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Energias Não Renováveis e Renováveis

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Disciplina: Engenharia Sustentável
Aula 9: Energias não renováveis
Apresentação
Hoje convivemos com vários tipos de energia que utilizamos na nossa vida diária. Em nossa casa, temos a
geladeira, a televisão, as lâmpadas, o brinquedo movido a pilha... Todos precisam de energia para funcionar.
Até mesmo uma pipa no ar está utilizando energia – a energia do vento. Uma panela no fogão cozinhando
alimentos está utilizando a energia do fogo, uma criança correndo está usando a energia dos alimentos que ela
ingeriu, e a televisão usa energia elétrica para transmitir nossos filmes e desenhos favoritos. Portanto, atenção
ao seu dia a dia: você mesmo poderá descobrir outras formas de utilização da energia. Quando tomamos
banho quente, por exemplo, também usamos energia para aquecer a água (seja a eletricidade para o chuveiro
elétrico, o gás natural do aquecedor ou a energia do sol captada por painéis no telhado).
Mas de onde vem a energia que utilizamos? Ela pode ser obtida da transformação de variados recursos, que
podem ter origens diversas. Iniciaremos essa jornada de conhecimento a partir de agora.
Objetivos
Compreender o conceito de fontes de energia não renováveis;
Conhecer as origens de algumas fontes de energia não renováveis;
Analisar vantagens e desvantagens da utilização desse tipo de energia.
Energia | Conceitos e Matriz energética
Na Administração Pública brasileira, o Ministério de Minas e Energia (MME) é a instituição responsável
por formular os princípios básicos e definir as diretrizes da política energética nacional. Como subsídio,
o MME – por meio de seus órgãos e empresas vinculadas – promove diversos estudos e análises
orientadas para o planejamento do setor energético. Na sequência das mudanças institucionais
ocorridas no setor energético ao longo dos últimos anos, foi criada, em 2004, a Empresa de Pesquisa
Energética (EPE), vinculada ao MME.
A EPE é uma empresa pública, instituída nos termos da Lei n° 10.847, de 15 de março de 2004, e do
Decreto n° 5.184, de 16 de agosto de 2004. Seu intuito é prestar serviços na área de pesquisas
destinadas a subsidiar o planejamento do setor energético, tais como energia elétrica, petróleo e gás
natural e seus derivados, carvão mineral, fontes energéticas renováveis e eficiência energética, entre
outras.
A última versão do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE-2024), elaborado pela EPE, prevê para
as principais fontes de energia renovável (ER) no país aumentou de 39,4% em 2014 para 45,2% em
2024 (Figura 1).
 Figura 1: Comparativo entre a participação das fontes de
energia na matriz em 2014 versus o projetado pelo PDE em 2024.
(Fonte: PDE-2024; 2015.)
A Tabela 1 apresenta a relação atual de todas as centrais que utilizam energias renováveis em
operação, em construção e com obras a iniciar.
Tipo de E.R Status Capacidade MW Número de plantas
Eólica
Em Costrução 3.385,30 148
Obras a iniciar 5.660,00 238
Em operação 9.315,50 379
Total Potencial 12.700,80 527
Total Geral no Futuro 18.360,80 765
Fotovoltáica Em Costrução 90,00 3
Obras a iniciar 2.877,00 107
Em operação 26,92 40
Total Potencial 116,92 43
Total Geral no Futuro 2.993,92 150
C. G. Hidrelétrica (até 1MW)
Em Costrução 0,84 1
Obras a iniciar 26,60 39
Em operação 433,67 556
Total Potencial 434,51 557
Total Geral no Futuro 461,11 596
PCH (1 até 30MW)
Em Costrução 454,95 34
Obras a iniciar 1.693,22 117
Em operação 4.856,18 449
Total Potencial 5.311,13 557
Total Geral no Futuro 7.004,35 600
Hidrelétrica (>30MW)
Em Costrução 1.967,10 7
Obras a iniciar 629,00 6
Em operação 101.063,43 220
Total Potencial 103.030,53 227
Total Geral no Futuro 103.659,53 233
Biomassa (bagaço e Biogas)
Em Costrução 479,41 9
Obras a iniciar 1.270,48 41
Em operação 14.306,22 528
Total Potencial 14.785,63 537
Total Geral no Futuro 16.056,11 578
Geotérmica
Em Costrução - 0
Obras a iniciar 0,05 1
Em operação - 0
Total Potencial 0,05 1
Total Geral no Futuro 0,05 1
Tabela 1: Centrais Elétricas que utilizam ER no Brasil. (Fonte: BIG, 2016.)
