Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EXMO. SR. MINISTRO DE MINAS E ENERGIA – MME AGENCIA NACIONAL DE MINERAÇÃO – ANM Ass.: Ofício de encaminhamento Identificação: Processo nº 896.717/2009 CERAMICA LIMARTI LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n° 11.474.284/0001-74, com sede na Rodovia BR 101, km 407, s/n, Bairro Safra, Cachoeiro de Itapemirim-ES, encaminha a ANM o Plano de Aproveitamento Econômico – PAE. Cachoeiro de Itapemirim – ES, 08 de outubro de 2020 ________________________________ CERAMICA LIMARTI EXMO. SR. MINISTRO DE MINAS E ENERGIA – MME AGENCIA NACIONAL DE MINERAÇÃO - ANM Ref.: Processo ANM nº 896.717/2009 Ass.: Apresentação do Plano de Aproveitamento Econômico de Lavra e solicitação de Concessão de Lavra CERAMICA LIMARTI LTDA - ME, com sede na Rodovia BR 101, Km 407, Safra, Município de Cachoeiro, Estado do Espírito Santo, inscrita no CNPJ sob o nº 11.474.284/0001-74, vem requerer a este Ministério, a Concessão de Lavra para Argila na área que se refere o processo ANM 896.717/2009, na localidade de Fazenda Prates, Município de Itapemirim - ES, referente ao Alvará de Pesquisa n° 2907, publicado no DOU em 01/04/2010 cujo Relatório Final de Pesquisa foi aprovado conforme publicação no DOU de 20/10/2015, vem apresentar seu Plano de Aproveitamento Econômico de Lavra e demais documentos afins, para solicitação da Concessão de Lavra, nos termos da Legislação em vigor. Nestes Termos, Pede Deferimento Cachoeiro de Itapemirim, 28 de Setembro de 2020 _______________________________________________________ CERAMICA LIMARTI LTDA – ME PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI CERAMICA LIMARTI LTDA - ME PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÔMICO – PAE ARGILA CERAMICA LIMARTI LTDA - ME PROCESSO ANM 896.717/2009 ALVARÁ Nº 2907/2009 CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - ES PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 6 2 OBJETIVO ........................................................................................................... 6 3 HISTÓRICO DO PROCESSO .............................................................................. 6 3.1 DADOS GERAIS ............................................................................................ 6 3.2 DADOS DO TITULAR DO PROCESSO ......................................................... 7 3.3 DADOS DO RESPONSÁVEL TÉCNICO ....................................................... 7 4 JUSTIFICATIVA TÉCNICO-ECONÔMICA ........................................................... 7 5 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA ........................................................................... 8 5.1 HISTÓRICO DO MUNÍCIPIO ......................................................................... 8 5.2 ÁREA DE INFLUÊNCIA E CARACTERÍSTICA DO ENTORNO .................. 10 5.3 LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO .......................................................... 11 6 FISIOGRAFIA .................................................................................................... 12 6.1 RELEVO ....................................................................................................... 12 6.2 VEGETAÇÃO ............................................................................................... 12 6.3 SOLO ........................................................................................................... 13 6.4 HIDROGRAFIA ............................................................................................ 13 6.5 CLIMA .......................................................................................................... 14 6.6 GEOMORFOLOGIA ..................................................................................... 14 7 MEMORIAL DESCRITIVO ................................................................................. 15 7.1 GEOLOGIA .................................................................................................. 18 7.2 GEOLOGIA ECONÔMICA ........................................................................... 19 7.2.1 TIPO DO MINÉRIO ................................................................................ 19 7.2.2 GÊNESE DO MINÉRIO ......................................................................... 19 7.2.3 QUALIDADE DO MINÉRIO ................................................................... 21 7.2.4 RESERVA MINERAL ............................................................................. 21 8 PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÔMICO DE LAVRA ............................. 23 8.1 CONSIERAÇÕES INICIAIS ......................................................................... 23 8.2 APLICABILIDADE ........................................................................................ 23 8.3 MÉTODO DE LAVRA ................................................................................... 24 8.4 ABERTURA DAS VIAS DE ACESSO A LAVRA .......................................... 25 8.5 OPERAÇÕES DE LAVRA ............................................................................ 25 8.5.1 DECAPEAMENTO ................................................................................. 25 8.5.2 DESMONTE .......................................................................................... 25 8.5.3 CARREGAMENTO E TRANSPORTE ................................................... 26 8.5.4 ARMAZENAMENTO .............................................................................. 26 8.6 OPERAÇÕES AUXILIARES DE TRABALHO .............................................. 27 PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 8.6.1 VENTILAÇÃO NA MINA ........................................................................ 27 8.6.2 ENERGIA ELÉTRICA/ILUMINAÇÃO ..................................................... 27 8.6.3 CAPTAÇÃO DE ÁGUA .......................................................................... 27 8.6.4 SISTEMA DE DRENAGEM ................................................................... 27 8.7 FLUXOGRAMA DAS OPERAÇÕES DE LAVRA ......................................... 28 9 SISTEMAS OPERACIONAIS DA MINA ............................................................. 28 9.1 DIMENSIONAMENTO DA MÃO-DE-OBRA ................................................. 28 9.2 REGIME OPERACIONAL DA MINA ............................................................ 29 9.3 EQUIPAMENTOS ........................................................................................ 29 9.4 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DOS EQUIPAMENTOS ............................ 30 9.5 INSTALAÇÕES AUXILIARES E DE APOIO - EDIFICAÇÕES ..................... 31 9.6 MORADIA E TRANSPORTE DE PESSOAS ................................................ 31 10 ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA ........................................................ 32 10.1 INVESTIMENTOS INICIAIS ...................................................................... 32 10.2 DEPRECIAÇÃO DOS BENS .................................................................... 33 10.3 AMORTIZAÇÃO ........................................................................................ 33 10.4 CUSTOS OPERACIONAIS ....................................................................... 34 10.5 ESTIMATIVA DE VENDA MENSAL .......................................................... 36 10.6 DESPESAS TRIBUTÁRIAS E INDENIZATÓRIAS .................................... 37 10.7 CUSTOS TOTAIS ..................................................................................... 37 10.8 CUSTO UNITÁRIO DE PRODUÇÃO ........................................................ 37 10.9 PREÇO DE VENDA UNITÁRIO ................................................................38 10.10 PRODUÇÃO MÍNIMA ............................................................................... 38 10.11 RECEITA BRUTA TOTAL ......................................................................... 38 10.12 RECEITA LÍQUIDA TOTAL ....................................................................... 38 10.13 LUCRO LÍQUIDO ...................................................................................... 39 10.14 LUCRATIVIDADE ..................................................................................... 39 10.15 FLUXO DE CAIXA .................................................................................... 39 10.15.1 ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA ....................................................... 40 11 IMPACTOS AMBIENTAIS .................................................................................. 40 11.1 IMPACTOS AMBIENTAIS NA LAVRA DE ARGILA .................................. 40 11.2 CONTROLE AMBIENTAL ......................................................................... 41 12 PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS .............................. 47 12.1 CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS..................................................... 47 12.1.1 RESÍDUO DOMÉSTICO ........................................................................ 48 12.1.2 RESÍDUO INDUSTRIAL ........................................................................ 50 13 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS – PGR ............................... 51 13.1 ANÁLISE DOS POSSÍVEIS RISCOS AMBIENTAIS ................................. 52 PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 13.2 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO - A IMPORTÂNCIA DA EXISTÊNCIA E DO USO................................................................................................................. 55 14 PLANO DE RESGATE E SALVAMENTO .......................................................... 