolver uma hemostasia. 
 
COAGULAÇÃO SANGUÍNEA 
 Quando há uma lesão maior, é necessário que ocorra a fase de formação de coágulo. 
 A coagulação é um processo de amplificação de uma resposta inicial, desencadeada por uma via 
intrínseca ou extrínseca. 
A via intrínseca é, basicamente, ligada à ativação de enzimas dentro do próprio sangue, e é, tipicamente, 
desencadeada quando ocorre estase sanguínea, ou seja, quando, no local da lesão, a velocidade do fluxo 
diminui muito, leva a facilitação de interação entre algumas proteínas, desencadeando a coagulação e a 
formação de trombo. 
a via extrínseca está diretamente relacionada à lesão vascular, e a exposição desses fatores intrínsecos a 
substâncias no interstício. 
 Independente se o processo de coagulação se dá através da via extrínseca ou intrínseca, o resultado 
será a ativação da enzima protrombinase, que catalisa a transformação de protrombina em trombina. 
A trombina é uma enzima importante, pois ela que catalisa a transformação de fibrinogênio em fibrina, 
formando a rede de coágulo sobre o qual vai se desenvolver o tampão. 
 
HEMOFILIA 
 é uma doença genética, sendo que a mais comum é a que possui uma deficiência na síntese do fator 
VIII, o que leva ao processo de coagulação mais lento, sendo pouco eficiente, e necessitando receber 
transfusões periódicas, porém não do sangue total, mas de um concentrado de plasma, composto 
principalmente de fatores da coagulação denominado de crio-concentrado. 
 É um concentrado de plasma, rico em proteínas, dentre elas os fatores da coagulação, que tendem a 
repor a capacidade de coagulação. 
 Paralelamente à formação do trombo, existe ativação do sistema do plasminogênio, que ocorre mais 
lentamente, e é responsável pelas enzimas capazes de interromper a coagulação e de quebrar o 
coágulo. 
 
 
Drª Caroline Parrillo 
 
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HEMOGRAMA: 
Exame laboratorial de rotina para avaliação quantitativa e qualitativa dos elementos figurados 
do sangue. É uma ferramenta importante para a avaliação de diversas situações pois fornece 
grandes quantidades de informações. 
Indicações: 
• Complexidade cirúrgica; 
• Intervenções odontológicas de médio e grande porte; 
• Suspeita de doenças do sangue; 
• Avaliação de doenças crônicas- renal, fígado, lúpus, HIV/AIDS, neoplasias. 
 
O hemograma completo é composto por 3 partes: 
• Eritrograma (série vermelha); 
• Leucograma (série branca); 
• Contagem de plaquetas. 
 
ERITOGRAMA: 
Pode ser alterado por diversos fatores: 
• Sexo; 
• Idade; 
• Ocupação; 
• Origem étnica; 
• Altitude; 
• Dieta. 
 
É o primeiro item do hemograma e refere-se as alterações das hemácias através de: 
• Contagem absoluta de hemácias- quantidade absoluta de células/microlitro de sangue 
total; 
• Dosagem de hemoglobina- é o melhor resultado do hemograma para analisar se apresenta 
anemia pois esta proteína está no interior da hemácia; 
• Hematócrito- relação entre a parte sólida e a parte liquida do sangue, ou seja, é o 
percentual do sangue ocupado pelas hemácias; 
• Volume corpuscular médio (VCM)- avalia o tamanho das hemácias, classificando-as em: 
*Normocítica; 
*Microcítica (quando reduzido); 
*Macrocíticas (quando aumentados); 
• Hemoglobina corpuscular médias (HCM)- é o peso da hemoglobina dentro das hemácias; 
• Concentração de hemoglobina corpuscular média (CHMC)- concentração da hemoglobina 
dentro da hemácia. Define as hemácias hipocrômicas e normocrômicas. 
 
Drª Caroline Parrillo 
 
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Hematoeritrocitometria: 
Contagem do número de eritrócitos em milhões/µL 
• Extremamente precisa pelos contadores eletrônicos atuais 
• Homem: 4.400.000 a 6.000.000/µL 
• Mulher: 4.200.000 a 5.500.000/µL 
Número elevado: eritrocitose e poliglobulia 
Número diminuído: eritrocitopenia e oligoglobulia 
 
Hemoglobina: 
 Indicação relativamente exata da capacidade do sangue transportar oxigênio, refletindo a 
quantidade de hemoglobina dos eritrócitos, bem como o número deles 
• Homem: 15,5 ± 2,5 g/dL 
Mulher: 13,5 ± 0,6 g/dL 
 
Hematócrito: 
• Volume ocupado pelos eritrócitos de uma amostra de sangue (percentagem de eritrócitos 
totais do sangue) 
Sangue:Plasma/ Leucócitos/Eritrócitos – Valores normais: H 41% a 51% - M 37% a 47%. 
 
