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AULA 01 - DIR ADMINISTRATIVO (ESTATUTO)

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Aula 01
Direito Administrativo (Estatuto dos funcionários de SP) p/ TJ-SP - Escrevente
Professor: Marcos Van Acker
Lei 10.261/68 p/ TJ-SP 
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AULA 01: Direitos e Deveres do Servidor 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Introdução 1 
2. Provimento 2 
3. Investidura e posse em cargo público 5 
4. Vacância 8 
5. Exercício 10 
6. Remoção 15 
7. Deveres do funcionário 16 
8. Um direito/dever 17 
9. Direitos do funcionário 18 
10. Encerramento 26 
11. Questões comentadas 27 
8. Lista das questões apresentadas 54 
9. Gabarito 62 
 
1. Introdução 
 
Olá, pessoal. Espero que tenha sido proveitosa para vocês a nossa 
primeira aula sobre a Lei 10.261/68, o Estatuto dos Funcionários Públicos 
Civis do Estado de São Paulo. Como já temos certa intimidade com a Lei, 
depois da primeira aula, podemos chamá-la mais simplesmente de 
Estatuto, ou EFP, certo? 
 
Nesta aula, vamos trabalhar um conteúdo um pouco mais extenso do que 
na primeira. Relembremos: na aula anterior, vimos que o Estatuto é a lei 
geral dos servidores públicos do Estado; regula a relação entre o servidor 
e a Administração. Entendemos também as noções de cargo, funcionário 
e de lotação. São noções essenciais para entender todo o resto. 
 
Hoje vamos tratar inicialmente das formas de provimento de cargo. 
Provimento é o ato pelo qual se preenche o cargo público, com a 
designação de seu ocupante. Após o provimento, vamos abordar o 
do cargo público; isso mesmo, é a motivação de vocês todos 
que estão fazendo esse curso! Preparando-se para o exercício de cargo 
público efetivo! Antes disso, vem a necessária posse, que será estudada 
também nessa aula. Além disso, trataremos de duas decorrências lógicas, 
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e legais, do exercício do cargo público: os direitos e os deveres do 
servidor público. 
 
Além disso, também trataremos do oposto do provimento, que é a 
do cargo. E, ao final, teremos questões comentadas, inclusive 
com uma inestimável contribuição do Prof. CYONIL, referência no mundo 
dos concursos, que contribui com diversas questões comentadas!!! 
 
Bem, então vamos à aula de hoje! 
 
2. Provimento 
 
Provimento é o ato pelo qual se preenche o cargo público, com a 
designação do seu ocupante. 
 
As formas de provimento previstas no artigo 11 do EFP são: 
 
I — nomeação; 
II — transferência; 
III — reintegração; 
IV — acesso; 
V — reversão; 
VI — aproveitamento; e 
VII — readmissão 
 
A mais importante forma de provimento é a nomeação. 
 
Os tratadistas do direito administrativo costumam dividir as formas de 
provimento em originárias ou iniciais e derivadas. 
 
O provimento inicial ou originário é a primeira vinculação do servidor ao 
cargo, que se concretiza mediante nomeação. Por isso dissemos que a 
nomeação é a forma mais importante de provimento. O servidor não tem 
vínculo prévio com o serviço público, ou, se o tem, exerce outro cargo, 
diverso, e presta novo concurso. Da mesma forma, em ambos os casos 
trata-se de provimento originário. 
 
Provimento derivado é o que depende de um vínculo anterior do servidor 
com a administração. O provimento derivado ocorre por meio de 
reintegração, reversão ex officio, aproveitamento e acesso. 
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Já tivemos a oportunidade de mencionar que, com a promulgação da 
Constituição de 1988, certos dispositivos do EFP ficaram sem aplicação. É 
o caso de algumas das formas de provimento de cargos previstas. 
Algumas estão em desuso. Veremos resumidamente as formas de 
provimento, mesmo as que hoje não se aplicam. As formas de provimento 
em desuso merecerão essa observação. 
 
2.1 Formas de provimento do EFP 
 
Nomeação 
 
É a forma de provimento dos cargos efetivos, mas não só; o Estatuto, em 
seu artigo 13, estabeleceu que as nomeações são feitas: 
 
- em caráter vitalício, nos casos expressamente previstos na Constituição 
do Brasil; observe-se que a CF/88 manteve tal regime, com relação a 
magistrados e outras carreiras jurídicas. 
 
- em comissão, quando se tratar de cargo que em virtude de lei assim 
deva ser provido; relembre que estudamos na aula passada o que são 
cargos em comissão, cuja nomeação e exoneração pode ser feita com 
grande margem de discricionariedade pelo administrador. 
 
- em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de provimento dessa 
natureza. 
 
O provimento em caráter efetivo só pode ser feito mediante realização de 
concurso público. 
 
Transferência 
 
No EFP, transferência era forma de provimento sem a necessidade de 
concurso público. Era feita para atender à necessidade do serviço de uma 
secretaria, e dependia da existência de vagas para ser concretizada. 
Instituto em desuso. Por vezes usa-se o termo para caracterizar o ato 
administrativo que transfere cargo e seu ocupante de um Quadro para 
outro, p.ex, entre duas Secretarias de Estado. Não é a mesma coisa, 
trata-se neste caso apenas arranjo relativo a lotação, e não de forma de 
provimento. Apenas por curiosidade, anote-se que já a LC 180/78 tomou 
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o instituto nessa acepção última, e desde então sua aplicação é essa, 
aplicação aliás bem restrita. Dá-se a transferência por decreto do 
Governador. 
 
Reintegração 
 
Reingresso no serviço público decorrente de decisão judicial passada em 
julgado, com ressarcimento de prejuízos resultantes do afastamento. A 
reintegração é feita no cargo anteriormente ocupado e, se este houver 
sido transformado, no cargo resultante. Pressupõe um desligamento do 
servidor, posteriormente considerado ilegal pelo Judiciário para que venha 
a ocorrer. A Anistia, por exemplo, concedida pela Lei 6683/79, provocou 
uma série de reintegrações no serviço público, reparando demissões 
injustas ocorridas durante o regime militar no Brasil. 
 
Verifica-se também administrativamente a ocorrência da reintegração, 
muito embora o EFP mencione expressamente decisão judicial como 
motivadora da reintegração. É que, constatada a ilegalidade, não pode a 
administração furtar-se a anular o ato eivado de vícios. 
 
Acesso 
 
Elevação do funcionário, dentro do respectivo quadro, a cargo da mesma 
natureza de trabalho, do maior grau de responsabilidade e maior 
complexidade de atribuições. Instituto também em desuso. 
 
Reversão 
 
Ato pelo qual o aposentado reingressa no serviço público a pedido ou ex 
officio. Na ordem jurídica atual, é discutível a reversão a pedido. Na 
modalidade de ofício ocorre, e é comum no caso de penalidade a servidor 
aposentado, se esta implicar na perda do cargo, como veremos na 
próxima aula. Pode ocorrer também no caso de aposentadoria por 
invalidez, quando verificada a insubsistência da doença que a motivou. 
 
Aproveitamento 
 
Reingresso ao serviço público do servidor em disponibilidade. Merece 
algumas observações a disponibilidade. 
 
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O servidor estável, qualidade alcançada pelo servidor efetivo após 3 anos 
de exercício, cumprido o necessário estágio probatório, é, em última 
análise, estável no serviço público, e não no exercício do cargo, uma vez 
que a Administração pode vir a redefinir, alterar ou mesmo extinguir 
cargos e classes,dado que, como vimos, sobrepõe-se o interesse público 
ao privado. No caso de extinção, o servidor estável pode, constatada sua 
momentânea desnecessidade, ficar à disposição, ou seja, vinculado à 
Administração, mas sem trabalhar. Nesse caso, o Estatuto prevê que o 
servidor deve receber vencimentos proporcionais ao tempo de serviço. 
 
Vê-se que é hipótese custosa para a administração, pois o servidor ganha 
sem trabalhar. Assim, o EFP prevê ainda que o aproveitamento desse 
servidor é obrigatório, nas vagas existentes, sendo que não pode vir a 
ocupar cargo que implique em vencimentos maiores; se vier a ocupar 
cargo de vencimentos menores, fará jus à diferença entre estes e os 
vencimentos de seu cargo original. 
 
Readmissão 
 
Ato pelo qual o ex-funcionário (efetivo), demitido ou exonerado, 
reingressa no serviço público, sem direito a ressarcimento dos prejuízos, 
ficando-lhe assegurada, no entanto, a contagem de tempo de serviço em 
cargos anteriores, para efeito de aposentadoria e disponibilidade. 
Também discutível sua aplicabilidade face à CF/88. Verifique a diferença 
em relação à reintegração, que ocorre por medida judicial, ou mesmo 
administrativamente. No entanto, a motivação é importante, no caso da 
readmissão não há relação com a eventual nulidade ou ilegalidade do 
desligamento anterior. 
 
Readaptação 
 
Readaptação é a investidura em cargo mais compatível com a capacidade 
do funcionário e dependerá sempre de inspeção médica. A readaptação 
não acarretará diminuição, nem aumento de vencimento ou remuneração. 
Fala-se muitas vezes em readaptação apenas como mudança de 
atribuições, no exercício do mesmo cargo, sempre por motivo de saúde. 
Exemplo: o cargo exige certas capacidades, que o servidor perde, por 
motivo de doença. Deve ser reaproveitado exercendo novas funções. De 
qualquer forma, o EFP prevê a readaptação como modo de investidura em 
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cargo, nos artigos 41 e 42, embora esta forma não conste na enumeração 
do artigo 11. 
 
