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Atenção e Orientação

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Fernanda Carvalho, 3º semestre – TUT 04 
 
 PSICOPATOLOGIA 
 
ATENÇÃO E ORIENTAÇÃO 
Quando se faz um exame psíquico, a 
tendência é que se concentre mais naquelas 
funções psíquicas onde pode observar uma 
psicopatologia positiva, ou seja, onde o 
paciente não apresenta sintomas. 
A variação da orientação é obrigatória em 
qualquer exame psíquico e é uma das 
primeiras coisas que temos que avaliar. Vem 
logo após aparência e estado de 
consciência, pois a partir do grau de 
orientação podemos verificar uma série de 
questões referentes às demais questões 
psíquicas. 
ORIENTAÇÃO 
A capacidade de orientar-se é caracterizada 
em alopsíquica e autopsíquica. 
 ORIENTAÇÃO ALOPSÍQUICA: 
Diz respeito à capacidade de orientar-se em 
relação ao mundo, isto é, quanto ao espaço 
(orientação espacial ou topográfica) e 
quanto ao tempo (orientação temporal). 
TEMPO E ESPAÇO: 
 Construtores da mente humana – o 
que é observado é o 
compartilhamento; 
 Não temos acesso direto à realidade, 
tudo que temos consciência é 
mediado pelos órgãos do sentido e 
suas inervações ... 
 O espaço nos limita, mas o tempo nos 
define; 
 Tempo e espaço psíquicos – não são 
percebidos na primeira infância: eles 
vão se desenvolvendo geralmente a 
partir dos 6 anos de idade, por isso que 
a alfabetização e socialização da 
criança começam nessa idade; 
 Medição fisiológica do nosso corpo: 
ritmos circadianos – núcleos 
supraquiasmáticos do hipotálamo 
(exposição à luz) – temperatura 
corporal, metabolismo basal, 
frequência respiratória e cardíaca, 
ciclo sono vigília 
 Glândula pineal ou epífise: regulação 
sazonal – secreção da melatonina 
o Cronótipos e variações de 
gênero e idade. 
 Esquema corporal e imagem corporal: 
não correspondem ao nosso corpo 
real, mas sim à imagem que fazemos, 
que é dada tanto em sensações 
quanto com uma série de questões 
culturais. 
TEMPO E ESPAÇO NA CLÍNICA: 
 Sazonalidade: existem muitos casos de 
transtornos afetivo, bipolar que pode 
piorar ou melhorar de acordo com a 
estação do ano (ex.: quando chove 
muito, a luminosidade apaga e tem-se 
um aumento de depressão). 
 Karls Jaspers: 
o Aceleração ou lentificação do 
tempo; 
o Perda da consciência do 
tempo; 
o Desrealização do tempo e 
espaço: quando percebemos 
que o tempo ou espaço como 
não sendo reais (não é 
necessariamente patológico, 
pois qualquer pessoa pode ter 
essa sensação em uma 
situação de estresse). 
o Imobilização do tempo: pode 
acontecer em quadros 
psicóticos; 
o Alterações da consciência do 
futuro: uma pessoa deprimida 
perde a possibilidade de pensar 
no futuro, porque para ela 
nunca irá melhorar; 
o Alterações esquizofrênicas da 
consciência do tempo 
(desagregação, confusão); 
 Lesões cerebrais – perda de aquisição 
de novas informações. 
 Fernanda Carvalho, 3º semestre – TUT 04 
 
