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Lavagem de Dinheiro e Fraudes

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Prévia do material em texto

Auditoria e Investigação 
de Fraudes
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Rodrigo de Souza Marin
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Luciene Santos
Lavagem de Dinheiro
• Introdução;
• Lavagem de Dinheiro e Financiamento do Terrorismo;
• Conceito de Lavagem de Dinheiro;
• Etapas da Lavagem de Dinheiro (CALLEGARI, 2017);
• Fraudes em Recebíveis e Pagamentos em Dinheiro;
• Principais Fraudes em Estoques;
• Principais Fraudes no Ativo Permanente;
• Minimização de riscos e Redução de Fraudes.
 · Nesta unidade, serão discutidos temas relacionados à lavagem de 
dinheiro e prevenção de fraudes. 
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Lavagem de Dinheiro
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Lavagem de Dinheiro
Introdução
Não temos como falar de lavagem e prevenção de fraude sem realizar uma breve 
introdução sobre compliace, pois muitas das atividades preventivas estão sob a 
guarda da área de compliance.
O compliance (tradução livre, conformidade) tem sido amplamente difundido 
no mercado financeiro e vem se estendendo para outras ramificações corporativas, 
principalmente sob aquelas que possuem grande influência em regulamentação e 
fiscalização. O mercado tem valorizado cada dia mais as empresas que implantam 
ferramentas de compliance.
Compliance, além de cumprimento de leis, normas e regulamentações, também 
é um meio de proteção institucional, zelando pelo que a empresa tem de mais 
valioso: a reputação e credibilidade.
Lavagem de Dinheiro e 
Financiamento do Terrorismo
Não temos como falar de lavagem e prevenção de fraude sem realizar uma breve 
introdução sobre compliace, pois muitas das atividades preventivas estão sob a 
guarda da área de compliance.
A ideia quando as empresas têm o compliance como foco em sua estratégia 
macro, ela segue regras, normas e políticas, sempre alinhadas com o objetivo 
estratégico da empresa. Funciona também como uma ferramenta institucional para 
identificação e mensuração dos riscos de negócio, sendo o resultado de um bom 
ambiente de controle interno a mitigação e minimização dos riscos de negócio.
O compliance surge, historicamente, após a quebra da bolsa de Nova Iorque 
(1929), onde a credibilidade foi abalada e todos os indicadores momentâneos ou-
trora críveis, não mais denotam qualquer confiabilidade. A SEC (Securities and 
Exchange Commission) foi criada em 1934, com a finalidade de ser uma agência 
reguladora para os mercados de capitais. Já na década de 1960, a SEC identificou 
a necessidade do gerenciamento de riscos inerentes ao mercado de capitais, para 
promover o cumprimento da lei (CALLEGARI, 2017).
Com o escândalo de Watergate em 1974, em que vícios políticos e morais 
foram expostos a toda sociedade, denegrindo todo um padrão que outrora deno-
tava transparência e credibilidade. Já em 1985, o COSO foi criado com a ideia 
8
9
básica de ser um norteador para os princípios de compliance. Em 2002, para 
fechar este ciclo, houve a promulgação da Lei Sarbanes-Oxley (SARBOX), que 
criminalizava toda diretoria estatutária pelas informações contidas nas demons-
trações contábeis publicadas.
O compliance caminha de mãos dadas com a governança corporativa e com 
a gestão de riscos, e é muito difícil considerar um sem o outro, pois estão ligados 
tanto em conceitos como na prática.
Compliance, além de cumprimento de leis, normas e regulamentações, também 
é um meio de proteção institucional, zelando pelo que a empresa tem de mais 
valioso: reputação e credibilidade.
Conceito de Lavagem de Dinheiro
Lavagem de dinheiro é o processo pelo qual se introduzem no sistema econômico 
recursos de atividades ilegais e criminosas, por meio de artifícios que escondem e 
dissimulam sua origem (RIZZO, 2013).
Faz sentido que todo o dinheiro ganho de modo ilícito deverá a priori ser 
reintegrado à sociedade, sendo gasto, investido ou guardado. Sendo ele ilícito, 
“sujo”, o infrator tenta criar mecanismo para tentar dar licitude a novas operações, 
mas, muitas vezes, um círculo vicioso se perpetua, o crime financia a prática de 
novos crimes. (BADARÓ, 2016)
As organizações criminosas não respeitam fronteiras, expandindo suas atividades 
ilícitas por qualquer mercado que melhor prestem a seus ideais. Escolhem países 
com sistemas de controle e fiscalização frágeis, maior flexibilidade das leis e menor 
adoção de políticas globais de cooperação internacionais.
