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Aula 01 Direito Administrativo (Estatuto dos funcionários de SP) p/ TJ-SP - Escrevente Professor: Marcos Van Acker Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 62 AULA 01: Direitos e Deveres do Servidor SUMÁRIO PÁGINA 1. Introdução 1 2. Provimento 2 3. Investidura e posse em cargo público 5 4. Vacância 8 5. Exercício 10 6. Remoção 15 7. Deveres do funcionário 16 8. Um direito/dever 17 9. Direitos do funcionário 18 10. Encerramento 26 11. Questões comentadas 27 8. Lista das questões apresentadas 54 9. Gabarito 62 1. Introdução Olá, pessoal. Espero que tenha sido proveitosa para vocês a nossa primeira aula sobre a Lei 10.261/68, o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo. Como já temos certa intimidade com a Lei, depois da primeira aula, podemos chamá-la mais simplesmente de Estatuto, ou EFP, certo? Nesta aula, vamos trabalhar um conteúdo um pouco mais extenso do que na primeira. Relembremos: na aula anterior, vimos que o Estatuto é a lei geral dos servidores públicos do Estado; regula a relação entre o servidor e a Administração. Entendemos também as noções de cargo, funcionário e de lotação. São noções essenciais para entender todo o resto. Hoje vamos tratar inicialmente das formas de provimento de cargo. Provimento é o ato pelo qual se preenche o cargo público, com a designação de seu ocupante. Após o provimento, vamos abordar o do cargo público; isso mesmo, é a motivação de vocês todos que estão fazendo esse curso! Preparando-se para o exercício de cargo público efetivo! Antes disso, vem a necessária posse, que será estudada também nessa aula. Além disso, trataremos de duas decorrências lógicas, 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 62 e legais, do exercício do cargo público: os direitos e os deveres do servidor público. Além disso, também trataremos do oposto do provimento, que é a do cargo. E, ao final, teremos questões comentadas, inclusive com uma inestimável contribuição do Prof. CYONIL, referência no mundo dos concursos, que contribui com diversas questões comentadas!!! Bem, então vamos à aula de hoje! 2. Provimento Provimento é o ato pelo qual se preenche o cargo público, com a designação do seu ocupante. As formas de provimento previstas no artigo 11 do EFP são: I — nomeação; II — transferência; III — reintegração; IV — acesso; V — reversão; VI — aproveitamento; e VII — readmissão A mais importante forma de provimento é a nomeação. Os tratadistas do direito administrativo costumam dividir as formas de provimento em originárias ou iniciais e derivadas. O provimento inicial ou originário é a primeira vinculação do servidor ao cargo, que se concretiza mediante nomeação. Por isso dissemos que a nomeação é a forma mais importante de provimento. O servidor não tem vínculo prévio com o serviço público, ou, se o tem, exerce outro cargo, diverso, e presta novo concurso. Da mesma forma, em ambos os casos trata-se de provimento originário. Provimento derivado é o que depende de um vínculo anterior do servidor com a administração. O provimento derivado ocorre por meio de reintegração, reversão ex officio, aproveitamento e acesso. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 62 Já tivemos a oportunidade de mencionar que, com a promulgação da Constituição de 1988, certos dispositivos do EFP ficaram sem aplicação. É o caso de algumas das formas de provimento de cargos previstas. Algumas estão em desuso. Veremos resumidamente as formas de provimento, mesmo as que hoje não se aplicam. As formas de provimento em desuso merecerão essa observação. 2.1 Formas de provimento do EFP Nomeação É a forma de provimento dos cargos efetivos, mas não só; o Estatuto, em seu artigo 13, estabeleceu que as nomeações são feitas: - em caráter vitalício, nos casos expressamente previstos na Constituição do Brasil; observe-se que a CF/88 manteve tal regime, com relação a magistrados e outras carreiras jurídicas. - em comissão, quando se tratar de cargo que em virtude de lei assim deva ser provido; relembre que estudamos na aula passada o que são cargos em comissão, cuja nomeação e exoneração pode ser feita com grande margem de discricionariedade pelo administrador. - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de provimento dessa natureza. O provimento em caráter efetivo só pode ser feito mediante realização de concurso público. Transferência No EFP, transferência era forma de provimento sem a necessidade de concurso público. Era feita para atender à necessidade do serviço de uma secretaria, e dependia da existência de vagas para ser concretizada. Instituto em desuso. Por vezes usa-se o termo para caracterizar o ato administrativo que transfere cargo e seu ocupante de um Quadro para outro, p.ex, entre duas Secretarias de Estado. Não é a mesma coisa, trata-se neste caso apenas arranjo relativo a lotação, e não de forma de provimento. Apenas por curiosidade, anote-se que já a LC 180/78 tomou 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 62 o instituto nessa acepção última, e desde então sua aplicação é essa, aplicação aliás bem restrita. Dá-se a transferência por decreto do Governador. Reintegração Reingresso no serviço público decorrente de decisão judicial passada em julgado, com ressarcimento de prejuízos resultantes do afastamento. A reintegração é feita no cargo anteriormente ocupado e, se este houver sido transformado, no cargo resultante. Pressupõe um desligamento do servidor, posteriormente considerado ilegal pelo Judiciário para que venha a ocorrer. A Anistia, por exemplo, concedida pela Lei 6683/79, provocou uma série de reintegrações no serviço público, reparando demissões injustas ocorridas durante o regime militar no Brasil. Verifica-se também administrativamente a ocorrência da reintegração, muito embora o EFP mencione expressamente decisão judicial como motivadora da reintegração. É que, constatada a ilegalidade, não pode a administração furtar-se a anular o ato eivado de vícios. Acesso Elevação do funcionário, dentro do respectivo quadro, a cargo da mesma natureza de trabalho, do maior grau de responsabilidade e maior complexidade de atribuições. Instituto também em desuso. Reversão Ato pelo qual o aposentado reingressa no serviço público a pedido ou ex officio. Na ordem jurídica atual, é discutível a reversão a pedido. Na modalidade de ofício ocorre, e é comum no caso de penalidade a servidor aposentado, se esta implicar na perda do cargo, como veremos na próxima aula. Pode ocorrer também no caso de aposentadoria por invalidez, quando verificada a insubsistência da doença que a motivou. Aproveitamento Reingresso ao serviço público do servidor em disponibilidade. Merece algumas observações a disponibilidade. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 62 O servidor estável, qualidade alcançada pelo servidor efetivo após 3 anos de exercício, cumprido o necessário estágio probatório, é, em última análise, estável no serviço público, e não no exercício do cargo, uma vez que a Administração pode vir a redefinir, alterar ou mesmo extinguir cargos e classes,dado que, como vimos, sobrepõe-se o interesse público ao privado. No caso de extinção, o servidor estável pode, constatada sua momentânea desnecessidade, ficar à disposição, ou seja, vinculado à Administração, mas sem trabalhar. Nesse caso, o Estatuto prevê que o servidor deve receber vencimentos proporcionais ao tempo de serviço. Vê-se que é hipótese custosa para a administração, pois o servidor ganha sem trabalhar. Assim, o EFP prevê ainda que o aproveitamento desse servidor é obrigatório, nas vagas existentes, sendo que não pode vir a ocupar cargo que implique em vencimentos maiores; se vier a ocupar cargo de vencimentos menores, fará jus à diferença entre estes e os vencimentos de seu cargo original. Readmissão Ato pelo qual o ex-funcionário (efetivo), demitido ou exonerado, reingressa no serviço público, sem direito a ressarcimento dos prejuízos, ficando-lhe assegurada, no entanto, a contagem de tempo de serviço em cargos anteriores, para efeito de aposentadoria e disponibilidade. Também discutível sua aplicabilidade face à CF/88. Verifique a diferença em relação à reintegração, que ocorre por medida judicial, ou mesmo administrativamente. No entanto, a motivação é importante, no caso da readmissão não há relação com a eventual nulidade ou ilegalidade do desligamento anterior. Readaptação Readaptação é a investidura em cargo mais compatível com a capacidade do funcionário e dependerá sempre de inspeção médica. A readaptação não acarretará diminuição, nem aumento de vencimento ou remuneração. Fala-se muitas vezes em readaptação apenas como mudança de atribuições, no exercício do mesmo cargo, sempre por motivo de saúde. Exemplo: o cargo exige certas capacidades, que o servidor perde, por motivo de doença. Deve ser reaproveitado exercendo novas funções. De qualquer forma, o EFP prevê a readaptação como modo de investidura em 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 62 cargo, nos artigos 