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Processos Psicológicos Básicos pensamento e linguagem

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Pensamento – Resolução de problemas
Alguns métodos para resolução de problema:
Método da tentativa e erro - através de tentativas e erros chegamos a solução do problema. 
Algoritmo - um procedimento passo a passo que garante uma solução. 
Heurísticas – utilização de estratégias mais simples relacionadas as nossas experiências e crenças. 
Insight – súbita solução de um problema; compreensão repentina de uma situação. 
Resolução de problemas - Algoritmo
Um algoritmo é um procedimento utilizado para resolver problemas que garante uma resposta correta. 
Exemplo: Se nos pedissem para encontrar uma palavra, usando todas as letras em ISPLOIOCIAG, nós poderíamos tentar cada letra em cada posição, e gerar e examinar 907.208 combinações resultantes. Mas isso seria muito desgastante.
Alguns algoritmos passo a passo podem ser bem laboriosos, e mais apropriados para os computadores. 
Resolução do anagrama: PSICOLOGIA
Algoritmos - exemplos
Resolução de problemas - Heurística
Heurística é uma regra que permite ao sujeito resolver problemas de forma rápida e com grande economia cognitiva.
As pessoas cometem erros de julgamento porque, ao invés de buscarem informações em fontes confiáveis, preferem confiar em suas memórias específicas e generalizá-las para novas situações.
Heurísticas (Vieses)
Regras gerais de influência utilizadas pelos sujeitos para chegar aos seus julgamentos em tarefas decisórias de incerteza 
Traz vantagens como a redução do tempo e dos esforços empreendidos para que sejam feitos julgamentos razoavelmente bons. 
As heurísticas reduzem a complexidade das tarefas de acessar probabilidades e predizer valores a simples operações de julgamento. 
Geralmente, as heurísticas são úteis, mas, por vezes, podem levar a erros severos e sistemáticos
Resolução de problemas - Heurística
Existem vários tipos de heurística. 
Heurística de disponibilidade
Heurística de representatividade
Heurística de disponibilidade
Consiste em estimar a ocorrência de um determinado evento ou realizar julgamentos com base nas informações armazenadas em nossa memória. 
Um evento proeminente, dramático  que chama sua atenção, será facilmente recuperado da memória. Experiências pessoais, fotos e exemplos vividos são mais disponíveis do que incidentes que aconteceram com outros, ou meras palavras, ou estatísticas.
Ex: acidente de avião parece ser mais frequente do que de carro
Heurística de representatividade
Consiste em realizar julgamentos tendo como base os estereótipos.
 Julgar a probabilidade com base na representatividade pode levar a acertos, mas também a erros. 
Exemplo de Heurística de representatividade
João é um indivíduo envergonhado e introvertido, disponível, mas com pouco interesse em pessoas, ou no mundo real. Trata–se de uma pessoa meiga e meticulosa, que precisa se organizar e se estruturar, demonstrando paixão por detalhes. 
Com base nessa descrição, como é possível estimar com segurança a ocupação profissional de Steve? 
Conforme os princípios que norteiam a heurística da representatividade, a probabilidade de Steve ser, por exemplo, um bibliotecário, dentre diversas outras ocupações, é avaliada a partir do grau com que ele é representativo ou similar ao estereótipo de um bibliotecário.
Exemplo de Heurística de representatividade
Alguém fala com você sobre uma pessoa baixa, magra e que gosta de ler poesia, e depois, pede para adivinhar se essa pessoa é um professor de literatura clássica em uma universidade ou um motorista de caminhão.
Qual seria seu palpite?
A maioria das pessoas responderia de acordo com o estereótipo e diria professor de literatura clássica. Embora essa conclusão possa ser errada.
Algoritmo x Heurística
A noção de algoritmo não deve ser confundida com a de heurística. 
Heurística é uma regra que permite a pessoa resolver problemas de forma rápida e com grande economia cognitiva. No entanto essas regras podem levar a erros.
Os algoritmos sempre levam a acertos. 