Fontes de Energia Não Renováveis
As fontes de energia que pertencem a esse grupo são finitas ou esgotáveis. Para a maioria delas, a
reposição na natureza é muito lenta, pois resulta de um processo de milhões de anos sob condições
específicas de temperatura e pressão. Quanto mais usarmos as fontes de energia não renováveis,
menos teremos no estoque total. São exemplos de fontes não renováveis de energia: petróleo, carvão
mineral, gás natural e energia nuclear.
As fontes de energia não renováveis também são conhecidas como fontes de energia convencionais,
quando formam a base de suprimento (fornecimento) de energia.
Como podemos usá-las sem que o estoque acabe rapidamente?
Explorando racionalmente os recursos existentes;
Promovendo a eficiência no uso; e
Investindo em ciência e tecnologia para o desenvolvimento de fontes renováveis (eólica,
hidrelétrica, solar, entre outras) que possam substituir as não renováveis.
 Fonte: Shutterstock Por Oil and Gas Photographer
 Fonte: Shutterstock Por Vyacheslav Svetlichnyy
 Fonte: Shutterstock Por Visionsi
 Fonte: Shutterstock Por Petr Louzensky
Atualmente, grande parte da energia consumida no mundo é proveniente de fontes não renováveis,
porque as características dessas fontes são bem conhecidas, possuem um rendimento energético
elevado (poucas perdas de energia no processo de transformação), preços atrativos, geram muitos
empregos e possuem infraestrutura construída para geração e distribuição (usinas, dutos, ferrovias e
rodovias). Os principais usos das fontes não renováveis são:

Na geração de eletricidade.

Como combustível nos transportes de cargas e de pessoas.

No aquecimento de casas.
Algumas fontes não renováveis de energia, como o petróleo e o carvão
mineral, são responsáveis por grande parte da emissão (liberação) de gases
de efeito estufa na atmosfera, visto que essas fontes são combustíveis
(precisam ser queimadas para gerar energia) e liberam gases poluentes, que
impactam a saúde e o meio ambiente.
O petróleo e o gás natural ocorrem em regiões que os geólogos (os estudiosos das rochas) chamam de
bacias sedimentares – áreas sob a superfície terrestre que, por terem sido mais baixas e planas que o
terreno em volta, permitiram o depósito de matéria orgânica, além de sedimento (fragmentos de
rochas). As bacias sedimentares podem ser marinhas ou terrestres. Nessas bacias sedimentares, o
petróleo e o gás natural são encontrados em poros (buracos muito pequenos) dentro de rochas
sedimentares (também chamadas de rochas reservatórios).
Entre os maiores produtores atuais de petróleo e gás natural estão a
Rússia, a Arábia Saudita, os Estados Unidos e o Iraque. Em alguns
locais, como no Canadá, pode ser encontrado petróleo em areias
próximas à superfície.
As fontes fósseis são utilizadas em equipamentos especiais, como caldeiras e motores, onde a energia
armazenada nas suas ligações químicas é convertida em formas de energia útil (elétrica – nas
termelétricas ou cinética – nos veículos). No Brasil, utilizamos o gás natural também como fonte de
energia térmica (calor) para cozinhar e aquecer a água do banho.
O Brasil vem assumindo papel de crescente relevância na área de petróleo e gás natural. Isso é
decorrência do sucesso da exploração e produção off-shore em águas profundas.
Não podemos deixar de comemorar (com toda a importância histórica e econômica para o Brasil) nossa
conquista, em 2006, da tão almejada autossuficiência em petróleo, destacando que em 2009 passamos
ao rol de exportadores internacionais, mesmo sem a nova e auspiciosa contribuição dos campos do pré-
sal (Figura 2).
 Figura 2: Balanço de petróleo nacional. (Fonte: TOLMASQUIM,
2012.)
