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Curitiba 2020 Legisla o de Tr nsito II FAEL Coordenação Editorial Angela Krainski Dallabona Revisão ortográfica Editora Coletânea Revisão de conteúdo Mariela CastroTatiane Hennig Antunes Projeto Gráfico Sandro Niemicz Arte-Final Evelyn Caroline Betim Araujo Sumário Carta ao aluno | 5 1. Vias públicas | 7 2. Sinalização de trânsito | 15 3. Regras de circulação e conduta | 49 4. Infrações, penalidades e crimes de trânsito | 69 Conclusão | 103 Prezado(a) aluno(a), Nesta disciplina Legislação de Trânsito II, vamos mais longe no seu conhecimento sobre como o trânsito brasileiro está organizado. Na primeira parte, Legislação de Trânsito I, você conhe- ceu os órgãos e todos os processos para emitir carteira de habilita- ção, manter o veículo regularizado e contribuir para a educação para o trânsito. Carta ao aluno – 6 – Legislação de Trânsito II Agora vamos a fundo para compreender como se distribuem as vias públicas para fazer fluir o tráfego, especialmente nas grandes cidades. Depois, você vai conhecer detalhes de toda a sinalização – vertical, horizontal, sema- fórica, por sinais sonoros e com dispositivos auxiliares – e descobrir por que a padronização ajuda a informar o usuário. Muito importantes também são as regras de circulação e conduta, baseadas muito no bom senso e na civilidade, sem as quais seria impossível determinar, por exemplo, quem tem preferência de passagem em um cru- zamento. Longe de “engessar” o comportamento das pessoas, essas regras visam a criar um ambiente tranquilo, em que todos sabem de seus direitos e deveres. Se, ainda assim, houver atitudes inadequadas que levem a acidentes, o Código de Trânsito Brasileiro, em sua versão mais recente (de 1997), inova ao trazer um capítulo inteiro tipificando os crimes de trânsito e imputando penalidades. Esse é o último assunto da disciplina de Legisla- ção de Trânsito. Bons estudos! 1.1 Definição Via é a superfície por onde transitam veículos, pessoas e ani- mais, compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, ilha e can- teiro central. Por trânsito entende-se a utilização das vias para circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga. Cabe aos órgãos do Sistema Nacional de Trânsito a atuação para garantir o direito de ir e vir dos cidadãos, de maneira segura. O Código de Trânsito Brasileiro só se aplica nas vias terrestres abertas à circulação, em todo o território nacional, definidas pelo Artigo 2o: Vias públicas 1 – 8 – Legislação de Trânsito II Art. 2o. São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as avenidas, os logradouros, os caminhos, as passagens, as estradas e as rodovias, que terão seu uso regulamentado pelo órgão ou entidade com circunscri- ção sobre elas, de acordo com as peculiaridades locais e as circunstân- cias especiais. Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são consideradas vias terrestres as praias abertas à circulação pública e as vias internas per- tencentes aos condomínios constituídos por unidades autônomas. Existem também vias e áreas destinadas exclusivamente à circulação de pedestres, normalmente calçadas, onde só é permitido acesso de veículos de emergência e transporte de valores. 1.2 Classificação das vias O Código de Trânsito Brasileiro (Capítulo III, artigo 60) estabelece dife- rentes tipos de vias: a) vias urbanas: vias de trânsito rápido, vias arteriais, vias coletoras, vias locais. b) vias rurais: rodovias, estradas. “Art. 61. A velocidade máxima permitida para a via será indicada por meio de sinalização, obedecidas suas características técnicas e as condições de trânsito.” 1.2.1 Vias urbanas Ruas, avenidas, vielas ou caminhos e similares abertos à circulação pública, situados na área urbana, caracterizados principalmente por possuí- rem imóveis edificados ao longo de sua extensão. “§ 1º Onde não existir sinalização regulamentadora, a velocidade máxima será de”: 1.2.1.1 Vias de trânsito rápido As vias de trânsito rápido são aquelas em que há trânsito livre, sem cru- zamentos ou interseções que interrompam o fluxo de veículos. Essas vias não – 9 – Vias públicas pressupõem a circulação ou travessia de pedestres em nível (somente por pas- sarelas) nem permitem acesso direto a terrenos ou construções às suas margens (“lotes lindeiros”). Embora sejam vias de perímetro urbano, se assemelham a rodovias, com várias faixas e velocidade mais alta. Como exemplos temos a Linha Vermelha (Avenida Brasil), no Rio de Janeiro, e alguns trechos da Marginal Pinheiros, em São Paulo. Onde não houver sinalização específica, a velocidade máxima permitida é de 80 km/h. 1.2.1.2 Vias arteriais As vias arteriais são as principais avenidas da cidade, destinadas à ligação entre um bairro e outro e com grande fluxo de trânsito, podendo ter inclu- sive corredores exclusivos para ônibus, metrô de superfície ou subterrâneo. Geralmente têm semáforos e conexão com vias coletoras e locais, bem como permitem acesso aos imóveis às suas margens. Onde não houver sinalização específica, a velocidade máxima permitida é de 60 km/h. 1.2.1.3 Vias coletoras As vias coletoras permitem o trânsito dentro de cada região da cidade, garantindo também acesso a vias arteriais ou rápidas para chegar ou partir dessas regiões ou bairros. Onde não houver sinalização específica, a velocidade máxima permitida é de 40 km/h. 1.2.1.4 Vias locais Sem semáforos e com pouco fluxo de trânsito, as vias locais são ruas de pequeno porte utilizadas normalmente para circulação local e acesso a áreas restritas. Onde não houver sinalização específica, a velocidade máxima permitida é de 30 km/h. – 10 – Legislação de Trânsito II 1.2.2 Vias rurais 1.2.2.1 Rodovias As rodovias são vias rurais asfaltadas, com limites de velocidade defi- nidos de acordo com o tipo de veículo. Há rodovias de pista dupla e de pista simples. Nas rodovias de pista dupla, a velocidade máxima é de 110 km/h para camionetas, automóveis e motocicletas e de 90 km/h para os demais veículos. 2 100/km/h para automóveis, camionetas (“peruas” ou “station wagon”) e motocicletas; 2 90 km/h para ônibus e micro-ônibus; 2 90 km/h para demais veículos. 1.2.2.2 Estradas As estradas são vias rurais não asfaltadas, com pavimento de terra, para- lelepípedos, pedras etc. A velocidade máxima permitida onde não houver sinalização é de 60 Km/h. 1.3 Usos específicos É possível utilizar as vias para fins além da circulação de veículos, como desfiles, passeatas e eventos esportivos. Para tanto, é preciso solicitar autorização do órgão com autoridade sobre a via, conforme determina o artigo 67 do CTB. Art. 67. As provas ou competições desportivas, inclusive seus ensaios, em via aberta à circulação, só poderão ser realizadas mediante prévia permissão da autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via e dependerão de: I – autorização expressa da respectiva confederação desportiva ou de entidades estaduais a ela filiadas; II – caução ou fiança para cobrir possíveis danos materiais à via; con- trato de seguro contra riscos e acidentes em favor de terceiros; III – prévio recolhimento do valor correspondente aos custos opera- cionais em que o órgão ou entidade permissionária incorrerá. – 11 – Vias públicas IV – Parágrafo único. A autoridade com circunscrição sobre a via arbi- trará os valores mínimos da caução ou fiança e do contrato de seguro. 1.4 Limites de velocidade Os limites de velocidade existem para garantir a segurança e ao mesmo tempo possibilitar a fluidez do tráfego. Segundo a Organização Mundial de Saúde, velocidades altas (isto é, diri- gir acima do limite permitido) e inadequadas (dirigir rápido demais para as condições do momento) são os principais fatores que contribuem, no mundo todo, tanto para o número quanto para a gravidade das colisões no trânsito. Situações que podem afetar o controle do motorista sobre o veículo (e devem obrigá-lo a reduzir a velocidade): 2 mau funcionamento do veículo, 2 chuva ou neblina,2 pedestres às margens da via 2 trânsito intenso (congestionamento) Manter uma distância segura do veículo da frente também é importante. Isso permite, por exemplo, uma frenagem de emergência que não compro- meta nem o veículo nem os passageiros. Para estabelecer os limites de velocidade, é preciso primeiramente definir a função da via: trânsito rápido, arterial, local, ou se é uma estrada, e assim por diante. Quem define isso é o órgão ou entidade de trânsito com circuns- crição sobre aquela via. De acordo com essa classificação, os artigos 61 e 62 do Código de Trân- sito Brasileiro determinam as velocidades padrão. No entanto, o órgão ou entidade de trânsito ou rodoviário com circunscrição sobre a via poderá regu- lamentar, por meio de sinalização, velocidades superiores ou inferiores àque- las estabelecidas pela lei, de acordo com condições particulares da via. Por isso, é preciso conferir em cada via qual é a velocidade autorizada, já que não há uma regra única. – 12 – Legislação de Trânsito II É importante lembrar que, segundo o artigo 62 do CTB, a velocidade mínima não poderá ser inferior à metade da velocidade máxima estabelecida, respeitadas as condições operacionais de trânsito e da via. Motoristas que conduzirem em velocidade acima da máxima permitida ou abaixo da veloci- dade mínima poderão ser multados. 1.4.1 Distância de parada de um veículo O estabelecimento de limites de velocidade é calculado também em fun- ção do tempo que um veículo leva para parar completamente após o aciona- mento dos freios. Do momento em que o olho humano percebe um obstáculo e o cérebro transfere essa informação para o pé pisar no freio, leva-se de 1 a 2 segundos. Esse tempo de reação varia de pessoa para pessoa e é muito afetado por con- dições como fadiga, nível de álcool no sangue, baixa acuidade visual e outros. A distância percorrida durante o tempo de reação (DTR) depende da velo- cidade do veículo. Depois que o condutor aciona o freio, o veículo leva mais algum tempo até parar completamente, durante o qual é percorrida uma certa distância, chamada de distância de frenagem (DF). Essa extensão será maior ou menor dependendo de: 1. as condições do sistema de freios do veículo; 2. 