Portanto, em resumo, podemos dizer que as formas de provimento 
válidas hoje, entre as relacionadas no EFP, são a nomeação, a 
reintegração, a reversão e o aproveitamento. Há ainda a substituição, que 
não deixa de ser uma forma de provimento, ainda que temporária. 
 
Substituição 
 
Quando uma pessoa assume uma função desempenhada por outra, 
durante o impedimento desta, há substituição. O Estatuto prevê que 
haverá substituição no impedimento legal e temporário do ocupante de 
cargo de chefia ou de direção. Este caráter temporário da substituição 
pode se estender, há inclusive a previsão de que, em caso de vacância, o 
substituto passará a responder pela função até o provimento do cargo. 
 
Casos comuns de impedimento são as férias ou eventuais licenças; 
depreende-se disso que sempre há substituição dos titulares de função de 
chefia e direção. O substituto deve ser pertencente ao Quadro do órgão, e 
geralmente da unidade. A substituição, quando não for automática, 
dependerá da expedição de ato de autoridade competente. 
 
O substituto, durante todo o tempo em que exercer a substituição, terá 
direito a perceber os vencimentos inerentes ao cargo do substituído, sem 
naturalmente adicioná-las a seus próprios vencimentos, que deixa de 
receber neste período. 
 
Existe ainda a hipótese de opção pelos vencimentos do próprio cargo, se 
ao substituto não interessar receber os vencimentos do substituído. 
Geralmente, os cargos de chefia e direção correspondem a vencimentos 
superiores, mas às vezes, no serviço público, isso não se verifica. Daí a 
ressalva da opção pelos vencimentos. Também existe a possibilidade de 
opção pelos vencimentos para o titular de cargo efetivo designado para 
exercer cargo ou função comissionada, quando assim desejar. 
 
3. Investidura e posse em cargo público 
 
A investidura do servidor em cargo público ocorre com a . A posse 
confere ao servidor as prerrogativas, os direitos e os deveres do cargo. 
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Sem ela, o provimento não se completa, e portanto não pode haver o 
exercício da função pública. 
 
3.1 Requisitos para a posse em cargo público 
 
- Aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos; 
- Ser brasileiro nato ou naturalizado (pela redação dada pela EC n.º 
19/1998, os cargos, funções e empregos públicos são também acessíveis 
aos estrangeiros, na forma a ser estabelecida em lei); 
- Ter completado dezoito anos de idade; 
- Estar em dia com as obrigações militares; 
- Estar no gozo dos direitos políticos; 
- Ter boa conduta; 
- Gozar de boa saúde, comprovada em inspeção realizada em órgão 
médico oficial 
- Possuir aptidão para o exercício do cargo; 
- Ter atendido às condições especiais prescritas para o cargo. 
 
A posse fica configurada por meio de assinatura de termo, a ser lavrado 
em livro próprio e assinado pela autoridade competente. 
 
A autoridade que der posse deverá verificar, sob pena de 
responsabilidade, se foram satisfeitas as condições estabelecidas para a 
investidura do cargo. Geralmente se exige que o servidor certifique a 
veracidade das informações que presta para a posse. 
 
3.2 Prazos para posse 
 
A posse no cargo público deve ocorrer no prazo de 30 (trinta dias), 
contados da data da publicação do ato de provimento do cargo. 
 
O prazo de trinta dias poderá ser prorrogado por igual período, a critério 
da administração, desde que requerido pelo candidato ao cargo. O prazo 
inicial para posse do servidor em férias ou licença será contado da data 
em que voltar ao serviço. 
 
A contagem do prazo para a posse poderá ser suspensa até o máximo de 
120 dias, a pedido do órgão médico encarregado da perícia, a partir da 
data em que o candidato apresentar guia a este órgão. 
 
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Além disso, admite-se a posse por procuração, no caso de servidor em 
missão fora do território do Estado, e, nos demais casos, a critério da 
autoridade competente. 
 
Dados todos os prazos, se a posse não vier a ocorrer, o ato do 
provimento será tornado sem efeito. 
 
Cumprida a formalidade da posse, o servidor está pronto para finalmente 
começar a exercer o cargo público, que agora é seu de pleno direito! É 
isso aí, meus amigos, vão se acostumando com a ideia, afinal, todo este 
esforço é para isso. Tenho a certeza de que vocês chegarão lá. 
Mentalizem isso, a assinatura do seu termo de posse, com calma, sem 
ansiedade, e continuemos o estudo do Estatuto! 
 
4. Vacância 
 
Vacância é o oposto da investidura do cargo. Há administrativistas que 
falam, de fato, em desinvestidura. Ocorre a vacância quando o servidor 
deixa de exercer cargo, função ou emprego público. A principal forma de 
vacância é a exoneração. Curioso notar que o termo contém a si a ideia 
de que o servidor livra-se de um ônus, deixa de lado uma carga, ao 
deixar o exercício do cargo público. Como vimos, o cargo público é antes 
de tudo um feixe de responsabilidades que carregamos. 
 
De acordo com o EFP, a vacância do cargo público decorre de: 
Exoneração; Demissão (constitui penalidade decorrente da prática de 
ilícito administrativo, tendo por finalidade desligar o servidor dos quadros 
do serviço público); Aposentadoria e Falecimento. 
 
4.1 Formas de Exoneração 
 
I. A pedido do servidor. O servidor, tendo entrado voluntariamente no 
serviço público, tem simetricamente o direito de deixá-lo. Por meio de 
requerimento formal, pode pedir sua exoneração. Deverá aguardar em 
exercícioa concessão da exoneração, até o máximo de quinze dias a 
contar da apresentação do requerimento. Não havendo prejuízo para o 
serviço público, a permanência em exercício deve ser dispensada. 
 
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II. A critério da administração, quando se tratar de cargo em comissão. 
Trata-se de ato de ofício, com ampla discricionariedade da autoridade 
responsável, como já vimos. 
 
Quando o servidor não entrar em exercício dentro do prazo legal, aplica-
se-lhe a exoneração de ofício. Vimos que a posse não efetivada leva à 
revogação do ato de nomeação; agora, o caso é diferente: se o servidor 
toma posse, mas não entra em exercício no prazo legal, ocorre sua 
exoneração. Isso decorre de que, como vimos, a posse é a investidura no 
cargo. Como o servidor de direito já ocupa o cargo, só se admite a 
vacância por meio de exoneração. 
 
Há outras hipóteses de exoneração, não constantes do Estatuto. De fato, 
é cabível a exoneração quando comprovado no estágio probatório que o 
servidor público não satisfaz as exigências legais da administração ou que 
seu desempenho é insatisfatório. Evidentemente que nesse caso a 
exoneração tem de ser devidamente motivada, e só pode ocorrer 
respeitando-se os princípios do devido processos legal, do contraditório e 
da ampla defesa. É ponto pacífico, inclusive constante da Súmula 21 do 
STF: “Funcionário em estágio probatório não pode ser exonerado nem 
demitido sem inquérito ou sem as formalidades legais de apuração de sua 
capacidade”. 
 
Além disso, inovações constitucionais preveem a exoneração do servidor 
estável, por insuficiência de desempenho (CF, art. 41, §1º, III), e na 
hipótese de ultrapassagem do limite máximo de despesa com pessoal 
inativo, na forma da lei (CF, art. 169, §4°), dispositivo que veio a ser 
regulamentado pela chamada Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 
101/2000). Evidentemente que tais cogitações são estranhas ao EFP. 
 
4.2 Demais formas de Vacância 
 
A demissão, como mencionado acima, é forma de penalidade, e a 
estudaremos na próxima aula, quando tratarmos das penalidades. Por 
ora, é importante reter que demissão difere de exoneração, e que 
demissão para o EFP é algo diferente do sentido comum, na relação de 
trabalho privada. É uma penalidade, e grave. Condena o servidor a deixar 
o exercício do cargo. 
 
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Exoneração e Demissão são institutos 
diversos para o Estatuto, assim como 
no Direito Administrativo em geral. 
São formas de vacância; a 
exoneração pode ser voluntária, a 
pedido do próprio ocupante do cargo, 
ou de ofício, motivadamente, por 
interesse da administração ou por 
determinação legal, ou ainda de 
imediato, ad nutum, para os 
ocupantes de cargo em comissão. A 
demissão, por sua vez, é forma de 
vacância resultante de penalidade. 
 
O Estatuto também trata da Aposentadoria, nos artigos de 222 a 232; 
não estão recepcionados pela ordem constitucional vigente, após as ECs 
20, 41 e 47. Hoje a aposentadoria é matéria de direito constitucional. Mas 
é evidente que, com a passagem à inatividade, o servidor desinveste-se 
do cargo exercido por longos anos. 
 
Bem assim o falecimento, este fora da alçada do direito administrativo, e 
muitas vezes além da nossa rasa compreensão. De qualquer forma, notar 
que o instituto da pensão por morte não é tratado pelo EFP, existe lei 
própria a respeito. 
 
5. Exercício 
 
Com a aprovação no concurso, a nomeação, a posse, chegamos enfim ao 
exercício do cargo público, grande objetivo de todos nós. O artigo 57 do 
Estatuto assim o define: 
 
Artigo 57 — O exercício é o ato pelo qual o funcionário assume as 
atribuições e responsabilidades do cargo. 
 
