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Um olhar histórico ao passado facilita o entendimento do presente e permite refletir o futuro. A origem da palavra é desconhecida, etimologicamente deriva dos termos gregos “epi”= sobre ou acima; “demos”= população; “logos” = estudo, significando o estudo das populações. Segundo a Associação Internacional de Epidemiologia (IEA) são três os objetivos principais da epidemiologia: "Estudo da frequência, da distribuição e dos determinantes dos estados ou eventos relacionados à saúde em específicas populações e aplicação desses estudos no controle dos problemas de saúde." 1. Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde nas populações humanas; 2. Proporcionar dados essenciais para o planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das doenças, bem como para estabelecer prioridades; Sociedades tribais e antigas - Teoria mágica religiosa A ausência de uma base científica para explicar fenômenos permitiu uma série de suposições que se baseavam em razões espirituais, mágicas ou outras deduções imagináveis. Idade média - Teoria miasmática A causa da doença era de natureza externa, não fazia parte do homem, vinha de locais pútridos, pântanos, ar, ventos, alterações astrológicas de outros indivíduos com humores pestilentos e até objetos contaminados. Página 1 Epidemiologia A Epidemiologia 3. Identificar fatores etiológicos na gênese das enfermidades. Concepções de saúde e doença ao longo da história Concepção científica O desenvolvimento do microscópio permitiu a criação de novas áreas do conhecimento como a citologia bacteriologia, microbiologia e patologia celular na qual a Epidemiologia estabelece ligação. Teoria da geração espontânea: Convicção de que a vida pode surgir espontaneamente, a partir da matéria inerte, não viva, sem progenitores naturais a partir de matéria orgânica. Teoria bacteriana - unicausal Queda da geração espontânea. Louis Pasteur demonstrou que o ar é uma fonte de microorganismos e que a matéria pode ser contaminada por bactérias por estarem sempre presentes no ar, no solo, nas mãos e no vidro. Em 1882, Heinrich Koch anuncia o agente causador da tuberculose. Era do Declínio das Pandemias - Renascença até o início da Revolução Industrial. Foi caracterizada pelo progressivo desaparecimento das grandes pandemias, embora as doenças infecciosas continuassem a ser a principal causa de morte. Nesse período verificou- se uma gradual melhora no padrão de vida e a expectativa de vida alcançou os 40 anos. Iniciou-se um longo período de crescimento populacional. NO BRASIL Segundo a teoria de OMRAM Em 1986, Olshansky e Ault, sugeriram o início de um quarto estágio da transição epidemiológica, ao qual denominaram de A Era do Retardamento das Doenças Degenerativas caracterizado por um declínio da mortalidade nas idades mais avançadas, em decorrência de um retardamento nas mortes causadas pelas doenças crônicas e degenerativas. Nessa fase, a expectativa da vida superaria o limite dos 80 anos. O consequente rápido aumento na proporção de pessoas idosas apresentaria novos desafios para os sistemas de seguridade social e de atenção á saúde. Página 2 EM PAÍSES DESENVOLVIDOS TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA Era das Doenças Degenerativas Causadas pelo Homem - Revolução Industrial até os tempos modernos. Caracterizou-se por uma melhora do padrão de vida das populações e declínio das doenças infecciosas, que se iniciou várias décadas antes do aparecimento das sulfas e dos antibióticos e se acentuou após esses progressos da medicina. A expectativa de vida aumentou até atingir os 70 anos. As principais causas de mortalidade passaram a ser doenças cardiovasculares e as neoplasias malignas. Nessa fase, houve uma desaceleração no crescimento demográfico. Verifica-se assim, no Brasil, uma polarização epidemiológica com a existência simultânea de elevadas taxas de morbidade e mortalidade por doenças crônico-degenerativas e de incidência e prevalência de doenças infecciosas e parasitárias, cuja mortalidade ainda é elevada em comparação com as taxas de países desenvolvidos e de outros países da América Latina. Era da Fome das Pestilências - Início dos tempos históricos até o fim da Idade Média. Foi caracterizada por altos índices de natalidade, altas taxas de mortalidade por doenças infecciosas endêmicas e epidemias que assumiam, com frequência, caráter pandêmico, devastando as populações. Nessa fase, a expectativa de vida estava em torno de 20 anos e o crescimento demográfico foi lento. Universitária: Luana Mendes Elias Referências: ARAÚJO JD. Polarização epidemiológica no Brasil. Informe Epidemiológico do SUS. 1992; 1(2): 6-15. RAMALHO, Walter. Introdução ao estudo da epidemiologia. Goiânia. 2009. Adaptação do texto Capítulo 1 - Introdução ao Estudo da Epidemiologia. ALVES-PEREIRA, R., ALVES-SOUZA, R. A., & Sousa Vale, J. (2015). O processo de transição epidemiológica no Brasil: Uma revisão de literatura. Revista Científica Da Faculdade De Educação E Meio Ambiente, 6(1), 99-108. VASCONCELOS, Ana Maria Nogales; GOMES, Marília Miranda. Forte Transição demográfica: a experiência brasileira. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v.21, n.4, p.539-548, out./dez.2012. No Brasil, defronta-se com a permanência ou até mesmo com o recrudescimento das doenças infecciosas e parasitárias, ao contrário do que se deu nos países industrializados, onde as doenças crônicas só passaram a assumir papel preponderante após o virtual controle das doenças transmissíveis. Uma das principais características do processo de transição epidemiológica é o aumento de doenças crônicas não transmissíveis, surgindo com maior impacto em países desenvolvidos e a partir da década de 1960 vem se espalhando rapidamente pelo Brasil Nessa perspectiva, observa-se que o indivíduo possui uma chance maior de prolongar sua vida, tendo em contrapartida uma grande possiblidade de estar cronicamente doente
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