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História da enfermagem(historico politicas públicas )

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Históri� d� enfermage�
Relação enfermagem e contexto histórico
nacional e políticas públicas de saúde no
Brasil.
Colonização e Império
(pintura da chegada dos portugueses ao
Brasil )
feito em relação à saúde pública no
Brasil.
Como se sabe, antes da chegada de
europeus em território brasileiro, os
povos indígenas já o habitavam há
centenas de anos. Os povos indígenas já
tinham enfermidades, mas com a
colonização portuguesa tudo piorou,
principalmente pela conhecida expressão
usada em aulas sobre a história do
Brasil: as “doenças de branco”. Doenças
comuns na Europa, que não existiam no
Brasil, acabaram sendo trazidas. O
ponto de atenção é de que os indígenas
não tinham imunidade para elas e a
consequência foi a morte de milhares
deles.
Durante os 389 anos de duração da
Colônia e do Império, pouco ou nada foi
feito com relação à saúde. Não havia
políticas públicas estruturadas, muito
menos a construção de centros de
atendimento à população.
Além disso, o acesso a tratamentos e
cuidados médicos dependia da classe
social: pessoas pobres e escravos viviam
em condições duras e poucos
sobreviviam às doenças que tinham. As
pessoas nobres e colonos brancos, que
tivessem terras e posses, tinham maior
facilidade de acesso a médicos e
remédios da época. Portanto, suas
chances de sobrevivência eram maiores.
Com a chegada da Família Real
portuguesa ao Brasil, em 1808, e a sua
vontade em desenvolver o Brasil para
que se aproximasse da realidade vivida
em Portugal, uma das primeiras medidas
foi a fundação de cursos universitários.
Foram criados cursos de Medicina,
Cirurgia e Química, sendo os pioneiros: a
Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro e o
Colégio Médico-Cirúrgico no Real Hospital
Militar de Salvador. Assim, aos poucos,
os médicos estrangeiros foram
substituídos por médicos brasileiros, ou
formados no Brasil.
Caridade, filantropia e saúde: o papel
das Santas Casas de Misericórdia
(santa casa de misericórdia,São Paulo )
A ligação entre entidades religiosas e
tratamentos de saúde é bastante forte
e existe desde a colonização do Brasil.
Movimentos da Igreja Católica, da Igreja
Protestante, da Igreja Evangélica, da
Comunidade Espírita, entre outras,
chegam a ter 2.100 estabelecimentos de
saúde espalhados por todo o território
brasileiro, de acordo com a
@Enf.studyma
Confederação de Santas Casas de
Misericórdia (CMB).
As Santas Casas de Misericórdia são
uma dessas entidades que se
destinaram a prestar assistência médica
às pessoas. As santas casas foram,
durante décadas, a única opção de
acolhimento e tratamento de saúde para
quem não tinha dinheiro. Elas eram
fundadas pelos religiosos e, num
primeiro momento, conectadas com a
ideia de caridade – entre o século XVIII e
o ano de 1837. Os atendimentos aos
enfermos nas Santas Casas de
Misericórdia eram realizados por
Ordens Religiosas, motivadas pelos
princípios de benevolência, caridade e
cuidado ao próximo.
Sobre seu financiamento, a CMB explica:
“desde sua origem, até o início das
relações com os governos
(especialmente na década de 1960), as
Santas Casas foram criadas e mantidas
pelas doações das comunidades, vivendo
períodos áureos, em que construíram
seus patrimônios, sendo boa parte
destes tombados como patrimônio
histórico.”
De 1838 a 1940, as santas casas
mudaram seu propósito e começaram a
agir por meio da filantropia, que é, de
acordo com a CMB, uma forma de
“tornar a ajuda útil àqueles que dela
necessitam”. Mais importante do que
bens, a filantropia seria a orientação das
pessoas e a preocupação com o seu
bem-estar futuro.
Independência ou morte
Mudanças nas políticas de saúde
durante o Império
Em 1822, D. Pedro II declara a
independência brasileira com relação a
Portugal bradando: “Independência ou
morte!”. Relacionando o bordão com a
saúde pública, pode-se dizer que houve
avanços durante o período imperial – de
acordo com o Dr. Dráuzio Varella, pouco
eficazes.
Além de transformar escolas em
faculdades, D. Pedro II criou órgãos para
vistoriar a higiene pública principalmente
na nova capital brasileira, o Rio de
Janeiro. A cidade, além de sofrer
diversas mudanças urbanas, como
calçamento de ruas e iluminação pública,
também visava a higienizar o centro
urbano – de maneira sanitária e social.
Social, pois expulsava do centro da
cidade os casebres e as pessoas de
classe social mais inferior, proliferando
então o desenvolvimento de favelas nas
áreas periféricas.
