Buscar

Introdução a Imunologia e Células do Sistema Imune

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
MECANISMO DE AGRESSÃO E DEFESA VETERINÁRIA I – CESMAC 
ALICE CAROLINA COSTA DE SOUZA 
Introdução a Imunologia 
HISTÓRICO 
 Varíola e a peste na sociedade antiga: muitas 
pessoas morreram e outras se recuperaram 
 Século XII - Chineses observaram a resistência, 
fizeram experimentos com crostas de feridas em 
pequenos cortes. 
 Século XVIII - Inoculação da varíola (variolação) 
difundida na Europa. 
 1796 – Edward Jenner avaliou a imunidade cruzada 
da varíola em humanos e bovinos, através do senso 
comum que as ordenhadoras não contraiam varíola. 
 1879 – Louis Pasteur, na França, pesquisava a cólera 
aviária, fazia experimento com galinhas e a cultura do 
microrganismo Pasteurella multocida. 
 
INTRODUÇÃO 
O ambiente apresenta bactérias, vírus, fungos, protozoários e 
helmintos (vermes). Para sobreviver, muitos desses 
microrganismos usam o organismo animal como local e fonte 
de nutrientes. 
*(Os comensais não causam patogenicidade) 
Esses agentes infecciosos só irão sobreviver caso consigam 
evitar o sistema imune do hospedeiro por um período 
suficiente para que haja a sua multiplicação e disseminação 
de sua progênie para um novo hospedeiro. 
CONCEITOS IMPORTANTES 
Patógeno: microrganismo capaz de causar doença. 
Patógeno primário: é aquele que causará doença no 
organismo, mesmo que o indivíduo esteja saudável. 
Patógeno oportunista: é aquele que só causa a infecção (se 
manifesta) quando há baixa/falhas no sistema imune do 
hospedeiro ou só provocam a doença quando administrados 
em grande quantidade. 
Patogenicidade: propriedade do microrganismo provocar 
alterações fisiológicas no hospedeiro, ou seja, capacidade de 
produzir a doença. 
Virulência: o grau de agressividade da patogenicidade 
(doença) e de escapar das defesas do organismo. 
 Obs.: ↑ virulento = ↑ capacidade de vencer o sistema 
imune. 
Replicação: termo usado para agentes virais. 
 
Multiplicação: termo usado para os demais agentes (bactérias, 
fungos, etc.) 
O SISTEMA IMUNOLÓGICO 
Alguns microrganismos nocivos tentam invadir os tecidos dos 
animais, tal invasão normalmente é evitada ou controlada, pelo 
sistema imunológico. Caso os patógenos consigam invadir o 
corpo e driblar tais defesas, causarão a doença. 
• O processo de defesa do corpo através do sistema 
imunológico é chamado de resposta imune. 
• Existem dois tipos de respostas imunes: a inata 
(natural ou inespecífica) e a adquirida (adaptativa ou 
específica). 
FATOR DE VIRULÊNCIA 
Entende-se por fatores de virulência as estruturas, produtos 
ou estratégias que as bactérias utilizam para causar a infecção 
no organismo. 
Tais fatores são cápsula, enzimas e/ou toxinas que ajudam os 
patógenos na invasão e resistência das defesas do 
hospedeiro. 
BARREIRAS FÍSICAS 
As defesas mais eficazes são as que impedem a penetração. 
 Pele e seus anexos 
 Trato respiratório (tosse, espirro, fluxo de muco e 
epitélio ciliado) 
 Trato gastrointestinal (acidez estomacal) 
 Sistema urinário (fluxo de urina) 
 Suor e lágrimas 
Observação: Desta forma, um microrganismo que consiga 
ultrapassar a primeira defesa é confrontado por uma segunda 
barreira, ainda maior, e assim sucessivamente. 
IMUNIDADE INATA 
O sistema imune inato é natural, ou seja, o indivíduo já nasce 
com ele e está pronto para responder de imediato a qualquer 
tentativa de invasão do organismo, ou outro evento que 
necessite de sua ação. 
Características gerais 
 Não apresenta memória, ou seja, cada infecção é 
tratada da mesma forma 
 Composto por moléculas antimicrobianas como a 
lisozima, proteínas de complemento, entre outras. 
 Consiste em mecanismos celulares e químicos de 
resposta rápida. 
 
