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Lesões Celulares Reversíveis Bogliolo cap 5 Degeneração ❖ São acúmulos de substâncias no interior da célula causada por alterações bioquímicas. ❖ Só é considerado degeneração se for no interior da célula. ❖ Pode se tornar irreversível dependendo da célula, do tempo e da intensidade da agressão ❖ As lesões ocorrem de forma concomitante. ❖ Degeneração é uma lesão reversível. a) DEGENERAÇÃO HIALINA: Quando ocorre o acúmulo de proteína b) DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA: quando ocorre o acúmulo de água c) DEGENERAÇÃO GORDUROSA/ESTEATOSE: Quando ocorre o acúmulo de lipídeos d) LIPIDOSE: acúmulo de colesterol Degeneração Hidrópica Acumulo de agua/eletrólitos no interior da célula. Pode acontecer em qualquer tipo celular, tecido. MECANISMO • Em casos como hipoxia, ocorre a insuficiência de O2 para a fosforilação oxidativa das células, o que gera uma insuficiência de ATP e falha nas bombas de Na+. Resulta no influxo grande de Ca+2, Na+ e de água. Como resultado, ocorre a tumefação do RE, tumefação celular, formação de bolhas, mas não rompe → degeneração hidrópica. • Exemplo pode ser nos casos de anemia falciforme, já que pode ocorrer vasooclusão por causa do formato da hemácia, resultando em hipoxia. • Causa mais comum: hipoxia • Trata-se de uma lesão reversível, pois, dependendo da intensidade e do tempo de agressão, não ocorre a lise, apenas o acúmulo de água. I.Alteração na produção ou no consumo de ATP II.Interferência na integridade de membranas III. Modificação na atividade de uma ou mais moléculas que formam a bomba. Distúrbios no equilíbrio hidroeletrolítico→ retenção de eletrólitos e agua intracelular ALTERAÇOES MACROSCOPICAS • Aumento de peso, volume • Superfície de corte mais saliente • Cor: pálida- compressão de vasos ALTERAÇOES MICROSCOPICAS • Células tumefeitas (desorganização e deformação) • vacuolização da célula • Citoplasma com aspecto granuloso e mais acidófilo Degeneração Gordurosa Acúmulo dentro da célula de triglicerídeos, predominantemente. MECANISMO • Comum principalmente nos hepatócitos, devido a metabolização. Coração tigroide. • Os agentes agressores precisam interferir na metabolização de ácidos graxos para desenvolver uma degeneração gordurosa, pode ser em qualquer etapa da metabolização. • Metabolismo normal: Ácidos graxos passeiam pela circulação → Hepatócitos capturam esses ácidos graxos e utiliza-os tanto para: 1 - geração de energia na mitocôndria (pela B-oxidação) e 2 - síntese de triglicerídeos, fosfolipídeos e colesterol no Retículo Endoplasmáticos → Os triglicerídeos entram no Complexo de Golgi pela região Cis → Na região média do Complexo de Golgi ele é conjugado com uma Apoproteína e forma uma Lipoproteína → Ela saí pela face Trans do Complexo de Golgi por uma vesícula, que a guia até a circulação sinusóide. • Os ácidos graxos circulantes na corrente sanguínea, o hepatócito capta esses ácidos graxos. Então esses ácidos graxos são utilizados para gerar energia na mitocôndria; através da beta oxidação até acetil coa, vão também para os retículos para fazer síntese de triglicerídeos, fosfolipídios, colesterol e sem do RE. Então o triglicerídeo vai para o complexo de Golgi (vesículas empilhadas região cis entra e na região média é conjugado com uma apoproteina, cria um complexo conjugado, passa a ser LIPOPROTEINA - saindo pela região trans. Essa lipoproteina transita pelo citoplasma, até acontecer sua exocitose sua excreção liberado na corrente sanguínea. • Exemplo: HIPOXIA. Se diminuir O2, ocorre a diminuição da produção de