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Processos Psicológicos Básicos

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PROCESSOS PSICOLÓGICOS BÁSICOS
(anotações de aula)
Funções mentais como sensação, percepção, atenção, memória, pensamento, linguagem, motivação e aprendizagem são caracterizadas na psicologia como “Processos Psicológicos Básicos”. Essas funções derivam tanto das interações de processos inatos quanto de processos adquiridos, junto a relações do indivíduo de experiência e vivência com o meio. 
Apesar das distinções desses processos é por meio de sua relação e influência que se pode compreender a dinâmica da mente, pois eles interagem e até dependem de outros processos. Algumas das funções mais estudadas nos processos psicológicos básicos são:
Memória: Capacidade que permite a codificação, o armazenamento e recuperação de dados (decodificação). De forma resumida a memória pode ser dividida em três processos:
· Codificação: envolve o processo de entrada e registro inicial da informação e a capacidade de mantê-la ativa para o processo de armazenamento.
· Armazenamento: envolve a manutenção da informação codificada pelo tempo necessário para que possa ser recuperada e utilizada quando evocada.
· Evocação ou reprodução (decodificação): Caracterizada pela recuperação da informação registrada e armazenada, para que possa ser usada por outros processos cognitivos como pensamento, linguagem e outros.
A memória ainda pode ser classificada como memória de curto prazo, memória de longo prazo, autobiográfica, episódica e sensorial. A perda ou dificuldade de armazenamento ou recuperação de informações é conhecida como amnésia e deve ser tratada sendo comum em casos de lesões e traumas de diferentes espécies.
Emoção: É um estado mental subjetivo associado a uma ampla variedade de sentimentos, comportamentos e pensamentos. Ela desempenha um papel central nas atividades humanas, já que as emoções alteram a atenção e o nível do comportamento resultando em diferentes respostas do indivíduo. Pode ser considerada como uma espécie de depósito de influências aprendidas e inatas. 
Embora normalmente sejam vistos como sinônimos, emoção e sentimento são considerados movimentos diferentes tanto para o psiquismo como para a psicologia.
No livro - E-moções de Rodrigo Fonseca (2012), especialista em Inteligência Emocional e Presidente da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional (SBie), explica que “a palavra emoção vem do latim emovere. O ‘e’ significa ‘energia’ e ‘movere’ significa ‘movimento’. Ou seja, toda emoção, que normalmente percebemos e usamos de forma negativa, existe para nos ajudar a movimentar nossa vida, a MUDAR o que não está bom ou em desequilíbrio. E se não movemos todas essas energias para fora, elas acabam gerando doenças ou dores dentro de nós.”.
Uma emoção é um conjunto de respostas químicas e neurais baseadas nas memórias emocionais, e surgem quando o cérebro recebe um estímulo externo. O sentimento, por sua vez, é uma resposta à emoção e diz respeito a como a pessoa se sente diante daquela emoção.
Relação entre emoções e sentimentos
Uma vez que são as emoções que dão origem aos sentimentos, esses dois tipos de reação estão totalmente relacionados entre si. Da mesma forma que uma emoção desperta um sentimento, um sentimento é capaz de gerar mais emoções da mesma espécie.
Ter consciência de como você reage e se sente diante de cada emoção, portanto, é fundamental para se recuperar de uma emoção ou sentimento negativo. Esse processo é fundamental para manter o equilíbrio emocional. As emoções são reações inconscientes, enquanto os sentimentos são uma espécie de juízo sobre essas emoções.
Imagine uma situação na qual um animal feroz começa a correr atrás de você. Antes de qualquer outra coisa, mesmo da consciência, surge o medo (que é uma emoção). Logo em seguida, você tem a consciência de seus sentimentos. É aí que você percebe que está assustado e com medo.
De onde surgem as emoções e sentimentos
O primeiro contato com as emoções e sentimentos acontece já na vida intrauterina. É cientificamente comprovado que as emoções e sentimentos dos pais são transferidos para o bebê durante a gestação: todos os medos, tristezas, raiva, alegrias, amor e culpa que os pais sentem também são sentidos pelo bebê.
A partir dessas experiências e até os sete anos de idade, o indivíduo desenvolve seus programas emocionais. É nesse período que ele registra e interpreta todas as emoções e experiências de acordo com seus sentimentos, transformando suas interpretações em padrões emocionais e comportamentais que podem refletir por toda a vida.
Pensamento: É a capacidade de compreender, formar conceitos e organizá-lo.  Estabelece relações entre os conceitos por meio de elementos de outras funções mentais, além de criar representações, ou seja, novos pensamentos. O pensamento possibilita a associação de dados e sua transformação em informação estando consequentemente associado com a resolução de problemas, tomadas de decisões e julgamentos.
"Eu não pinto as coisas como as vejo, mas sim como as penso." (Pablo Picasso)
O Pensamento é um processo mental que permite aos seres modelarem o mundo e com isso lidar com ele de uma forma efetiva e de acordo com suas metas, planos e desejos. O pensamento é considerado a expressão mais "palpável" do espírito humano, pois mediante as imagens e ideias se revela à vontade.
A pessoa aprende a pensar ou já nasce pensando? A pessoa aprende, uma vez que nasce com o “aparelho” adequado, o cérebro, mas alguém em interação precisa ensinar a pensar. 
A questão do pensamento criativo é a seguinte: O ser pessoa pensa mediante os dois hemisférios do cérebro. O hemisfério esquerdo e o hemisfério direito. O pensamento que vem do hemisfério esquerdo é chamado de vertical ou convergente. O hemisfério esquerdo é o lado da razão e do raciocínio lógico. O hemisfério direito desenvolve o raciocínio lógico, fenômeno que torna uma pessoa muito inteligente. Para ser talentoso e criativo a pessoa tem que desenvolver a capacidade de "imaginar" e de "ousar". É aí que entra o hemisfério direito. O pensamento que vem do hemisfério direito é chamado lateral ou divergente. Esse é o pensamento criativo. (Bono, 2002).
O raciocínio vertical é cavar cada vez mais fundo no mesmo buraco, enquanto raciocínio lateral é tentar de novo em outro lugar. Em termos práticos, isto quer dizer que, se não se encontra respostas satisfatórias para determinados problemas devemos procurá-las em outro lugar, de outra maneira, olhando sob outro ângulo e através de outras associações. Isso nem sempre é fácil, pois é preciso sair dos esquemas pré-estabelecidos.
Linguagem: A Linguagem é a capacidade de receber, interpretar e emitir informações ao ambiente, além de expressar pensamentos, ideias, opiniões e sentimentos. Maneira que o pensamento encontrou para se manifesta. Por meio da linguagem podem-se trocar informações e desenvolver formas de compreensão e de expressão. A linguagem reflete a capacidade de pensamento, então se uma pessoa tiver um transtorno de pensamento sua linguagem poderá ser prejudicada. Junto aos processos cognitivos é que a linguagem se desenvolve e se as habilidades das funções mentais são crescentes assim os recursos linguísticos também serão. 
A Linguagem está relacionada a fenômenos comunicativos; onde há comunicação, há linguagem. Podem-se usar inúmeros tipos de linguagens para estabelecermos atos de comunicação, tais como: sinais, símbolos, sons, gestos e regras com sinais convencionais (linguagem escrita e linguagem verbal, mímica, signos dentre outros. Num sentido mais genérico, a Linguagem pode ser classificada como qualquer sistema de sinais que se valem os indivíduos para comunicar-se. 
Tipos de Linguagem: verbal e não-verbal. A linguagem verbal pode ser oral (fala) e escrita para comunicar algo. 
  				  