41 e 42, embora esta forma não conste na enumeração do artigo 11. Portanto, em resumo, podemos dizer que as formas de provimento válidas hoje, entre as relacionadas no EFP, são a nomeação, a reintegração, a reversão e o aproveitamento. Há ainda a substituição, que não deixa de ser uma forma de provimento, ainda que temporária. Substituição Quando uma pessoa assume uma função desempenhada por outra, durante o impedimento desta, há substituição. O Estatuto prevê que haverá substituição no impedimento legal e temporário do ocupante de cargo de chefia ou de direção. Este caráter temporário da substituição pode se estender, há inclusive a previsão de que, em caso de vacância, o substituto passará a responder pela função até o provimento do cargo. Casos comuns de impedimento são as férias ou eventuais licenças; depreende-se disso que sempre há substituição dos titulares de função de chefia e direção. O substituto deve ser pertencente ao Quadro do órgão, e geralmente da unidade. A substituição, quando não for automática, dependerá da expedição de ato de autoridade competente. O substituto, durante todo o tempo em que exercer a substituição, terá direito a perceber os vencimentos inerentes ao cargo do substituído, sem naturalmente adicioná-las a seus próprios vencimentos, que deixa de receber neste período. Existe ainda a hipótese de opção pelos vencimentos do próprio cargo, se ao substituto não interessar receber os vencimentos do substituído. Geralmente, os cargos de chefia e direção correspondem a vencimentos superiores, mas às vezes, no serviço público, isso não se verifica. Daí a ressalva da opção pelos vencimentos. Também existe a possibilidade de opção pelos vencimentos para o titular de cargo efetivo designado para exercer cargo ou função comissionada, quando assim desejar. 3. Investidura e posse em cargo público A investidura do servidor em cargo público ocorre com a . A posse confere ao servidor as prerrogativas, os direitos e os deveres do cargo. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 62 Sem ela, o provimento não se completa, e portanto não pode haver o exercício da função pública. 3.1 Requisitos para a posse em cargo público - Aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos; - Ser brasileiro nato ou naturalizado (pela redação dada pela EC n.º 19/1998, os cargos, funções e empregos públicos são também acessíveis aos estrangeiros, na forma a ser estabelecida em lei); - Ter completado dezoito anos de idade; - Estar em dia com as obrigações militares; - Estar no gozo dos direitos políticos; - Ter boa conduta; - Gozar de boa saúde, comprovada em inspeção realizada em órgão médico oficial - Possuir aptidão para o exercício do cargo; - Ter atendido às condições especiais prescritas para o cargo. A posse fica configurada por meio de assinatura de termo, a ser lavrado em livro próprio e assinado pela autoridade competente. A autoridade que der posse deverá verificar, sob pena de responsabilidade, se foram satisfeitas as condições estabelecidas para a investidura do cargo. Geralmente se exige que o servidor certifique a veracidade das informações que presta para a posse. 3.2 Prazos para posse A posse no cargo público deve ocorrer no prazo de 30 (trinta dias), contados da data da publicação do ato de provimento do cargo. O prazo de trinta dias poderá ser prorrogado por igual período, a critério da administração, desde que requerido pelo candidato ao cargo. O prazo inicial para posse do servidor em férias ou licença será contado da data em que voltar ao serviço. A contagem do prazo para a posse poderá ser suspensa até o máximo de 120 dias, a pedido do órgão médico encarregado da perícia, a partir da data em que o candidato apresentar guia a este órgão. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 62 Além disso, admite-se a posse por procuração, no caso de servidor em missão fora do território do Estado, e, nos demais casos, a critério da autoridade competente. Dados todos os prazos, se a posse não vier a ocorrer, o ato do provimento será tornado sem efeito. Cumprida a formalidade da posse, o servidor está pronto para finalmente começar a exercer o cargo público, que agora é seu de pleno direito! É isso aí, meus amigos, vão se acostumando com a ideia, afinal, todo este esforço é para isso. Tenho a certeza de que vocês chegarão lá. Mentalizem isso, a assinatura do seu termo de posse, com calma, sem ansiedade, e continuemos o estudo do Estatuto! 4. Vacância Vacância é o oposto da investidura do cargo. Há administrativistas que falam, de fato, em desinvestidura. Ocorre a vacância quando o servidor deixa de exercer cargo, função ou emprego público. A principal forma de vacância é a exoneração. Curioso notar que o termo contém a si a ideia de que o servidor livra-se de um ônus, deixa de lado uma carga, ao deixar o exercício do cargo público. Como vimos, o cargo público é antes de tudo um feixe de responsabilidades que carregamos. De acordo com o EFP, a vacância do cargo público decorre de: Exoneração; Demissão (constitui penalidade decorrente da prática de ilícito administrativo, tendo por finalidade desligar o servidor dos quadros do serviço público); Aposentadoria e Falecimento. 4.1 Formas de Exoneração I. A pedido do servidor. O servidor, tendo entrado voluntariamente no serviço público, tem simetricamente o direito de deixá-lo. Por meio de requerimento formal, pode pedir sua exoneração. Deverá aguardar em exercícioa concessão da exoneração, até o máximo de quinze dias a contar da apresentação do requerimento. Não havendo prejuízo para o serviço público, a permanência em exercício deve ser dispensada. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 62 II. A critério da administração, quando se tratar de cargo em comissão. Trata-se de ato de ofício, com ampla discricionariedade da autoridade responsável, como já vimos. Quando o servidor não entrar em exercício dentro do prazo legal, aplica- se-lhe a exoneração de ofício. Vimos que a posse não efetivada leva à revogação do ato de nomeação; agora, o caso é diferente: se o servidor toma posse, mas não entra em exercício no prazo legal, ocorre sua exoneração. Isso decorre de que, como vimos, a posse é a investidura no cargo. Como o servidor de direito já ocupa o cargo, só se admite a vacância por meio de exoneração. Há outras hipóteses de exoneração, não constantes do Estatuto. De fato, é cabível a exoneração quando comprovado no estágio probatório que o servidor público não satisfaz as exigências legais da administração ou que seu desempenho é insatisfatório. Evidentemente que nesse caso a exoneração tem de ser devidamente motivada, e só pode ocorrer respeitando-se os princípios do devido processos legal, do contraditório e da ampla defesa. É ponto pacífico, inclusive constante da Súmula 21 do STF: “Funcionário em estágio probatório não pode ser exonerado nem demitido sem inquérito ou sem as formalidades legais de apuração de sua capacidade”. Além disso, inovações constitucionais preveem a exoneração do servidor estável, por insuficiência de desempenho (CF, art. 41, §1º, III), e na hipótese de ultrapassagem do limite máximo de despesa com pessoal inativo, na forma da lei (CF, art. 169, §4°), dispositivo que veio a ser regulamentado pela chamada Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000). Evidentemente que tais cogitações são estranhas ao EFP. 4.2 Demais formas de Vacância A demissão, como mencionado acima, é forma de penalidade, e a estudaremos na próxima aula, quando tratarmos das penalidades. Por ora, é importante reter que demissão difere de exoneração, e que demissão para o EFP é algo diferente do sentido comum, na relação de trabalho privada. É uma penalidade, e grave. Condena o servidor a deixar o exercício do cargo. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 62 Exoneração e Demissão são institutos diversos para o Estatuto, assim como no Direito Administrativo em geral. São formas de vacância; a exoneração pode ser voluntária, a pedido do próprio ocupante do cargo, ou de ofício, motivadamente, por interesse da administração ou por determinação legal, ou ainda de imediato, ad nutum, para os ocupantes de cargo em comissão. A demissão, por sua vez, é forma de vacância resultante de penalidade. O Estatuto também trata da Aposentadoria, nos artigos de 222 a 232; não estão recepcionados pela ordem constitucional vigente, após as ECs 20, 41 e 47. Hoje a aposentadoria é matéria de direito constitucional. Mas é evidente que, com a passagem à inatividade, o servidor desinveste-se do cargo exercido por longos anos. Bem assim o falecimento, este fora da alçada do direito administrativo, e muitas vezes além da nossa rasa compreensão. De qualquer forma, notar que o instituto da pensão por morte não é tratado pelo EFP, existe lei própria a respeito. 