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Laura Vieira Gomes de Oliveira – Medicina UNIFG EXAME NEUROLÓGICO Roteiro → Mãos lavadas → Se apresentar ao paciente Anamnese ▪ Identificação do paciente ▪ Queixa principal e sua evolução – modo de início e evolução cronológica ▪ Exames e tratamentos realizados anteriormente, junto aos seus resultados ▪ Estado atual do paciente ▪ Antecedentes pessoais e familiares Exame neuropsicológico – função cortical superior/cognitiva (extensão da anamnese) ▪ Nível de consciência – alerta, confuso, sonolento, torporoso ▪ LOTE ▪ Atenção e concentração ▪ Estado de espírito ▪ Memoria – Mini exame do estado mental ▪ Linguagem e fala ▪ Escala de coma de Glasgow – se necessário Obs. busca por sinais e sintomas comuns – Agnosia (perda da capacidade de reconhecimento), agnosia visual (enxerga, mas não vê) e apraxia (perda da atividade gestual consciente e intencional, falta de codificação da sequência do movimento, na ausência de qualquer alteração de força e sensibilidade) Exame físico → Craniocaudal → Inspeção geral do paciente Pescoço e coluna cervical e lombossacral ▪ Limitação de movimento – solicitar que o paciente faça movimentos com o pescoço (ativo) ▪ Limitação de movimento – examinador faz movimentos passivos com a cabeça e o pescoço em busca de possível rigidez nucal • Agudo (minutos/horas) – doença vascular, causas infecciosas (meningite bacteriana) • Subagudo (dias ou 1 semana) – Doença Inflamatória ou tóxica • Impreciso, de evolução gradual e progressiva: Simétrica – doença degenerativa Assimétrica – doença expansiva • Em surtos, com períodos de melhora e piora – esclerose múltipla Relação causa-efeito – traumas crânio-encefálicos e raquimedulares Laura Vieira Gomes de Oliveira – Medicina UNIFG ▪ Sinal de Brudzinski – flexão do pescoço e do joelho (irritação meníngea) ▪ Teste de laségue – o examinador levanta a perna do paciente, fazendo uma flexão de quadril, observando a amplitudo (laségue positivo se a perna não chegar a 30º) – estiramento da raiz nervosa ▪ Teste de kerning – meningismo (exame específico, mas não sensível) – paciente com a perna flexionada, o examinador tenta trazer o joelho para o abdome, verificando se a dor Exame da marcha ▪ Pedir ao paciente para ficar descalço ▪ Solicitar ao paciente para andar para frente até uma referência, virar e voltar andando ▪ Examinar as características da marcha e classificá-la Exame do equilíbrio ▪ Paciente segue descalço ▪ Estático – teste de roomberg (30s com os olhos abertos e 30s com os olhos fechados) ▪ Sensibilizar o teste de roomberg ▪ Examinador deve ficar ao lado do paciente como ele caia Exame da motricidade ▪ Palpação do tônus muscular dos MMSS e MMII ▪ Movimentação das articulações dos membros do paciente em ambos os lados para observar o tônus - Observar presença de rigidez plástica - Observar a presença de rigidez elástica Obs. Observar qual membro possui “falha” no movimento e destacar qual a raiz nervosa e a topografia medular correspondente a tal falha ▪ Força muscular - Membros despidos - Comparar ambos os lados do paciente - Manobras resistivas (empregar força contra o movimento de todas as articulações do paciente) o Mãos o Punho o Antebraço o Braço o Coxas o Joelho o Pernas o Pé Obs. classificar a força muscular em graus (0,1,2,3,4 e 5) Obs. Classificar a força de acordo com o acometimento topográfico (tetraparesia, paraparesia, hemiparesia, manoparesia, plegia) Laura Vieira Gomes de Oliveira – Medicina UNIFG - Manobras deficitárias o Mingazzine para MMSS e MMII o Manobra de Barret Coordenação motora ▪ Equilíbrio estático – sinal de roomberg ▪ Dinâmica - Prova indez nariz (dismetria) - Prova calcanhar – joelho (dismetria) - Prova dos movimentos alternados (diadococinesia) - Manobra de Stewart-holmes – se observa a dificuldade do paciente em abortar um movimento quando se retira a oposição ao mesmo (com liberação repentina do antebraço flexionado, o paciente não interrompe o movimento e atinge sua face) Exame dos reflexos Obs. devem ser classificados em 