Volume corpuscular médio: 
Índice que ajuda na observação do tamanho das hemácias 
• microcíticas (< 80fl, para adultos) 
• macrocíticas(> 98fl, para adultos) 
normocíticas (80 - 98fl). 
Anisocitose: eritrócito com tamanhosdiversos - RDW porcentagem de anisocitose. (11 a 14%) 
 
 Hemoglobina corpuscular média: 
Concentração da hemoglobina dentro de uma hemácia. 
Refêrencia 24 – 33uug. 
• Hipocrômicas (< 24) 
• hipercrômicas (> 33) 
• Normocrômicas (no intervalo de normalidade) 
 
Concentração de Hemoglobina corpuscular média: 
• Quantidade de hemoglobina em um determinado volume de sangue. 
• Normal entre 32% e 36% 
Valor calculado: hemoglobina hematócrito 
 
 
 
Drª Caroline Parrillo 
 
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O que são Anemias? 
• São condições nas quais o nº eritrócito ou a quantidade de hemoglobina presentes nessas 
células encontram-se abaixo do normal. 
• Organismo não transporta a quantidade adequada de oxigênio 
Anemias- sintomatologia 
• Astenia: queixa subjetiva mais comum 
• Dispnéia; 
• Hipotensão ortostática; 
• Taquicardia; 
• Palidez das mucosas – atrofia de papilas; 
• Pele fria e seca; 
• Cabelos sem brilho e quebradiços; 
• Inapetência; 
• Queilite angular; 
• Alterações neurológicas: irritabilidade, parestesias das extremidades e cefaléias 
Hemograma 
Eritrograma 
Principais aplicações: 
- Anemia: distúrbio que altera o transporte de oxigênio para os tecidos, seja por diminuição de 
eritrócitos ou da hemoglobina 
• Anemia por perda de sangue; 
• Anemia perniciosa; 
• Aplasia medular; 
• Anemias hemolíticas: ferropriva, falciforme e talassemia 
Anemia por perda de sangue: decorrente de perda aguda ou crônica. 
• da contagem de eritrócitos; 
• da concentração de hemoglobina; 
• Normocitose e normocromia na perda de sangue aguda; 
• Macrocitose e hipercromia podem estar presentes na anemia por perda de sangue crônica 
 
Anemia perniciosa: decorrente de deficiência de vit. B12 ou ác. fólico. Ocorre falha na síntese de DNA, 
alterando as mitoses e gerando a liberação de eritrócitos grandes (megaloblastos). Estes são frágeis e se 
rompem. 
• da contagem de eritrócitos; 
• da concentração de hemoglobina; 
• Macrocitose e hipercromia. 
Anemia aplástica: provocada por radiação, medicamentos (cloranfenicol, fenilbutazona), quimioterapia ou 
componentes químicos tóxicos (benzeno). É uma pancitopenia não associada com doença mieloproliferativa 
ou infiltração tumoral (diagnóstico diferencial por biopsia de medula óssea). 
• da contagem de eritrócitos, leucócitos e plaquetas; 
• da concentração de hemoglobina; 
• Normocitose e normocromia (pode mostrar macrocitose) 
Drª Caroline Parrillo 
 
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Anemia ferropriva: adquirida por deficiência de ferro. Constitui a anemia mais comum. 
• da contagem de eritrócitos; 
• da concentração de hemoglobina; 
• Microcitose e hipocromia. 
 
Anemia falciforme: doença autossômica recessiva que provoca defeito na fabricação da hemoglobina. 
Quando os eritrócitos são expostos a concentração de O2, formam cristais em seu interior, ficam rígidos e 
assumem formato de foice. Tais células obstruem a microcirculação, provocando necroses e dores intensas. 
• da contagem de eritrócitos; 
• da concentração de hemoglobina; 
• Poiquilocitose (células com forma anormal). 
 
Talassemia: doença autossômica recessiva que provoca defeito na fabricação da hemoglobina. Os eritrócitos 
ficam finos, pequenos e frágeis. 
• da contagem de eritrócitos; 
• da concentração de hemoglobina; 
• Microcitose e hipocromia. 
 
LEUCOGRAMA: 
Faz parte da análise quantitativa e qualitativa dos leucócitos onde podemos fazer a contagem 
global e individual (diferencial) das células. Quando a contagem dos leucócitos está aumentada 
chamamos de leucocitose e quando está diminuído chamamos de leucopenia. 
A contagem diferencial dos leucócitos auxilia na avaliação da distribuição e morfologia dos 
subtipos de leucócitos. 
• Média varia de 4.000 a 10.000 por mm³ 
• Variação populacional e racial 
• Valores individuais constantes 
Variações: 
• Aumentado- Leucocitose 
• Diminuído- Leucopenia 
 
 
 FÓRMULA LEUCOCITÁRIA 
 RELATIVO ABSOLUTO 
Neutrófilos 40-70% 1.500- 7.000 
Linfócitos 20-50% 1.000- 4.000 
Monócitos 2-10% 100- 1.000 
Eosinófilos 0-8% 0- 700 
Basófilos 0-3% 0- 200 
 
 
 
 
 