o Lesões corticais difusas e amplas 
ou lesões bilaterais: doença de 
Alzheimer; 
o Lesões mesotemporais do 
sistema límbico: síndrome de 
Korsakoff. É mais evidente em 
dependentes de álcool: a 
vitamina b1 é absorvida via 
estômago, se a pessoa bebe 
muito e continuadamente, essa 
absorção da tiamina fica 
prejudicada e começa a ter 
carência no organismo. Quadro 
crítico: síndrome de Wernicke-
Korsakoff (rigidez muscular, 
tremor, confusão mental, etc.). 
Nesse caso será preciso uma 
dose de tiamina imediatamente 
no paciente. 
 Estados demenciais – referência ao 
passado; 
 Delirium (lesão no tronco cerebral e no 
sistema reticular ativador ascendente) 
e uso de substâncias: ex.: álcool; 
 Alterações do afeto e o tempo 
o Severamente deprimida: 
lentificação da pessoa; muitas 
vezes a pessoa sente que o 
tempo não passa; 
o Ansiedade: faz parte de quase 
todos os diagnósticos 
psiquiátricos. É um excesso de 
futuro; 
o Angústia: sensação de aperto 
no peito, de que as paredes 
estão se fechando. 
 Esquizofrenia: dificuldade de 
delimitação, espacialização do 
tempo. 
O QUE PODE CAUSAR ALTERAÇÕES DA RELAÇÃO 
TEMPO X ESPAÇO: 
 Apatia na depressão: uma pessoa 
muito deprimida precisa gastar 
energia para notar o mundo externo e 
se orientar; 
 Estados de perda de memória: como 
consequência desorientação 
temporal; 
 Estados psicóticos e delirantes; 
 Alterações do estado de consciência 
(delirium, estados convulsionais, 
sedação). 
Observar variações culturais: para saber o 
nível de perguntas a serem feitas durante a 
consulta e verificar a orientação de tempo e 
espaço. Ex.: em que país nós vivemos? Em 
que bairro você mora? Que dia da semana é 
hoje? (O ideal é ir do geral para o específico. 
A pessoa tem mais tendência a estar 
orientada pelo geral). 
p.s.: a orientação temporal em geral é a 
primeira a ser perdida, depois a espacial, e a 
última é a orientação em relação a si próprio 
(orientação autopsíquica). 
 ORIENTAÇÃO AUTOPSÍQUICA – PESSOA: 
Alterações da consciência do EU ocorre nos 
quadros psicóticos e está preservada nas 
alterações de consciência e nos quadros 
demenciais iniciais. 
CONSCIÊNCIA DO EU: 
 Atividade do EU: eu que penso, 
eu que sinto, eu que quero; 
 Unidade do EU: sensação de 
que somos um só, mas na 
verdade temos um 
comportamento diferente em 
cada situação, mas em todas 
as circunstâncias não achamos 
que somos outra pessoa. Já o 
psicótico se vê “partido” 
(estilhaçamento do EU); 
 Identidade do EU: sensação de 
“sou eu mesma com o passar do 
tempo”. Porém existem 
transtornos nos quais a 
identidade em si é alterada, um 
deles é o transtorno dissociativo 
de identidade ou 
personalidade múltipla; 
 Oposição: entre o mundo 
externo e o que é interno a 
pessoa. 
ATENÇÃO 
Conjunto de processos psicológicos que torna 
o ser humano capaz de selecionar, filtrar e 
organizar as informações em unidades 
 Fernanda Carvalho, 3º semestre – TUT 04 
 
controláveis e significativas. Os termos 
“consciência e “atenção” estão 
estreitamente relacionados. A determinação 
do nível de consciência é essencial para a 
avaliação da atenção (Cohen; Salloway; 
Zawacki, 2006). 
 Estado de receptividade cerebral aos 
estímulos externos e internos; 
o Processamento, seleção, 
alocamento de recursos 
cerebrais; 
o Direção da consciência. 
 Tronco encefálico, sistema límbico e 
neocórtex. 
NATUREZA DA ATENÇÃO: 
 Voluntária: concentração ativa e 
intencional da consciência sobre um 
objeto. Atenção deliberada; 
 Espontânea: suscitada por interesse 
momentâneo. Geralmente está 
aumentada nos estados mentais em 
que o indivíduo tem pouco controle 
voluntário sobre sua atividade mental. 
Atenção automática a um estímulo 
súbito. 
DIREÇÃO DA ATENÇÃO: 
 Externa: projetada para fora do 
mundo subjetivo do sujeito, voltada 
para o mundo exterior ou para o 
corpo, geralmente de natureza mais 
sensorial, utilizando os órgãos dos 
sentidos; 
 Interna: se volta para os processos 
mentais do próprio indivíduo. É uma 
atenção mãos reflexiva, introspectiva 
e meditativa. 
AMPLITUDE DA ATENÇÃO: 
 Focal: se mantém concentrada sobre 
um campo delimitado da consciência. 
Ex.: pessoas jogando vídeo-game, 
olhando algo no celular; 
 Dispersa: não se concentra em um 
campo determinado, espalhando-se 
de modo menos delimitado. A pessoa 
não está focada em nada, porém 
percebe algo em menor proporção. 
QUALIDADES DA ATENÇÃO: 
 Tenacidade: capacidade de fixar e 
manter a atenção sobre determinado 
estímulo, em um tema da conversa ou 
em um campo de atenção; 
 Vigilância: capacidade de mudança 
de foco, de um objeto para outro. 
p.s.: tenacidade e vigilância possuem 
sentidos antagônicos. Por exemplo: nosestados maníacos, os pacientes costumam 
apresentar hipotenacidade (redução da 
capacidade de fixar a atenção) e 
hipervigilância (uma atenção que salta 
rapidamente de um estímulo para outro). 
PSICOPATOLOGIA DA ATENÇÃO: 
 Hiperprosexia: estado de atenção 
exacerbada. Ex.: quando a pessoa se 
vê diante de um perigo, em que há 
uma descarga de adrenalina e um 
aumento na capacidade global de 
atenção; esse quadro não é mantido 
por muito tempo, apenas enquanto 
houver adrenalina no corpo; 
 Hipoprosexia: alteração mais comum 
e menos específica da atenção. Perda 
básica da capacidade de 
concentração, com fatigabilidade 
aumentada, o que dificulta a 
percepção dos estímulos ambientais e 
a compreensão; 
 Aprosexia: total abolição da 
capacidade de atenção, por mais 
fortes e variados que sejam os estímulos 
utilizados; 
 Distração: hiperconcentração sobre 
um objeto com inibição do restante; 
 Distraibilidade: instabilidade marcante 
e mobilidade acentuada da atenção 
voluntária, com dificuldade ou 
incapacidade de fixar ou manter a 
atenção em atividade produtiva. Ou 
seja, a atenção do indivíduo é muito 
facilmente desviada de um objeto 
para outro. 
Desatenção, hiperatividade e impulsividade: 
tríade clássica do TDAH (Transtorno de déficit 
de atenção com hiperatividade). A 
hiperatividade e a impulsividade podem não 
estar presentes, mas para se ter o déficit de 
atenção o essencial é a desatenção 
patológica. 
 Fernanda Carvalho, 3º semestre – TUT 04 
 