O processo de lavagem de dinheiro tem se tornado cada vez mais complexo 
e sofisticado. A tecnologia tem sido um dos principais pilares para transferências 
eletrônicas de fundos, que diariamente cerca de 17 milhões de transferências 
eletrônicas são realizadas no mundo. O Fundo Monetário Mundial (FMI) estima 
que, entre 2% e 5% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, considerando o PIB 
mundial de 2012, teríamos entre US$ 1,6 a US$ 3,9 trilhões (RIZZO, 2013).
A seguir, observando-se as informações da Tabela 1, resultado deste trabalho, 
há a demonstração do Brasil entre os 20 maiores originários de dinheiro “sujo”, 
com US$ 16,7 bilhões, já os EUA com quase metade de todo dinheiro “sujo” 
gerado anualmente (CALLEGARI, 2017).
9
UNIDADE Lavagem de Dinheiro
Tabela 1 - Originadores de dinehiro “sujo“
20 maiores originadores de dinheiro “sujo“
Rank Origem
Valor (U$ 
MM/ano)
% do total Rank Origem
Valor (U$ 
MM/ano)
% do total
1 Estados Unidos 1.320.228 43,3% 11 Espanha 56.287 2,0%
2 Itália 150.054 5,3% 12 Tailândia 32.834 1,2%
3 Rússia 147.187 5,2% 13 Coreia do Sul 21.240 0,7%
4 China 131.360 4,6% 14 México 21.119 0,7%
5 Alemanha 128.266 4,5% 15 Austria 20.231 0,7%
6 França 124.748 4,4% 16 Polônia 19.714 0,7%
7 Romênia 115.585 4,1% 17 Filipinas 18.867 0,7%
8 Canadá 82.374 2,9% 18 Holanda 18.362 0,6%
9 Reino Unido 68.740 2,4% 19 Japão 16.975 0,6%
10 Hong Kong 62.856 2,2% 20 Brasil 16.786 0,7%
Total 2.573.813
Total Todos os países 2.850.470 100.00%
Fonte: adaptado de John Walker, 1998
Outra fonte direcionadora sobre a indústria da lavagem de dinheiro é o relatório 
do INCSR (Internacional Narcotics Control Strategy Report). Esse relatório define 
se um país tem grande lavagem de dinheiro relativa ao tráfico de drogas. O relatório 
cria 3 categorizações distintas sobre o tráfico de drogas.· Países Muito Preocupantes: São os mais vulneráveis à lavagem de di-
nheiro por apresentar grande volume de operações de câmbio e envolver 
receitas do tráfico.
 · Países Preocupantes: São também vulneráveis à lavagem de dinheiro, 
porém, em escala inferior.
 · Países Monitorados: São aqueles que não representam uma preocupação 
imediata, no entanto, é importante monitorá-los.
Etapas da Lavagem de Dinheiro 
(Callegari, 2017)
Etapa 1 – Colocação dos recursos ilícitos no sistema econômico
Etapa 2 – Ocultação da origem por meio de difícil rastreamento
Etapa 3 – Integração final ao sistema econômico
10
11
Fraudes em Recebíveis e 
Pagamentos em Dinheiro
Movimentação em Dinheiro
Em algumas empresas, quase tudo é pago em dinheiro, em outras, a circulação 
se dá por meio de bancos e títulos de crédito. Portanto, a circulação do numerário 
nas empresas é bastante variável.
O controle deve ser intensificado quando existem as seguintes situações:
 · Maior movimentação em dinheiro (maior risco de fraude);
 · Crescimento da empresa (controles desajustados).
As Maquinações no Caixa
Caixa: Título ou rubrica dado a uma conta, que compõe o plano de contas, sendo a sua 
função registrar a movimentação de entrada e saída dos numerários.Ex
pl
or
O “movimento de caixa” é responsável por uma parte significativa das fraudes 
nas empresas. Desde as formas mais simples até as mais sofisticadas, o desfalque 
feito no caixa tem sido relevante quanto à incidência de fraudes.
Os falsos saldos da conta da caixa comumente se referem a um saldo que acusa 
dinheiro que não existe, mas conta como existindo. 
