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CENTRO DE ENSINO GRAU TÉCNICO CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM Aline Maria Souza Navegantes Ana Claudia Pereira da Silva Benedito Dilma Das Graças Oliveira Gisele Gomes de Jesus Marcelo Senna Carvalho De Oliveira Maria Aparecida Cardoso Barbosa Mirilandes Rosa Gomes Patrícia Alves de Oliveira Soraia Nunes de Souza Vilma Cristina de Souza HISTÓRIA DA ENFERMAGEM, ÉTICA E LEGISLAÇÃO: Uma análise da conduta ética dos profissionais de saúde BELO HORIZONTE 2021 CENTRO DE ENSINO GRAU TÉCNICO CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM Aline Maria Souza Navegantes Ana Claudia Pereira da Silva Benedito Dilma Das Graças Oliveira Gisele Gomes de Jesus Marcelo Senna Carvalho De Oliveira Maria Aparecida Cardoso Barbosa Mirilandes Rosa Gomes Patrícia Alves de Oliveira Soraia Nunes de Souza Vilma Cristina de Souza HISTÓRIA DA ENFERMAGEM, ÉTICA E LEGISLAÇÃO: Uma análise da conduta ética dos profissionais de saúde Trabalho apresentado à disciplina História da Enfermagem, ética e Legislação do Curso Técnico em Enfermagem, do Centro de Ensino Grau Técnico – Unidade BH - Centro, como requisito parcial para a obtenção do título de Técnico em Enfermagem. Profª. Camila Corrêa. BELO HORIZONTE 2021 Uma análise da conduta ética dos profissionais de saúde RESUMO O profissional da enfermagem, no exercício do desenvolvimento da saúde, é acometido por diversas responsabilidades, especialmente na terapêutica medicamentosa, quando, ao administrar o medicamento, assume o último ciclo do procedimento e, portanto, contempla a passagem do risco hipotético para o risco real. Destaca-se, assim, a importância da análise referente à responsabilização subjetiva ou objetiva desses operadores no caso de erros no exercício dessa função. Com este intuito realizaremos estudo acerca da responsabilização por ausência do dever de informar, além daquela referente aos erros advindos da falha na terapêutica medicamentosa, o que permitirá a conclusão referente à modalidade de responsabilização desses profissionais. PALAVRAS-CHAVE: Uma análise da conduta ética dos profissionais de saúde ABSTRACT The nursing professional, in the practice of health development, has several responsibilities, mainly concerning drug therapy. When administering medication, this professional, in the last stage of the procedure, faces a risk that turns from hypothetical to real. It matters, then, an analysis about his/her liability, be subjective or objective, in case of errors when exercise his/her job. This paper aims to study the liability that occurs in the absence of the duty to inform, and also that related to errors in drug therapy, thus making it possible to conclude about the nature of the liability regarding these professionals. KEYWORDS: Ananalysisoftheethicalconductofhealthprofessionals SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO GERAL ........................................................................................... 4 2 ARTIGOS DE DEFESA ........................................................................................... 6 2.1 Código de ética dos profissionais de enfermagem ............................................ 6 2.2 Código de ética do profissional Biomédico ........................................................ 7 2.3 Código penal Brasileiro ..................................................................................... 9 3 DOS MEDICAMENTOS ENVOLVIDOS NO CASO ............................................... 11 3.1 O que devo saber sobre o uso da Adrenalina ................................................. 11 3.2 Forma Farmacêutica ....................................................................................... 11 3.3Informações ao paciente .................................................................................. 11 3.3.1Para que esse medicamento é indicado ................................................ 11 3.4Como este medicamento funciona ................................................................... 11 3.5Quando devo usar este medicamento .............................................................. 11 3.6O que devo saber antes de usar este medicamento ........................................ 12 3.7Onde, como, por quanto tempo devo guardar este medicamento .................... 12 3.8Como devo usar este medicamento ................................................................. 