5. Exercício Com a aprovação no concurso, a nomeação, a posse, chegamos enfim ao exercício do cargo público, grande objetivo de todos nós. O artigo 57 do Estatuto assim o define: Artigo 57 — O exercício é o ato pelo qual o funcionário assume as atribuições e responsabilidades do cargo. Vejam, meus amigos, que o Estatuto continua a relacionar o exercício do cargo público aos deveres a ele inerentes. Como já dissemos, do ponto de vista do interesse público, o cargo corresponde a uma série de deveres que o servidor tem de cumprir. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 62 A consequência lógica e óbvia do exercício é que o servidor tem de continuamente afirmá-lo, retomá-lo; o exercício é contínuo, diário, até a vacância do cargo. Relembre o princípio da continuidade do serviço público; aplica-se até ao mais humilde servidor. O servidor empossado tem até 30 dias para entrar em exercício, prazo prorrogável por mais 30 dias, a requerimento do interessado. Superado o prazo, inclusive eventual prorrogação, sem entrada em exercício, o servidor será exonerado, ficando portanto o cargo vago, como vimos. É competente para dar exercício ao servidor o chefe da unidade em que estiver lotado, ou alocado; o Estatuto prevê que ninguém pode ter exercício em unidade diversa daquela em que estiver lotado, salvo previsão legal expressa ou autorização do Governador. Assim, uma vez exercendo o cargo, nesta condição o servidor permanecerá, exceto nos casos previstos de afastamento. 5.1 Afastamento no Estatuto. Com o afastamento, cessa o exercício mas não sobrevém a vacância do cargo. O exercício fica como que suspenso, e pode ser retomado em momento posterior. A lei prevê em muitos casos a manutenção de vários direitos durante o afastamento. Vamos ver as espécies previstas no EFP. 5.1.1 Afastamento para participar de congressos e certames culturais técnicos ou científicos (artigo 69). Esse afastamento será autorizado desde que observadas certas condições, garantindo-se que os objetivos sejam de relevante interesse para a administração; as atribuições do cargo ou da função sejam diretamente relacionadas com o objetivo do evento; o afastamento de um ou mais servidores não prejudique o andamento do trabalho, e outras. O período de afastamento é considerado como de efetivo exercício para todos os efeitos legais, incluindo-se os dias necessários ao trânsito, se o evento se realizar fora da sede de exercício do servidor. 5.1.2 Afastamento para participar de provas de competições desportivas dentro ou fora do Estado de São Paulo (artigo 75). 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 62 Esse afastamento será autorizado se houver requisição justificada do órgão desportista competente convocando o servidor atleta, e poderá ser autorizado: I Sem prejuízo de vencimentos – quando o servidor atleta representar o Brasil ou o Estado de São Paulo em competições desportivas oficiais; II Com prejuízo de vencimentos – nos demais casos. 5.1.3 Afastamento para missão ou estudo de interesse do serviço público. Está previsto no artigo 68 do EFP, pode ser autorizado com ou sem prejuízo de vencimentos ou salários. Inclusive pode realizar-se no exterior a missão ou o estudo motivadores do afastamento. 5.1.4 Afastamento junto a entidades conveniadas ao Estado, acordo com as normas do Convênio (Artigo 67). Poderá ser concedido com ou sem prejuízo de vencimentos. A autoridade competente para autorizar esse afastamento é o titular da Pasta de origem do servidor. Nesse caso, o afastamento é decorrência de convênio celebrado entre o Estado de São Paulo e outro ente público - ou privado. O EFP menciona genericamente “entidades”, cabe a ressalva de que convênio com entidade privada prevendo cessão de servidor público é de legalidade discutível. O que se verifica geralmente são convênios com entes públicos, prefeituras p.ex. 5.1.5Afastamento para exercer mandatos eletivos O servidor que exercer mandato eletivo federal, estadual ou distrital será afastado do cargo, emprego ou da função-atividade (artigo 38 da CF/88 – art. 72 do EFP); Ѝ Exercício de mandato de Prefeito Municipal: o servidor será afastado do cargo, emprego ou função-atividade, sendo-lhe facultado optar entre o vencimento/salário de servidor e o de prefeito municipal (artigo 38 da CF/88); Ѝ Exercício de mandato de Vereador: se houver compatibilidade de horários, poderá exercer ambas as funções, com vencimentos, salários ou remuneração, a título de acúmulo de cargo, emprego ou função- atividade; porém, se não houver compatibilidade de horários, deverá se afastar do cargo, sendo-lhe facultado optar pelos vencimentos, salários ou remuneração (artigo 38 da CF/88). 5.2 Prejuízo dos vencimentos 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 62 Quando o Estatuto menciona afastamento sem prejuízo dos vencimentos, significa que o servidor pode ser autorizado a afastar-se do exercício, e continuar a receber seu salário normalmente, como se estivesse em exercício. A outra hipótese é de afastamento com prejuízo dos vencimentos, mantidas as demais vantagens do cargo, ou seja, o servidor não recebe, mas tem direito a contar o tempo de afastamento, para fins de adicional, aposentadoria etc. 5.3 Sede de Exercício Este ponto não está no Estatuto, mas como na seção relativa aos afastamentos menciona-se o conceito de “sede de exercício”, vamos esclarecer, embora não caia na prova. Há órgãos públicos complexos, que têm competências e ramificações em todo o território do Estado. Uma definição de sede de exercício tendo como base as competências do órgão pode ser complicada. Para resolver, está definido que sede de exercício é o município em que se localiza a repartição, ou unidade administrativa, em que o servidor está lotado. 5.4 Horário, frequência O primeiro dever decorrente do exercício é a frequência; o servidor deve frequentar a unidade na qual está lotado! A assiduidade é dever do servidor. O meio de apurar a frequência é o ponto, registro diário do comparecimento; já o EFP previa preferencialmente o meio mecânico para registro de frequência. Hoje há dispositivos eletrônicos, etc., convivendo ainda com o registro em livro, manualmente. A jornada de trabalho não é fixada no EFP, geralmente vem determinada na lei de regência do cargo. No caso dos cargos de provimento efetivo, é comum que o edital dos concursos mencione a jornada. Predominam as jornadas de 40 e 30 horas semanais. 5.5 Contagem de tempo Com o exercício, inicia-se a contagem de tempo de serviço, que implica em vantagens que veremos a seguir, nesta mesma aula. Os dias de efetivo exercício, registrados no ponto, como vimos, serão computados. Além disso, o Estatuto traz uma série de exceções, de hipóteses em que, 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 62 mesmo não havendo efetivo exercício, ou seja, o servidor não esteve presente na unidade em que está lotado, aquele dia, ou dias, deve(m) ser contados como se fossem de efetivo exercício. É a previsão do artigo 78: Artigo 78 — Serão considerados de efetivo exercício, para todos os efeitos legais, os dias em que o funcionário estiver afastado do serviço em virtude de: I — férias; II — casamento, até 8 (oito) dias; III — falecimento do cônjuge, filhos, pais e irmãos, até 8 (oito) dias; IV — falecimento dos avós, netos, sogros, do padrasto ou madrasta, até 2 (dois) dias; V — serviços obrigatórios por lei; VI — licença quando acidentado no exercício de suas atribuições ou atacado de doença profissional; VII — licença à funcionária gestante; VIII — licenciamento compulsório, nos termos do art. 206; IX — licença-prêmio; X — faltas abonadas nos termos do parágrafo 1º do art. 110, observados os limites ali fixados; XI — missão ou estudo dentro do Estado, em outros pontos do território nacional ou no estrangeiro, nos termos do art. 68; XII — nos casos previstos no art. 122; XIII — afastamento por processo administrativo, se o funcionário for declarado inocente ou se a pena imposta for de repreensão ou multa; e, ainda, os dias que excederem o total da pena de suspensão efetivamente aplicada; XIV — trânsito, em decorrência de mudança de sede de exercício, desde que não exceda o prazo de 8 (oito) dias; e XV — provas de competições desportivas, nos termos do item I, do § 2º, do art. 75. XVI — licença-paternidade, por 5 (cinco) dias; Algumas observações: o art. 206 a que faz referência o inciso VIII prevê uma espécie de licença sanitária, compulsória para os possíveis portadores de enfermidades contagiosas; o art. 122 mencionado no inciso XII estimula o servidor a doar sangue aos bancos de sangue estatais ou conveniados. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 62 As faltas abonadas mencionadas no inciso X são ausências consentidas, previstas no §1º do art. 110, segundo o qual o superior imediato, em razão de problemas de saúde ou outro motivo relevante, pode abonar, ou seja tornar boas, converter em presença faltas ao serviço, até o máximo de seis por ano, a requerimento do funcionário. O requerimento tem de ser feito no primeiro dia útil subsequente ao da falta. A contagem de tempo tem relação íntima com vantagens relacionadas ao tempo de serviço, que veremos a seguir: Adicional por Tempo de Serviço, Sexta-Parte, Licença-Prêmio e Aposentadoria. Sobre esta última, as disposições do Estatuto já não têm recepção ante a Constituição Federal. 