57 14.1 PLANO DE AÇÃO ..................................................................................... 57 14.2 TREINAMENTO PARA ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR .................. 58 14.3 ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR ........................................................ 58 14.4 MEDICAMENTOS PARA ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR ............... 60 15 PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL – PCMSO 60 15.1 OBJETIVO DO PCMSO ............................................................................ 60 15.2 RESPONSABILIDADES DO EMPREGADOR, MÉDICO E FUNCIONÁRIOS ................................................................................................... 61 15.3 DESENVOLVIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DO PCMSO ...................... 61 16 PLANO DE FECHAMENTO DE MINA ............................................................... 62 16.1 EFEITOS DECORRENTES DO FECHAMENTO DE MINA ...................... 63 16.2 GRUPOS ENVOLVIDOS NO FECHAMENTO DA MINA .......................... 63 16.3 ETAPAS DO FECHAMENTO DE MINA .................................................... 64 16.4 PLANO DE FECHAMENTO PARA A MINA DE ARGILA .......................... 64 16.4.1 SELEÇÃO DAS ESPÉCIES................................................................... 64 16.4.2 TÉCNICA PARA REVEGETAÇÃO DA ÁREA ....................................... 67 16.4.3 AQUISIÇÃO DE MUDAS ....................................................................... 67 16.4.4 PLANTIO ............................................................................................... 67 16.4.5 MANUTENÇÃO E MONITORAMENTO DA ÁREA ................................ 69 16.4.6 CUSTOS PARA IMPLANTAÇÃO DO REFLORESTAMENTO .............. 70 16.5 RESCISÕES CONTRATUAIS .................................................................. 70 16.6 RETIRADA DOS EQUIPAMENTOS E BENFEITORIAS ........................... 71 17 CONCLUSÃO .................................................................................................... 71 ANEXOS ................................................................................................................... 73 PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 6 1 INTRODUÇÃO O Plano de Aproveitamento Econômico de Lavra - PAE corresponde a um projeto que aborda os diversos aspectos envolvidos nos processos de extração, beneficiamento e comercialização da reserva mineral objetivada. O presente PAE apresentado tem o intuito de dimensionar a extração do bem mineral argila na região Fazenda Prates, apresentando um roteiro das operações que se desenvolverão no local, controles ambientais, além de todo suporte de operações auxiliares para o bom funcionamento da lavra, do início até o fechamento da mina. Salienta-se que o PAE deve conter dados compatíveis com as informados e aprovados no Relatório Final de Pesquisa. O titular do processo já possui Guia de Utilização autorizada em 12/08/2013 e renovada em 14/05/2018, vinculada a LO nº 74/2019 emitida pelo Órgão Ambiental IEMA através do processo nº 50666983. 2 OBJETIVO O objetivo deste trabalho é abordar aspectos relacionados aos processos de extração, e comercialização de Argila, dimensionando a lavra e apresentando um estudo técnico-econômico do aproveitamento da jazida mineral requerida. 3 HISTÓRICO DO PROCESSO 3.1 DADOS GERAIS TITULAR/REQUERENTE: Cerâmica Limarti LTDA - ME SUBSTÂNCIA REQUERIDA E ÁREA: Argila - 49,09 ha NÚMERO DO PROCESSO NA ANM: 896.717/2009 NÚMERO DO ALVARÁ DE PESQUISA E DATA DE PUBLICAÇÃO DO ALVARÁ DE PESQUISA: Alvará nº 2907, publicado em 01/04/2010 DATA DE APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA: 02/04/2012 DATA DA APROVAÇÃO DO RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA: 20/10/2015 PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 7 3.2 DADOS DO TITULAR DO PROCESSO RAZÃO SOCIAL: Cerâmica Limarti Ltda - ME CNPJ: 11.474.284/0001-74 ENDEREÇO: Rodovia BR 101, Km 407, Safra, Cachoeiro de Itapemirim, Estado do Espírito Santo 3.3 DADOS DO RESPONSÁVEL TÉCNICO NOME: Larissa Mendes dos Santos CPF: 112.281.476-39 CREA-ES: 000000/D PROFISSÃO: Engenheira de Minas Endereço: Avenida Jones dos Santos Neves, nº 1142, Agostinho Simonato, Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo 4 JUSTIFICATIVA TÉCNICO-ECONÔMICA No Brasil a exploração de argila ocorre em função de sua utilização para a construção civil. O marco da produção de cerâmica para revestimentos no Brasil teve impulso a partir da segunda metade da década de sessenta, com a criação do Sistema Financeiro da Habitação e do Banco Nacional da Habitação, toda a indústria nacional de materiais e componentes para a construção civil despertou para a possibilidade de crescimento. No início dos anos setenta, as políticas para o desenvolvimento econômico no Sul e Sudeste estimularam, o aumento da migração da população para esta região. A produção atingiu uma demanda contínua, fazendo com que a indústria cerâmica ampliasse significativamente a sua produção, com o surgimento de novas empresas. No Espírito Santo as principais fábricas de cerâmica estão concentradas no Sul do estado. Próximo a área requerida para extração, existem diversas fábricas, de pequeno e médio porte, sendo estas os futuros compradores da argila extraída. PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 8 5 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA 5.1 HISTÓRICO DO MUNÍCIPIO O Município de Itapemirim, anteriormente à criação do município de Cachoeiro de Itapemirim, abrangia todo o sul do estado do Espírito Santo até a fronteira com Minas Gerais. O município ocupa justamente a região do baixo rio Itapemirim, que com seu afluente, o rio Muqui do Norte, tem importância decisiva na vida sócio econômica da região. A mais antiga referência sobre povoamento da região do atual município de Itapemirim remonta a 1539, quando Pedro da Silveira estabeleceu-se próximo a foz do Itapemirim com uma fazenda.Porém, a região permaneceu até ao século XVIII, sem nenhuma maior ocupação, vindo esta somente após o célebre ataque dos indígenas Puris, em 1771, onde os mineradores da região da Serra do Castelo, em fuga, vieram, em parte se estabelecer na foz do Rio Itapemirim. Dois destes mineradores, Pedro Bueno e Capitão Baltazar Caetano Carneiro, adquiriram os direitos de Inácio Cacundo a uma fazenda com engenho de açúcar, que fora fundado em torno de 1700 por Domingos de Freitas Bueno Caxangá. Esta propriedade, denominada Fazendinha, localizava-se onde atualmente é a Vila de Itapemirim. Entre os fugitivos estava o vigário do Arraial de Santa Ana de Castelo padre Antônio Ramos e Macedo que trouxe para a então capela da Fazendinha as imagens de Nossa Senhora da Conceição, São Benedito, a pia batismal e o sino que serviram para a nova paróquia, depois dedicada a Nossa Senhora do Amparo. A região progrediu com o surgimento de novas fazendas, a concessão de sesmarias e a legalização das propriedades, no período final do século XVIII e início do século XIX. Toda vida econômica baseava-se na cultura da cana e na produção de açúcar e aguardente. O progresso tornou-se tal que, pelo Alvará de 27 de junho de 1815, foi criado o município de Vila de Itapemirim, sendo o patrimônio da Câmara demarcado pelo Ouvidor José Libano de Souza, numa área de meia légua quadrada e instalada a 9 de agosto de 1815. Nesta época havia nove engenhos de açúcar desde a foz do Rio Itapemirim até as cachoeiras onde hoje fica a cidade de Cachoeiro de Itapemirim. PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 9 A importância da região devia-se a fatores como, grandes propriedades agrícolas produtoras de cana-de-açúcar e a posição estratégica da Vila de Itapemirim, que além de servir de ponto para escoamento da produção, situava-se no encontro entre a chamada Estrada Geral, que unia pelas praias de Vitória ao Rio de Janeiro, e a ligação com o interior, especialmente com a estrada do Rubim na Serra do Castelo. Em 1828, a Vila de Itapemirim possuía apenas duas lojas de fazendas e três de mantimentos e bebidas, havendo uma escola de primeiras letras com doze alunos. O progresso regional estava intimamente ligado a produção de cana-de-açúcar e aguardente, realizado principalmente por mão de obra escrava. Em 1852 o porto de Itapemirim era ligado por navegação regular a vapor com Anchieta (Benevente), Guarapari, Vitória, Santa Cruz, São Mateus, Caravelas (BA) e exportava principalmente o açúcar, a aguardente e o café da região. No governo de Muniz Freire (1892 a 1896) foi feito um contrato para estabelecer um engenho central em Itapemirim, entretanto somente no Governo Jerônimo Monteiro (1908 a 1912) houve a efetivação de medida, com a criação da Usina Paineiras, destinada a modernizar e ampliar a produção de açúcar, substituindo os velhos e anti- econômicos engenhos. No início do século, com o desmatamento do vale, o Rio Itapemirim começou a apresentar sérias dificuldades para a navegação devido ao assoreamento de seu leito. Também, nesse período, iniciou-se a construção da Estrada de Ferro Itapemirim, que ligava o Porto da Barra do Itapemirim até a Usina Paineiras e, posteriormente (1920), de Paineiras até Cachoeiro. Com a ligação ferroviária de Cachoeiro de Itapemirim ao Rio de Janeiro (1903) a Vitória (1910) e o assoreamento da foz do rio, o porto da Barra de Itapemirim, que era o principal e único fator de riqueza no município foi desativado. Itapemirim também servia de entreposto da Colônia do Rio Novo e a ela era ligado por um canal artificial, denominado Canal do Pinto, construído pelo engenheiro Pinto, tendo este canal perdendo sua função a partir da construção da Estrada de Ferro do Litoral, em 1928, que ligava Rio Novo do Sul a Paineiras, e da Estrada de Ferro Itapemirim. Entretanto, com a abertura rodoviária ligando Cachoeiro ao Rio de Janeiro e à Vitória, via Rio Novo, a Estrada de Ferro do litoral perdeu sua razão de ser e foi PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 10 extinta. Consequentemente, o Município de Itapemirim ficou isolado do desenvolvimento até que muito recente, com as aberturas de vias de comunicação (estradas), houve sua reintegração ao progresso regional. 