Cuidados no Caixa
Para que não haja extravio de dinheiro, alguns cuidados com o caixa se fazem 
necessários:
 · Utilização de códigos de barra para controle eletrônico;
 · Depósito integral de todo o dinheiro recebido;
 · Pagamentos feitos exclusivamente por cheques nominativos e “cruzados”.
Cria-se também um Fundo de Caixa com um valor fixo e “menor” para atender 
a pagamentos que tornam inviáveis a emissão de cheques.
11
UNIDADE Lavagem de Dinheiro
Os critérios supracitados evitam, em grande parte, o desvio de dinheiro.
MOVIMENTO EM DINHEIRO
TODOS DEPOSITADOS PEQUENOS PAGAMENTOS SÓ POR CHEQUES
NORMATIVOS CRUZADOS
FUNDO PAGAMENTO
RECEBIMENTO COM
CONTROLE ELETROMAGNÉTICO
Figura 1
Outra precaução necessária é a de que a autorização e a realização dos paga-
mentos – já que são duas situações distintas – sejam feitas por pessoas distintas 
também. Jamais quem autoriza o pagamento deve ser quem realiza o mesmo.
Situações recorrentes em fraude, e como evitá-las
Retiradas de dinheiro e vales no fundo fixo de caixa
Para que o desvio de dinheiro seja evitado, são necessárias algumas precauções. 
O ideal é que não existam “vales” no caixa, porém, caso essa seja uma realidade, 
estes não devem ultrapassar um período de cinco dias. Não havendo o acerto ao 
final dos cinco dias, deve-se gerar registro contábil de débito em conta de quem 
recebeu o dinheiro. Os adiantamentos para despesas devem ser debitados na conta 
dos consignatários do dinheiro e a prestação de contas do saldo do fundo de caixa 
também deve ocorrer em prazos curtos (RIZZO, 2013).
Cheques falsos
A possibilidade de fraudes aumenta quando os controles internos não são 
rigorosos. Casos em que há abuso do poder de decidir, abuso de confiança, boa-fé 
e negligência demonstram a falha de controle.
A empresa precisa se precaver para que não haja consignação de títulos, bens, 
ou valores sem que exista prova concreta de entrega. 
Vendas a dinheiro transformadas em faturas
A empresa deve ter por norma a entrega para a cobrança bancária de todos 
os títulos emitidos. Quando uma empresa vende a dinheiro e também a prazo, é 
preciso estabelecer normas rigorosas de controle. Quanto mais normas em relação 
a valores existirem, tanto mais forte e correto é o controle, dificultando a fraude.
12
13
Caixa dois e suprimentos de caixa
O caixa dois relativo ao dinheiro que se subtrai ao movimento tanto pode re-
sultar de redução nas vendas quanto de aumento nas despesas, através de recibos 
de favor ou de falsa emissão. É comum a fraude através de recibos de serviços não 
prestados nem pagos, de despesas aumentadas, de duplos lançamentos de gastos, 
de “notas frias”, entre outros.
Notas frias: Notas fi scais sem o fornecimento de mercadorias, nem pagamentos pelo valor 
das mesmas.Ex
pl
or
Empregados fantasmas
O controle das folhas de pagamento de pessoal deve se basear na comprovação 
do recebimento e na existência física do beneficiário.
Compras de emergência
Uma sugestão para a situação em questão é que haja um rodízio em funções exe-
cutivas de confiança, especialmente nas que trabalham diretamente com o dinheiro.
Uso de segunda via e simulação de pagamento
Em matéria de documentação, como prevenção contra fraudes, é normal a 
comprovação do pagamento sempre com a primeira via do documento. O uso de 
segunda via pode sugerir desvio de dinheiro.
Guias fiscais duplicadas
O mesmo documento que aparenta plena seriedade pode ser objeto de manipu-
lação. É necessário que não haja: acúmulo de funções por parte dos funcionários, 
falta de controle do percentual das despesas em cada mês e emissão de cheque 
para pagamento sem ser nominativo, cruzado e diretamente ao beneficiário.
Receita não operacional desviada
Este tipo de receita pode ser objeto de desvio. É preciso atenção redobrada nas 
seguintes situações:
 · Atrasos em prestação de contas podem ser indícios de irregularidades. 
 · A oportunidade da fraude pode ser ocasionada devido a uma falha da su-
pervisão na atualização de registros. 
 · Receitas extraordinárias demandam controles especiais.