0,1,2,3 e 4, sendo o 0 = reflexos abolidos, 2 = normais e 4 = reflexos exaltados ▪ Reflexos profundos - Membros superiores - Normalmente são hipoativos; caso ocorra hiperatividade, será patológica - Reflexo bicipital (C5-C6) – colocar a falange distal do polegar sobre o tendão dos bíceps e percuti em cima do dedo do examinador. - Reflexo triciptal (C6-C8) – braço colocado entre extensão e flexão, sendo sustentado pelo braço do examinador, percute-se diretamente o tendão do tríceps que está logo acima do olecrano. - Reflexo estiloradial (C5-C6) – realiza a percussão do nervo radial que está no músculo braquioradial; o antebraço deve estar sem semiflexão e levemente pronado - Reflexo flexos dos dedos (C8 – T1) o Flexos dos dedos de Troemmer – percussão brusca da polpa dos dedos médio e indicador do paciente com o dedo do examinador o Flexor dos dedos de Wartenberg – percussão dos dedos da mão do observados sobre os dedos do paciente, com a mão em supinação, desencadeando a flexão dos dedos. ▪ Reflexos profundos – Membros inferiores - Reflexo patelar (L3-L4) – paciente com a articulação do joelho fletida, golpeia-se o tendão da patela o Manobra de reforço de Jendrassik – pedir ao paciente para olhar para cima e puxar uma mão contra a outra, forte; desta forma a paciente relaxa (manobra de distração) ajudando o examinador a obter o reflexo patelar - Reflexo de aquileu (S1-S2) – com o pé colocado em ângulo reto, sendo apoiado na mão do examinador, enquanto o examinador faz uma leve flexão para ajudar, percute-se o tendão de aquiles ▪ Reflexos superficiais - Manobra de Hoffman – pinçamento da falange distal do dedo médio, que é submetido à súbita flexão por pressão sobre a unha, ocasionando a flexão dos dedos - Reflexo cutâneo plantar – com um objeto de ponta romba, passada pela borda externa desde o calcanhar até lateralizar e ir em direção a porção médica do coxim dos metatarsianos e terminando ANTES da base do halux; a resposta esperada é a flexão dos dedos; caso contrário, a extensão do hálux é sempre patológica e conhecida como sinal de babinski. - Reflexo cutâneo abdominal – com o paciente despido, utilizando-se a ponta romba do martelo, estimula-se a região periférica do abdome até a linha média; diante desse estímulo, espera-se que ocorra a contração unilateral, no lado estimulado, havendo desvio da cicatriz umbilical o Esse reflexo abrange os níveis supraumbilical (T7-T9), umbilical (T9-T10), infraumbilical (T11-T12). Teste da sensibilidade Laura Vieira Gomes de Oliveira – Medicina UNIFG ▪ Tátil protopático (tato grosso) – encostar um algodão nas partes do corpo do paciente e pedir para ele avisar quando sentir; deve testar em todos os dermátopos ▪ Tátil epicrítico (tato leve) - Teste de distinção entre dois pontos: ir caminhando com um palito, de ponto a ponto, pela região analisada e analisar ate que ponto o paciente pode distinguir entre um ponto e outro. Começar com espaçamentos maiores e ir diminuindo - Esterognosia – colocar um objeto na mão do paciente e solicitar que ele tende identificar o que é, enquanto mantem os olhos fechados (será positivo no lado em que não identificar o tamanho e forma do objeto) - Grafestesia – desenhar algo lentamente na palma da mão do paciente, com uma caneta, e solicitar que ele adivinhe o que é enquanto mantém os olhos fechados. (positivo no lado que não acertou). o Buscar ir diminuindo o tamanho do desenho e evitar formar similares que possam confundir ▪ Sensibilidade térmica - Tubo com água fria (-5º a -15º) e outro com água quente (até 45º) ▪ Sensibilidade dolorosa - Utilizar material com o intuito de picar o paciente, mas não puncionar▪ Sensibilidade vibratória - Posicionar o diapasão vibrando nas diversas saliências ósseas do corpo (paciente tem que sentir vibrar) - Atenção: tendo o intuito comparativo, o examinador precisa ser rápido ao mudar o diapasão de lado pois a comparação deve ser feita com ele no mesmo nível de vibração. ▪ Sensibilidade cinético/vibratório - Posicionar um membro do paciente em tal posição e solicitar