2) a velocidade; 3. 3) a aderência do veículo sobre a pista, de acordo com as con- dições desta (seca, molhada, com óleo, com acúmulo de água etc.). Assim, pode-se dizer que a distância total (DT) que um veículo vai per- correr desde o momento em que o motorista percebe um obstáculo até que o veículo pare totalmente é a soma da distância percorrida durante o tempo de reação e da distância de frenagem. DT = DTR + DF – 13 – Vias públicas 1.4.1.1 Distância total de parada Quanto maior a velocidade, maior a distância necessária para parar um veículo e, portanto, maior o risco de ocorrer uma colisão. Com a pista molhada, essa distância aumenta. Quadro I – Velocidade x distância de parada 8m 5m 11m 9m 14m 13m 17m 19m 20m 26m 23m 34m Fonte: Adaptado de Organização Mundial da Saúde – “Gestão da velocidade – manual de segurança”, adaptado da Agência Australiana de Segurança em Transporte 1.4.2 Usos específicos É possível utilizar as vias para fins além da circulação de veículos, como desfiles, passeatas e eventos esportivos. Para tanto, é preciso solicitar autorização do órgão com autoridade sobre a via, conforme determina o artigo 67 do CTB. Art. 67. As provas ou competições desportivas, inclusive seus ensaios, em via aberta à circulação, só poderão ser realizadas mediante prévia – 14 – Legislação de Trânsito II permissão da autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via e dependerão de: I - autorização expressa da respectiva confederação desportiva ou de entidades estaduais a ela filiadas; II - caução ou fiança para cobrir possíveis danos materiais à via; con- trato de seguro contra riscos e acidentes em favor de terceiros; III - prévio recolhimento do valor correspondente aos custos opera- cionais em que o órgão ou entidade permissionária incorrerá. IV - Parágrafo único. A autoridade com circunscrição sobre a via arbi- trará os valores mínimos da caução ou fiança e do contrato de seguro. 2.1 Definição A sinalização de trânsito é o conjunto de informações para orientar, advertir e informar condutores e pedestres, ordenando e controlando a adequada circulação em vias terrestres, visando sem- pre a segurança e a fluidez no trânsito. Sinalização de trânsito 2 – 16 – Legislação de Trânsito II São vários os tipos de sinais de trânsito, conforme o Código de Trânsito Brasileiro (Anexo II): 2 verticais (placas de sinalização) 2 horizontais (no chão: faixa de pedestre, faixa contínua na estrada etc.) 2 luminosos (semáforo) 2 sonoros (apitos de agentes de trânsito, por exemplo) 2 gestuais (quando o condutor ou agente de trânsito faz sinais com os braços) 2 dispositivos de sinalização auxiliar (cones, cavaletes) 2 sinalização de obras. 2.2 A utilização da sinalização de trânsito Diz o Artigo 88 do Código de Trânsito Brasileiro: “Nenhuma via pavi- mentada poderá ser entregue após sua construção, ou reaberta ao trânsito após a realização de obras ou de manutenção, enquanto não estiver devida- mente sinalizada, vertical e horizontalmente, de forma a garantir as condições adequadas de segurança na circulação.” Segundo o Art. 89 a sinalização deve seguir uma ordem de prevalência, que são especificamente: I - as ordens do agente de trânsito sobre as normas de circulação e outros sinais; II - as indicações do semáforo sobre os demais sinais; III - as indicações dos sinais sobre as demais normas de trânsito. Todas as sinalizações deverão ser perfeitamente visíveis e legíveis de dia e à noite, e essa visibilidade não pode ser comprometida por placas de publici- dade, vegetação, mobiliário urbano, luzes ou inscrições que possam confun- dir ou dificultar a compreensão. O CTB, em seus artigos 80 a 88, especifica as condições em que devem ser instaladas e mantidas as sinalizações. – 17 – Sinalização de trânsito 2.3 Sinalização vertical O conjunto de placas de trânsito forma a sinalização vertical, com padro- nização de cor, formato e dimensões, a fim de permitir que qualquer pessoa as reconheça imediatamente. Está fixada ou suspensa sobre a pista, transmitindo mensagem permanente por símbolos ou legendas. O Anexo II do Código de Trânsito Brasileiro, validado pela Resolução 160/04, apresenta todas as placas em vigor, assim como o Manual Brasileiro de Trânsito, elaborado pelo DENATRAN, que dispõe sobre a interpreta- ção, o uso e a colocação da sinalização vertical de trânsito nas vias públicas. Essas placas se sinalização podem ser de regulamentação, advertência ou indicação. 2.3.1 Sinalização de regulamentação Indicam as condições, proibições, obrigações ou restrições quando se está circulando em via pública. Suas mensagens são imperativas, ou seja, obrigatórias, e desrespeitar suas indicações constitui infração de trânsito passível de multa. A forma básica das placas de regulamentação é redonda, com fundo branco e borda vermelha, e os símbolos, números e legendas em cor preta. Em alguns casos, para indicar proibição, apresentam também uma tarja ver- melha diagonal. No total, são 49 placas com essa configuração, acrescidas de mais duas com desenho diferente: 2 Dê a preferência = um triângulo invertido, com fundo branco e bordas vermelhas 2 Parada obrigatória = um octógono com fundo vermelho com a palavra PARE escrita em letras brancas. Placas de regulamentação R-1 Parada obrigatória R-2 Dê a preferência R-3 Sentido proibido R-4a Proibido virar à esquerda R-4b Proibido virar à direita – 18 – Legislação de Trânsito II R-5a Proibido retornar à esquerda R-5b Proibido retornar à direita R-6a Proibido estacionar R-6b Estacionamento regulamentado R-6c Proibido parar e estacionar R-7 Proibido ultrapassar R-8a Proibido mudar de faixa ou pista de trânsito da esquerda para direitaR-8b Proibido mudar de faixa ou pista de trânsito da direita para esquerda R-9 Proibido trânsito de caminhões R-10 Proibido trânsito de veículos automotores R-11 Proibido trânsito de veículos de tração animal R-12 Proibido trânsito de bicicletas R-13 Proibido trânsito de tratores e máquinas de obras R-14 Peso bruto total máximo permitido R-15 Altura máxima permitida R-16 Largura máxima permitida R-17 Peso máximo permitido por eixo R-18 Comprimento máximo permitido R-19 Velocidade máxima permitida R-20 Proibido acionar buzina ou sinal sonoro R-21 Alfândega R-22 Uso obrigatório de correntes R-23 Conserve-se à direita R-24a Sentido de circulação da via/pista R-24b Passagem obrigatória – 19 – Sinalização de trânsito R-25a Vire à esquerda R-25b Vire à direita R-25c Siga em frente ou à esquerda R-25d Siga em frente ou à direita R-26 Siga em frente R-27 Ônibus, caminhões e veículos de grande porte mantenham-se à direita R-28 Duplo sentido de circulação R-29 Proibido trânsito de pedestres R-30 Pedestre, ande pela esquerda R-31 Pedestre, ande pela direita R-32 Circulação exclusiva de ônibus R-33 Sentido de circulação na rotatória R-34 Circulação exclusiva de bicibletas R-35a Ciclista, transite à esquerda R-35b Ciclista, transite à direita R-36a Ciclistas à esquerda, pedestres à direita R-36b Pedestres à esquerda, ciclistas à direita R-37 Proibido trânsito de motocicletas, motonetas e ciclomotores R-38 Proibido trânsito de ônibus R-39 Circulação exclusiva de caminhão R-40 Trânsito proibido a carros de mão – 20 – Legislação de Trânsito II 2.3.1.1 Placas de informações complementares à regulamentação Às vezes é necessário acrescentar informações às placas de regulamenta- ção, a fim de comunicar horários, condições de estacionamento, restrições a certos veículos e outras características. Para isso, deve ser utilizada uma placa retangular que reúna em um só conjunto a regulamentação e a informação complementar, nas mesmas cores. Não se admite acrescentar informação aos sinais de Parada Obrigatória e de Dê a Preferência. CAMINHÕES E ÔNIBUS OBRIGATÓRIO FAIXA DA DIREITA INÍCIO TÉRMINO TÁXI NA FAIXA BRANCA EXCLUSIVO DEFICIENTE FÍSICO 2ª a 6ª 7 - 10h EXCETO ÔNIBUS SÓ ÔNIBUS 2.3.2 Sinalização de advertência Indicam a existência de perigo ou situação inesperada na via, como con- dições do terreno, desvios e obras. Parte delas é usada mais comumente em estradas, rodovias e periferia das cidades. De formato quadrado, posicionadas com uma das diagonais na vertical, essas placas têm fundo amarelo, borda preta e símbolos ou letras também em preto. As exceções são as seguintes placas: 2 as que indicam “sentido único” e “sentido duplo”, que são retangulares, com fundo e orla externa em amarelo, orla interna e símbolos em preto. 2 a “Cruz de Santo André”, que indica cruzamento em nível com linha férrea, em formato de cruz na diagonal, com fundo amarelo e bordas pretas. 2 a sinalização de “obras na pista” ou condições da via, cujo fundo é laranja. – 21 – Sinalização de trânsito 2.3.2.1 Placas de advertência – 22 – Legislação de Trânsito II 2.3.2.2 Sinalização especial de advertência Estes sinais são empregados quando a situação não se enquadra na sina- lização mais comum e é necessário chamar uma atenção especial de pedestres e motoristas. O formato adotado é retangular, de tamanho variável em função das informações contidas em cada placa, e suas cores são amarela e preta. Na sinalização de obras, o fundo e a borda externa devem ser na cor laranja. Exemplos: 2 sinalização especial para faixas ou pistas exclusivas de ônibus 2 sinalização especial para pedestres 2 sinalização especial de advertência somente para rodovias, estradas e vias de trânsito rápido – 23 – Sinalização de trânsito 2.3.2.3 Placas de informações complementares à advertência Se houver necessidade de complementar os sinais de advertência com informações específicas, estas devem ser inscritas em placa adicional ou incor- porada à placa principal formando um só conjunto, em formato retangular. A única exceção é para a placa adicional que indica o número de linhas férreas que cruzam a pista. As cores da placa adicional devem ser as mesmas dos sinais de advertência: fundo amarelo e letras e símbolos na cor preta. Se a informação complementar se referir a obras na pista, o fundo e a orla externa devem ser na cor laranja, com letras e símbolos em preto. 