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Victoria Karoline Libório Cardoso Antidepressivos Introdução O que são antidepressivos: ● São fármacos empregados no tratamento de: ○ Depressão ○ Transtornos de ansiedade ○ Dor crônica ○ Dor neuropática ○ Enxaqueca ○ Transtornos alimentares ○ Síndrome disfórica pré-menstrual (TPM) ○ Fadiga crônica Fatores desencadeantes: ● Doenças associadas. ● Problemas familiares. ● Abuso de drogas. ● Perda de emprego. ● Problemas sociais-familiare Depressão patológica Manifestações clínicas: ● Fatores necessários para o diagnóstico: ○ Humor deprimido há mais de 2 semanas. ○ Anedonia (perda do interesse por atividades prazerosas). ● Fatores que estão associados: ○ Alterações do peso corporal. ○ Agitação ou retardo psicomotor. ○ Sentimentos de culpa ou desvalia. ○ Alterações do sono. ○ Fadiga ou falta de energia. ○ Ideias de suicídio. ○ Sentimentos de desesperança. ○ Alterações endócrinas. ○ Alterações imunológicas. ○ Alterações de ritmos biológicos. Tratamento Psicoterapia: ● Depressão leve a moderada: pode ser recomendada isolada ou em associação a fármacos antidepressivos. ● Depressão moderada a grave: deve ser recomendada em associação a antidepressivos. Victoria Karoline Libório Cardoso Tratamento faracológico Revisão das diretrizes da associação médica brasileira para o tratamento da depressão: ● A maioria dos antidepressivos possuem eficácia semelhantep para a maioria dos pacientes deprimidos, com maiores diferenças nos efeitos colateriais e potenciais interação com outros medicamentos. ● O uso de ISRS tem mostrado menores índices de abandono do tratamento. ● A prescrição de antidepressivos está associada com a diminuição do risco de suicídio. Serotonina: ● Geralmente há baixa de noradrenalina e de serotonina. ● Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina: bloqueio da molécula responsável pela recaptação de serotonina, aumentando a quantidade de serotonina disponível na fenda sináptica. ● Todos os fármacos tem por objetivo aumentar a quantidade de serotonina na fenda sináptica. Mecanismos envolvidos na neurobiologia da depressão: Victoria Karoline Libório Cardoso Classificação dos antidepressivos: ● Inibidores de recaptação de monoaminas: ○ Imipramina (tricíclio) e venlafaxina (não seletivo). ○ Desipramina, paroxetina, fluoxetina e sertralina (5HT: ISRS). ○ Nomifensina. ● INibidores da monoamina oxidase (IMAOs): ○ Fenalzina (irreversível). ○ Moclobemida (reversível). ● Drogas ativas em receptores de monoaminas: ○ Mianserina e mirtazapina. ○ trazodona e nefazodona. Tratamento farmacológio de transtornos afetivos: ● Antidepressivos tricíclicos. ○ Imipramina ○ Desipramina ○ Amitriptilina ● Inibidores da Mao. ○ Fererzalina ● Antidepressivos de segunda geração. ○ Fluoxetina ○ Maprotilina Antidepressivos de 1* escolha: ● ISRS - Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina: ○ Eficácia comparável aos tricíclicos, mas com menores efeitos colaterais. ○ São os mais prescritos entre todasas classes de drogas de ação central: ■ Citalopram ■ Escitalopram ■ Sertralina ■ Paroxetina ■ Fluoxetina Antidepressivos tricíclicos: ● Inibem a captação de monoaminas pelos terminais pré-sinápticos (por competição na proteína transportadora). Victoria Karoline Libório Cardoso ● Maior importância nas neurotransmissão serotoninérgica e noradrenérgica. ● Possuem alta ligação com proteínas plasmáticas (90 a 95%). ● Bloqueiam canais de potássio: risco de arritmias cardíacas. ● Apresentam efeitos colaterais marcantes. ● Interações farmacológicas importantes: ○ Drogas com ligações plasmáticas (aspirina, warfarina e fenilbutazona). ○ Álcool: risco de morte - potenciação dos efeitos do álcool - risco de depressão respiratória. ○ ISRS: síndrome serotoninérgica (hipertermia, tremores e alterações cardíacas). ○ Anti-hipertensivos. Antidepressivos inibidores da MAO: ● Fenelzina e iproniazida: inibição irreversível da MAO - inibe ambas as isoformas (MAO-A e MAO-B). ● Efeito importante na neurotransmissão noradrenérgica e serotoninérgica. ● Efeitos adversos: ○ Tiramina no intestino e no fígado (MAO-A no intestino e MAO-B no SNC) causa tiramina na corrente sanguínea - aumento da pressão sanguínea. ISRS - inibidores seletivos da recaptação de serotonina: ● Mecanismo de ação: envolve a facilitação da neurotransmissão serotoninérgica (não a