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Pensamento e Linguagem

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Fernanda Carvalho, 3º semestre – TUT 04 
 
PSICOPATOLOGIA 
PENSAMENTO E LINGUAGEM 
Pensamentos são as funções psíquicas 
superiores, juntamente com a afetividade, 
linguagem. 
Elementos: conceito, juízo e raciocínio. 
 Conceito: Se formam a partir das 
concepções e representações. 
Diferentemente das percepções, o 
conceito não apresenta elementos de 
sensorialidade, não sendo possível 
contemplá-lo, nem imaginá-lo. É algo 
puramente cognitivo, intelectivo, não 
devendo ter qualquer resquício sensorial. 
Não é possível vizualizá-lo, ouvi-lo ou senti-
lo. Exprime apenas as características mais 
gerais dos objetos e fenômenos. Ex.: 
pensar em uma mesa, todos vão pensar 
nas mesmas características. 
 Juízos: relações significativas entre 
conceitos básicos, atribuição de valor; 
característica. Articulação entre dois ou 
mais conceitos ou termos. 
 Raciocínio: função que relaciona 
conceitos e juízos formando uma narrativa 
ou argumentação. 
P.S.: O pensamento é sempre influenciado 
pelo meio. 
PENSAMENTO LÓGICO: 
O que caracteriza um pensamento normal é 
ser regido pela lógica formal e orientar-se 
segundo a realidade e os princípios de 
racionalidade da cultura na qual o indivíduo 
se insere. 
Segundo a visão aristotélica, os princípios 
básicos do pensamento lógico-formal que 
orientam o pensamento normal e maduro 
são: 
 Princípio da identidade: princípio da não 
contradição. Afirma que A é A e B é B; 
logo, A não pode ser B. 
 Princípio da causalidade: afirma que se A 
é causa de B, então B não pode ser ao 
mesmo tempo causa de A. 
 Princípio da relação da parte ao todo: 
discrimina rigorosamente a parte do todo. 
Se A é parte de B, então B não pode ser 
parte de A. Assim, se o Brasil é uma parte 
da América do Sul, então a América do Sul 
não pode ser uma parte do Brasil. 
Entre esses princípios correm processo de 
dedução e indução: 
 Dedução: pega princípios gerais e chega 
a fatos particulares. Parte de esquemas, 
axiomas, definições e teoremas 
constituídos, já bem arquitetados, para, 
por meio de demonstrações lógicas, assim 
deduzir a correção de pensamentos. 
Presta-se mais a ciências matemáticas, à 
lógica formal, a conhecimentos teóricos. 
 Indução: parte da observação dos fatos 
elementares, da experimentação e da 
comparação entre fenômenos para 
chegar a conclusões e concepções mais 
gerais, a hipóteses explicativas e 
classificações mais amplas. Mais utilizado 
nas ciências empíricas, baseadas na 
investigação de fatos e objetos do mundo 
real. 
TIPOS DE PENSAMENTO: 
 Intuição: capacidade de apreender a 
realidade diretamente sem o uso do 
raciocínio; 
 Simbolização: capacidade de utilizar 
símbolos para significar objetos e 
conceitos; 
 Abstração: capacidade de generalizar, a 
partir de conceitos abrangentes 
independentes do objeto concreto. 
Como encontrar comprometimento 
cognitivo? 
Quando existe comprometimento cognitivo 
se observa incapacidade para compreensão 
de analogias, metáforas, provérbios e 
fábulas. 
As características básicas do pensamento 
podem estar alteradas no processo de pensar 
e elas são: 
 Fernanda Carvalho, 3º semestre – TUT 04 
 