2.3.3 Sinalização de indicação As placas indicativas têm a função de informar percursos, destinos, locais de interesse, distâncias e serviços auxiliares disponíveis ao longo de vias urbanas ou rurais. Podem também servir a fins educativos. A sinalização de indicação divide-se em: 2 Identificação 2 Orientação de destino 2 Educação 2 Serviços auxiliares 2 Atrativos turísticos – 24 – Legislação de Trânsito II As placas educativas, de serviços e de atrativos turísticos se valem de pictogramas, imagens que traduzem a informação e facilitam a visualização à distância. 2.3.3.1 Placas de identificação Auxiliam o condutor ao longo de seu deslocamento, para que ele tenha referências sobre sua posição (em que estrada está, qual ponte está atraves- sando, em que município ou estado está entrando etc.). São de caráter infor- mativo e educativo. 2 identificação de rodovias e estradas: 2 identificação de municípios: 2 identificação de regiões de interesse de tráfego e logradouros: 2 identificação nominal de pontes, viadutos, túneis e passarelas: – 25 – Sinalização de trânsito 2 identificação quilométrica: 2 identificação de limite de municípios/divisa de estados/ fronteira/ perímetro urbano: 2 placas de pedágio: 2.3.3.2 Placas de orientação de destino Fornecem ao condutor informações que o ajudam a chegar a seu des- tino (em que direção deve ir, quantos quilômetros faltam para determinada localidade etc.) 2 placas indicativas de sentido (direção): – 26 – Legislação de Trânsito II 2 placas indicativas de distância: 2 placas diagramadas: ' 2.3.3.3 Placas educativas Têm a função de conscientizar os usuários da via para um comporta- mento adequado e seguro no trânsito. Suas mensagens em geral reforçam normas de circulação e conduta. Exemplos: – 27 – Sinalização de trânsito 2.3.3.4 Placas de serviços auxiliares Indicam os locais onde os usuários podem obter determinados serviços ao longo da via, como postos de combustíveis, pronto-socorro, informações turísticas, área de estacionamento, serviço sanitário, restaurante, hotel, área de camping, banho ou serviço mecânico. Comumente adotam pictogramas para facilitar a visualização. Quando se pode encontrar mais de um tipo de serviço em um local, a placa indicativa pode agrupar os pictogramas correspondentes. Alguns exemplos de pictogramas: – 28 – Legislação de Trânsito II 2 placas para condutores: 2 placas para pedestres: 2.3.4.5 Placas de Atrativos Turísticos Apontam atrativos naturais, históricos e culturais, de lazer, esporte ou recreação, e outros pontos de interesse do turista em trânsito. Ícones padroni- zados traduzem o tipo de atração. Exemplos de pictogramas: 2 atrativos naturais 2 atrativos históricos e culturais – 29 – Sinalização de trânsito 2 área para a prática de esportes 2 áreas de recreação 2 locais de interesse turístico Outras placas de identificação de atrativos turísticos indicam direção e distância. 2.4 Sinalização horizontal A sinalização horizontal é tudo aquilo que se utiliza de linhas, marcações, símbolos e palavras pintadas no pavimento da via, seja ela urbana ou rural. Uma de suas principais funções é organizar o fluxo de veículos, contro- lando e orientando o tráfego (por exemplo, usando faixas para delimitar o – 30 – Legislação de Trânsito II espaço para cada veículo, permitir ou não ultrapassagens e direcionar o trânsito de veículos quandohá dificuldades de topografia ou obstáculos). Complementa os sinais verticais de regulamentação, advertência ou indicação, tendo utilidade também para pedestres (no caso da faixa de travessia). Esse conjunto de sinais no pavimento, também cha- mado de marcas viárias, apresenta cores e características diferentes, dependendo da mensagem que se quer passar. Com o mesmo padrão no mundo todo, as marcas viárias podem ser utilizadas em diferentes tipos de vias, em combina- ção ou não com a sinalização vertical. Uma vantagem adicional das marcas viárias é que elas permitem trans- mitir uma informação ao condutor sem que ele precise desviar os olhos e a atenção da via. 2.4.1 Características da sinalização horizontal Existem padrões de cor e traçado para orientar, delimitar e ordenar o trânsito. 2.4.1.1 Traçados a) linha contínua – sem interrupção no trecho da via que demar- cam; podem ser pintadas ao longo da via ou na transversal. Exem- plo: a linha que separa a pista de rolamento do acostamento, em uma rodovia. b) linha tracejada ou seccionada – linha feita de traços de igual com- primento, com espaços entre eles que devem ser do mesmo tama- nho ou maiores que os traços. Exemplo: separação de faixas em uma avenida. c) símbolos e legendas – informações escritas ou desenhadas no chão, indicando uma situação ou complementando sinalização – 31 – Sinalização de trânsito vertical existente. Exemplo: faixa de pedestres, estacionamento reservado a deficientes. 2.4.1.2 Cores a) amarela: utilizada na regulação do fluxo de veículos em sentidos opostos, na delimitação de espaços proibidos para estacionamento e/ou parada e na marcação de obstáculos. b) vermelha: adotada para delimitar o espaço destinado ao deslo- camento de bicicletas (ciclovias) e em símbolos ligados à área de saúde, como a cruz que indica hospitais e farmácias. c) branca: utilizada na regulação de fluxos de mesmo sentido; na deli- mitação de espaços especiais ou trechos de vias destinados ao esta- cionamento regulamentado de veículos; na marcação de faixas para travessia de pedestres; na pintura de símbolos e legendas. d) azul: destinada à pintura de símbolos em áreas de estacionamento ou de parada para embarque e desembarque, em especial para ido- sos e deficientes. e) preta: utilizada para proporcionar contraste entre o pavimento e a pintura. 2.4.2 Convenções quanto ao padrão de traçado e cor A combinação entre cor e traçado determina o tipo de mensagem que a sinalização passa e o comportamento exigido do motorista. Por convenção, estabeleceu-se o seguinte: a) linha segmentada na cor amarela: divide a via em duas direções (“mãos”) de sentidos opostos e permite a ultrapassagem; b) linha contínua na cor amarela: divide a via em duas em duas dire- ções (“mãos”) de sentidos opostos e não permite a ultrapassagem; – 32 – Legislação de Trânsito II c) linha contínua dupla na cor amarela: divide a via em duas dire- ções (“mãos”) de sentidos opostos e não permite a ultrapassagem em nenhum dos sentidos; d) linha contínua e segmentada na cor amarela: divide a via em duas mãos direcionais de sentidos opostos e permite a ultrapassa- gem no lado tracejado, mas não no lado de faixa contínua; e) linha segmentada na cor branca: via de mão única, permitindo mudança de faixa; f ) linha contínua na cor branca: via de mão única, mas não permite mudança de faixa. 2.4.3 Classificação da sinalização horizontal A sinalização horizontal é classificada em: 2 marcas longitudinais; 2 marcas transversais; 2 marcas de canalização; 2 marcas de delimitação e controle de estacionamento e/ou parada; 2 inscrições no pavimento. 2.4.3.1 Marcas longitudinais Separam e ordenam as correntes de tráfego, definindo a parte da pista destinada ao rolamento, a sua divisão em faixas, a divisão de fluxos opostos, – 33 – Sinalização de trânsito as faixas de uso exclusivo de um tipo de veículo e as reversíveis, além de esta- belecer as regras de ultrapassagem. De acordo com sua função, as marcas longitudinais são divididas em: a) linhas de divisão de fluxos opostos (cor amarela); b) linhas de divisão de fluxos de mesmo sentido (cor branca); c) linhas de bordo (cor branca, exceto em vias com canteiro central muito estreito, quando então são amarelas, separando fluxos opostos); d) linha de continuidade (cor branca dá continuidade a linhas bran- cas; cor amarela quando dá continuidade a linhas amarelas). 