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UNIRP – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE RIO PRETO ALUNO: ALESSANDRO ROBERTO DE SOUZA PROF. DR. HENRY ATIQUE TRABALHO DE DIREITO CONSTITUCIONAL FEDERALISMO 1) Como se deu a origem do Federalismo? O Federalismo é uma forma de partilhar o poder do Estado dentre vários entes num determinado território. Possui um forte componente democrático. Surgiu na experiência histórica das antigas Colônias Inglesas da América do Norte e foi adotado na primeira Constituição Brasileira da República de 1889. 2) Por que o Federalismo brasileiro é chamado de “às avessas”? Em 2003, o então senador Marco Maciel tratou, em discurso no Plenário da Casa, da imensa dificuldade que é equilibrar poderes, distribuir competências e responsabilidades de forma simétrica num Brasil tão profundamente complexo e assimétrico, cuja Federação já nasceu um tanto às avessas. “Os Estados Unidos nasceram federalistas. O Brasil nasceu unitário. Se naquele país os artigos da Confederação precederam a Independência e a Constituição, que materializou o sistema e só admitiu sua vigência quando a maioria das antigas colônias explícita e voluntariamente a ratificaram, a formação da Federação brasileira não deu margem a consulta, discussão, negociação ou adesão das antigas províncias. Foi declarada, imposta e considerada cláusula pétrea 3) Em que consiste o Federalismo? Federalismo é um modo de organização política de um país, que possibilita o exercício do poder em grandes territórios, geralmente com grandes diversidades cultural, econômica e social, mediante a divisão administrativa dos governos em unidades subnacionais: estados, províncias, condados, municípios, cidades, distritos 4) Quais as características essenciais do Federalismo? Explicar. O que mais caracteriza um Estado Federal é a união de coletividades públicas que possuem autonomia político-constitucional, ou seja, autonomia federativa para os entes que compõem a federação. E sua principal característica é a divisão de poder entre as unidades autônomas 5) Apresentar a repartição constitucional de competências da Constituição brasileira de 1988. A repartição de competência na constituição de 1988 aborda as competências Legislativa (para legislar), é o material (de cunho administrativo). No âmbito da competência material (administrativa), e possível perceber dois tipos de competência a exclusiva (art. 21), e a comum (art. 23) 6) Apresentar o perfil constitucional da União, destacando como se revela sua autonomia federativa. A União é uma entidade federativa dotada de autonomia política, possuindo as capacida- des de auto- organização, por meio da Constituição Federal, de autogoverno 7) Apresentar o perfil constitucional dos Estados-membros, destacando como se revela sua autonomia federativa. A expressão “Estado-membro” nos remete diretamente a duas instituições jurídicas, a confederação de Estados e o Estado federal. Aquela (a confederação de Estados) é apontada como o antecedente próximo do Estado de tipo federativo, em razão dos eventos históricos que assinalaram o nascimento do primeiro Estado federal, os Estados Unidos da América, ao ensejo da entrada em vigor da Constituição de 17 de setembro de 1787.1 Com efeito, após a declaração formal de independência das Treze Colônias em relação à Grã-Bretanha, em 4 de julho de 1776, buscaram elas manter-se em regime de cooperação para enfrentar o inimigo comum, tendo, para tanto, celebrado um tratado, conhecido como Artigos da Confederação, concluído em 1º de março de 1781. Esse acordo de vontades, como é sabido, consubstanciou um tratado entre Estados soberanos, institucionalizando não um novo Estado e sim mera união de Estados, cada qual preservando a sua condição de pessoa jurídica soberana de direito internacional.2 Essa afirmação vem corroborada pelo que dispôs o artigo II do referido tratado, segundo o qual, “cada Estado conserva sua soberania, liberdade e independência, assim como todo seu poder, jurisdição e direito não delegados expressamente por esta Confederação aos Estados Unidos quando atuem por meio de seu Congresso”. A consequência imediata do caráter contratual do ato fundante da confederação de Estados era a possibilidade de qualquer um deles romper o vínculo confederativo, denunciando o tratado e afastando, pois, as suas disposições. As partes de uma confederação de Estados permanecem sendo Estados propriamente ditos, razão de ser da expressão “Estados-membros” (da confederação). A expressão “Estado-membro” nos remete diretamente a duas instituições jurídicas, a confederação