5.2 ÁREA DE INFLUÊNCIA E CARACTERÍSTICA DO ENTORNO O Município de Itapemirim, de acordo com a divisão regional do Estado do Espírito Santo, está situado na região Sul do Espírito Santo. Geograficamente, o município encontra-se localizado na latitude 21º00’40” S, longitude 40º50’02”, WGS 84, Zona 24K, possuindo uma área territorial de aproximadamente 562 km² e distante 122 km da capital do estado. O município faz limite com as cidades de Cachoeiro de Itapemirim, Rio Novo do Sul, Piúma, Atílio Vivácqua, Presidente Kennedy e Vargem Alta. A figura a seguir apresenta a localização do Município em relação ao Estado. Figura 01: Localização do Munícipio de Itapemirim no Espírito Santo De acordo com IBGE (2016), o Município de Itapemirim conta no referido ano com cerca de 34.585 habitantes, tendo sua população aumentada em aproximadamente 11% se comparada com o ano de 2010. A Vila de Itapemirim, principal centro comercial da região atualmente se encontra bem desenvolvida, abrangendo vários setores comerciais, que vão do alimentício ao vestuário. Por ser um município localizado próximo ao mar, ganhou destaque e PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 11 apresenta também caráter turístico, tendo como principais praias, Itaóca e Itaipava, que recebem milhares de visitantes nas férias de verão. A rede bancária da cidade conta com as Agências do Banco do Brasil, Bradesco, Banestes e Caixa Econômica Federal, que atendem a toda população. O município ainda conta com uma ampla rede de escolas, que atendem toda população urbana e rural, tendo apoio da rede pública para o transporte dos alunos. No que diz respeito ao sistema de transporte, a cidade é atendida por duas redes, Viação Sudeste (municipal e intermunicipal) e Viação Planeta (intermunicipal). A região conta com hospitais de qualidade, em bom estado de conservação e assistência médica 24 h, sendo os principais da cidade, Hospital Maternidade Menino Jesus e Hospital Santa Helena, atendendo ao SUS - Sistema Único de Saúde e a convênios particulares. Por ser além de tudo, um município turístico, as vias de acesso ao centro da cidade e aos distritos e vilarejos se encontram em sua maioria asfaltadas, proporcionando conforto aos moradores e visitantes. 5.3 LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO A área em questão se encontra localizada próxima à Fazenda Prates, Distrito de Itapecoá, Município de Itapemirim. Para chegar ao local, o melhor acesso partindo da Safra em Cachoeiro de Itapemirim, pela BR 101 Sul em direção a Vitória, na altura do Km 407, tomar uma estrada à direita e percorrer pouco mais de 1 km, na primeira bifurcação, entrar à direita e percorrer por volta de 3 Km, chegando a porção da área de interesse. PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 12 Figura 01: Localização da Área e vias de acesso. 6 FISIOGRAFIA 6.1 RELEVO De largura variável, a Baixada Espírito-Santense acompanha toda a costa capixaba, da fronteira com a Bahia até o limite com o Rio de Janeiro. Estreita ao sul e alarga-se consideravelmente na região norte, ocupando cerca de 40% do território estadual. O relevo da região varia de plano a pouco ondulado, com presença de morrotes de topos arredondados, às vezes pouco mais angulosos com altitudes chegando até a 90 metros apresentando pouca declividade. 6.2 VEGETAÇÃO A região de Itapemirim está situada no Bioma da Mata Atlântica, sendo possível verificar alguns fragmentos florestais remanescentes de mata atlântica, bem comode restinga, vegetação típica do litoral. Identifica-se também alguns locais que estão sendo reflorestados afim de implantação dos chamados corredores ecológicos, garantindo assim a preservação de algumas espécies da fauna. Nota-se também na região, nas grandes áreas de alagados, faixas de areia que ocupam este município. PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 13 Na área onde será desenvolvida a lavra encontra-se predominância de gramíneas, principalmente o capim braquiária formando pastagens, o que elimina a necessidade da retirada de cobertura vegetal. Encontra-se ainda, pequenos fragmentos florestais dispersos ao longo da região, principalmente nos topos de morros e regiões de alagados. 6.3 SOLO Os materiais que dão origem aos solos são basicamente de natureza das rochas cristalinas, predominantemente do tipo granito e gnaisses, rochas sedimentares terciárias da Formação Barreiras, e sedimentos quaternários fluviais e/ou de origem marinha. As rochas cristalinas dominam toda a área de estudo e distribuem-se em grandes maciços e morrotes, que sofrem forte ação do intemperismo e dos processos de pedogênese, resultando em coberturas pedológicas muito evoluídas em termos mineralógicos. No geral, a textura (composição granulométrica) dos solos derivados dessas rochas cristalinas graníticas é argilosa. O solo do tipo Latossolo Vermelho Amarelo textura argilosa domina a cobertura pedológica, ocorrendo tanto em relevo de Morrotes, como no relevo de Morros e Montanhas rochosas (relevo fortemente ondulado e montanhoso). 6.4 HIDROGRAFIA Os cursos d’água desempenham papel fundamental na modelação da morfologia das regiões, atuando nos processos de erosão, transporte de sólidos e deposição de sedimentos. A localização do empreendimento está prevista para a bacia do rio Itapemirim, que se limita ao Norte com a bacia do rio Doce, ao Nordeste com as bacias dos rios Jucu, Benevente e Rio Novo, ao sul com a bacia do Itabapoana e ao Leste com o Oceano Atlântico. A bacia apresenta uma área de drenagem de 6.014 km2, precipitação média de 1.320 mm e vazão média em sua foz 96 m3/s. PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 14 Em virtude do relevo, o Município de Itapemirim possui inúmeras lagoas, rios e córregos que cortam todo o território do município, e a maioria deságua no principal rio que o atravesso, o Rio Itapemirim. No que diz respeito aos recursos hídricos locais, cursos d’água sem denominação específica rodeiam a área em questão, desembocando no Rio Itapemirim, rio este que percorre a parte frontal da área onde está sendo requerida extração de argila. 6.5 CLIMA As temperaturas médias anuais mínimas e máximas para o município de Itapemirim, são de 17,7 oC e 30,1 oC, respectivamente. Em relação às chuvas, a estação meteorológica que apresenta dados de longo período de tempo, localizada mais próximo ao futuro empreendimento, situa-se em Cachoeiro do Itapemirim, sendo operada pelo Instituto Nacional de Meteorologia. O ano hidrológico na região onde está Itapemirim começa no mês de outubro, ocorrendo o semestre úmido geralmente entre esse mês e março, enquanto que o semestre seco ocorre entre abril e setembro. A precipitação pluviométrica anual média é de 1.016 mm, sendo que o mês de dezembro apresenta média próxima a 178 mm, enquanto o mês de agosto apresenta média de 32 mm. A máxima precipitação de 24 horas foi 168 mm, tendo ocorrido em um mês de abril. 6.6 GEOMORFOLOGIA Na região estudada, em relação à unidade dos Terrenos colinosos, observa-se uma nítida tendência natural do terreno e do relevo ao desencadeamento de processos erosivos, podendo citar, como agravantes, a forte interferência antrópica com criação de gado em áreas com elevada declividade, representadas pela porção inferior das vertentes, e ainda a presença de uma cobertura vegetal com gramíneas que durante algumas épocas do ano não cobrem de forma adequada todo o solo, deixando extensas partes expostas a intempéries. Quanto à instabilidade natural e de maiores dimensões, é interessante destacar que em toda a área de estudo e seu entorno não são observadas cicatrizes de antigos escorregamentos de vertentes ou abatimento de encostas. PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 15 A utilização intensiva do terreno com gado tende a compactar o solo e impedir ainda mais a infiltração de parte das águas pluviais, aumentando o fluxo de escoamento superficial, que, associado à elevada declividade dos terrenos, tende a escavar o solo e iniciar processos erosivos. 