Drª Caroline Parrillo 
 
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A contagem diferencial divide-se em: 
• Neutrófilos ou granulócitos segmentados- São as células que mais estão presentes no 
sangue periférico e são responsáveis pela defesa contra infecção bacterina. A forma jovem 
de neutrófilo recebe o nome de bastonetes; 
• Eosinófilos- São responsáveis pelo mecanismo de alergia e defesa contra parasitas; 
• Basófilos- Pouco aparecem presentes no sangue periférico e está presente nos processos 
alérgicos e inflamação crônica; 
• Monócitos- são em pouca quantidade no sangue periférico e fazem parte da defesa tanto 
contra bactérias quanto contra vírus; 
• Linfócitos- É o segundo tipo mais comum de leucócitos, células responsáveis pela defesa 
contra infecções virais e produção de anticorpos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Drª Caroline Parrillo 
 
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PLAQUETAS: 
Está serie faz uma estimativa do número de plaquetas e sua importância está na função de 
hemostasia primaria do sangue. As trombocitopenias são mais comuns que a trombocitose e 
representam uma alteração na coagulação primária do sangue em formar o coágulo. 
Nos procedimentos pré-operatórios deve associar a contagem de plaquetas com o 
coagulograma completo do paciente, avaliando não apenas a coagulação primária, mas 
também, a formação da fibrina. 
Contagem de plaquetas: 
• Valores normais: 150.000 a 450.000/mm3; 
• Abaixo 100.000: possível dificuldade de hemostasia; 
• Abaixo de 50.000: hemorragia; 
• Abaixo de 25.000: hemorragia espontânea; 
 Causas da plaquetopenia (trombocitopenia): 
• Quimioterapia; 
• malignidade avançada; 
• exposição à radiação; 
• hemorragias em geral. 
Coagulograma 
• AVALIAÇÃO DA HEMOSTASIA- Parada de sangramento; 
• Contagem de plaquetas; 
• Prova do laço (fragilidade vascular); 
• Tempo de sangramento (alterações plaquetárias); 
• Tempo de coagulação (capacidade da fibrina formar coágulo); 
• Tempo de tromboplastina parcial (atividade de alguns fatores de coagulação); 
• Tempo de protrombina (atividade de alguns fatores de coagulação) 
Prova do laço 
• Avalia a fragilidade capilar por bloqueio do retorno venoso; 
• Esfigmomanômetro inflado entre as pressões sistólica e diastólica- liberar desinflar após 5 minutos em 
seguida contar as petéquias em um quadrado 2 x 2 cm; 
• Valores normais: até 10 petéquias; 
• Valores que indiquem fragilidade capilar: acima de 20 petéquias 
 
Tempo de sangramento 
• Avalia a disponibilidade de plaquetas e sua função (conter o fluxo sanguíneo de uma incisão); 
 Técnica: 
• Incisão com uma lanceta no dedo ou lóbulo da orelha; 
• Secagem a cada 30 segundos; 
• Resultado é o tempo em que não há mais formação de gota; 
• Valores diferem segundo a técnica: média de 1 a 3 minutos; 
• Tempo aumentado sugere função plaquetária anormal (ex: ácido acetilsalicílico). 
 
 
 
Glicemia de Jejum 
• Dosagem de glicose circulante no sangue; 
• Referência: abaixo de 110mg/dL; 
• Hiperglicemia – diabetes; 
• Hipoglicemia – jejum prolongado, carência 
nutricional Infecções e retardo de cicatrização. 
Drª Caroline Parrillo 
 
30 
PROCESSOS PROLIFERATIVOS NÃO NEOPLÁSICOS 
 
É todo crescimento tecidual hiperplásico, acompanhado ou não por variado grau de 
inflamação crônica. 
Conceitos de crescimentos teciduais patológicos: 
❖ Hiperplasia- (hiper= aumento, plasia= proliferação celular) Representa um crescimento 
proliferativo induzido por estímulo ou trauma físico, composto por células idênticas às do 
tecido de origem. 
A remoção do estímulo promove paralização da proliferação e, em alguns casos, a regressão 
do processo. Ainda que o estímulo permaneça, o crescimento é autolimitante e respeita os 
mecanismos de controle proliferativo. 
 
❖ Neoplasia- (neo=novo plasia=proliferaçãocelular) Representa um crescimento 
proliferativo originado de uma nova célula, ou seja, uma célula que sofreu mutação do 
material genético. 
A partir dessa célula, inicia o processo proliferativo autônomo (não relacionado com estímulo 
físico), contínuo (não autolimitante) e descontrolado (não responsivo aos mecanismos de 
controle proliferativo). 
Uma neoplasia pode ser benigna ou maligna, as células da linhagem neoplásica não são 
idênticas às do tecido de origem, embora as neoplasias benignas tendam a manter a 
diferenciação das células. Esse tipo de crescimento proliferativo não se enquadra no processo 
proliferativo não neoplásico. 
 
Principais processos proliferativos não neoplásicos da boca: 
• Hiperplasia fibrosa inflamatória; 
• Fibroma traumático; 
• Granuloma piogênico; 
• Lesão periférica de células gigantes; 
• Fibroma ossificante periférico. 
As características clínicas gerais são de nódulos exofítico de base pediculada ou séssil, de 
coloração normal ou eritematosa, com consistência macia e firme. 
Podem apresentar superfície íntegra ou ulcerada, sendo que as ulcerações são provocadas por 
traumas secundários. 
Devido as características benignas das lesões, o diagnóstico dos processos proliferativos não 
neoplásicos geralmente é obtido por biopsia excisional. 
 