Ao queimarmos carvão mineral, petróleo ou gás natural, produzimos alguns gases poluentes e gases do
efeito estufa (veja as consequências emEnergia e Aquecimento Global). Além disso, pode haver outros
impactos ambientais ao longo da cadeia do petróleo (por exemplo, vazamentos de óleo na extração ou
no transporte por dutos, caminhões ou embarcações), mas os responsáveis por essa questão
(empresas da área do petróleo e instituições de defesa do meio ambiente) estão sempre atentos e se
esforçando para que não aconteçam. No caso do carvão, a mineração – extração do carvão da terra –
tem de ser feita com muito cuidado, para que a chuva não leve resíduos para os rios. Também deve-se
dar atenção à saúde de quem trabalha na extração de petróleo, gás natural e carvão, para evitar
acidentes e contaminações.
No Brasil, o gás natural é obtido, em geral, a partir das mesmas jazidas de petróleo, estando a
produção atual em torno de 70 milhões m3 diários, 3/4 dos quais provenientes de campos marítimos.
Quase metade das reservas provadas, de cerca de 230 bilhões m3 (sem contar as recentes descobertas
do pré-sal), localizam-se na Bacia de Campos. Seu consumo vem apresentando crescimento em relação
ao óleo combustível, em especial nos setores industrial e de transportes, em razão das reservas
existentes Brasil e em países vizinhos (são importados da Bolívia até 30 milhões m3 diários), da
diminuição da oferta de outros energéticos e das exigências relativas às mudanças climáticas, uma vez
que sua combustão apresenta baixos índices de emissão de poluentes, se comparada à de outros
combustíveis fósseis (LIMA, 2009).
Vantagens e desvantagens da utilização de
energia oriunda de fontes não renováveis
A importância do petróleo na vida moderna decorre de seu uso não apenas como combustível, mas
também na fabricação de uma enorme variedade de produtos, obtidos nas refinarias, após diversas
etapas de beneficiamento, como é o caso dos plásticos – uma engenhosa solução que hoje vem se
transformando em problema ambiental (VIANA, 2010). Até o final da década passada, o Brasil não era
autossuficiente nesse bem; hoje, no entanto, a produção e o consumo oscilam em torno de 2 milhões
de barris diários, 90% dos quais provenientes de campos existentes na costa brasileira. Em terra firme,
as jazidas se situam em bacias sedimentares existentes principalmente em alguns estados do Nordeste.
Assim como em todo o mundo, o setor de transporte (de pessoas e movimentação de cargas) também
responde por uma maior participação no consumo de derivados de petróleo no Brasil, com o percentual
de 64,4%. Em segundo lugar está o uso industrial, com 11,4%.
 Legenda: Fabricação de plásticos | Fonte: Shutterstock Por Dan
Kosmayer
 Legenda: Setor de transporte | Fonte: Shutterstock Por carlos
castilla
Só em terceiro lugar aparece o peso da geração de energia elétrica no consumo de petróleo no país,
como 6,9%. É oportuno lembrar que a Figura 3, com dados do MME, refere-se ao uso energético do
petróleo, que equivale a 90% do total; os 10% restantes têm uso na área de petroquímicos.
 Figura 3: Consumo de derivados do petróleo no Brasil. (Fonte:
MME, 2016.)
A exploração do petróleo compreende várias fases:
01
Na pesquisa sísmica, pode ocorrer a redução temporária da pesca em função dos disparos de airguns e
da área ocupada pelos cabos sismográficos.
02
A perfuração marítima pode ocasionar impactos relacionados à toxidade dos fluidos de perfuração e à
deposição de cascalho no fundo do mar, além de vazamentos de óleo, principalmente se for na
presença de corais.
03
Na fase de produção marítima, podem ocorrer vazamentos e descarte da água de produção, bem como
impactos diversos devido ao significativo aquecimento da economia regional e da mudança na estrutura
social.
04
Na fase de refino, ocorre o descarte de efluentes líquidos, a emissão de gases e vapores tóxicos e a
deposição de resíduos sólidos.
05
Por fim, no descomissionamento das atividades, os impactos relacionam-se ao desemprego e à
diminuição da renda e de arrecadação dos municípios (MMA, s/d).
Quanto ao impacto mais conhecido e relevante – os vazamentos de óleo –, o último de grandes
proporções no Brasil ocorreu em 2000, no Rio de Janeiro, com o lançamento de 1,3 milhão de litros de
óleo cru na Baía de Guanabara. O contato com o petróleo cru causa efeitos graves em plantas e
animais, pois o óleo recobre as penas e os pelos dos animais, sufoca os peixes e mata o plâncton e os
pequenos crustáceos, as algas e plantas na orla marítima. Nos mangues, o óleo mata as plantas ao
recobrir suas raízes, impedindo sua nutrição, o que é agravado pela baixa velocidade das águas e pelo
emaranhado vegetal nesses locais, dificultando a limpeza.