Vejam, meus amigos, que o Estatuto continua a relacionar o exercício do 
cargo público aos deveres a ele inerentes. Como já dissemos, do ponto de 
vista do interesse público, o cargo corresponde a uma série de deveres 
que o servidor tem de cumprir. 
 
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A consequência lógica e óbvia do exercício é que o servidor tem de 
continuamente afirmá-lo, retomá-lo; o exercício é contínuo, diário, até a 
vacância do cargo. Relembre o princípio da continuidade do serviço 
público; aplica-se até ao mais humilde servidor. 
 
O servidor empossado tem até 30 dias para entrar em exercício, prazo 
prorrogável por mais 30 dias, a requerimento do interessado. Superado o 
prazo, inclusive eventual prorrogação, sem entrada em exercício, o 
servidor será exonerado, ficando portanto o cargo vago, como vimos. 
 
É competente para dar exercício ao servidor o chefe da unidade em que 
estiver lotado, ou alocado; o Estatuto prevê que ninguém pode ter 
exercício em unidade diversa daquela em que estiver lotado, salvo 
previsão legal expressa ou autorização do Governador. 
 
Assim, uma vez exercendo o cargo, nesta condição o servidor 
permanecerá, exceto nos casos previstos de afastamento. 
 
5.1 Afastamento no Estatuto. 
 
Com o afastamento, cessa o exercício mas não sobrevém a vacância do 
cargo. O exercício fica como que suspenso, e pode ser retomado em 
momento posterior. A lei prevê em muitos casos a manutenção de vários 
direitos durante o afastamento. Vamos ver as espécies previstas no EFP. 
 
5.1.1 Afastamento para participar de congressos e certames culturais 
técnicos ou científicos (artigo 69). Esse afastamento será autorizado 
desde que observadas certas condições, garantindo-se que os objetivos 
sejam de relevante interesse para a administração; as atribuições do 
cargo ou da função sejam diretamente relacionadas com o objetivo do 
evento; o afastamento de um ou mais servidores não prejudique o 
andamento do trabalho, e outras. 
 
O período de afastamento é considerado como de efetivo exercício para 
todos os efeitos legais, incluindo-se os dias necessários ao trânsito, se o 
evento se realizar fora da sede de exercício do servidor. 
 
5.1.2 Afastamento para participar de provas de competições desportivas 
dentro ou fora do Estado de São Paulo (artigo 75). 
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Esse afastamento será autorizado se houver requisição justificada do 
órgão desportista competente convocando o servidor atleta, e poderá ser 
autorizado: 
I Sem prejuízo de vencimentos – quando o servidor atleta representar o 
Brasil ou o Estado de São Paulo em competições desportivas oficiais; 
II Com prejuízo de vencimentos – nos demais casos. 
 
5.1.3 Afastamento para missão ou estudo de interesse do serviço público. 
Está previsto no artigo 68 do EFP, pode ser autorizado com ou sem 
prejuízo de vencimentos ou salários. Inclusive pode realizar-se no exterior 
a missão ou o estudo motivadores do afastamento. 
 
5.1.4 Afastamento junto a entidades conveniadas ao Estado, acordo com 
as normas do Convênio (Artigo 67). 
 
Poderá ser concedido com ou sem prejuízo de vencimentos. 
A autoridade competente para autorizar esse afastamento é o titular da 
Pasta de origem do servidor. Nesse caso, o afastamento é decorrência de 
convênio celebrado entre o Estado de São Paulo e outro ente público - ou 
privado. O EFP menciona genericamente “entidades”, cabe a ressalva de 
que convênio com entidade privada prevendo cessão de servidor público é 
de legalidade discutível. O que se verifica geralmente são convênios com 
entes públicos, prefeituras p.ex. 
 
5.1.5Afastamento para exercer mandatos eletivos 
O servidor que exercer mandato eletivo federal, estadual ou distrital será 
afastado do cargo, emprego ou da função-atividade (artigo 38 da CF/88 – 
art. 72 do EFP); 
Ѝ Exercício de mandato de Prefeito Municipal: o servidor será afastado do 
cargo, emprego ou função-atividade, sendo-lhe facultado optar entre o 
vencimento/salário de servidor e o de prefeito municipal (artigo 38 da 
CF/88); 
Ѝ Exercício de mandato de Vereador: se houver compatibilidade de 
horários, poderá exercer ambas as funções, com vencimentos, salários ou 
remuneração, a título de acúmulo de cargo, emprego ou função-
atividade; porém, se não houver compatibilidade de horários, deverá se 
afastar do cargo, sendo-lhe facultado optar pelos vencimentos, salários 
ou remuneração (artigo 38 da CF/88). 
 
5.2 Prejuízo dos vencimentos 
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Quando o Estatuto menciona afastamento sem prejuízo dos vencimentos, 
significa que o servidor pode ser autorizado a afastar-se do exercício, e 
continuar a receber seu salário normalmente, como se estivesse em 
exercício. A outra hipótese é de afastamento com prejuízo dos 
vencimentos, mantidas as demais vantagens do cargo, ou seja, o servidor 
não recebe, mas tem direito a contar o tempo de afastamento, para fins 
de adicional, aposentadoria etc. 
 
5.3 Sede de Exercício 
 
Este ponto não está no Estatuto, mas como na seção relativa aos 
afastamentos menciona-se o conceito de “sede de exercício”, vamos 
esclarecer, embora não caia na prova. Há órgãos públicos complexos, que 
têm competências e ramificações em todo o território do Estado. Uma 
definição de sede de exercício tendo como base as competências do órgão 
pode ser complicada. Para resolver, está definido que sede de exercício é 
o município em que se localiza a repartição, ou unidade administrativa, 
em que o servidor está lotado. 
 
5.4 Horário, frequência 
 
O primeiro dever decorrente do exercício é a frequência; o servidor deve 
frequentar a unidade na qual está lotado! A assiduidade é dever do 
servidor. O meio de apurar a frequência é o ponto, registro diário do 
comparecimento; já o EFP previa preferencialmente o meio mecânico para 
registro de frequência. Hoje há dispositivos eletrônicos, etc., convivendo 
ainda com o registro em livro, manualmente. 
 
A jornada de trabalho não é fixada no EFP, geralmente vem determinada 
na lei de regência do cargo. No caso dos cargos de provimento efetivo, é 
comum que o edital dos concursos mencione a jornada. Predominam as 
jornadas de 40 e 30 horas semanais. 
 
5.5 Contagem de tempo 
 
Com o exercício, inicia-se a contagem de tempo de serviço, que implica 
em vantagens que veremos a seguir, nesta mesma aula. Os dias de 
efetivo exercício, registrados no ponto, como vimos, serão computados. 
Além disso, o Estatuto traz uma série de exceções, de hipóteses em que, 
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mesmo não havendo efetivo exercício, ou seja, o servidor não esteve 
presente na unidade em que está lotado, aquele dia, ou dias, deve(m) ser 
contados como se fossem de efetivo exercício. É a previsão do artigo 
78: 
 
Artigo 78 — Serão considerados de efetivo exercício, para todos os efeitos 
legais, os dias em que o funcionário estiver afastado do serviço em 
virtude de: 
I — férias; 
II — casamento, até 8 (oito) dias; 
III — falecimento do cônjuge, filhos, pais e irmãos, até 8 (oito) dias; 
IV — falecimento dos avós, netos, sogros, do padrasto ou madrasta, até 2 
(dois) dias; 
V — serviços obrigatórios por lei; 
VI — licença quando acidentado no exercício de suas atribuições ou 
atacado de doença profissional; 
VII — licença à funcionária gestante; 
VIII — licenciamento compulsório, nos termos do art. 206; 
IX — licença-prêmio; 
X — faltas abonadas nos termos do parágrafo 1º do art. 110, observados 
os limites ali fixados; 
XI — missão ou estudo dentro do Estado, em outros pontos do território 
nacional ou no estrangeiro, nos termos do art. 68; 
XII — nos casos previstos no art. 122; 
XIII — afastamento por processo administrativo, se o funcionário for 
declarado inocente ou se a pena imposta for de repreensão ou multa; e, 
ainda, os dias que excederem o total da pena de suspensão efetivamente 
aplicada; 
XIV — trânsito, em decorrência de mudança de sede de exercício, desde 
que não exceda o prazo de 8 (oito) dias; e 
XV — provas de competições desportivas, nos termos do item I, do § 2º, 
do art. 75. 
XVI — licença-paternidade, por 5 (cinco) dias; 
 
Algumas observações: o art. 206 a que faz referência o inciso VIII prevê 
uma espécie de licença sanitária, compulsória para os possíveis 
portadores de enfermidades contagiosas; o art. 122 mencionado no inciso 
XII estimula o servidor a doar sangue aos bancos de sangue estatais ou 
conveniados. 
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As faltas abonadas mencionadas no inciso X são ausências consentidas, 
previstas no §1º do art. 110, segundo o qual o superior imediato, em 
razão de problemas de saúde ou outro motivo relevante, pode abonar, ou 
seja tornar boas, converter em presença faltas ao serviço, até o máximo 
de seis por ano, a requerimento do funcionário. O requerimento tem de 
ser feito no primeiro dia útil subsequente ao da falta. 
 
A contagem de tempo tem relação íntima com vantagens relacionadas ao 
tempo de serviço, que veremos a seguir: Adicional por Tempo de Serviço, 
Sexta-Parte, Licença-Prêmio e Aposentadoria. Sobre esta última, as 
disposições do Estatuto já não têm recepção ante a Constituição Federal. 
 