 
Drª Caroline Parrillo 
 
31 
HIPERPLASIA FIBROSA INFLAMATÓRIA – HFI 
É um crescimento proliferativo do tecido conjuntivo, acompanhado de infiltrado inflamatório, 
provocado por trauma físico. Geralmente envolve: 
• Gengiva; 
• mucosa alveolar; 
• fórnix vestíbulo-bucal ou labial de pacientes usuários de próteses totais mal adaptadas; 
• soalho da boca; 
• palato. 
As HFI do fórnix vestibular também são conhecidas como epúlides fissuradas devido suas 
características clínicas. 
Manifestam-se como nodulções multilobuladas e edemaciadas, de tamanho variado (podendo 
envolver todo o fórnix bilateralmente), com coloração eritematosa ou normal, mostrando 
típico aspecto fissurado provocado pela borda da prótese. Não é rara a observação de úlcera 
traumática no interior de uma das fissuras, com sintomatologia dolorosa. 
Próteses totais superiores confeccionadas com câmaras de sucção geralmente induzem HFI’s 
no palato. Nesses casos as lesões apresentam o mesmo formato da câmara e geralmente são 
placas de coloração eritematosa ou normal. 
Embora evidencie superfícies lisas em muitos casos, a presença de uma hiperplasia papilar 
sobreposta confere característica irregular devido as áreas de proliferação tecidual. 
Tratamento- eliminação do fato traumático e regressão parcial da lesão. Como as HFI’s 
geralmente não involuem completamente, a exérese cirúrgica é essencial. 
 
FIBROMA TRAUMÁTICO/IRRITAÇÃO: 
Lesão proliferativa do tecido conjuntivo superficial em resposta a um trauma ou irritação local. 
Não é uma neoplasia verdadeira, mas é considerado o tumor mais comum da boca. Sua 
natureza hiperplásica lhe rende outra nomenclatura: hiperplasia fibrosa focal. 
Apresentam crescimento lento e indolor, maior frequência em adultos, sem predileção por 
gênero sexual. 
As regiões mais afetadas incluem aquelas mais sujeitas a traumatismos locais; bochecha, lábio 
e borda lingual. 
Dependendo do tamanho a lesão que caracteriza um fibroma traumático pode ser a pápula ou 
o nódulo. 
Apresenta coloração semelhante a da mucosa, podendo apresentar áreas esbranquiçadas 
indicativas de hiperqueratose local. 
Sua superfície é lisa e geralmente íntegra, embora erosões ou ulcerações possam ocorrer por 
trauma secundário. 
A base pode ser séssil ou pediculada e a consistência firme a palpação. 
Tratamento- exérese cirúrgica. Contudo a causa do processo deve ser removida para se evitar 
a recorrência da lesão. 
Drª Caroline Parrillo 
 
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GRANULOMA PIOGÊNICO: 
Lesão proliferativa de tecido de granulação, em resposta a estímulos variados como trauma, 
biofilme, cálculos e mais corpos estranhos. 
O tecido está presente na fase inicial da reparação tecidual e se caracteriza pela presença de 
fibroblastos, células inflamatórias e capilares sanguíneos. 
Apesar do nome ‘granuloma piogênico’ referir um granuloma e a presença de pus, esses 
elementos não estão presentes na lesão. 
Os granulomas piogênicos apresentam crescimento relativamente rápido devido ao intenso 
conteúdo inflamatório. 
Afetam indivíduos de qualquer idade, mas é mais frequente em jovens, e tem predileção por 
mulheres. 
Pode ocorrer em qualquer superfície lisa da boca, mas tem grande prevalência na papila 
gengival interdental. Quando localizado na gengiva seus principais diagnósticos diferenciais 
são a lesão periférica de células gigantes e o fibroma ossificante periférico. 
A lesão que caracteriza o granuloma pode ser a pápula ou o nódulo (mais frequente). 
Nas fases iniciais apresenta: 
• Coloração eritematosa; 
• Brilhante; 
• Superfície geralmente ulcerada. 
Posteriormente tende a aumentar a deposição de fibras colágenas e diminuir a vascularização, 
assumindo coloração rósea. Sua base é pediculada na maioria dos casos e sua consistência é 
macia. A ocorrência de sangramento é bastante frequente na manobra de palpação. 
Tratamento- exérese cirúrgica e a lesão deve ser inteiramente removida para se evitar a 
recorrência local. Na gengiva, palato e mucosa alveolar, a remoção subperiosteal é 
recomendada para minimizar a permanência de resíduos da lesão no periósteo. Todos os 
fatores irritativos devem ser eliminados. 
Existe uma variação clínica conhecida como granuloma gravídico. Não é uma consequência 
da gestação, mas ocorre pela associação de fatores locais irritativos com o aumento da 
vascularização das mucosas orais na gestante. Existem relatos da involução da lesão após 
eliminação dos fatores irritativos e regulação dos níveis hormonais no período pós-gestação. 
Portanto, o tratamento cirúrgico pode ser reservado para as lesões que não apresentam 
remissão. 
 