6. Remoção Remoção representa a possibilidade do servidor vir a exercer seu cargo em local diferente da sua lotação inicial. Pode ser motivada pelo interesse do servidor, quando se fala em remoção a pedido, ou por interesse da administração, que visa com a medida o adequado dimensionamento e distribuição dos recursos humanos, consoante as reais necessidades das unidades administrativas; neste caso, trata-se de remoção de ofício ou ex officio. A remoção ocorre quando o cargo passa de uma para outra unidade administrativa de um mesmo órgão, observada sempre a lotação das unidades envolvidas. A remoção está prevista nos artigos 42 a 45 do EFP, segundo os quais I. A remoção, a pedido ou ex officio será feita de uma para outra unidade administrativa da mesma Secretaria, respeitada a lotação. II. A remoção ex officio será processada em caso de comprovada necessidade de serviço. III. A remoção por permuta será processada a requerimento dos interessados, com anuência dos respectivos chefes. No caso das permutas, não há alteração da lotação das unidades, apenas dos ocupantes. Existe, também, a remoção chamada “por união de cônjuges”, prevista na Constituição Estadual (artigo 130), disciplinada na Lei n. 10.261/68 (artigos 234 a 238), segundo os quais é assegurado ao servidor o direito de remoção para igual cargo no local de residência do cônjuge, se esse também for servidor, condicionada à existência de vaga. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 62 7. Deveres do Funcionário O artigo 241 do Estatuto traz uma enumeração de deveres do servidor público, bastante abrangente. Artigo 241 — São deveres do funcionário: I — ser assíduo e pontual; II — cumprir as ordens superiores, representando quando forem manifestamenteilegais; III — desempenhar com zelo e presteza os trabalhos de que for incumbido; IV — guardar sigilo sobre os assuntos da repartição e, especialmente, sobre despachos, decisões ou providências; V — representar aos superiores sobre todas as irregularidades de que tiver conhecimento no exercício de suas funções; VI — tratar com urbanidade as pessoas; VII — residir no local onde exerce o cargo ou, onde autorizado; VIII — providenciar para que esteja sempre em ordem, no assentamento individual, a sua declaração de família; IX — zelar pela economia do material do Estado e pela conservação do que for confiado à sua guarda ou utilização; X — apresentar -se convenientemente trajado em serviço ou com uniforme determinado, quando for o caso; XI — atender prontamente, com preferência sobre qualquer outro serviço, às requisições de papéis, documentos, informações ou providências que lhe forem feitas pelas autoridades judiciárias ou administrativas, para defesa do Estado, em Juízo; XII — cooperar e manter espírito de solidariedade com os companheiros de trabalho, XIII — estar em dia com as leis, regulamentos, regimentos, instruções e ordens de serviço que digam respeito às suas funções; e XIV — proceder na vida pública e privada na forma que dignifique a função pública. É uma lista de regras de conduta, evidentemente válida até hoje. Lembremos do fato de que o Estatuto é uma lei de normas gerais, aplicáveis a todos os servidores; os deveres mais específicos são aqueles relacionados às atribuições do cargo ocupado; estes, como vimos, serão definidos pela lei de regência do cargo. Notar que geralmente estas 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 62 atribuições legais do cargo vem replicadas no edital dos concursos, ainda que resumidamente, até para conhecimento dos futuros ocupantes. Hoje inescapável que a realidade é diferente, o desempenho do servidor público é alvo de avaliação, durante o estágio probatório, e depois dele, por quanto tempo exercer cargo público. Assim, é dever da administração formar um juízo periódico a respeito do desempenho do servidor em relação às atribuições de seu cargo. Ora, não é esse, como vimos, o primeiro dos deveres do servidor? De qualquer forma, é importante conhecer a lista do artigo 241, que tem plena vigência hoje. 8. Um direito/dever O direito de petição é tratado no Estatuto. Em relação ao servidor público, trata-se ao mesmo tempo de um direito, pois o funcionário pode, e deve exercê-lo, mas também um dever, pois o servidor pode ver-se incumbido de processar e dar andamento a petições encaminhadas pelos cidadãos, é um dever importante; vejamos os artigos do EFP a respeito: Do Direito de Petição Artigo 239 — É assegurado a qualquer pessoa, física ou jurídica, independentemente de pagamento, o direito de petição contra ilegalidade ou abuso de poder e para defesa de direitos. § 1º — Qualquer pessoa poderá reclamar sobre abuso, erro, omissão ou conduta incompatível no serviço público. § 2º — Em nenhuma hipótese, a Administração poderá recusar-se a protocolar, encaminhar ou apreciar a petição, sob pena de responsabilidade do agente. Artigo 240 — Ao servidor é assegurado o direito de requerer ou representar, bem como, nos termos desta lei complementar, pedir reconsideração e recorrer de decisões, no prazo de 30 (trinta) dias, salvo previsão legal específica. Podemos dizer que o artigo 239 trata do direito do cidadão de requerer direitos perante a administração, e de representar contra ilegalidade, direito geral, a que a administração não pode colocar obstáculo, e pelo qual não pode solicitar pagamento. O artigo 240 assegura ao servidor, nessa condição, o amplo direito de petição; o direito do servidor é de requerer ante o órgão no qual trabalha, 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 62 em relação a ele seus direitos serão específicos. O direito de representar ou requerer ante outros órgãos é assegurado pelo art. 239. A representação motivada por ilegalidade de que o servidor teve conhecimento é um dever do servidor, como acabamos de ver. 9. Direitos do Funcionário Os direitos do funcionário estão delimitados ao exercício do cargo, do que decorre, como vimos, uma série de deveres; e aos vencimentos e demais vantagens pecuniárias resultantes do exercício do cargo. O direito ao exercício do cargo não torna o servidor dono do cargo, pois a administração pode transformar ou extinguir o cargo; neste caso, o ocupante do cargo, se estável, tem direito a exercer novo cargo, por meio do instituto do Aproveitamento, já estudado nesta aula, como forma de provimento derivado. Com, isso, pode-se perceber outro direito do servidor, o direito à estabilidade. O Estatuto cuidou do assunto, vejamos como. 9.1 Estabilidade Artigo 217 — É assegurada a estabilidade somente ao funcionário que, nomeado por concurso, contar mais de 2 (dois) anos de efetivo exercício. Artigo 218 — O funcionário estável só poderá ser demitido em virtude de sentença judicial ou mediante processo administrativo, assegurada ampla defesa. Parágrafo único — A estabilidade diz respeito ao serviço público e não ao cargo, ressalvando-se à Administração o direito de aproveitar o funcionário em outro cargo de igual padrão, de acordo com as suas aptidões. Reproduzi os artigos acima pelo fato de o instituto da estabilidade estar todo aí; importante notar que: O período de exercício prévio para estabilidade é de 3 anos, é o chamado estágio probatório, durante o qual o servidor é submetido a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. Isso decorre de mandamento constitucional (CF, art. 41) 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 62 De resto, os artigos são bem claros e explicativos; o servidor estável só pode ser demitido, penalizado com o desligamento do serviço público por infração cometida, mediante o devido processo legal, assegurada a ampla defesa. Como já vimos, fica claro que a estabilidade não implica no direito de exercer o cargo em qualquer circunstância, a despeito das ações da administração, motivadas pelo interesse público, p.ex. a extinção do cargo, mas que o servidor, ainda que o cargo tenha sido extinto, continua servidor, em disponibilidade remunerada até o aproveitamento, em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anterior. 9.2 Direitos e Vantagens Pecuniárias 9.2.1 Remuneração O servidor tem um direito básico, o salário, a retribuição devida pela administração em troca dos serviços por ele prestados. A remuneração geralmente é definida na lei específica de regência do cargo. O EFP não define a remuneração dos servidores em geral. O Estado de São Paulo através da LC 180/78 introduziu uma tabela comum para um grande número de cargos públicos, no entanto hoje vem sendo abandonada essa fórmula, em benefício de sistemas de remuneração definidos para cada carreira em lei específica. 9.2.2 Incorporação de vantagens Veremos a seguir que o EFP menciona a incorporação de vantagens, instituto pelo qual certas vantagens transitórias, advindas do exercício de uma função, por exemplo, podem ser incorporadas ao patrimônio do servidor, com o tempo, mediante disposição legal específica. Há também a incorporação prevista do artigo 133 da Constituição Estadual. Observamos isso apenas para ajudar a compreensão; notem que incorporação não é disposição do EFP, portanto não está incluída noEdital. 