6. Remoção 
 
Remoção representa a possibilidade do servidor vir a exercer seu cargo 
em local diferente da sua lotação inicial. Pode ser motivada pelo interesse 
do servidor, quando se fala em remoção a pedido, ou por interesse da 
administração, que visa com a medida o adequado dimensionamento e 
distribuição dos recursos humanos, consoante as reais necessidades das 
unidades administrativas; neste caso, trata-se de remoção de ofício ou ex 
officio. A remoção ocorre quando o cargo passa de uma para outra 
unidade administrativa de um mesmo órgão, observada sempre a lotação 
das unidades envolvidas. 
 
A remoção está prevista nos artigos 42 a 45 do EFP, segundo os quais 
I. A remoção, a pedido ou ex officio será feita de uma para outra unidade 
administrativa da mesma Secretaria, respeitada a lotação. 
II. A remoção ex officio será processada em caso de comprovada 
necessidade de serviço. 
III. A remoção por permuta será processada a requerimento dos 
interessados, com anuência dos respectivos chefes. No caso das 
permutas, não há alteração da lotação das unidades, apenas dos 
ocupantes. 
 
Existe, também, a remoção chamada “por união de cônjuges”, prevista na 
Constituição Estadual (artigo 130), disciplinada na Lei n. 10.261/68 
(artigos 234 a 238), segundo os quais é assegurado ao servidor o direito 
de remoção para igual cargo no local de residência do cônjuge, se esse 
também for servidor, condicionada à existência de vaga. 
 
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7. Deveres do Funcionário 
 
O artigo 241 do Estatuto traz uma enumeração de deveres do servidor 
público, bastante abrangente. 
 
Artigo 241 — São deveres do funcionário: 
I — ser assíduo e pontual; 
II — cumprir as ordens superiores, representando quando forem 
manifestamenteilegais; 
III — desempenhar com zelo e presteza os trabalhos de que for 
incumbido; 
IV — guardar sigilo sobre os assuntos da repartição e, especialmente, 
sobre despachos, decisões ou providências; 
V — representar aos superiores sobre todas as irregularidades de que 
tiver conhecimento no exercício de suas funções; 
VI — tratar com urbanidade as pessoas; 
VII — residir no local onde exerce o cargo ou, onde autorizado; 
VIII — providenciar para que esteja sempre em ordem, no assentamento 
individual, a sua declaração de família; 
IX — zelar pela economia do material do Estado e pela conservação do 
que for confiado à sua guarda ou utilização; 
X — apresentar -se convenientemente trajado em serviço ou com 
uniforme determinado, quando for o caso; 
XI — atender prontamente, com preferência sobre qualquer outro serviço, 
às requisições de papéis, documentos, informações ou providências que 
lhe forem feitas pelas autoridades judiciárias ou administrativas, para 
defesa do Estado, em Juízo; 
XII — cooperar e manter espírito de solidariedade com os companheiros 
de trabalho, 
XIII — estar em dia com as leis, regulamentos, regimentos, instruções e 
ordens de serviço que digam respeito às suas funções; e 
XIV — proceder na vida pública e privada na forma que dignifique a 
função pública. 
 
É uma lista de regras de conduta, evidentemente válida até hoje. 
Lembremos do fato de que o Estatuto é uma lei de normas gerais, 
aplicáveis a todos os servidores; os deveres mais específicos são aqueles 
relacionados às atribuições do cargo ocupado; estes, como vimos, serão 
definidos pela lei de regência do cargo. Notar que geralmente estas 
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atribuições legais do cargo vem replicadas no edital dos concursos, ainda 
que resumidamente, até para conhecimento dos futuros ocupantes. 
 
Hoje inescapável que a realidade é diferente, o desempenho do servidor 
público é alvo de avaliação, durante o estágio probatório, e depois dele, 
por quanto tempo exercer cargo público. Assim, é dever da administração 
formar um juízo periódico a respeito do desempenho do servidor em 
relação às atribuições de seu cargo. Ora, não é esse, como vimos, o 
primeiro dos deveres do servidor? De qualquer forma, é importante 
conhecer a lista do artigo 241, que tem plena vigência hoje. 
 
8. Um direito/dever 
 
O direito de petição é tratado no Estatuto. Em relação ao servidor público, 
trata-se ao mesmo tempo de um direito, pois o funcionário pode, e deve 
exercê-lo, mas também um dever, pois o servidor pode ver-se incumbido 
de processar e dar andamento a petições encaminhadas pelos cidadãos, é 
um dever importante; vejamos os artigos do EFP a respeito: 
 
Do Direito de Petição 
Artigo 239 — É assegurado a qualquer pessoa, física ou jurídica, 
independentemente de pagamento, o direito de petição contra ilegalidade 
ou abuso de poder e para defesa de direitos. 
§ 1º — Qualquer pessoa poderá reclamar sobre abuso, erro, omissão ou 
conduta incompatível no serviço público. 
§ 2º — Em nenhuma hipótese, a Administração poderá recusar-se a 
protocolar, encaminhar ou apreciar a petição, sob pena de 
responsabilidade do agente. 
Artigo 240 — Ao servidor é assegurado o direito de requerer ou 
representar, bem como, nos termos desta lei complementar, pedir 
reconsideração e recorrer de decisões, no prazo de 30 (trinta) dias, salvo 
previsão legal específica. 
 
Podemos dizer que o artigo 239 trata do direito do cidadão de requerer 
direitos perante a administração, e de representar contra ilegalidade, 
direito geral, a que a administração não pode colocar obstáculo, e pelo 
qual não pode solicitar pagamento. 
 
O artigo 240 assegura ao servidor, nessa condição, o amplo direito de 
petição; o direito do servidor é de requerer ante o órgão no qual trabalha, 
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em relação a ele seus direitos serão específicos. O direito de representar 
ou requerer ante outros órgãos é assegurado pelo art. 239. A 
representação motivada por ilegalidade de que o servidor teve 
conhecimento é um dever do servidor, como acabamos de ver. 
 
9. Direitos do Funcionário 
 
Os direitos do funcionário estão delimitados ao exercício do cargo, do que 
decorre, como vimos, uma série de deveres; e aos vencimentos e demais 
vantagens pecuniárias resultantes do exercício do cargo. O direito ao 
exercício do cargo não torna o servidor dono do cargo, pois a 
administração pode transformar ou extinguir o cargo; neste caso, o 
ocupante do cargo, se estável, tem direito a exercer novo cargo, por meio 
do instituto do Aproveitamento, já estudado nesta aula, como forma de 
provimento derivado. Com, isso, pode-se perceber outro direito do 
servidor, o direito à estabilidade. O Estatuto cuidou do assunto, vejamos 
como. 
 
9.1 Estabilidade 
 
Artigo 217 — É assegurada a estabilidade somente ao funcionário que, 
nomeado por concurso, contar mais de 2 (dois) anos de efetivo exercício. 
Artigo 218 — O funcionário estável só poderá ser demitido em virtude de 
sentença judicial ou mediante processo administrativo, assegurada ampla 
defesa. 
Parágrafo único — A estabilidade diz respeito ao serviço público e não ao 
cargo, ressalvando-se à Administração o direito de aproveitar o 
funcionário em outro cargo de igual padrão, de acordo com as suas 
aptidões. 
 
Reproduzi os artigos acima pelo fato de o instituto da estabilidade estar 
todo aí; importante notar que: 
 
O período de exercício prévio para 
estabilidade é de 3 anos, é o chamado 
estágio probatório, durante o qual o 
servidor é submetido a avaliação especial 
de desempenho por comissão instituída 
para essa finalidade. 
 
Isso decorre de mandamento constitucional (CF, art. 41) 
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De resto, os artigos são bem claros e explicativos; o servidor estável só 
pode ser demitido, penalizado com o desligamento do serviço público por 
infração cometida, mediante o devido processo legal, assegurada a ampla 
defesa. 
 
Como já vimos, fica claro que a estabilidade não implica no direito de 
exercer o cargo em qualquer circunstância, a despeito das ações da 
administração, motivadas pelo interesse público, p.ex. a extinção do 
cargo, mas que o servidor, ainda que o cargo tenha sido extinto, continua 
servidor, em disponibilidade remunerada até o aproveitamento, em cargo 
de atribuições e vencimentos compatíveis com o anterior. 
 
9.2 Direitos e Vantagens Pecuniárias 
 
9.2.1 Remuneração 
 
O servidor tem um direito básico, o salário, a retribuição devida pela 
administração em troca dos serviços por ele prestados. A remuneração 
geralmente é definida na lei específica de regência do cargo. O EFP não 
define a remuneração dos servidores em geral. O Estado de São Paulo 
através da LC 180/78 introduziu uma tabela comum para um grande 
número de cargos públicos, no entanto hoje vem sendo abandonada essa 
fórmula, em benefício de sistemas de remuneração definidos para cada 
carreira em lei específica. 
 
9.2.2 Incorporação de vantagens 
 
Veremos a seguir que o EFP menciona a incorporação de vantagens, 
instituto pelo qual certas vantagens transitórias, advindas do exercício de 
uma função, por exemplo, podem ser incorporadas ao patrimônio do 
servidor, com o tempo, mediante disposição legal específica. Há também 
a incorporação prevista do artigo 133 da Constituição Estadual. 
Observamos isso apenas para ajudar a compreensão; notem que 
incorporação não é disposição do EFP, portanto não está incluída noEdital. 
 