de Estados e o Estado federal. Aquela (a confederação de Estados) é apontada como o antecedente próximo do Estado de tipo federativo, em razão dos eventos históricos que assinalaram o nascimento do primeiro Estado federal, os Estados Unidos da América, ao ensejo da entrada em vigor da Constituição de 17 de setembro de 1787. Com efeito, após a declaração formal de independência das Treze Colônias em relação à Grã-Bretanha, em 4 de julho de 1776, buscaram elas manter-se em regime de cooperação para enfrentar o inimigo comum, tendo, para tanto, celebrado um tratado, conhecido como Artigos da Confederação, concluído em 1º de março de 1781. Esse acordo de vontades, como é sabido, consubstanciou um tratado entre Estados soberanos, institucionalizando não um novo Estado e sim mera união de Estados, cada qual preservando a sua condição de pessoa jurídica soberana de direito internacional.2 Essa afirmação vem corroborada pelo que dispôs o artigo II do referido tratado, segundo o qual, “cada Estado conserva sua soberania, liberdade e independência, assim como todo seu poder, jurisdição e direito não delegados expressamente por esta Confederação aos Estados Unidos quando atuem por meio de seu Congresso”. A consequência imediata do caráter contratual do ato fundante da confederação de Estados era a possibilidade de qualquer um deles romper o vínculo confederativo, denunciando o tratado e afastando, pois, as suas disposições. As partes de uma confederação de Estados permanecem sendo Estados propriamente ditos, razão de ser da expressão “Estados-membros” (da confederação). 8) É possível a criação de novos Estados-membros? Explicar. Todas essas mudanças no mapa estão previstas na Constituição, que diz o seguinte: "os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, por meio de plebiscit 9) Apresentar o perfil constitucional dos Municípios, destacando como se revela sua autonomia federativa. O Município, pelo fato de ser um Ente Federado, detém autonomia politico- administrativa, conforme já explanado, possuindo seu próprio poder Executivo e Legislativo, com competência para realizar a auto-organização, elegendo o Prefeito e o Vice-Prefeito, bem como os Vereadores que são os encarregados da edição das leis 10) É possível a criação de novos Municípios? Explicar. § 1º - Os Municípios somente serão instalados com a posse do Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores, cuja eleição será simultânea com a daqueles Municípios já existentes, ressalvado o disposto no art. 16, § 1º, da Constituição. ... 7º - Não se inclui nas exigências desta Lei a criação de Municípios nos territórios federais 11) Apresentar o perfil constitucional do Distrito Federal, destacando como se revela sua autonomia federativa. O Distrito Federal é uma unidade federativa de compostura singular, dado que: a) desfruta de competências que são próprias dos Estados e dos Municípios, cumulativamente (art. 32, § 1°, CF); b) algumas de suas instituições elementares são organizadas e mantidas pela União 12) Quanto aos Territórios Federais, estes são considerados entes federativos? Explicar. Apesar dos Territórios Federais integrarema União, eles não podem ser considerados entes da federação, logo não fazem parte da organização político-administrativa, não dispõem de autonomia política e não integram o Estado Federal. São meras descentralizações administrativo-territoriais pertencentes à União. 13) Explicar o que é a intervenção federal, o que ocorre em caso de decretação e como o decreto deve ser elaborado. A decretação da intervenção é um ato político executado sempre, exclusivamente pelo Chefe do Poder Executivo (Presidente da República) e Governador de Estado. Há a intervenção federal espontânea ou de ofício nas hipóteses autorizativas quando o Chefe do Executivo age por juízo de discricionariedade, decide pela intervenção e, de ofício, a executa independentemente de provocação de outros órgãos. São hipóteses de intervenção federal espontânea: para a defesa da unidade nacional; para defesa de ordem pública; para a defesa das finanças públicas[1]. https://giseleleite2.jusbrasil.com.br/artigos/549067861/intervencao-federal-o-tema-do-momento#_ftn1 Tais hipóteses são previstas no artigo 34, I, II, III e V da CF/1988. A intervenção federal provocada ocorre quando solicitada por algum órgão ao qual a Constituição conferiu tal competência. Nesses casos, o Chefe do Executivo não poderá tomar a iniciativa e executar, de ofício, a medida. Pois a intervenção in casu depende da manifestação de vontade órgão que recebeu tal incumbência constitucional. A provocação poderá