noradrenérgica). ● Fármacos: fluoxetina, citalopram e sertralina. ● São menos perigosos em doses excessivas. ● Não causam efeitos anticolinérgicos. ● São tão eficazes quanto os IMAOs e os tricíclicos no tratamento da depressão moderada. ● Provavelmente são menos eficazes que os tricíclicos na depressão severa. ● Efeitos adversos: ○ Náuseas e vômitos ○ Ansiedade ○ Diarréia ○ Cefaléia ○ Disfunção sexual ○ Insônia e agitação Fármacos Bupropiona: ● Mecanismo de ação: atividade noradrenérgica e dopaminérgica. Victoria Karoline Libório Cardoso ○ Aumenta a liberação de noradrenalina corpórea e é um inibidor da captação neuronal de noradrenalina e de dopamina. ○ Não inibe a monoaminoxidase e tem pouca afinidade pelo sistema serotonérgico. ○ Também interage com receptores histamínicos e colinérgicos, levando a uma maior tolerância. ● Entre os antidepressivos de nova geração, apresenta o menor potencial de indução de efeitos colaterais e a menor incidência de descontinuação do tratamento por intolerância. Venlafaxina: ● Mecanismo de ação: inibidor seletivo da recaptação de noradrenalina e serotonina. ○ Não atua em muscarínicos, histamínicos e alfa adrenérgicos (benefício em relação aos tricíclicos). ● Efeitos colaterais: insônia, dor de cabeça, náusea e hiperidrose (suor excessivo). Esketamina: ● Mecanismo de ação: tem início rápido e tem relação com o glutamato. ○ Rápido início de ação, diferente dos ISRS. ○ Utilização intranasal. ● Indicado para pacientes irresponsivos a outros fármacos. ● Já é usado no Brasil. Interações medicamentosas ISRS são potentes inibidores da CYP450. ● Sertralina e fluoxetina: benzodiazepínicos, clozapina e varfarina. ● Paroxetina: clozapina e varfarina. ● Nefazodona: benzodiazepínicos. Síndrome serotoninérgica: ● Interação IMAO com ISRS: ○ Potencialmente fatal. ○ Hiperestimulação dos receptores 5-HT nos núcleos cinzentos e bulbo. ○ Tríade de efeitos: ■ Delírio: cognitivos. ■ Hipertensão e taquicardia: autônomos. ■ Hiperreflexia e tremores: somáticos. ○ Cuidado: o tratamento com IMAO deve ser suspenso pelo menos 2 semanas antes de iniciar o tratamento com ISRS. Victoria Karoline Libório Cardoso Fatores que determinam a seleção do antidepressivo e como realizar o tratamento F. relacionados ao paciente: ● Preferência do paciente. ● História de resposta e tolerabilidade prévia. ● Efeitos colaterais passados. ● Comorbidades (psiquiátricas e gerais). F. relacionados ao fármaco: ● Efeitos colaterais. ● Custo. ● Estratégia terapêutica com ajuste de doses. ● Tipo de formulação. ● Segurança em casos de overdose. ○ Overdose fatal é mais comum com tricíclicos). Escolha do antidepressivo: ● Individualização do tratamento. ● Escolher antidepressivos bem tolerados e seguros de serem tomados em excesso, mas deve-se explicar que é importante tomar na dose certa. ● Fármacos seguros: IRS, bupropiona, reboxetina e venlafaxina. Planejamento do tratamento: ● Faseaguda: 2 a 3 meses iniciais - redução ou remissão total dos sintomas depressivos. ● Fase de continuação: 4 a 6 meses seguintes - para manter a resposta obtida na fase aguda e evitar recaídas dentro de um mesmo episódio depressivo. ● Fase de manutenção: 1 ano ou mais - para evitar a ocorrência de novos episódios (recomendada para pacientes com risco de recorrência). Continuação do tratamento: ● Tempo: varia de acordo como caso, mas, em geral, deve ser mantido por 12 a 18 meses para o 1* episódio depressivo. Victoria Karoline Libório Cardoso ● As doses são as mesmas utilizadas para a remissão dos sintomas na fase aguda. ● Após esse período, faz-se a retirada gradativa para evitar recaídas. Retirada do fármaco: ● Deve-se diminuir a dose gradativamente, por pelo menos 4 semanas. ● Em pacientes com tratamento de manutenção longo, deve-se fazer o “desmame” por 6 meses. ● Se ocorrer reação de descontinuação, deve-se explicar a situação e tranquilizar o paciente. ● Em casos mais intensos, o antidepressivo deve ser re-introduzido e retirado ainda mais lentamente. Atenção especial aos idosos Polifarmácia: cuidado com fármacos que interferem na CYP450. Metabolismo diminuído: diminui a velocidade de eliminação. Cuidado com fármacos com efeitos colaterais anticolinérgicos: pode agravar os sintomas comuns nessa idade: ● Confusão mental ● Constipação intestinal ● Hipotensão
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