2.4.3.2 Marcas transversais Ordenam o deslocamento de veículos, considerando que há outros veí- culos na via e também pedestres e ciclistas. Em outras palavras, harmonizam o fluxo, indicando locais de parada ou redução de veloci- dade, de modo a garantir a segurança de todos. De acordo com a sua função, as marcas longitudinais são divididas em: a) linhas de retenção (cor branca); b) linhas de estímulo à redução de velocidade (transversais à via – cor branca); c) linha de “Dê a Preferência”; d) faixas de travessia de pedestres (cor branca); e) marcação de cruzamento com ciclovia (cor vermelha); f ) marcação de área de conflito, que indica onde os motoristas não podem parar, prejudicando a circulação (cor amarela); g) marcação de área de cruzamento com faixa exclu- siva (cor amarela ou branca). – 34 – Legislação de Trânsito II 2.4.3.3 Marcas de canalização Também chamadas de “zebrado ou sargento”, orientam os fluxos de trá- fego em uma via, direcionando a circulação de veículos ao marcar áreas do pavimento que não devem ser utilizadas. Podem ser na cor branca quando direcionam fluxos de mesmo sentido e na cor amarela quando direcionam fluxos de sentidos opostos. – 35 – Sinalização de trânsito 2.4.3.4 Marcas de delimitação e controle de estacionamento e/ou parada Servem para indicar e delimitar os locais de esta- cionamento ou parada de veículos, conforme o tipo de veículo, e são normalmente pintadas junto ao meio-fio: a) linha de indicação de proibição de estaciona- mento e/ou parada (cor amarela); b) marca delimitadora de parada de veículos específicos, como ônibus (cor amarela); c) marca delimitadora de estacionamento permi- tido ao longo da via (cor branca); 2.4.3.5 Inscrições no pavimento Ajudam o condutor a perceber melhor as condições de operação da via, para que ele possa tomar as decisões adequadas no tempo certo. As inscrições são pintadas no pavimento, na cor branca, e podem ser: a) setas direcionais – indicam o caminho que se deve seguir (exem- plo: setas que indicam obrigatoriedade de fazer conversão à direita ou à esquerda se o veículo estiver naquela faixa) – 36 – Legislação de Trânsito II b) símbolos – sinais de advertência para redobrar a atenção e garantir a segurança (exemplo: triângulo de “dê a preferência”) c) legendas – palavras e/ou números que apresentam condições espe- ciais da via (exemplo: “atenção: pedestres” ou “devagar: escola”) 2.5 Dispositivos de sinalização auxiliar Esses dispositivos existem para chamar a atenção do motorista para obs- táculos, tornando mais segura a operação da via. Tornam-se ainda mais impor- tantes à noite e em situações de baixa visibilidade, sinalizando perigos ou mudanças no trajeto da pista, quando há maior risco de colisão ou perda de direção. São constituídos por materiais, formas e cores diversas, com ou sem refletividade. Esses dispositivos podem estar sobre o pavimento da via ou às suas margens, e são especialmente usados em rodovias e estradas. Tanto nas vias urbanas quanto rurais, são empregados em conjunto com o restante da sinalização horizontal e vertical. 2.5.1 Dispositivos delimitadores Alertam o condutor sobre os limites do espaço destinado à circulação e o trajeto a seguir, melhorando a visibilidade sobre a pista. Por serem capazes de refletir a luz dos farois dos veículos, são úteis especialmente à noite. São dispositivos delimitadores: – 37 – Sinalização de trânsito 2.5.1.1 Balizadores Cilindros verticais com capacidade refletiva colocados às margens da pista, utilizadospara delimitar alterações no trajeto, como curvas e entronca- mentos. Utilizados em rodovias e vias urbanas de trânsito rápido. 2.5.1.2 Balizadores refletivos de pontes e viadutos Espécie de “adesivo” colocado em pilares de pontes e outras obras arquitetônicas, especialmente rodoviárias, para alertar sobre o trajeto da pista de rolamento. 2.5.1.3 Delineadores Normalmente acompanham faixas e sinalizações horizontais, “dese- nhando” o trajeto que os veículos devem seguir. Podem ser botões, tachas, tachões, calotas e prismas. a) botões – popularmente conhecidos como “olho de gato”, são pequenos dispositivos refletivos aplicados sobre marcas longitudi- nais na pista, colaborando para que o motorista visualize o trajeto a seguir com facilidade. b) tachas e tachões – fixados ao pavimento, com superfície refletiva, de formato quadrado ou arredondado. Seu objetivo é dificultar a mudança de trajeto dos veículos, reforçando a sinalização vertical, como por exemplo em locais de ultrapassagem proibida ou para delimitar faixas de circulação exclusiva. c) calotas – de formato semiesférico, não possuem capacidade de reflexão da luz e são normalmente usadas em áreas urbanas, deli- mitando espaços. d) prismas – de formato trapezoidal, servem para estabelecer guias para o trânsito onde não houver faixas e outras delimitações. Sua principal função é evitar que veículos transponham determinado local ou faixa de tráfego. Também são chamados de dispositivos de canalização, uma vez que sua altura impede que os veículos passem por cima. – 38 – Legislação de Trânsito II 2.5.2 Dispositivos de sinalização de alerta Utilizados para chamar a atenção quanto a obstáculos ou situações geradoras de perigo potencial, na via ou às suas margens. São dispositivos de alerta: marcadores de perigo, mar- cadores de obstáculos e marcadores de alinhamento. 2.5.2.1 Marcadores de obstáculos Pintura aplicada diretamente sobre obstáculos de gran- des dimensões como pilares de viadutos, confere maior visi- bilidade a algo que pode afetar a segurança do motorista. 2.5.2.2 Marcadores de perigo São destinados a alertar o condutor quando da iminên- cia de um possível empecilho ao seu deslocamento ou situa- ção de perigo potencial. São usados junto a obstáculos como pilares de viadu- tos, cabeceiras de pontes, “narizes” de bifurcações e ilhas. Estes marcadores são afixados em suportes e colocados imediatamente à frente dos obstáculos ou imediatamente após o limite físico dos “narizes” de bifurcações e ilhas. Obstáculos com passagem só pela direita Obstáculos com passagem por ambos os lados Obstáculos com passagem só pela esquerda Utilizado na parte superior do obstáculo – 39 – Sinalização de trânsito 2.5.2.3 Marcadores de alinhamento Usados principalmente em curvas, são importantes dispositivos para alertar quanto à mudança no alinhamento da pista. Podem também ser ado- tados em retornos, acessos, desvios e interseções. Estes marcadores – placas refletivas, de fundo de cor amarela e com uma seta preta no sentido que o motorista deve seguir – devem ser visíveis a uma distância de 150 metros e devem ser colocados ao longo de todo o trecho em curva, no lado externo desta, com sua ponta voltada para o lado interno. 2.5.3 Alterações nas características do pavimento Mudar a textura ou a cor do pavimento serve para chamar a atenção do motorista para situações de maior alerta, por exemplo: 2 a necessidade de reduzir a velocidade; 2 o cuidado de manter-se dentro dos limites da faixa de rolamento, especialmente em longas retas em que o motorista pode ficar sono- lento e distraído. Os pavimentos especiais podem ser usados para substituir ou comple- mentar as mensagens transmitidas pela sinalização horizontal. São pavimen- tos especiais: pavimentos coloridos, pavimentos rugosos, pisos franjados e ondulações transversais. As ondulações transversais (lombadas) são colocados acima do pavi- mento e têm por objetivo a redução da velocidade dos veículos. As cores destas ondulações devem ser preta e amarela, em listras alternadas, ou então inteiramente amarela. – 40 – Legislação de Trânsito II 2.5.4 Dispositivos de proteção contínua São elementos colocados de forma contínua e permanente ao longo da via, feitos de material flexível ou rígido, com o objetivo de evitar que veículos e/ou pedestres transponham determinado local. Para os pedestres, os tipos de proteção contínua são os gradis de canali- zação e retenção, e os dispositivos de contenção e bloqueio. Para os veículos, são utilizadas defesas metálicas, barreiras de concreto e dispositivos anti-ofus- camento (espécie de cerca colocada em vias de mão dupla e intenso tráfego, para separar as pistas e evitar ofuscamento pelo farol do veículo trafegando em sentido contrário). 2.5.5 Dispositivos luminosos Equipamentos luminosos e eletrônicos que complementam, com men- sagens de texto e indicações numéricas, as informações sobre a via. Também têm o objetivo de educar os condutores sobre comportamentos adequados, controlar a velocidade, orientar em praças de pedágio e estacionamentos e outras utilidades. 2.5.5.1 Painel eletrônico São dispositivos eletrônicos normalmente suspensos acima da pista de rola- mento, para transmitir informações sobre as condições da via, como por exemplo: a) advertência de situação inesperada à frente (obras na pista, interdi- ção parcial da via, desvios, lentidão no trânsito, neblina, etc); b) mensagens educativas relacionadas ao comportamento dos usuá- rios da via (“motociclista, use capacete”, “use o cinto de segurança”, entre outros); c) alertas de restrição de velocidade em função do volume de veículos ou de situações perigosas à frente; d) mensagens sobre pátios públicos de estacionamento (“estaciona- mento central lotado, utilize o estacionamento da Rua X”); e) mensagens sobre intensidade do tráfego nas vias principais, orien- tando o motorista a utilizar rotas alternativas. – 41 – Sinalização de trânsito 2.5.5.2 Barreira eletrônica São dispositivos eletrônicos, também conhecidos como “radares”, desti- nados a medir a velocidade dos veículos. Podem ser fixos, estáticos, móveis ou portáteis, dependendo da finalidade a que se destinam. a) fixo: medidor de velocidade instalado em local definido e em cará- ter permanente, também conhecido como “lombada eletrônica”. É um totem que costuma ser colocado em locais com intenso tráfego de pedestres, forçando os veículos a diminuir a velocidade; b) estático: medidor de velocidade instalado em veículo parado ou em suporte apropriado; c) móvel: medidor de velocidade instalado em veículo em movi- mento, procedendo a medição ao longo da via; d) portátil: medidor de velocidade direcionado manualmente para o veículo alvo, normalmente operado por um agente de trânsito. Todos esses equipamentos para controle e fiscalização da velocidade são capazes de gerar multas a quem ultrapassar a velocidade permitida, que sem- pre deve ser indicada pela sinalização vertical e horizontal na via. A Resolução 396/11 do CONTRAN especifica os requisitos técnicos das barreiras eletrônicas. 2.5.6 Dispositivos de uso temporário Como o próprio nome diz, são elementos utilizados apenas em situa- ções especiais e temporárias, como obras e situações de emergência ou perigo. Destinam-se a canalizar o trânsito e proteger pedestres e trabalhadores. São exemplos os cones, cilindros, balizadores, cavaletes, tapumes, fitas zebradas, barreiras, gradis, bandeiras e faixas, entre outros. 