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Experimento de aprisionamento de
Stanford
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O Experimento da Prisão de Stanford foi uma experiência psicológica destinada a investigar o
comportamento humano em uma sociedade na qual os indivíduos são definidos apenas pelo grupo. O
experimento envolveu a atribuição, dos voluntários que concordaram em participar, a papéis de guardas e
prisioneiros em uma prisão simulada. Foi realizado em 197 1 por uma equipe de pesquisadores liderada pelo
professor Philip Zimbardo, da Universidade Stanford. Os resultados inesperados foram tão dramáticos que o
experimento teve que ser interrompido antes de sua conclusão.
Zimbardo visa algumas ideias do estudioso francês Gustave Le Bon do comportamento social, em particular a
teoria da desindividualização, que argumenta que os indivíduos de um grupo coeso, constituindo uma multidão,
tendem a perder a sua identidade pessoal, consciência, senso de responsabilidade , alimentando o surgimento de
impulsos anti-sociais. Este processo foi analisado pelo famoso experimento, realizado no verão de 197 1 no porão
do Instituto de Psicologia da Universidade de Stanford, em Palo Alto, onde foi fielmente reproduzido o ambiente
de uma prisão.
Antecedentes
A Seleção
A Prisão
Os Guardas
Os Prisioneiros
As Instruções
A Crise começa
Dividir para reinar
Humilhações como punição
O envolvimento do pesquisador
O horror e a greve
O final
Referências no cinema
Referências
Ligações externas
O experimento de aprisionamento da Universidade de Stanford foi um marco no estudo psicológico das reações
humanas ao cativeiro, em particular, nas circunstâncias reais da vida na prisão. Foi conduzido em 197 1, por uma
equipe de pesquisadores liderados por Philip Zimbardo, da Universidade de Stanford. Voluntários faziam os
papéis de guardas e prisioneiros - e viviam em uma prisão "simulada". Contudo, o experimento rapidamente ficou
Índice
Antecedentes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Philip_Zimbardo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Stanford
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gustave_Le_Bon
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Stanford
https://pt.wikipedia.org/wiki/Philip_Zimbardo
fora de controle e foi abortado. Problemas éticos cercando o experimento de aprisionamento da Universidade de
Stanford geram comparações com a Experiência de Milgram, que foi conduzido em 1963, na Universidade de
Y ale, por Stanley Milgram - amigo de Zimbardo nos tempos do ensino médio. O experimento foi patrocinado pela
Marinha Americana, para explicar os conflitos no sistema prisional da Corporação. Zimbardo e seu grupo
procuravam testar a hipótese que guardas prisionais e seus cativos fossem auto-seletivos, com uma certa
disposição que naturalmente levaria a péssimas condições em tal situação.
Os participantes foram recrutados através de um anúncio de jornal e receberiam US$ 15,00 por dia (US$ 92,91
em valores atualizados - 2018)[1 ], para participar de um "experimento simulado de aprisionamento". Dos 7 0
inscritos, Zimbardo e seu time selecionaram 24, que foram julgados como sendo mais estáveis psicologicamente
e possuindo boa saúde.
Estes participantes eram, na sua maioria, brancos, de classe média, do sexo masculino. Foram formados dois
grupos de igual número de "prisioneiros" e "guardas". Uma vez que este experimento se tomou na época da
Guerra do Vietnã a maioria dos jovens desejava ser prisioneiros se opondo a guerra, originando assim a
necessidade da seleção. É interessante notar que o grupo dos prisioneiros, após terminado o experimento,
pensava que os "guardas" haviam sido escolhidos devido sua forma física e tamanho, mas na realidade eles foram
escolhidos jogando cara-ou-coroa e não havia diferença objetiva de estatura entre os dois grupos.
A prisão, em si, localizava-se no subsolo do Departamento de Psicologia de Stanford, que fora convertido para
esse propósito. Um estudante assistente de pesquisa era o "Diretor" e Zimbardo o "Superintendente". Zimbardo
criou uma série de condições específicas na esperança de que os participantes ficassem desorientados,
despersonalizados e desindividualizados.
Aos guardas eram entregues bastões de madeira e uniformes de estilo militar de cor bege, que foram escolhidos
pelos próprios "guardas" em uma loja local. Eles também receberam óculos de sol espelhados para evitar o
contato visual (Zimbardo teve essa ideia a partir de um filme). Diferentemente dos prisioneiros, os guardas
trabalhariam em turnos e poderiam voltar para suas casas nas horas livres, porém alguns preferiam voluntariar-
se para fazer horas extras sem pagamento.
Os prisioneiros deveriam vestir apenas roupões ao estilo do oriente médio, sem roupa de baixo e chinelos de
borracha. Tais medidas fariam com que eles adotassem posturas corporais estranhas - segundo Zimbardo -
visando aumentar o desconforto e a desorientação. Eles receberam números em vez de nomes. Estes números
eram costurados aos seus uniformes e os prisioneiros tinham de usar meias-calças apertadas feitas de nylon em
suas cabeças para simular que seus cabelos estivessem raspados, similarmente aos cortes utilizados na recruta
militar. Além disso, eles eram obrigados a utilizar correntes amarradas em seus tornozelos como um "lembrete
permanente" de seu aprisionamento e subjugação.