 
2 
MECANISMO DE AGRESSÃO E DEFESA VETERINÁRIA I – CESMAC 
ALICE CAROLINA COSTA DE SOUZA 
ÓRGÃOS IMUNITÁRIOS PRIMÁRIOS 
MEDULA ÓSSEA 
 Produz células sanguíneas e plaquetas 
 Produz os linfócitos B e os linfócitos T 
 Responsável pelo amadurecimento dos linfócitos B 
 
 
TIMO 
 Maturação dos pró-timócitos oriundos da medula 
óssea 
 Onde os linfócitos T amadurecem 
 Em animais jovens, produz linfócitos T em grande 
quantidade. 
 Função endócrina: encolhe após a puberdade, mas 
funciona como glândula endócrina produzindo o 
hormônio timosina 
 
 
ÓRGÃOS IMUNITÁRIOS SECUNDÁRIOS 
LINFONODOS 
 Presentes nos vasos linfáticos; neles a linfa é filtrada, 
permitindo que partículas invasoras sejam 
fagocitadas pelos leucócitos ali presentes. 
 
BAÇO 
 Filtra o sangue para remover microrganismos, 
substâncias estranhas e resíduos celulares (células 
envelhecidas), além de maturar linfócitos. 
 
TONSILAS 
 Função semelhante aos linfonodos, localizadas na 
parte posterior da boca e acima da garganta. 
ADENOIDES 
 Massa de tecidos linfoides protetores localizados no 
fundo da cavidade nasal. Têm como função ajudar a 
proteger de patógenos no ar. 
APÊNDICE CECAL 
 É uma pequena extensão tubular localizada no ceco, 
primeira porção do intestino grosso. 
 Através da atuação das bactérias presentes nessa 
estrutura, os microrganismos são combatidos. 
CÉLULAS DO SISTEMA IMUNE 
 
Imagem: A médula óssea como estrutura primária, 
precursora de células. Produz linfócitos T e B, além disso 
matura linfócitos B. 
 
 
CONCEITOS IMPORTANTES 
Leucócitos: nome dado ao conjunto de células que constituem 
o sistema imune. 
Ramo linfócitico: abrange os linfócitos T e B (imunidade 
adquirida) e linfócitos NK (assassinos naturais). 
Ramo mielocitico: abrange as demais células leucocitárias e 
algumas células vermelhas (imunidade inata) 
 
 
Imagem: Existe uma cadeia de evolução/maturação das 
células imunes, até chegarem ao leucócito final. Para essas 
alterações acontecerem as células recebem proteínas 
através de receptores. 
 
 
3 
MECANISMO DE AGRESSÃO E DEFESA VETERINÁRIA I – CESMAC 
ALICE CAROLINA COSTA DE SOUZA 
 
NEUTRÓFILOS 
 São granulócitos (os grânulos no citoplasma do 
neutrófilo possuem enzimas digestivas, tais como a 
lisozima encontrada nas lágrimas) 
Circulante 
 É a célula mais abundante (60-70%) 
Possuem um núcleo multilobulado (chamados de 
polimorfonucleares (PMN) 
 Vida curta de 6h – 8h 
 Fagócitos (1ª linha de defesa a nível celular) 
 A maturação dos neutrófilos segue esta ordem: 1) 
pró-mielócitos; 2) mielócitos; 3) meta-mielócitos; 4) 
bastões; 5) segmentados (neutrófilos maduros). 
 
AÇÃO DE UM NEUTROFILO 
Além de fagocitar o material, podem lançar no ambiente 
armadilhas extracelulares (“última opção”). A formação de 
armadilhas extracelulares dos neutrófilos (NETs) é um 
mecanismo da imunidade inata em que o neutrófilo emite uma 
rede extracelular com seu DNA com a finalidade de conter e 
eliminar patógenos. Como consequência da formação das 
redes o neutrófilo passa por um processo de morte celular, 
denominado NETOSE. Não somente os neutrófilos são 
capazes de formar NETs. Recentemente, esse mecanismo foi 
mostrado também em eosinófilos, mastócitos, basófilos e 
macrófagos. 
 
EOSINÓFILOS 
 Granulócito 
 Circulante 
 Parasitas 
Núcleo bilobulado 
 2- 3% das células circulantes 
 Importante nas alergias 
 Eosinofilico - se cora mais pela eosina (método de 
coloração histológica por hematoxilina)
 
BASÓFILOS 
 Granulócito 
 Circulante 
 Muitos grânulos 
 Heparina 
 Histamina 
 Basofílico (se cora mais pela hematoxilina) 
 
 
MASTÓCITOS 
 Não circulante 
 Grânulos de heparina e histamina 
 
 
CÉLULA DENDRÍTICA 
 Não circulante 
 Pele e mucosas 
 Célula apresentadora 
 Papel semelhante aos macrófagos 
 