Insight
Súbita percepção da solução de um problema ou dificuldade 
Quando, diante de um problema, de repente, chega-se a uma solução. 
Nos desenhos animados uma solução repentina para um problema é indicado por uma lâmpada que se acende sobre a cabeça.
Insights
São lampejos súbitos de inspiração. 
Talvez você pensou sobre o problema por vários dias ou semanas e repentinamente a resposta lampeja na sua mente.
 Exemplo:
 O comportamento dos chimpanzés de Wolfgang Köhler (1927), particularmente um chamado Sultan. 
Exemplo de Insight – Experimento de Köhler
Num experimento Sultan primeiro aprendeu a usar uma vara como instrumento para aumentar seu alcance e puxar uma banana que se encontrava do lado de fora da jaula. 
Tendo dominado esse truque, lhe foi dada uma segunda vara que, quando se juntava a outra, poderia com sucesso alcançar. Sultan tentou, sem sucesso, alcançar as bananas com cada uma das varas separadamente. 
Até conseguiu até empurrar uma das varas com a outra até encostar nas bananas mas, como as varas não estavam encaixadas, ele não conseguia puxar as bananas. 
Exemplo de Insight - Experimento de Köhler
Finalmente parecia ter desistido e começou a brincar com as varas. Mais tarde um lampejo intelectual pareceu ter surgido.
Enquanto brincava com as varas (figura 5.9) aconteceu de segurar uma em uma mão e outra em outra, com as extremidades apontadas uma para a outra. Aí ele percebeu que a ponta de uma vara poderia ser colocada dentro da outra vara. Imediatamente correu para a 
 beira da jaula e começou a puxar as 
 bananas.
Obstáculos na resolução de problemas
Duas tendências cognitivas podem nos levar a erros. São elas:
Viés de Confirmação – ânsia de buscar informações que confirmem nossas ideias. 
Viés de fixação – incapacidade de ver um problema a partir de uma perspectiva nova.
Formas de resolver o problema no passado podem interferir em descobertas de novas soluções. 
Fixação funcional – trata-se de nossa tendência para perceber as funções dos objetos como fixadas e imutáveis. 
Obstáculos na resolução de problemas
Excesso de confiança – tendência de superestimar a exatidão de nossos conhecimentos e julgamentos. 
Pode levar a erros, mas tem valor adaptativo, pois a falta de confiança pode levar a consequências negativas. As pessoas que erram pelo excesso de confiança pode achar mais tranquilo tomar decisões difíceis. 
Viés da crença – tendência da crença distorcer a lógica. 
Exemplos de Viés da crença
Exemplo: 
Premissa 1 - Democratas não apoiam o discurso livre. 
Premissa 2 - Ditadores não são democratas. 
Conclusão - Ditadores não apoiam o discurso livre. 
Essa conclusão é lógica?
Se você concordou com a conclusão, você pode estar experimentando o viés da crença. A premissa 1 não exclui a possibilidade de que outros possam apoiar o discurso livre. 
Veja como é bem mais fácil refutar essa conclusão: 
Premissa 1 – Melros tem penas. 
Premissa 2 – Galinhas não são melros. 
Conclusão – Galinhas não tem penas. 
Perseverança na crença - Tendência de persistir
 na crença, mesmo diante de evidências contrárias. 
Enquadramento de decisões
O modo como apresentamos as questões influenciam o julgamento das pessoas.
Por exemplo, um cirurgião diz a alguém que 10% das pessoas morrem quando passam por determinada cirurgia. Outro diz que 90% sobrevivem.
A informação é a mesma. O efeito não é. 
Os consumidores respondem mais positivamente à carne moída descrita como “75% de carne magra”, em vez de “25% de gordura”.
Esses exemplos mostram que nossos julgamentos não tão ponderados e podem ser influenciados pela forma que a questão é apresentada.
Pensamento e Inteligência artificial
Inteligência artificial (IA)– é a ciência que projeta sistemas de computadores para desempenhar operações que imitem o pensamento humano e façam “coisas inteligentes”.