7 MEMORIAL DESCRITIVO O memorial descritivo da área apresentado abaixo, se dá de acordo com a aprovação do Relatório Final de Pesquisa, na data de 14/05/2005, vinculado a este mesmo processo: Coordenadas do Ponto de Amarração: LATITUDE LONGITUDE -20º59’38”.588 -40º56’32”.763 Tabela 01: Coordenadas do ponto de amarração da área requerida. Descrição o Ponto de Amarração: Ponto de amarração coincidente com o primeiro vértice. Comprimento do Vetor de amarração: 0,00 m Rumo do Vetor de Amarração: N Vértices: Latitude Longitude -20°59'38''588 -40°56'32''763 -20°59'39''454 -40°56'32''763 -20°59'39''454 -40°56'30''958 -20°59'40''851 -40°56'30''958 -20°59'40''851 -40°56'29''666 -20°59'42''375 -40°56'29''666 -20°59'42''375 -40°56'28''563 -20°59'44''182 -40°56'28''563 -20°59'44''182 -40°56'27''580 -20°59'45''919 -40°56'27''580 -20°59'45''919 -40°56'26''475 -20°59'47''951 -40°56'26''475 -20°59'47''951 -40°56'25''390 -20°59'49''915 -40°56'25''390 -20°59'49''915 -40°56'24''367 -20°59'51''822 -40°56'24''367 -20°59'51''822 -40°56'23''022 -20°59'54''137 -40°56'23''022 -20°59'54''137 -40°56'21''438 -20°59'55''342 -40°56'21''438 -20°59'55''342 -40°56'19''448 PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 16 -20°59'56''356 -40°56'19''448 -20°59'56''356 -40°56'18''351 -20°59'57''070 -40°56'18''351 -20°59'57''070 -40°56'17''185 -20°59'57''807 -40°56'17''185 -20°59'57''807 -40°56'16''170 -20°59'58''521 -40°56'16''170 -20°59'58''521 -40°56'15''030 -20°59'59''425 -40°56'15''030 -20°59'59''425 -40°56'13''864 -21°00'00''257 -40°56'13''864 -21°00'00''257 -40°56'12''595 -21°00'01''179 -40°56'12''595 -21°00'01''179 -40°56'11''173 -21°00'02''237 -40°56'11''173 -21°00'02''237 -40°56'10''221 -21°00'03''107 -40°56'10''221 -21°00'03''107 -40°56'08''226 Latitude Longitude -21°00'03''568 -40°56'08''226 -21°00'03''568 -40°56'05''808 -21°00'04''003 -40°56'05''808 -21°00'04''003 -40°56'02''258 -21°00'04''440 -40°56'02''258 -21°00'04''440 -40°55'59''326 -21°00'05''195 -40°55'59''326 -21°00'05''195 -40°55'53''204 -21°00'05''749 -40°55'53''204 -21°00'05''749 -40°55'50''656 -21°00'04''502 -40°55'50''656 -21°00'04''502 -40°55'48''859 -21°00'03''607 -40°55'48''859 -21°00'03''607 -40°55'47''568 -21°00'02''972 -40°55'47''568 -21°00'02''972 -40°55'46''415 -21°00'02''311 -40°55'46''415 -21°00'02''311 -40°55'45''423 -21°00'01''880 -40°55'45''423 -21°00'01''880 -40°55'43''268 -21°00'02''440 -40°55'43''268 -21°00'02''440 -40°55'43''933 -21°00'02''824 -40°55'43''933 -21°00'02''824 -40°55'44''695 -21°00'03''360 -40°55'44''695 -21°00'03''360 -40°55'45''494 -21°00'03''921 -40°55'45''494 -21°00'03''921 -40°55'46''192 -21°00'04''511 -40°55'46''192 -21°00'04''511 -40°55'47''161 -21°00'05''082 -40°55'47''161 -21°00'05''082 -40°55'47''954 -21°00'05''759 -40°55'47''954 -21°00'05''759 -40°55'49''198 -21°00'06''497 -40°55'49''198 -21°00'06''497 -40°55'50''317 -21°00'07''097 -40°55'50''317 -21°00'07''097 -40°55'54''634 -21°00'06''568 -40°55'54''634 Latitude Longitude -21°00'06''568 -40°55'59''451 -21°00'06''273 -40°55'59''451 -21°00'06''273-40°56'00''678 -21°00'05''655 -40°56'00''678 -21°00'05''655 -40°56'01''879 -21°00'05''312 -40°56'01''879 -21°00'05''312 -40°56'03''492 -21°00'05''111 -40°56'03''492 -21°00'05''111 -40°56'05''987 -21°00'04''863 -40°56'05''987 -21°00'04''863 -40°56'07''184 -21°00'04''579 -40°56'07''184 -21°00'04''579 -40°56'08''587 -21°00'04''305 -40°56'08''587 -21°00'04''305 -40°56'09''848 -21°00'03''964 -40°56'09''848 -21°00'03''964 -40°56'11''403 -21°00'03''566 -40°56'11''403 -21°00'03''566 -40°56'12''535 -21°00'02''341 -40°56'12''535 -21°00'02''341 -40°56'13''882 -21°00'01''438 -40°56'13''882 -21°00'01''438 -40°56'15''324 -21°00'00''443 -40°56'15''324 -21°00'00''443 -40°56'16''755 -20°59'59''405 -40°56'16''755 -20°59'59''405 -40°56'18''141 -20°59'58''410 -40°56'18''141 -20°59'58''410 -40°56'21''326 -20°59'59''217 -40°56'21''326 -20°59'59''217 -40°56'24''704 PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 17 -20°59'58''367 -40°56'24''704 -20°59'58''367 -40°56'34''892 -20°59'57''092 -40°56'34''892 -20°59'57''092 -40°56'37''795 -20°59'55''899 -40°56'37''795 -20°59'55''899 -40°56'39''244 -20°59'54''325 -40°56'39''244 -20°59'54''325 -40°56'40''363 -20°59'52''440 -40°56'40''363 -20°59'52''440 -40°56'41''888 -20°59'51''319 -40°56'41''888 -20°59'51''319 -40°56'43''570 -20°59'49''735 -40°56'43''570 Latitude Longitude -20°59'49''735 -40°56'44''892 -20°59'47''946 -40°56'44''892 -20°59'47''946 -40°56'46''697 -20°59'46''824 -40°56'46''697 -20°59'46''824 -40°56'50''642 -20°59'46''129 -40°56'50''642 -20°59'46''129 -40°56'53''147 -20°59'47''155 -40°56'53''147 -20°59'47''155 -40°56'55''172 -20°59'48''276 -40°56'55''172 -20°59'48''276 -40°56'57''851 -20°59'49''258 -40°56'57''851 -20°59'49''258 -40°56'59''741 -20°59'50''117 -40°56'59''741 -20°59'50''117 -40°57'02''029 -20°59'51''099 -40°57'02''029 -20°59'51''099 -40°57'04''912 -20°59'51''719 -40°57'04''912 -20°59'51''719 -40°57'39''485 -20°59'50''798 -40°57'39''485 -20°59'50''797 -40°57'43''658 -20°59'49''831 -40°57'43''658 -20°59'49''831 -40°57'46''151 -20°59'48''538 -40°57'46''151 -20°59'48''538 -40°57'47''980 -20°59'47''170 -40°57'47''980 -20°59'47''170 -40°57'49''238 -20°59'45''641 -40°57'49''238 -20°59'45''641 -40°57'50''327 -20°59'41''230 -40°57'50''327 -20°59'41''230 -40°57'49''500 -20°59'42''396 -40°57'49''500 -20°59'42''396 -40°57'48''647 -20°59'43''774 -40°57'48''647 -20°59'43''774 -40°57'47''798 -20°59'44''829 -40°57'47''798 -20°59'44''829 -40°57'46''718 -20°59'46''076 -40°57'46''718 -20°59'46''076 -40°57'45''535 -20°59'47''055 -40°57'45''535 -20°59'47''055 -40°57'43''887 -20°59'48''341 -40°57'43''887 -20°59'48''341 -40°57'41''902 -20°59'48''924 -40°57'41''902 Latitude Longitude -20°59'48''924 -40°57'38''814 -20°59'49''339 -40°57'38''814 -20°59'49''340 -40°57'33''291 -20°59'49''830 -40°57'33''291 -20°59'49''830 -40°57'06''369 -20°59'49''195 -40°57'06''369 -20°59'49''195 -40°57'03''357 -20°59'48''466 -40°57'03''357 -20°59'48''466 -40°57'01''532 -20°59'47''676 -40°57'01''532 -20°59'47''676 -40°56'59''962 -20°59'46''846 -40°56'59''962 -20°59'46''846 -40°56'58''237 -20°59'46''143 -40°56'58''237 -20°59'46''143 -40°56'56''452 -20°59'45''277 -40°56'56''452 Latitude Longitude -20°59'45''277 -40°56'54''326 -20°59'44''412 -40°56'54''326 -20°59'44''412 -40°56'52''352 -20°59'43''713 -40°56'52''352 -20°59'43''713 -40°56'50''246 -20°59'42''942 -40°56'50''246 -20°59'42''942 -40°56'47''919 -20°59'42''002 -40°56'47''919 -20°59'42''002 -40°56'45''165 -20°59'41''114 -40°56'45''165 -20°59'41''114 -40°56'42''919 -20°59'40''248 -40°56'42''919 -20°59'40''248 -40°56'41''213 PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 18 -20°59'39''477 -40°56'41''213 -20°59'39''477 -40°56'38''987 -20°59'38''588 -40°56'38''987 -20°59'38''588 -40°56'32''763 Figura 03: Poligonal Da ANM 7.1 GEOLOGIA Na área de intervenção, as rochas do Complexo Paraíba do Sul, que se encontram presentes, referem-se às rochas gnáissicas que em grande parte dos afloramentos já se apresentam parcialmente alteradas ou decompostas. Cabe observar que em grande parte da área essas rochas não se encontram afloradas, mas apenas em sub superfície, ou nos locais ao longo das baixadas e drenagens. Perfurações realizadas confirmaram que não existe um pacote de rochas gnáissicas imediatamente em sub superficie nas partes mais elevadas, mas apenas a maiores profundidades, o que garante que na parte interna dos morros se tenham apenas solos e rochas decompostas. Praticamente em todos os trechos das planícies que compõem PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 19 esta unidade já ocorreram retilinizações dos cursos de água tornando-as mais propícias ao aproveitamento agrícola. Do ponto de vista geotécnico, as rochas locais, embora alteradas, apresentam-se maciças, não suscetíveis a rebaixamentos, conferindo ao local um suporte de fundação geotécnica suficientemente seguro. Com o aumento da profundidade, uma nítida redução dos teores de areia e uma acentuada elevação do percentual de argila é observado. 7.2 GEOLOGIA ECONÔMICA 7.2.1 TIPO DO MINÉRIO Entende-se por minério, toda formação de um ou mais minerais rochosos, que apresentam condições técnicas, operacionais e econômicas para serem lavrados. O minério de interesse contido na área estudada, é conhecido comercialmente como argila vermelha e será lavrado a céu aberto na forma de tiras e em blocos ou painéis. Figura 05: Representação, meramente ilustrativa, do bem mineral. 7.2.2 GÊNESE DO MINÉRIO PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 20 A argila pode ser definida como material terroso, de granulação muito fina, que quando umidecida na presença de água, adquire plasticidade. Mineralogicamente as argilas são compostas por caulinita/haloisita, illita e montmorilonita, e por vezes também são encontrados quartzo, mica, feldspato, óxido de ferro, carbonatos e matéria orgânica. Graças aos argilominerais, as argilas na presença de água desenvolvem uma série de propriedades além da plasticidade, tais como: resistência mecânica, retração linear de secagem e compactação. Como a argila surge através dos processos de intemperismo e sedimentação das partículas do solo, e estes processos ocorrem em regiões com características climáticas, hídricas e de solos diferentes das demais, ocorrem desta maneira argilas com tonalidades e outras particularidades na classificação: argila natural, é a que foi extraída e limpa, e que pode ser utilizada em seu estado natural, sem a necessidade de adicionar outras substâncias; argila refratária, a que adquire este nome em função de sua qualidade de resistência ao calor; caulim ou argila da china, classificada como argila primária e utilizada na fabricação de massas para porcelanas. É de coloração branca e funde a 1800°C - pouco plástica, só deve ser moldada em moldes ou formas; argilas de bola, são argilas secundárias muito plásticas, de cor azulada ou negra, apresenta alto grau de contração tanto na secagem quanto na queima; argilas para grês, são aquelas que apresentam grão fino, é plástica, sedimentária e refratária, vitrificando-se entre 1250 - 1300°C; argilas vermelhas, são plásticas com alto teor de ferro e resistem a temperaturas de até 1100°C, onde, sua coloração é avermelhada escuro, e quando úmida chega quase ao marrom; bentonita, é um tipo de argila vulcânica muito plástica, contém mais sílica do que alumínio e se origina das cinzas vulcânicas, além de apresenta uma aparência e tato gorduroso. Durante o seu processo de queima nas cerâmicas, podem adquirir cores como branca e vermelha. A cor de queima branca deve-se aos baixos teores de ferro e outros elementoscorantes, característica rara, tornando-as escassas. De queima vermelha possui altos teores de ferro, sendo utilizada, sobretudo, para a fabricação de telhas e tijolos para a construção civil, além de objetos para decoração de jardins, ou de casas. PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 21 7.2.3 QUALIDADE DO MINÉRIO O minério presente na área de interesse, a argila, passou por caracterização e se apresenta na forma de grãos finos (fração argila < 0,005 mm) e coloração avermelhada, ideal para produção de cerâmica. Em profundidade apresenta mudanças não muito significativas na coloração, ficando mais clara, adquirindo coloração rosada no sentido descendente. 