9.2.3 Adicional por Tempo de Serviço 
 
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O adicional por tempo de serviço foi instituído pela Lei n. 6.043, de 
20/1/1961, e incorporado ao Estatuto, art. 127 ss. Ficou previsto também 
pela Constituição Estadual de 1989 (artigo 129). 
 
O adicional será devido a partir do dia imediato àquele em que o servidor 
completar o tempo de serviço necessário à aquisição do quinquênio, ou 
seja, cinco anos (1.825 dias) de efetivo exercício, contínuos ou não. 
 
Sua concessão independe de requerimento do servidor, devendo ser 
concedido pela autoridade competente, no prazo máximo de 180 dias (LC 
n. 792/95), contados da data em que completar o período aquisitivo. Na 
contagem do tempo, observa-se o disposto no artigo 78 do EFP, que já 
reproduzimos, quanto às ausências consideradas de efetivo exercício. 
 
O adicional por tempo de serviço é calculado na base de 5% por 
quinquênio de serviço sobre o valor do vencimento, assim como sobre as 
parcelas incorporadas e outras eventualmente previstas em legislação 
específica. 
 
9.2.4 Sexta Parte 
 
A sexta-parte é espécie de adicional por tempo de serviço. Foi instituída 
pela Constituição do Estado de São Paulo de 1947, e incorporada ao EFP 
em seu artigo 130; até a promulgação da Constituição paulista de 1989 
era concedida quando o servidor viesse a completar 25 anos de efetivo 
exercício. A partir da vigência da Carta Bandeirante, este direito ficou 
assegurado a partir dos 20 anos de exercício, estando o EFP derrogado 
quanto a isso. 
 
A sexta-parte será devida a partir do dia imediato àquele em que o 
servidor completar o tempo de serviço necessário à aquisição, ou seja, 20 
anos (7.300 dias) de efetivo exercício, contínuos ou não. Sua concessão 
independe de requerimento do servidor. Na contagem do tempo, observa-
se o disposto no artigo 78 do EFP, que já reproduzimos, quanto às 
ausências consideradas de efetivo exercício. 
 
A sexta-parte é calculada à razão de um sexto sobre o valor do 
vencimento do cargo/função, acrescido do adicional por tempo de serviço, 
das parcelas incorporadas, assim como sobre outras parcelas previstas 
em legislação específica. 
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9.2.5 Gratificação de Representação 
 
Tipicamente destinada a remunerar por desempenho de função, é 
vantagem pecuniária prevista nos artigos 135, inciso III, e 324 do 
Estatuto, atribuída ao servidor designado para função de gabinete, missão 
ou estudo fora do Estado e para função de confiança do Governador. 
Apenas para ilustrar, a incorporação da gratificação de representação 
segue as regras estabelecidas pela LC 813/96. 
 
9.2.6 Honorários 
 
Honorários são vantagens pecuniárias, previstas nos incisos VIII e IX do 
artigo 124 do EFP, atribuídas pela participação em serviços especiais, 
quando fora do período normal ou extraordinário de trabalho, nas 
seguintes situações: 
 
Ѝ Quando o servidor for designado para realizar investigações ou 
pesquisas científicas, para exercer as funções de auxiliar ou for membro 
de bancas e comissões de concurso ou prova ou de professor de cursos de 
seleção e aperfeiçoamento ou especialização de servidores, legalmente 
instituídos (inciso VIII do artigo 124); 
 
Ѝ Pela prestação de serviço peculiar à profissão que exercer e, em função 
dela, à Justiça (inciso IX do artigo 124). 
 
Os honorários são aplicados aos servidores públicos nas situações 
especificadas, não sendo incorporados aos vencimentos/salários para 
nenhum efeito legal. 
 
9.2.7 Ajuda de Custo 
 
A ajuda de custo destina-se a indenizar o servidor das despesas de 
viagem e de nova instalação que, no interesse do serviço, passa a ter 
exercício em nova sede. 
 
A despesa com o transporte do servidor e de sua família compreende 
passagem, bagagem e bens pessoais, e será paga, à parte, pelo governo. 
A ajuda de custo para localidades do país não pode ultrapassar o valor 
correspondente a três vezes o vencimento do cargo ou função. 
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9.2.8 Diárias 
 
Prevista no artigo 144 do EFP, a diária pode ser concedida ao servidor que 
se deslocar temporariamente de sua sede de exercício no desempenho de 
suas atribuições ou em missão ou estudo dentro do país e tem por 
objetivo indenizar despesas com alimentação e pousada. 
 
Com isso, vimos as vantagens pecuniárias mais importantes previstas no 
Estatuto. A lei ressalvou a possibilidade de haver outras vantagens ou 
concessões pecuniárias previstas em leis especiais. 
 
Importante observar que diárias e ajuda de custo são verbas de caráter 
indenizatório, honorários representam parcela remuneratória por 
desempenho de função que pode ser alheia ao cargo (participar de banca 
de concursos, por exemplo), ou por função típica do cargo, como no caso 
dos Procuradores do Estado, por exemplo. Adicionais e gratificações, por 
outro lado, decorrem exclusivamente do exercício do cargo e podem ser 
incorporadas ao patrimônio do servidor. 
 
Estas são as vantagens pecuniárias; acostumem-se com elas, pois 
estarão nos seus contracheques como servidores em breve, meus 
amigos! 
 
9.3 Outros Direitos 
 
Férias 
 
Este, com certeza, meus amigos, é um direito fundamental, verdadeira 
cláusula pétrea do Estatuto! Brincadeiras à parte, o repouso é um direito 
trabalhista reconhecido universalmente, e não seria diferente para o 
servidor público do Estado de São Paulo. 
 
O EFP trata de férias nos artigos de 177 a 180, e estipula que o servidor 
terá 30 dias de férias por ano, que podem ser fruídas em até duas 
parcelas; o primeiro período de férias só é adquirido após um ano de 
serviço, salvo se o servidor for egresso de outro órgão estadual, e não 
tiver ocorrido interrupção superior a 10 dias entre o exercício do cargo 
atual e a dispensa do anterior. 
 
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O Estatuto proíbe expressamente levar à conta de férias qualquer falta ao 
serviço, ou seja, descontar das férias eventual falta ocorrida. 
 
Licenças 
 
O Estatuto prevê diversas formas de licença. Licença é um período de 
ausência ao serviço, assegurado ao servidor público por motivo relevante, 
sempre determinado em lei. Veremos brevemente os tipos de licença do 
EFP. 
 
Licença para tratamento de saúde 
 
O servidor público estadual portador de moléstia que o impeça de 
comparecer ao serviço poderá ser licenciado para tratamento de saúde, 
sem perda de vencimentos ou salários, mediante perícia médica em órgão 
oficial. 
 
Licença por acidente no exercício de suas atribuições ou por doença 
profissional 
 
O servidor acidentado em seu local de trabalho ou que tenha adquirido 
doença profissional terá direito à licença, sem perda de remuneração, 
pelo prazo máximo de 4 anos; Terá direito, também, a essa licença se o 
acidente ocorrer em viagem a serviço, ou, ainda, quando do trajeto de 
sua residência ao local de trabalho ou vice-versa. 
 
Se ocorrer em viagem, deverá ser caracterizados a ocorrência no horário 
de trabalho e ter relação com o serviço. 
 
É caracterizada, ainda, como licença por acidente de trabalho a agressão 
sofrida e não provocada pelo servidor no exercício de suas atribuições. 
Os conceitos de acidente de trabalho, bem como a relação das moléstias 
profissionais, serão os adotados pela legislação federal vigente à épocado 
acidente (CLT e legislação correlata). 
 
O EFP assegura ao servidor o direito de indenização por danos ou 
prejuízos decorrentes de acidentes no trabalho, além disso, o período 
dessas licenças será considerado de efetivo exercício, para todos os 
efeitos legais. 
 
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Licença por motivo de doença em pessoa da família 
 
É concedida essa licença ao servidor que comprovar (por meio de perícia 
médica) doença em pessoa da família, pelo prazo máximo de 20 meses. 
Considera-se pessoa da família o cônjuge ou parente até o 2º grau. 
 
Licença Compulsória 
 
Poderá ser compulsoriamente licenciado, a juízo da autoridade sanitária 
competente, o servidor com suspeita de moléstia transmissível. 
 
O período de ausência não deverá exceder a 5 dias, e será considerado de 
efetivo exercício para todos os efeitos legais. 
 
Se confirmada a moléstia, o servidor será licenciado para tratamento de 
saúde, considerando-se incluídos os dias do período da licença 
compulsória. 
 
Licença-Gestante 
 
A licença à gestante é um direito constitucional assegurado à mulher (art. 
7º, XVIII da CF/88; art. 124 da C.E/89). 
 
A servidora pública estadual terá direito à licença de 180 dias, com 
remuneração, a partir do 8º mês de gestação, salvo os casos de 
prescrição médica. 
 
Licença-Paternidade 
 
O servidor titular de cargo tem direito a licença de 5 dias, por ocasião do 
nascimento de seu filho. Esse período de licença é considerado como de 
efetivo exercício para todos os efeitos legais. 
 
Licença para atender a obrigações militares 
 
Será concedida licença, sem vencimento, salário ou remuneração, para 
atender a obrigações de serviço militar, ao servidor que: 
Ѝ for convocado ao serviço militar e outros encargos da Segurança 
Nacional; 
Ѝ tiver feito curso para oficial da reserva das Forças Armadas. 
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Após sua desincorporação, o servidor deverá reassumir de imediato o 
exercício, sob pena de incorrer em abandono de cargo ou da função; o 
período de licença será considerado de efetivo exercício para todos os 
efeitos legais 
 
Licença à funcionária casada com funcionário ou militar 
 
É uma licença, sem vencimentos, concedida à servidora titular de cargo, 
casada com funcionário estadual ou militar, quando o marido, sem 
solicitar, for incumbido de servir em outro ponto do Estado, ou do 
território nacional, ou mesmo no estrangeiro. 
 