ATP. Assim, ocorre a diminuição da oxidação de Acetil-CoA, o que resulta em maior quantidade de matéria prima e, consequentemente, aumento da síntese de ácidos graxos, fazendo, assim, com que ocorra o acumulo. Além disso, com a hipoxia, os ácidos graxos se combinam com o alfa-glicerofosfatoTP (resultado da glicolise) e formam triglicerídeos. • Exemplo: DESNUTRIÇÃO PROTEICA. Falta substrato (proteínas) para formar apoproteínas. Assim, ocorre uma diminuição de apoproteínas, o que provoca uma diminuição de lipoproteínas. Resultando assim, em diminuição de excreção de triglicerídeos e o acúmulo destes dentro das celulas. Além disso, a ingestão insuficiente de proteínas, ocorre a mobilização de lipídeos (tentativa de compensação), o que provoca a maior síntese, aporte e captação de ácidos graxos. • Exemplo: TOXINAS. Tetracloreto de carbono (toxina encontrada em alguns produtos de limpeza e em pesticidas) agride a membrana do RER, o que compromete a síntese de proteínas. Com a insuficiência de proteínas, há a insuficiência de apoproteina, prejudicando, assim, a síntese de lipoproteína e resultando no acúmulo de triglicerídeos dentro da célula. • Exemplo: ÁLCOOL. Esteatose no etilismo. Na metabolização do álcool, existe 3 vias: pelo RE, citosol ou peroxissomos. Independente da via, existe como resultado final a formação de acetaldeído. 1. Para fazer a metabolização ACETALDEIDO é necessário NAD, porém também é usado NAD para fazer OXIDAÇÃO DE LIPÍDEOS, logo gera uma COMPETIÇÃO. O álcool é mais rapidamente metabolizado, dessa forma usa mais NAD e assim uma MENOR DISPONIBILIZADE de NAD para fazer oxidação de lipídeos, logo gera um ACÚMULO de lipídeos. 2. ACETALDEIDO, sofre ação do ACETALDEIDO DESIDROGENASE, formação do ACIDO ACETICO e ACETIL COA, metabolização de acetil coa aumenta a SÍNTESE de ÁCIDOS GRAXO, ACÚMULO de lipídeos. 3. ACETALDEIDO e RADICAIS LIVRES lesam as PROTEINAS, principalmente os FILAMENTOS do citoesqueleto, logo ocorre um comprometimento DIMINUIÇÃO do TRANSPORTE de LIPOPROTEÍNAS, não consegue fazer a excreção de moléculas através das vesículas, logo um gera um ACÚMULO de lipídeos. • Exemplo: OBESIDADE. Maior ingestão de energia somado ao sedentarismo (pouco gasto de energia), pode resultar em obesidade e numa síndrome metabólica, a qual pode gerar esteatose visceral, principalmente no fígado. Aumento da captação dos ácidos graxos, ocorre o aumento de radicais livres (que causa lesões no citoesqueleto), o que compromete no transporte de lipoproteínas e resulta no acúmulo de triglicerídeos dentro da célula. Esteatose visceral EVOLUÇÃO ▪ Morte celular ▪ Embolia gordurosa ▪ Cirrose ▪ (figura 1) ALTERAÇOES MACROSCÓPICAS • Aumento de peso, volume • Bordas arredondadas • Cor fica mais amarelada ALTERAÇOES MICROSCOPICAS • O núcleo fica mais periférico (por isso que falam que lembra uma célula adiposa) • Pequenas vesículas ou glóbulos revestidos por membrana (lipossomo) • Vacúolos de tamanhos variados com tendencia a fundir e formar glóbulos cada vez maiores • Grande vacúolo de gordura no citoplasma o qual se desloca para a periferia • Núcleo permanece em porção central e pequenas gotículas de gordura da periferia COLORAÇAO ESPECÍFICA PARA MARCAR DEGENERAÇÃO GORDUROSA • Óleo vermelho O (oil red O) • Sudam vermelho (sudam III) • Sudam Negro (sudam IV) Obs: se der negativo para esses corantes, é porque não é degeneração gordurosa Lipidoses ▪ As mais comuns: aterosclerose (nos vasos de médio e grande calibre) e xantonas (acúmulo de colesterol na pele, pode ser localizada ou sistêmica, com formato de nódulos) ▪ Macrófagos ficam cheios