O psicólogo Hebert Simon foi o pioneiro no desenvolvimento da faceta teórica da I.A. 
Esta investigação recai sobre o modo de como os seres humanospensam, tentando criar sistemas computacionais que imitem ou rivalizem com o funcionamento do pensamento humano. 
O objetivo é a elaboração de uma teoria sobre a cognição incorporada em um sistema computacional, que possa processar informação, resolver problemas, aprender com a experiência e recordar.
Pensamento e Inteligência artificial
Será que os computadores podem imitar nosso poder de pensar?
Para manipular grande quantidade de dados numéricos, tomar decisões usando regras específicas o computador é brilhante.
Porém, mesmo o computador mais sofisticado ainda não é comparável às habilidades cognitivas humanas, como exercer o bom senso, sentir emoções, refletir sobre a existência, reconhecer uma face caricaturada, etc.
Maioria dos computadores processa as informações em série (uma por vez, mesmo que de forma muito rápida), enquanto o cérebro humano processa muliplas tarefas de uma só vez (capacidade de processamento paralelo). 
LINGUAGEM
Linguagem
Corresponde às nossas palavras faladas, escritas ou sinalizadas e o modo como as combinamos enquanto pensamos e nos comunicamos. 
“Quando estudamos a linguagem humana , nós estamos abordando o que alguns podem chamar de essência humana, as qualidades da mente que são , pelo que sabemos, singulares” aos humanos. 
(Noam Chomsky, 1972) - linguista
Linguagem
A linguagem, quer ser escrita, falada ou sinalizada, possibilita-nos de comunicar ideias completas de pessoa para pessoa, e transmitir os conhecimentos acumulados das civilizações através de gerações. 
Exemplo: Os macacos sabem e aprendem o que veem, ou experienciaram. Já o ser humano, pode saber sobre coisas que nunca viu. 
Estrutura da Linguagem
Fonemas – a menor unidade distintiva de som de uma língua. 
Temos dificuldades de pronunciar fonemas de outras línguas, como a pronúncia do fonema th na língua inglesa.
Morfemas – menor unidade de uma língua capaz de transmitir algum sentido, ou seja, que tem algum significado. Os morfemas podem ser toda uma palavra, ou parte dela, como sufixos ou prefixos.
Estrutura da Linguagem
Gramática – conjunto de regras (semânticas e sintáticas) de uma língua. 
Semântica – conjunto de regras para extrairmos significado dos morfemas, palavras e sentenças.  estudo do significado das palavras, signos ou sinais. 
Sintaxe – conjunto de regras para ordenarmos as palavras no interior das sentenças. 
Desenvolvimento da Linguagem
Aquisição da linguagem – o desenvolvimento da linguagem da criança reflete a estrutura da linguagem – partindo do simples para o complexo. 
Bebês começam sem fala.
Bebês por volta de 4 meses – começam a ler os lábios e a discriminar os sons das palavras. 
Estágio de balbucio – por volta dos quatro meses, eles espontaneamente uma variedade de sons, não específicos da língua do seu país.
Desenvolvimento da Linguagem
Bebês por volta de 10 meses – os balbucios se modificam, de modo que o ouvido treinado pode indicar o idioma que o cerca. 
Estágio de uma só palavra – por volta de um ano as crianças começam a usar os sons para comunicar significados. Neste estágio, um só palavra pode corresponder a uma sentença. 
Ex: “Papai!”, pode significar o papai chegou.
Desenvolvimento da Linguagem
Estágio de duas palavras – por volta dos 18 meses até o segundo ano, as crianças começam a pronunciar frases de duas palavras. 
Neste estágio ocorre a fala telegráfica
Ex: “Quero suco”
Após esse estágio, elas começam rapidamente a desenvolver frases longas. 