LESÃO PERIFÉRICA DE CÉLULAS GIGANTES- LPCG 
Resulta da proliferação de células do ligamento periodontal e do periósteo, além de vasos 
sanguíneos, devido fatores irritativos e traumas. 
O termo periférico reforça sua localização nos tecidos moles e a diferença da sua variação 
intraóssea, conhecida como lesão central de células gigantes. 
Embora a lesão periférica represente a mesma doença que se manifesta no interior do 
complexo maxilomandibular, seu comportamento é bastante diferente e de baixa 
agressividade. As células gigantes multinucleadas, que caracterizam e dão nome a doença tem 
Drª Caroline Parrillo 
 
33 
origem discutida, mas acredita-se que sejam osteoclastos. Como são células relacionadas com 
reabsorção óssea, essa ideia justifica comportamento indolente da lesão no tecido mole e 
agressivo no tecido ósseo. 
As LPCG’s apresentam crescimento relativamente rápido com o granuloma piogênico. 
Afetam principalmente mulheres, na faiza entre 50 e 60 anos e ocorre exclusivamente na 
gengiva e na mucosa alveolar. Quando localizado na papila gengival, pode promover 
reabsorção óssea. 
Pode se manifestar como uma papúla ou um nódulo (mais frequente) 
Apresenta superfície lisa ou ligeiramente granulosa e sua coloração varia de eritematosa e 
violácea (padrão de tonalidade útil no diagnóstico diferencial com o granuloma piogênico). 
Sua base geralmente é pediculada e sua consistência varia de macia a firme. 
Tratamento- exérese subperiosteal e curetagem do tecido ósseo. Fatores irritativos também 
devem ser removidos. 
 
 
FIBROMA OSSIFICANTE PERIFÉRICO- FOP 
Lesão proliferativa de fibroblastos de tecidos periodontais, que se forma em resposta a fatores 
como trauma, biofilme, cálculos e outros corpos estranhos. 
Afetam principalmente indivíduos jovens, entre 10 e 19 anos, com predileção pelo gênero 
feminino. 
Ocorre exclusivamente na gengiva inserida e na papila interdental. 
Pode se manifestar como pápula ou nódulo, raramente ultrapassando 2cm. 
Apresenta áreas eritematosas brilhantese áreas de coloração normal semelhante à das 
gengivas. 
Sua base é geralmente séssil e mostra consistência firme a palpação. 
Sua característica mais típica é útil para o diagnóstico diferencial com o granuloma piogênico e 
com a LPCG é a ossificação distrófica que produz focos de imagem radiopaca no interior da 
lesão. 
Tratamento- semelhante ao do granuloma piogênicos gengivais e LPCG’s. deve ser removido 
com o periósteo e os fatores irritativos devem ser eliminados. 
 
 
 
 
 
 
 
Drª Caroline Parrillo 
 
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 LESÕES BRANCAS 
 
AS LESÕES BRANCAS DA MUCOSA ORAL APRESENTAM-SE CLINICAMENTE COMO: 
• Áreas brancas; 
• Áreas branco acinzentado. 
 
AS APARÊNCIAS HISTOLÓGICAS DESTAS LESÕES APRESENTAM: 
• Hiperqueratose (aumento da queratinização); 
• Acantose (aumento da camada espinhosa). 
 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS X CLASSIFICAÇÃO 
Alteração tecidual que impede a visualização da cor rósea normal do tecido conjuntivo 
vascularizado. 
• espessamento epitelial; 
• deposição de material na superfície; 
• diminuição da vascularização da submucosa. 
 
AS LESÕES BRANCAS PODEM OCORRER POR: 
• Espessamento epitelial; 
• Opacidade; 
• Não se destaca; 
• Rugosas; 
• Assintomáticas; 
• Persistente ou progride; 
• Pode ter causa ou co-fatores; 
• Localizada ou generalizada; 
• Deposição de material na superfície; 
• Destacam-se com raspagem superficial; 
• Diminuição da vascularização da submucosa. 
 
LESÃO BRANCA ESPESSAMENTO EPITELIAL 
• Hiperqueratose Focal Irritativa; 
• Líquen Plano; 
• Estomatite Nicotínica; 
• Leucoplasia; 
• Queilite Actínica; 
• Leucoplasia Pilosa; 
• Língua Pilosa; 
• Nevo Branco Esponjoso; 
• Papiloma; 
• CEC. 
 
 
 
 
Característica: 
• Opacidade; 
• destaca-se amolecido; 
• rugosa, granulosa; 
• sintomática ou assintomático; 
• regride (cicatriza); 
• localizada ou generalizadas 
LESÃO BRANCA- SUPERFICIAL 
• Candidíase Pseudomembranosa; 
• Queimaduras Químicas; 
• Úlcera. 
Drª Caroline Parrillo 
 
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HIPERQUERATOSE FOCAL IRRITATIVA: 
É uma lesão causada por algum agente agressor identificável. 
Características Clínicas: 
• Manchas ou Placas - branco opaco, acinzentado 
• Aspecto- homogêneo e delimitado 
• focal – relação com agente causal 
• assintomático 
• localizadas ou generalizada 
• Superfície– lisa, verrucosa, ondulada 
• estável até a remoção do agente agressor 
Diagnóstico diferencial: 
• Demonstração da presença do agente irritativo; 
• Diminuição ou regressão após remoção do agente; 
• São raras em palato mole, assoalho e fundo de sulco. 
Causa: 
• Mordiscamento; 
• arestas de aparelhos ortodônticos. 
Conduta: 
• Remover o agente causador; 
• Reavaliar em 1-2 semanas; 
• Ser não houver melhora do quadro é indicado a realização de biópsia incisional e exame anátomo 
patológico. 
 
