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Caso 01 - Marcelo e Marcelinho

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EXCELENTISIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE MOGI DAS CRUZES 
 
	
PROCESSO N°
MARCELO sobrenome, nacionalidade, divorciado, mecânico, portador da cédula de identidade R.G. n° xxxxx SSP/SP e inscrito no CPF/MF n° xxxxx, endereço eletrônico, residente e domiciliado à XXXX, n° XXX, bairro XXX, Mogi das Cruzes/SP, filho de XXX, e MARCELINHO sobrenome, nacionalidade, estado civil, mecânico, portador da cédula de identidade R.G. n° xxxxx SSP/SP e inscrito no CPF/MF n° xxxxx, endereço eletrônico, residente e domiciliado à XXXX, n° XXX, bairro XXX, Mogi das Cruzes/SP, filho de XXX, por intermédio de seu advogado, conforme procuração com poderes específicos anexa, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, requerer 
LIBERDADE PROVISÓRIA SEM FIANÇA
nos termos do artigo 5º, inciso LXVI, da Constituição Federal combinado com artigo 310, III, CPP, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor: 
I – DOS FATOS 
 
Ocorre que no dia 28 de julho de 2019, por volta das 3 horas da manhã Marcelo e seu filho Marcelinho, estavam na região da Vila Suissa, em uma festa, quando o filho mais novo de Marcelo liga para que o busque em uma festa visto que não havia mais ônibus naquele horário, Marcelo antes busca Marcelinho. Ao chegar na Rodovia Mogi – Salesópolis, Marcelo vê no carro ao lado Adriano, o amante de Maria com quem fora casado a quase 20 anos, jogando assim seu carro em cima do de Adriano que vai para o acostamento. Marcelo desce do carro com uma marreta a fim de amassar o carro de Adriano, o mesmo ao vê-lo sai do carro e se embrenha no mato.
Marcelinho entra no carro da vítima, e segue atrás do pai em direção a Cezar de Souza, momento em que a vítima aciona a polícia. Os dois no percurso passam por uma viatura que foi atrás deles pelo fato de o carro ser um chapa preta, Marcelo acelerou fugindo da polícia enquanto o carro em Marcelinho estava parou por problemas mecânicos, sendo abordado e preso, e o carro da vítima sendo levado para o 1° DP.
II – DO DIREITO
DA INEXISTÊNCIA MATERIALIDADE DELITIVA
Conforme doutrina, a materialidade é a prova do fato, mas, não a prova da existência do crime, devendo ela conter provas que demonstram a existência da infração, com elementos caracterizadores do tipo legal imputado ao acusado. A simples constatação da materialidade do fato não é suficiente para uma condenação criminal se este fato não for típico, antijurídico e culpável, se não houver provas suficientes para tanto, se não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal ou existir circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena.
No boletim de ocorrência do caso em tela, consta que os acusados praticaram roubo com emprego de arma de fogo e concurso de pessoas, porém como citado nos fatos Marcelo tinha certa inimizade com Adriano, pelo fato do mesmo ser amante de sua esposa com quem fora casado a quase 20 anos. Na data dos fatos o acusado estava indo buscar o filho mais novo quando avistou a vítima em seu carro, sabendo do amor que ele tinha pelo veículo que é um chapa preta, aproveitou a situação para destruir o carro como forma de vingança. Como citado anteriormente Marcelo é mecânico e tinha em seu carro um martelo, o pegou para destruir o carro da vítima que saiu correndo para o meio do mato. Marcelinho que estava no carro sugeriu levar o carro de Adriano para um lugar ermo para atear fogo pois, na rodovia chamaria atenção, sendo assim entrou no carro para que pudessem conduzi-lo a uma rua em Cezar de Souza que sabiam ser vazia.
Diante do exposto, resta claro que o animus do agente não era roubo em si e sim o dano, expresso no artigo 163 qualificado pelo IV do Código Penal. Visto que como Marcelo amava sua mulher e Adriano sabendo disso, mesmo assim teve um caso com a mulher do acusado destruindo seu casamento de anos, o mesmo quis destruir o que tinha conhecimento que a vítima amava, seu carro que era diferente de colecionador. É relevante também o fato de que a arma de fogo citada pela vítima na verdade é um martelo, dado a profissão do acusado é sua ferramenta de trabalho. Resta claro que o requisito de materialidade, previsto no artigo 312 do CPP não está preenchido pois, o delito não é roubo com arma de fogo e sim dano.
DA GARANTIA DE ORDEM PÚBLICA
Com base em entendimento doutrinário, garantia da ordem pública não se confunde com clamor popular, o criminoso deve oferecer perigo real, capaz de abalar a sociedade. Não basta gravidade do crime.
No caso em tela, o ato foi a meramente pelo fato de Adriano ser amante da esposa do acusado, razão pela qual Marcelo entendera que destruindo o veículo da vítima teria vingado o matrimonio destruído e a esposa amada que lhe fora tirada.
 
 Sendo os requerentes postos em liberdade, de nenhuma forma estará prejudicada a Ordem Pública, posto que os acusados são homens de bem e trabalhadores, são réus primários com bons antecedentes. Sua liberdade não colocará em risco a paz social, visto que os acusados não são propensos à prática de conduta delituosa. Mantê-los presos sob a alegação de conveniência da instrução criminal não é fato que pode ser concebido uma vez que eles não têm nenhuma intenção em perturbar a busca da verdade real, atrapalhando na produção de provas processuais.
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
Em síntese, pode ser decretada caso haja fundado receio de fuga do acusado. A intenção dos acusados é de tão somente defender-se da acusação que recai sobre eles, o que pode fazer em liberdade, não prejudicando a instrução criminal.
A permanência da prisão preventiva sob este fundamento não merece ser acolhida, já que os requerentes possuem emprego fixo, bem como residência fixa, podendo desta forma serem localizados a qualquer momento para a prática dos atos processuais. Portanto é de inteiro interesse dos requerentes permanecer no local para responder ao processo e, consequentemente defender-se. Destarte, sua liberdade não retardará nem tornará incerta a aplicação da lei penal.
Cabe dizer que a prisão neste momento fere o princípio constitucional da presunção de inocência, previsto no artigo 5º, inciso LVII
Uma vez verificado que estão ausentes os requisitos autorizadores da prisão preventiva previstos no artigo 312 do CPP, a liberdade provisória é medida que se impõe, conforme determina artigo 321 do CPP.
PEDIDOS
Ante o exposto requer:
I – deferir o pedido de liberdade provisória com ou sem fiança por falta dos requisitos autorizadores do artigo 311 e 312 do CPP, preferencialmente;
II – aplicar medidas cautelares diversas da prisão, acaso se façam pertinentes;
III – proceder com a imediata expedição do competente Alvará de Soltura em favor dos acusados.

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