2.6 Sinalização semafórica Um equipamento instalado nos cruzamentos de vias, ao qual se dá o nome de semáforo (ou sinaleiro, farol ou sinal, dependendo da região do Brasil), é o que controla e organiza o fluxo de trânsito nesses locais. – 42 – Legislação de Trânsito II O semáforo utiliza-se de indicações luminosas que são transmitidas para motoristas e pedestres, alternando o direito de passagem dos veículos e garan- tindo a travessia segura dos pedestres, em interseções deduas ou mais vias. 2.6.1 Semáforo veicular Estas indicações luminosas destinadas a veículos são um conjunto de duas, três ou quatro luzes, nas cores vermelha, amarela e verde. Cada cor tem um significado, a saber: 2 luz vermelha: significa “pare” e exige que o condutor pare comple- tamente o veículo antes da linha de retenção e, consequentemente, antes da faixa de pedestres. Deve permanecer parado até que a indi- cação luminosa passe para verde, ou até que um policial de trânsito dê autorização para seguir. 2 luz amarela: significa “atenção” e antecipa a chegada da luz ver- melha (“pare”), exigindo que o condutor pare completamente o veículo antes da linha de retenção e, consequentemente, antes da faixa de pedestres. A única exceção permitida para atravessar o cru- zamento sob a luz amarela é quando o condutor percebe que não conseguirá frear antes da faixa de pedestres, o que poderia colocar em risco a vida de outras pessoas. – 43 – Sinalização de trânsito 2 luz verde: significa “siga” e permite colocar ou seguir com o veículo em movimento na via, com preferência de passagem sobre veículos que cruzam transversalmente. Antes de arrancar com o veículo a partir da linha de retenção de uma faixa de pedestres, o condutor deve se certificar de que não há mais ninguém atravessando a rua, a quem será dada preferência. 2.6.2 Semáforo para pedestres É um dispositivo para orientar os pedestres para o momento mais seguro para atravessar uma via, liberando sua passagem ao mesmo tempo em que interrompe a dos carros, já que está sincronizado com o semáforo veicular. A indicação é feita por luzes com representação humana, na forma de um boneco verde e um boneco vermelho, significando respectivamente “siga” e “pare” ou “espere”. Se houver um policial de trânsito no local, suas orientações estão acima do semáforo para pedestres e do semáforo veicular e deverão ser respeitadas. 2 boneco com luz de cor verde fixa: o pedestre pode atravessar a via; 2 boneco com luz de cor vermelha intermitente: se já estiver cru- zando a via, o pedestre deve prosseguir, caso contrário, deve esperar na calçada até que a luz verde se acenda novamente; 2 boneco com luz de cor vermelha fixa: o pedestre não deve atraves- sar a via, devendo aguardar que a luz verde se acenda novamente. – 44 – Legislação de Trânsito II Curiosidade Por que as luzes de PARE são vermelhas? Luzes de freio, semáfo- ros, alertas em vias férreas e outros indicativos para parar são sempre com luzes vermelhas. A universalização da cor, como uma conven- ção internacional compreendida em qualquer país, pode ser um dos motivos. No entanto, existe uma explicação científica. Cada cor pos- sui um “raio” de alcance, que varia de cor para cor. Alguns raios atin- gem maiores distâncias antes de se dispersarem e ficarem invisíveis. A cor vermelha é a que possui o raio mais longo, capaz de ser visto a enormes distâncias. Daí a sua escolha – para permitir que as pessoas vejam de longe e possam agir mais rapidamente e parar a tempo. (Fonte: Ciência em pauta) 2.6.3 Preferência de passagem De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, deve-se dar preferência de passagem aos pedestres que estiverem atravessando a via transversal na qual se vai entrar, aos que ainda não tenham concluído a travessia, quando houver mudança de sinal, e aos que se encontrem nas faixas a eles destinados, onde não houver sinalização. 2.7 Sinalização de obras A sinalização de obras pode combinar elementos de sinalização vertical, horizontal, semafórica e dispositivos auxiliares para deixar muito clara a situ- ação na pista. Assim, essa sinalização específica deve ser capaz de: 2 advertir os usuários sobre a intervenção realizada e seu caráter temporário; 2 garantir condições de segurança e fluidez do trânsito e de acessibilidade; 2 orientar os usuários para caminhos alternativos; – 45 – Sinalização de trânsito 2 isolar áreas de trabalho, de forma a evitar a deposição e/ou lança- mento de materiais sobre a via. Ao sinalizar uma obra na pista, as placas de advertência ganham as cores laranja e preto, com ícones (pictogramas) específicos. O restante da sinaliza- ção vertical (de regulamentação), horizontal e semafórica, bem como os dis- positivos auxiliares de sinalização, segue seu padrão normal. Formas, dimen- sões, símbolos, números e letras ficam mantidos. Curva acentuada à esquerda Curva acentuada à direita Passagem de pedestres Altura limitada Início de pista dividida Rua sem saída Estreitamento de pista ao centro Estreitamento de pista à esquerda Estreitamento de pista à direita Mão dupla adiante Obras 2.8 Sinalização por gestos 2.8.1 Sinais por gestos do agente de trânsito Os gestos utilizados por uma autoridade legal de trânsito (policial de trânsito) em uma via prevalecem sobre todas as outras sinalizações e regras de circulação. Em outras palavras, as ordens do agente de trânsito são mais importan- tes e devem ser respeitadas acima de todos os outros indicativos em uma via. – 46 – Legislação de Trânsito II Os gestos representam: 2 ordem de parada para todos os veícu- los que venham de direções que cortem perpendicularmente a direção indicada pelos braços estendidos, qualquer que seja o sentido de seu deslocamento. 2 ordem de parada obrigatória a todos os veículos. Quando executadas em inter- seções, os veículos que já se encontrarem nela não são obrigados a parar. 2 ordem de parada para todos os veícu- los que venham de direções que cortem perpendicularmente a direção indicada pelo braço estendido, qualquer que seja o sentido de seu deslocamento. 2 ordem de parada para todos os veícu- los que venham de direções que cortem perpendicularmente a direção indicada pelo braço estendido, qualquer que seja o sentido de seu deslocamento. 2.8.2 Sinais por gestos do motorista – 47 – Sinalização de trânsito Também os condutores de veículos ou bicicletas podem usar gestos com as mãos para indicar as manobras que vão executar. O Anexo II do Código de Trânsito Brasileiro convenciona os seguintes gestos: 2 braço esquerdo erguido e parado com o cotovelo dobrado, de modo que o braço e o antebraço façam um ângulo de 90 graus, indica que o condutor pretende virar à direita; 2 braço esquerdo parado, apontando em linha reta para a esquerda, significa que o condutor fará uma conversão à esquerda; 2 braço esquerdo movimentado para cima e para baixo várias vezes significa que o condutor reduzirá a velocidade e possivelmente irá até parar o veículo. 2.9 Sinais sonoros 2.9.1 Sinais sonoros do agente de trânsito Utilizados em conjunto com os gestos, servem para controlar o fluxo de veículos. O agente de trânsito usa um apito para marcar as orientações. Quadro II – Sinais sonoros Sinal Significado Emprego Um silvo breve Siga Liberar o trânsito em direção/ sentido indicado pelo agente. Dois silvos breves Pare Indicar parada obrigatória. Um silvo longo Diminua a marcha Quando for necessário fazer os veículos reduzirem a velocidade. Fonte: Código de Trânsito Brasileiro, Art. 87 2.9.2 Sinais sonoros feitos pelos motoristas Os motoristas podem fazer uso da buzina do veículo – sempre soando com um breve toque apenas – para alertar outros motoristas e pedestres. – 48 – Legislação de Trânsito II O uso da buzina é regulado pelo artigo 41 do CTB: Art. 41. O condutor de veículo só poderá fazer uso de buzina, desde que em toque breve, nas seguintes situações: I – para fazer as advertências necessárias a fim de evitar acidentes; II – fora das áreas urbanas, quando for conveniente advertir a um condutor que se tem o propósito de ultrapassá-lo. 2.10 Ordem de prevalência de sinalização Em locais onde haja mais de um tipo de sinalização e porventura elas sejam conflitantes, isto é, indicando diferentes ações a serem tomadas, é importante seguir a ordem de prevalência, ou seja, a que tem mais valor ou autoridade do que a outra. O Artigo 89 do CTB determinar essahierarquia: Art. 89. A sinalização terá a seguinte ordem de prevalência: I – as ordens do agente de trânsito sobre as normas de circulação e outros sinais; II – as indicações do semáforo sobre os demais sinais; III – as indicações dos sinais sobre as demais normas de trânsito. 3.1 Condições básicas As regras de circulação e conduta existem para manter a har- monia, a fluidez e a segurança no trânsito. O Código de Trânsito Brasileiro explica, em seu Capítulo III, quais são os procedimentos corretos para circular e se portar nas vias públicas. O comportamento adequado no trânsito é uma combina- ção de boa educação e conhecimentos, aliada à capacidade do moto- rista de perceber o que se passa à sua volta. Regras de circulação e conduta 3 – 50 – Legislação de Trânsito II Assim, duas condições são essenciais e exigem pleno domínio das facul- dades mentais e sensoriais: 2 ter reflexos rápidos para perceber situações novas a todo momento, bem como ter reações adequadas; 2 aprender de maneira eficiente e permanente as normas que regem o trânsito, entendendo que elas proporcionam organiza- ção e confiança. 