7.2.4 RESERVA MINERAL Reserva é a quantidade de uma dada substância, apta a ser lavrada, em função de estudos econômicos, podendo ser classificadas em Reserva Medida, Indicada e Inferida. Para explicar cada tipo, será citada a aplicação do Código de Mineração (ANM 1987, pág. 103): Reserva medida: a tonelagem de minério computado pelas dimensões reveladas em afloramentos, trincheiras, galerias, trabalhos subterrâneos e sondagens, e na qual o teor é determinado pelos resultados de amostragem pormenorizada, devendo os pontos de inspeção, amostragem e medida estar tão proximamente espacejados e o caráter geológico tão bem definido que as dimensões, a forma e o teor da substância mineral possam ser perfeitamente estabelecidos. A tonelagem e o teor computados devem ser rigorosamente determinados dentro dos limites estabelecidos, os quais não devem apresentar variação superior, ou inferior a 20% (vinte por cento) da quantidade verdadeira; Reserva indicada: a tonelagem e o teor do minério computados parcialmente de medidas e amostras específicas, ou de dados da produção, e parcialmente por extrapolação até distância razoável com base em evidências geológicas; Reserva inferida: estimativa feita com base no conhecimento dos caracteres geológicos do depósito mineral, havendo pouco ou nenhum trabalho de pesquisa. PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 22 Após a execução dos trabalhos de mapeamentos geológicos, abertura de trincheiras, amostragem, a tabulação e o cálculo da reserva foram efetuados em função da característica do depósito, registrado na ANM sob o nº 896.717/2009, cuja área desmembrada abrangeu parcialmente as reservas contempladas no estudo referente ao Relatório de Final de Pesquisa aprovado pela ANM em 20/10/2015. Os valores da reserva medida ao longo da área encontram-se a seguir: Massa Total de Minério Volume de argila total: 900.000 m³ ρ argila = 1,6 ton/m³ Massa total de minério: 𝑚 = 𝑉 𝑥 𝜌 𝑚 = 900.000 𝑚³ 𝑥 1,6 𝑡𝑜𝑛/𝑚³ 𝒎 = 𝟏. 𝟒𝟒𝟎. 𝟎𝟎𝟎 𝒕𝒐𝒏 Cálculo da Vida Útil da Mina Para o cálculo da vida útil da mina, é necessário calcular a Escala de Produção a ser adotada no empreendimento, podendo variar para mais ou para menos de um mês para o outro, em decorrência de vários fatores que podem proporcionar condições adequadas ou adversas às atividades de extração, além da demanda atual do mercado consumidor: Produção mensal estimada: 4000 ton/mês Meses trabalhados no ano: 12 𝐸𝑠𝑐𝑎𝑙𝑎 𝑑𝑒 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 = 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 𝑚𝑒𝑛𝑠𝑎𝑙 𝑥 12 𝐸𝑠𝑐𝑎𝑙𝑎 𝑑𝑒 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 = 4000 𝑡𝑜𝑛/𝑚ê𝑠 𝑥 12 𝑬𝒔𝒄𝒂𝒍𝒂 𝒅𝒆 𝑷𝒓𝒐𝒅𝒖çã𝒐 = 𝟒𝟖𝟎𝟎𝟎 𝒕𝒐𝒏/𝒎ê𝒔 Considerando um aproveitamento para o bem mineral de 90%, obtém-se a Reserva Lavrável: PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 23 𝑅𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎 𝐿𝑎𝑣𝑟á𝑣𝑒𝑙 = 90% 𝑥 900.000 𝑅𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎 𝐿𝑎𝑣𝑟á𝑣𝑒𝑙 = 90% 𝑥 900.000 𝑚³ 𝑹𝒆𝒔𝒆𝒓𝒗𝒂 𝑳𝒂𝒗𝒓á𝒗𝒆𝒍 = 𝟖𝟏𝟎. 𝟎𝟎𝟎 𝒎³ Dessa forma, a vida útil da mina é determinada pela razão entre o valor da reserva lavrável e a escala de produção anual: 𝑉𝑖𝑑𝑎 Ú𝑡𝑖𝑙 = 𝑅𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎 𝐿𝑎𝑣𝑟á𝑣𝑒𝑙 (𝑚3) 𝐸𝑠𝑐𝑎𝑙𝑎 𝑑𝑒 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 (𝑚3/𝑎𝑛𝑜) 𝑉𝑖𝑑𝑎 Ú𝑡𝑖𝑙 = 810.000 𝑚³ 30000 𝑚3/𝑎𝑛𝑜 𝑽𝒊𝒅𝒂 Ú𝒕𝒊𝒍 = 𝟐𝟕 𝒂𝒏𝒐𝒔 8 PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÔMICO DE LAVRA 8.1 CONSIERAÇÕES INICIAIS Um dos últimos procedimentos para regularização de uma jazida e passagem para a fase de lavra e aproveitamento mineral é a apresentação do Plano de Aproveitamento Econômico de Lavra, onde neste trabalho são apresentadas dentre outros esclarecimentos, o método de lavra, a viabilidade do empreendimento, a capacidade técnica e financeira para executar o projeto como apresentado à fiscalização e os controles ambientais implantados. 8.2 APLICABILIDADE A atividade de mineração tem como consequência a modificação do meio ambiente, e observando isso, a aplicação do Plano de Aproveitamento Econômico de Lavra busca desenvolver adequadas técnicas de lavra com objetivo otimizar os resultados, ou seja, aumentar a produção, reduzir a degradação e maximizar o valor presente líquido. PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 24 8.3 MÉTODO DE LAVRA A escolha do método de lavra é uma das decisões mais importantes que são tomadas durante o estudo de viabilidade econômica de um projeto de mineração. Na fase de planejamento, a seleção é baseada em critérios geológico, social, geográfico e ambiental, todavia as condições de segurança e higiene devem ser garantidas durante toda a vida útil da mina. Os aspectos relativos à estabilidade da mina e a produtividade máxima também devem ser considerados. A seleção do método de lavra é um dos principais elementos em qualquer análise econômica de uma mina e sua escolha permite o desenvolvimento da operação. Numa etapa de maior detalhe, pode constituir-se como fator preponderante para uma resposta positiva do projeto. A seleção imprópria tem efeitos negativos na viabilidade da mina. Selecionado o método, este deve ser seguro e produzir condições adequadas para os funcionários, fomentar a redução dos impactos causados ao meio ambiente, permitir condições de estabilidade durante a vida útil da mina, ser flexível adaptando às diversas condições geológicas e à infra-estrutura disponível, permitindo atingir a máxima produtividade reduzindo o custo unitário. O método de lavra a ser adotado se encontra totalmente relacionado ao dimensionamento do empreendimento, uma vez que a escolha dos equipamentos e número de funcionários ocorrerá de acordo com a demanda e a escala de produção. Para extração do bem mineral argila, o método de lavra escolhido será a céu aberto em forma de tiras e blocos. Buscando otimizar os trabalhos, a lavra será realizada em conjunto com a recuperação ambiental, de forma que o capeamento não será transportado para um bota-fora ou pilhas de estéril, mas depositado diretamente nas áreas adjacentes já lavradas. O estéril do bloco posterior será utilizado para recomposição da área já minerada. Os trabalhos se desenvolvem da seguinte forma: PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 25 a) Retirada do solo fértil, parte mais superior do solo; b) Decapeamento e remoção da camada de estéril proveniente da cobertura, com o auxílio de um trator; c) Extração da argila na forma de tiras e em blocos, isto é, minerado o bloco 1, posteriormente é separado o capeamento do bloco 2, o minério é lavrado e o estéril gerado vai para o interior da cava do bloco 1, e o capeamento do bloco 1 retorna para o lugar de origem, e assim sucessivamente até completar o ciclo. A deposição do estéril na cava faz com que este método seja de alta produtividade e de custo mais baixo. 8.4 ABERTURA DAS VIAS DE ACESSO A LAVRA Para acesso a área onde será desenvolvida a lavra de argila, não será necessário realizar aberturas, visto que as aberturas já existem no local, onde as estradas se encontram não pavimentadas e relativamente largas, com trechosvariando entre 4,5 e 9 metros de largura, o que permite o trafego dos equipamentos até o local. Visando manter as boas condições das vias, a empresa deverá realizar drenagem na estrada e construir caixas secas, afim de evitar a erosão e as más condições da estrada, o que poderia paralisar a produção. 8.5 OPERAÇÕES DE LAVRA 8.5.1 DECAPEAMENTO A atividade de decapeamento tem como finalidade a retirada de estéril para exposição do minério viabilizando as atividades seguintes de desmonte, carregamento e transporte. Este processo é de suma importância para o desenvolvimento da mina e sistemas de drenagem. 8.5.2 DESMONTE PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 26 O desmonte que será realizado na lavra de argila é o desmonte mecânico, realizado com auxílio de retroescavadeiras, que além de desmontar o material, realizará a operação de carregamento dos caminhões. O desmonte mecânico pode ser aplicado nos setores de mineração, escavação de terra e construção civil. O uso de mineradores de superfície na mineração permite o desmonte de rochas sem o emprego de explosivos, possibilitando a mineração em locais próximos a zonas urbanas, uma vez que não causa perturbações (vibrações). Os principais benefícios alcançados na utilização de mineradores de superfície em mineração estão relacionados com a substituição das operações de perfuração, detonação, carregamento e britagem primária pela operação de corte, que traz vantagens como, aumento da capacidade total do sistema, redução no custo operacional e várias operações podem ser executadas por um único equipamento, possibilitando uma coordenação, planejamento, despacho e manutenção mais fáceis. 