13 3.9O que devo fazer quando esquecer de usar este medicamento....................... 13 3.10Quais os males que este medicamento pode causar ..................................... 13 3.11 O que fazer se alguém usar uma quantidade maior do que a indicada deste medicamento ........................................................................................................ 14 4 RELATO DO CASO .............................................................................................. 15 5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 17 6 REFERENCIAS .................................................................................................... 19 4 1 INTRODUÇÃO GERAL Os profissionais de enfermagem se destacam cada vez mais em sua atuação no que diz respeito aos serviços de saúde ofertados ao público. Tal fato ocorre devido à crescente. Complexidade dos atendimentos de saúde que requerem, na maior parte das vezes, a atuação de vários profissionais de distintas áreas. O enfermeiro ou mesmo o técnico de enfermagem estão diretamente ligados a todos os estágios do paciente no ambiente hospitalar e são os responsáveis pelos cuidados do doente desde sua entrada no hospital, passando pelo seu tratamento e até sua liberação. Neste quadro, uma das grandes funções desses profissionais é a administração dos medicamentos receitados ao paciente, situação que compreende a atuação de diversos profissionais, visto que se inicia com a prescrição médica, continua com o fornecimento do medicamento pelo farmacêutico e se finaliza com a administração propriamente dita, realizada pelos profissionais de enfermagem Para que essa administração medicamentosa, operada pela equipe de enfermagem, dê- se deforma eficiente, é necessário que o profissional se atente aos efeitos do medicamento no corpo humano, às suas reações, incompatibilidades, dose máxima e vias de aplicação, visto que um pequeno descuido neste processo pode acarretar sérios danos ao paciente. Não obstante todos estes cuidados que deve ter o profissional da enfermagem na administração medicamentosa, verifica-se que há conhecimento insuficiente no que diz respeito ao nome genérico de medicamentos e de suas indicações, além de diversas hipóteses que evidenciam o despreparo dos enfermeiros. É nesse contexto, portanto, que surge o problema da responsabilização dos profissionais de enfermagem em relação aos crescentes erros na terapêutica medicamentosa. O ordenamento civil brasileiro adotou como regra geral a responsabilidade subjetiva1, ou seja, aquela em que se faz imprescindível a presença do elemento culpa. A regulamentação não foi diferente para os profissionais de enfermagem, na medida em que os vários diplomas legais que disciplinam a responsabilidade destes atuantes elegem como regra geral também a responsabilidade subjetiva. Contudo, será mesmo que em todos os casos de erros advindos da administração de medicamentos os profissionais de enfermagem responderão de forma subjetiva? Ou será que, particularmente, em casos de 5 ausência do dever legal de informação, essa responsabilidade seria objetiva? O presente estudo,com o propósito de responder as indagações acima formuladas. Caracterizar processos com decisões judiciais por erros envolvendo profissionais de enfermagem. Os processos judiciais culminaram em condenações. Além disso, apontam à necessidade de melhor estrutura e apoio aos profissionais que passam pela experiência jurídica. Erro em saúde é caracterizado como falha na realização de ação pretendida ou na aplicação de um plano de maneira incorreta. Em suma, sua ocorrência é não intencional e originada por violações, decorrentes do não atendimento ao planejamento, padrões ou às normas estabelecidas. A ocorrência de erros ou violações aumenta o risco associado à assistência à saúde e pode culminar em penalizações judiciais aos profissionais e às instituições envolvidas. A análise de tais eventos pelo sistema judiciário pode se respaldar no Código de Direito Civil. A responsabilidade civil relacionada à ocorrência de falhas assistenciais em saúde tem como objetivo primordial promover a reparação e/ou ressarcimento dos danos. Nesse sentido, a análise do erro ou violação se pauta na ligação fática entre a conduta do agente (ação ou omissão) e o resultado danoso. No caso de processos criminais, a investigação busca determinar a culpa ou o dolo, que pode gerar