A licença terá vigência enquanto durar a nova atividade do marido; é 
concedida somente para titulares de cargo efetivo. 
 
Notar que é um pouco datada essa licença, ao mencionar esposa, uma 
vez que a igualdade entre os sexos é consagrada na ordem jurídica. 
 
Licença para tratar de interesses particulares 
 
O servidor titular de cargo efetivo pode requerer licença para tratar de 
interesses particulares, por até 2 anos, desde que tenha, no mínimo, 5 
anos de exercício no cargo; é uma licença sem vencimentos. 
 
Licença Prêmio 
 
Trata-se de uma licença concedida como prêmio por assiduidade do 
servidor. O servidor, como prêmio por sua assiduidade ao serviço, terá 
direito a 90 dias de licença sem prejuízos dos vencimentos, se em período 
de 5 anos: 
 
Ѝ Não ter sofrido penalidades administrativas; 
Ѝ Não ter se ausentado por mais de 30 dias 
 
O período de licença-prêmio é considerado de efetivo exercício para todos 
os efeitos legais. 
 
São consideradas como ausências, entre outras, faltas abonadas (§1º do 
art. 110 da Lei n°. 10261/68); faltas justificadas; faltas médicas (LC n. 
883/00, LC n. 1041/08); licença para tratamento de pessoa da família. 
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Observação: Uma única falta injustificada interrompe de imediato o 
período aquisitivo. A fruição de licença prêmio pode dar-se em parcelas 
de até 15 dias. 
 
10. Encerramento 
 
Bem, meus caros, encerramos por aqui a presente aula, um pouco mais 
extensa, em que vimos os direitos e os deveres decorrentes do exercício 
do cargo público; antes disso, vimos as condições para o exercício do 
cargo, estudando as formas de provimento e a posse. 
 
Espero que a aula tenha sido proveitosa para vocês; estou a disposição 
para responder a quaisquer dúvidas pelo endereço marcosvanacker 
@estrategiaconcursos.com.br. 
 
Até a próxima aula, quando estudaremos as proibições aos servidores, as 
penalidades a eles reservadas e o processo administrativo disciplinar. 
 
Parece ser um assunto que interessa muito às bancas! 
 
Bons estudos! 
 
Deixo agora algumas questões sobre a matéria vista para vocês se 
divertirem! 
 
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Questões Comentadas 
 
1. As formas de provimento do EFP admissíveis hoje são: 
 
a) Readmissão, acesso, transferência, reversão 
b) nomeação, reversão, reintegração, aproveitamento 
c) transferência, aproveitamento, acesso, nomeação 
d) nomeação, reintegração, transferência, acesso 
_____________________ 
Comentário: 
 
Uma questão um pouco espinhosa, para relembrar que, no que dispõe 
sobre o provimento, o Estatuto arrola comandos derrogados na ordem 
jurídica atual, como o acesso, que possibilitaria a posse em cargo mais 
elevado, sem necessidade de concurso, a transferência, que implicava na 
posse em novo cargo em nova unidade, e a readmissão, pela qual 
servidor exonerado ou mesmo demitido poderia reingressar no mesmo 
cargo. 
 
Excluindo as alternativas que contêm essas formas de provimento, 
chegamos à alternativa b. 
 
Gabarito: B 
2.(2010/FCC – DEFENSORIA/SP – OFICIAL) De acordo com a Lei Estadual 
no 10.261/68 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado), a 
reintegração é 
(A) a investidura de servidor público em cargo diverso, decorrente de 
readaptação recomendada em inspeção médica. 
(B) o ato pelo qual o aposentado reingressa no serviço público. 
(C) o ato pelo qual o servidor em disponibilidade reingressa no serviço 
público. 
(D) a forma de provimento de cargo público decorrente de readmissão de 
servidor público exonerado. 
(E) a forma de reingresso no serviço público decorrente de decisão 
judicial transitada em julgado. 
_____________________ 
Comentário: 
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Nesta questão vamos falar sobre as formas de provimento nos cargos 
públicos, a partir da Lei 10.261 de 1968, própria dos servidores do 
Estado de SP. 
Podemos dizer que o início da relação do candidato com o cargo público e 
com a Administração Pública se dá com o provimento. 
Provimento é o ato administrativo mediante o qual uma pessoa passar 
a ser a detentora do cargo, ou seja, é o preenchimento de cargo. A 
forma originária de provimento é a nomeação. Antes dela, a pessoa é 
mera pretendente a um cargo, é dizer, um concursando. 
Importante que os cargos em comissão também têm provimento. 
Conforme a 10.261, temos sete formas de provimentos, a saber: 
Artigo 11 - Os cargos públicos serão providos por: 
I - nomeação; 
II - transferência; 
III - reintegração; 
IV - acesso; 
V - reversão; 
VI - aproveitamento; e 
VII - readmissão. 
A questão trata das formas de provimento, na essência. Vamos abordar 
item a item, então, para ficar mais fácilde vermos. 
LETRA A: a investidura de servidor público em cargo diverso, decorrente 
de readaptação recomendada em inspeção médica. A readaptação é algo 
próximo disso. A 10.261 a conceitua como a investidura em cargo mais 
compatível com a capacidade do funcionário e dependerá sempre de 
inspeção médica. 
Na verdade, A readaptação trata da possibilidade de recolocação do 
servidor que tenha sofrido limitação (que é nossa palavra-chave para 
esta forma de provimento), física ou sensível (mental), em suas 
habilidades, impeditiva do exercício das atribuições do cargo que 
ocupava. Portanto, por intermédio da readaptação, o servidor será 
remanejado para um cargo compatível com sua nova situação 
laboral. 
Para que possa ocorrer a readaptação, o novo cargo terá que ser 
compatível com o anterior, é dizer, com atribuições afins, nível de 
escolaridade compatível etc. Desse modo, não pode um auditor do 
INSS – cargo de atribuição de nível superior, por exemplo, ser readaptado 
na condição de motorista – cargo de atribuição de nível médio, com 
atribuições nitidamente diferenciadas. E a questão está pedindo o 
conceito de reintegração. Logo, este item não nos atende. 
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A nomeação, forma de provimento originário, é que inaugura tal vínculo. 
Muita gente confunde nomeação com posse. São coisas distintas. 
NOMEAÇÃO é o primeiro provimento. POSSE é o ato formal em que 
o candidato NOMEADO firma o compromisso de exercer o cargo, 
ou seja, é o compromisso solene, no qual se afirma: eu quero o cargo! É 
o momento em que se investe servidor, coloca a capa com Poderes, algo 
do tipo ‘Batman’. Apesar de fazerem parte do mesmo procedimento (o 
concurso), a nomeação e a posse não podem ser confundidas, embora só 
possamos falar em posse se tiver ocorrido, preliminarmente, 
nomeação. 
 
Letra (B): o ato pelo qual o aposentado reingressa no serviço 
público. Este é o conceito de reversão (art. 35, 10.261). Mas, grava aí: 
o retorno do servidor aposentado à atividade é REVERSÃO. 
Letra C: o ato pelo qual o servidor em disponibilidade reingressa no 
serviço público. Este é o conceito de aproveitamento (art. 37, 10.261). O 
aproveitamento, em regra, diz respeito ao retorno ao serviço público 
de servidor que estava em disponibilidade. Ah - disponibilidade não é 
nada mais do que estar sem trabalhar, ocorrendo em razão da 
extinção do cargo ou da declaração da desnecessidade deste. 
O servidor em disponibilidade permanece com remuneração 
proporcional ao tempo de serviço, conforme estabelece o § 3º do art. 
41 da atual Constituição Federal, até o adequado aproveitamento, em 
cargo com atribuições compatíveis com o cargo anteriormente ocupado. 
 
Letra D: a forma de provimento de cargo público decorrente de 
readmissão de servidor público exonerado. Essa é uma forma de 
provimento que encontramos na Lei 10.261, nos arts. 39 e 40 da 10.261. 
Letra E: a forma de reingresso no serviço público decorrente de decisão 
judicial transitada em julgado. BINGO! É esse o nosso item! A 
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reintegração ocorre no caso de desfazimento de decisão que levou à 
demissão de servidor estável. A palavra-chave para a reintegração é, 
portanto, DEMISSÃO. A invalidação (desfazimento) da decisão que 
levou a demissão do servidor deve ser JUDICIAL. Mas, vem a pergunta: 
e se o cargo do sujeito que foi demitido estiver ocupado? Vai ser 
reintegrado onde? De acordo com a 10.261, quando o titular do cargo for 
reintegrado, o eventual ocupante será exonerado, ou, se ocupava 
outro cargo, a este será reconduzido, sem direito à indenização. 
Isso é, literalmente, o que diz a Lei. 
 