8.5.3 CARREGAMENTO E TRANSPORTE As operações de carregamento e transporte consistem em carregar os caminhões e transportar o material extraído da jazida até diferentes pontos de descarga. Os locais de extração e remoção são denominados frentes de lavra ou áreas de escavação. Os caminhões são direcionados até uma determinada frente de lavra, onde os equipamentos de carga (retroescavadeiras) que estão alocados nas frentes retiram o material e carregam os caminhões. Estes, já carregados, transportam o material sem paradas até um determinado ponto de descarga e em seguida retornam para a frente de lavra, repetindo as mesmas operações na sequência. É importante que a capacidade dos caminhões seja a mesma, uma vez que caminhões com capacidades diferentes podem gerar filas nas frentes de lavra, por exemplo, caminhões de capacidades reduzidas ficam esperando um caminhão de maior capacidade encher totalmente a caçamba. 8.5.4 ARMAZENAMENTO PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 27 O armazenamento do material se dará nos pátios das fabricas de cerâmica, compradores da matéria-prima argila. 8.6 OPERAÇÕES AUXILIARES DE TRABALHO As operações aqui descritas tem como objetivo dar suporte ao desenvolvimento dos operações na mina e oferecer condições ideais de trabalho aos funcionários. 8.6.1 VENTILAÇÃO NA MINA Como a e extração do bem mineral se dará a céu aberto, não será necessário a instalação de ventilação, visto que o local já tem ventilação natural. 8.6.2 ENERGIA ELÉTRICA/ILUMINAÇÃO Se tratando de zona rural, no local não há energia elétrica, assim, as instalações elétricas serão realizadas para atender os galpões de apoio e realizar a iluminação do local no período noturno. Como a atividade ocorre somente no período diurno, não será necessário iluminação artificial. O fornecimento de energia será realizado pela concessionária mais próxima. 8.6.3 CAPTAÇÃO DE ÁGUA O empreendimento se encontra próximo ao Rio Itapemirim, de onde será captada a água utilizada no empreendimento. A água será utilizada com finalidade de consumo humano (uso doméstico) e lavagem dos galpões somente quando necessário. Como o uso é mínimo, cerca de 0,16 m³/dia, totalizando 3,52 m³/mês, será realizado Cadastro de Uso Insignificante das Águas junto a AGERH - Agencia Estadual de Recursos Hídricos, onde a captação de água não passará de 1,5 L/s. 8.6.4 SISTEMA DE DRENAGEM Serão instalados nas partes inferiores dos taludes, canaletas de drenagem em solo escavado, realizando a ligação entre as caixas secas escavadas. Em possibilidade do próprio solo não drenar a água, esta será retirada da praça por meio de bombeamento. PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 28 8.7 FLUXOGRAMA DAS OPERAÇÕES DE LAVRA A seguir é apresentado fluxograma referente as operações de lavra do bem mineral argila, tendo inicio no desmonte e terminando do descarregamento do material na empresa compradora. Figura 06: Fluxograma da sequências das operações de lavra. 9 SISTEMAS OPERACIONAIS DA MINA 9.1 DIMENSIONAMENTO DA MÃO-DE-OBRA A empresa não necessitará de extensa mão-de-obra, visto que se trata de um empreendimento de pequeno porte, onde cada função terá seus operadores. Para a coordenação da lavra, será nomeado um Engenheiro de Minas, que atuará como responsável técnico e realizará visita a lavra duas vezes por semana e sempre que solicitado. Como o engenheiro não trabalhará de forma presencial durante toda a semana, será contratado um Encarregado, que será responsável por organizar as operações de lavra. As demais funções, juntamente com o encarregado terão jornada de trabalho semanal. Abaixo, relação de profissionais: FUNÇÃO QUANTIDADE Engenheiro de Minas 1 PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 29 Operador de Retroescavadeira 1 Motorista de Caminhão Basculante 2 Encarregado de Mina 1 Vigias Noturnos 2 TOTAL 7 Tabela 03: Relação de funcionários do empreendimento. 9.2 REGIME OPERACIONAL DA MINA As atividades no local da mina terão duração de 40 horas semanais, obedecendo os seguintes horários descritos abaixo: HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO DIA DA SEMANA ENTRADA SAÍDA INTERVALO DE ALMOÇO TOTAL DE HORAS TRABALHADAS Segunda-feira 07:00 17:00 11:00 - 12:00 8 Terça-feira 07:00 17:00 11:00 - 12:00 8 Quarta-feira 07:00 17:00 11:00 - 12:00 8 Quinta-feira 07:00 17:00 11:00 - 12:00 8 Sexta-feira 07:00 16:00 11:00 - 12:00 8 TOTAL 40 Tabela 04: Horário de Funcionamento do empreendimento. Salienta-se que os trabalhadores terão 15 minutos para descanso e café no período da tarde, não descontados da contabilidade para as horas trabalhadas. 9.3 EQUIPAMENTOS PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 30 Os trabalhos são programados com base nos quantitativos a serem desmontados, assim, os equipamentos e o seu dimensionamento foram escolhidos de forma a suprir os valores estimados de produção, 4000 toneladas/mês: EQUIPAMENTOS QUANTIDADES OPERAÇÃO DE LAVRA DESEMPENHADA RETRO ESCAVADEIRA JCB 4CX 1 Desmonte Mecânico e Carregamento Caminhão Volkswagen 31320 (6X4) - Caçamba Basculante - Truck 2 Transporte de Argila Tabela 05: Relação de Equipamentos para realização da atividade. 9.4 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DOS EQUIPAMENTOS Retroescavadeira JCB 4CX Figura 06: Imagem meramente ilustrativa Retroescavadeira Motor Diesel Turbo de 100 HP Caçamba Dianteira tipo 6x1 igual a 1,2 m3 Caçamba Traseira de 30” Profundidade de Escavação de 4,45 m; Transmissão Powershift de Pá-Carregadeira Tração e Direção nas 4 rodas Diferencial Dianteiro e Traseiro de Patinagem Limitada Cabine Fechada com Ar Condicionado PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 31 Caminhão Volkswagen 31320 (6X4) - Caçamba Basculante - Truck Figura 07: Imagem meramente ilustrativa Caminhão Basculante Motor Diesel Tanque com capacidade para 275 litros de combustível Caçamba com capacidade para 12 m³ Pistão Frontal 03 Eixos CabineFechada com Ar Condicionado 9.5 INSTALAÇÕES AUXILIARES E DE APOIO - EDIFICAÇÕES Para apoio a atividade realizada, será construído nas dependências do empreendimento as seguintes edificações: Um almoxarifado para estoque de material (EPI, insumos da produção, etc.); Um galpão para servir de refeitório e instalações sanitárias para os trabalhadores e visitantes; Um galpão para garagem e para funcionamento de oficina mecânica de manutenção e pequenos reparos dos equipamentos. 9.6 MORADIA E TRANSPORTE DE PESSOAS PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 32 Os funcionários serão preferencialmente moradores do entorno, contemplando o Município de Itapemirim (interior) e Rio Novo do Sul, ou seja, terão residência fixa nas proximidades do empreendimento, o que descarta a necessidade de moradia no local. Para o transporte dos trabalhadores, a empresa deverá contratar um veículo licenciado para tal atividade, que ficará responsável por conduzir os funcionários até a lavra no início do expediente e também, de retornar com os mesmos para os pontos de coleta no final da tarde ao término do expediente diário. Os funcionários que optarem por trafegar com veículos próprios deverão assinar um termo de responsabilidade junto a empresa alegando e se responsabilizando por tal opção. 10 ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA A análise de mercado é uma das etapas mais importantes da elaboração do plano, nessa etapa é que o empreendedor faz o estudo do composto de mercado, cliente, fornecedores e concorrentes. Os clientes não compram apenas produtos, mas soluções para algo que precisam ou desejam, assim o empreendedor pode identificar essas soluções conhecê- los melhor. Essas informações serão úteis para determinar o investimento inicial e as despesas do negócio. 10.1 INVESTIMENTOS INICIAIS Todo empreendimento a ser instalado requer investimentos iniciais que viabilizem o início das atividades. Abaixo, se encontram descritos os investimentos necessários: INVESTIMENTOS INICIAIS DESCRIÇÃO QTDE VALOR UNIT (R$) VALOR TOTAL (R$) PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 33 RETRO ESCAVADEIRA JCB 4CX 1 R$ 286.180,00 R$ 286.180,00 CAMINHÃO VOLKSWAGEN VW 31320 (6X4) - Caçamba Basculante - Truck 2 R$ 90.000,00 R$ 180.000,00 Limpeza da área 1 R$ 400,00 R$ 400,00 Instalação de Energia Elétrica 1 R$ 1000,00 R$ 1000,00 Sistema de Captação de Água 1 R$ 600,00 R$ 600,00 Edificações e Infraestrutura (refeitório, banheiros e galpões) 1 R$ 20.000,00 R$ 20.000,00 Conjunto de Ferramentas auxiliares 1 R$ 2.000,00 R$ 2.000,00 Outros 1 R$ 5.000,00 R$ 5.000,00 TOTAL R$ 495.180,00 Tabela 06: Investimentos Iniciais 10.2 DEPRECIAÇÃO DOS BENS DEPRECIAÇÃO DOS BENS ESPECIFICAÇÃO QTDE INVESTIMENT O (R$) TAXA DE DEPRECIAÇ ÃO ANUAL (%) TAXA DE DEPRECIAÇ ÃO MENSAL (%) ANOS DEPRECIAÇÃ O MENSAL (R$) RETRO ESCAVADEIRA JCB 4CX 1 R$ 286.180,00 15 1,25 10 R$ 3577,25 CAMINHÃO VOLKSWAGEN VW 31320 (6X4) - Caçamba Basculante - Truck 2 R$ 180.000,00 10 0,83 10 R$ 1.494,00 Conjunto de Ferramentas auxiliares 1 R$ 2.000,00 2 0,17 10 R$ 3,40 TOTAL MENSAL R$ 468.180,00 R$ 5.074,65 TOTAL ANUAL R$60.895,80 Tabela 07: Depreciação dos Bens. 10.3 AMORTIZAÇÃO AMORTIZAÇÃO PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 34 ESPECIFICAÇÃO QTDE INVEST (R$) TAXA DE AMORT. ANUAL (%) TAXA DE AMORT. MENSAL (%) ANOS AMORT. MENSAL (R$) Construção Civil 1 R$ 20.000,00 4 0,333 29 R$ 66,00 TOTAL ANUAL R$ 792,00 Tabela 08: Amortização dos Bens. 10.4 CUSTOS OPERACIONAIS Os custos operacionais se dividem em Custos Fixos e Custos Variáveis e se referem a itens como, salário dos funcionários, gastos com energia elétrica, EPI’s, combustível, entre outros dos quais dependem o funcionamento das atividades do empreendimento Assim, para fins de cálculo, os seguintes valores serão considerados: DIÁRIO