A Seleção
A Prisão
Os Guardas
Os Prisioneiros
As Instruções
https://pt.wikipedia.org/wiki/Experi%C3%AAncia_de_Milgram
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Yale
https://pt.wikipedia.org/wiki/Stanley_Milgram
https://pt.wikipedia.org/wiki/Zimbardo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Marinha_Americana
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_do_Vietn%C3%A3
https://pt.wikipedia.org/wiki/Zimbardo
No dia anterior ao aprisionamento, os guardas foram convocados a uma reunião de orientação, mas não
receberam nenhuma instrução formal. Apenas a violência física não seria permitida. Foi-lhes dito que seria sua
responsabilidade o funcionamento da prisão e que, para tanto, eles poderiam recorrer a qualquer meio que
julgassem necessário. Zimbardo fez o seguinte discurso aos guardas durante a reunião: "Vocês podem gerar nos
prisioneiros sentimentos de tédio, de medo até certo ponto, transmitir-lhes uma noção de arbitrariedade e de
que suas vidas são totalmente controladas por nós, pelo sistema, por vocês e por mim, e não terão privacidade
alguma... Nós vamos privá-los de sua individualidade de diversas maneiras. De um modo geral, isso fará com que
eles se sintam impotentes. Isto é, nesta situação nós vamos ter todo o poder e eles nenhum. - do vídeo "The
Stanford Prison Study", citado em Haslam & Reicher, 2003. Aos participantes que seriam os prisioneiros, apenas
foi dito para que eles esperassem em suas casas até serem "convocados" no dia que o experimento começaria.
Sem qualquer outro aviso, eles foram "acusados" de roubo armado e presos pelo verdadeiro departamento de
polícia local de Palo Alto, que cooperou nesta parte do experimento. Os prisioneiros passaram pelo processo de
identificação regular da polícia, incluindo a tomada de impressões digitais e fotografias, e foram informados de
seus direitos. Depois disso, foram levados até a "prisão simulada" onde foram revistados, higienizados e
receberam suas novas identidades (números).
O experimento ficou rapidamente fora de controle. Os prisioneiros sofriam - e aceitavam - tratamentos
humilhantes e sádicos por parte dos guardas e, como resultado, começaram a apresentar severos distúrbios
emocionais. Após um primeiro dia relativamente sem incidentes, no segundo dia, eclodiu uma rebelião. Guardas
voluntariaram-se para fazer horas extras e trabalhar em conjunto para resolver o problema, atacando os
prisioneiros com extintores de incêndio e sem a supervisão do grupo de pesquisa. Seguidamente, os guardas
tentaram dividir os prisioneiros e gerar inimizade entre eles, criando um bloco de celas para "bons" e um bloco
de celas para "ruins".
Ao dividirem os prisioneiros desta forma, os guardas pretendiam que eles pensassemque havia "informantes"
entre eles. Estas medidas foram altamente eficazes e motins em grande escala cessaram. De acordo com os
consultores de Zimbardo, a tática é similar à utilizada, com sucesso, nas prisões americanas reais.
A "contagem" dos prisioneiros, que havia sido inicialmente instituída para os ajudar a se acostumarem com seus
números de identificação, transformou-se em cenas de humilhação, que duravam horas. Os guardas maltratavam
os prisioneiros e impunham-lhes castigos físicos como, por exemplo, exercícios que obrigavam a esforços
pesados. Muito rapidamente, a prisão tornou-se um local insalubre e sem condições de higiene e com um
ambiente hostil e sinistro. O direito de utilizar o banheiro tornou-se um privilégio que poderia ser - e
frequentemente era - negado. Alguns prisioneiros foram obrigados a limpar os banheiros sem qualquer proteção
nas mãos. Os colchonetes foram removidos para o bloco de celas dos "bons" e os demais prisioneiros eram
obrigados a dormir no concreto, sem roupa alguma. A comida era frequentemente negada, sendo usada como
meio de punição. Alguns prisioneiros foram obrigados a despir-se e chegou a haver atos de humilhação sexual.
Zimbardo descreveu que ele mesmo estava se sentindo cada vez mais envolvido na experiência, que dirigiu e na
qual foi igualmente participante ativo. No quarto dia, ele e os guardas, ao ouvirem um rumor sobre um plano de
fuga, tentaram, alegando necessidade de maior "segurança", transferir o experimento inteiro para um bloco
prisional verdadeiro, pertencente ao departamento da polícia local e fora de uso. A polícia local não acatou a
ideia, e Zimbardo relatou ter-se sentido irritado e revoltado pelo que ele via como "falta de cooperação" das
A Crise começa
Dividir para reinar
Humilhações como punição
O envolvimento do pesquisador
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=The_Stanford_Prison_Study&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Haslam_%26_Reicher&action=edit&redlink=1
autoridades locais. À medida que o experimento prosseguia os guardas iam dando mostras de um crescente
sadismo, especialmente à noite, quando eles pensavam que as câmeras estavam desligadas. Os investigadores
afirmaram que aproximadamente um terço dos guardas apresentou tendências sádicas "genuínas". Muitos dos
guardas ficaram bastante desapontados quando a experiência foi terminada antes do previsto. Um dos pontos
que Zimbardo ressaltou como prova de que os participantes haviam internalizado seus papéis é que, ao ser-lhes
oferecida a "liberdade condicional" em troca do pagamento dos dias que faltavam para a experiência terminar, a
maioria dos "prisioneiros" aceitou o acordo. Eles receberiam apenas pelos dias em que haviam participado.