3.2 Comportamento do condutor O direito de utilização das vias públicas para se locomover ou para esta- cionar pressupõe o respeito às leis e ao bom senso. Em outras palavras, limites e respeito ao próximo. O motorista deve se lembrar de verificar as boas condições de funcio- namento do veículo antes de colocá-lo em circulação, especialmente equipa- mentos de segurança, como cinto de segurança, faróis, limpador de para-brisa e buzina. Deve ainda andar sempre com os documentos pessoais de condutor e com os documentos obrigatórios do veículo, certificar-se de que está com combustível suficiente para chegar ao destino programado e nunca dirigir sob condições emocionais desequilibradas e/ou sob forte estresse. Por causa disso, o uso racional desse ambiente público deve ser ampa- rado por certas atitudes, entre elas: 2 respeitar a sinalização e seguir na prática as regras de circulação; 2 ter consciência de que o não cumprimento dessas normas pode levar a infrações de trânsito e acidentes; 2 estacionar somente onde for permitido; 2 fazer conversões de acordo com o que é necessário e seguro; 2 respeitar o pedestre, pois este sempre tem a preferência; 2 respeitar os demais condutores; 2 acatar as ordens do policial de trânsito; – 51 – Regras de circulação e conduta 2 não dirigir com o braço do lado de fora ou com apenas uma das mãos; 2 não usar fones de ouvido conectados ou celular; 2 não transportar pessoas, animais ou volume a sua esquerda ou entre os braços e pernas; 2 como regra: manter distância lateral e frontal de outros veículos e em relação ao bordo da pista. Curiosidade No Brasil, dizemos “carteira de motorista” ou “carteira de habilita- ção”, enquanto em inglês se diz “licença para dirigir”. Com isso, temos a impressão de impunidade, já que a licença pode ser cas- sada com facilidade, em comparação com diploma ou carteira. 3.3 Trânsito e relações sociais No Brasil que herdou comportamentos da época da escravatura, em que os que obedeciam eram “inferiores” (escravos), seguir as leis pode parecer, para alguns, estar “abaixo” dos demais. Então, para posicionar-se “acima”, como “superior”, alguns motoris- tas adotam atitudes que chamamos de egoístas. Também chamamos essas atitudes de “falta de educação” nas ruas, como sinônimo de “não pensar nos outros”. Na verdade, essa postura é aristocrática, uma herança da época de coro- néis senhores de escravos. Por exemplo, estacionar em fila dupla ou em vaga para deficiente “só por cinco minutinhos”, como se o seu tempo ou a sua necessidade fossem mais importantes que os das demais pessoas. Para o antropólogo Roberto DaMatta, autor do livro “Pé na tábua e fé em Deus: ou como e por que o trânsito enlouquece no Brasil”, o com- portamento agressivo do brasileiro no trânsito reflete esse antigo sistema de relações sociais, em que se pensa “eu estou acima dos outros”. É por isso que é – 52 – Legislação de Trânsito II muito comum que se exija punição para os erros dos outros, ao mesmo tempo em que se negocia flexibilidade para os seus próprios erros. Então surgem o “jeitinho brasileiro” de burlar a lei, junto com a clássica “você sabe com quem está falando?” como tentativa de intimidar o outro, contribuindo para um desrespeito generalizado às regras. Para melhorar esse quadro, é preciso investir em conscientização e edu- cação para o trânsito e a cidadania. 3.4 O sistema de trânsito e os acidentes O sistema de trânsito, cujo objetivo é permitir o deslocamento das pes- soas, só será eficiente e efetivo quando todos os seus agentes – motoristas, pedestres, ciclistas – entenderem seus papeis e respeitarem as regras. Que exis- tem não para atrapalhar, e sim para facilitar o tráfego e melhorar a segurança de todos. Dos três elementos do trânsito – o homem, o veículo e a via – é o homem o que, obviamente, influencia os acontecimentos. É ele que tem a inteligência e o raciocínio, seja como condutor, passageiro ou pedestre; projetista ou fabri- cante de veículos; projetista, construtor ou mantenedor de vias; responsável pela elaboração de leis, sinalização ou fiscalização. Se, por exemplo, adotar um comportamento inadequado como moto- rista ou pedestre, certamente provocará acidentes. A Organização Mun- dial de Saúde (OMS) relata que, anualmente, há cerca de 50 mil mortes e 500 mil feridos no trânsito no Brasil, colocando o país em quarto lugar no mundo em número de mortes nas ruas, atrás de China, Índia e Nigéria. Os dados são de 2013. 3.4.1 Principais causas de acidentes Acidentes de trânsito são uma das principais causas de morte no mundo, segundo a OMS (2018), vitimando 1,35 milhão de pessoas por ano, prin- cipalmente em países pobres. As lesões ocorridas no trânsito são a principal causa de morte entre crianças e jovens de 5 a 29 anos. Além disso, os acidentes de trânsito custam à maioria dos países 3% de seu produto interno bruto – 53 – Regras de circulação e conduta (PIB). Os países de baixa e média renda detêm 54% da frota de veículos mundial, mas respondem por 90% das mortes no trânsito. Os acidentes podem ser causados por : 2 fator humano: imprudência, desatenção, imperícia etc. 2 infraestrutura: defeito na pista, falta de sinalização etc. 2 falha no veículo: problemas mecânicos, elétricos etc. No Brasil, estatísticas do DENATRAN apontam que 90% dos acidentes são causados pelo comportamento imprudente do condutor, como dirigir em alta velocidade, alcoolizado ou falando no celular. Outros 6% são motivados pelas más condições da pista e apenas 4% são consequência de falhas mecâ- nicas nos veículos. Principais causas de acidentes no Brasil, segundo a OMS: 2 não usar cinto de segurança, 2 não usar capacete, 2 ultrapassar o limite de velocidade, 2 falta de itens de segurança para crianças (cinto, cadeirinha etc), 2 ingestão de bebida alcoólica antes de dirigir. Você sabia? Quando um carro bate em um obstáculo, três colisões acontecem ao mesmo tempo: a do carro em si contra o obstáculo, a dos passa- geiros contra o interior do veículo (bancos, portas) e a dos órgãos internos dos passageiros contra a parede do corpo. Quanto maior a velocidade, maiores esses impactos. 3.5 Normas Gerais de Circulação e Conduta Esse é o título do Capítulo III do Código de Trânsito Brasileiro, que estabelece as regras de convivência nas ruas e estradas do país. Em vários – 54 – Legislação de Trânsito II artigos (26 ao 59), o CTB detalha como se deve ultrapassar, a preferência nos cruzamentos, a destinação das faixas de rolamento, a prioridade de passagem de veículos de emergência e outras situações. Art. 26. Os usuários das vias terrestres devem: I – abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsito de veículos, de pessoas ou de animais, ou ainda causar danos a propriedades públicas ou privadas; II –abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, atirando, depositando ou abandonando na via objetos ou substâncias, ou nela criando qualquer outro obstáculo. Art. 27. Antes de colocar o veículo em circulação nas vias públi- cas, o condutor deverá verificar a existência e as boas condições de funcionamento dos equipamentos de uso obrigatório, bem como assegurar-se da existência de combustível suficiente para chegar ao local de destino. Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segu- rança do trânsito. Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas: I – a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se as exce- ções devidamente sinalizadas; II – o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas; III – quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se apro- ximarem de local não sinalizado, terá preferência de passagem: a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que estiver circulando por ela; b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela; c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor; – 55 – Regras de circulação e conduta IV – quando uma pista de rolamento comportar várias faixas de circu- lação no mesmo sentido, são as da direita destinadas ao deslocamento dos veículos mais lentos e de maior porte, quando não houver faixa especial a eles destinada, e as da esquerda, destinadas à ultrapassagem e ao deslocamento dos veículos de maior velocidade; V – o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos acostamentos só poderá ocorrer para que se adentre ou se saia dos imóveis ou áreas especiais de estacionamento; VI – os veículos precedidos de batedores terão prioridade de passa- gem, respeitadas as demais normas de circulação; – 56 – Legislação de Trânsito II VII – os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de polícia, os de fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias, além de prioridade de trânsito, gozam de livre circulação, estacio- namento e parada, quando em serviço de urgência e devidamente identificados por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e ilu- minação vermelha intermitente, observadas as seguintes disposições: a) quando os dispositivos estiverem acionados, indicando a proximi- dade dos veículos, todos os condutores deverão deixar livre a passa- gem pela faixa da esquerda, indo para a direita da via e parando, se necessário; b) os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão aguardar no passeio, só atravessando a via quando o veículo já tiver passado pelo local; c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação vermelha intermitente só poderá ocorrer quando da efetiva prestação de serviço de urgência; d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se dar com velocidade reduzida e com os devidos cuidados de segurança, obedecidas as demais normas deste Código; VIII – os veículos prestadores de serviços de utilidade pública, quando em atendimento na via, gozam de livre parada e estacionamento no local da prestação de serviço, desde que devidamente sinalizados, devendo estar identificados na forma estabelecida pelo CONTRAN; IX – a ultrapassagem de outro veículo em movimento deverá ser feita pela esquerda, obedecida a sinalização regulamentar e as demais nor- mas estabelecidas neste Código, exceto quando o veículo a ser ultra- passado estiver sinalizando o propósito de entrar à esquerda; X – todo condutor deverá, antes de efetuar uma ultrapassagem, cer- tificar-se de que: a) nenhum condutor que venha atrás haja começado uma manobra para ultrapassá-lo; b) quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja indicado o propósito de ultrapassar um terceiro; c) a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa extensão sufi- ciente para que sua manobra não ponha em perigo ou obstrua o trânsito que venha em sentido contrário; XI – todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá: – 57 – Regras de circulação e conduta a) indicar com antecedência a manobra pretendida, acionando a luz indicadora de direção do veículo ou por meio de gesto convencio- nal de braço; b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapassa, de forma que deixe uma distância lateral de segurança; c) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de trânsito de origem, acionando a luz indicadora de direção do veículo ou fazendo gesto convencional de braço, adotando os cuidados necessários para não pôr em perigo ou obstruir o trânsito dos veículos que ultrapassou; XII – os veículos que se deslocam sobre trilhos terão preferência de passagem sobre os demais, respeitadas as normas de circulação. § 1o. As normas de ultrapassagem previstas nas alíneas a e b do inciso X e a e b do inciso XI aplicam-se à transposição de faixas, que pode ser realizada tanto pela faixa da esquerda como pela da direita. § 2o. Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres. Art. 30. Todo condutor, ao perceber que outro que o segue tem o propósito de ultrapassá-lo, deverá: I – se estiver circulando pela faixa da esquerda, deslocar-se para a faixa da direita, sem acelerar a marcha; – 58 – Legislação de Trânsito II II – se estiver circulando pelas demais faixas, manter-se naquela na qual está circulando, sem acelerar a marcha. Parágrafo único. Os veículos mais lentos, quando em fila, deverão manter distância suficiente entre si para permitir que veículos que os ultrapassem possam se intercalar na fila com segurança. Art. 31. O condutor que tenha o propósito de ultrapassar um veículo de transporte coletivo que esteja parado, efetuando embarque ou desem- barque de passageiros, deverá reduzir a velocidade, dirigindo com aten- ção redobrada ou parar o veículo com vistas à segurança dos pedestres. Art. 32. O condutor não poderá ultrapassar veículos em vias com duplo sentido de direção e pista única, nos trechos em curvas e em aclives sem visibilidade suficiente, nas passagens de nível, nas pontes e viadutos e nas travessias de pedestres, exceto quando houver sinaliza- ção permitindo a ultrapassagem. Art. 33. Nas interseções e suas proximidades, o condutor não poderá efetuar ultrapassagem. Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra deverá certi- ficar-se de que pode executá-la sem perigo para os demais usuários da via que o seguem, precedem ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua direção e sua velocidade. – 59 – Regras de circulação e conduta Art. 35. Antes de iniciar qualquer manobra que implique um desloca- mento lateral, o condutor deverá indicar seu propósito de forma clara e com a devida antecedência, por meio da luz indicadora de direção de seu veículo, ou fazendo gesto convencional de braço. Parágrafo único. Entende-se por deslocamento lateral a transposição de faixas, movimentos de conversão à direita, à esquerda e retornos. Parágrafo único. Entende-se por deslocamento lateral a transposição de faixas, movimentos de conversão à direita, à esquerda e retornos. Art. 36. O condutor que for ingressar numa via, procedente de um lote lindeiro a essa via, deverá dar preferência aos veículos e pedestres que por ela estejam transitando. Art. 37. Nas vias providas de acostamento, a conversão à esquerda e a operação de retorno deverão ser feitas nos locais apropriados e, onde estes não existirem, o condutor deverá aguardar no acostamento, à direita, para cruzar a pista com segurança. Art. 38. Antes de entrar à direita ou à esquerda, emoutra via ou em lotes lindeiros, o condutor deverá: I – ao sair da via pelo lado direito, aproximar-se o máximo possível do bordo direito da pista e executar sua manobra no menor espaço possível; – 60 – Legislação de Trânsito II II – ao sair da via pelo lado esquerdo, aproximar-se o máximo possível de seu eixo ou da linha divisória da pista, quando houver, caso se trate de uma pista com circulação nos dois sentidos, ou do bordo esquerdo, tratando-se de uma pista de um só sentido. Parágrafo único. Durante a manobra de mudança de direção, o con- dutor deverá ceder passagem aos pedestres e ciclistas, aos veículos que transitem em sentido contrário pela pista da via da qual vai sair, res- peitadas as normas de preferência de passagem. Art. 39. Nas vias urbanas, a operação de retorno deverá ser feita nos locais para isto determinados, quer por meio de sinalização, quer pela existência de locais apropriados, ou, ainda, em outros locais que ofe- reçam condições de segurança e fluidez, observadas as características da via, do veículo, das condições meteorológicas e da movimentação de pedestres e ciclistas. Art. 40. O uso de luzes em veículo obedecerá às seguintes deter- minações: I – o condutor manterá acesos os faróis do veículo, utilizando luz baixa, durante a noite e durante o dia nos túneis providos de ilumi- nação pública; II – nas vias não iluminadas o condutor deve usar luz alta, exceto ao cruzar com outro veículo ou ao segui-lo; – 61 – Regras de circulação e conduta III – a troca de luz baixa e alta, de forma intermitente e por curto período de tempo, com o objetivo de advertir outros motoristas, só poderá ser utilizada para indicar a intenção de ultrapassar o veículo que segue à frente ou para indicar a existência de risco à segurança para os veículos que circulam no sentido contrário; IV – o condutor manterá acesas pelo menos as luzes de posição do veículo quando sob chuva forte, neblina ou cerração; V – o condutor utilizará o pisca-alerta nas seguintes situações: a) em imobilizações ou situações de emergência; b) quando a regulamentação da via assim o determinar; VI – durante a noite, em circulação, o condutor manterá acesa a luz de placa; VII – o condutor manterá acesas, à noite, as luzes de posição quando o veículo estiver parado para fins de embarque ou desembarque de passageiros e carga ou descarga de mercadorias. Parágrafo único. Os veículos de transporte coletivo regular de passageiros, quando circularem em faixas próprias a eles destinadas, e os ciclos moto- rizados deverão utilizar-se de farol de luz baixa durante o dia e a noite. Art. 41. O condutor de veículo só poderá fazer uso de buzina, desde que em toque breve, nas seguintes situações: I – para fazer as advertências necessárias a fim de evitar acidentes; II – fora das áreas urbanas, quando for conveniente advertir a um condutor que se tem o propósito de ultrapassá-lo. Art. 42. Nenhum condutor deverá frear bruscamente seu veículo, salvo por razões de segurança. Art. 43. Ao regular a velocidade, o condutor deverá observar constan- temente as condições físicas da via, do veículo e da carga, as condições meteorológicas e a intensidade do trânsito, obedecendo aos limites máximos de velocidade estabelecidos para a via, além de: I – não obstruir a marcha normal dos demais veículos em circulação sem causa justificada, transitando a uma velocidade anormalmente reduzida; II – sempre que quiser diminuir a velocidade de seu veículo deverá antes certificar-se de que pode fazê-lo sem risco nem inconvenientes para os outros condutores, a não ser que haja perigo iminente; III – indicar, de forma clara, com a antecedência necessária e a sinali- zação devida, a manobra de redução de velocidade. – 62 – Legislação de Trânsito II Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, o condu- tor do veículo deve demonstrar prudência especial, transitando em velocidade moderada, de forma que possa deter seu veículo com segu- rança para dar passagem a pedestre e a veículos que tenham o direito de preferência. Art. 45. Mesmo que a indicação luminosa do semáforo lhe seja favo- rável, nenhum condutor pode entrar em uma interseção se houver possibilidade de ser obrigado a imobilizar o veículo na área do cruza- mento, obstruindo ou impedindo a passagem do trânsito transversal. Art. 46. Sempre que for necessária a imobilização temporária de um veículo no leito viário, em situação de emergência, deverá ser provi- denciada a imediata sinalização de advertência, na forma estabelecida pelo CONTRAN. Art. 47. Quando proibido o estacionamento na via, a parada deverá restringir-se ao tempo indispensável para embarque ou desembarque de passageiros, desde que não interrompa ou perturbe o fluxo de veí- culos ou a locomoção de pedestres. Parágrafo único. A operação de carga ou descarga será regulamentada pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via e é considerada estacionamento. Art. 48. Nas paradas, operações de carga ou descarga e nos estaciona- mentos, o veículo deverá ser posicionado no sentido do fluxo, para- lelo ao bordo da pista de rolamento e junto à guia da calçada (meio- -fio), admitidas as exceções devidamente sinalizadas. § 1o. Nas vias providas de acostamento, os veículos parados, estacio- nados ou em operação de carga ou descarga deverão estar situados fora da pista de rolamento. – 63 – Regras de circulação e conduta § 2o. O estacionamento dos veículos motorizados de duas rodas será feito em posição perpendicular à guia da calçada (meio-fio) e junto a ela, salvo quando houver sinalização que determine outra condição. § 3o. O estacionamento dos veículos sem abandono do condutor poderá ser feito somente nos locais previstos neste Código ou naque- les regulamentados por sinalização específica. Art. 49. O condutor e os passageiros não deverão abrir a porta do veículo, deixá-la aberta ou descer do veículo sem antes se certificarem de que isso não constitui perigo para eles e para outros usuários da via. Parágrafo único. O embarque e o desembarque devem ocorrer sempre do lado da calçada, exceto