 · Serviços em atraso frequentemente são indícios de desorganização, inefi -
cácia ou de má-fé 
13
UNIDADE Lavagem de Dinheiro
Reforço de caixa
O suprimento do caixa, visando dar “entrada” do que se retirou, com o intuito de 
ajuda ou empréstimo do sócio à sociedade empresária, é considerado sonegação 
quando não há comprovação de que o sócio dispunha oficialmente do dinheiro.
Desvios em comissões sobre vendas
Quando há confiança em excesso e acumulação de funções em áreas que, por 
natureza, não se podem mesclar, as fraudes ocorrem com facilidade. As “comis-
sões fantasmas” decorrem do “aumento de crédito” e de “remessas falsas” para 
encerrar os mesmos. A ausência de controle interno sobre o volume das comissões 
também concorre para que haja fraude.
Principais Fraudes em Estoques
Depois do caixa, os estoques constituem o segundo setor de maior frequência de 
fraudes. Estoques de mercadorias ou produtos são frequentemente subtraídos, quer 
para uso pessoal, quer para venda. Quanto maior for o valor do produto, maior é 
a atração para o desvio (BADARÓ, 2016).
Notas Fiscais de Operações Não Verídicas
Os gastos na compra de matéria-prima e insumos para a produção de bens 
destinados à venda são considerados custos de produção e os mesmos diminuem 
o lucro tributável.
Sendo assim, algumas empresas “compram” notas fiscais, sem, contudo, com-
prarem as mercadorias, produtos ou serviços. A denominação “nota fria” se con-
sagrou para traduzir “compra falsa, mas com nota”. Tal fraude tem sido comum, 
especialmente em empresas que precisam justificar saldos de caixa.
As “notas frias” podem apresentar uma variação: “nota calçada”.
Nota Calçada: consiste em descrever na nota do comprador um valor que diverge do valor 
descrito na via do fornecedor.Ex
pl
or
Só o confronto das escritas do emitente com a do beneficiário pode acusar 
tal fraude.
14
15
Redução em Valor de Estoques
Esta é uma fraude comum e muito antiga, em que o estoque é subavaliado, 
ou subtraído em quantidades, acarretando a redução do lucro e, por conseguinte,
da tributação.
Principais objetivos da redução do lucro:
1. Pagar menos impostos;
2. Distribuir menos lucros aos associados da empresa;
3. Criar garantias ilusórias a credores.
Aumento em Valor de Estoques
Esta é uma fraude geralmente cometidacontra credores e acionistas. Usada 
tanto para encobrir perdas ou prejuízos, quanto para apresentar melhor liquidez.
É necessária atenção redobrada para as seguintes situações:
 · A permanência de um bem por muito tempo nos estoques (indício de 
imprestabilidade); 
 · Estoques que não se movimentam (possível anomalia);
 · Fraudes realizadas em almoxarifados (manter em saldo de estoque algo 
que não existe fi sicamente).
Estoque Desviado
Nas empresas que prezam pela organização, faz-se um Regulamento de In-
ventário com normas a serem seguidas que objetivam uma menor ocorrência de 
subtração de estoque.
Um veículo recomendado, que auxilia nesse controle, é o confronto entre os 
mínimos de estoque e as requisições de compra. Para efeitos de controle interno, 
não merece fé integral o inventário que seja levantado apenas pelo pessoal de tal 
setor. O ideal seria um acompanhamento feito por um elemento de um setor de 
controle administrativo.
É importante ressaltar que: caso o auditor não acompanhe o inventário, o mes-
mo deve ressalvar tal fato em seus pareceres.
Manobra em Inventário
Aguarda de mercadorias, produtos, peças, acessórios, ingredientes etc. Precisa 
de extremos cuidados, especialmente quando se tratam de coisas de alto valor e 
fácil transporte. O poder transferido aos prepostos da empresa deve ser sempre 
objeto de controle.
15
UNIDADE Lavagem de Dinheiro
Falsidade em Faturamento
O faturamento fraudulento é gerado pela falsidade no valor de venda.
Ocorre por:
 · Subfaturamento: valor menor que o real. É geralmente utilizado pelo 
contribuinte tributário de emissão de emissào de notas fiscais e faturas em 
valor inferior ao efetivamente cobrado pela venda de bem ou serviço, com 
o objetivo de burlar o fisco, obtendo vantagem financeira pelo recolhimento 
de tributos a menor.