As figuras comunicam sua mensagem através da linguagem verbal escrita (usa palavras para transmitir a informação).
A linguagem Não-Verbal: é aquela que utiliza outros métodos de comunicação, que não são as palavras. Dentre elas estão a linguagem de sinais, as placas e sinais de trânsito, a linguagem corporal
(misancene), uma figura, a expressão facial, um gesto etc.
  		 
Essas figuras fazem uso apenas de imagens para comunicar o que representam.
Sensação: A sensação é a resposta sensorial ou objetiva ao estímulo do meio ambiente. Detecta a experiência sensorial básica por meio dos sons, objetos, odores etc. Desse modo, essa função pode classificada como sendo de natureza objetiva. Os principais tipos de sensações emocionais são: alegria, tristeza, medo e raiva. Sensação é uma reação a qualquer estímulo que ativa áreas do córtex cerebral do indivíduo. Em geral, as pessoas reagem a estímulos externos, como sons e luz, e internos: fisiológicos — associados às emoções.
Percepção: Refere-se à capacidade de captar os estímulos do meio para processamento da informação. Os órgãos dos sentidos são responsáveis pela captação das informações, ou seja, o processamento cerebral depende da visão, olfato, tato, audição, paladar e visão. A percepção é considerada uma característica subjetiva, diferentemente da sensação que é classificada como sendo objetiva. 
					