 Curso do pensamento: é o modo como o 
pensamento flui, sua velocidade e seu 
ritmo ao longo do tempo; 
 Forma do pensamento: é a sua estrutura 
básica, sua arquitetura, preenchida pelos 
mais diversos conteúdos e interesses do 
indivíduo; 
 Conteúdo do pensamento: pode ser 
definido como aquilo que lhe dá 
substância, seus temas predominantes, o 
assunto em si. 
Comprometimento cognitivo: incapacidade 
para compreensão de analogias, metáforas. 
As alterações podem ser quantitativas ou 
qualitativas. 
 Quantitativa: por perda ou 
empobrecimento nas oligofrênicas 
 Qualitativa: não se deve às perdas, mas 
sim com a divisão do pensamento 
(comum nas esquizofrenias). 
Alterações de forma e curso: 
 Taquipsiquismo: alteração do curso; 
velocidade (rápido); 
 Fuga de ideias: é uma alteração do fluxo 
e da estrutura do pensamento secundária 
a acentuada aceleração do 
pensamento, na qual uma ideia se segue 
a outra de forma extremamente rápida, 
perturbando-se as associações lógicas 
entre os juízos e os conceitoslteração do 
curso; velocidade (aceleração muito 
intensa); 
 Bradipsiquisimo: alteração do curso; 
velocidade (lento); 
 Inibição do pensamento: como se o 
pensamento caísse em um buraco, fosse 
inibido; 
 Prolixidade: alteração da forma do 
pensamento; grande circunstancialidade 
(exagero de detalhe na fala) ex.: 
perguntas as horas e a pessoa contam a 
história do relógio; 
 Preservação: alteração da forma do 
pensamento (a pessoa só consegue falar 
sobre um assunto) 
Outras alterações do pensamento: 
 Ideias sobre valentes: a afetividade 
predomina sobre o raciocínio (catamia) 
(paixão predomina sobre o raciocínio); 
 Ideias obsessivas: o paciente reconhece 
a ideia como absurdas, mas não 
consegue afasta-las (não vai embora 
após um tempo, permanece). Isso 
determina uma luta constante entre as 
ideias obsessivas, que voltam de forma 
recorrente à consciência, gerando um 
estado de angústia constante; 
 Pseudologia fantástica: corresponde à 
mitomania, ao pensamento constante 
fantasioso. Ocorre em personalidades 
imaturas, irônicas, teatrais. (Incomum em 
consultório, relacionado com transtorno 
de personalidade). 
Alterações do pensamento 
esquizofrênico: 
Diversas formas de interrupção do curso 
associativo que conduzem progressivamente 
à desagregação. 
 Bloqueio; 
 Fusão: 2 pensamentos em uma mesma 
palavra; 
 Descarrilamento ou substituição: o 
pensamento passa a extraviar-se de seu 
curso normal, toma atalhos colaterais, 
desvios, pensamentos supérfluos, 
retornando aqui e acolá ao seu curso 
original; 
 Imposição: forma do delírio de influência; 
 Interceptação e roubo do pensamento: é 
uma vivência, frequentemente associada 
ao bloqueio do pensamento, na qual o 
indivíduo tem a nítida sensação de que 
seu pensamento foi roubado de sua 
mente, por uma força ou ente estranho, 
por uma máquina ou antena, etc.; 
 Desagregação: profunda e radical perda 
dos enlaces associativos, total perda da 
coerência do pensamento (é quando o 
discurso perde o sentido); 
 Delírio: alteração do pensamento; do juízo 
da realidade; 
 Crítica: a capacidade de crítica é perdida 
no delírio. 
Capacidade de comparar juízos, buscar a 
coerência e identificar incoerências. Possuem 
3 níveis: 
 Internos; 
 Do indivíduo em relação a seu corpo; 
 Do indivíduo em relação ao mundo. 
 Fernanda Carvalho, 3º semestre – TUT 04 
 
Encadeamentos de juízos afins: 
demonstração de uma verdade: dedução, 
indução, analogia. 
Semiologia: perguntas para detalhamento 
da ideação delirante: perseguição, 
referência, influência, ciúmes, 
envenenamento, roubo, místico, grandioso, 
eretemania. 
 