LIQUEM PLANO: 
É uma doença moco-cutânea com envolvimento maior em mulheres, com faixa etária acima de 30 anos. 
Aproximadamente 1/3 dos casos possui lesões a boca e em pele e apresenta comportamento clínico de 
natureza crônica, ou seja, apresentam períodos de progressão e melhora apresentando associação com 
estresse. 
Diagnóstico diferencial: 
• Estrias- indicativos fortes de líquen; 
• Nevo branco esponjoso- história anterior e familiar; 
• Leucoedema – tracionamento. 
Apresenta 2 formas: 
• Reticular – branca; 
• ulcerada- erosão/úlcera. 
A forma reticular é a mais comum e apresenta: 
• Estrias esbranquiçadas, que não se destacam- estrias de wickham; 
• Bordas geralmente bem delimitadas; 
• Assintomáticas; 
• Múltiplas e simétricas; 
• Localização- mucosa jugal posterior, gengiva, dorso de língua, palato e o vermelhão de lábio; 
• Se houver lesões na pele: são mais comuns nas superfícies flexoras. 
A forma erosiva é a menos comum e caracteriza-se por apresentar-se sintomáticos com áreas eritematosas 
com graus variáveis de ulceração e podem ser circundadas por finas estrias brancas. 
A conduta para diagnóstico e tratamento incluem: 
Biopsia incisional para diagnóstico da doença. 
O tratamento depende de: 
Se apresentar a forma reticular não há necessidade de tratamento tópico 
Se apresentar a forma erosivo deverá ser feito o tratamento com corticóides tópicos. 
Reavaliar sempre e encaminhar para um dermatologista acompanhar em conjunto. 
Drª Caroline Parrillo 
 
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Estomatite nicotinica: 
É uma lesão branca causada por irritação crônica e recorrente da fumaça do tabaco e calor na mucosa e 
ductos excretores localizada no palato duro. 
clinicamente: 
• Palato duro – cinza; 
• Difuso, opaco; 
• Lisa, rugosa, fissurada; 
• Lesões de coloração branco-acinzentado; 
• Entremeadas com manchas eritematosas representando os ductos excretores. 
Se houver ulceração deve ser feito o diagnóstico diferencial com o carcinoma epidermóide. 
Conduta: 
• Geralmente não se justifica biópsia; 
• Orientação para deixar de fumar; 
• Controle clínico; 
• Biópsia frente alteração do quadro. 
 
LEUCOPLASIA: 
Placa ou mancha branca que não pode ser clinicamente ou histopatologicamente caracterizada como 
qualquer outra doença. 
• É uma lesão prevalente e de comportamento incerto. 
• Sexo masculino; 
• 50-70 anos; 
Conceito: 
• Potencial de malignização; 
• Diagnóstico provisório - exame clínico; 
• Diagnóstico definitivo - exame histopatológico; 
• Leucoplasias idiopáticas ou relacionadas com o fumo (80% fumantes); 
• 1/3 dos carcinomas apresentam leucoplasias em regiões próximas. 
Podem ser classificadas em: 
• Homogênea - mais freqüente; 
• Não-Homogênea: 
o eritroleucoplasia; 
o granular; 
o verrucosa. 
Os sítios mais comuns de envolvimento da mucosa oral são: 
• Mucosa jugal (73%); 
• Língua e assoalho (11%); 
• Rebordo gengival e palato (11%); 
• Lábio (3%). 
Conduta: 
• remoção agentes irritativos; 
• diagnóstico clínico – provisório; 
• biópsia incisional; 
• anátomo-patológico – definitivo; 
• excisão cirúrgica; 
• anátomo-patológico; 
• acompanhamento clínico. 
Fatores de Risco 
• Álcool, tabaco e Idiopáta. 
Drª Caroline Parrillo 
 
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QUEILITE AQUITINICA 
Alteração comum do lábio inferior causado pela exposição constante aos raios do sol (UV). Lesão 
potencialmente maligna, como a leucoplasia 
• Sinônimo: queilite solar e queratose solar 
• Pele: queratose actínica 
• Alteração comum do lábio inferior; 
• Exposição constante ao sol (uv); 
• Acima 60 anos; 
• Relacionado com profissão; 
• Lesão potencialmente maligna; 
• Co-fator: fumo. 
Característica: 
• Acomete mais pessoas de pele clara; 
• Superfície do lábio fina e atrófica; 
• Entremeada com áreas eritematosas; 
• Focal ou generalizada; 
• Mal delimitada. 
Diagnóstico Diferencial: 
• Ressecamento ou “rachadura” 
• Lesões herpéticas recorrentes em regressão; 
• Hiperqueratose – mordiscamento; 
• Ulceração, rugosidade - CEC 
Conduta: 
• Orientação 
• Proteção: filtro, chapéu; 
• Parar de fumar; 
• Biópsia incisional; 
• Acompanhamento; 
• Vermelhonectomia. 
 