restrições pessoais ou patrimoniais. Por sua vez, o Código de Defesa do Consumidor implica na comprovação da culpa do indivíduo e pode ser aplicado à instituição de saúde caso o erro seja atribuído ao profissional com vínculo comprovado. Embora penalizações legais cabíveis à ocorrência de erros sejam reconhecidas, poucas são as discussões acerca de suas implicações na enfermagem cuja equipe tem o maior contingente de profissionais da área da saúde no Brasil e participa da maior parte dos processos assistenciais. Considerando que estudos sobre processos e desfechos jurídicos envolvendo erros na enfermagem podem subsidiar decisões e ações de gestores, trabalhadores e educadores na promoção de cuidados seguros, este estudo se ancora na seguinte questão: 6 2ARTIGOS DE DEFESA 2.1Código de ética dos profissionais de enfermagem Resolução COFEN Nº 564/2017. 06/12/2017 Princípios fundamentais A enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde e a qualidade de vida da pessoa, família e coletividade. O profissional de enfermagem atua na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, com autonomia e em consonância com os preceitos éticos e legais. O profissional de enfermagem respeita a vida, a dignidade e os direitos humanos, em todas as suas dimensões. O profissional de enfermagem exerce suas atividades com competência para a promoção do ser humano na sua integralidade, de acordo com os princípios da ética e da bioética. Art. 5º - Exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade, resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade. Art. 9º - Praticar e/ou ser conivente com crime, contravenção penal ou qualquer outro ato, que infrinja postulados éticos e legais. Art. 12 - Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência. Art. 17 - Prestar adequadas informações à pessoa, família e coletividade a respeito dos direitos, riscos, benefícios e intercorrências acerca da assistência de enfermagem. Art. 20 - Colaborar com a equipe de saúde no esclarecimento da pessoa, família e coletividade a respeito dos direitos, riscos, benefícios e intercorrências acerca de seu estado de saúde e tratamento. Art. 25 - Registrar no prontuário do paciente as informações inerentes e indispensáveis ao processo de cuidar. Art. 38 - Responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades profissionais, independentemente de ter sido praticada individualmente ou em equipe. Art. 41 - Prestar informações, escritas e verbais, completas e fidedignas necessárias para assegurar a continuidade da assistência. 7 Art. 59 - Negar, omitir informações ou emitir falsas declarações sobre o exercício profissional quando solicitado pelo Conselho Regional de Enfermagem. Art. 115 - Responde pela infração quem a cometer ou concorrer para a sua prática, ou dela obtiver benefício, quando cometida por outrem. Art. 116 - A gravidade da infração é caracterizada por meio da análise dos fatos do dano e de suas conseqüências. Art. 121 - As infrações serão consideradas leves, graves ou gravíssimas, segundo a natureza do ato e a circunstância de cada caso. § 3º - São consideradas infrações gravíssimas as que provoquem morte, deformidade permanente, perda ou inutilização de membro, sentido, função ou ainda, dano moral irremediável em qualquer pessoa. Art. 123 - São consideradas circunstâncias agravantes: II - Causar danos irreparáveis; III - Cometer infração dolosamente; V - Facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem de outra infração; VI - Aproveitar-se da fragilidade da vítima; 2.2Código de ética do profissional biomédico Conselho Federal de Biomedicina-Resolução Nº 330, de 5 de novembro de 2020 Preâmbulo IV – A fim de garantir o acatamento e execução deste Código, é dever do profissional biomédico comunicar ao Conselho Regional de Biomedicina, com discrição, fundamento e provas, de fatos que tenha conhecimento e que caracterizem possível infração do presente Código e das normas que regulam o exercício da profissão de biomédico; Art. 4º Obriga-se o biomédico a: III – Respeitar as leis e normas estabelecidas para o exercício da profissão; 8 V – Exercer a profissão com zelo e probidade, observando as prescrições legais; IX – Observar os ditames da ciência e da técnica, bem como as boas práticas no exercício da profissão; X – Respeitar a atividade de seus colegas e outros profissionais; XI – Zelar pelo perfeito desempenho ético da Biomedicina e pelo