Desenvolvimento da Linguagem para Skinner
Skinner sustentava que podemos explicar o desenvolvimento da linguagem com os princípios familiares ao da aprendizagem, tais como: 
associação (da visão das coisas com os sons das palavras),
 imitação (das palavras e sintaxes modeladas pelos outros) 
e reforço (com elogios, sorrisos quando a criança diz algo certo). 
Gramática Universal Inata
Chomsky é contrário as ideias de Skinner.
Ele concorda que as crianças aprendam palavras do seu ambiente, mas considera que elas adquirem palavras e gramáticas não ensinadas em uma velocidade extraordinária para serem explicadas apenas pelo princípios da aprendizagem. 
Crianças criam sentenças que elas nunca ouviram.
Ex: eu odeio você, papai. 
Gramática Universal Inata
Chomsky afirma que todas as línguas humanas possuem os mesmos blocos de construção gramatical, tais como verbos, substantivos, sujeitos e objetos.
Nascemos com uma gramática universal. E graças a ela, que aprendemos prontamente a gramática específica da língua que ouvimos. 
Desenvolvimento da Linguagem
Janela de aprendizagem da linguagem – até os sete anos de idade. Após esse período, a aquisição da linguagem é mais difícil.
Crianças que nascem surdas e aprendem a língua de sinais aos 9 anos nunca a aprendem tão bem quanto aqueles que ficam surdos aos 9 anos depois de aprenderem o inglês. 
PENSAMENTO E LINGUAGEM
A Linguagem influencia o pensamento
Hipótese do determinismo linguistico de Whorf  a língua determina o modo como pensamos. 
Por exemplo, os hopis (nação indígena americana) não tem tempo do pretérito para seus verbos. Portanto, um hopi não pode pensar tão prontamente sobre o passado. 
Esta hipótese é criticada por outros autores. Eles concordam que há uma influência sutil das palavras sobre o pensamento. 
Por exemplo, locais que há diversas palavras para os tons de amarelo, você consegue distinguir melhor esses tons, do que em outros lugares que há uma só palavra para amarelo.
Concordam que expandir o vocabulário é expandir a habilidade de pensar. Por isso, que a maioria dos livros didáticos introduz novas palavras para ensinar novas ideias. 
Pensamento sem linguagem
Será que pensar é simplesmente conversar consigo mesmo?
O ser humano também pensa em imagens. 
Exemplo: Pianista chinês que foi preso durante sete anos, e após ser solto, os críticos julgaram sua habilidade musical melhor que nunca. 
Como ele continuou a se desenvolver sem prática?
Mas o pianista afirmou: “Mas eu pratiquei todos os dias. Eu ensaiei cada peça musical que já tinha tocado, nota por nota, em minha mente.”
Deste modo, grande parte do processamento da informação ocorre fora da consciência, além da linguagem. 
Dentro do cérebro sempre ativo, muitas correntes de atividades fluem em paralelo, funcionam automaticamente, são lembradas implicitamente, e por vezes emergem como palavras conscientes. 
Pensamento e Linguagem
Conclusão:
A linguagem influencia o pensamento. Mas se o pensamento não afetasse a linguagem, não existiriam novas palavras. E novas palavras e novas combinações de palavras velhas que transmitem novas ideias. 
Então, digamos, que o pensamento afeta nossa linguagem que, por sua vez, afeta nosso pensamento. 
Pensamento e Linguagem em animais
Os animais se comunicam. As evidencias acumuladas indicam que os primatas até certo ponto contam, demonstram insight, criam ferramentas e transmitem inovações tecnológicas. 
Mas e a linguagem? É exclusivamente humana? Há controvérsia quanto a essa questão. 
Equipes de psicólogos já treinaram diferentes espécies de macacos para comunicação com humanos por meio de sinais ou do aperto de botões ligados a um computador. 
Os céticos apontam diferenças importantes entre humanos e macacos no que se concerne às facilidades no uso da linguagem.
Apesar disso, estudos revelam que os macacos detém uma habilidade cognitiva considerável. Mas reconhecidamente seu vocabulário e sentenças são simples, parecidos com os de uma criança de 2 anos.

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