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Resumo do livro "A filosofia do direito" de Michel Troper

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Resumo do livro ‘‘A filosofia do direito’’ de Michel Troper
Inicialmente, Michel Troper reflete sobre a definição e sobre a possível essência do direito. Nesse sentido, o próprio direito constrói o jurídico, não bastando conhecer os critérios contidos nas regras, é necessário buscar sua essência, o porquê as regras são positivadas, se são justas, qual seria sua origem, etc, tais perguntam são objeto de estudo da filosofia do direito. Acerca disso, é necessário notar que o conteúdo das regras exprime as preferências políticas e morais daqueles que as criam, entretanto, alguns autores admitem um direito natural, acessível a razão humana e dotado de princípios de justiça. O direito positivado deverá ser adotado em conformidade com o natural. Por fim, o escopo desse livro é mostrar como se desenrola o debate filosófico sobre o direito, abordando um conjunto de problemas e como eles são analisados de acordo com as diferentes doutrinas.
Michel Troper salienta que não há acordo sobre a definição do direito, nem se a filosofia do direito é ramo da filosofia ou parte da ciência jurídica. Nesse sentido, ele distingue a filosofia do direito da teoria geral do direito, caracterizando a filosofia do direito como subjetiva, jusnaturalista, ideal e especulativa, enquanto a teoria geral do direito tem um caráter mais objetivo, positivista e empirista. Entretanto,é necessário analisar que há distinção na origem desses termos, entretanto, atualmente, são usados como sinônimos, na qual, não são raros os casos em que autores de livro com nomeação de teoria geral do direito tenham uma ideologia mais jusnaturalista e vice-versa.
O autor salienta também uma distinção entre a filosofia do direito dos filósofos e a filosofia do direito dos juristas, caracterizando a filosofia do direito dos filósofos como a busca pela essência e síntese do direito. Aplicando a filosofia a grandes problemas jurídicos. A filosofia do direito dos juristas, em contrapartida, aplica a experiência a grandes problemas jurídicos e tem como ponto de partida os fenômenos jurídicos. 
Michel Troper defende a necessidade de uma diferenciação clara da ciência e do seu objeto de estudo, dessa forma, a ciência do direito pode ser caracterizada por sua função indicativa (ou descritiva), usando proposições, que são suscetíveis de serem verdadeiras ou falsas, dependendo de uma validade exterior, por outro lado, o direito tem uma função prescritiva, ligada ao dever ser, usando prescrições - as normas - que são imperativas e, portanto, não podem ser falsas nem verdadeiras. Além disso, a ciência do direito deve ser dotada de pureza e isenta de qualquer julgamento de valor. Também pode-se caracterizar a ciência do direito como metalinguagem, pois tem como objeto o direito, que é, em si, uma linguagem. Acerca disso, Troper aborda a temática da metalinguagem por meio de uma visão critica de Bobbio em relação à concepção de Kelsen que descreve como prescritiva tal metalinguagem, denominada "epistemologia jurídica". Bobbio afirma que tal metaciência, diferente das ciências naturais, não se limita a descrição dos procedimentos da ciência do Direito, mas também emite julgamentos de valor através daqueles que participam desse processo. Ademais, tal ciência apresenta duas correntes em relação a seu modelo metodológico. A corrente monista afirma a adoção da metodologia das ciências naturais, em especial a física, já a pluralista (embora não descarte outros princípios metodológicos) defende uma pluralização de métodos, sem uma submissão metodológica aos modelos das ciências naturais. Nesse sentido, o autor levanta uma discussão acerca dos modelos metodológicos que uma ciência do direito deve seguir, distinguindo a corrente monista e pluralista, evocando a concepção de Hans Kelsen que busca uma via intermediária, rejeitando o positivismo jurídico tradicional, bem como o jusnaturalismo. 
A ciência do Direito deveria descrever um dever ser objetivo, independente das vontades e das preferências daquele que descreve. Kelsen absorve do jusnaturalismo, a idéia do direito como dever-ser e só. Uma teoria pura do direito seria uma doutrina positivista, que descreveria uma realidade objetiva, pois toma por objeto o direito positivo. Sendo suas proposições verdadeiras ou falsas segundo um princípio de verdade-correspondência entre norma e proposição. Porém, mesmo descrevendo normas obrigatórias, tal ciência não garante que todos as sigam. Também discorreu Kelsen acerca da validade de uma norma. Alegava que, embora existisse uma proposição de direito que fosse logicamente verdadeira de acordo com outra proposição, uma norma correspondente seria inexistente no direito positivo caso tal norma não fosse aprovada por uma autoridade competente e não estivesse de acordo com uma lei superior que, segundo Kelsen, deveria estar de acordo com outra superior e assim sucessivamente até se chegar a Constituição. Todavia, enquanto Kelsen afirmava que a ciência do Direito deveria descrever o dever-ser, outra corrente tinha como objeto de descrição o próprio ser - os realistas. Estes apresentaram o esforço mais proveitoso na elaboração de uma ciência realmente empírica do direito. Para tal, os realistas (como Alf Ross) tinham como descrição do direito a aplicação das normas pelos juízes. Entretanto, tal corrente levava em conta fatores psicossociais, comportamentais e referentes até mesmo ao humor dos juízes. Tal condição desvincula a ciência de sua especificidade, atrelando seu objeto a métodos da sociologia e da psicologia. 
Alguns realistas consideram a interpretação dos juristas como um meio de vida da significação das normas, estas seriam fatos. Assim, eles estariam julgando a realidade. No segundo item da obra de Troper, o autor faz uma abordagem da definição do direito fazendo uso do pensamento de Kelsen. Assim, o próprio afirma a impossibilidade de se definir uma norma jurídica isoladamente, de modo que, por exemplo, o conteúdo de uma norma pode ser de âmbito jurídico, moral e também religioso. Assim, uma norma seria aquela que estivesse inserida em um sistema e que obedecesse a uma norma superior, no caso do sistema jurídico, a constituição. Porém, como seria a constituição uma norma válida se ela não se submete a uma superior? Segundo Kelsen, a norma superior que validaria a constituição como norma válida seria uma norma fundamental. Essa norma não faria parte do direito positivo simplesmente por ser hipotética, por ser um pressuposto. A validade da constituição se daria assim pó pressuposição, definindo, por estipulação, normas como objetos da ciência do direito. Todavia, Kelsen reforça a eficácia de uma norma também depende de uma ordem de coerção. Tal ordem deveria ser (não em todos os casos) de natureza física e legitimada por ordem jurídica. Assim, o direito prescreveria atos de sanção como coerção que buscariam manter os membros de uma coletividade humana se comportando de acordo com o direito embora nem todas as normas fossem eficazes. 
Troper traz também o pensamento de Hart, propondo a existência de uma ''regra de reconhecimento". Tal regra não tem enunciação explicita mas sua existência resulta das práticas de tribunais e funciona como norma fundamental, não sendo em si válida, mas validando outras. Por ser uma prática social verificada pela ciência do direito, diferencia-se da norma fundamental de Kelsen que é pressuposta. Por fim, se estabelece a idéia de que a ciência do direito tem como objeto descrever as normas jurídicas.

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