que ele coloque o outro na mesma posição, enquanto mantem os olhos fechados, e se mantem em pé - Para os membros inferiores = segure a base do halux do paciente e faça movimentos passivos para cima e para baixo. Após, solicite que ele feche os olhos e continue a fazer esses movimentos. Depois de um tempo, pare de movimentar e peça ao paciente para dizer se ele esta para cima ou para baixo. Exame dos nervos cranianos Nervo olfatório → paciente queixa-se na anamnese de hiposmia, anosmia, parosmia e cacosmia → colocam-se substâncias aromáticas (hortelã, pó de café, baunilha, etc) em um pote que não seja transparente e pede-se ao paciente para cheirar (uma narina por vez) ▪ Sentiu o cheiro? ▪ Qual cheiro? Nervo óptico → as principais queixas são amaurese, ambliopia, hemianopsia, escotomas → Questionar ao paciente sobre a queixa: ▪ Monocular ou binocular? ▪ Todo o campo visual ou um ponto? ▪ Súbita ou gradual? ▪ Persistente ou flutuante? ▪ Dor? ▪ Alterações na pálpebra/globo ocular/pupilas? → Acuidade visual ▪ Utiliza-se a tabela de Snellen ▪ Paciente sentado a certa distância e com um dos olhos fechados Laura Vieira Gomes de Oliveira – Medicina UNIFG ▪ Teste de pinhole – caso melhore, erro de refração, caso piore, maculopatia/neuropatia óptica → Campimetria de confrontação ▪ Paciente sentado de frente para o examinador, com os olhos na mesma altura ▪ Pede-se ao paciente que faça uma concha na mão e cubra um dos olhos e o examinador fará o mesmo (com cuidado para não apertar pois quando for fazer o outro exame, ele pode estar embaçado). ▪ O examinador pega um objeto e posiciona no meio do caminho entre ele e o paciente ▪ O examinador começa a mexer o objeto nos quatro quadrantes superior, inferior, nasal e temporal e o paciente deve enxergar o objeto sem mexer os olhos → Fundoscopia ▪ Avaliação do fundo do olho em que se busca lesão do disco óptico → Reflexo fotomotor ▪ Teste da via aferente, pois a via eferente é o nervo oculomotor ▪ Com o paciente olhando para frente, o examinador ira incidir uma fonte de luz lateralmente, testando o reflexo direto e consensual Nervo oculomotor → Na anamnese, o paciente queixa-se de diploplia e desvio de olho → Inspeção – observar a posição ocular, ptose, midríase → Avaliação dinâmica – solicitar ao paciente para seguir um alvo, a uma certa distância de 50cm, com a cabeça parada e movendo apenas os olhos ▪ Realizar movimentos em X usando sempre o nariz como referência → Teste de sacades – teste de movimentação e rapidez do olho → Teste do reflexo fotomotor Nervo trigêmeo → Parte motora ▪ Solicitar ao paciente para fechar a boca com força e papal o masseter e o temporal em contração ▪ Pedir ao paciente para abrir a boca enquanto é feito resistência (sem forçar) ▪ Movimentos de lateralização da mandíbula contra a resistência (pterigoideos) ▪ Obter a impressão dentaria dos molares (paciente mastiga o abaixador de língua) → Parte sensitiva ▪ Reflexo corneopalpébral – utilizando a ponta de um algodão, encosta na lateral do olho do paciente, enquanto ele olha para o lado oposto. Deseja-se que o paciente pisque Nervo facial → inspeção – assimetria ou não, fissuras palpebrais e pregas nasolabiais (diagnostico de AVC) → Motricidade mímica ▪ Franzir a testa ▪ Apertar os olhos ▪ Sorrir mostrando os dentes → sensibilidade gustativa de 2/3 anteriores da língua Laura Vieira Gomes de Oliveira – Medicina UNIFG ▪ Secar a língua do paciente com gaze, segurar com gaze, encostar o algodão contendo cloreto de sódio OU sacarose OU quinino OU ácido cítrico e pedir para ele identificar o sabor Nervo vestibulococlear Auditivo (coclear) → queixa-se na anamnese de problema auditivo uni ou bilateral, perda súbita ou gradual e como se detectou → primeiro exame: esfregar o polegar e o indicador em conjunto cerca de 2 polegadas de distância de cada orelha e questionar se o paciente escuta som → Segundo exame: falar a uma certa distância do paciente em tom de voz baixo Estes dois testes são feitos para se confirmar a perda/diminuição auditiva, uma vez que eles sejam positivos, é