 
É importante salientar, também, que ninguém 
fica com déficit de atenção depois de 
adulto. O déficit acompanha o indivíduo 
desde a sua infância, pois ele é uma 
alteração no desenvolvimento, na 
maturação do cérebro da criança. Por isso 
que cerca de 60-70% dos casos de déficit de 
atenção, quando a pessoa entra na idade 
adulta, desaparece. Porém em 30% dos casos 
ainda continua e a pessoa precisa tratar por 
toda a sua vida. 
SUBTIPOS DA ATENÇÃO: 
 Atenção localizada ou seletiva 
(concentração): diz respeito aos 
processos que permitem ou facilitam a 
seleção de estímulos e informações 
relevantes para o sujeito e seu 
processamento cognitivo; 
 Atenção sustentada: capacidade de 
manter a atenção ao longo do tempo, 
geralmente durante uma atividade 
contínua e repetitiva. Ex.: quando um 
estudante consegue manter sua 
atenção em uma aula por uma ou 
duas horas, seguindo o raciocínio e a 
exposição do professor, sem se distrair 
com outros estímulos do ambiente; 
 Atenção alternada: mudança do foco 
de atenção (set-shifting), alternando 
voluntariamente o foco atencional de 
um estímulo a outro durante a 
execução de tarefas. Ex.: quando 
estamos assistindo a uma série na TV e 
recebemos uma chamada telefônica, 
atendemos o telefone e respondemos 
a algumas perguntas rápidas do 
interlocutor e depois voltamos ao 
enredo da série. É essencial quando a 
pessoa está dirigindo um carro, para 
que não cause um acidente; 
 Atenção dividida: os processos 
atencionais não se limitam a um único 
alvo ou foco de atenção. É acionada 
quando duas ou mais tarefas ou 
estímulos concorrentes se apresentam 
ao sistema atencional. Resumindo: é 
quando a pessoa consegue fazer mais 
de uma coisa ao mesmo tempo; 
 Seleção de resposta e controle 
seletivo: a atenção está sempre 
envolvida na seleção não apenas dos 
estímulos e das informações, mas 
também das respostas e do controle 
destas. 
ALERTA CORTICAL– Sistema Ativador Reticular 
Ascendente (SARA): 
Possibilita o nível de consciência básico para 
manter a vigilância necessária aos processos 
de atenção; assim, fornece a preparação 
inespecífica à atenção. 
HÁBITO E SENSIBILIZAÇÃO: 
Quando um indivíduo ou animal é exposto a 
um estímulo novo, há um padrão de respostas 
motoras, do sistema nervoso autônomo 
(excitação fisiológica) e da atividade elétrica 
cerebral, que indica que o organismo entrou 
em certo estado de alerta, de prontidão, 
para captar o estímulo e a ele responder. Se 
tal estímulo se dá de forma contínua ou 
repetitiva, ele deixa de desencadear a 
resposta de orientação. Esse fenômeno é 
denominado hábito. O fenômeno oposto é a 
sensibilização, que ocorre quando, devido à 
natureza ou ao contexto do estímulo, o 
organismo passa a se excitar mais e mais com 
a repetição do estímulo, aumentando a 
prontidão geral de resposta. 
AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO: 
Primeiro é avaliada quantitativamente e 
depois qualitativamente. 
 Exame quantitativo 
o Grau de interação e 
cooperação; 
o Orientação temporal; 
o Orientação espacial; 
o Orientação pessoal. 
 Exame qualitativo 
 Tarefas simples: 
o Meses do ano em ordem inversa; 
o Cálculos mentais; 
 Fernanda Carvalho, 3º semestre – TUT 04 
 
o Extensão de dígitos – aumentar até 
que haja duas falhas seguidas; 
o Soletrar palavras em ordem 
inversa. 
SÍNDROME DE INATENÇÃO OU NEGLIGÊNCIA: 
 Lesões pré-frontais ou parietais 
inferiores 
o Falha em perceber, responder 
ou orientar-se em um 
hemiespaço. A pessoa deixa de 
perceber a metade do próprio 
corpo e/ou metade do 
ambiente. Ex.: barbear um lado 
só do rosto, só colocar um braço 
no casaco, etc. 
o Sensorial e/ou motora; 
o Sensorial: espacial, pessoal, 
representacional. 
 Teste de bissecção de linhas: a pessoa 
risca as linhas. Na imagem, percebe-se 
que a pessoa riscou as linhas do lado 
direito e não riscou as do lado 
esquerdo, pois não as percebeu.

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