Porém, ao ser-lhes comunicado que a "liberdade condicional" havia sido rejeitada e que se eles fossem embora
não receberiam nada, os prisioneiros permaneceram no experimento. Zimbardo alega que eles não tinham
quaisquer razões para continuarem participando se estavam dispostos a prescindir do pagamento para
abandonarem a prisão.
Um prisioneiro chegou a desenvolver coceira cutânea de origem psicossomática por todo o corpo, ao descobrir
que não poderia deixar o experimento ou não receberia nenhum dinheiro. Zimbardo ignorou, alegando que ele
apenas estava "fingindo" estar doente para poder escapar. Choro incontrolável e pensamento desorganizado
também foram sintomas comuns entre os prisioneiros. Dois deles sofreram tal trauma que tiveram de ser
removidos e substituídos.
Um dos prisioneiros substitutos, com o número 416, ficou tão horrorizado com o tratamento que os guardas
estavam dando que resolveu iniciar uma greve de fome. Ele foi trancado em um compartimento exíguo, que
servia como "solitária", durante três horas, enquanto os guardas o obrigaram a segurar as salsichas que tinha
recusado comer. Os demais prisioneiros consideravam-no um "causador de problemas". Para explorar esse
sentimento, os guardas fizeram uma oferta: os prisioneiros poderiam abrir mão das suas mantas para que o
substituto fosse libertado da solitária, ou ele seria mantido lá durante a noite toda. Os prisioneiros escolheram
ficar com as suas mantas. Zimbardo interveio e o substituto pôde voltar para sua cela.
Quando Zimbardo resolveu abortar o experimento, foi chamada uma pesquisadora que nada sabia do que havia
sido feito para conduzir as entrevistas com os participantes. A pesquisadora em questão estava tendo um
relacionamento com Zimbardo, na época do experimento, e atualmente é casada com ele. Dentre todas as 50
pessoas que visitaram a "prisão", a única pessoa que questionou a ética de tal experimento foi ela. O experimento,
que havia sido planejado para durar duas semanas, durou apenas seis dias.
O processo de desindividualização leva a uma perda de responsabilidade pessoal, que é a visão reduzida das
consequências de suas ações, que enfraquece os controles com base em culpa, vergonha, medo, bem como
aqueles que inibem a expressão do comportamento destrutivo. Desindividualização implica, portanto, uma
sensação diminuída de si mesmo e identificação, e uma maior sensibilidade para as metas e as ações tomadas
pelo grupo: o indivíduo pensa, em outras palavras, que suas ações são parte daquelas cometidas pelo grupo.
Há três filmes que foram baseados neste polêmico experimento de Zimbardo. O primeiro trata-se do A
Experiência, cujo título original em alemão é Das Experiment.[2 ] O segundo é uma refilmagem do primeiro e
chama-se Detenção, cujo título original em inglês é The Experiment, gênero suspense, foi lançado em 2010 e
dura 95 minutos. O terceiro, The Stanford Prison Experiment [1] (http://www.adorocinema.com/filmes/filme-2
31236/), em português: "O experimento de aprisionamento de Stanford", com Ezra Miller, Michael Angarano e
Thomas Mann no elenco.
O horror e a greve
O final
Referências no cinema
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sadismo
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Internalizado&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Trauma
https://pt.wikipedia.org/wiki/Greve_de_fome
https://pt.wikipedia.org/wiki/Das_Experiment
https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Experiment
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=The_Stanford_Prison_Experiment&action=edit&redlink=1
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-231236/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ezra_Miller
https://pt.wikipedia.org/wiki/Michael_Angarano
1. «Value of $15 in 1971. Inflation Calculator for Today's Dollars» (https://www.saving.org/inflation/inflation.php?amount=
15&year=1971). www.saving.org. Consultado em 14 de abril de 2018
2. A Experiência (http://www.interfilmes.com/filme_13312_A.Experiencia-(Das.Experiment).html) no Interfilmes
Página Oficial da Experiência (http://www.prisonexp.org/)
Página de Zimbardo (http://www.zimbardo.com/)
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Referências
Ligações externas
https://www.saving.org/inflation/inflation.php?amount=15&year=1971
http://www.interfilmes.com/filme_13312_A.Experiencia-(Das.Experiment).html
http://www.prisonexp.org/
http://www.zimbardo.com/
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Experimento_de_aprisionamento_de_Stanford&oldid=55999451
https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/deed.pt
https://foundation.wikimedia.org/wiki/Condi%C3%A7%C3%B5es_de_Uso

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