de colesterol, acúmulo de colesterol no meio intracelular dos macrófagos→ macrófagos espumosos Degeneração Hialina Acúmulo de material proteico e acidófilo no interior de células. ‘’in vitro’’ a) Condensação de filamentos intermediários e proteínas associadas. b) Acúmulo de material de origem viral c) Proteínas endocitadas DEGENERAÇAO HIALINA DE MALLORY-DENK ▪ Lesões no citoesqueleto causado por estresse oxidativo ▪ Consistem em emaranhados de filamentos intermediários (incluindo queratinas 8 e 18 associadas a ubiquitina [ubiquitinizadas]) e são visíveis como inclusões citoplasmáticas eosinofílicasem hepatócitos degenerados; formados no fígado. Estresse oxidativo ▪ Degradação do álcool e beta oxidação geram estresse oxidativo, o qual forma radicais livres que se ligam nos filamentos intermediários do citoesqueleto. Isso gera dobramento da estrutura proteica e do citoesqueleto, consequentemente, degradação do citoesqueleto. ▪ Proteassomo: processo de complexo enzimático que degrada proteínas, que fica inibido por causa do estresse oxidativo ▪ Acumulo de proteínas mal dobradas dentro da célula = corpúsculo de mallory-denk ▪ Comum no alcoolismo, esteato-hepatite não alcoólica, na cirrose juvenil da Índia e no carcinoma hepatocelular ▪ (figura 2 e 3) ▪ Célula fica tumefeita e possui corpúsculo de Mallory-Denk ▪ que os complexos ubiquitina-proteassomo exerçam sua função de destruição das proteínas mal formadas ou dobradas. Então, essas proteínas tendem a se acumular e causar a degeneração hialina do tipo Mallory-Denk ▪ importantes para dar o diagnostico de lesão hepática DEGENERAÇÃO HIALOINA DE COUNCILMAN- ROCHA LIMA ▪ William Thomas Councilman/Henrique Rocha Lima): São corpos apoptóticos encontrados em hepatócitos em hepatites virais, especialmente na febre amarela. Flavi vírus. ▪ Acúmulo de material proteico viral junto com proteínas, principalmente do citoesqueleto degenerado, devido eu estresse oxidativo. ▪ O processo de infecção viral gera estresse oxidativo, a qual ativa o processo de apoptose nas células hepáticas através das caspases, pela via intrínseca de morte celular. ▪ Estresse oxidativo lesa as mitocôndrias, as quais também irão ativas as caspases para apoptose ▪ Nos livros é tratada como uma lesão celular não reversível por é fadada à apoptose, mas é lesão celular reversível porque tem acúmulo proteico dentro da célula. ▪ Forma o Corpúsculo de Councilman-rocha lima, fica bastante eosinofílico (figura 4) DEGENERAÇÃO HIALINA DE RUSSELL ▪ Acúmulo excessivo de imunoglobulinas em plasmócitos forma estruturas intracitoplasmáticas; ▪ Corpúsculo de Russell= agregado de imunoglobulinas nos plasmócitos por causa de uma resposta imunológica exacerbadas ▪ Tende a se acumular no RE ▪ (figura 5) ▪ Inflamações agudas (salmoneloses) ou crônicas (especialmente leishmaniose tegumentar e osteomielites) GOTÍCULAS DE REABSORÇÃO PROTEICA ▪ Gotículas de reabsorção protéica: Degeneração hialina no epitélio tubular renal por endocitose excessiva de proteínas. ▪ Endocitose excessiva de proteínas que passam pelos túbulos renais ▪ (figura 6) DEGENERAÇÃO HIALINA DE FIBRAS MUSCULARES ESQUELÉTICAS E CARDÍACAS • Degeneração hialina de fibras musculares esqueléticas (Cérea de ZENKER) e cardíacas (MAGARINOS-TORRES): Resulta de endotoxinas bacterianas e de agressão por linfócito T e macrófagos. (figura 7) Sarcoplasma perde estriação adquirindo aspecto homogêneo e róseo. CORPÚSCULO DE NEGRI inclusão viral citoplasmática encontrada em neurônios, principalmente do hipocampo (em células piramidais) e do cerebelo (em células de Purkinje) acumulo de nucleoproteínas