necessário distingui-las em dois grupos: condução (até o ouvido médio/afeta estruturas) e neurossensorial (afeta a cóclea ou o nervo craniano na porção coclear) → Teste de RINNER ▪ Ativar o diapasão com uma batida → colocar ele vibrando sobre o mastoide → assim que parar de vibrar (pedir ao paciente para avisar) → colocar próximo ao conduto auditivo externo ▪ Testa a condução óssea versus aérea ▪ Positivo quando a condução aérea é melhor (normalidade) ▪ Negativo quando a condução óssea é melhor → Teste de WEBER ▪ Ativar o diapasão e colocar ele vibrando no vértice do crânio ou na testa ▪ Caso sinta no ouvido sem queixa (perda neurossensorial do lado da queixa) ▪ Caso sinta mais no ouvido da queixa (perda condutiva) ▪ Sem lateralização = normal Equilíbrio (vestibular) → Equilíbrio estático de roomberg → Equilíbrio dinâmico = marcha → Pesquisa de nistagmo com o examinador utilizando o óculos de Frenzel → Reflexo vestíbulo ocular ▪ Teste calórico - Otoscopia – observar se tem obstrução ou perfuração de tímpano - Posicionar o paciente em decúbito dorsal com a cabeça em inclinação de 30º - Irrigar o conduto auditivo com 50ml de água fria e observar se ocorrerá desvio tônico dos olhos para o lado estimulado - Esperar 30 minutos para fazer o lado contralateral e ter sempre cuidado com o tímpano Obs. caso seja usado água quente, o desvio ocular será para o lado oposto ao estimulado ▪ Teste do impulso da cabeça - Segurando a cabeça do paciente sentado a sua frente, com as mãos do examinador na região bitemporal, o examinador pede que ele fixe os olhos em um alvo (nariz/olhos do examinador) e faz um movimento de grande aceleração e pequena amplitude passivamente com a cabeça do paciente, de um lado para o outro ou para cima e para baixo Obs. caso o paciente tenha sácade para a refixação dos olhos no local instruído, ocorre diminuição do reflexo vestíbulo ocular. Laura Vieira Gomes de Oliveira – Medicina UNIFG ▪ Manobra de Dix-Hallpike - Posiciona o paciente sentado - Movimenta-se a cabeça dele para o lado, enquanto deixa o paciente, e inclina até pender da maca em 45º - Movimento rápido - Observa os olhos nos dois momentos (deitado e sentado), se apresentar nistagmo, manobra positiva Nervo glossofaríngeo → Queixas presentes na anamnese: ageusia, hipogeusia, parageusia, disfagia → Examinar com os 4 sabores o 1/3 posterior da língua ▪ Exteriorizar a língua, limpar com gaze e segurar com gaze ▪ Colocar um sabor de cada vez ▪ Secar com gaze entre um e outro ▪ Para a identificação o paciente deverá levantar a mão e apontar num papel o gosto experimentado Nervo vago → inspeção estática e dinâmica do palato → abaixe a língua do paciente com o abaixador de língua e solicite que ele diga “ah”, observando a elevação do palato/úvula ▪ Deve-se observar se o palato se levanta simetricamente ou se ocorre o desvio para algum lado → Reflexo de vomito Nervo acessório → inspeção – queda da escapula → teste de força ▪ Solicite que o paciente gire a cabeça contra uma resistência fornecida pela mão do examinador, que é posicionada sobre a mandíbula; ▪ Examina-se o esternocleidomastoídeo da região contralateral a rotação da cabeça ▪ Para esse mesmo musculo pode-se pedir ao paciente que faça uma força contralateral ao examinador que empurra atesta dele para trás ▪ Trapézio – pedir ao paciente que eleve os ombros contra a resistência Nervo hipoglosso → inspeção da cavidade oral (desvio, atrofia ou fasciculações) ▪ Solicitar que o paciente abra a boca sem retirar a língua ▪ Observar desvio, atrofia de algum dos lados e se a língua repousada sobre a cavidade oral está sofrendo pequenas contrações involuntárias (fasciculações) → Inspeção dinâmica ▪ Paciente exterioriza a língua e realiza movimentos de lateralização e verticalidade → Palpação da língua ▪ Trofismo e tonicidade ▪ Interiorizar a língua e palpar (pedir licença ao paciente) ▪ Também se coloca o dedo na bochecha do paciente, do lado exterior, e pede para que ele tente empurrar com a língua.
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