A higienização sanitária deveria ocorrer
por conta das recorrentes epidemias de
febre amarela, peste bubônica, malária e
varíola, doenças associadas à falta de
saneamento básico e de higiene. Os
esgotos, na época, corriam a céu aberto
e o lixo era depositado em valas. Assim,
o alvo da campanha pela saúde pública
@Enf.studyma
nesse princípio de século XIX foi
estruturar o saneamento básico.
Saúde pública na República: as vacinas e
os sanitaristas
Com a declaração do fim da escravidão
em 1888, o país ficou dependente de
mão de obra imigrante para continuar no
cultivo de insumos que eram a base da
economia brasileira, principalmente o
café. Entre 1900 e 1920, o Brasil ainda
era refém dos problemas sanitários e
das epidemias. Portanto, para a
recepção dos imigrantes europeus, houve
diversas reformas urbanas e sanitárias
nas grandes cidades, como o Rio de
Janeiro, em que houve atenção especial
às suas áreas portuárias. Para o
governo, o crescimento do país dependia
de uma população saudável e com
capacidade produtiva, portanto era de
seu interesse que sua saúde estivesse
em bom estado.
Os sanitaristas comandaram esse
período com campanhas de saúde,
sendo um dos destaques o médico
Oswaldo Cruz, que enfrentou revoltas
populares na defesa da vacina
obrigatória contra a varíola – na época, a
população revoltou-se com a medida,
pois não foram explicados os objetivos
da campanha e do que se tratavam as
vacinas. As ações dos sanitaristas
chegaram até o Sertão Nordestino,
divulgando a importância dos cuidados
com a saúde no meio rural. Lá, porém,
as pessoas eram muito pobres e
continuavam em moradias precárias,
vitimadas por doenças mesmo com a
disseminação de vacinas.
Ainda nos anos de 1920, foram criadas
as CAPS: Caixas de Aposentadoria e
Pensão. Os trabalhadores as criaram
para garantir proteção na velhice e na
doença. Posteriormente e devido à
pressão popular, Getúlio Vargas ampliou
as CAPS para outras categorias
profissionais, tornando-se o IAPS:
Instituto de Aposentadorias e Pensões.
Período Getulista: o começo da
organização das leis
Com a presidência de Getúlio Vargas,
houve reformulações no sistema a fim
de criar uma atuação mais centralizada,
inclusive quanto à saúde pública. O foco
de seu governo foi o tratamento de
epidemias e endemias, sem muitos
avanços, pois os recursos destinados à
saúde eram desviados a outros setores
– de acordo com o Dr. Dráuzio Varella,
parte dos recursos dos IAPS ia para o
financiamento da industrialização.
A Constituição de 1934, promulgada
durante o governo Vargas, concedia novos
direitos aos trabalhadores, como
assistência médica e “licença-gestante”.
Além disso, a Consolidação das Leis
@Enf.studyma
Trabalhistas de 1943, a CLT, determina
aos trabalhadores de carteira assinada,
além do salário mínimo, também
benefícios à saúde.
Anos 50 e a 3ª Conferência Nacional
Saúde
Em 1953, foi criado o Ministério da Saúde.
Foi a primeira vez em que houve um
ministério dedicado exclusivamente à
criação de políticas de saúde, com foco
principalmente no atendimento em zonas
rurais, já que nas cidades a saúde era
privilégio de quem tinha carteira
assinada.
As Conferências Nacionais de Saúde
tiveram um papel muito importante na
consolidação do entendimento da
importância da saúde pública no Brasil –
mais adiante, você entenderá por quê. A
3ª Conferência Nacional de Saúde
ocorreu no final de 1963 e apresentou
diversos estudos sobre a criação de um
sistema de saúde. De acordo com o
doutor em saúde pública Gilson Carvalho,
houve duas bandeiras principais nessa
conferência:
1. A criação de um sistema de saúde
para todos, o direito à saúde deveria
ser universal;2. A organização de um sistema
descentralizado, visando ao protagonismo
do município. Além disso, afirma que a
ditadura militar, iniciada em março de
1964, sepultou a proposta poucos meses
depois.
A saúde pública durante a ditadura
militar (1964-1985)
A saúde sofreu com o corte de verbas
durante o período de regime militar e
doenças como dengue, meningite e
malária se intensificaram. Houve
aumento das epidemias e da
mortalidade infantil, até que o governo
buscou fazer algo. Uma das medidas foi
a criação do INPS, que foi a união de
todos os órgãos previdenciários que
funcionavam desde 1930, a fim de
melhorar o atendimento médico.
Passou-se a enxergar a atenção
primária de pacientes cada vez mais
como responsabilidade dos municípios;
os casos mais complexos eram
responsabilidade dos governos estadual
e federal. De acordo com o Dr. Gilson
Carvalho, houve “projetos privatizantes
como o do Vale Consulta e para as
regiões mais pobres uma reedição da
Fundação Sesp denominado Programa
de Interiorização de Ações e Serviços
de Saúde (Piass). O Piass não se
implantou por falta de vontade política
dos governos à época. Tinha mais
virtudes que defeitos. Faltou interesse
público para levá-lo à frente.”