 
MONÓCITOS → MACRÓFAGOS (se transforma quando entra 
no tecido) 
 Agranulócito 
 Fagócitos 
 Macrófagos residentes dos tecidos (macrófago 
alveolar, microgliócito (SNC), osteoclasto) 
 Fagocita restos celulares 
 Monócitos (núcleo de feijão) = Macrofágos (célula sai 
da circulação e vai para o tecido = tamanho maior e 
capacidade melhorde fagocitose) → diferentes fases 
de evolução 
 
4 
MECANISMO DE AGRESSÃO E DEFESA VETERINÁRIA I – CESMAC 
ALICE CAROLINA COSTA DE SOUZA 
INTRODUÇÃO À IMUNIDADE ADQUIRIDA ou ADAPTATIVA 
 
O sistema imune adaptativo é a imunidade gerada ao longo da 
vida, ativada após um contato primário com diferentes 
agentes nocivos. Esse tipo caracteriza-se por reconhecer 
especificamente um antígeno e gerar memória imunológica. 
 É capaz de reconhecer um microrganismo invasor, 
destruí-lo e desenvolver uma memória. Caso o 
animal sofra uma segunda infecção pelo mesmo 
invasor, o sistema responderá de forma mais rápida 
e efetiva. 
 Os linfócitos B e T estão na base da resposta imune 
adquirida. 
COMPONENTES PRINCIPAIS 
1. Células capazes de capturar e processar os 
antígenos, apresentando-os às células do sistema 
imune (células apresentadoras de antígenos) 
2. Células que possuem receptores para os antígenos 
processados. Estas células podem se ligar e 
responder aos antígenos (especificidade) 
3. Células que, uma vez ativadas por um antígeno, irão 
produzir anticorpos específicos ou farão parte da 
resposta imune mediada por células (células efetoras 
= células que ao final do processo foram ativadas). 
4. Células que desenvolverão memória do evento e 
rapidamente responderão frente a um antígeno 
específico caso este seja encontrado 
posteriormente. (células de memória) 
5. Células que regulam e asseguram que esta resposta 
funcione de forma apropriada. (células reguladoras - 
linfócitos) 
TIPOS DE IMUNIDADE ADQUIRIDA/ADAPTATIVA 
IMUNIDADE CELULAR OU MEDIADA POR CÉLULAS 
(LINFÓCITOS T) 
 
Possui intervenção dos linfócitos T, eles possuem receptores 
específicos em sua membrana. Para que ocorra ativação do 
LT, é necessário que antígeno esteja ligado a uma molécula de 
MHC, presente na superfície de determinadas células 
fagocitárias, denominadas células apresentadoras de 
antígenos. 
Quando os linfócitos T são ativados há proliferação e 
diferenciação de clones de células efetoras, tais células clones 
são capazes de reconhecer o antígeno e atuar sobre o mesmo 
com ataque imunológico. Como resultado final da resposta 
imune, o invasor é removido. 
IMUNIDADE HUMORAL (LINFÓCITOS B) 
A qual tem como efetores os linfócitos B, cujos são ativados 
quando um antígeno entra no organismo e há estímulo através 
dos receptores. Em seguida, ocorre a proliferação clonal dos 
linfócitos ativados e por conseguinte, há diferenciação dos 
mesmos. Uma parte das células clonadas diferencia-se em 
plasmócitos que, ativos, produzem moléculas de anticorpos, já 
outra parte constitui células de memória que ficam pré-
ativadas para um possível contato secundário o que influi para 
acelerar a resposta imune. 
Os anticorpos são produzidos especificamente contra um 
antígeno que provocou uma resposta imune adaptativa. Eles 
atuam neutralizando antígenos, opsonizando e ativando o 
complemento. Os anticorpos são denominados 
imunoglobulinas, as quais possuem diferentes formas, dando-
se o nome de isotipo ou classe, podendo ser: IgG, IgA, IgD, IgE 
e IgM. 
CURIOSIDADE 
 
Onde encontrar anticorpos? Sangue, linfa, lágrimas, saliva, 
tecidos, mucosa espinal. De uma forma geral, estão 
encontrados intensamente no soro animal. 
Como produz anticorpos? Pode desenvolver nos anticorpos 
uma proteína/antígeno. A proteína que é uma toxina é 
manipulada a ponto de não matar o indivíduo, sendo 
chamada de toxóide. 
1. O toxóide é injetado no indivíduo, o qual receberá o 
toxóide e irá processá-lo em seu organismo, 
ativando o sistema imunológico adquirido. 
2. O sangue do indivíduo é extraído e separado o soro 
com imunoglobulinas/anticorpos. 
3. Outro animal receberá o sangue rico em anticorpo e 
passará até em seu organismo a proteção imediata 
contra possível infecção. 
4. A resposta imune humoral pode ser transferida.

Outros materiais