 
 
LEUCOPLASIA PILOSA 
• Paciente imunocomprometidos; 
• Principalmente HIV+; 
• Mancha branca assintomática; 
• Geralmente bilateral; 
• Borda de língua; 
• Superfície granulosa, espessa, rugosa ou pilosa. 
Diagnóstico Diferencial: 
• Hiperqueratose fisiológica- fator causal; 
• Leucoplasia – única; 
• Líquen plano-raro língua; 
• Candidíase- destacável; 
Conduta: 
• Biópsia incisional; 
• Sorológico HIV- melhor 
 
 
Drª Caroline Parrillo 
 
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NEVO BRANCO ESPONJOSO 
• Condição genética que produz espessamento epitelial; 
• branco-rugoso; 
• simétrico- mucosa jugal bilateral; 
• assintomáticas; 
• não se destacam; 
• não evoluem; 
• início nascimento, infância, adolescência; 
• familiar. 
• distúrbio genético raro; 
• autossômico dominate; 
• início: crianças ou adolescentes; 
• placas brancas, difusas, corrugadas; 
• simétricas, espessas; 
• mucosa jugal bilateral, lábio, ventre língua 
DiagnósticoDiferencial: 
• disqueratose hereditária benigna intraepitelial afeta pele, conjuntiva e unhas. 
Condutas: 
• não há necessidade de tratamento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PILOSA 
• Alongamento difuso das papilas filiformes do dorso da língua; 
• Geralmente associada a cândida; 
• Fumo, antibióticoterapia prolongada, radioterapia; 
• Coloração secundária: café, chá, tabaco, confeitos. 
Característica: 
• recobrimento piloso, simétrico; 
• branco-acinzentado ao negro; 
• mais espessa na linha média; 
• raspagem – remoção. 
• Diagnóstico Diferencial: 
• não oferece muitas dúvidas; 
• candidíase- história imunossupressão, antibiótico; 
• Leucoplasia pilosa- não se destaca/lateral. 
Conduta: 
• sem tratamento; 
• melhorar Higiene Bucal- escovação língua. 
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CARCINOMA EPIDERMÓIDE- CEC 
• Neoplasia maligna do epitélio de revestimento; 
• Câncer de Cabeça e Pescoço; 
• 90%; 
• 14.170 novos casos no Brasil – 2012; 
• 9990 homens e 4180 mulheres; 
• aspecto esbranquiçado, irregular, assintomático, mal delimitado. 
 
CANDIDÍASE PSEUDOMEMBRANOSA “MONILIASE, SAPINHO” 
• Infecção fungica bucal mais frequente e é uma forma de candidíase 
• infecção aguda superficial; 
• prevalência por crianças; 
• adultos com imunidade comprometida podem apresentar e fazem uso de corticóide; 
• quimioterapia; 
• AIDS. 
Clinicamente: 
• Placas espessas brancas, difusas, puntiformes; 
• Múltiplas; 
• Língua, palato mole, mucosa jugal; 
• Material opaco, textura rugosa ou gelatinosa; 
• Facilmente removido; 
• Queimação; 
• Gosto desagradável na boca (amargo ou salgado); 
• Dor suportável; 
• Mais severa após remoção. 
Diagnóstico Diferencial: 
• removível e alteração imunidade; 
• queimadura química- mais fino/história; 
• úlceras- localizadas/agressor. 
 Conduta: 
• Citologia ou cultura- diagnóstico; 
• Tratamento variável: tópico ou sistêmico 
PAPILOMA ESCAMOSO: 
É uma neoplasia benigna do epitélio de revestimento bucal caracterizada pela proliferação epitelial. É a variante da 
verruga vulgar. 
• Proliferação epitelial associada à infecção pelo HPV 
• 3% das lesões biopsiadas em boca 
• Apresenta uma distribuição igual entre homens e mulheres e a faixa etária é entre 30 e 50 anos. 
Os sítios mais comuns incluem: 
• Língua; 
• Lábio; 
• Palato mole. 
Características: 
• Nódulo, exofítico; 
• Geralmente pediculado; 
• Único; 
• Superfície verrucosa; 
• Projeções semelhante a dedos; 
• esbraquiçados, avermelhados, semelhante a mucosa; 
• Crescimento rápido até 0,5 cm; 
• Assintomático; 
• bem delimitado; 
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QUEIMADURA QUÍMICA 
• Queimaduras causadas por agentes químicos corrosivos. 
• Raros; 
• película fina, esbranquiçada delgada, homogênea; 
• suave pressão lateral – remoção material- úlcera dolorosa; 
• focais, bordas nítidas; 
• Ex: aspirina, formocresol, líquidos de limpeza, clorexidina % alta 
Diagnóstico Diferencial: 
• não apresenta dificuldade diagnóstico; 
 Condutas: 
• Paliativo; 
• anestésico tópico; 
• cicatrizam logo; 
• orientar o paciente. 
 