Durante os anos de 1970, mesmo no
auge do milagre econômico, as verbas
para saúde eram baixas: 1% do
orçamento geral da União. Ao fim da
@Enf.studyma
década, as prefeituras das cidades que
mais cresciam começaram a se
organizar para receber e conceder aos
migrantes algum tipo de atendimento na
área da saúde. Começou-se a
estruturar políticas públicas que
envolveram as Secretarias Municipais de
Saúde, que depois se estenderam aos
estados e a ministérios, como os
Ministérios da Previdência Social e da
Saúde.
Anos 80 e o princípio da saúde pública
como direito
O Movimento Sanitarista e a 8ª
Conferência Nacional de Saúde
O movimento sanitarista foi de
importância ímpar ao entendimento de
saúde pública, do conceito de saúde e
também da evolução do direito à saúde
no Brasil.
A reforma sanitária se refere às ideias
de uma série de mudanças e
transformações necessárias à saúde.
Sua composição era de técnicos da
saúde – médicos, enfermeiros,
biomédicos… – e intelectuais, partidos
políticos, diferentes correntes e
tendências e movimentos sociais
diversos.
Ao fim da década de 1970, o movimento
adquiriu certa maturidade em função de
uma série de estudos acadêmicos e
práticos realizados, principalmente, nas
faculdades de Medicina. Nas
universidades, o entendimento de
medicina se tornava cada mais social,
pensando a saúde como uma série de
fatores que vão além do bem-estar do
corpo humano.
De acordo com a Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz), alguns dos atores do
movimento sanitarista foram os médicos
residentes, “que na época trabalhavam
sem carteira assinada e com uma carga
horária excessiva”, por exemplo. Outras
movimentações da Reforma Sanitária
foram as primeiras greves realizadas
depois de 1968 e os sindicatos médicos,
que também estavam em fase de
transformação.
“Esse movimento entra também nos
conselhos regionais, no Conselho Nacional
de Medicina e na Associação Médica
Brasileira – as entidades médicas
começam a ser renovadas. A criação do
Centro Brasileiro de Estudos de Saúde
(Cebes), em 1976, também é importante
na luta pela reforma sanitária. A
entidade surge com o propósito de lutar
pela democracia, de ser um espaço de
divulgação do movimento sanitário, e
reúne pessoas que já pensavam dessa
forma e realizavam projetos inovadores”,
de acordo com a Fiocruz.
Enquanto a ditadura militar existia, o
movimento sanitarista foi “testando” uma
série de hipóteses a respeito do seu
entendimento de saúde. Na Escola
Nacional de Saúde Pública (Ensp) da
Fundação Oswaldo Cruz são colocados
em prática diversos projetos “e pessoas
que faziam política em todo Brasil foram
treinadas”. Os projetos envolviam:
@Enf.studyma
– saúde comunitária;
– clínica de família;
– pesquisas comunitárias.
Ao fim da ditadura, as propostas da
Reforma Sanitária foram reunidas num
documento chamado Saúde e
Democracia, enviado para aprovação do
Legislativo. Uma das conquistas foi a
realização da 8ª Conferência Nacional da
Saúde em 1986. Pela primeira vez na
história, foi possível a participação da
sociedade civil organizada no processo
de construção do que seria o novo
modelo de saúde pública brasileiro.
Essa conferência foi tão importante pois
desde o seu tema – “saúde como direito
de todos e dever do Estado” – teve
como resultado uma série de
documentos que basicamente
esboçaram o surgimento do Sistema
Único de Saúde (SUS).
A conferência ampliou os conceitos de
saúde pública no Brasil, propôs
mudanças baseadas no direito universal
à saúde com melhores condições de
vida, além de fazer menção à saúde
preventiva, à descentralização dos
serviços e à participação da população
nas decisões. O relatório da conferência
teve suas principais resoluções
incorporadas à Constituição Federal de
1988.
A Constituição de 1988 e a criação do
SUS: o direito à saúde como dever do
Estad0
A Constituição Federal de 1988 foi o
primeiro documento a colocar o direito à
saúde definitivamente no ordenamento
jurídico brasileiro. A saúde passa a ser
um direito do cidadão e um dever do
Estado. A Constituição ainda determina
que o sistema de saúde pública deve
ser gratuito, de qualidade e universal, isto
é, acessível a todos os brasileiros e/ou
residentes no Brasil.
O Sistema Único de Saúde foi regulado
posteriormente pela lei 8.080 de 1990, em
que estão distribuídas todas as suas
atribuições e funções como um sistema
público.
@Enf.studyma

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