 · Superfaturamento: valor maior que o real. Fatura-se a mais para que 
o comprador possa desviar dinheiro do caixa, fazendo “caixa dois”, que 
alimenta a corrupção, a sonegação e permite o enriquecimento ilícito.
Ambas as práticas são consideradas delito.
Fraudes Tangendo a Qualidade de Estoques
Com relação à contagem de estoques, tanto a quantidade dos produtos quanto 
sua qualidade devem ser objeto de atenção. Para que uma administração seja 
considerada eficaz, fazem-se necessárias análises contábeis e, dentre os objetivos 
das mesmas, deve estar o da rotatividade dos estoques.
Preços de Transferência e Omissões em Custos de Estoques
Estoques subfaturados causam lucros menores nas apurações de resultados. Por 
conseguinte, ocorre a sonegação de dividendos a acionistas, ou de impostos à 
Fazenda. 
A criação de reservas ocultas se dá devido a dois fatores principais:
 · A subavaliação de elementos do ativo;
 · A superavaliação de elementos do passivo.
Algumas empresas realizam transferências de mercadorias às vésperas das 
apurações, o que pode representar manobras para redução do lucro. Tal fato é 
observado pela Lei 9.430.
Uso da Probabilidade para Fraudar
Quando da contagem de estoques, o que se deve buscar é a realidade e não a 
probabilidade de existência. A amostragem caracteriza-se como um grande risco na 
verificação de existências. Seu processo, como qualquer outro em base de hipótese, 
sem constatação da total realidade, é um terreno fértil para a fraude.
16
17
Refugos e Variações de Produção
Alguns produtos são considerados rejeites (refugos), retalhos, resíduos ou sobras 
inúteis. A fraude ocorre quando se consideram produtos bons como se fossem 
defeituosos, fazendo com que produtos perfeitos sejam vendidos como refugo, ge-
rando lucro ao funcionário, ou funcionários, que efetuam essa venda, já que existe 
um pagamento “por fora” dos trâmites regulares da empresa.
Principais Fraudes no Ativo Permanente
As fraudes no Ativo Permanente existem, porém, são menos frequentes. Dentro 
deste setor, as áreas em que a fraude acontecerá com maior incidência serão des-
critas abaixo (SÁ, 2017):
Investimentos Fictícios
É possível integralizar capital com quaisquer valores, inclusive títulos de crédito 
e, como a pessoa jurídica não se confunde com a física, tais recursos são extrema-
mente justos e podem gerar falsidades. Muitas vezes, falsários simulam situações 
utilizando-se dos próprios recursos da lei.
Desvio de Custos
A auditoria deve ater-se à comparação de compras de materiais com o projeto 
de construção. Esta comparação deve demonstrar coerência quanto à qualidade e 
quantidade das aplicações de materiais e mão de obra.
Redução de Valor e Venda
Pode ser gerada uma falsidade no setor da empresa responsável por depre-
ciações. É indispensável a verificação com relação à compatibilidade do custo da 
depreciação e do tempo de utilização.
Reavaliações Fraudulentas
É necessária a reavaliação do Ativo Permanente da empresa, mesmo de bens já 
totalmente depreciados, já que os valores históricos, ou de origem dos elementos 
patrimoniais, sofrem desajuste com o tempo. Essas atualizações, bem como os 
ajustes necessários, podem ser um ato de fraude. Sendo assim, devem ser realiza-
dos com boa intenção e de forma regular e saudável para a empresa.
17
UNIDADE Lavagem de Dinheiro
Imobilizado Obsoleto
É uma fraude baseada na formação de patrimônios com elementos do ativo 
imobilizado já sem vitalidade, ou com curta possibilidade de utilização operacional.
Aplicações de Ativo Fixo como Gastos
Constitui-se em fraude comum contra a ordem tributária a apropriação como “des-
pesa” do que, na realidade, é “imobilizado”. Isto acontece porque algumas empresas 
não terceirizam a produção de máquinas de uso ou, até mesmo, de prédios. Sendo 
assim, é possível um aumento fictício de gastos e uma redução de impostos a pagar.
Trocas Ruinosas
Trocas feitas em bases desvantajosas para a empresa. Esse tipo de situação cha-
ma a atenção do auditor que, investigando a fundo, percebe a troca de produtos ou 
materiais de forma indevida.