9.2.3 Adicional por Tempo de Serviço 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 62 O adicional por tempo de serviço foi instituído pela Lei n. 6.043, de 20/1/1961, e incorporado ao Estatuto, art. 127 ss. Ficou previsto também pela Constituição Estadual de 1989 (artigo 129). O adicional será devido a partir do dia imediato àquele em que o servidor completar o tempo de serviço necessário à aquisição do quinquênio, ou seja, cinco anos (1.825 dias) de efetivo exercício, contínuos ou não. Sua concessão independe de requerimento do servidor, devendo ser concedido pela autoridade competente, no prazo máximo de 180 dias (LC n. 792/95), contados da data em que completar o período aquisitivo. Na contagem do tempo, observa-se o disposto no artigo 78 do EFP, que já reproduzimos, quanto às ausências consideradas de efetivo exercício. O adicional por tempo de serviço é calculado na base de 5% por quinquênio de serviço sobre o valor do vencimento, assim como sobre as parcelas incorporadas e outras eventualmente previstas em legislação específica. 9.2.4 Sexta Parte A sexta-parte é espécie de adicional por tempo de serviço. Foi instituída pela Constituição do Estado de São Paulo de 1947, e incorporada ao EFP em seu artigo 130; até a promulgação da Constituição paulista de 1989 era concedida quando o servidor viesse a completar 25 anos de efetivo exercício. A partir da vigência da Carta Bandeirante, este direito ficou assegurado a partir dos 20 anos de exercício, estando o EFP derrogado quanto a isso. A sexta-parte será devida a partir do dia imediato àquele em que o servidor completar o tempo de serviço necessário à aquisição, ou seja, 20 anos (7.300 dias) de efetivo exercício, contínuos ou não. Sua concessão independe de requerimento do servidor. Na contagem do tempo, observa- se o disposto no artigo 78 do EFP, que já reproduzimos, quanto às ausências consideradas de efetivo exercício. A sexta-parte é calculada à razão de um sexto sobre o valor do vencimento do cargo/função, acrescido do adicional por tempo de serviço, das parcelas incorporadas, assim como sobre outras parcelas previstas em legislação específica. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 62 9.2.5 Gratificação de Representação Tipicamente destinada a remunerar por desempenho de função, é vantagem pecuniária prevista nos artigos 135, inciso III, e 324 do Estatuto, atribuída ao servidor designado para função de gabinete, missão ou estudo fora do Estado e para função de confiança do Governador. Apenas para ilustrar, a incorporação da gratificação de representação segue as regras estabelecidas pela LC 813/96. 9.2.6 Honorários Honorários são vantagens pecuniárias, previstas nos incisos VIII e IX do artigo 124 do EFP, atribuídas pela participação em serviços especiais, quando fora do período normal ou extraordinário de trabalho, nas seguintes situações: Ѝ Quando o servidor for designado para realizar investigações ou pesquisas científicas, para exercer as funções de auxiliar ou for membro de bancas e comissões de concurso ou prova ou de professor de cursos de seleção e aperfeiçoamento ou especialização de servidores, legalmente instituídos (inciso VIII do artigo 124); Ѝ Pela prestação de serviço peculiar à profissão que exercer e, em função dela, à Justiça (inciso IX do artigo 124). Os honorários são aplicados aos servidores públicos nas situações especificadas, não sendo incorporados aos vencimentos/salários para nenhum efeito legal. 9.2.7 Ajuda de Custo A ajuda de custo destina-se a indenizar o servidor das despesas de viagem e de nova instalação que, no interesse do serviço, passa a ter exercício em nova sede. A despesa com o transporte do servidor e de sua família compreende passagem, bagagem e bens pessoais, e será paga, à parte, pelo governo. A ajuda de custo para localidades do país não pode ultrapassar o valor correspondente a três vezes o vencimento do cargo ou função. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 62 9.2.8 Diárias Prevista no artigo 144 do EFP, a diária pode ser concedida ao servidor que se deslocar temporariamente de sua sede de exercício no desempenho de suas atribuições ou em missão ou estudo dentro do país e tem por objetivo indenizar despesas com alimentação e pousada. Com isso, vimos as vantagens pecuniárias mais importantes previstas no Estatuto. A lei ressalvou a possibilidade de haver outras vantagens ou concessões pecuniárias previstas em leis especiais. Importante observar que diárias e ajuda de custo são verbas de caráter indenizatório, honorários representam parcela remuneratória por desempenho de função que pode ser alheia ao cargo (participar de banca de concursos, por exemplo), ou por função típica do cargo, como no caso dos Procuradores do Estado, por exemplo. Adicionais e gratificações, por outro lado, decorrem exclusivamente do exercício do cargo e podem ser incorporadas ao patrimônio do servidor. Estas são as vantagens pecuniárias; acostumem-se com elas, pois estarão nos seus contracheques como servidores em breve, meus amigos! 9.3 Outros Direitos Férias Este, com certeza, meus amigos, é um direito fundamental, verdadeira cláusula pétrea do Estatuto! Brincadeiras à parte, o repouso é um direito trabalhista reconhecido universalmente, e não seria diferente para o servidor público do Estado de São Paulo. O EFP trata de férias nos artigos de 177 a 180, e estipula que o servidor terá 30 dias de férias por ano, que podem ser fruídas em até duas parcelas; o primeiro período de férias só é adquirido após um ano de serviço, salvo se o servidor for egresso de outro órgão estadual, e não tiver ocorrido interrupção superior a 10 dias entre o exercício do cargo atual e a dispensa do anterior. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 62 O Estatuto proíbe expressamente levar à conta de férias qualquer falta ao serviço, ou seja, descontar das férias eventual falta ocorrida. Licenças O Estatuto prevê diversas formas de licença. Licença é um período de ausência ao serviço, assegurado ao servidor público por motivo relevante, sempre determinado em lei. Veremos brevemente os tipos de licença do EFP. Licença para tratamento de saúde O servidor público estadual portador de moléstia que o impeça de comparecer ao serviço poderá ser licenciado para tratamento de saúde, sem perda de vencimentos ou salários, mediante perícia médica em órgão oficial. Licença por acidente no exercício de suas atribuições ou por doença profissional O servidor acidentado em seu local de trabalho ou que tenha adquirido doença profissional terá direito à licença, sem perda de remuneração, pelo prazo máximo de 4 anos; Terá direito, também, a essa licença se o acidente ocorrer em viagem a serviço, ou, ainda, quando do trajeto de sua residência ao local de trabalho ou vice-versa. Se ocorrer em viagem, deverá ser caracterizados a ocorrência no horário de trabalho e ter relação com o serviço. É caracterizada, ainda, como licença por acidente de trabalho a agressão sofrida e não provocada pelo servidor no exercício de suas atribuições. Os conceitos de acidente de trabalho, bem como a relação das moléstias profissionais, serão os adotados pela legislação federal vigente à épocado acidente (CLT e legislação correlata). O EFP assegura ao servidor o direito de indenização por danos ou prejuízos decorrentes de acidentes no trabalho, além disso, o período dessas licenças será considerado de efetivo exercício, para todos os efeitos legais. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 62 Licença por motivo de doença em pessoa da família É concedida essa licença ao servidor que comprovar (por meio de perícia médica) doença em pessoa da família, pelo prazo máximo de 20 meses. Considera-se pessoa da família o cônjuge ou parente até o 2º grau. Licença Compulsória Poderá ser compulsoriamente licenciado, a juízo da autoridade sanitária competente, o servidor com suspeita de moléstia transmissível. O período de ausência não deverá exceder a 5 dias, e será considerado de efetivo exercício para todos os efeitos legais. Se confirmada a moléstia, o servidor será licenciado para tratamento de saúde, considerando-se incluídos os dias do período da licença compulsória. Licença-Gestante A licença à gestante é um direito constitucional assegurado à mulher (art. 7º, XVIII da CF/88; art. 124 da C.E/89). A servidora pública estadual terá direito à licença de 180 dias, com remuneração, a partir do 8º mês de gestação, salvo os casos de prescrição médica. Licença-Paternidade O servidor titular de cargo tem direito a licença de 5 dias, por ocasião do nascimento de seu filho. Esse período de licença é considerado como de efetivo exercício para todos os efeitos legais. Licença para atender a obrigações militares Será concedida licença, sem vencimento, salário ou remuneração, para atender a obrigações de serviço militar, ao servidor que: Ѝ for convocado ao serviço militar e outros encargos da Segurança Nacional; Ѝ tiver feito curso para oficial da reserva das Forças Armadas. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 62 Após sua desincorporação, o servidor deverá reassumir de imediato o exercício, sob pena de incorrer em abandono de cargo ou da função; o período de licença será considerado de efetivo exercício para todos os efeitos legais Licença à funcionária casada com funcionário ou militar É uma licença, sem vencimentos, concedida à servidora titular de cargo, casada com funcionário estadual ou militar, quando o marido, sem solicitar, for incumbido de servir em outro ponto do Estado, ou do território nacional, ou mesmo no estrangeiro. A licença terá vigência enquanto durar a nova atividade do marido; é concedida somente para titulares de cargo efetivo. Notar que é um pouco datada essa licença, ao mencionar esposa, uma vez que a igualdade entre os sexos é consagrada na ordem jurídica. Licença para tratar de interesses particulares O servidor titular de cargo efetivo pode requerer licença para tratar de interesses particulares, por até 2 anos, desde que tenha, no mínimo, 5 anos de exercício no cargo; é uma licença sem vencimentos. Licença Prêmio Trata-se de uma licença concedida como prêmio por assiduidade do servidor. O servidor, como prêmio por sua assiduidade ao serviço, terá direito a 90 dias de licença sem prejuízos dos vencimentos, se em período de 5 anos: Ѝ Não ter sofrido penalidades administrativas; Ѝ Não ter se ausentado por mais de 30 dias O período de licença-prêmio é considerado de efetivo exercício para todos os efeitos legais. São consideradas como ausências, entre outras, faltas abonadas (§1º do art. 110 da Lei n°. 10261/68); faltas justificadas; faltas médicas (LC n. 883/00, LC n. 1041/08); licença para tratamento de pessoa da família. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 62 Observação: Uma única falta injustificada interrompe de imediato o período aquisitivo. A fruição de licença prêmio pode dar-se em parcelas de até 15 dias. 10. Encerramento Bem, meus caros, encerramos por aqui a presente aula, um pouco mais extensa, em que vimos os direitos e os deveres decorrentes do exercício do cargo público; antes disso, vimos as condições para o exercício do cargo, estudando as formas de provimento e a posse. Espero que a aula tenha sido proveitosa para vocês; estou a disposição para responder a quaisquer dúvidas pelo endereço marcosvanacker @estrategiaconcursos.com.br. Até a próxima aula, quando estudaremos as proibições aos servidores, as penalidades a eles reservadas e o processo administrativo disciplinar. Parece ser um assunto que interessa muito às bancas! Bons estudos! Deixo agora algumas questões sobre a matéria vista para vocês se divertirem! 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 62 Questões Comentadas 1. As formas de provimento do EFP admissíveis hoje são: a) Readmissão, acesso, transferência, reversão b) nomeação, reversão, reintegração, aproveitamento c) transferência, aproveitamento, acesso, nomeação d) nomeação, reintegração, transferência, acesso _____________________ Comentário: Uma questão um pouco espinhosa, para relembrar que, no que dispõe sobre o provimento, o Estatuto arrola comandos derrogados na ordem jurídica atual, como o acesso, que possibilitaria a posse em cargo mais elevado, sem necessidade de concurso, a transferência, que implicava na posse em novo cargo em nova unidade, e a readmissão, pela qual servidor exonerado ou mesmo demitido poderia reingressar no mesmo cargo. Excluindo as alternativas que contêm essas formas de provimento, chegamos à alternativa b. Gabarito: B 2.(2010/FCC – DEFENSORIA/SP – OFICIAL) De acordo com a Lei Estadual no 10.261/68 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado), a reintegração é (A) a investidura de servidor público em cargo diverso, decorrente de readaptação recomendada em inspeção médica. (B) o ato pelo qual o aposentado reingressa no serviço público. (C) o ato pelo qual o servidor em disponibilidade reingressa no serviço público. (D) a forma de provimento de cargo público decorrente de readmissão de servidor público exonerado. (E) a forma de reingresso no serviço público decorrente de decisão judicial transitada em julgado. _____________________ Comentário: 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 62 Nesta questão vamos falar sobre as formas de provimento nos cargos públicos, a partir da Lei 10.261 de 1968, própria dos servidores do Estado de SP. Podemos dizer que o início da relação do candidato com o cargo público e com a Administração Pública se dá com o provimento. Provimento é o ato administrativo mediante o qual uma pessoa passar a ser a detentora do cargo, ou seja, é o preenchimento de cargo. A forma originária de provimento é a nomeação. Antes dela, a pessoa é mera pretendente a um cargo, é dizer, um concursando. Importante que os cargos em comissão também têm provimento. Conforme a 10.261, temos sete formas de provimentos, a saber: Artigo 11 - Os cargos públicos serão providos por: I - nomeação; II - transferência; III - reintegração; IV - acesso; V - reversão; VI - aproveitamento; e VII - readmissão. A questão trata das formas de provimento, na essência. Vamos abordar item a item, então, para ficar mais fácilde vermos. LETRA A: a investidura de servidor público em cargo diverso, decorrente de readaptação recomendada em inspeção médica. A readaptação é algo próximo disso. A 10.261 a conceitua como a investidura em cargo mais compatível com a capacidade do funcionário e dependerá sempre de inspeção médica. Na verdade, A readaptação trata da possibilidade de recolocação do servidor que tenha sofrido limitação (que é nossa palavra-chave para esta forma de provimento), física ou sensível (mental), em suas habilidades, impeditiva do exercício das atribuições do cargo que ocupava. Portanto, por intermédio da readaptação, o servidor será remanejado para um cargo compatível com sua nova situação laboral. Para que possa ocorrer a readaptação, o novo cargo terá que ser compatível com o anterior, é dizer, com atribuições afins, nível de escolaridade compatível etc. Desse modo, não pode um auditor do INSS – cargo de atribuição de nível superior, por exemplo, ser readaptado na condição de motorista – cargo de atribuição de nível médio, com atribuições nitidamente diferenciadas. E a questão está pedindo o conceito de reintegração. Logo, este item não nos atende. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 62 A nomeação, forma de provimento originário, é que inaugura tal vínculo. Muita gente confunde nomeação com posse. São coisas distintas. NOMEAÇÃO é o primeiro provimento. POSSE é o ato formal em que o candidato NOMEADO firma o compromisso de exercer o cargo, ou seja, é o compromisso solene, no qual se afirma: eu quero o cargo! É o momento em que se investe servidor, coloca a capa com Poderes, algo do tipo ‘Batman’. Apesar de fazerem parte do mesmo procedimento (o concurso), a nomeação e a posse não podem ser confundidas, embora só possamos falar em posse se tiver ocorrido, preliminarmente, nomeação. Letra (B): o ato pelo qual o aposentado reingressa no serviço público. Este é o conceito de reversão (art. 35, 10.261). Mas, grava aí: o retorno do servidor aposentado à atividade é REVERSÃO. Letra C: o ato pelo qual o servidor em disponibilidade reingressa no serviço público. Este é o conceito de aproveitamento (art. 37, 10.261). O aproveitamento, em regra, diz respeito ao retorno ao serviço público de servidor que estava em disponibilidade. Ah - disponibilidade não é nada mais do que estar sem trabalhar, ocorrendo em razão da extinção do cargo ou da declaração da desnecessidade deste. O servidor em disponibilidade permanece com remuneração proporcional ao tempo de serviço, conforme estabelece o § 3º do art. 41 da atual Constituição Federal, até o adequado aproveitamento, em cargo com atribuições compatíveis com o cargo anteriormente ocupado. Letra D: a forma de provimento de cargo público decorrente de readmissão de servidor público exonerado. Essa é uma forma de provimento que encontramos na Lei 10.261, nos arts. 39 e 40 da 10.261. Letra E: a forma de reingresso no serviço público decorrente de decisão judicial transitada em julgado. BINGO! É esse o nosso item! A 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 62 reintegração ocorre no caso de desfazimento de decisão que levou à demissão de servidor estável. A palavra-chave para a reintegração é, portanto, DEMISSÃO. A invalidação (desfazimento) da decisão que levou a demissão do servidor deve ser JUDICIAL. Mas, vem a pergunta: e se o cargo do sujeito que foi demitido estiver ocupado? Vai ser reintegrado onde? De acordo com a 10.261, quando o titular do cargo for reintegrado, o eventual ocupante será exonerado, ou, se ocupava outro cargo, a este será reconduzido, sem direito à indenização. Isso é, literalmente, o que diz a Lei. Interessante anotar que, pela CF, a condição para a reintegração/recondução do servidor público é a ESTABILIDADE. Apesar de extremamente criticável, é o que dispõe a CF/1988 (vejam o § 2º do art. 41 da CF). Ressalte-se, ainda, que a Lei nº 10.261/1968 assegura ao servidor injustamente demitido o ressarcimento de todas as vantagens (remunerações, por exemplo) que faria jus (art. 30). Gabarito: alternativa E 3 (2010/FCC – DEFENSORIA/SP – OFICIAL) A exoneração, nos termos da Lei Estadual no 10.261/68 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado), dá-se, dentre outras hipóteses, em razão de: (A) demissão do funcionário público. (B) falecimento do servidor público estável. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 62 (C) pedido do funcionário público. (D) remoção do funcionário público para outra localidade. (E) alteração de classificação de funcionário público. _____________________ Comentário: Como vimos, Vacância é a situação em que o cargo público está vago, sem ocupante, tornando-o passível de ser provido por alguém. As formas de vacância previstas na Lei 10.261/1968 são (art. 86): I - exoneração; II - demissão; III - transferência; IV - acesso; V - aposentadoria; e VI - falecimento. De início, cabe destacar que os casos de exoneração não constituem punições, tratando-se de hipóteses específicas, com previsão na Lei 10. 261/1968 (art. 86). Vejamos o que diz a Lei: § 1º - Dar-se-á a exoneração: 1 - a pedido do funcionário; 2 - a critério do Governo, quando se tratar de ocupante de cargo em comissão; e 3 - quando o funcionário não entrar em exercício dentro do prazo legal. Ficou mole matar o item: diz respeito à hipótese do item 1, §1º, acima. Logo, o gabarito é a letra C. Gabarito: C. 4. (2010/FCC – TCE/SP – AUXILIAR DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA) A posse deverá verificar-se no prazo de (A) 60 dias, contados do dia seguinte da publicação do ato de provimento do cargo, no órgão oficial, sendo improrrogável. (B) 60 dias, contados da data da publicação do ato de provimento do cargo, no órgão oficial, sendo prorrogável por mais 30 dias, a requerimento do interessado. (C) 30 dias, contados da data da publicação do ato de provimento do cargo, no órgão oficial, sendo improrrogável. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 62 (D) 60 dias, contados da data da publicação do ato de provimento do cargo, no órgão oficial, sendo improrrogável. (E) 30 dias, contados da data da publicação do ato de provimento do cargo, no órgão oficial, sendo prorrogável por mais 30 dias, a requerimento do interessado. _____________________ Comentário: O item trata da posse, o ato o que, na verdade, “aperfeiçoa” a nomeação, é dizer, sem posse, de nada vale a nomeação. É por isso que se a doutrina diz que se o nomeado não tomar posse, o ato jurídico [de nomeação] será tornado sem efeito. No estatuto dos servidores de SP, o prazo para a posse é de trinta dias, contados do ato de provimento do cargo (da nomeação), prorrogáveis por 30 dias, a requerimento do interessado (art. 52, 10.261). Notem, então, que o prazo da prorrogação de posse é DIFERENTE quando comparado ao prazo da 8.112, ok? Ah, duas informações importantes: - na posse, não há que se falar em “assinatura de contrato”, mas sim de um termo, no qual são firmados os compromissos do servidor; - não se pode confundir posse com exercício. Este último quer dizer começar a trabalhar. Pode não coincidir com a posse. Olhem só o que diz o art. 57 da Lei 10.261: exercício é o ato pelo qual o funcionário assume as atribuições e responsabilidades do cargo. Bom,só para registro: o servidor faz jus à remuneração a partir do EXERCÍCIO e não da POSSE, ok? Tem que trabalhar, feliz e infelizmente... Exercício tem uma relação com a posse como se fosse o casamento e a Lua de Mel. É até possível casamento (posse) por procuração (art. 57 da Lei 10.261). Já para a lua de mel (exercício), é bom entrar em exercício. E que ele seja efetivo. Gabarito: alternativa E. 5. (2010/FCC – TCE/SP – AUXILIAR DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA) Considere as seguintes assertivas a respeito do Vencimento e da Remuneração: I. Vencimento é a retribuição paga ao funcionário pelo efetivo exercício do cargo, correspondente ao valor do respectivo padrão fixado em lei, mais as vantagens a ele incorporadas para todos os efeitos legais. II. Remuneração é a retribuição paga ao funcionário pelo efetivo exercício do cargo, correspondente a 1/3 do respectivo padrão, mais as quotas ou 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 62 porcentagens que, por lei, lhe tenham sido atribuídas, descontadas as vantagens pecuniárias a ela incorporadas. III. O funcionário peerá 2/3 do vencimento ou remuneração diária, quando comparecer ao serviço dentro da hora seguinte à marcada para o início do expediente ou quando dele se retirar dentro da última hora. IV. As faltas ao serviço, até o máximo de 6 por ano, não excedendo a uma por mês, em razão de moléstia ou outro motivo relevante, poderão ser abonadas pelo superior imediato, a requerimento do funcionário no primeiro dia útil subsequente ao da falta. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I e IV. (B) I, II e IV. (C) II, III e IV. (D) II e III. (E) I e II. _____________________ Comentário: Vamos falar um pouco da parte boa da vida, o sistema remuneratório dos servidores públicos... A princípio, necessário se faz estabelecer alguns conceitos iniciais. Em primeiro lugar, vencimento é a retribuição paga ao funcionário pelo efetivo exercício do cargo, correspondente ao valor do respectivo padrão fixado em lei, mais as vantagens a ele incorporadas para todos os efeitos legais (art. 108, Lei 10.261/68). Só para ilustrar: é como se fosse o “piso da categoria”, para ficar mais fácil que porventura sejam da iniciativa privada. Vencimentos, assim, no plural, seriam “espécie de remuneração, e corresponde à soma do vencimento e das vantagens pecuniárias, constituindo a retribuição pecuniária devida ao servidor pelo exercício do cargo público”. Esse conceito é muito próximo de “remuneração”, na Lei 10.261. Vejamos o que nos diz o art. 109 da norma a respeito: Remuneração é a retribuição paga ao funcionário pelo efetivo exercício do cargo, correspondente a 2/3 (dois terços) do respectivo padrão, mais as quotas ou porcentagens que, por lei, lhe tenham sido atribuídas e as vantagens pecuniárias a ela incorporadas. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 62 Conforme a doutrina e a jurisprudência dominante, podemos concluir que vencimentoS, assim, no plural, e remuneração são conceitos equivalentes. Percebem vencimentos, ou remuneração, os servidores estatutários, como os amigos daqui a um breve período, quando aprovados nesse certame... Obs: de acordo com o STF, A REMUNERAÇÃO DO SERVIDOR NÃO PODE SER INFERIOR AO SALÁRIO MÍNIMO. O VENCIMENTO PODE. Durante muito tempo houve discussão se o vencimento ou a remuneração, afinal, o que não poderia ser inferior ao salário mínimo. O STF assentou posição, afirmando que a REMUNERAÇÃO, que é o todo recebido pelo servidor, não pode ser inferior ao salário mínimo. O VENCIMENTO, que é parcela menor, pode, então, de acordo com o que pensa nossa egrégia Corte. Subsídio é a espécie remuneratória a ser paga em parcela única obrigatoriamente aos detentores de mandato eletivo, bem como a outros agentes políticos (Membros da Magistratura, Ministério Público e de Tribunais de Contas, Ministros de Estado, Secretários Estaduais e Municipais). Também é obrigatório o regime de subsídio para carreiras específicas, são elas: Advocacia Geral da União, Defensoria Pública, Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, Procuradorias dos Estados e do DF, servidores da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícias Civis, Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares. É facultativa a adoção do regime de subsídio, ainda, para os servidores organizados em carreira, desde que assim disponha Lei Federal, Estadual, Distrital ou Municipal, conforme o caso. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 62 Salário, no serviço público, é a retribuição pecuniária paga aos empregados públicos, da Administração Direta ou àqueles que ocupam emprego na Administração Indireta, e a todos aqueles contratados sob a regência da CLT. Ainda há duas outras figuras pecuniárias que podem ser pagas a servidores, ou dependentes, conforme o caso: os proventos, que, tecnicamente, é a forma de se pagar o aposentado e as pensões, pagas aos dependentes do servidor, em razão do falecimento deste. Mas com relação a estas duas últimas figuras teremos outras informações a apresentar, quando chegarmos ao trecho do sistema previdenciário dos servidores. Além das figuras acima, podem ser pagas aos servidores gratificações, adicionais e indenizações. As duas primeiras são incorporáveis à remuneração do servidor na forma da Lei. Já as últimas, as indenizações, jamais se incorporam à remuneração. Tendo em conta o objetivo do nosso curso, que é ser o mais objetivo possível, vamos falar das indenizações, que tem mais chance de cair em prova, mas na questão abaixo. Vistos esses conceitos básicos, vamos “atacar” os itens. I. Vencimento é a retribuição paga ao funcionário pelo efetivo exercício do cargo, correspondente ao valor do respectivo padrão fixado em lei, mais as vantagens a ele incorporadas para todos os efeitos legais. Esse é o conceito exato do art. 108 da 10.261. Então, claro, está CORRETO esse item. Bizu: prova de múltipla escolha, fazemos por eliminação. Como o item I está 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 62 CERTO, você poderia eliminar os itens “C” e “D”, que não o colocam como certo... II. Remuneração é a retribuição paga ao funcionário pelo efetivo exercício do cargo, correspondente a 1/3 do respectivo padrão, mais as quotas ou porcentagens que, por lei, lhe tenham sido atribuídas, descontadas as vantagens pecuniárias a ela incorporadas. OPA! O art. 109 da Lei 10.261 diz que Remuneração é a retribuição paga ao funcionário pelo efetivo exercício do cargo, correspondente a 2/3 (dois terços) do respectivo padrão...o item usa o referencial de 1/3, e, por isso, está ERRADO, claro! Esse tipo de item é “lasquera”. Mas, detalhe, a questão está RESOLVIDA! Ah? Como assim, resolvida? Bom, ainda há pouco eliminamos “C” e “D”. Agora, eliminamos “D” e “E”, que dizem que o item II está certo. Não tá. Então, amigos, só pode ser letra A, que é o gabarito da questão! Como dissemos, prova objetiva se faz por eliminação... Mas vamos continuar nossas análises... III. O funcionário perderá 2/3 do vencimento ou remuneração diária, quando comparecer ao serviço dentro da hora seguinte à marcada para o início do expediente ou quando dele se retirar dentro da última hora. Mais uma de “decoreba”, coisa tradicional em provas da FCC. A 10.261 diz queArtigo 110 - O funcionário perderá: II - 1/3 (um terço) do vencimento ou remuneração diária, quando comparecer ao serviço dentro da hora seguinte à marcada para o início do expediente ou quando dele retirar-se dentro da última hora. O desconto, então, é de 1/3, não de 2/3, como diz o item. IV. As faltas ao serviço, até o máximo de 6 por ano, não excedendo a uma por mês, em razão de moléstia ou outro motivo relevante, poderão ser abonadas pelo superior imediato, a requerimento do funcionário no primeiro dia útil subsequente ao da falta. Esse dispositivo é estranho, mas é o que consta, literalmente, do § 1º do art. 110 da Lei 10.261, “sem tirar nem por”. É mais uma de “decoreba”. Poxa, por que tanta decoreba? É simples: como a 10.261 não é muito comum em prova, mais fácil fazer questões que envolvem a literalidade da lei. Por isso, quando puderem, deem uma lidinha na norma, ok? Gabarito: A. 6. (FCC/TRE-PI/Técnico Judiciário/2002) A investidura em cargo público ocorrerá com: 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 62 a) o ato de nomeação; b) o exercício; c) a posse; d) a aprovação no concurso público e) a criação do cargo público _____________________ Comentário: A previsão do artigo 46 do EFP é que “Posse é o ato que investe o cidadão em cargo público.” Portanto, a investidura se dá com a posse no cargo, que tem como antecedente necessário a nomeação, e como consequência provável o exercício do cargo. É muito comum que posse e exercício se dêem simultaneamente, mas em termos estritos são institutos diversos. Gabarito: c 7. (FCC/TRE-SE/Analista Judiciário/2007) Considere as hipóteses a seguir: I. Junta médica oficial declarou insubsistentes os motivos que proporcionaram a aposentadoria do analista judiciário Alberto, que, em consequência, retornou à atividade. II. Mévio, submetido a prévia inspeção médica oficial, tomou posse no cargo de analista judiciário, porém não entrou em exercício no prazo legal estabelecido. Nesses casos, ocorrem, respectivamente, a a) reversão e a exoneração de ofício; b) readmissão e a demissão voluntária; c) readaptação e a remoção para outro órgão; d) reintegração e a colocação em disponibilidade; e) recondução e a readaptação para outra função. _____________________ Comentário: O retorno à atividade do aposentado por invalidez, quando verificada insubsistente a condição de saúde que a motivou, corresponde ao instituto da reversão da aposentadoria, como vimos. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 62 Pudemos estudar nessa aula também que o servidor que toma posse, mas não entra em exercício no prazo legal é exonerado, de ofício. Lembramos que a diferença para o caso do servidor nomeado que não chega a tomar posse no prazo legal é que neste caso temos a revogação do ato de nomeação. Gabarito: A 8. (FCC/Casa Civil/Executivo Público/2010) Com relação ao Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo (Lei n° 10.261/68), considere as seguintes proposições: I. As disposições do Estatuto não se aplicam aos empregados das autarquias, entidades paraestatais e serviços públicos de natureza industrial, ressalvada a situação daqueles que, por lei anterior, já tenham a qualidade de funcionário público. II. A nomeação para cargo público de provimento efetivo será sempre precedida de concurso público de provas ou de provas e títulos. III. Segundo o Estatuto, acesso é a elevação do funcionário a cargo de maior grau de responsabilidade e maior complexidade de atribuições. IV. Readaptação é a investidura em cargo mais compatível com a capacidade do funcionário, sem aumento de vencimento ou remuneração. V. Nenhum funcionário poderá ter exercício em serviço ou repartição diferente daquela em que estiver lotado, salvo nos casos previstos nesta lei, ou mediante autorização do Governador. Está correto o que se afirma SOMENTE em a) I, III, IV e V. b) I, II, IV e V. c) II, III e V. d) III e IV. e) I e III. _____________________ Comentário: Uma questão em que a banca cobrou a literalidade dos dispositivos do EFP. Temos de analisar cada uma das assertivas. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 62 A primeira repete literalmente o Artigo 2° do EFP, devendo portanto ser considerada correta. A segunda também deve ser considerada correta, uma vez que reproduz literalmente o caput do artigo 14 do Estatuto. A terceira reproduz parte substancial do art. 33, que reza que “Acesso é a elevação do funcionário, dentro do respectivo quadro a cargo da mesma natureza de trabalho, de maior grau de responsabilidade e maior complexidade de atribuições, obedecido o interstício na classe e as exigências a serem instituídas em regulamento.” Portanto, faltam elementos na definição, como elevação dentro do mesmo quadro, e que o cargo a ser provido é da mesma natureza de trabalho. Será o suficiente para que consideremos a assertiva incorreta? Enquanto decidimos, leiamos as seguintes. O quarto período reproduz os artigos 41 e 42, não em toda sua extensão, mas sem mencionar que a readaptação depende de perícia médica. Será o suficiente para considera-lo incorreto? Não me parece. Mas deixemos em suspensão. A derradeira sentença reproduz literalmente o artigo 65 do Estatuto, sendo portanto correta. Ora, agora analisemos as alternativas. Temos que a primeira, a segunda e a quinta são sem sombra de dúvida corretas. Bem, a única alternativa que as contempla todas é a b, que inclui ainda a 4ª assertiva; nesta, a omissão de certas palavras não chega, na visão da banca, a descaracterizar o instituto da readaptação. Gabarito: B 9. (Cespe-UnB/TRE-TO/Técnico Judiciário/2007-adaptada) Constitui forma de provimento de cargos públicos, tanto efetivos como comissionados: a) remoção; b) nomeação; c) substituição; d) reversão; e) vacância. _____________________ Comentário: 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 01 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 62 Questão que trata de formas de provimento. Vejamos as alternativas. A primeira não traz uma forma de provimento. A remoção é instituto de mobilidade funcional, que permite que o servidor tenha sua unidade lotação alterada, a pedido ou de ofício. Não é a alternativa correta. A seguir, a nomeação, de fato, é forma de provimento de cargos efetivos e comissionados (art. 13, II e III). Alternativa correta. A substituição pode ser considerada forma de provimento, ainda que temporária de função, aplicável a cargos de chefia ou direção (art. 23 ss.); de qualquer forma, trata-se de instituto inaplicável a cargo efetivo. Aplica-se a cargo em comissão apenas. Alternativa portanto incorreta. A reversão, por outro lado, é forma de provimento sem dúvida, mas não se aplica a cargo em comissão, pois é instituto dependente da aposentadoria, e o servidor ocupante de cargo em comissão não se aposenta no regime próprio de previdência desde a EC nº 20, de dezembro de 1998. Nenhum ato administrativo, neste caso, seria competente para anular eventual aposentadoria concedida pelo INSS. Por fim, temos a vacância, que, como vimos, não forma de provimento; pode inclusive ser considerada de certa forma o seu oposto. Alternativa incorreta. Gabarito: B 10. (FCC/TRE-CE/Analista
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