Interessante anotar que, pela CF, a condição para a 
reintegração/recondução do servidor público é a ESTABILIDADE. 
Apesar de extremamente criticável, é o que dispõe a CF/1988 (vejam o § 
2º do art. 41 da CF). Ressalte-se, ainda, que a Lei nº 10.261/1968 
assegura ao servidor injustamente demitido o ressarcimento de 
todas as vantagens (remunerações, por exemplo) que faria jus (art. 
30). 
Gabarito: alternativa E 
 
3 (2010/FCC – DEFENSORIA/SP – OFICIAL) A exoneração, nos termos da 
Lei Estadual no 10.261/68 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do 
Estado), dá-se, dentre outras hipóteses, em razão de: 
(A) demissão do funcionário público. 
(B) falecimento do servidor público estável. 
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(C) pedido do funcionário público. 
(D) remoção do funcionário público para outra localidade. 
(E) alteração de classificação de funcionário público. 
_____________________ 
Comentário: 
Como vimos, Vacância é a situação em que o cargo público está vago, 
sem ocupante, tornando-o passível de ser provido por alguém. As 
formas de vacância previstas na Lei 10.261/1968 são (art. 86): 
I - exoneração; 
II - demissão; 
III - transferência; 
IV - acesso; 
V - aposentadoria; e 
VI - falecimento. 
De início, cabe destacar que os casos de exoneração não constituem 
punições, tratando-se de hipóteses específicas, com previsão na Lei 10. 
261/1968 (art. 86). Vejamos o que diz a Lei: 
§ 1º - Dar-se-á a exoneração: 
1 - a pedido do funcionário; 
2 - a critério do Governo, quando se tratar de ocupante de cargo 
em comissão; e 
3 - quando o funcionário não entrar em exercício dentro do 
prazo legal. 
Ficou mole matar o item: diz respeito à hipótese do item 1, §1º, acima. 
Logo, o gabarito é a letra C. 
Gabarito: C. 
 
4. (2010/FCC – TCE/SP – AUXILIAR DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA) A 
posse deverá verificar-se no prazo de 
(A) 60 dias, contados do dia seguinte da publicação do ato de provimento 
do cargo, no órgão oficial, sendo improrrogável. 
(B) 60 dias, contados da data da publicação do ato de provimento do 
cargo, no órgão oficial, sendo prorrogável por mais 30 dias, a 
requerimento do interessado. 
(C) 30 dias, contados da data da publicação do ato de provimento do 
cargo, no órgão oficial, sendo improrrogável. 
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(D) 60 dias, contados da data da publicação do ato de provimento do 
cargo, no órgão oficial, sendo improrrogável. 
(E) 30 dias, contados da data da publicação do ato de provimento do 
cargo, no órgão oficial, sendo prorrogável por mais 30 dias, a 
requerimento do interessado. 
_____________________ 
Comentário: 
O item trata da posse, o ato o que, na verdade, “aperfeiçoa” a nomeação, 
é dizer, sem posse, de nada vale a nomeação. É por isso que se a 
doutrina diz que se o nomeado não tomar posse, o ato jurídico [de 
nomeação] será tornado sem efeito. 
No estatuto dos servidores de SP, o prazo para a posse é de trinta dias, 
contados do ato de provimento do cargo (da nomeação), prorrogáveis 
por 30 dias, a requerimento do interessado (art. 52, 10.261). Notem, 
então, que o prazo da prorrogação de posse é DIFERENTE quando 
comparado ao prazo da 8.112, ok? 
Ah, duas informações importantes: 
- na posse, não há que se falar em “assinatura de contrato”, mas 
sim de um termo, no qual são firmados os compromissos do 
servidor; 
- não se pode confundir posse com exercício. Este último quer 
dizer começar a trabalhar. Pode não coincidir com a posse. Olhem 
só o que diz o art. 57 da Lei 10.261: exercício é o ato pelo qual o 
funcionário assume as atribuições e responsabilidades do 
cargo. Bom,só para registro: o servidor faz jus à remuneração a 
partir do EXERCÍCIO e não da POSSE, ok? Tem que trabalhar, 
feliz e infelizmente... 
Exercício tem uma relação com a posse como se fosse o casamento e a 
Lua de Mel. É até possível casamento (posse) por procuração (art. 57 da 
Lei 10.261). Já para a lua de mel (exercício), é bom entrar em exercício. 
E que ele seja efetivo. 
Gabarito: alternativa E. 
 
5. (2010/FCC – TCE/SP – AUXILIAR DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA) 
Considere as seguintes assertivas a respeito do Vencimento e da 
Remuneração: 
I. Vencimento é a retribuição paga ao funcionário pelo efetivo exercício do 
cargo, correspondente ao valor do respectivo padrão fixado em lei, mais 
as vantagens a ele incorporadas para todos os efeitos legais. 
II. Remuneração é a retribuição paga ao funcionário pelo efetivo exercício 
do cargo, correspondente a 1/3 do respectivo padrão, mais as quotas ou 
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porcentagens que, por lei, lhe tenham sido atribuídas, descontadas as 
vantagens pecuniárias a ela incorporadas. 
III. O funcionário peerá 2/3 do vencimento ou remuneração diária, 
quando comparecer ao serviço dentro da hora seguinte à marcada para o 
início do expediente ou quando dele se retirar dentro da última hora. 
IV. As faltas ao serviço, até o máximo de 6 por ano, não excedendo a 
uma por mês, em razão de moléstia ou outro motivo relevante, poderão 
ser abonadas pelo superior imediato, a requerimento do funcionário no 
primeiro dia útil subsequente ao da falta. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
(A) I e IV. 
(B) I, II e IV. 
(C) II, III e IV. 
(D) II e III. 
(E) I e II. 
_____________________ 
Comentário: 
Vamos falar um pouco da parte boa da vida, o sistema remuneratório dos 
servidores públicos... 
A princípio, necessário se faz estabelecer alguns conceitos iniciais. 
Em primeiro lugar, vencimento é a retribuição paga ao funcionário pelo 
efetivo exercício do cargo, correspondente ao valor do respectivo padrão 
fixado em lei, mais as vantagens a ele incorporadas para todos os 
efeitos legais (art. 108, Lei 10.261/68). Só para ilustrar: é como se fosse 
o “piso da categoria”, para ficar mais fácil que porventura sejam da 
iniciativa privada. 
 
Vencimentos, assim, no plural, seriam “espécie de remuneração, e 
corresponde à soma do vencimento e das vantagens pecuniárias, 
constituindo a retribuição pecuniária devida ao servidor pelo exercício do 
cargo público”. Esse conceito é muito próximo de “remuneração”, na Lei 
10.261. Vejamos o que nos diz o art. 109 da norma a respeito: 
Remuneração é a retribuição paga ao funcionário pelo efetivo exercício 
do cargo, correspondente a 2/3 (dois terços) do respectivo padrão, mais 
as quotas ou porcentagens que, por lei, lhe tenham sido atribuídas e as 
vantagens pecuniárias a ela incorporadas. 
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Conforme a doutrina e a jurisprudência dominante, podemos concluir que 
vencimentoS, assim, no plural, e remuneração são conceitos 
equivalentes. Percebem vencimentos, ou remuneração, os servidores 
estatutários, como os amigos daqui a um breve período, quando 
aprovados nesse certame... 
 
Obs: de acordo com o STF, A REMUNERAÇÃO DO SERVIDOR NÃO 
PODE SER INFERIOR AO SALÁRIO MÍNIMO. O VENCIMENTO PODE. 
Durante muito tempo houve discussão se o vencimento ou a 
remuneração, afinal, o que não poderia ser inferior ao salário mínimo. O 
STF assentou posição, afirmando que a REMUNERAÇÃO, que é o todo 
recebido pelo servidor, não pode ser inferior ao salário mínimo. O 
VENCIMENTO, que é parcela menor, pode, então, de acordo com o que 
pensa nossa egrégia Corte. 
Subsídio é a espécie remuneratória a ser paga em parcela única 
obrigatoriamente aos detentores de mandato eletivo, bem como a 
outros agentes políticos (Membros da Magistratura, Ministério Público e 
de Tribunais de Contas, Ministros de Estado, Secretários Estaduais e 
Municipais). Também é obrigatório o regime de subsídio para carreiras 
específicas, são elas: Advocacia Geral da União, Defensoria Pública, 
Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, Procuradorias dos Estados e do 
DF, servidores da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícias Civis, 
Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares. É facultativa a adoção 
do regime de subsídio, ainda, para os servidores organizados em 
carreira, desde que assim disponha Lei Federal, Estadual, Distrital 
ou Municipal, conforme o caso. 
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Salário, no serviço público, é a retribuição pecuniária paga aos 
empregados públicos, da Administração Direta ou àqueles que 
ocupam emprego na Administração Indireta, e a todos aqueles 
contratados sob a regência da CLT. 
 