dar-se através de solicitação ou requisição. Diante da solicitação, o Chefe do Executivo não estará obrigado a decretar a intervenção. Diferentemente for requerida, pois nesse caso, não dispõe o Chefe do Executivo não possui discricionariedade, de sorte, que terá a obrigação de decretar a intervenção. Os órgãos que possuem a incumbência constitucional para iniciar o processo de intervenção: Poder Legislativo, ou Poder Executivo local (como Governador do Estado ou do Distrito Federal); o Supremo Tribunal Federal (STF[2]). Caso o Poder Judiciário local esteja coagido (art. 34, IV CF/1988), o Tribunal de Justiça respectivo deverá solicitar ao STF que requisite a intervenção. O STF caso entenda que seja cabível requisitará a intervenção federal ao Presidente da República que estará obrigado a decretá-la, pois se trata de hipótese de requisição. A coação perpetrada contra o Judiciário local provoca a requisição de intervenção pelo STF. Na prática, em caso de coação ao Judiciário local (estadual) cabe ao Tribunal de Justiça local que provocará o STF, que por sua vez, requisitará a intervenção do Presidente da República. Já nas hipóteses de coação ou impedimento dos demais poderes (executivo e legislativo), o Judiciário local não tem competência para provocar, diretamente, o Presidente da República. No caso de desobediência à ordem ou decisão judicial (art. 34, VI CF/1988) a intervenção dependerá da requisição de um desses tribunais ao Presidente da República, de acordo com a origem da decisão descumprida. Se o descumprimento for de ordem ou decisão da Justiça Eleitoral caberá ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a requisição. Quanto ao descumprimento for de ordem ou decisão de Justiça Federal ou Estadual versando exclusivamente de questões legais (extraconstitucionais) caberá a requisição ao STJ porque essas decisões, em tese, somente estariam sujeitas ao recurso especial ao STJ, não ao recurso extraordinário ao STF. 14) Apresentar as hipóteses de intervenção federal provocada e qual o seu procedimento. São hipóteses de intervenção federal espontânea: para a defesa da unidade nacional; para defesa de ordem pública; para a defesa das finanças públicas[1]. Tais hipóteses são previstas no artigo 34, I, II, III e V da CF/1988. A intervenção federal provocada ocorre quando solicitada por algum órgão ao qual a Constituição conferiu tal competência. Nesses casos, o Chefe do Executivo não poderá tomar a iniciativa e executar, de ofício, a medida. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637537/artigo-34-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10713486/inciso-i-do-artigo-34-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10713455/inciso-ii-do-artigo-34-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10713418/inciso-iii-do-artigo-34-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10713339/inciso-v-do-artigo-34-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 https://giseleleite2.jusbrasil.com.br/artigos/549067861/intervencao-federal-o-tema-do-momento#_ftn2 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637537/artigo-34-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10713373/inciso-iv-do-artigo-34-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637537/artigo-34-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10713211/inciso-vi-do-artigo-34-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/intervencao-federal-o-tema-do-momento/#_ftn1 Pois a intervenção in casu depende da manifestação de vontade órgão que recebeu tal incumbência constitucional. A provocação poderá dar-se através de solicitação ou requisição. Diante da solicitação, o Chefe do Executivo não estará obrigado a decretar a intervenção. Diferentemente for requerida, pois nesse caso, não dispõe o Chefe do Executivo não possui discricionariedade, de sorte, que terá a obrigação de decretar a intervenção. Os órgãos que possuem a incumbência constitucional para iniciar o processo de intervenção: Poder Legislativo, ou Poder Executivo local (como Governador do Estado ou do Distrito Federal); o Supremo Tribunal Federal (STF[2]). Caso o Poder Judiciário local esteja coagido (art. 34, IV CF/1988), o Tribunal de Justiça respectivo deverá solicitar ao STF que requisite a intervenção. O STF caso entenda que seja cabível requisitará a intervenção federal ao Presidente da República que estará obrigado a decretá-la, pois se trata de hipótese de requisição. https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/intervencao-federal-o-tema-do-momento/#_ftn2
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