prestígio e bom conceito da profissão; Do Exercício Profissional Art. 5º No exercício de sua atividade, o biomédico também deverá: I – Empregar todo o seu zelo e diligência na execução de seus misteres; VI – Agir com dignidade e retidão para com seus colegas, contribuindo para a harmonia da profissão; VII – Não ser conivente com erro e comunicar aos órgãos de fiscalização profissional as infrações legais e éticas que forem de seu conhecimento; IX – Zelar sempre pela dignidade da vida; XIII – Não praticar ato profissional que cause dano físico, moral ou psicológico ao usuário do serviço que possa ser caracterizado como imperícia, negligência ou imprudência; Das Relações com a Coletividade Art. 13 Nas relações com a coletividade, o biomédico não poderá: I – Praticar ou permitir a prática de atos que, por ação ou omissão, prejudiquem, direta ou indiretamente, o ser humano e a saúde pública; II – Recusar, a não ser por motivo relevante, assistência profissional a quem dela necessitar; Das Infrações Disciplinares7 Art. 16 Constituem infrações disciplinares: 9 I – Transgredir preceito do Código de Ética Profissional, não acatar, não respeitar, inobservar, não cumprir as resoluções, as portarias e os atos baixados pelo CFBM ou CRBM; IX – Deixar de cumprir qualquer dever profissional; XVI – Deixar de comunicar às autoridades biomédicas, com discrição e fundamento, fatos de seu conhecimento que caracterizem infração ao Código de Ética da Profissão Biomédica e às normas que regulam as atividades biomédicas; XIX – Praticar ato profissional que cause danos físicos, moral ou psicológico ao usuário do serviço que possa ser caracterizado como imperícia, negligência ou imprudência; Art. 17 As faltas serão consideradas escusáveis, leves, graves ou gravíssimas conforme a natureza do ato e as circunstâncias de cada caso. Art. 20 Considera-se infração, a desobediência ou a inobservância ao disposto nas normas legais e outras, que, por qualquer forma digamrespeito às atividades de biomédicos. Art. 23 São circunstâncias agravantes: I– Agir com dolo, ainda que eventual fraude ou má-fé; III– Ter conhecimento do ato ou fato irregular e deixar de tomar as providências de sua alçada, tendentes a evitá-lo ou saná-lo. 2.3Código Penal Brasileiro Artigo 121 do Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940 De acordo com esse arquivo, o homicídio ocorre inconscientemente, ação devido à imprudência, imperícia ou negligência. § 4 o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. 10 Art. 121. Matar alguém: Pena – reclusão, de seis a vinte anos. § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o do- mínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 11 3DOS MEDICAMENTOS ENVOLVIDOS NO CASO 3.1 O que devo saber sobre o uso da Adrenalina NOME GENÉRICO:Epinefrina 3.2 FORMA FARMACÊUTICA: Solução Injetável APRESENTAÇÃO: 1mg/mL – Caixa contendo 100 ampolas de 1 ml USO ADULTO E PEDIÁTRICO · USO I.M / I.V / S.C COMPOSIÇÃO: Cada mL da solução injetável contém: Epinefrina. . . . . . . . 1mg Veículo q.s.p.1 ml (bissulfito de sódio, ácido clorídrico, água para injetáveis) 3.3INFORMAÇÕES AO PACIENTE 3.3.1Para que esse medicamento é indicado? Adren (epinefrina) injetável é indicado nas seguintes ocasiões: • Suporte hemodinâmico (relacionado com a circulação sanguínea) em situações de parada cardiorrespiratória ou estados de choque; • Reações de anafilaxia ou choque anafilático (reação alérgica aguda); • Crise asmática grave e pouco responsiva as medidas terapêuticas habituais; • Controle de pequenas hemorragias cutâneas; • Em associação aos anestésicos locais, de forma a promover incremento na duração do efeito analgésico. 3.4Como este medicamento funciona? Adren (epinefrina) é um medicamento cujo princípio ativo é a epinefrina. A epinefrina atua em diferentes receptores do organismo e dependendo do receptor que a mesma interage, tem-se ação antiasmática, vasopressora e estimulante cardíaca (aumento da pressão arterial). Na administração subcutânea (administração debaixo da pele), o tempo do medicamento começar a ter efeito é maior quando comparado à administração muscular (administração no músculo). 3.5Quando devo usar este medicamento? A administração de Adren (epinefrina) é contra-indiciada em pacientes que apresentam hipersensibilidade conhecida a qualquer componente da fórmula. 