Buscar

Aula 07 - Aplicação da Lei Penal no Tempo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1
Aplicação da Lei Penal no Tempo
DIREITO PENAL
www.grancursosonline.com.br
AN
O
TAÇ
Õ
ES
Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online
�APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO
LEI PENAL NO TEMPO
CPB, Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de consi-
derar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sen-
tença condenatória.
Abolitio criminis
Ocorre quando o crime é abolido. Um exemplo é o crime de adultério, que 
foi revogado por uma lei. Não deve ser confundida com a aberratio criminis, que 
ocorre quando alguém deseja cometer um crime, mas erra e comete outro.
Efeitos penais
Cessam quando da abolitio criminis. Somente os efeitos civis permanecem. 
Trânsito em julgado
Mesmo com o transito em julgado da sentença condenatória, no caso de uma 
abolitio criminis, a pessoa é colocada em liberdade.
TEMPO DO CRIME
Em relação ao tempo do crime, existem as teorias da atividade, resultado 
e ubiquidade. A teoria da atividade refere-se ao momento da conduta (ação ou 
omissão). Na teoria do resultado, o que importa é o resultado do crime. Exem-
plo: no crime de homicídio, se o autor atira, o ato de atirar é a atividade, já se 
a vítima morrer alguns dias depois, o resultado será a morte. A ubiquidade (ou 
teoria mista) é a junção da atividade com o resultado.
Em relação ao tempo do crime o código penal adotou a teoria da atividade:
CPB, Art. 4º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, 
ainda que outro seja o momento do resultado.
2
Aplicação da Lei Penal no Tempo
DIREITO PENAL
www.grancursosonline.com.br
Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online
Menor de 18 anos
Uma questão que pode ser cobrada em prova é se o menor que aos 17 anos 
atira em uma vítima e essa vem a morrer em data posterior quando esse menor 
já completou 18 anos, trata-se de crime ou ato infracional? É importante lembrar 
que tanto o Código Penal quanto o Estatuto da Criança e do Adolescente adotam 
a teoria da atividade para o tempo do crime. Logo, esse menor praticou ato infra-
cional, pois considera-se a sua idade no momento da conduta, e não do resultado.
Obs..:� há uma exceção quanto ao menor nos casos de crimes continuados ou 
permanentes, mas esse assunto será estudado posteriormente.
LOCAL DO CRIME
CPB, Art. 6º Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou 
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-
-se o resultado.
Em relação ao local do crime o Código Penal adota a teoria da ubiquidade (mista).
O pulo do gato
Um mnemônico que pode ajudar a acertar diversas questões é o LUTA (em 
relação ao Lugar do crime, o CP adotou a teoria da Ubiquidade, já em relação 
ao Tempo do crime, o CP adota a teoria da Atividade). É preciso ter cuidado, 
pois no Código Penal Militar há uma diferença em relação ao local do crime: 
a ubiquidade aplica-se aos crimes comissivos e a atividade aplica-se aos 
crimes omissivos. 
Competência
Local do crime.: para fins processuais, no que toca à fixação da competência cri-
minal, adota-se como regra a teoria do resultado, assim dispõe o artigo 70 do CPP.
AN
O
TA
Ç
Õ
ES
3
Aplicação da Lei Penal no Tempo
DIREITO PENAL
www.grancursosonline.com.br
AN
O
TAÇ
Õ
ES
Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online
Exceções.:
• Crimes dolosos contra a vida.: para fixação de competência, se o crime 
for doloso contra a vida, adota-se a teoria da atividade, assim decidiu o 
STJ para privilegiar a comunidade agredida pela conduta, bem como facili-
tar a colheita de provas;
• Juizados Especiais.: no caso dos juizados especiais, a doutrina diverge 
entre a teoria da atividade e a ubiquidade, pois prevê o artigo 63 da Lei n. 
9.099/1995 que a competência do Juizado será determinada pelo lugar em 
que foi praticada a infração penal;
• Tentativa.: em caso de tentativa, para fins processuais, adota-se a teoria da 
atividade, pois, nesse caso, não há resultado.
DA RETROATIVIDADE DA LEI BENÉFICA/IRRETROATIVIDADE DA LEI 
PENAL MALÉFICA
No direito penal, se uma conduta é praticada sob a vigência de uma lei “A”, 
mas sua sentença é proferida durante a vigência de uma outra lei “B”, em regra, 
aplica-se a melhor lei ao réu.