para o condutor. Art. 50. O uso de faixas laterais de domínio e das áreas adjacentes às estradas e rodovias obedecerá às condições de segurança do trânsito estabelecidas pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via. Art. 51. Nas vias internas pertencentes a condomínios constituí- dos por unidades autônomas, a sinalização de regulamentação da via será implantada e mantida às expensas do condomínio, após aprovação dos projetos pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via. Art. 52. Os veículos de tração animal serão conduzidos pela direita da pista, junto à guia da calçada (meio-fio) ou acostamento, sempre que não houver faixa especial a eles destinada, devendo seus conduto- res obedecer, no que couber, às normas de circulação previstas neste Código e às que vierem a ser fixadas pelo órgão ou entidade com circuns- crição sobre a via. Art. 53. Os animais isolados ou em grupos só podem circular nas vias quando conduzidos por um guia, observado o seguinte: I – para facilitar os deslocamentos, os rebanhos deverão ser divididos em grupos de tamanho moderado e separados uns dos outros por espaços suficientes para não obstruir o trânsito; II – os animais que circularem pela pista de rolamento deverão ser mantidos junto ao bordo da pista; Os ciclomotores devem ser conduzidos pela direita da pista de rola- mento, preferencialmente no centro da faixa mais à direita ou no bordo direito da pista sempre que não houver acostamento ou faixa própria a eles destinada. É proibida a sua circulação nas vias de trânsito rápido e sobre as calçadas das vias urbanas. – 64 – Legislação de Trânsito II As bicicletas devem circular por ciclovias, ciclofaixas ou acostamento. Na ausência destas, deverão rodar pelos bordos da faixa de rolamento, sempre no mesmo sentido do tráfego de veículos, que deverão manter distância de 1,5 metro no momento daultrapassagem. Quando o ciclista está pedalando em calçadas, ao atravessar a faixa equipara-se ao pedestre, devendo atravessar a pé, empurrando a bicicleta. 3.6 Regras para conversões As conversões – à direita ou à esquerda – devem ser executadas sempre com muita cautela e o condutor sempre deve se lembrar de usar a seta indica- dora de mudança de direção com antecedência. 3.6.1 Conversões à direita Para fazer uma conversão à direita, o procedimento do condutor deve ser: a) passar com a maior antecedência possível para a faixa da direita; b) ao fazer a curva, manter-se o mais próximo possível da margem direita da via. Se o motorista iniciar a curva com as rodas do veículo muito próximas à borda da via, elas baterão na guia; se abrir em demasia o ângulo da conversão, ele invadirá a outra faixa da via onde se pretende entrar. 3.6.2 Conversões à esquerda Quando o condutor desejar executar uma conversão à esquerda, sua atenção deve ser redobrada; além disso, deve tomar as seguintes providências: – 65 – Regras de circulação e conduta a) conversão à esquerda, em uma via de mão única para outra de mão dupla: O condutor deve aproximar-se da faixa da esquerda e fazer a con- versão entrando à esquerda do ponto de interseção, tomando a faixa da direita da outra via. b) conversão à esquerda, de uma via de mão única para outra via tam- bém de mão única: O condutor deve aproximar-se pela faixa da esquerda, obedecendo às mesmas regras para a conversão à direita com relação à distância da borda da pista, completando a conversão ao entrar na faixa da esquerda. Se o condutor iniciar a conversão com as rodas do veículo muito próximas à borda da via, elas baterão na guia; se o condutor abrir em demasia o ângulo da conversão, ele invadirá a outra faixa da via, onde se pretende entrar. c) conversão à esquerda, de uma via de mão dupla para outra também de mão dupla: O condutor deve aproximar-se com as rodas esquerdas do veículo o máximo possível do centro da via. O condutor deve prestar atenção porque ele entrará na faixa da direita da outra via; desta forma, fará a conversão passando à esquerda do ponto de interseção. d) conversão à esquerda, de uma via de mão dupla para outra de mão única: O condutor deve aproximar-se o máximo possível do centro da via, fazendo a conversão antes de chegar ao centro da interseção. O condutor deve deixar o cruzamento pela faixa esquerda da via em que ele está entrando. – 67 – Regras de circulação e conduta e) conversão à esquerda, de uma via de mão dupla para outra via com quatro faixas (duas faixas em cada direção): O condutor deve aproximar-se com as rodas do veículo o máximo do centro da via. A conversão será feita após chegar ao centro do cruza- mento, sendo que, desta forma, o condutor não entrará na contramão: 2 quando o condutor completar a conversão poderá estar na faixa de ultrapassagem (a faixa da esquerda); sendo assim, se o tráfego permitir, o condutor deverá deixar esta faixa e entrar na faixa da direita; 2 não havendo pista de aceleração (ou quando ela é muito curta), o condutor deve parar e esperar um espaço suficiente para entrar acelerando, não atrapalhando desta forma o fluxo e não provocando acidentes. 3.7 Regras de segurança Além das normas de circulação, também é preciso atender determina- ções que visam zelar pela segurança de condutores e passageiros. Elas estão especificadas nos artigos 54, 55, 64 e 65 do Código de Trân- sito Brasileiro. – 68 – Legislação de Trânsito II Art. 54. Os condutores de motocicletas, motonetas e ciclomotores só poderão circular nas vias: I – utilizando capacete de segurança, com viseira ou óculos protetores; II – segurando o guidom com as duas mãos; III – usando vestuário de proteção, de acordo com as especificações do CONTRAN. Art. 55. Os passageiros de motocicletas, motonetas e ciclomotores só poderão ser transportados: I – utilizando capacete de segurança; II – em carro lateral acoplado aos veículos ou em assento suplementar atrás do condutor; III – usando vestuário de proteção, de acordo com as especificações do CONTRAN. O uso de cinto de segurança (tanto para o condutor quanto para os passageiros) é obrigatório em todos os veículos em circulação no território nacional (Art. 65). Outro ponto essencial da segurança estipula que as crianças com menos de dez anos de idade devem ser transportadas obrigatoriamente apenas no banco traseiro, e as com até três anos de idade, em assentos ou cadeirinhas especiais (Art. 64). O desrespeito às leis de trânsito sujeita o infrator a penalida- des, sejam administrativas, cíveis ou até penais. As infrações mais comuns são punidas com multa e pontua- ção na carteira de habilitação – o Artigo 259 do CTB atribui pontos a cada tipo de infração, e a soma de 20 pontos provoca a cassação do documento. Infrações, penalidades e crimes de trânsito 4 – 70 – Legislação de Trânsito II Quadro III – Gravidade das infrações e pontuação Categoria Pontuação na CNH Gravíssima sete Grave cinco Média quatro Leve três Fonte: Código de Trânsito Brasileiro 4.1 Penalidades O Código de Trânsito Brasileiro estabelece, em seu artigo 256, as diversas penalidades que podem ser impostas aos condutores que cometerem infrações. No entanto, o CTB também diz que, quando a sinalização for incorreta ou insuficiente, as autoridades de trânsito não podem multar o condutor (Art. 90). Art. 256. A autoridade de trânsito, na esfera das competências estabe- lecidas neste Código e dentro de sua circunscrição, deverá aplicar, às infrações nele previstas, as seguintes penalidades: I- advertência por escrito; (ver também Art. 267 do CTB) II – multa; (ver também Art. 257 do CTB) III – suspensão do direito de dirigir; (Resolução 182/05 – CONTRAN) IV – apreensão do veículo; (Resolução 53/98 – CONTRAN) V- cassação da Carteira Nacional de Habilitação; (Resolução 168/04 – CONTRAN) VI – cassação da Permissão para Dirigir; (Art. 148 do CTB) VII – frequência obrigatória em curso de reciclagem; (Art. 268 do CTB e Resolução 168/04 – CONTRAN) § 7o Não sendo imediata a identificação do infrator, o principal con- dutor ou o proprietário do veículo terá quinze dias de prazo, após a notificação da autuação, para apresentá-lo, na forma em que dispuser o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), ao fim do qual, não o fazendo, será considerado responsável pela infração o principal con- dutor ou, em sua ausência, o proprietário do veículo. – 71 – Infrações, penalidades e crimes de trânsito O proprietário poderá indicar ao órgão executivo de trânsito o prin- cipal condutor do veículo, o qual, após aceitar a indicação, terá seu nome inscrito em campo próprio do cadastro do veículo no Renavam. § 11. O principal condutor será excluído do Renavam: I - quando houver transferência de propriedade do veículo II - mediante requerimento próprio ou do proprietário do veículo III - a partir da indicação de outro principal condutor. 4.2 Suspensão do direito de dirigir Ao somar 20 pontos, o condutor terá sua CNH suspensa, perdendo temporariamente o direito de dirigir. Para retomar o direito, deverá participar de cursos de reciclagem. Algumas infrações são tão graves que provocam a suspensão direta e imediata do direito de dirigir: 2 dirigir sob a influência de álcool ou substância tóxica; 2 dirigir ameaçando os pedestres que estejam atravessando a via ou demais veículos; 2 disputar corrida ou fazer manobras perigosas por exibicionismo; 2 promover ou participar de competição esportiva sem autorização, como corridas de carros em vias públicas; 2 deixar de prestar socorro à vítima em um acidente que provocou, deixar de sinalizar o local ou deixar de auxiliar a polícia; 2 transitar em velocidade superior a máxima permitida para a via em 20% nas vias de trânsito rápido, arterial e rodovia e em 50% nas demais vias; 2 transpor, sem autorização, bloqueio viário policial. 4.3 Medidas administrativas
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