Bem Usado
Quando não controladas devidamente, as vendas de bens usados pode servir de 
meio para lesar o patrimônio da empresa. Faz-se necessária uma descrição desses 
bens e o correto controle de suas vendas.
Minimização de Riscos e 
Redução de Fraudes
Controles internos de qualidade garantem dificuldades e a baixa probabilidade 
de fraudes em uma empresa. Por conseguinte, a falta, ou fraqueza dos controles 
facilita a ocorrência de fraude. 
É imprescindível que a auditoria interna:
 · Tenha grande autonomia dentro da empresa a fim de desempenhar seu 
trabalho com qualidade;
 · Seja dirigida por um contador;
 · Subordine-se apenas à maior autoridade da empresa ou instituição.
A estrutura ideal de auditoria interna, depende do tamanho da empresa, segue 
um exemplo clássico de um departamento em uma empresa.
18
19
CHEFIA GERAL
ASSESSORIA TÉCNICA
PLANEJAMENTO E ANÁLISE AVALIAÇÃO DE SERVIÇOS
E RELATÓRIOS
EXECUÇÃO E LEVANTAMENTOS
Figura 2
Em uma divisão desta natureza, os auditores internos distribuem-se da seguinte forma:
MOVIMENTO EM DINHEIRO
TODOS DEPOSITADOS PEQUENOS PAGAMENTOS SÓ POR CHEQUES
NORMATIVOS CRUZADOS
FUNDO PAGAMENTO
RECEBIMENTO COM
CONTROLE ELETROMAGNÉTICO
Figura 3
Seguem outros exemplos de como o departamento de auditoria interna pode 
ser estruturado:
DEPARTAMENTO DE
AUDITORIA - A PRIORI
SEÇÃO DE AUDITORIA 
DE CAIXA
SEÇÃO DE AUDITORIA 
DE BANCOS
SEÇÃO DE AUDITORIA
DE PESSOAL
SEÇÃO DE AUDITORIA
DE OBRIGAÇÕES
Figura 4
19
UNIDADE Lavagem de Dinheiro
Exemplo de um plano de trabalho:
1. Somar as notas fiscais de vendas a prazo do período e observar se o total 
é igual ao do faturamento.
2. Cotejar os livros de Duplicatas a Receber e Razão, de modo a observar se 
os totais lançados, no período, na conta de clientes coincidem.
3. Realizar exames completos de 1/3 do faturamento, observando se o débi-
to foi lançado devidamente na conta do cliente.
4. Examinar se o setor de cobranças tem todos os controles das duplicatas a 
receber, objeto de verificações do item 3.
5. Realizar exames completos de ½ do faturamento,no sentido de observar 
se os preços faturados coincidem com o pedido do cliente e se este está de 
acordo com a tabela de preços.
6. Realizar testes aritméticos de ¼ das notas fiscais, a fim de observar a exa-
tidão do valor debitado da cliente.
7. Destacar todas as duplicatas descontadas e realizar o teste de 1/3 das 
mesmas em relação aos relatórios enviados aos bancos.
A auditoria interna deve apresentar um plano de trabalho adaptado às realida-
des da empresa ou instituição. Também se fazem necessárias características rela-
cionadas ao profissional que desempenha a função de auditor interno, como, por 
exemplo: bom senso, autoconfiança, sigilo e discrição, capacidade prática, sentido 
objetivo, meticulosidade e correção, respeito humano e finura de trato, perspicácia, 
pertinácia, obstinação e perseverança.
Além disso, o auditor interno é responsável por elaborar pareceres que devem 
conter tomadas de decisões rápidas e fáceis. Esses pareceres constituem sumários 
dos relatórios do auditor, que, por sua vez, devem apresentar os seguintes tópicos:
 · Identificação técnica do trabalho;
 · O que foi examinado;
 · Faltas encontradas (com precisão);
 · Sugestões sobre providências a serem tomadas;
 · Destaques especiais para fatos relevantes;
 · Descrição precisa de fatos colaterais.
20
21
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
O que é lavagem de dinheiro?
https://youtu.be/32RjZCzNXss
Prof. Lucas Silva – Lavagem de Dinheiro
https://youtu.be/2leh2mvQhUk
 Leitura
As novas leis de lavagem de dinheiro e seus aspectos processuais
https://goo.gl/3ia2pE
8 tipos de ações que caracterizam a fraude financeira
https://goo.gl/8iN8fW
21
UNIDADE Lavagem de Dinheiro
Referências
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