DELÍRIO: 
Definição: 
As ideias delirantes, ou delírio, são juízos 
patologicamente falsos. É a alteração do 
pensamento e juízo de realidade, conteúdo 
falso, mas não necessariamente impossível. 
 É um erro do ajuizar que tem origem no 
adoecimento mental; 
 Sua base é mórbida, pois ele é motivado 
por fatores patológicos; 
 Ideias delirantes típicas, observadas na 
prática clínica, são, por exemplo: “tenho 
certeza de que meus pais (ou os vizinhos) 
querem me envenenar” “eu sou a nova 
divindade que tem poderes para acabar 
com o sofrimento no mundo a hora que 
quiser”; 
 Cabe ressaltar que não é tanto a 
falsidade do conteúdo que faz um juízo, 
uma crença, ser um delírio (embora quase 
sempre a crença delirante seja falsa), massobretudo a justificativa para a crença 
que o delirante apresenta, o tipo de 
evidência que lhe assegura que as coisas 
são assim; 
 Possui clareza de convencia; 
 Influenciáveis: convicção extrema de 
certeza subjetiva (não pode ir de encontro 
ao delírio) 
 Não pode ser secundário a outros fatores, 
ex: ideia deliroide, secundaria a 
depressão 
 Sistematizados ou não 
 Cognições, percepções ou 
representações delirantes 
Características ou indícios externos que, 
do ponto de vista prático, são muito 
importantes para a identificação clínica 
do delírio: 
 O indivíduo que apresenta delírio tem 
convicção extraordinária, uma certeza 
subjetiva praticamente absoluta; 
 É impossível a modificação do delírio pela 
experiência objetiva, por provas explícitas 
da realidade, por argumentos lógicos, 
plausíveis e aparentemente convincentes. 
Assim, diz-se que o delírio é irremovível, 
irrefutável; 
 O delírio é, quase sempre, um juízo falso; 
seu conteúdo é impossível; 
 O delírio é muitas vezes vivenciado como 
algo evidente; o indivíduo acredita que é 
claro, óbvio, que as coisas estejam 
acontecendo da forma como estão; 
 O delírio é uma produção associal, 
idiossincrática em relação ao grupo social 
do paciente. Geralmente se trata de uma 
convicção de uma só pessoa. 
Dimensões do delírio: 
 Grau de convicção. Mais marcante na 
esquizofrenia e menos intensa, por 
exemplo, nas psicoses reativas breves e 
nos transtornos de humor com sintomas 
psicóticos; 
 Extensão. Em que a ideias delirantes 
envolvem diferentes áreas da vida do 
paciente; 
 Bizarrice ou implausibilidade. Trata-se do 
quanto seu delírio se distancia da 
realidade consensual, do quanto 
implausível ou impossível é o delírio; 
 Desorganização. Os delírios mais 
organizados são observados nos 
transtornos delirantes e em pacientes 
psicóticos, que, de modo geral, têm 
inteligência mais privilegiada. Indivíduos 
com deficiência intelectual e/ou 
demência geralmente apresentam 
delírios mais desorganizados; 
 Pressão ou preocupação. Trata-se do 
quanto o paciente se sente pressionado 
pelo delírio; 
 Resposta afetiva ou afeto negativo. Trata-
se do quanto o paciente fica abalado, 
ansioso, triste ou irritado em consequência 
do delírio; 
 Comportamento em função do delírio. 
Trata-se do quanto o paciente age em 
função do seu delírio e em que medida 
ele pratica atos estranhos, perigosos ou 
 Fernanda Carvalho, 3º semestre – TUT 04 
 