 Fonte: https://goo.gl/odCwe1 <https://goo.gl/odCwe1>
Na exploração de gás natural em terra firme, como é o caso das reservas de Urucu, no Amazonas
(Figura 4), o maior impacto ambiental se deve à necessidade de escoamento do produto, com a
construção de centenas de quilômetros de gasodutos rasgando a Floresta Amazônica, que demandou a
abertura de estradas e de uma faixa de 20 metros de largura para a colocação dos tubos. Muitas
operações foram feitas de helicóptero, com a abertura de clareiras na floresta.
 Figura 4: Base de exploração de petróleo e gás natural da
Petrobras na província petrolífera de Urucu, na bacia do Rio
Solimões. | Fonte: Márcio Rodrigues/VEJA.
O gás de xisto (Figura 5) é a novidade do momento em termos de combustíveis fósseis nos Estados
Unidos e em outros países – no Brasil, há potencial nas bacias de Parecis, Parnaíba, Recôncavo e
Paraná –, por ser mais barata que a do petróleo. As técnicas atualmente em desenvolvimento
consistem na injeção de grandes quantidades de água e aditivos químicos em alta pressão nas camadas
subterrâneas de xisto a partir da perfuração horizontal, promovendo, com isso, fraturas nessas
camadas e permitindo que o gás ali preso escape. O problema é que tais técnicas podem provocar
vazamento de metano, contaminação de mananciais de água e até pequenos sismos, bem como
desestimular investimentos em energias limpas.
 Figura 5: Exploração de gás de xisto. | Fonte: IPT, 2016.
No Brasil, o carvão mineral é encontrado na região Sul. O Rio Grande do Sul possui as maiores reservas
(por volta de 28 bilhões de toneladas), e Santa Catarina (com cerca de 3,3 bilhões de toneladas)
apresenta jazidas de melhor qualidade, sendo que o principal uso desse mineral ocorre na indústria
siderúrgica e na geração elétrica.
O carvão brasileiro apresenta sérias limitações, sendo considerado de má qualidade, por ter baixo
conteúdo de carbono (em média, pouco menos de 60%) e alto teor de cinzas (mais de 25%). Isso
inviabiliza a sua utilização fora da região de ocorrência, razão pela qual a maior parte do carvão mineral
consumido no país advém do exterior. Além da má qualidade, a exploração desse recurso na região
carbonífera do Sul do país produziu – e ainda produz – impactos ambientais significativos.
 Fonte: Shuttersock Por Mark Agnor
A oxidação dos rejeitos sulfetados, com a consequente produção de drenagem ácida de mina, leva as
águas regionais a valores de pH próximos a dois, completamente desfavoráveis, portanto, ao
desenvolvimento da biota, tornando difícil e dispendiosa a recuperação das áreas degradadas. Pelo fato,
ainda, de ser a fonte de energia que mais gera gases de efeito estufa (GEE), e em vista dos
compromissos internacionais de redução dessas emissões assumidos pelo Brasil, é provável que a
continuidade da exploração desse bem mineral no país se torne cada vez mais difícil, a despeito do
forte poder de influência do setor.
Estimativa recente da Agência Internacional de Energia (AIE) aponta que, em
5 anos, o carvão irá aproximar-se do petróleo como principal fonte de energia
do mundo e poderá superá-lo em 10 anos, devido ao crescimento de mercados
emergentes gigantescos, como a China e a Índia. A China, que vem
inaugurando usinas elétricas de carvão em série, representou, em 2011, quasemetade do consumo mundial dessa fonte.
Energia nuclear é aquela liberada quando ocorre a fissão de átomos de minerais radioativos
(basicamente, urânio, plutônio e tório), sendo posteriormente convertida em calor (Figura 6).