Ou seja, se a lei “B” for “melhor” para o réu, aplica-se o princípio da retroati-
vidade da lei benéfica. Já se a lei “B” for “pior” para o réu, aplica-se o princípio 
da irretroatividade da lei penal maléfica e, portanto, a lei “A” será aplicada. Neste 
caso há a ultratividade benéfica da lei “A”.
Obs..:� se a conduta é praticada durante a vigência de uma lei nova, porém a lei 
anterior é considerada mais benéfica, não há o que se falar em ultrativi-
dade da lei benéfica, pois aplica-se somente a nova lei.
CPB, Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de conside-
rar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença 
condenatória.
Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-
-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transita-
da em julgado
4
Aplicação da Lei Penal no Tempo
DIREITO PENAL
www.grancursosonline.com.br
AN
O
TA
Ç
Õ
ES
Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online
Obs..:� a lei que favorece o agente é chamada de lex mitior (lei melhor), já a lei 
mais grave é chamada de lex gravior.
A abolitio criminis cessa com a execução, sou seja, aplica-se ainda que haja o 
trânsito em julgado. A mesma lógica vale para qualquer lei melhor, sendo a própria 
abolitio criminis considerada uma lei melhor por excelência. Logo, no art. 2º do CP, 
o disposto no parágrafo único engloba a disposição do caput. A diferença é que 
neste há a disposição de cessação dos efeitos penais. Após o trânsito em julgado 
da sentença, a aplicação da lex mitior é realizada pelo juízo das execuções penais.
DA APLICAÇÃO DA LEX MITIOR 
Súmula n. 611 do STF.: Transitada em julgado a sentença condenatória, compete 
ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna.
EXTRATIVIDADE, ULTRATIVIDADE E RETROATIVIDADE
A extratividade se subdivide em ultratividade (para frente) e retroatividade (para 
trás). A aplicação de qualquer uma delas ocorre sempre em relação à lei benéfica. 
Exemplo: no caso em que existem duas leis A e B, se for aplicada a ultrati-
vidade, significa dizer que a lei B é maléfica, portanto aplica-se a lei A. Ou seja, 
aplica-se a ultratividade nos casos de irretroatividade maléfica.
Quando a lei B é melhor, aplica-se a retroatividade. Logo, como a lei A é pior 
seria uma ultratividade maléfica.
Para fins de prova, existem duas importantes exceções: Súmula n. 711 do 
STF e art. 3º do CPB.
EXCEÇÕES À RETROATIVIDADE BENÉFICA
Súmula n. 711 do STF.: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao 
crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da 
permanência.
5
Aplicação da Lei Penal no Tempo
DIREITO PENAL
www.grancursosonline.com.br
AN
O
TAÇ
Õ
ES
Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online
Sendo um crime continuado ou permanente (sua consumação se protrai no 
tempo) e se a vigência da lei mais grave é anterior à cessação da continuidade 
ou permanência, então aplica-se a lei mais grave. 
Obs..:� o crime permanente é aquele em que a consumação ocorre a todo momen-
to; logo, cabe flagrante delito a todo momento. Ex.: extorsão mediante 
sequestro – enquanto os sequestradores estiverem com a vítima, há a 
consumação do delito. O mesmo vale para o crime de sequestro, em que 
o crime se consuma com o arrebatamento da vítima.
Obs..:� deve-se considerar a lei no momento da cessação do crime.
LEIS TEMPORÁRIAS E LEIS EXCEPCIONAIS.: LEIS INTERMITENTES
CPB, Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua 
duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato pra-
ticado durante sua vigência.
Em regra, a lei possui vigência indeterminada até que outra lei a revogue. A 
exceção são as leis excepcionais e as temporárias.
Uma lei excepcionalé aquela que continuará em vigor de acordo com uma 
situação excepcional. Ex.: Lei Geral da Copa, Lei de Guerra etc. Já a lei tempo-
rária é aquela em que a própria lei dispõe o seu tempo de validade. Ex.: leis que 
tratam de crimes tributários. 
As leis excepcionais e temporárias também são uma exceção a retroativi-
dade benéfica, porém esse assunto será abordado no próximo bloco de aula.
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Wallace França.

Outros materiais