A percepção é sem dúvidas um importante elemento para a análise da psicologia de um ser humano. Cada indivíduo realiza um processo perceptivo único e diferente dos demais. Neste sentido, a teoria psicológica da Gestalt é aquela que ficou famosa por interessar-se no estudo da percepção humana diante de determinadas figuras, estruturas, desenhos e formas com o objetivo de compreender os sistemas psíquicos dos pacientes.
ATENÇÃO
A atenção acontece, em parte, pela capacidade que o ser humano tem de regular a sua percepção, eliminando alguns estímulos para se concentrar em outros. A atenção é consequência de um processo de escolha, voluntária ou involuntária, entre diferentes possibilidades da percepção. A percepção é realizada por um ou mais órgãos dos sentidos.
Segundo as pesquisas da neurociência, a atenção acontece pela formação de redes neuronais responsáveis pelos estados de alerta, de foco e concentração e, finalmente, de atenção executiva. Esta última é condição para as aprendizagens escolares.
Atenção é um processo que se constitui pela integração de fatores biológicos e culturais. A atenção é modulada, também, pelas emoções.
Papel da atenção na aprendizagem
Sem atenção não há formação de memórias e sem formação de memórias não há aprendizagem dos conhecimentos escolares. 
No cérebro, há três níveis de formação do comportamento de atenção (Izquierdo, 2002; Gazzaniga, 1998; Larry, 2003):a) o estado de alerta; b) o foco e a concentração; c) a atenção executiva.
O estado de alerta é condição inicial para a concentração em um tema de estudo. O planejamento do professor e a adequação da tarefa ao período de desenvolvimento do aluno são fatores que influenciam o estado de alerta. Além desse primeiro momento, a atividade proposta deve levar, pela motivação, ao engajamento do aluno com o conhecimento. O professor depende da manutenção da atenção do aluno para que a aprendizagem aconteça. Com a manutenção da atenção, chega-se ao foco e, daí, à concentração. Deste nível, o aluno pode se engajar nos processos da atenção executiva em que relações são feitas (em nível neuronal), o que levaria à formação de memórias.
Maneiras de estimular a atenção
Comportamentos de atenção se formam desde a educação infantil e, para tanto, precisam fazer parte do currículo. Prestar atenção, focar, manter-se atento, utilizar estratégias que facilitam a atenção são comportamentos que podem (e devem) ser ensinados e praticados com as crianças desde cedo.
A cultura é muito importante na infância para a formação de comportamentos de atenção, uma vez que as práticas culturais da infância exigem, exercitam e qualificam os estados de atenção. As brincadeiras infantis, a música, o desenho e a dramatização são situações próprias do desenvolvimento infantil que têm como característica central a mobilização e a permanência de estados de alerta e de foco da atenção.
As artes, mais antigas que as práticas pedagógicas escolares, têm em sua própria essência a condição de formar estados de atenção, pois sem eles não se toca instrumento, não se dança, não se desenha, não se compõe música. Dessa forma, a atenção é necessária para que os alunos aprendam, logo, resulta de uma proposta curricular que tenha como objetivo trabalhar não somente os conhecimentos formais, mas também as formas de atividade humana que permitem ao ser humano aprender tais conhecimentos.
A atenção faz com que, entre os muitos estímulos do meio ambiente, a pessoa selecione e perceba, somente, alguns aspectos do meio ambiente. Vários fatores, tanto no estímulo, como na pessoa, contribuem para a focalização da atenção em alguns aspectos ambientais. Dentre os fatores que influenciam a atenção, pode-se destacar: a) intensidade do estímulo; b) subtaneidade da mudança; c) novidade; d) relevância para as necessidades individuais e outros da mesma natureza.
REFERÊNCIAS
BRAGHIROLLI, Elaine Maria et al. Psicologia geral Psicologia geral. 9 ed. Porto Alegre: Vozes, 2002.
CAMPOS, Dinah Martins de Sousa. Psicologia da aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 2015. 
LIMA, Elvira Souza. Fundamentos da educação infantil. São Paulo: Inter Alia, 2016. (Coleção Viver a Infância)
FONSECA, Rodrigo. E-moções a inteligência emocional na prática. São Paulo: Reflexões, 2012.

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