virais 2/ou de produtos da reação à infecção viral são inclusões intracitoplasmáticas em neurônios infectados na Raiva DEGENEREÇÃO MUCÓIDE ▪ Hiperprodução de muco por células mucíparas do tratos digestivo e respiratório ▪ Síntese exagerada de mucinas em adenomas e adenocarcicomas ▪ (figura 8) Degeneração Hialina Extracelular • Termo mais correto é Transformações hialinas extracelular, porque não é degeneração em si, mas uma transformação TRANSFORMAÇÃO HIALINA ou HIALINOSE • depÓsito de acidófilos no interstício formado por proteínas do plasma que saem do sangue e se depositam na MEC. As fibras colágenas e substância fundamental tornam-se intensamente acidófilas. • Parte do plasma contendo proteína vai para o interstício • Material proteína que está se acumulando junto à matriz celular • (figura 9) • Hialinose = massa proteica acumulada • Aspecto homogêneo TRANSFORMAÇÃO MUCÓIDE • Maior produção de substancia fundamental amorfa (proteoglicano e glicosaminoglicano) que se acumular e geram o acúmulo de água dando um aspecto mucoide • Mutações TRANSFORMAÇÃO FIBRINOIDE • Acúmulo de proteína Fibrina • Em processos inflamatórios, ocorre a formação de imunocomplexos, os quais recrutam células inflamatórias (neutrófilos e macrófagos), o que resulto numa maior permeabilidade vascular. Com esse aumento, fibrinogênios serão convertidos em fibrinas, que formam fibras • Todas se coram com vermelho combo e deve ser observada a microscópica de luz polarizada • (figura 10) • Alteração caracterizada pela deposição de material acidófilo semelhante à fibrina. Componentes do interstício e fibras colágenas parcialmente digeridas misturam-se à fibrina exudada e formam material com aspecto fibrinóide. Amiloidoses • A amiloidose é uma condição associada a uma série de distúrbios em que os depósitos extracelulares de proteínas fibrilares são responsáveis por lesão tecidual e comprometimento funcional • Acumulo de proteínas mal dobradas no meio extracelular que causa uma lesão tecidual • As proteínas mal dobradas tendem a serem degradadas pelo que chamamos de proteossomos. Por algum motivo, essas proteínas que se tornam mal dobradas não são degradadas e tendem a se aglomerar (de uma forma que não gera transformação, mas sim fibrilas). Essas proteínas formam fibras rígidas com aspecto de folha beta pragueada, que acabam lesionando e matando as células em torno. • Compostos por fibrilas sem ramificações, cada uma formada por polipeptídeos entrelaçados em uma conformação de folhas beta pregueadas. • Ela difere das outras degenerações • Tem coloração especifica na microscopia vermelho congo, que fica verde na luz polarizada. • Três formas mais comuns de amiloidoses: a. Amiloide AL: (amiloide de cadeia leve) causada pelo acúmulo da cadeia leve das imunoglobulinas completas, fragmentos amino-terminais de cadeias leves, ou ambos; que é formado pelos Plasmócitos. sistemico b. Amiloide AA: (amiloide associado) é composto por uma proteína de 8500 daltons, derivada da proteólise de um precursor maior no sangue chamado SAA (proteína sérica associada ao amiloide), que é sintetizado no fígado durante uma resposta inflamatória. Essas proteínas tendem a se acumular nos tecidos . c. Proteína Beta-amiloide; é um peptídeo de 4000 daltons derivado da proteólise de uma glicoproteína, transmembranar muito maior, chamada proteínas precursora do amiloide. está correlacionado ao sistema nervoso. Localizada. Ex: no alzeimer Figura 1: Figura 2: Figura 3: Figura 4: Figura 5: Figura 6: Figura 7: Figura 8: Figura 9: (Figura 10):
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