LESÃO BRANCA- ALTERAÇÃO NA SUBMUCOSA 
• Translúcida 
• não se destaca; 
• assintomática; 
• lisa; 
• uma causa pode estar presente. 
Cicatriz 
• Substituição do tecido conjuntivo normal por tecido colagenoso denso ou cicatricial; 
• Aparência pálida; 
• Mais evidente em palato mole, mucosa jugal, mucosa labial e soalho; 
• Área pálida, homogênea; 
• Textura macia e bordas bem delimitadas; 
• Amígdalas: estrias brancas na depressão; 
• Anamnese- paciente relata cirurgia 
 
 
 
 
 
 
 
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 LESÕES ESCURAS 
 
As lesões negras que se manifestam na mucosa oral que ocorrem por produção de malanina 
ou material introduzido na submucosa apresentam-se negativos a vitropressão, utilizada como 
manobra semiotécnica para o diagnóstico clínico inicial. 
 
TATUAGEM POR AMALGAMA 
Classificada como pigmentação patológica exógena e causada por diversos materiais no 
interior da mucosa oral, resultando em pigmentações evidentes clinicamente. 
A implantação do amalgama ocorre, na maioria das vezes, com uma frequência maior do que 
todos os outros materiais. 
O amalgama pode ser incorporado, de diversas maneiras, no interior da mucosa oral. Áreas 
prévias de abrasão da mucosa podem ser contaminadas por pó de amalgama presentes nos 
fluídos orais ou durante manipulações sendo que pedaços de amalgama quebrados podem 
cair dentro dos sítios cirúrgicos pós exodontia. Se o fio dental se contaminar com partículas de 
amalgama de uma restauração colocada recentemente, áreas lineares de pigmentação 
poderão ser criadas nos tecidos gengivais, como resultado de procedimentos de higiene diária. 
 
CARACTERISTICAS CLÍNICAS E RADIOGRAFICAS: 
Aparece como máculas ou, raramente, lesões ligeiramente aumentadas. 
Pode ser: 
• Pretas; 
• Azuis; 
• Cinzas; 
• sempre negativas a manobra de vitropressão. 
As bordas podem ser: 
• bem definidas; 
• irregulares; 
• difusas. 
Pode ocorrer expansão lateral por vários meses após a implantação. Na maioria dos casos, 
somente um sítio encontra-se afetado, embora tatuagens múltiplas possam estar presentes. 
Os sítios mais comuns são: 
• Gengiva; 
• Mucosa alveolar; 
• Mucosa julgal. 
Radiografias periapicais, quando executadas, são negativas na maioria dos casos. Se os 
fragmentos metálicos são visíveis radiograficamente, a área clínica da mancha entende-se, 
além do tamanho do fragmento. 
Os fragmentos são densamente radiopacos, variando em tamanho, desde vários milimetros a 
um ponto. 
Tratamento e prognóstico: 
Para confirmar o diagnóstico pode se obter radiografias das áreas manchadas da mucosa numa 
tentativa de mostrar os fragmentos metálicos. 
Nenhum tratamento é necessário, se os fragmentos podem ser encontrados 
radiograficamente. 
Drª Caroline Parrillo 
 
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Não sendo encontrados fragmentos metálicos, e se a lesão não puder ser diagnosticada 
clinicamente, a biopsia pode ser necessária, para excluir a possibilidade de neoplasia 
melanocítica. 
 
LENTIGO SIMPLES: 
É uma das várias formas de hiperplasia malanocítica cutânea benigna de etiologia 
desconhecida. 
Normalmente, ocorre na pele que não é exposta ao sol, surgindo em qualquer superfície da 
pele, em qualquer idade. 
Sua intensidade de coloração não muda com variações na exposição ao sol. 
É clinicamente semelhante a sarda comum (éfelide). 
As sardas, entretanto, são encontradas na pele exposta ao sol, e representam um mero 
aumento na produção local de melanina, e não um aumento do número de melanócitos 
produtivos. 
Características clínicas: 
• Normalmente ocorre em crianças, mas pode surgir em qualquer idade; 
• A lesão típica é uma macula fortemente demarcada, com menos que 5mm de diâmetro; 
• Coloração uniforme, variando de bronzeado ao marrom escuro; 
• Normalmente é uma lesão solitária, porem podem ser múltiplas. 
O lentigo simples alcança seu tamanho máximo em questão de meses, e pode permanecer 
imutável indefinitivamente, depois disso. 
Clinicamente, as lesões individuais são impossíveis de serem distinguidas dos nevos juncionais. 
Com lesões múltiplas, condições como a lentiginose profunda, síndrome de Peutz-jeghers e 
síndrome de lentigos múltiplos, devem ser consideradas como possibilidade de diagnóstico. 
Tratamento e prognóstico: 
• Nenhum tratamento é necessário, exceto por razoes estéticas. 
• A excisão cirúrgica é curativa, e nenhum potencial de transformação maligna tem sido 
documentado nas lesões não removidas. 
 
MACULA MELANÓTICA ORAL: 
Conhecida também como melanose focam, é uma lesão da mucosa oral de etiologia 
desconhecida, que representa um aumento focal de depósito de malanina e, possivelmente, 
um aumento concomitante do número de melanócitos. 
Em oposição a efélide cutânea (sarda), a mácula melanótica não depende da exposição ao sol

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