12 Adren (epinefrina) é normalmente utilizado em situações de emergência. Nesses casos, qualquer contra-indicação é relativa. Não se deve administrar Adren (epinefrina) em pacientes que estão sobre tratamento de medicamentos betabloqueadores (como atenolol, solatol, propranolol) em virtude do potencial elevado de desenvolvimento de aumento de pressão severa e hemorragia cerebral. 3.6O que devo saber antes de usar este medicamento? Adren (epinefrina) injetável não é recomendado durante o trabalho de parto. Não é recomendado para pacientes portadores de asma brônquica de longa duração. Neste caso, o uso da epinefrina deve ser feito com cautela, uma vez que pode favorecer o surgimento de problemas cardíacos muitas vezes fatais. Pacientes que possuem angina (dor no peito) devem receber, em caso de extrema necessidade, a epinefrina com muita precaução. O uso dessa substância nesses indivíduos pode provocar piora da dor. Interações medicamentosas Sãoimportantes ter cuidado com pacientes que estão em uso de betabloqueadores. A administração de epinefrina, nesses casos, poderá ocasionar um aumento da pressão severa e até mesmo hemorragia cerebral. Não se deve administrar a epinefrina em conjunto, na mesma via, com bicarbonato. É comumente feita a associação de anestésicos locais com a epinefrina para maior efeito anestésico. Contudo, caso tenha ocorrido o uso prévio de cocaína, a epinefrina não deverá ser administrada, em decorrência da maior probabilidade de ocorrer problemas cardíacos. Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento. Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde. 3.7Onde e como e por quanto tempo guardar este medicamento? O Adren (epinefrina) deve ser conservado em temperatura ambiente (15 a 30°C), protegido da luz. ATENÇÃO: A EPINEFRINA É FOTOSSENSÍVEL. A EXPOSIÇÃO À LUZ CAUSA DEGRADAÇÃO DA SUBSTÂNCIA E PERDA DO EFEITO. ESTE PRODUTO SÓ DEVE SER RETIRADO DA EMBALAGEM NO MOMENTO DO USO. Aspectos físicos: ampola de vidro âmbar contendo 1 ml. Características organolépticas: solução incolor a levemente amarelada. Odor característico. 13 Prazo de validade: 24 meses a partir da data de fabricação impressa na embalagem. Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem. Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original. Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo. Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças. 3.8Comodevem usar este medicamento? Adren (epinefrina) solução injetável pode ser administrada por via intramuscular, subcutânea ou intravenosa, sendo neste último caso, aplicada de forma lenta e diluída (1 para 10.000 ou 1 para 100.000). A epinefrina apresenta-se compatível e estável por 24 horas quando diluída em solução de glicose a 5% e solução de cloreto de sódio 0,9%, em temperatura ambiente, entre 15 e 30°C. Proteger da luz. A epinefrina é um medicamento destinado para utilização exclusivamente no ambiente hospital. Dessa forma, o médico é responsável por indicar a dosagem adequada conforme a condição clínica do paciente. Modo de usar 3.9 O que devo fazer quando esquecer de usar o medicamento? Adren (epinefrina) é exclusivamente utilizado em tratamentos emergenciais, não devendo ser utilizado como opção em um tratamento prolongado. Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista. 3.10 Quais os males que este medicamento pode causar? Com a utilização de epinefrina, situações como ansiedade, tremores, cefaléia, palpitação, taquicardia (muitas vezes seguida de dor anginosa), arritmias (batimento cardíaco irregular), hipersalivação, hiperglicemia, fraqueza, zumbido, sudorese excessiva, dispnéia e frio nas extremidades corporais podem ocorrer, mesmo em baixas doses. Altas doses administradas podem provocar arritmias (batimento cardíaco irregular) cardíacas graves, um súbito aumento da pressão arterial, sendo inclusive capaz de produzir hemorragia cerebral, edema pulmonar, isquemia de extremidade, esplâncnica e renal. Esses eventos adversos também podem ser observados mesmo em doses habitualmente utilizadas. 14 A epinefrina é um potente causador de isquemia (falta de oxigenação no tecido) o que pode levar a casos de gangrena (morte do tecido), especialmente se administrada em extremidades como, por exemplo, dedos, nariz, orelha e pênis. A aplicação de injeção de fentolamina pode ser útil para reverter o efeito provocado pela injeção inadequada de epinefrina nas extremidades. Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento. Informe também à empresa através do seu serviço de atendimento. 