Ainda há duas outras figuras pecuniárias que podem ser pagas a 
servidores, ou dependentes, conforme o caso: os proventos, que, 
tecnicamente, é a forma de se pagar o aposentado e as pensões, pagas 
aos dependentes do servidor, em razão do falecimento deste. Mas 
com relação a estas duas últimas figuras teremos outras informações a 
apresentar, quando chegarmos ao trecho do sistema previdenciário dos 
servidores. 
Além das figuras acima, podem ser pagas aos servidores gratificações, 
adicionais e indenizações. As duas primeiras são incorporáveis à 
remuneração do servidor na forma da Lei. Já as últimas, as 
indenizações, jamais se incorporam à remuneração. Tendo em 
conta o objetivo do nosso curso, que é ser o mais objetivo possível, 
vamos falar das indenizações, que tem mais chance de cair em prova, 
mas na questão abaixo. Vistos esses conceitos básicos, vamos “atacar” os 
itens. 
I. Vencimento é a retribuição paga ao funcionário pelo efetivo 
exercício do cargo, correspondente ao valor do respectivo padrão 
fixado em lei, mais as vantagens a ele incorporadas para 
todos os efeitos legais. Esse é o conceito exato do art. 108 da 
10.261. Então, claro, está CORRETO esse item. Bizu: prova de 
múltipla escolha, fazemos por eliminação. Como o item I está 
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CERTO, você poderia eliminar os itens “C” e “D”, que não o colocam 
como certo... 
II. Remuneração é a retribuição paga ao funcionário pelo efetivo 
exercício do cargo, correspondente a 1/3 do respectivo padrão, 
mais as quotas ou porcentagens que, por lei, lhe tenham sido 
atribuídas, descontadas as vantagens pecuniárias a ela 
incorporadas. OPA! O art. 109 da Lei 10.261 diz que Remuneração 
é a retribuição paga ao funcionário pelo efetivo exercício do 
cargo, correspondente a 2/3 (dois terços) do respectivo 
padrão...o item usa o referencial de 1/3, e, por isso, está 
ERRADO, claro! Esse tipo de item é “lasquera”. Mas, detalhe, a 
questão está RESOLVIDA! Ah? Como assim, resolvida? Bom, ainda 
há pouco eliminamos “C” e “D”. Agora, eliminamos “D” e “E”, que 
dizem que o item II está certo. Não tá. Então, amigos, só pode ser 
letra A, que é o gabarito da questão! Como dissemos, prova 
objetiva se faz por eliminação... Mas vamos continuar nossas 
análises... 
III. O funcionário perderá 2/3 do vencimento ou remuneração 
diária, quando comparecer ao serviço dentro da hora seguinte à 
marcada para o início do expediente ou quando dele se retirar 
dentro da última hora. Mais uma de “decoreba”, coisa tradicional em 
provas da FCC. A 10.261 diz queArtigo 110 - O funcionário perderá: 
II - 1/3 (um terço) do vencimento ou remuneração diária, 
quando comparecer ao serviço dentro da hora seguinte à 
marcada para o início do expediente ou quando dele retirar-se 
dentro da última hora. 
O desconto, então, é de 1/3, não de 2/3, como diz o item. 
IV. As faltas ao serviço, até o máximo de 6 por ano, não 
excedendo a uma por mês, em razão de moléstia ou outro 
motivo relevante, poderão ser abonadas pelo superior 
imediato, a requerimento do funcionário no primeiro dia útil 
subsequente ao da falta. Esse dispositivo é estranho, mas é o que 
consta, literalmente, do § 1º do art. 110 da Lei 10.261, “sem tirar 
nem por”. É mais uma de “decoreba”. Poxa, por que tanta 
decoreba? É simples: como a 10.261 não é muito comum em prova, 
mais fácil fazer questões que envolvem a literalidade da lei. Por 
isso, quando puderem, deem uma lidinha na norma, ok? 
Gabarito: A. 
 
6. (FCC/TRE-PI/Técnico Judiciário/2002) A investidura em cargo público 
ocorrerá com: 
 
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a) o ato de nomeação; 
b) o exercício; 
c) a posse; 
d) a aprovação no concurso público 
e) a criação do cargo público 
_____________________ 
 
Comentário: 
 
A previsão do artigo 46 do EFP é que “Posse é o ato que investe o cidadão 
em cargo público.” Portanto, a investidura se dá com a posse no cargo, 
que tem como antecedente necessário a nomeação, e como consequência 
provável o exercício do cargo. É muito comum que posse e exercício se 
dêem simultaneamente, mas em termos estritos são institutos diversos. 
 
Gabarito: c 
 
7. (FCC/TRE-SE/Analista Judiciário/2007) Considere as hipóteses a 
seguir: 
I. Junta médica oficial declarou insubsistentes os motivos que 
proporcionaram a aposentadoria do analista judiciário Alberto, que, em 
consequência, retornou à atividade. 
II. Mévio, submetido a prévia inspeção médica oficial, tomou posse no 
cargo de analista judiciário, porém não entrou em exercício no prazo legal 
estabelecido. 
Nesses casos, ocorrem, respectivamente, a 
 
a) reversão e a exoneração de ofício; 
b) readmissão e a demissão voluntária; 
c) readaptação e a remoção para outro órgão; 
d) reintegração e a colocação em disponibilidade; 
e) recondução e a readaptação para outra função. 
_____________________ 
 
Comentário: 
 
O retorno à atividade do aposentado por invalidez, quando verificada 
insubsistente a condição de saúde que a motivou, corresponde ao 
instituto da reversão da aposentadoria, como vimos. 
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Pudemos estudar nessa aula também que o servidor que toma posse, 
mas não entra em exercício no prazo legal é exonerado, de ofício. 
Lembramos que a diferença para o caso do servidor nomeado que não 
chega a tomar posse no prazo legal é que neste caso temos a revogação 
do ato de nomeação. 
 
Gabarito: A 
 
8. (FCC/Casa Civil/Executivo Público/2010) Com relação ao Estatuto dos 
Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo (Lei n° 10.261/68), 
considere as seguintes proposições: 
 
I. As disposições do Estatuto não se aplicam aos empregados das 
autarquias, entidades paraestatais e serviços públicos de natureza 
industrial, ressalvada a situação daqueles que, por lei anterior, já tenham 
a qualidade de funcionário público. 
II. A nomeação para cargo público de provimento efetivo será sempre 
precedida de concurso público de provas ou de provas e títulos. 
III. Segundo o Estatuto, acesso é a elevação do funcionário a cargo de 
maior grau de responsabilidade e maior complexidade de atribuições. 
IV. Readaptação é a investidura em cargo mais compatível com a 
capacidade do funcionário, sem aumento de vencimento ou remuneração. 
V. Nenhum funcionário poderá ter exercício em serviço ou repartição 
diferente daquela em que estiver lotado, salvo nos casos previstos nesta 
lei, ou mediante autorização do Governador. 
 
Está correto o que se afirma SOMENTE em 
 
a) I, III, IV e V. 
b) I, II, IV e V. 
c) II, III e V. 
d) III e IV. 
e) I e III. 
_____________________ 
Comentário: 
 
Uma questão em que a banca cobrou a literalidade dos dispositivos do 
EFP. Temos de analisar cada uma das assertivas. 
 
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A primeira repete literalmente o Artigo 2° do EFP, devendo portanto ser 
considerada correta. 
 
A segunda também deve ser considerada correta, uma vez que reproduz 
literalmente o caput do artigo 14 do Estatuto. 
 
A terceira reproduz parte substancial do art. 33, que reza que “Acesso é a 
elevação do funcionário, dentro do respectivo quadro a cargo da mesma 
natureza de trabalho, de maior grau de responsabilidade e maior 
complexidade de atribuições, obedecido o interstício na classe e as 
exigências a serem instituídas em regulamento.” Portanto, faltam 
elementos na definição, como elevação dentro do mesmo quadro, e que o 
cargo a ser provido é da mesma natureza de trabalho. Será o suficiente 
para que consideremos a assertiva incorreta? Enquanto decidimos, 
leiamos as seguintes. 
 
O quarto período reproduz os artigos 41 e 42, não em toda sua extensão, 
mas sem mencionar que a readaptação depende de perícia médica. Será 
o suficiente para considera-lo incorreto? Não me parece. Mas deixemos 
em suspensão. 
 
A derradeira sentença reproduz literalmente o artigo 65 do Estatuto, 
sendo portanto correta. Ora, agora analisemos as alternativas. Temos que 
a primeira, a segunda e a quinta são sem sombra de dúvida corretas. 
Bem, a única alternativa que as contempla todas é a b, que inclui ainda a 
4ª assertiva; nesta, a omissão de certas palavras não chega, na visão da 
banca, a descaracterizar o instituto da readaptação. 
 
Gabarito: B 
 
9. (Cespe-UnB/TRE-TO/Técnico Judiciário/2007-adaptada) Constitui forma 
de provimento de cargos públicos, tanto efetivos como comissionados: 
a) remoção; 
b) nomeação; 
c) substituição; 
d) reversão; 
e) vacância. 
_____________________ 
Comentário: 
 
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Questão que trata de formas de provimento. Vejamos as alternativas. A 
primeira não traz uma forma de provimento. A remoção é instituto de 
mobilidade funcional, que permite que o servidor tenha sua unidade 
lotação alterada, a pedido ou de ofício. Não é a alternativa correta. 
 
A seguir, a nomeação, de fato, é forma de provimento de cargos efetivos 
e comissionados (art. 13, II e III). Alternativa correta. 
 
A substituição pode ser considerada forma de provimento, ainda que 
temporária de função, aplicável a cargos de chefia ou direção (art. 23 
ss.); de qualquer forma, trata-se de instituto inaplicável a cargo efetivo. 
Aplica-se a cargo em comissão apenas. Alternativa portanto incorreta. 
 
A reversão, por outro lado, é forma de provimento sem dúvida, mas não 
se aplica a cargo em comissão, pois é instituto dependente da 
aposentadoria, e o servidor ocupante de cargo em comissão não se 
aposenta no regime próprio de previdência desde a EC nº 20, de 
dezembro de 1998. 
 
Nenhum ato administrativo, neste caso, seria competente para anular 
eventual aposentadoria concedida pelo INSS. 
 
Por fim, temos a vacância, que, como vimos, não forma de provimento; 
pode inclusive ser considerada de certa forma o seu oposto. Alternativa 
incorreta. 
 
Gabarito: B 
 
10. (FCC/TRE-CE/Analista

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