SEMANAL MENSAL ANUAL DIAS TRABALHADOS -- 5 22 264 HORAS TRABALHADAS 8 40 176 2.112 PRODUÇÃO ESTIMADA (TON) 181,82 909,1 4.000 48.000 Tabela 09: Dias e horas trabalhados e produção estimada em dias, semanas, meses e anos. Dentro dos custos operacionais, temos os custos fixos, aqueles cuja variação não é afetada pelo volume total de produção ou de venda, sendo o maior custo fixo é o salário descrito abaixo: SALÁRIOS PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 35 FUNÇÃO QUANTIDADE SALÁRIO (R$) TOTAL DOS SALÁRIOS (R$) Engenheiro de Minas 1 R$ 4.000,00 R$ 4.000,00 Operador de Retroescavadeira 1 R$ 1.350,00 R$ 1.350,00 Motorista de Caminhão Basculante 2 R$ 1.200,00 R$ 2.400,00 Encarregado de Mina 1 R$ 1.800,00 R$ 1.800,00 Vigias Noturnos 2 R$ 880,00 R$ 1.760,00 TOTAL MENSAL 7 R$ 11.310,00 TOTAL MENSAL COM ENCARGOS R$ 13.316,19 Tabela 10: Descrição dos salários dos funcionários da mineração. Os encargos não recaem sobre o salário do Engenheiro de Minas, visto que este não tem vínculo empregatício com a empresa. Outros custos fixos estão descritos na tabela abaixo, juntamente com os salários e demonstram o total dos custos fixos mensais: CUSTOS FIXOS TOTAL Contabilidade R$ 150,00 Transporte de Funcionários R$ 300,00 Salários R$ 13.316,19 Lanche R$ 1.078,00 EPI R$ 1.014,00 TOTAL R$ 15.858,19 Tabela 11: Descrição dos custos fixos totais. Referente aos custos variáveis, aqueles que variam com o volume de produção e venda, temos os custos com combustível e manutenção, entre outros: PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 36 EQUIPAMENTOS – COMBUSTÍVEL DESCRIÇÃO QTDE HORAS/ DIA CONS. DIESEL/ DIA VALOR DIESEL/L (R$) MANUT./ HORA MANUT./ DIA VALOR DIESEL /DIA (R$) RETRO ESCAVADEIRA JCB 4CX 1 9 126 R$ 3,29 R$ 0,20 R$ 1,80 R$ 410,76 CAMINHÃO VOLKSWAGEN VW 31320 (6X4) - Caçamba Basculante – Truck 2 5 73,92 R$ 3,28 R$ 1,10 R$ 11,00 R$ 242,46 TOTAL R$ 635,22 TOTAL MÊS 22 R$ 13.917,84 TOTAL ANUAL R$ 163.034,15 Tabela 12: Descrição dos custos com combustível e manutenção. CUSTOS VARIÁVEIS TOTAL Energia (TE + ICMS + PIS + CONFINS) R$ 115,00 Combustível (Diesel) R$ 13.917,84 TOTAL R$ 14.032,84 Tabela 13: Descrição dos custos variáveis 10.5 ESTIMATIVA DE VENDA MENSAL Adotando o preço de venda médio do bem mineral argila como R$17,00, temos que a estimativa de venda mensal é de: PRODUÇÃO QTDE (T) UNIT R$ TOTAL MENSAL (R$) TOTAL ANUAL (R$) Argila 4000 R$ 17,00 R$ 68.000,00 R$ 816.000,00 Tabela 14: Estimativa de produção PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 37 10.6 DESPESAS TRIBUTÁRIAS E INDENIZATÓRIAS A empresa é optante do Simples Nacional, portanto a alíquota a ser descontada do faturamento bruto é de 7,8%. A CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral) será de 2%. Com base na estimativa de venda mensal, calcula-se as despesas tributárias sobre o valor: Alíquota - 7,8% da receita bruta: 68.000,00 x 7,8% = R$ 5.304,00 CFEM - 2% do faturamento líquido resultante da venda do produto mineral: R$ (68.000,00 – 5.304,00) x 2% = R$ 1.253,92 Total dos tributos é de R$ 6.557,92 10.7 CUSTOS TOTAIS Os custos total conforme dito anteriormente, são formados pelo somatório dos Custos Fixos e Custos Variáveis, de forma que, os custos total são: CUSTOS TOTAIS MENSAL (R$) ANUAL (R$) CUSTOS FIXOS (R$) R$ 15.858,19 R$ 190.298,28 CUSTOS VARIÁVEIS (R$) R$ 14.032,84 R$ 168.394,08 TOTAL R$ 29.891,03 R$ 358.692,36 Tabela 15: Custos Totais 10.8 CUSTO UNITÁRIO DE PRODUÇÃO Para saber o custo de produção unitário, deve-se realizar o rateio dos custos. A seguir, os cálculos para descobrir o custo deprodução (por tonelada produzida): 𝑅𝑎𝑡𝑒𝑖𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑥𝑜𝑠 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑓𝑖𝑥𝑜𝑠 (𝑎𝑛𝑜) 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 (𝑎𝑛𝑜) 𝑅𝑎𝑡𝑒𝑖𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑥𝑜𝑠 = 190.298,28 48.000 𝑡 𝑅𝑎𝑡𝑒𝑖𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑥𝑜𝑠 = 𝑅$ 3,96 PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 38 𝑅𝑎𝑡𝑒𝑖𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑥𝑜𝑠 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑖𝑠 (𝑎𝑛𝑜) 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 (𝑎𝑛𝑜) 𝑅𝑎𝑡𝑒𝑖𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑖𝑠 = 168.394 48.000𝑡 𝑅𝑎𝑡𝑒𝑖𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑖𝑠 = 𝑅$ 3,50 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 / 𝑡𝑜𝑛𝑒𝑙𝑎𝑑𝑎 = 𝑅$ 3,96 + 3,50 𝑪𝒖𝒔𝒕𝒐 𝒅𝒆 𝒑𝒓𝒐𝒅𝒖çã𝒐 / 𝒕𝒐𝒏𝒆𝒍𝒂𝒅𝒂 = 𝑹$ 𝟕, 𝟒𝟔 10.9 PREÇO DE VENDA UNITÁRIO A partir de pesquisas realizadas nas lavras mais próximas, determinou-se que o preço de venda por tonelada de argila será de R$ 17,00. 10.10 PRODUÇÃO MÍNIMA Assim, a produção mínima (Pmin) para que o valor de venda unitário pague os custos totais é: 𝑃𝑚𝑖𝑛 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠 (𝑚ê𝑠) 𝑝𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎/𝑡𝑜𝑛 𝑃𝑚𝑖𝑛 = 29.891,03 17,00 𝑷𝒎𝒊𝒏 = 𝟏. 𝟕𝟓𝟖, 𝟑𝟎 𝒕𝒐𝒏𝒆𝒍𝒂𝒅𝒂𝒔/𝒎ê𝒔 10.11 RECEITA BRUTA TOTAL Para o cálculo da Receita Bruta Total, tem-se: 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑎 (𝑚ê𝑠) = 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑈𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 𝑥 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑎 (𝑚ê𝑠) = 17,00 𝑥 4.000 𝑹𝒆𝒄𝒆𝒊𝒕𝒂 𝑩𝒓𝒖𝒕𝒂 (𝒎ê𝒔) = 𝑹$ 𝟔𝟖. 𝟎𝟎𝟎, 𝟎𝟎 10.12 RECEITA LÍQUIDA TOTAL PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 39 Para o cálculo da Receita Líquida Total, tem-se: 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 (𝑚ê𝑠) = 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑎 − 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 (𝑚ê𝑠) = 68.000,00 − 6.557,92 𝑹𝒆𝒄𝒆𝒊𝒕𝒂 𝑳𝒊𝒒𝒖𝒊𝒅𝒂 (𝒎ê𝒔) = 𝑹$ 𝟔𝟏. 𝟒𝟒𝟐, 𝟎𝟖 10.13 LUCRO LÍQUIDO Para o cálculo do lucro líquido, devemos trabalhar com os seguintes elementos abaixo relacionados: 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 (𝑚ê𝑠) = 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 − 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 = 61.442,08 − 29.891,03 𝑳𝒖𝒄𝒓𝒐 𝑳í𝒒𝒖𝒊𝒅𝒐 = 𝑹$ 𝟑𝟏. 𝟓𝟓𝟏, 𝟎𝟓 10.14 LUCRATIVIDADE A lucratividade é um indicador que demonstra a eficiência operacional de uma empresa. Ela é expressa como um valor percentual, que indica a proporção dos ganhos de uma empresa com relação ao trabalho que ela desenvolve: 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑥 100 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 18.675,58 53.200.00 𝑥 100 𝑳𝒖𝒄𝒓𝒂𝒕𝒊𝒗𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 = 𝟑𝟓, 𝟏𝟎 % 10.15 FLUXO DE CAIXA O fluxo de caixa é o primeiro passo para a análise financeira e deve projetar, para períodos futuros, todas as entradas e as saídas de recursos financeiros. O objetivo é verificar a saúde financeira do negócio a partir de análise e obter uma resposta clara sobre as possibilidades de sucesso do investimento e do estágio atual da empresa. PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 40 10.15.1 ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA O referido fluxo de caixa deste empreendimento se encontra anexo a este trabalho. Em análise dos resultados observa-se uma TIR - Taxa Interna de Retorno de 64,7%, e um VA - Valor Atual com taxa mínima de atratividade de 23%, com um valor de 873.477,00. Tais resultados mostram um retorno satisfatório para a implantação da atividade, visto que a TIR encontrada foi maior que a taxa mínima de atratividade, o empreendimento terá um rápido retorno de seus investimentos 11 IMPACTOS AMBIENTAIS O aparecimento de áreas degradadas pode estar ligado a duas fontes de origem, as ações antrópicas e as causas naturais. As ações do homem sobre a natureza geram uma gama diversificada de agressões ao meio ambiente, a partir da introdução de substâncias, ou energias capazes de causar danos à saúde humana, aos recursos biológicos e sistemas ecológicos e ao uso futuro dos recursos naturais, assumindo diferentes proporções, de acordo com a sua intensidade, periodicidade e elementos do ecossistema envolvidos. A sua recuperação ou o retomo do sítio degradado a sua forma racional de utilização, implica no desenvolvimento e implantação de sistemas de manejo ambiental que nos levem à conservação do ecossistema de acordo com um plano preestabelecido para o seu uso. As degradações originadas por causas naturais envolvem enchentes, incêndios, terremotos, entre outros, e sendo assim, toda ação que degrada o meio ambiente, causa um impacto ambiental, ou seja, altera as propriedades físicas, químicas ou biológicas de um dos componentes do meio ambiente, de tal sorte que afetam a saúde e o bem-estar da população, as atividades sociais e econômicas, as condições e a qualidade dos recursos ambientais. Assim, poderíamos dizer que, a degradação ocorre quando a vegetação e fauna originais são destruídas, removidas ou expulsas, ou quando a camada fértil do solo for perdida, removida ou enterrada e a qualidade de vazão do sistema hídrico for alterada. 