3.11O que fazer se alguém usar uma quantidade maior do que a indicada deste medicamento? O tratamento no caso da administração de umadose maior do que a indicada do Adren (epinefrina) é apenas para dar suporte, pois o efeito passa rapidamente. Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações. 15 4 RELATO DO CASO MPPE denuncia técnicas de enfermagem por morte de criança de um ano no Grande Recife. Técnicas respondem por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Criança morreu em novembro de 2017, um dia após dar entrada em hospital.Maria Fernanda Lins Gomes tinha um ano e sete meses quando faleceu, em novembro de 2017, no Grande Recife . O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) denunciou duas técnicas de enfermagem pela morte de uma criança de um ano e sete meses em um hospital do Grande Recife. De acordo com o relatório, a menina morreu após receber injeção de adrenalina na veia, aplicada por negligência das funcionárias. As duas foram atuadas por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, por negligência e inobservância de regra técnica da profissão, além do agravante de ser um crime contra criança. O caso aconteceu no dia 20 de novembro de 2017, no Hospital Infantil do Cabo de Santo Agostinho, no município de mesmo nome, um dia após a menina, Maria Fernanda Lins Gomes, dar entrada na unidade hospitalar. Segundo o inquérito, ela deveria ter recebido nebulização, mas foi aplicada uma injeção. Na época, a mãe da menina, Lucielma da Silva, contou ao G1 que a filha apresentava cansaço e estava um pouco febre. Lucielma relatou, ainda, que achou estranho injetarem adrenalina na filha. Após a morte, ela denunciou o caso. As investigações foram realizadas pela Delegacia de Polícia de Homicídios do Cabo de Santo Agostinho, onde a denúncia foi registrada. O caso aguarda decisão judicial. Negligência De acordo com o MPPE, a criança passou a noite e a madrugada no hospital, sendo medicada com nebulização e outros medicamentos. Por volta das 5h do dia 20 de novembro, uma das técnicas em enfermagem preparou medicações a serem ministradas para os pacientes, incluindo 5 ml de adrenalina prescritos para aplicação via nebulização em Maria Fernanda. https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/policia-investiga-morte-de-menina-de-um-ano-em-hospital-no-grande-recife.ghtml https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/policia-investiga-morte-de-menina-de-um-ano-em-hospital-no-grande-recife.ghtml https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/policia-investiga-morte-de-menina-de-um-ano-em-hospital-no-grande-recife.ghtml 16 O relatório, assinado pela 3ª Promotora de Justiça Criminal do Cabo de Santo Agostinho, Cláudia Ramos Magalhães, afirma que “de forma negligente e com inobservância de regra técnica da profissão” a funcionária deixou a medicação da criança pronta numa seringa no posto de enfermagem, sem a advertência da via de administração, e saiu para ir ao banheiro. Ainda segundo a investigação, outra técnica em enfermagem, “apressada pela proximidade do horário de término do seu plantão” e “já sem o fardamento e sem luvas, de forma negligente e com inobservância de regra técnica da profissão”, teria pegado a medicação e, sem conferir a prescrição médica para nebulização, injetado na veia da criança. “De imediato, a criança começa a passar mal, é levada às pressas para UTI e, logo em seguida, às 6h35, apresar dos esforços da equipe médica, a criança vem a óbito em decorrência da negligência das denunciadas”, afirma o relatório. A peça aponta ainda que após a morte da criança, “cujo estado clínico não apresentava gravidade”, as duas técnicas teriam deixado o hospital antes do horário previsto para o término do plantão. “O resultado fatal, apesar de não ser previsto ou querido, decorreu de conduta negligente e inobservância de regra técnica da profissão pelas denunciadas, que concorreram para a morte da criança ao preparar e ministrar medicação sem os cuidados necessários e sem a devida observância da prescrição médica”, diz a promotora no texto. 