 Figura 6: Exemplo de reações de fissão nuclear. | Fonte:
adaptada de IUPAC)
No Brasil, as pesquisas com tecnologia nuclear começaram na década de 1950, mas a chamada “era
nuclear brasileira” teve início apenas duas décadas depois, a partir da assinatura do Acordo de
Cooperação Nuclear com a Alemanha, pelo qual o país compraria oito usinas nucleares e obteria a
tecnologia necessária ao seu desenvolvimento. No entanto, até hoje, apenas duas usinas foram
construídas e se encontram em funcionamento, Angra 1 e Angra 2, situadas no município de Angra dos
Reis, Rio de Janeiro, estando Angra 3 em construção.
Com relação à lavra dos minerais radioativos, apesar de o Brasil possuir uma das maiores reservas de
urânio do mundo, a única mina atualmente em operação situa-se em Caetité, Bahia.
 Fonte: https://goo.gl/U3y9Pv
<https://geografia1004.files.wordpress.com/2012/10/angra1.jpg>
Tal extração, contudo, vem enfrentando frequentes denúncias de contaminação ambiental nos últimos
anos, que incluem, por exemplo, transbordamentos de barragens, com a consequente contaminação
dos mananciais hídricos subterrâneos, além do aumento dos casos de câncer na população diretamente
envolvida, denúncias essas que vêm sendo investigadas. Principalmente por problemas tecnológicos
ligados ao aproveitamento economicamente viável e ambientalmente seguro dessa fonte, a energia
nuclear talvez seja a mais polêmica das fontes energéticas.
A seu favor conta o fato de, quando usada para a produção de
energia elétrica, ser uma forma de energia que independe das
condições climáticas, impacta um território reduzido e não emite GEE
ou outros gases que causam chuva ácida, poluição urbana ou
diminuição da camada de ozônio. Além disso, as usinas nucleares
podem ser construídas relativamente próximas aos principais
centros consumidores, como ocorreu no Brasil, reduzindo as perdas
energéticas e os impactos das linhas de transmissão.
Contra a energia nuclear, todavia, pesam fatores como os riscos de acidentes nucleares associados à
manipulação de grandes quantidades de radioatividade, incluindo a produção de combustível nuclear,
seu uso em reatores e a armazenagem e destinação final dos resíduos radioativos, bem como a
possibilidade de cair em mãos terroristas ou de ser usado para a construção de armas nucleares.
 Fonte: Shutterstock Por Alexyz3d
Ressalte-se que, pelos riscos que os rejeitos radioativos encerram, eles devem ser totalmente isolados,
até que a radioatividade atinja valores insignificantes, indistintos em relação à radiação ambiental, o
que constitui um problema sem solução adequada até o presente e deixado para as gerações futuras.
Devido a todos esses aspectos e aos acidentes nucleares registrados em alguns países, principalmente
os das usinas de Chernobyl, Ucrânia, em 1986, e de Fukushima, Japão, em 2011, o programa nuclear
brasileiro tem sido constantemente reavaliado, sendo que o plano inicial de construir oito usinas
nucleares parece temporariamente afastado.
De acordo com o 5º informe do IPCC (do inglês, Intergovernmental Panel on Climate Change), a
influência humana no sistema climático é clara e está aumentando. Esse relatório afirma, com mais
precisão que em avalições anteriores, que as emissões de GEE e outros impulsores antrópicos têm sido
a causa dominante do aquecimento global observado desde metade do século XX. O informe conclui
que a atmosfera e o oceano aqueceram, que os volumes de neve e gelo diminuíram, que o nível do mar
se elevou e que as concentrações de dióxido de carbono têm aumentado em níveis sem precedentes
nos últimos 800 mil anos.
 Fonte: Shutterstock Por Bernhard Staehli
Cada vez mais evidente em todos os continentes, o aquecimento global aumenta a probabilidade de
impactos graves, generalizados e irreversíveis para a sociedade e para os ecossistemas.
Existem meios para limitar as mudanças climáticas e que muitos deles contribuem para o
desenvolvimento econômico. A adoção de medidas de mitigação se faz urgente para frear o
aquecimento global e seus efeitos, enquanto as medidas de adaptação auxiliam na diminuição de riscos
e vulnerabilidades. Assim, a transição para uma economia de baixo carbono é tecnicamente viável e
deve ser facilitada por políticas públicas e mecanismos de financiamento adequados.
Atividades
1. Apesar de um relativo declínio nas últimas décadas, esse recurso natural continua sendo a mais
importante fonte de energia da atualidade. Trata-se de uma fonte não renovável e que atua na
produção de eletricidade, combustíveis e na constituição de matérias-primas para inúmeros
produtos, como a borracha sintética e o plástico. A descrição anterior refere-se:
 a) ao gás natural.
 b) ao xisto betuminoso.
 c) à água.
 d) ao petróleo.
 e) ao carvão mineral.