11.1 IMPACTOS AMBIENTAIS NA LAVRA DE ARGILA PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 41 Na mineração de argila constata-se pouca geração de resíduos, sendo eles resultantes, geralmente, da remoção do capeamento superficial (solo) e, mais subordinamente, da retirada de camadas estéreis intercaladas ao pacote de minério argiloso. O volume de resíduos gerado está condicionado às relações de mineração (estéril/minério). Em decorrência do baixo valor do minério argiloso, são lavradas jazidas com baixa relação estéril/minério, geralmente com valores inferiores 0,25, isto é, para cada tonelada de argila são removidos menos de 0,25 tonelada de materiais estéreis. Os materiais descartados na frente de lavra são constituídos por sedimentos de natureza mais ou menos arenosa e quando utilizados, destinam-se à pavimentação de acessos internos na mina e ao reafeiçoamento do relevo das áreas impactadas pela mineração, em trabalhos de estabilização e preenchimentos de cavas já lavradas, método esse que será utilizado com o estéril da mina neste empreendimento. A mineração de argila por ser praticada em empreendimentos de pequeno porte e envolver, basicamente, processos de remoção de materiais sólidos provoca, de forma geral, impactos ambientais restritos, são eles: Desmatamento da vegetação nativa; Emissão de material particulado; Poluição do solo a partir da geração de lixo; Poluição das águas; Esgotos a céu aberto; Emissão de ruídos; Impactos na topografia causados pela lavra; Construção de moradias em locais inadequados. Além dos impactos negativos, existe também o impacto positivo, o socioeconômico, a partir da geração de emprego e renda para os moradores do entorno ao empreendimento, e a possibilidade de crescimento da região. 11.2 CONTROLE AMBIENTAL PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 42 O método de lavra adotado para a jazida de argila consiste no decapeamento progressivo a medida que avança a lavra e na recobertura concomitante da cava anterior em operações conjuntas. O estéril proveniente da camada da cobertura localizada abaixo da camada de solo fértil (gerado no bloco seguinte) será utilizado na recuperação do bloco minerado anteriormente, recobrindo a cava e recompondo topograficamente o terreno, seguindo o mesmo critério para os demais blocos. Tal ação visa a recomposição topográfica similar ao relevo original, procurando garantir a estabilidade do solo e taludes, promover o controle da erosão, os aspectos paisagísticos e estéticos e o uso futuro. Após a recuperação topográfica, o solo fértil retirado do primeiro bloco retorna ao local de origem, passando por uma etapa de aragem para recuperar-se da compactação sofrida. Assim, a geração de estérilnão acarretará problema ambientais, pois será utilizada como método auxiliar para recuperação da área. Futuramente, neste mesmo trabalho será descrito no Plano de Fechamento de Mina, o uso futuro da área recuperada. A seguir, representação esquemática do método lavra e recuperação. Além do método de lavra escolhido já visar a recuperação da área minerada, algumas medidas de controle serão desenvolvidas no local para mitigar os impactos listados anteriormente. São eles: Controle da emissão do material particulado Para controle da emissão de partículas de poeira, será realizado a aspersão de água nos trechos mais utilizados para circulação de equipamentos com jatos de mangueira ou ainda caminhões pipa equipados com saída de aspersão, e ainda, a velocidade dos caminhões será controlada e as vias de circulação devidamente sinalizadas. Controle da emissão de ruídos PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 43 Para controle da poluição sonora os operários farão o uso de protetor auricular e os equipamentos serão mantidos sempre regulados por meio de manutenção periódica. Controle de resíduos sólidos Para controle da disposição errada de resíduos sólidos, será implantado nas dependências do empreendimento, baias de segregação de resíduos, coberta, de piso impermeabilizado, mureta de contenção e placas de identificação, além das lixeiras de coleta seletiva. Impactos causados pela erosão Para controle dos impactos causados pela erosão, será implantado sistema de drenagem composto por canaletas e caixas secas, além de que, os taludes formados após a extração serão estabilizados. Impactos causados pelos efluentes Para controle dos impactos causados pela geração de efluentes, próximo a oficina mecânica será instalado uma caixa separadora de água e óleo (SSAO) e em local mais afastado será instalado o sistema de tratamento de efluentes domésticos, composto por fossa, filtro anaeróbio e sumidouro. Os dois sistemas de tratamento estão dispostos abaixo: Sistema Separador de Água e Óleo - SSAO O sistema separador de água e óleo SSAO destina-se a separar o óleo contido na água residuária proveniente da lavagem e operações com veículos e/ou peças de veículos e máquinas contaminados com óleo que se acumulam na superfície da lâmina líquida. Os produtos oleosos têm sempre densidade menor do que as águas, logo se acumulam dentro do separador na superfície líquida onde deverão ser retirados manualmente ou por bomba de sucção e encaminhada à caixa coletora de óleo. PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 44 O SSAO é projetado para operar por gravidade, portanto é de fundamental importância que seus dispositivos de saída (Calha coletora de óleo e saída de efluentes) estejam desobstruídos e livres para o escoamento. O sistema poderá ser cilíndrico ou retangular, podendo ser em alvenaria ou em anéis de concreto pré-moldado, sendo composto de caixa de areia seguida do sistema separador de líquidos (Caixas separadoras de água e óleo). Figura 08 - Esquema da planta baixa do SSAO Tratamento Proposto para Efluentes Domésticos O local em que o empreendimento estará situado, no município de Itapemirim, não possui redes de tratamento de esgoto fato que acarretará na necessidade de implantar-se um sistema de tratamento desse efluente. O número de funcionários para o empreendimento, em seu turnos de trabalho diurno será de 07 funcionários, conforme explanado anteriormente. A presente proposta de tratamento de efluente visa atender ás exigências Estaduais e Municipais, bem como às Normas NBR 7.229/93 e NBR 13.969/97 da ABNT, diante do déficit sanitário, constata-se a necessidade por sistemas locais e simplificados, de coleta e tratamento dos efluentes. Este tipo de sistema conjuga baixos custos de implantação e operação, simplicidade operacional, e sustentabilidade do sistema PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 45 como um todo. Foram consultadas as Tabelas da NBR 7.229/93 e Tabelas da NBR 13.969/97 da ABNT. O sistema ora apresentado, para atender aos parâmetros de tratamento exigidos pela legislação, é o Sistema Anaeróbico constituído de Tanque Séptico complementado por Filtro Anaeróbico e desinfecção através de Clorador de Pastilhas (conforme sugerido pela NBR 13.969/97). TANQUE SÉPTICO Os tanques sépticos são unidades pré-moldadas ou moldadas “in locu”, de forma cilíndrica, de fluxo horizontal destinadas ao tratamento primário de efluentes, que cumprem com as seguintes funções: Separação gravitacional da escuma e dos sólidos, em relação ao liquido afluente, vindo os sólidos a se constituir em lodo; Digestão anaeróbia e liquefação parcial do lodo; Armazenamento do lodo. No tanque séptico, os sólidos sedimentáveis presentes no efluente afluente vão ao fundo do tanque, passando a constituir uma camada de lodo, enquanto que os óleos, graxas e outros materiais leves presentes flutuam até a superfície do tanque, vindo a formar uma camada de escuma. O líquido, após remoção desse material, torna-se clarificado. O material orgânico retido no fundo do tanque sofre uma decomposição facultativa e anaeróbia e é convertido em compostos mais estáveis como CO2, CH4 e H2S. O H2S geralmente não provoca problemas de odor. O tanque séptico atua como um decantador primário de efluentes e como um digestor de lodos. Além disso, realiza certo tratamento que é característico do meio séptico. Pela ação séptica, as partículas gelatinosas constituintes dos sólidos em suspensão, de difícil separação do meio líquido, são transformadas em partículas granulares discretas, cuja separação da massa líquida é relativamente fácil. Esse fenômeno se dá devido aos processos anaeróbios que ocorrem no lodo e na escuma, produzindo PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 46 um intercâmbio de partículas parcialmente digeridas entre o fundo do tanque e a superfície do líquido. A eficiência de um tanque séptico é constatada em função das porcentagens de remoção de sólidos em suspensão e também de DBO. Em média, espera-se de um tanque séptico, satisfatoriamente operado, cerca de 60% na redução de sólidos em suspensão, cerca de 70% da carga de óleos e graxas e em torno de 50% da carga de DBO, o que é insatisfatório, em termos de padrões de lançamento. Por este fato, esta prevista uma unidade de tratamento à jusante do tanque, para adequação aos parâmetros de lançamento. Esta unidade é constituída por um filtro anaeróbio de fluxo ascendente. FILTRO ANAERÓBIO Os filtros anaeróbios se caracterizam pela presença de material empacotamento estacionário, no qual os sólidos biológicos podem aderir ou ficar retidos nos interstícios. A massa de microorganismos aderida ao material suporte, ou retida em seus interstícios, degrada o substrato contido no fluxo de efluentes e, embora a biomassa se solte esporadicamente, o tempo médio de residência de sólidos no reator é usualmente superior a 20 (vinte) dias. A finalidade do meio suporte é reter sólidos no interior do reator, tanto através do biofilme que se forma na superfície do material suporte, quanto através da retenção de sólidos nos interstícios do meio ou abaixo deste. No caso de filtros de fluxo ascendente, o líquido é introduzido pela base, fluindo através de uma camada filtrante e sendo descartado pela parte superior. Tal configuração é indicada, sobretudo, para águas residuais de baixa concentração, uma vez que maiores cargas podem provocar, em curtos intervalos de tempo, a acumulação de biomassa no fundo dos reatores, com consequente entupimento ou formação de caminhos preferenciais. PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÕMICO - PAE CERÂMICA LIMARTI 47 Em situações em que os filtros
Compartilhar