17 5 CONCLUSÃO Devido ao atual cenário a servidora da área de saúde vinha de um plantão de cansaço exaustivo e isso causou este erro, a atual situação tem técnico de enfermagem que faz plantão de até 36 horas e alguns ate 48 horas que não é permitido por lei, mas a demanda, a falta de pessoal com atestados, remuneração muito baixa. O profissional acaba fazendo muitas horas de trabalho. Constatou-se também que, quando presente, o enfermeiro era o profissional ao qual o técnico de enfermagem recorria. Diante desta situação fica evidente a necessidade dos enfermeiros estarem aptos técnica e cientificamente para supervisionar a administração de medicamentos. Devem, assim, agir de modo a minimizar os problemas desencadeados por um erro, prevenindo complicações para o paciente, profissional envolvido e instituição. Estamos lidando com vidas. Consideramos que o fato defendido da analise do caso, se justifica devido à busca pela apreensão mais global do problema não é apenas uma penalidade, uma fiança e sim criteriosamente ensinos e alunos dedicados a mudanças de hábitos comportamentais (profissionais) com mais respeito e ética. De que adianta sonhar em cuidar de vidas e quando está exercendo o seu trabalho deixa de lado a curiosidade em saber mais, humildade em perguntar que seja mil vezes, perguntar ao médico ou superior e dizer eu não entenderam me ajuda. Observamos uma grande quantidade de trabalhos que trazem reflexões sobre a profissão de enfermeiros e técnicos de enfermagem e o ensino da profissão e, especialmente, muitos trabalhos sobre o sistema de saúde brasileiro. Apesar de vários estudos apontarem as dificuldades do exercício profissional, esses se limitam à discussão das dificuldades de oferta dos serviços de saúde e/ou de precarização das condições de trabalho para os profissionais de saúde. Os conselhos profissionais, ao se verem às voltas com um número crescente de denúncias por erros médicos e acusações de má prática profissional, adotaram uma política de condenação com muita razão. O crescente aumento de queixas sobre erros médicos indica maior consciência da população sobre os serviços recebidos e podem influenciar positivamente na atuação profissional dos médicos e das instituições de formação e controle 18 profissional. Porém, uma hipótese levantada é a de que o paciente somente irá perceber a ocorrência de erro médico quando o resultado da prática médica frustrar suas expectativas e ele se ver delimitado as suas atividades ou vir a óbito. Assim, a denúncia do erro depende da percepção do mesmo pelo paciente. Primeiro vem o erro, a justificativa de não ter tido acompanhamento ou ser novato entre outras abordagens que temos que fazer a nós mesmo antes que o paciente venha a óbito. Há várias formas de se precaver contra os erros com pacientes desde o momento que recebemos a receita do mesmo até o momento de aplicação somente confirmar e avaliar o que está sendo pedido. A existência de protocolos e formulários para notificação, divulgação e monitoramento do erro, também podem possibilitar o desenvolvimento de medidas preventivas e aumentar a segurança dos pacientes. Recomendam-se, ainda, programas de capacitação profissional e de educação continuada, considerando-se a necessidade constante de treinamento e atualização de conhecimentos.A enfermagem, como responsável legal pela administração de medicamentos, deve estar engajada na busca por uma cultura de segurança, principalmente no que concerne ao sistema de medicação, promovendo uma assistência de qualidade para seus pacientes, minimizando sofrimentos a todos os envolvidos. 19 6REFERENCIAS 1. Silva BK, Silva JS, Globo AFF, MiassoAI. Erros de medicação: condutas e propostas de prevenção na perspectiva da equipe de enfermagem. Rev. Eletrônica Enferm [Internet]. 2007 [acesso em 2009 mar 22]; 9(3): 712-23. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n3/v9n3a11.htm 2. Silva AEBC, Cassiani SHB. Administração de medicamentos: uma visão sistêmica para o desenvolvimento de medidas preventivas dos erros na medicação. Rev.EletrônicaEnferm [Internet]. 2004 [acesso em 2008 jul 15];6(2): 279-85. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n3/v9n3a11.htm 3. Melo ABR, Silva LD. Segurança na terapia medicamentosa: uma revisão bibliográfica. Esc. Anna Nery Rev. Enferm. 2008; 12(1): 166-72. 4. Santos AE, Padilha KG. Eventos adversos com medicação em serviços de emergência: condutas profissionais e sentimentos vivenciados por enfermeiros. Rev.BrásEnferm. 2005; 58(4): 429-33. http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n3/v9n3a11.htm http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n3/v9n3a11.htm
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