inconvenientes a partir de suas ideias 
delirantes 
Elementos do delírio: 
 Cognições delirantes: ideias que surgem a 
partir do nada. Ex.: “o diabo vai me 
pegar”. 
 Percepções ou representações delirantes: 
percepções ou memórias que podem ser 
reais ou alucinações. Ex.: “o papa na 
televisão fez um sinal só para mim”. 
Tipos mais comuns de delírio: 
 Persecutórios (mais comum): delírios de 
perseguição. O indivíduo acredita a todo 
momento que está sendo vítima de um 
complô e que está sendo perseguido por 
diferentes pessoas; 
 Religiosos ou místicos: o indivíduo afirma 
ser um novo messias (ou estar em 
comunhão com divindades e receber 
mensagens delas); 
 De grandeza/missão/enormidade: o 
indivíduo acredita ser uma pessoa muito 
especial, dotada de poderes e 
capacidades também especiais; 
 Ciúme e infidelidade: o indivíduo afirma 
ser traído pelo cônjuge de forma vil e 
cruel; afirma que tem centenas de 
amantes, que o trai com parentes, 
amigos, etc.; 
 De ruina (niilista): o indivíduo vive um 
mundo repleto de desgraças, está 
condenado à miséria, ele e sua família irão 
passar fome, o futuro lhe reserva apenas 
sofrimento e fracasso; 
 De autorreferência ou alusão: em que o 
indivíduo ser alvo frequente ou constante 
de referências depreciativas, caluniosas. 
Ex.: “estou no ônibus e todos estão rindo 
de mim”. Comum na esquizofrenia, 
transtornos delirantes, demências, 
quadros de depressão ou mania delirante; 
 Reivindicatório ou querelante ex.: delírio 
que a 100 anos uma pessoa roubou as 
terras da família do psicótico, e ele resolve 
matar a pessoa; 
 Compartilhado (foice a deux); 
 Sexual (ideias de sedução, estupro) 
comum nos quadros maníacos e quadros 
psicóticos histéricos (folie hysterique); 
 Erótico (eretomania, síndrome ou delírio 
de Clerambault): o indivíduo afirma que 
uma pessoa famosa ou de destaque 
social para o paciente, está apaixonado 
por ele e irá abandonar tudo para que 
possam se casar, ficar juntos; 
 Relacional: o indivíduo delirante constrói 
aqui conexões significantes (delirantes) 
entre os fatos normalmente percebidos. É 
quando o paciente pensa que realmente 
“tudo faz sentido”; 
 De culpa e autoacusação: o indivíduo 
acredita, sem base real, que é culpado 
por tudo de ruim que acontece no mundo 
e na vida das pessoas que o cercam, ter 
cometido um grave crime, ser uma pessoa 
indigna, suja, etc. comum em pessoas 
com depressão; 
 Hipocondríaco: o indivíduo crê com 
convicção extrema que tem uma doença 
grave, incurável, que está contaminado 
pelo vírus da aids, que irá morrer 
brevemente em decorrência do câncer, 
sendo que, na realidade, ele não tem 
essas doenças. É um tipo de delírio muitas 
vezes difícil de diferenciar das ideias 
hipocondríacas intensas não delirantes. 
Delírios primários ou ideias delirantes 
verdadeiras: 
É um fenômeno psicologicamente 
incompreensível, não tem raízes na 
experiência psíquica do ser humano sadio; 
por isso é impenetrável, incapaz de ser 
atingido pela relação intersubjetiva, pelo 
contato empático entre entrevistador e 
entrevistado. É algo extremamente novo na 
vida do indivíduo. 
Delírios secundários (ideias deliroides, 
delírios compartilhados): 
Difere do primário por não se originar de 
alteração primária do pensamento, mas de 
alterações profundas em outras áreas da 
atividade mental, que indiretamente 
produzem juízos falsos. 
 Ideias deliroides: surgem em decorrência 
de situações desencadeadoras 
compreensíveis e relacionas a fatores que 
causaram eventos traumáticos, 
depressão, mania); 
 Delírios de interpretação: surgem em 
consequência de estados alucinatórios 
 Fernanda Carvalho, 3º semestre – TUT 04 
 
primários que ensejam uma interpretação 
fantasiosa. 
Estrutura dos delírios: 
1. Delírios simples (monotemático): são 
ideias que se desenvolvem em torno 
de um só conteúdo, de um único tipo; 
2. Delírios complexos (pluritemáticos): são 
aqueles que englobam vários temas 
ao mesmo tempo (envolvendo 
conteúdos de perseguição, místico-
religioso, sexual, etc.); 
3. Delírios não sistematizados: são 
aqueles sem concatenação 
consistente. Comum em indivíduos 
com baixo nível intelectual, com 
deficiência intelectual ou em 
pacientes com quadros confusionais 
ou com demências; 
4. Delírios sistematizados: são aqueles 
bem organizados, com histórias ricas, 
bem consistentes e bem 
concatenadas, que mantém, ao longo 
do tempo, os mesmos conteúdos, com 
riquezas de detalhes.

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