2. As fontes não renováveis podem esgotar-se totalmente em prazos variáveis (pequeno, médio e
longo prazos) de acordo com a extração, o consumo e a disponibilidade. Das alternativas a seguir,
qual delas lista apenas fontes renováveis de energia?
 a) Biocombustíveis, petróleo e carvão mineral.
 b) Energia solar, energia eólica e urânio.
 c) Urânio, gás natural e energia hidrelétrica.
 d) Energia hidrelétrica, energia solar e biocombustíveis.
 e) Gás natural, energia eólica e energia solar.
3. As fontes não renováveis de energia, embora tenham o seu uso amplamente questionado,
respondem por uma considerável parte da matriz global de geração de eletricidade. Entre os itens
a seguir, podemos considerar como pertencentes a esse segmento:
I. A produção a partir do carvão mineral;
O funcionamento das usinas nucleares;
III. A utilização do petróleo e seus derivados;
IV. A construção de estações eólicas;
V. A produção de energia hidroelétrica.
Estão corretas as afirmativas:
 a) I e III.
 b) II e IV.
 c) IV e V.
 d) IV e V.
 e) I, III e V.
Referências
BORGES NETO, M.R.; CARVALHO, P.C.M.D. Geração de energia elétrica: fundamentos. São Paulo: Érica, 2012.
BRASIL. Agência Nacional de Energia Elétrica. Disponível em: http://www.aneel.gov.br
<http://www.aneel.gov.br> . Acesso em: 18 jul 2018.
BRASIL. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Disponível em:
http://www.anp.gov.br <http://www.anp.gov.br> . Acesso em: 18 jul 2018.
BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Disponível em: http://www.mme.gov.br
<http://www.mme.gov.br> . Acesso em: 18 jul 2018.
BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energética. Disponível em:
http://www.epe.gov.br <http://www.epe.gov.br> . Acesso em: 18 jul 2018.
BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Disponível em:
http://www.mme.gov.br/web/guest/secretarias/petroleo-gas-natural-e-combustiveis-
renovaveis/institucional/a-spg <http://www.mme.gov.br/web/guest/secretarias/petroleo-gas-
natural-e-combustiveis-renovaveis/institucional/a-spg> . Acesso em: 18 jul 2018.
ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION. Today in energy. 2015.
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Disponível em: http://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-
abertos/publicacoes <http://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes> .
Acesso em: 18 jul 2018.
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA. Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa).
Disponível em: http://www.mme.gov.br/web/guest/acesso-a-informacao/acoes-e-
programas/programas/proinfa <http://www.mme.gov.br/web/guest/acesso-a-
informacao/acoes-e-programas/programas/proinfa> . Acesso em: 31 jul 2018.
TOLMASQUIM, M.T. Perspectivas e Planejamento do Setor Energético no Brasil. Estud. av. v.26 n.74. São Paulo,
2012.
Próximos Passos
Abordar o uso das energiasrenováveis como importante fator econômico;
Apresentar os substitutos ecologicamente aceitáveis para os combustíveis fósseis.
Explore mais
Assista aos vídeos:
“Estudos da Atmosfera, Geosfera e Hidrosfera - Aula 23 - Recursos energéticos não renováveis
<https://www.youtube.com/watch?v=ks8prFtQ7Dc> ”.
“300 Years of FOSSIL FUELS in 300 Seconds <https://www.youtube.com/watch?v=cJ-
J91SwP8w> ”.
Leia o artigo:
“O Uso Setorial de Energia Renovável versus não Renovável e as Emissões de CO2 na Economia
Brasileira: um Modelo Insumo-Produto Híbrido para 53 Setores
<http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/5991/1/PPE_v45_n02_O_uso_setorial.pdf>
”.
Leia a reportagem:
“RenovaBio: MME Anuncia as Metas de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa em 10%
até 2028 <http://www.mme.gov.br/web/guest/pagina-inicial/outras-
noticas/-/asset_publisher/32hLrOzMKwWb/content/renovabio-mme-anuncia-as-metas-de-
reducao-de-emissoes-de-gases-de-efeito-estufa-em-10-ate-2028> ”.

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